PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO DO
SERVIÇO DE URGÊNCIA DO HOSPITAL
Código e designação: ALENT-08-0348-FEDER-000186 - Requalificação do Serviço de Urgência
do Hospital de Santarém, EPE
Tipologia: Unidades Hospitalares - Reforço da Diferenciação e Complementaridade de Serviços Eixo: 8 - Valorização do Espaço Regional
Regulamento: Saúde
Aviso nº: nº 2, de 31/07/2008
Investimento Total
Proposto (Candidatura) Investimento Elegível Total Aprovado Investimento Não Elegível FEDER Aprovada Comparticipação Comparticipação Taxa de
6 168 609,00 € 6 168 610,27 € 0,00 € 4 318 027,19 € 70 %
Data de Decisão de Aprovação Data de Celebração do Contrato Data de conclusão do projeto
25-05-2009 06-08-2009 31-12-2012
Equipamento adquirido Valor c/IVA
Estudos e projetos 166 181,20 €
Instalações especiais - estrutura de contentores para instalação temporária do
Serviço de Urgência 1 629 211,85 €
Obras e instalações técnicas - Projeto Central 4 259 856,25 €
Equipamento médico-cirúrgico 255 465,78 €
Equipamento de Imagiologia de urgência 120 786,00 €
Equipamento mobiliário hospitalar e hoteleiro 99 519,52 €
Equipamento administrativo e de informática 87 127,43 €
Descrição da Operação:
Desde a inauguração do novo edifício deste Hospital, no ano de 1985, que as instalações e espaços do Serviço de Urgência se mantiveram quase inalteradas. Passados 10 anos, duplica a procura e começam os primeiros sinais de desgaste e descontentamento. Para resolver a situação identificada, ensaiam-se medidas especiais para melhorar as condições, protocolando com os Cuidados Primários a triagem das “falsas urgências”. Surge a Unidade Básica de Urgência (UBU), mas é abandonada nos finais dos anos 90 por dificuldades de operacionalidade.
Em 2005, 20 anos após a inauguração do Hospital, o volume da procura triplica, verificando-se com frequência, episódios de rutura da capacidade instalada, por vezes prolongados, fundamentalmente no inverno. Apesar da grande compreensão dos utentes e da dedicação e entrega dos profissionais, a situação torna-se permanentemente desconfortável e atinge o nível de risco, não sustentável.
Uma análise aprofundada revela que o perfil da procura evoluiu e com ele, alterou-se o paradigma do atendimento. A população atendida é agora mais envelhecida e a percentagem de “falsas urgências” inicialmente contabilizada em cerca de 70%, reduz-se para cerca de 40% e todos os recursos, físicos e humanos, entram em rutura. Reforçam-se os recursos humanos com mais médicos, mais enfermeiros, mais assistentes operacionais, mas persiste a total desadequação física à procura. Camas, macas, cadeiras de rodas, utentes e profissionais saturam todos os espaços e circuitos, tornando impossível o normal funcionamento dos serviços, impedindo assegurar com um mínimo de dignidade, qualidade e humanização, os cuidados necessários. Em 2007, torna-se inadiável o que se tornou óbvio - o serviço de urgência esgotou, em todos os sentidos, a sua capacidade de funcionamento. Neste sentido, o Conselho de Administração promove uma reflexão interna sobre esta realidade e decide tomar uma decisão fundamental: é necessário, à luz dos modernos princípios de organização e funcionamento de um Serviço de Urgência com competências médicas e cirúrgicas, construir uma solução virada para o futuro, para os próximos 25 anos.
Assim nasceu o Projeto de Requalificação do Serviço de Urgência do Hospital de Santarém, uma intervenção a fim de ampliar, remodelar e beneficiar o Serviço de Urgência com o objetivo de o redimensionar para uma resposta adequada às exigências de uma procura que tem vindo a crescer ano após ano, não só em número mas também e legitimamente reivindicando condições de acesso, de admissão e espera e fundamentalmente de atendimento e tratamento adequadas.
É apresentada a candidatura deste Projeto ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), apoio fundamental e inequívoco na sua prossecução, que se materializou com a assinatura do contrato em 6 de Agosto de 2009. Esta iniciativa é apoiada no âmbito do INALENTEJO, cujo investimento ascendeu a €6.168.610,27, com financiamento FEDER de €4.318.027,19 e €1.850.583,08 financiado com capital estatutário do Hospital, expressamente reservado para investimento.
O QREN - Quadro de Referência Estratégico Nacional constitui o enquadramento para a aplicação da política comunitária de coesão económica e social em Portugal no período 2007-2013. O QREN assume como grande desígnio estratégico, a qualificação dos Portugueses, valorizando o conhecimento, a ciência, a tecnologia e a inovação, bem como a promoção de níveis elevados e sustentados de desenvolvimento económico e sociocultural e de qualificação territorial, num quadro de valorização da igualdade de oportunidades e, bem assim, do aumento da eficiência e qualidade das instituições públicas. O Programa Operacional Regional do Alentejo 2007/2013 é um instrumento financeiro de política regional, que tem como principal objetivo promover o desenvolvimento, em áreas como a inovação empresarial, crescimento e emprego, regeneração urbana, promoção da coesão social e territorial, qualificação ambiental e valorização do seu território.
