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Presto. Veloce FORTISSIMO Nº 5 / 2019

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Academic year: 2021

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11

12

ABR

Presto

Veloce

F O R T I S S I M O N º 5 / 2 0 1 9

(2)

P R O G R A M A

RONALDO MIRANDA

Suíte Festiva

Entrada Sombras e luzes Toccata

EDVARD GRIEG

Concerto para piano em lá menor, op. 16

Allegro molto moderato

Adagio

Allegro moderato molto e marcato

I N T E R V A L O

CÉSAR FRANCK

Sinfonia em ré menor

Lento – Allegro non troppo Allegretto

Allegro non troppo

Ministério da Cidadania e

Governo de Minas Gerais

A P R E S E N T A M 1 1 / 0 4 1 2 / 0 4

Presto

Veloce

M A R C O S A R A K A K I , R E G E N T E V L A D I M I R F E LT S M A N , P I A N O

(3)

Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orques-tra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de nove álbuns, sendo quatro para o selo interna-cional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atual-mente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sin-fônicas de Syracuse e de Spokane, da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez

sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York. Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don

Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.

Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escócia, Espanha, Finlândia, Itá-lia, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, re-geu todas as importantes orques- tras brasileiras.

Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.

CAROS AMIGOS

E AMIGAS,

FABIO

MECHETTI

D I R E T O R A R T Í S T I C O E R E G E N T E T I T U L A R

Um dos mais populares e admirados concertos para piano se destaca na apresentação desta noite, sob a hábil e experiente interpretação do pianista russo VIadimir Feltsman. O compositor norueguês Edvar Grieg expressa toda a riqueza melódica proveniente do nacionalismo de seu país e a melancolia que caracteriza a estética romântica.

A mesma profundidade melódica é explorada na Sinfonia em ré menor do belga César Franck, mas aqui aliada a uma dimensão formal

maior. Essa característica confere à Sinfonia de Franck uma dramatici-dade ímpar, produto de uma singular linguagem harmônica que expandiu ainda mais as possibilidades do Romantismo tardio.

Em contraponto e contraste abso-luto, o concerto é aberto com uma importante obra de Ronaldo Miranda, de caráter efusivo e de celebração. A todos, um bom concerto.

FA B I O M EC H E T T I

FO

(4)

Pianista e regente, Vladimir Feltsman é um dos mais versáteis e interessantes músicos do nosso tempo. Seu repertório abarca desde o Barroco até o século XXI. Apresentou-se com as mais impor-tantes orquestras norte-americanas e nos mais prestigiados festivais e salas do mundo. Feltsman foi solista com a Filarmônica de Minas Gerais em 2013. Destaques de temporadas recentes fo- ram concertos em Moscou e St. Peters- burgo, Montevidéu, Cidade do México, Naples e nos festivais de Aspen, Ravínia e Verbier. Apresentou-se com a Orquestra Mozart de Nova York e Gerard Schwarz, com a Filarmônica Boca del Rio e Jorge Mester, realizou recitais em Nova York e na Universidade da Califórnia. Para expressar sua devoção à música de J. S. Bach, Feltsman realizou, em quatro anos consecutivos, um ciclo de concertos com as principais obras para piano do compositor. Produziu também um panorama da música russa contemporânea, com obras de quatorze compositores, incluindo estreias. Nascido em Moscou, Feltsman estreou com a Filarmônica de Moscou aos onze anos. Estudou piano no Conservatório Tchaikovsky com Jacob Flier e regência no mesmo conservatório e também no

de Leningrado (atual St. Petersburgo). Em 1971 recebeu o Grande Prêmio na Competição Internacional de Piano Marguerite Long, em Paris, realizando, em seguida, turnê pela então União Soviética, Europa e Japão.Mudou-se para os Esta- dos Unidos em 1987. Realizou seu primei- ro recital na Casa Branca e, no mesmo ano, estreou no Carnegie Hall, estabele-cendo-se como um pianista de destaque na cena norte-americana e internacional. Feltsman é professor na Universidade Estadual de Nova York, New Paltz, e na Mannes College of Music. Fundou e é diretor artístico do International Festival-Institute Piano Summer at New Paltz. Sua discografia inclui mais de sessenta CDs pelos selos Melodiya, Sony Classical, Musical Heritage e Nimbus. Vladimir Feltsman é um cidadão norte -americano e vive com sua esposa Haewon no estado de Nova York.

