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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL. Participação social e desenvolvimento regional

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PROJETO APOIO AOS DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA - BRASIL

Participação social e

desenvolvimento regional

Relatório do workshop Brasil-União Europeia

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CONTATOS

Direção Nacional do Projeto

+ 55 61 2020.4906/4928/5082/4134

contato@dialogossetoriais.org

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 4 1. ABERTURA ... 5 1.1. COMPOSIÇÃO DA MESA... 5 1.2. COLOCAÇÕES ... 5 2. APRESENTAÇÕES DO BRASIL ... 6

2.1. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS: UM NOVO MÉTODO DE GOVERNAR ... 6

2.2. EXPERIÊNCIA DA SECRETARIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL SDR/MI ... 8

3. PAINEL UNIÃO EUROPEIA-BRASIL ... 13

3.1. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA POLÍTICA REGIONAL DA UNIÃO EUROPEIA ... 13

3.2. A NOVA PNDR: COMO VIABILIZAR A PARTICIPAÇÃO EFETIVA DA SOCIEDADE CIVIL NO MODELO DE GOVERNANÇA ... 15

4. DEBATES ... 18 4.1. COLOCAÇÕES ... 18 4.2. RESPOSTAS... 18 5. CONCLUSÕES E REFERÊNCIAS ... 20 5.1. DESTAQUES ... 20 5.2. PERSPECTIVAS ... 22 5.3 REFERÊNCIAS ... 22

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INTRODUÇÃO

O workshop Brasil-União Europeia: Participação Social e Política Regional, parte integrante do projeto de apoio aos diálogos setoriais União Europeia-Brasil, foi realizado em um momento particular, tanto para o Brasil quanto para a União Europeia.

O Brasil está conduzindo vários esforços de regionalização e Territorialização de suas políticas, realizando, inclusive, a Primeira Conferência Nacional de

Desenvolvimento Regional (CNDR)

A União Europeia, por sua vez, no bojo da atual crise econômica, está avaliando e questionando a pertinência de suas ações de desenvolvimento regional.

Diversos questionamentos estabelecem uma correlação entre os maiores volumes de ajuda da União e maior gravidade da crise econômica em países como Grécia, Portugal e Espanha.

A programação realizada comportou uma abertura, uma apresentação tratando da experiência da SDR/MI e de “Participação social nas políticas”, finalmente um painel seguido de debates, trazendo ensinamentos da “Participação social na política regional da União Europeia” e discussão de “Como viabilizar a participação efetiva da sociedade civil”.

Nos debates, mereceu destaque a associação de Participação com Controle e transparência, envolvendo gestão e controle social. Em vários momentos do workshop, foi relatada a atitude da Controladoria Geral da União (CGU), buscando linhas de ação proativas e preventivas, em vez de punitivas a posteriori,

atendendo, inclusive, demanda do Ministério da Integração Nacional.

O evento foi realizado sob a responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI), no auditório do Edifício Celso Furtado, na SGAN 906, em Brasília, no dia 21 de novembro, 2012, das 14:00 às 18:00 horas.

As versões eletrônicas das apresentações, do painel e deste relatório estão disponíveis no site dos diálogos www.dialogossetoriais.org

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1. ABERTURA

1.1. COMPOSIÇÃO DA MESA

A Mesa foi presidida por Alexandre Navarro Garcia, Secretário Executivo do Ministério da Integração Nacional, Ministro interino.

Os outros integrantes foram:

 Sérgio Duarte de Castro, Secretário Nacional de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional.

 Valdir Agapito Teixeira, Secretário Federal de Controle Interno da Controladoria Geral da União.

 Pedro Carvalho Pontual, Diretor de Participação Social da Secretaria Nacional de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República.

1.2. COLOCAÇÕES

O Secretário Sergio de Castro, da SDR, afirmou ser muito oportuno o workshop, considerando a importância da questão da Participação no novo momento político brasileiro, marcado pela prioridade na inclusão. Também devido à realização, neste momento, da Primeira Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional- CNDR.

