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CONHECENDO A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL BIÓLOGO INSTITUTO BUTANTAN

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Academic year: 2021

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19 CONHECENDO A ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL BIÓLOGO – INSTITUTO BUTANTAN

Suzy Mary Lima Souza; Fernanda Adriéli Trenkel; Michelli Cristine Nunes Facholi Bendassoli Faculdades Magsul

(michelli.bendassolli@gmail.com)

INTRODUÇÃO

O profissional Biólogo, seja licenciado ou bacharel, tem encontrado cada vez mais áreas em atuar devida sua grade curricular ser multidisciplinar, muitas vezes transdisciplinar, ou seja, uni seus conteúdos de forma a tornar-se um só. Por isso, umas das principais funções atribuídas aos biólogos são os institutos de pesquisa, um deles, o Instituto Butantã, uma vez, que entender sua atuação e relevância para o projeto desenvolvimento no Brasil, podem despertar o incentivo do governo e da população em geral para problemas que podem ser resolvidos nacionalmente, como por exemplo, a produção de soros, para mordidas de serpentes e outros artrópodes como aranhas e escorpiões.

A Zoologia, que a área da Biologia que estuda os animais, é um importante contribuinte para tal formação, mas, é importante tornar-se formado e capacitado para exercer tal profissão por isso, investigando suas formações pedagógicas e experiências é possível apontar como o biólogo pode atuar em tal área parecida. Além disso, a produção de agentes contendo na peçonha das serpentes extraídas no Butantã pode ser alvo de estudos, sendo que várias afins podem auxiliar nesses estudos incluindo o biólogo, sendo assim, compreender tal profissão, também é compreender uma faceta a mais do profissional transdisciplinar a qual nos capacitamos a tornar-se.

Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo analisar o perfil do profissional Biólogo que trabalha no Instituto Butantan, em São Paulo-SP, bem como a qualificação necessária, os desafios enfrentados, e a rotina de um biólogo nessa área de atuação.

METODOLOGIA

Tendo por objetivos contribuir para a formação acadêmica, na atuação como Biólogo, divulgar a profissão Biólogo e suas atividades desenvolvidas no âmbito profissional, foi realizada, no dia23 de abril de 2015, no período vespertino, uma atividade de Visita Técnica ao Instituto Butantan, localizado no município de São Paulo-SP.

O Instituto Butantan (IB) é uma instituição pública centenária do estado de São Paulo, subordinada à Secretaria de Estado da Saúde do governo paulista.

O Instituto Butantan recebeu este nome de acordo com o termo indígena Ybytatá. O termo é tupi e significa “terra dura e socada”. Ao longo do tempo, ganharam variantes: Ybytantan, Ybytantã, Ubatatá, Ubutanta, Uyutantan, Uyatantan, Ubutatá, Botantan, Butantan, Butantã (BRODI & BRODI, 2013).

Os trabalhos científicos produzidos por pesquisadores do IB, bem como a visibilidade internacional dos resultados, aumentaram significativamente na última década. As vacinas e soros hiperimunes produzidos pelo IB com tecnologia própria, parcela majoritária dos produtos usados no Brasil, foram objeto de publicações científicas de pesquisadores do IB. O sistema Instituto/Fundação Butantan constitui uma instituição singular em que pesquisa básica, desenvolvimento tecnológico e produção, reunidos num espaço único, providenciam, para o Brasil, imunobiológicos na

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O IB iniciou suas atividades em 1899 com o objetivo de produzir soro antipestoso, após a constatação de Vital Brazil, até então assistente de Adolpho Lutz no Instituto Bacteriológico, de que o surto epidêmico que atingia Santos era depeste bubônica. O Instituto foi oficializado em 1901, como Instituto Soroterápico do Butantan (IBAÑEZ & ALVES, 2012).