VLADIMIR

FELTSMAN

FO TO: DIVUL GA ÇÃ O

Marcos Arakaki teve seu talento reco-nhecido a partir de 2001, quando ven-ceu o I Concurso Nacional Eleazar de Carvalho para Jovens Regentes, promovido pela Orquestra Petrobras Sinfônica. Desde então, tem dirigido as principais orquestras brasileiras, além da Filarmônica de Buenos Aires, de Karkhiv na Ucrânia, a Boshlav Martinu na República Tcheca, a Sinfônica de Xalapa e da Universidade Autônoma do México. Concluiu bacharelado em Música pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e mestrado em Regência Orquestral pela University of Massachusetts. No Aspen Music Festival and School, Estados Unidos, recebeu orientações de David Zinman, Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville Marriner. Atuou como regente titular da Orquestra Sinfônica da Paraíba e assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB). Como regente titular, promoveu uma elogiada reestruturação na Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem. Recebeu o Prêmio Camargo Guarnieri, concedido pelo Festival Internacional de Campos do Jordão, e gravou com a OSB a trilha do filme Nosso Lar, composta por Philip Glass.

Arakaki tem acompanhado importan- tes artistas, tais como Gabriela Mon-tero, Sergio Tiempo, Anna Vinnitiskaya,

Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Pinchas Zukerman, Rachel Barton Pine, Chloë Hanslip, Luíz Fílip, Victor Julien- Laferrière, Günter Klaus, Eddie Daniels, David Gérrier e Yamandu Costa. Desenvolve atividades como coorde- nador pedagógico, professor e pales-trante em projetos culturais, univer-sidades e conservatórios. Professor visitante da Universidade Federal da Paraíba por dois anos, contribuiu para a consolidação da recém-criada Orquestra Sinfônica da UFPB. Marcos Arakaki é regente associado da Filarmônica de Minas Gerais e colabora com a Orquestra desde 2011, com destacada atuação nos concer- tos para formação de público. É autor do livro A História da Música Clássica

Através da Linha do Tempo, lançado

em 2019.

MARCOS

ARAKAKI

FO TO: RAF AEL MO TT A

(5)

MIRANDA

Suíte Festiva

R I O D E J A N E I R O , B R A S I L , 1 94 8

Ronaldo

I N ST RU M E N TA Ç ÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, celesta, harpa, cordas.

E D I TO R A

Academia Brasileira de Música

PA R A O U V I R

CD Concerto de Louvação – obras comemorativas da visita do Papa João II ao Rio de Janeiro – Orquestra Sinfônica Brasileira – Roberto Tibiriçá, regente – RioArte Digital – 1997

PA R A A S S I ST I R

Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas – Ricardo Bologna, regente Acesse: fil.mg/mfestiva

PA R A L E R

Vasco Mariz – História da Música no Brasil – Nova Fronteira – 2000

Manoel Roberto Batista Lopes – Temas gregorianos em quatro obras orquestrais entre os séculos XIX e XX – Dissertação apresentada ao Instituto de Artes da Unicamp – 2006

Ronaldo Miranda, com a qualidade do seu trabalho composicional, tem reatado a criação musical contem-porânea brasileira com o público da música clássica. Sua obra reflete o momento no qual o criador, o improvisador, o intérprete, o crítico musical e o mestre são uma mesma figura. Crítico competente, escreve a música destilada pela sua apreciação, voltada para a beleza e para os valores intrínsecos dessa arte. O resultado impressiona pela singularidade e origi-nalidade num tempo de escassez inventiva de muitos autores. A linguagem musical de Ronaldo Miranda se alterna entre o neomodalismo, o atonalismo e o neotonalismo, que, em suma, se caracterizam, respectivamente, pela sistemática descentralização, dissolução e expansão do sentido tonal.