O Diretor Pedro Pontual destacou a importância da Participação como temática central da Gestão e Controle Social.

O Secretário Valdir Teixeira, da CGU, registrou a mudança de atitude na atividade de Controle, onde se busca atuar de maneira proativa antes que punitiva, junto aos órgãos de gestão, como é o caso com o Ministério da Integração.

O Ministro interino Alexandre Navarro Garcia afirmou o País ter se tornado mais igual, inclusive graças à Participação, que permite chegar onde as ações de governo não alcançam. “A participação supre uma lacuna”... “As políticas regionais precisam ser identificadas para a localidade”.

Destacou também, a importância, nesta perspectiva, de (i) tornar mais flexível e renovar o instrumento da Contribuição Corrente e (ii) promover o uso de

instrumentos que permitam agilidade de ação e controle eficiente, como o caso do cartão da Defesa Civil, operado pelo Banco do Brasil, distribuído em situações de emergência,

Finalmente, observou que a redistribuição de renda se dá também pela diminuição dos juros e taxas de indexação como a SELIC.

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2. APRESENTAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DO BRASIL

A apresentação do Brasil teve a coordenação de Adriana Melo Alves, Diretora do Departamento de Políticas de Desenvolvimento Regional da SDR/MI e teve duas intervenções:

Pedro Carvalho Pontual, Diretor de Participação Social da Secretaria Nacional

de Articulação Social da Secretaria Geral da Presidência da República.

Sérgio Duarte de Castro, Secretário Nacional de Desenvolvimento Regional do

Ministério da Integração Nacional.

2.1. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NAS POLÍTICAS PÚBLICAS REGIONAIS

Pedro Carvalho Pontual O Secretário afirmou, inicialmente, dever tudo que aprendeu sobre Participação ao Prefeito Celso Daniel, no ABC paulista, nos anos 80- 90, à experiência dos

primeiros consórcios de municípios e outros mecanismos análogos.

Prosseguiu com referência ao discurso de posse da Presidente Dilma Rousseff: “O Brasil do futuro será exatamente do tamanho daquilo que, juntos, fizermos por ele hoje”.

Destacou o fato que as formas, representativa e participativa, da democracia são dimensões complementares.

A-1) Marco institucional e operacional da participação

Lembrou que o marco institucional da participação está: na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), na Constituição da República Federativa do Brasil (1988) e na Carta Ibero-americana de Participação Cidadã na Gestão Pública (2009).

O marco tem como formas institucionais do seu exercício os (i) conselhos, (ii) conferências, (iii) ouvidorias, (iv) audiências e consultas públicas, (v) mesas de diálogo e negociações e, (vi) plebiscitos e referendos. Estas, pouco utilizadas no Brasil, enquanto as anteriores (mesas) vêm crescendo como instrumento de referência normativa, por exemplo, no setor da construção civil e, mais recentemente, na produção de cana de açúcar.

Entre os resultados dos processos participativos estão: o Sistema Único de Saúde (SUS) o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), a Política Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, o Programa da Pessoa Idosa, o Terceiro Programa Nacional dos Direitos Humanos, a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional e, a Lei Maria da Penha.

A participação social no PPA envolve os mais de 30 conselhos nacionais por meio de Fóruns Interconselhos. São mais de 300 conselheiros nacionais que

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parcialmente. Segue a apresentação de dados de participação segundo as variáveis: gênero, renda familiar, região de residência, cor/raça e, grau de escolaridade. (Ver em referência – item 5.3:publicações do IPEA, fontes dos dados citados).

A-2) Desafios 2011-2014

Fortalecimento da Democracia Brasileira, tendo como método de governo a Participação, formalizada e instrumentada em Política e Sistema Nacional de Participação Social. Incluindo novas institucionalidades e espaços de participação.