O Instituto Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro) e Instituto Butantan (São Paulo) foram criados com o mesmo propósito, a partir da constatação de diversos casos de Peste bubônica no porto de Santos, em 1899 (ALMEIDA, 1995). Adolfo Lutz incumbiu seu assistente Vital Brazil para coordenar os trabalhos de produção de soro e vacina antipestosos na fazenda Butantan e somente em 1901, o instituto IB passou a ser autônoma denominada como “Instituto Serumtherapico do Estado de São Paulo” dirigida pelo médico Vital Brazil (ALMEIDA, 1995).

Para a produção de soros, o instituto criava cavalos e contava com a doação de serpentes, mas, após o aumento da produção, realizaram instalação de um laboratório melhor equipado e biotérios, passou-se a produzir também, em 1906, soro antidiftérico, 1907, tuberculina para diagnóstico de Tuberculose, em 1910, iniciou a exportação de soros para Uruguai e Argentina, em 1913, começou o programa de Educação Sanitária em meio a conferências populares, e em 1914, produziram-se soros antiescorpiônicos, antiestafilococcico e antidesintérico (ALMEIDA, 1995).

Figura 1. Acadêmicas em início de tour pelo Museu Biológico. (Imagem dos autores)

O Instituto Butantan conta com quatro museus com visitas monitoradas:

Museu Biológico, que funciona desde 1966 como uma das principais atrações do Instituto, apresenta uma exposição com

cerca de 90 animais vivos, dos tipos mais exóticos, como aranhas, escorpiões, diversas espécies de serpentes (peçonhentas ou não peçonhentas), lagartos e anfíbios, em ambientes que recriam seu habitat natural (OLIVEIRA, 2015).

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Figura 2. Imagens sobre as diversas espécies de serpentes brasileiras e exóticas de outros países. (Imagem dos autores) Museu de Microbiologia, inaugurado em 2002 com o objetivo de ensinar sobre a ciência dos micro-organismos, onde é

possível ver, através de microscópios, alguns organismos vivos, além de apresentar modelos de bactérias e vírus e um moderno laboratório, equipado com aparelhos que permitem ao visitante fazer experiências científicas – físicas e químicas – e estudar fungos, bactérias e o DNA (OLIVEIRA, 2015).

Figura 3. Imagens sobre tecnologias da microbiologia aplicadas nas pesquisas do Butantan. (Imagem dos autores) Museu Histórico, que visa à pesquisa, preservação e divulgação da história da ciência e da saúde dentro do Instituto.

Instalado em uma antiga cocheira, desde 1981, apresenta uma exposição de objetos dos laboratórios de pesquisa e conta com atividades educativas (OLIVEIRA, 2015).

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Figura 4. Diversas imagens do museu histórico do Butantan. (Imagem dos autores)

Serpentário que funciona como local de manutenção dos animais e é aberto à visitação, oferecendo a atividade “Mão na Cobra só no Butantan”, onde pesquisadores levam algumas serpentes para serem manipuladas pelo público

(OLIVEIRA, 2015).

Figura 5. Serpentário ao ar livre. (Imagem dos autores)

Foram realizadas entrevistas com os profissionais do local, considerando-se os seguintes questionamentos: 1- Formação do entrevistado?

2- Qual área da Biologia abrange o Projeto Butantan?

3- Qual o trabalho de um biólogo e a formação necessária se atuar no Projeto Butantan? 4- As maiores dificuldades encontrada no trabalho?

Estes questionamentos foram realizados com o intuito de esclarecer quais são as disciplinas de ensino que são necessárias para atuação no campo, as pesquisas realizadas pela Instituição, atividades desenvolvidas e quais são os pré-requisitos para atuação.

Essa visita teve o intuito de mostrar as diversas áreas que um profissional da área da biologia pode exercer após a formação, mostrando, também, quais são os procedimentos para se engajar neste tipo de trabalho.

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23 RESULTADOS E DISCUSÃO

Em entrevistas com os profissionais responsáveis pelo instituto, curiosidades foram postas em conhecimento do público acadêmico presente, como o tratamento dos animais, em que são alimentados a cada 15 dias devidos seu baixo metabolismo corpóreo uma vez que são mantidos em cativeiro e por serem ectotérmicos, extraindo calor do meio externo (POUGH et al, 2008). Em geral, estes animais são obtidos através de doações, apreensões do IBAMA ou da Polícia Federal em operações de busca e apreensão, além de tráfico de animais silvestres para outros países, o que leva a pirataria da fauna brasileira, que ocorre ilegalmente extinguindo muitas espécies endêmicas e nativas do Brasil.