Em 1997, a Prefeitura do Rio de Janeiro comissionou cinco obras a cinco compositores brasileiros – Edino Krieger, Ricardo Tacuchian, Dawid Korenchendler, Ronaldo Miranda e Almeida Prado – para celebrar a segunda visita do Papa João Paulo II à capital carioca. Da apresentação de estreia, realizada a 30 de novembro daquele ano na Sala Cecília Meireles (RJ), foi confeccionado o CD Concerto de Louvação, lançado no mesmo ano. Na ocasião, a Suíte Festiva de Ronaldo Miranda foi executada pela Orquestra Sinfônica Brasileira sob a regência do maestro Roberto Tibiriçá. A gravação e as partituras foram enviadas

posteriormente ao Vaticano, onde se encontram arquivadas.

Estruturada em três partes, a Suíte

Festiva lança flashes sobre elemen-

tos musicais medievais, gregoria- nos, barrocos, neoclássicos e mo- dernos numa colagem sonora clara e acessível. Os movimentos extre- mos – Entrata e Toccata – comparti- lham do mesmo tom expansivo e fes-tivo. O movimento central – Sombras

e luzes – contrasta seções de melo-

dias tortuosas, cromáticas, escuras, com a singela luminosidade do hino gregoriano em evocação ao Espírito Santo – Veni Creator Spiritus –, ento- ado em eventos solenes da liturgia católica. Martinho Lutero usou-o co- mo base para o coral de Pentecostes, e muitos compositores, em diferentes épocas, empregaram-no em suas obras, entre eles, Hector Berlioz, Gustav Mahler, Paul Hindemith, Mau-rice Duruflé e Krzysztof Penderecki. Ronaldo Miranda frequentou duas tradicionais instituições católicas no

Rio de Janeiro: o Colégio Zaccaria e Santo Inácio, administrados pela Ordem dos Padres Barnabitas e pela Companhia de Jesus, respec-tivamente. Foi nesse tempo que o compositor travou contato com o canto gregoriano. Segundo o pes-quisador Manoel Lopes, “Ronaldo Miranda usou primeiramente o Veni

Creator Spiritus no segundo ato de

sua ópera Dom Casmurro, com o coro masculino e o coro infantil, pa- ra sublinhar as cenas de Bentinho no Seminário. A ópera foi estreada em 1992, no Teatro Municipal de São Paulo. [...] Ronaldo Miranda lembrou-se de novo do Veni Creator e, ao compor a Suíte Festiva, resolveu usá-lo novamente, desta vez, de maneira exclusivamente instrumental”.

M A RC E LO C O R R Ê A

Pianista, Mestre em Piano pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor na Universidade do Estado de Minas Gerais.

1 9 9 7 1 5 M I N U TO S

Primeira apresentação com a Filarmônica

(6)

GRIEG

Concerto para piano em lá menor, op. 16

B E R G E N , N O R U E G A , 1 8 4 3 1 9 0 7

Edvard

I N ST RU M E N TA Ç ÃO

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, cordas. E D I TO R A Peters PA R A O U V I R

CD Grieg – Peer Gynt Suites; Piano Concerto – The Philadelphia Orchestra – Eugene Ormandy, regente – RCA Victor/BMG Music – 1991

PA R A A S S I ST I R

London Symphony Orchestra – André Previn, regente – Arthur Rubinstein, piano Acesse: fil.mg/gpiano16

PA R A L E R

François-René Tranchefort – Guia da música sinfônica – Nova Fronteira – 1990 Kurt Pahlen – História Universal da Música – Melhoramentos – 1963

Numa carta aos pais, escrita em Roma em 1870, Grieg narra o episódio em que ele mostra a Franz Liszt seu

Concerto para piano: “estávamos curiosos para ver

se ele seria capaz de tocar meu concerto à primeira vista. Por mim, achava isso impossível. Liszt era de outra opinião. E pôs-se a tocar. Ao terminar, pôs-se de pé, afastou-se e, em grandes passadas pela sala, vociferava: ‘Sol, sol e não sol sustenido!’ E então, como entre parênteses, baixinho: ‘Smetana trouxe-me recentemente qualquer coisa nesse gênero’. Por fim, devolvendo-me o trabalho, disse-me com aquele seu modo estranho e profundo: ‘Continue assim, é o que lhe digo; você possui as qualidades precisas; não se deixe amedrontar’”.