Para tal, é preciso articular instrumentos e canais de participação intersetorial qualificados, buscando-se maior interação.

A-3) Encaminhamentos da Secretaria Geral da Presidência da República

Destaca-se o potencial endógeno do desenvolvimento relacionado às

características territoriais (humanas e naturais) e a necessidade de uma política institucional em todas as escalas, com incorporação da sabedoria e conhecimento popular.

São referências desta abordagem os estados da Bahia e Sergipe, que adotaram e aplicaram em seus territórios a sistemática de regionalização constituída pelos Territórios da Cidadania e suas evoluções para dinâmicas de desenvolvimento territorial sustentável. (Ver em referência – item 5.3): acesso à serie publicada pelo IICA e DAS.

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2.2. EXPERIÊNCIA DA SECRETARIA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Sergio Duarte de Castro O Secretário da SDR apresentou: os mecanismos de participação, as formas de organização territorial regional e encaminhamentos para a nova PNDR, iniciando por um quadro das dificuldades encontradas para a elaboração e implementação, no Brasil, de uma política de Desenvolvimento Regional, aqui relacionadas;

 Complexidade do sistema federativo brasileiro,

 Escassez de mecanismos de coordenação e articulação entre União, Estados e Municípios, assim como intragovernos,

 Estrutura de repartição de recursos entre as instâncias de poder,  Lógica histórica de atuação setorial do governo federal,

 Retomada recente da participação organizada da sociedade civil na política pública brasileira.

A-1) Mecanismos de participação

Os mecanismos de participação são sistematizados em quatro grupos em função de suas finalidades, como mostra o gráfico abaixo. Resgatando dados da

apresentação anterior se obtêm os seguintes resultados:  Conselhos e ouvidorias: 42%

 Audiências e Consultas: 25%

 Reuniões, Comitês, GTs e Mesas de negociação: 25%  Conferências e outros: 8%

Estes mecanismos são resultados de uma nova política de regionalização, institucionalizada em 1999, com a criação do Ministério da Integração (MI), e, a partir de 2003, com a elaboração da primeira Política Nacional de

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iniciada a primeira Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional (CNDR), com a finalidade de elaborar uma nova PNDR, mais participativa.

As Conferências Nacionais são eventos que ocorrem periodicamente e constituem canal de comunicação entre diversos setores sociais e o Estado brasileiro. Foram realizadas 12 conferências até 1988 e 74 entre 2003 e 2010. As finalidades das conferências são apresentadas no gráfico a baixo.

No caso da CNDR os resultados, em termos de participação foram os seguintes:

 27 Conferências Estaduais  5 Conferências Macrorregionais  Mais de 10 mil pessoas

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A-2) Formas de organização territorial

Três formas de organização, com finalidades nitidamente diferenciadas começam a caracterizar abordagens territoriais para a PNDR:

 Núcleos estaduais da Faixa de Fronteira

 Mesorregiões

A perspectivas das mesorregiões está se tornando uma das principais caminhos de institucionalização da PNDR. Seu desempenho inicial foi prejudicado por falta de recursos específicos, mas, principalmente, por conflito entre instâncias

federais, estaduais e municipais, por terem sido implantadas sem envolvimento dos estados.

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caracterizando seu grau de institucionalização e vinculo institucional. Os Fóruns de Mesorregiões constituem laboratórios de possíveis Conselhos Regionais.

 Consórcios de municípios

Os consórcios de municípios e outros arranjos institucionais de cooperação intermunicipal surgem nos anos 80 em são Paulo. Mas, somente em 2005/2007 será estabelecido o regime Jurídico dos Consórcios Públicos.

Na prática, começam habitualmente com um foco temático: Saúde em mais de um terço dos casos. Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Social representam outro terço. O último terço abrange, por ordem de importância, a metade para: Educação, transporte e habitação e outra metade para múltiplas finalidades.

