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Ensaios Econômicos. Desempenho de Estimadores de Volatilidade na Bolsa de Valores de São Paulo. Outubro de Escola de. Pós-Graduação.

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Academic year: 2021

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Ensaios Econômicos

Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas N◦ 458 ISSN 0104-8910

Desempenho de Estimadores de Volatilidade

na Bolsa de Valores de São Paulo

Marcelo Fernandes, Bernardo de Sá Mota

(2)

Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores. As

opiniões neles emitidas não exprimem, necessariamente, o ponto de vista da

Fundação Getulio Vargas.

ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA Diretor Geral: Renato Fragelli Cardoso

Diretor de Ensino: Luis Henrique Bertolino Braido Diretor de Pesquisa: João Victor Issler

Diretor de Publicações Cientícas: Ricardo de Oliveira Cavalcanti

Fernandes, Marcelo

Desempenho de Estimadores de Volatilidade na Bolsa de Valores de São Paulo/ Marcelo Fernandes, Bernardo de Sá Mota  Rio de Janeiro : FGV,EPGE, 2010

(Ensaios Econômicos; 458) Inclui bibliografia.

(3)

Desempenho de Estimadores de Volatilidade na

Bolsa de Valores de S˜

ao Paulo

Bernardo de S´a Mota

Escola de P´os-Gradua¸c˜ao em Economia, Funda¸c˜ao Getulio Vargas Praia de Botafogo, 190, 22253-900 Rio de Janeiro, Brasil

E-mail: bernardo@fgvmail.br Marcelo Fernandes

Escola de P´os-Gradua¸c˜ao em Economia, Funda¸c˜ao Getulio Vargas Praia de Botafogo, 190, 22253-900 Rio de Janeiro, Brasil

E-mail: mfernand@fgv.br

Resumo: O objetivo deste trabalho ´e avaliar o desempenho de diferentes m´etodos de extra¸c˜ao da volatilidade do ´Indice da Bolsa de Valores de S˜ao Paulo (IBOVESPA) tendo como referˆencia a volatilidade realizada. Comparamos modelos da fam´ılia GARCH com estimadores alternativos baseados em cota¸c˜oes de abertura, fechamento, m´aximo e m´ınimo. Os resultados indicam que os estimadores alternativos s˜ao t˜ao precisos quanto os modelos do tipo GARCH, apesar de serem muito mais econˆomicos em termos computacionais.

Classifica¸c˜ao do JEL:C22, G12.

Palavras Chave: Martingala local, valor em risco, varia¸c˜ao quadr´atica, variˆancia realizada.

Agradecimentos: Os autores s˜ao gratos a Osmani Guill´en, Jo˜ao Victor Issler, Hedibert Lopes, e Pedro Saffi pelos coment´arios e ao apoio financeiro prestado por CAPES, CNPq, FAPERJ, e PRONEX. Qualquer erro ´e de exclusiva responsabilidade dos autores.

(4)

1

Introdu¸

ao

O estudo da volatilidade tem grande importˆancia na ´area de finan¸cas, em especial no apre¸camento de derivativos e no gerenciamento de risco. Em particular, para calcular o valor em risco (VaR), a precis˜ao da estimativa de volatilidade ´e fundamental. M´etodos com diversos graus de dificuldade de implementa¸c˜ao tˆem sido utilizados na extra¸c˜ao da volatilidade. O mais simples ´e o desvio padr˜ao hist´orico, que atribui peso uniforme para todas as observa¸c˜oes. Em contraste, o alisamento exponencial (EWMA) atribui peso maior para as observa¸c˜oes mais recentes, mas apresenta o inconveniente da escolha arbitr´aria do peso utilizado. Os modelos da fam´ılia GARCH e de volatilidade estoc´astica n˜ao sofrem destes problemas, de modo que s˜ao bastante utilizados na literatura. Cabe citar ainda a metodologia de volatilidade impl´ıcita, que extrai a volatilidade compat´ıvel com os pre¸cos de op¸c˜oes observados atrav´es de modelos de apre¸camento de op¸c˜oes `a la Black-Scholes.

Apesar da maioria dos estudos utilizando modelos do tipo GARCH e de volatilidade estoc´astica encontrarem coeficientes altamente significantes, estes modelos exibem um fraco desempenho em termos de previs˜ao do retorno futuro ao quadrado. Andersen & Bollerslev (1998) demonstram que o problema n˜ao reside no poder de previs˜ao dos modelos, mas sim na base de compara¸c˜ao. Apesar de ser um estimador n˜ao viesado da variˆancia, o retorno ao quadrado ´e altamente vol´atil e inconsistente. Andersen & Bollerslev sugerem ent˜ao uma base de compara¸c˜ao alternativa denominada variˆancia realizada, que ´e um estimador assintoticamente livre de erro. Andersen & Bollerslev mostram ainda que os modelos da fam´ılia GARCH apresentam boas previs˜oes da variˆancia realizada.