Narrado em tom de anedota, o episódio revela pon-tos cruciais acerca dessa obra fundamental tanto da literatura pianística quanto do universo sinfônico. Em primeiro lugar, a grande bravura técnica que deman- da do intérprete. Em segundo, a inserção de Grieg em um braço do Romantismo que se volta para ori-gens nacionais, como uma busca por novos materiais expressivos para embasar expressões artísticas indi-viduais. Por fim, as proféticas palavras de Liszt, que posicionam Grieg em um lugar importante da música ocidental, para além do próprio movimento romântico. Grieg vive em um período de grande efervescência política e cultural da Noruega, que acabara de se

libertar da Dinamarca após quatro séculos de dominação. A postura de voltar seus olhos para a imagem de uma Noruega pitoresca, alegre, poética e livre, então, parece ser quase natural. Por isso, sua ati-tude em relação ao folclore não toma ares de manifesto político, mas de uma necessidade interior. Assim como outros compositores contemporâneos seus, oriundos de periferias dos grandes centros culturais europeus, o movimento que realiza em relação ao folclore é o de apropriação de um material musical que ele remodela no seio de uma linguagem romântica já então plenamente consolidada.

O Concerto para piano em lá menor foi composto quando Grieg contava 24 anos de idade, durante uma de suas muitas viagens à Dinamarca, aonde costumava ir em busca de um clima mais ameno. Foi estreado em Copenhagen no ano seguin- te, tendo como solista Edmund Neupert, sob a batuta de Holger Simon Paulli. Várias revisões foram

feitas na partitura desde a primeira execução em público, a última delas datando do ano anterior ao de sua morte. Essa última versão é a que comumente se executa.

Formalmente, o Concerto em lá menor não traz grandes novidades, exceto pelo tratamento dado à forma sonata no primeiro movimento, que tem um desenvolvimento relativa-mente curto em relação às outras partes, principalmente a extensa cadência e a coda que a segue. Não é na inovação formal que Grieg se destaca, mas na riqueza de seu trabalho melódico e harmônico, e em uma rítmica viva, como a do terceiro movimento. Nesses parâmetros é que se observa sua relação com o folclore e, nela, seu próprio caminho de expressão pessoal.

M O AC Y R L AT E R Z A F I L H O

Pianista e cravista, Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa, professor da Universidade do Estado de Minas Gerais e da Fundação de Educação Artística.

1 8 6 8 , V E R S ÃO F I N A L 1 9 0 6 3 0 M I N U TO S

Última apresentação: 9 de maio / 2014 Roberto Tibiriçá, regente convidado Jon Nakamatsu, piano

(7)

FRANCK

Sinfonia em ré menor

L I È G E , B É LG I C A , 1 8 2 2 PA R I S , F R A N Ç A , 1 89 0

César

I N ST RU M E N TA Ç ÃO

2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos, harpa, cordas.

E D I TO R A

Breitkopf & Härtel

PA R A O U V I R

CD César Franck – Sinfonia em ré menor – Royal Concertgebouw Orchestra – Ricardo Chailly, regente – Decca – 1987

CD César Franck – Sinfonia em ré menor – Royal Philharmonic Orchestra – Raymond Leppard, regente – Publifolha, Coleção Folha de Música Clássica – 2006