 Outras formas de organização territorial

Outras formas de organização territorial para o desenvolvimento regional, fora do âmbito da PNDR, existem mas não interagem. Trata-se essencialmente de:

 Comitês e Agências de Bacia Hidrográfica, vinculados à Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH);

 Arranjos Produtivos Locais (APLs), vinculados à Política do MDIC, com apoio de um GTP-APL e 33 instituições envolvidas. São hoje 1359 APLs.  Destinos Turísticos resultado da política de regionalização do Ministério do

Turismo.

 Territórios Rurais, organizados como Territórios da Cidadania (120), com seus conselhos e apoio do Programa Nacional da Agricultura Familiar (PRONAF), abrangendo 32% do território nacional.

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A-2) Encaminhamentos para a nova PNDR

 Cooperação horizontal, envolvendo:

o No nível federal: criação de Sistema nacional de Desenvolvimento Regional (Governança), Conselho Nacional de Desenvolvimento regional Câmara Nacional de Integração de Políticas Regionais e Territoriais.

o No nível estadual: articulação de Plano e Projetos para a macrorregião

o No nível municipal, estímulo à constituição de Consórcios Públicos.  Cooperação vertical: réplica da organização federal com secretarias e

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3. PAINEL UNIÃO EUROPEIA-BRASIL

3.1. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA POLÍTICA REGIONAL DA UNIÃO EUROPEIA

Manfred Beschel (UE) Com formação jurídica, trabalha na Comissão Europeia desde1975. Em 1985, passou a integrar a área de Política Regional da EU. Atuou, desde então, em diversos países da EU como Portugal, Espanha, Inglaterra, Polônia, Finlândia, Estônia e Lituânia.

A-1) Considerações iniciais

Manfred considera que os Diálogos EU-Brasil constituem uma oportunidade de avançar juntos.

Lembra que o princípio de Participação não existia na origem da Comissão Europeia, só vindo a ser incorporado em 1988, em decorrência da Política Regional. Desde então, é considerada parte importante do processo de desenvolvimento econômico.

Salienta que a participação social constitui um processo que nunca termina e muda ao longo dos anos, sempre a recomeçar, “como Sísifo”

Trata-se de um princípio geral, sem nenhuma receita, adaptável ao marco jurídico de cada um dos 27 estados membros da EU.

Em termos de mecanismos públicos, aplica-se o princípio da Subsidiariedade. Isto é, só fazer pela EU o que não pode ser feito pelos estados. Da mesma maneira, no caso dos estados e suas regiões autônomas. Entretanto, há exceções em regiões autônomas como a Escócia, onde existe uma preferência em tratar diretamente com a EU.

O princípio de Boa Governança implica ter metas comuns, não apenas defender interesses próprios. Isto implica em contribuição de cada um. Mas ainda é uma mudança de mentalidade a ser realizada.

Participação implica contrapartida, responsabilidade de todos.

A Participação requer recursos e tempo. Existem diversas maneiras de melhorar uma mudança, mas é preciso que haja o compromisso em resolver problemas, não apenas em cumprir metas.

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A-2) Mecanismos de Participação

 O que é:

o Participação ativa dos parceiros na elaboração, implementação,

monitoramento e avaliação das estratégias e ações da política regional. o Acesso à informação e melhoria da transparência

o Busca de compromisso coletivo e apropriação da política regional. o Ampliação do conhecimento disponível, experiência e diversidade na

elaboração e implementação da política regional.  Quais parcerias

o Organizações locais e regionais competentes e outras autoridades públicas

o Parceiros econômicos e sociais

o Entidades representativas da sociedade civil, inclusive parcerias com organizações ambientais e de defesa da igualdade e não discriminação  Como organizar

o Elaboração de documentos de estratégia, com consulta e cooperação dos parceiros

o Participação ativa no monitoramento e na avaliação do processo.  Regras e prazos claros (quem em quanto tempo)

 Capacitação e apoio aos parceiros, inclusive em termos de cobertura dos custos de participação em reuniões.