Estes animais recolhidos são tratados por veterinários e acostumados ao meio do cativeiro juntamente com os tratadores e demais equipes de cuidados a esses indivíduos, sendo sua manipulação necessária para extração de peçonha (POUGH et al, 2008; HICKMANet al, 2012) e produção de soros antiofídicos. Além disso, segundo a historiadora do museu, todos os dados coletados desde a criação do instituto até hoje, são fundamentais para pesquisa, a produção de soros e vacinas, e a difusão do conhecimento, vertentes essas, que são responsáveis pelo desenvolvimento científico e funcionam como meios de aprimorar o desenvolvimento e produção destes métodos no Brasil, os que o torna inovadores.

Em conversa com a bióloga a três anos trabalhando no museu de microbiologia, informou-nos vários aspectos relativos com relação a educação, sendo um deles, o despertar da curiosidade dos alunos em meio a conteúdos complexos e na maior parte das vezes, mundos invisíveis aos nossos olhos, e por isso, a maior dificuldade de educar, é justamente adaptar os conteúdos a todos os níveis de educação, crenças, culturas, idades, religiões diferentes e educações morais e éticas distintas. É importante ressaltar que para trabalhar no Instituto Butantan não é necessário um mestrado ou maior especialização, embora uma formação pedagógica, voltada para o ensino é parte no favorecimento de seu melhor desempenho no trabalho e ela completa que “ser educador é o desafio, pois, é nesses meios de ensinar que se pode despertar ou não a curiosidade e o interesse do individuo”, e a ciência, sem a curiosidade e o interesse não se desenvolvem.

AGRADECIMENTOS

Nossos sinceros agradecimentos aos companheiros de turma Léa Beatriz Mancuelho Pereira, Josilaine Gonçalves Mendez e Aline da Silva Miotto pela colaboração de realizar este projeto e demais problemas encontrados durante todo o desenvolvimento, execução e apresentação do mesmo.

Agradecemos também as professoras Dra Caroline Amaral Polido, coordenadora de curso e Dnda. Micheli C. N. F. Bendassolli, professora das disciplinas de Zoologia, pela oportunidade de conhecer, entrevistar e explorar um mundo completamente novo para os Biólogos, os quais poucos possuem a oportunidade de conhecer.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A.M. A relação do público com o Museu do Instituto Butantan: análise da exposição “na natureza não existem vilões”. Dissertação de Mestrado, Escola de Comunicação e Artes, USP, 1995, 215 p. Disponível em: <www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27134/tde.../dissertacao.pdf>. Acesso em: 02.mai.2015;

BROIDE, E.; BROIDE, J. (coord.) Butantã – um bairro em movimento. 1 ed. São Paulo: Versal Editores, 2013. Disponível em: <http://www.versal.com.br/downloads/LV_BUTANT_230x280mm_TXT.pdf>. Acesso em: 02.mai.2015;

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HICKMAN, C.P.; ROBERTS, L.S.; LARSON, A. Princípios Integrados de Zoologia. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 793 p;

IBAÑEZ, N.; ALVES, Olga S. F. Saúde, desenvolvimento, inovação tecnológica e cooperação regional: Instituto

Butantan - Estudo de Caso sobre a “Transferência de tecnologia para produção da Vacina contra Influenza”. Disponível

em: <http://www.sbhc.org.br/resources/anais/10/1345063208_ARQUIVO_InfuenzaSBHC2012.pdf>. Acesso em: 02.mai.2015;

OLIVEIRA, A. Pontos turísticos – Instituto Butantan. In:Turismo em São Paulo, 2015. Disponível em: <http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/atrativos/pontos-turisticos/4414-instituto-butantan>. Acesso em: 30.abr.2015;

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