PA R A A S S I ST I R

Orchestre National de France – Leonard Bernstein, regente Acesse: fil.mg/

fsinfremenor

PA R A L E R

Ralph Hill – Sinfonia – Editora Ulisseia – 1959

Como organista da igreja de Sainte-Clotilde – onde um instrumento maravilhoso, construído por Cavaillé-Coll, correspondia à sua inigualável maestria de intérprete e improvisador –, César Franck levava uma vida metó-dica. Religioso, dava aulas particulares e compunha regularmente. O reconhecimento público traduzia-se na gratidão dos fiéis e dos músicos que frequentavam a igreja para ouvi-lo. Entre outros, Franz Liszt, admira-dor incondicional, cuja influência foi fundamental para Franck, principalmente quanto à elaboração da forma cíclica presente em todas as suas grandes obras- primas da maturidade. As preferências modelares do compositor belga continuaram sendo Bach e Beethoven, mas ele soube contemporizá-las com seu gosto pelo cromatismo e pelas modulações incessantes.

Habituado a longas reflexões, Franck tornou-se extre- mamente meditativo, meticuloso e exigente como compositor. Sua produção realmente valiosa foi composta a partir dos cinquenta anos, quando passou a dedicar-se cada vez a um gênero, para nele lapidar apenas uma e definitiva obra-prima. Assim nasceram o Quinteto para

piano e cordas (1879), as Variações sinfônicas (1885),

o Quarteto em Ré maior (1889), o Prelúdio, coral e

fuga (1884), a Sonata para violino e piano (1886) e a Sinfonia em ré menor (1888). A importância histórica

dessas obras é enorme – elas foram decisivas para a mudança do cenário musical parisiense, indiferente ou até hostil à música instrumental sinfônica e camerística.

Sob tal aspecto a Sinfonia de César Franck marca um ponto culminante na renovação da música orquestral do final do século XIX. Foi elaborada dentro dos princípios cíclicos – a semelhança entre os elementos bá- sicos (motivos intervalares e rítmicos) dos temas de todos os movimentos cria uma sintonia entre as seções, dando maior unidade à composição. O primeiro movimento, Lento –

Allegro non troppo, centrado em

duas tonalidades de base — ré me- nor e fá menor —, deixa-se marcar por muitas modulações. Suas melo-dias predominantemente cromáticas circulam por vários campos tonais, tornando o discurso sonoro bastante dinâmico. A Coda condensa os prin-cipais motivos e conclui o movimento de maneira apoteótica, em Ré maior. Ao longo do Allegretto, o andamento mantém-se inalterado, mas esse segundo movimento apresenta um duplo caráter, de forma a cumprir habilmente os papéis do Andante e do Scherzo das sinfonias clássicas.

Divide-se, assim, em duas seções, absolutamente simétricas quanto ao número de compassos. A parte conclusiva estabelece um diálogo apaixonado dos temas apresenta-dos e termina sobre o acorde de Si bemol maior.

O Finale – Allegro non troppo foi concebido dentro da forma sonata. Mas, seguindo o princípio cíclico, recapitula motivos dos movimen-tos precedentes, transfigurados em suas novas funções e acrescidos de outras ideias adjacentes. A enorme Coda transforma-se numa síntese dos principais temas de toda a Sinfonia. A rica orquestração e a tona- lidade de Ré maior levam a uma con-clusão grandiosa, repleta de alegria. Extraído do texto de PAU LO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS

Pianista, Doutor em Letras, professor na UEMG, autor dos livros Músico, doce

músico e O grão perfumado – Mário de Andrade e a arte do inacabado.

Apresenta o programa semanal Recitais

Brasileiros, pela Rádio Inconfidência.