 Intercâmbio de boas práticas, entre as organizações da EU e outras redes. A EU mantém vastos sistemas de informação e pessoas para sua manutenção.

A-3) Alguns exemplos

 Liverpool

Grupo Técnico (GT) verifica que todos os projetos financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (ERDF) foram previamente examinados pelas autoridades locais. O mesmo GT emite parecer para o ERDF e articula a constituição de consórcios locais para prestar os serviços financiados pelo Fundo.

 Áustria

Plataforma para o acompanhamento estratégico, disponibilizando processos para aprendizagem e diálogo. Busca ampla parceria para desenvolver novas

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estratégias.  Espanha

Reconhecimento da necessidade de integrar igualdade de gênero em todos os fundos. Envolve monitoramento pelo instituto da mulher.

 Latvia

Coalisão de 80% das entidades ambientais para negociar as metas nacionais de aplicação dos recursos do Fundo Europeu. Abrangeu o estabelecimento de mecanismo de diálogo com os ministérios e de cooperação setorial,

particularmente com as áreas de educação, gênero e problemas sociais.  Alemanha

Comitê de monitoramento das diversos mecanismos da EU, se reúne 5 a 6 vezes por ano e está se organizando como fórum, envolvendo também os responsáveis pela execução das ações e comitês consultivos.

 Dinamarca

O comitê de acompanhamento toma decisões unicamente por consenso  Irlanda

O comitê de acompanhamento e parceiros (da ordem de 50 pessoas) está envolvido em todas as etapas, do planejamento à avaliação dos efeitos passando pela execução, com forte participação e influência.

 Rede Europeia de Autoridades Ambientais para a Coesão das Políticas -ENEA Estabelecida como parte da política de coesão dos programas da EU para os estados membros e países candidatos. A abordagem é de intercâmbio e de boas práticas. Alguns estados membros implantaram redes semelhantes.

3.2. A NOVA PNDR: COMO VIABILIZAR A PARTICIPAÇÃO EFETIVA DA SOCIEDADE

CIVIL NO MODELO DE GOVERNANÇA.

Pedro Silveira Bandeira (UFRGS) Em sua palestra, o Prof. Pedro Bandeira abordou os seguintes aspectos (i)

continuidade da reforma da PNDR, (ii) requisitos para uma efetiva participação da sociedade civil na governança da PNDR e, (iii) experiência de regionalização no Rio Grande do Sul.

Caracterizou, inicialmente, (i) a política “tradicional” de regionalização: centralizada e voltada para a distribuição da atividade industrial no território nacional, por meio de incentivos e (ii) a tentativa de reforma da regionalização, conduzida entre 2003 e 2007, já concebida como de múltiplas escalas, com participação da sociedade civil na governança, mas com déficit de institucionalização e recursos.

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Desenvolvimento Regional (CNDR) deveria, para viabilizar a participação da sociedade civil na governança, incluir em suas diretrizes (i) institucionalizar a escala mesoregional [entre estado e município] e (ii) aumentar a presença não governamental nos colegiados.

Nesta perspectiva, para que a institucionalização cumpra sua função, precisaria que houvesse identificação dos cidadãos com a região, por meio de experiência de vida e visão de mundo compartilhada. As mesorregiões do IBGE que não atendem estes requisitos não poderiam, portanto, ser utilizadas.

Entretanto, Pedro Bandeira observa que já existem processos estaduais e federais que cumprem os requisitos e podem servir de referência para as mesorregiões da PNDR. São aquelas onde existe identidade da população com o território, a começar pela própria denominação da região. [Exemplos da palestra anterior: Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Bico do Papagaio, Seridó].