Este Projeto, pela sua complexidade e dimensão, foi alvo de alteração física e temporal, tendo sido concluído em dezembro de 2012.
A obra decorre durante cerca de dois anos, com atrasos inerentes a obras desta magnitude. Cresceram as expectativas de uma espera que valeu a pena e hoje a realidade que oferecemos aos doentes são excelentes condições de atendimento e aos profissionais melhores condições de trabalho.
Foi necessário encerrar para demolição a Urgência “Antiga”, sem comprometer a melhor resposta possível a uma procura que teimava em manter-se em número e natureza. Sem outra alternativa, foi necessário recorrer à implantação de contentores (96) num área de cerca de 800 m², onde se instalaram todas as especialidades, em melhores condições do que as que existiam até então. Em Março de 2010, é transferida a Urgência “Antiga” para a Urgência Provisória. O sentimento é unânime entre os profissionais do Hospital: “Será um período desafiante, mas que valerá a pena”. É na madrugada do dia 31 de Março de 2012 que são transferidos todos os doentes e profissionais da Urgência Provisória para a Urgência “Nova”. Foi um momento histórico aquele
que ocorreu às duas e meia, quando foram fechadas as portas da Urgência Provisória e abertas as das novas instalações. Quem teve a oportunidade de presenciar o momento em que os espaços vazios foram gradualmente ocupados por utentes, profissionais, por movimento e ação, não pode nunca esquecer o sentimento de realização, principalmente quem vivenciou de perto e diariamente as várias etapas deste percurso. A mudança definitiva foi o culminar de um período de grande espera e enorme expectativa.
Caracterização de Operação:
- Procedeu-se a uma revisão e remodelação total dos espaços, considerando desde os acessos no exterior, à admissão, ao atendimento e tratamento até à alta para o internamento ou exterior. - Foram criadas salas de espera condignas e adequadas segundo a gravidade das situações clínicas de que os doentes são portadores, distribuindo-os segundo a prioridade de atendimento e garantindo níveis de vigilância segundo essa prioridade.
- Salas de atendimento e consulta, num número de gabinetes suficiente para o atendimento médio de 15 doentes/hora, respeitando algumas particularidades das consultas se forem de Medicina Interna, Cirurgia Geral, Ortopedia, ou outras especialidades médicas e cirúrgicas onde se salvaguardam a privacidade da relação médico/doente.
- As salas de observação e tratamento foram dimensionadas e preparadas para receber e garantir a permanência até 24 horas dos doentes e proporcionar aos profissionais as melhores condições para lhes assegurarem e prestarem os cuidados necessários.
- As salas de Diretos estão preparadas para as emergências, sabendo-se da elevada frequência a que estão sujeitas e das condições que exigem nos momentos críticos quer no que respeita ao suporte técnico e tecnológico quer nas demais condições de intervenção de equipas multidisciplinares.
- Acessos totalmente autonomizados, um para a Urgência Pediátrica e outro para a Urgência Geral, embora permitindo a utilização de alguns recursos comuns.
- Gabinetes de Triagem médica e/ou de enfermagem com acesso a doentes em maca. - Uma Sala de Pequena Cirurgia para cerca de 10.000 procedimentos cirúrgicos/ano.
- A ampliação do SO, sala dos doentes sob observação clínica e de enfermagem, com características de Cuidados Intermédios, para praticar uma lotação de 12 camas, melhorando assim, muito significativamente a qualidade dos serviços. O antigo SO, não dispunha de
instalações sanitárias, nem de sala de trabalhos para Enfermagem, nem de zonas e circuitos definidos para sujos e limpos.
- Com o aumento da área envolvente, foram assegurados espaços e corredores de circulação fluida nos acessos, na movimentação de doentes e de profissionais em situações de maior afluência de doentes e de situações críticas e ainda para a ligação com a Unidade de AVCs, com o Laboratório de Patologia Clínica e com o Serviço de Imagiologia, incluindo sempre a necessidade de utilização de macas. Houve também uma melhoria do acesso aos Serviços de Internamento, sabendo que cerca de 60% dos doentes internados proveem do Serviço de Urgência.
- Todo o novo Edifício e Instalações foi climatizado e apetrechado com um adequado sistema de renovação e tratamento do ar, não só pela natureza dos cuidados que aí são prestados mas também pelo elevado número de pessoas que diariamente aí permanecem ou circulam, estimando-se em mais de 500, fundamentalmente entre as 8 e as 24 horas.
É inegável a diferença entre a realidade da Urgência “Antiga “ e a realidade atual da Urgência “Nova”. Os espaços são amplos, arejados e permitem a separação inequívoca dos doentes a atender (passou-se de uma área total de 900m2 para 2.200m2). O investimento nestas novas instalações, nos novos equipamentos hospitalares e informáticos refletem distintamente a preocupação de todos envolvidos neste Projeto, em proporcionar as melhores condições de atendimento e tratamento dos utentes do S.N.S.