Última apresentação: 26 de junho / 2015 Yoav Talmi, regente convidado

(8)

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(9)

ORQUESTRA

FILARMÔNICA DE

MINAS GERAIS

INSTITUTO

CULTURAL

FILARMÔNICA

Regente Associado

MARCOS ARAKAKI

Diretor Artístico e Regente Titular

FABIO MECHETTI

Oscip — Organização da Sociedade Civil de Interesse Público

Lei 14.870 / Dez 2003

OS — Organização Social

Lei 23.081 / Ago 2018

* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituta

CONSELHO ADMINISTRATIVO Presidente Emérito Jacques Schwartzman Presidente Roberto Mário Gonçalves Soares Filho

Conselheiros Angela Gutierrez Arquimedes Brandão Berenice Menegale Bruno Volpini Celina Szrvinsk Fernando de Almeida Ítalo Gaetani Marco Antônio Pepino Marco Antônio Soares da Cunha Castello Branco Mauricio Freire Octávio Elísio Sérgio Pena DIRETORIA EXECUTIVA Diretor Presidente Diomar Silveira Diretor Administrativo-financeiro Joaquim Barreto Diretor de Comunicação Agenor Carvalho Diretora de Marketing e Projetos Zilka Caribé Diretor de Operações Ivar Siewers EQUIPE TÉCNICA Gerente de Comunicação Merrina Godinho Delgado Gerente de Produção Musical Claudia da Silva Guimarães Assessora de Programação Musical Gabriela de Souza Produtor

Luis Otávio Rezende

Analistas de Comunicação Fernando Dornas Lívia Aguiar Renata Gibson Renata Romeiro Analista de Marketing de Relacionamento Mônica Moreira Analistas de Marketing e Projetos Itamara Kelly Lilian Sette Assistente de Produção Rildo Lopez Auxiliares de Produção André Barbosa Jeferson Silva EQUIPE ADMINISTRATIVA Gerente Administrativo-financeira

Ana Lúcia Carvalho

Gerente Contábil

Graziela Coelho

Gerente de Recursos Humanos

Quézia Macedo Silva

Analistas Administrativos

João Paulo de Oliveira Paulo Baraldi Secretária Executiva Flaviana Mendes Assistente Administrativa Cristiane Reis Assistente de Recursos Humanos Jessica Nascimento Recepcionistas Meire Gonçalves Vivian Figueiredo Auxiliar Contábil Pedro Almeida Auxiliar Administrativa Geovana Benicio Auxiliares de Serviços Gerais Ailda Conceição Rose Mary de Castro

Mensageiro

Douglas Conrado

Jovem Aprendiz

Sunamita Souza

SALA MINAS GERAIS

Gerente de Infraestrutura Renato Bretas Gerente de Operações Jorge Correia Técnicos de Áudio e de Iluminação Diano Carvalho Rafael Franca Assistente Operacional Rodrigo Brandão FORTISSIMO Abril nº 5 / 2019 ISSN 2357-7258 Editora Merrina Godinho Delgado Edição de texto Berenice Menegale Capa Grieg e amigos — Bergen Public Library

O Fortissimo está indexado aos sistemas nacionais e internacionais de pesquisa. Você pode acessá-lo também em nosso site. Este programa foi impresso em papel doado pela Resma Papéis.

PRIMEIROS VIOLINOS

Anthony Flint – Spalla

Rommel Fernandes –

Spalla associado

Ara Harutyunyan –

Spalla assistente

Ana Paula Schmidt Ana Zivkovic Arthur Vieira Terto Joanna Bello Laura Von Atzingen Luis Andrés Moncada Roberta Arruda Rodrigo Bustamante Rodrigo M. Braga Rodrigo de Oliveira Wesley Prates SEGUNDOS VIOLINOS Frank Haemmer * Hyu-Kyung Jung **** Gideôni Loamir Jovana Trifunovic Luka Milanovic Martha de Moura Pacífico Matheus Braga Radmila Bocev Rodolfo Toffolo Tiago Ellwanger Valentina Gostilovitch VIOLAS

João Carlos Ferreira * Roberto Papi *** Flávia Motta Gerry Varona Gilberto Paganini Katarzyna Druzd Luciano Gatelli Marcelo Nébias Mikhail Bugaev Nathan Medina VIOLONCELOS Philip Hansen * Robson Fonseca *** Camila Pacífico Camilla Ribeiro Eduardo Swerts Emília Neves Lina Radovanovic Lucas Barros William Neres CONTRABAIXOS Nilson Bellotto * André Geiger *** Marcelo Cunha Marcos Lemes Pablo Guiñez Rossini Parucci Walace Mariano FLAUTAS Cássia Lima * Renata Xavier *** Alexandre Braga Elena Suchkova OBOÉS Alexandre Barros * Públio Silva *** Israel Muniz