A-2) Possíveis contribuições da experiência europeia

Ainda, a experiência europeia de regionalização, com suas três escalas, poderia pautar a organização do processo de regionalização. Trata-se basicamente de critérios populacionais [3 a 7, 0,8 a 3 e 0,15 a 0,8 milhões], que garantem à região um patamar mínimo de densidade institucional e de relevância política, sem perder coerência com as unidades estatísticas territoriais existentes.

O palestrante fez também referência, no caso europeu, à existência de

organizações (fóruns ou conselhos) que promovem a articulação e capacitação dos atores regionais. Caso dos Conselhos Econômico e Social adotados em países com a França e a Espanha, mas também em processos de regionalização no Chile, Austrália, Canadá, Filipinas e países da Europa Oriental. Estas

organizações cumprem habitualmente o duplo papel de instâncias de articulação e de representação.

Finalmente, foi indicado que a delimitação das regiões deveria observar aos processos de polarização e dinâmicas de rede, como as redes de cidades, não criando entraves para o processo de articulação dos atores regionais.

A-3) Ensinamentos dos Conselhos Regionais do Rio Grande do Sul - COREDEs

Os COREDEs surgiram em 1991 e abrangem todo o estado. A sociedade rejeitou a proposta do governo de 8 regiões. A solução definitiva, com 20 unidades, teve sua legitimidade articulada com base nas associações de municípios e nas universidades privadas de caráter comunitário. A área de abrangência dos Coredes é critério para regionalização do orçamento.

O Coredes tem assembleia geral, conselho de representantes, diretoria executiva e Comissões setoriais. A articulação entre Coredes se dá por meio de reuniões mensais do Fórum dos Coredes, encontros anuais de avaliação e planejamento, publicações e declaração de princípios.

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plurianuais, planejamento estratégico e a realização de consultas populares. Os resultados são limitados devido ao baixo volume de recursos que transitam pelos Coredes, mas contribuem para a consolidação das identidades regionais.

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4. DEBATES

4.1. INTERVENÇÕES

 Profissional da área de saúde: A saúde é âncora de muitas ações territoriais, como estabelecer uma base comum para a credibilidade do governo, como organizar a participação, promover equidade, definir regiões com as quais a população se identifica. Observei que, quando isto acontece, os efeitos são muito diferentes.

 Paulo BNB: Quanto maior a carência, maior a necessidade de políticas públicas. Como motivar a população, como prestar conta para evitara falta de credibilidade.

 Técnico da CGU que atua junto ao MI, os nossos objetivos são de o Melhoria da Gestão

o Bom andamento da política pública

o Identificação de gargalos antes da execução

o Transparência, por exemplo nos casos de situações de emergência, desenvolvendo soluções do tipo do cartão de pagamento do BB, estabelecendo link direto entre a fonte pagadora e o beneficiário.  Pró-reitor de extensão do Instituto Federal do Espírito Santo: Como ficam as

áreas entre as mesorregiões, os bolsões de pobreza nas regiões metropolitanas, com altos índices sociais e econômicos médios?

4.2. RESPOSTAS

 Pedro Bandeira:

A sociedade não tem expectativa que todas as ações anunciadas sejam realizadas

Maior participação se obtém pelos resultados, é vinculada também ao capital social / organizacional, menos ao grau de riqueza ou de pobreza da

população.

Cuidado com a participação que não é o que parece (objetivos subjacentes de quem promove a ação)

Para as áreas fora das ações da política regional existe uma grande diversidade de políticas. A política regional é parte de um conjunto.  Manfred Beschel:

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coerência.

Saúde como âncora das políticas regionais já é fato, não precisa mais ser demonstrada.

Você não mobiliza a população, mas grupos da população. Você precisa saber como comunicar com esses grupos.

Auditoria: nunca está tudo 100% certo. A atitude precisa ser de acertar, não de condenar.

Manchas de pobreza em cidades ricas: procurar desenvolver interações para resolver por homogeneização.

 Sergio Castro:

Melhorar a credibilidade é relacionado com (i) dar continuidade nas ações, (ii) evitar ou reduzir o excesso de instâncias e a superposição das ações, (iii) buscar soluções de controle que não engessem, como o cartão BB de emergência.

As áreas fora das ações da política regional são consequência dos critérios de elegibilidade. É parte integrante da política. Política regional não é política social nem política industrial, apenas busca harmonização, interação.

5. CONCLUSÕES

5.1. DESTAQUES

Alexandre Garcia (MI)

 Participação permite chegar onde as ações de governo não alcançam.  Participação requer confiança, inclusive com atuação preventiva e proativa

dos órgãos de controle, como o MI vem fazendo com a CGU, tornar mais flexível e renovar o instrumento da Contribuição Corrente para o

financiamento decentralizado.

 Promover o uso de instrumentos que permitam agilidade de ação e controle eficiente, como o caso do cartão da Defesa Civil, operado pelo Banco do Brasil, distribuído em situações de emergência.

Pedro Pontual (SG/PR)

 Formas institucionais da participação são os (i) conselhos, (ii) conferências, (iii) ouvidorias, (iv) audiências e consultas públicas, (v)

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características territoriais (humanas e naturais) e a necessidade de uma política institucional, em todas as escalas, com incorporação da sabedoria e conhecimento popular.

 A participação social no PPA envolve os mais de 30 conselhos nacionais por meio de Fóruns Interconselhos. São mais de 300 conselheiros nacionais que encaminharam cerca de 600 propostas, sendo 97% acatadas integral ou parcialmente.

Sergio Castro (SDR/MI)

 As mesorregiões estão se tornando uma das principais perspectivas de institucionalização da PNDR

 Três formas de organização, com finalidades nitidamente diferenciadas começam a caracterizar abordagens territoriais para a PNDR:

o Núcleos estaduais da Faixa de Fronteira o Consórcios de municípios

o Mesorregiões

 Outras formas de organização territorial para o desenvolvimento regional, fora do âmbito da PNDR, existem, mas não interagem. Trata-se

essencialmente de:

o Comitês e Agências de Bacia Hidrográfica, o Arranjos Produtivos Locais (APLs),

o Destinos Turísticos o Territórios da Cidadania Manfred B (EU)

 Participação implica contrapartida, responsabilidade de todos.  Participação requer recursos e tempo.

 É preciso que haja compromisso de resolver problemas, não apenas cumprir metas.

 Estabelecer regras claras e prazos (quem em quanto tempo)

 Capacitação e apoio aos parceiros, inclusive em termos de cobertura dos custos de participação em reuniões.

 Intercâmbio de boas práticas, entre as organizações da EU e outras redes. A EU mantém vastos sistemas de informação e pessoas para sua

manutenção. Pedro Bandeira (UFRGS)

 Institucionalização de regiões na escala mesorregional, com criação de organizações capazes de sustentar um processo permanente de participação.

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 Aumento da presença não governamental nos diferentes colegiados

5.2. ENCAMINHAMENTOS

O workshop trouxe diversas contribuições para as formulações em curso na CNDR, tanto em termos de cooperação horizontal quanto vertical, mas irá

subsidiar, particularmente, a questão da organização e institucionalização de uma escala mesoregional, suas modalidades permanentes de participação e processos de integração das outras formas de organização territorial, que são os comitês de bacia hidrográfica (CBH), Arranjos Produtivos Locais (APLs), Destinos Turísticos e Territórios da Cidadania.

5.3. REFERÊNCIAS

 IPEA, Boletim de Análise Político Institucional 2, Conselhos Nacionais: perfil e atuação dos conselheiros.

 IPEA, Conferências de Políticas Públicas e Inclusão Participativa: Texto para Discussão.

 IICA-MDA Série Desenvolvimento Rural Sustentável (11 volumes). Publicações disponíveis no site www.iica.org.br

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Referências

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