Maria Fernanda Gonçalves

CLARINETES

Marcus Julius Lander * Jonatas Bueno *** Ney Franco Alexandre Silva FAGOTES Catherine Carignan * Victor Morais *** Andrew Huntriss Francisco Silva TROMPAS

Alma Maria Liebrecht * Evgueni Gerassimov *** Gustavo Garcia Trindade José Francisco dos Santos Lucas Filho Fabio Ogata TROMPETES Marlon Humphreys * Érico Fonseca ** Daniel Leal *** Tássio Furtado TROMBONES

Mark John Mulley * Diego Ribeiro ** Wagner Mayer *** Renato Lisboa TUBA Eleilton Cruz * TÍMPANOS Patricio Hernández Pradenas * PERCUSSÃO Rafael Alberto * Daniel Lemos *** Sérgio Aluotto Werner Silveira HARPA Clémence Boinot * TECLADOS Ayumi Shigeta * GERENTE Jussan Fernandes INSPETORA Karolina Lima ASSISTENTE ADMINISTRATIVO Risbleiz Aguiar ARQUIVISTA Ana Lúcia Kobayashi ASSISTENTES Claudio Starlino Jônatas Reis SUPERVISOR DE MONTAGEM Rodrigo Castro MONTADORES Hélio Sardinha Klênio Carvalho

(10)

S E J A P O N T U A L . C U I D E D A S A L A M I N A S G E R A I S . D E S L I G U E O C E L U L A R ( S O M E L U Z ) . D E I X E PA R A A P L A U D I R A O F I M D E C A D A O B R A . T R A G A S E U I N G R E S S O O U C A R TÃ O D E A S S I N A N T E . N Ã O C O M A O U B E B A . N Ã O F O T O G R A F E O U G R AV E E M Á U D I O / V Í D E O . S E P U D E R , D E V O L VA S E U P R O G R A M A D E C O N C E R T O . FA Ç A S I L Ê N C I O E E V I T E T O S S I R . E V I T E T R A Z E R C R I A N Ç A S M E N O R E S D E 8 A N O S .

NO CONCERTO

EM ABRIL

11 E 12

2 0 h 3 0

Presto e Veloce

4 E 5

2 0 h 3 0

Allegro e Vivace

14

1 1 h R I T M O S L AT I N O - A M E R I C A N O S

Juventude

30

2 0 h 3 0

Filarmônica em Câmara

25 E 26

2 0 h 3 0

Presto e Veloce

INGRESSO

SOLIDÁRIO

PARA USAR, BAIXE O APP GRATUITAMENTE NO SEU CELULAR

A P R O V E I T E PA R A

A P R E S E N TA R A F I L A R M Ô N I C A

A O S A M I G O S , PA R E N T E S O U

E S T U D A N T E S D E M Ú S I C A .

O Assinante pode doar seu ingresso

pelo

aplicativo da Filarmônica até

30 minutos antes do concerto.

Pode também falar com a

Assessoria de Relacionamento

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2 horas antes do concerto.

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Assessoria de Relacionamento

de segunda a sexta, das 9h às 18h

(31) 3219-9009

assinatura@filarmonica.art.br

FO

TO DO FUNDO: JOMAR BRA

(11)

/ F I L A R M O N I C A M G C O MUNICAÇÃ O ICF / 2 019 R E A L I Z A Ç Ã O PA T R O C Í N I O M A N T E N E D O R

Sala Minas Gerais

www.filarmonica.art.br

D I V U L G A Ç Ã O

R U A T E N E N T E B R I T O M E L O , 1 . 0 9 0 — B A R R O P R E T O C E P 3 0 .1 8 0 - 0 7 0 | B E L O H O R I Z O N T E – M G

Referências

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