Diversos modelos de extra¸c˜ao de volatilidade s˜ao regularmente aplicados `as s´eries financeiras brasileiras. Pereira, Hotta, Souza & Almeida (1999) e Issler (1999) analisam o desempenho de diversos modelos em termos de ajuste e previs˜ao para as s´eries de taxa de cˆambio (BRL/USD), t´ıtulo

(5)

da d´ıvida brasileira (C-Bond) e Telebr´as PN. Os resultados mostram que os modelos de volatilidade estoc´astica (Pereira et al. 1999) e EGARCH (Issler 1999) s˜ao os melhores em termos de previs˜oes um passo a frente. Sobrinho (2001) realiza um estudo similar para o ´ındice da Bolsa de Valores de S˜ao Paulo (IBOVESPA), comparando modelos da fam´ılia GARCH e de volatilidade estoc´astica. Os resultados mostram que o modelo EGARCH(1,1) possui o melhor desempenho.

Neste trabalho investigamos o desempenho dos estimadores alternativos de Garman & Klass (1980) — doravante estimadores GK — na extra¸c˜ao da volatilidade do IBOVESPA atrav´es da metodologia desenvolvida por Andersen & Bollerslev (1998). Mais especificamente, mensuramos a precis˜ao das estimativas e previs˜oes de cada estimador GK com base na volatilidade realizada do IBOVESPA. Os estimadores GK tˆem como principal caracter´ıstica a facilidade de implementa¸c˜ao, pois dependem apenas de dados publicados diariamente nas se¸c˜oes de finan¸cas de jornais especializados, a saber cota¸c˜oes de abertura, fechamento, m´aximo e m´ınimo. Para efeito de compara¸c˜ao, examinamos tamb´em a acur´acia dos modelos do tipo GARCH, usualmente adotados pela literatura. Os resultados s˜ao de certa forma surpreendentes, pois indicam que alguns estimadores GK tˆem desempenho compar´avel aos dos modelos GARCH.

O restante do trabalho est´a estruturado da seguinte forma. A se¸c˜ao 2 descreve estatisticamente os dados e introduz a nota¸c˜ao utilizada ao longo do trabalho. A se¸c˜ao 3 apresenta a metodologia da volatilidade realizada e a estimativa da volatilidade do IBOVESPA. As se¸c˜oes 4 e 5 apresentam as estimativas dos modelos da fam´ılia GARCH e as medidas alternativas de volatilidade de Garman & Klass (1980), respectivamente. A se¸c˜ao 6 avalia o desempenho dos diversos estimadores em termos de aderˆencia e previs˜ao um passo a frente, al´em da precis˜ao das respectivas medidas de valor em risco. Finalmente, a se¸c˜ao 7 tece alguns coment´arios finais.

(6)

2

Base de Dados e Nota¸

ao

Nesta se¸c˜ao apresentamos uma descri¸c˜ao estat´ıstica dos dados utilizados e introduzimos a nota¸c˜ao empregada ao longo do trabalho. Utilizamos as s´eries de retornos di´arios, de cota¸c˜oes de abertura, fechamento, m´aximos, e m´ınimos, al´em de uma s´erie dos retornos intra-di´arios do IBOVESPA `a vista. Classificamos as amostras da seguinte maneira: (i) dados de retornos di´arios abrangendo o per´ıodo de 01/08/1994 at´e 24/10/2001; (ii) cota¸c˜oes de abertura, fechamento, m´aximo e m´ınimo, abrangendo o per´ıodo de 01/08/1994 at´e 24/10/2001; (iii) dados de retornos intra-di´arios abrangendo o per´ıodo de 06/04/1998 a 24/10/2001.1 Os retornos intra-di´arios foram obtidos a partir da ´ultima cota¸c˜ao observada em cada intervalo de 15 minutos.

2.1 S´erie de retornos di´arios

Particionamos a amostra dos retornos di´arios em dois conjuntos. O primeiro cobre o per´ıodo de 01/08/1994 a 03/04/1998, e serve para a estima¸c˜ao dos parˆametros dos modelos da fam´ılia GARCH, enquanto que realizamos previs˜ao um passo `a frente na segunda sub-amostra (06/04/1998 a 24/10/2001). Consideramos ent˜ao, trˆes subconjuntos da amostra para efeito de an´alise, as duas parti¸c˜oes mencionadas e a amostra completa. A Figura 1 apresenta, al´em da evolu¸c˜ao do IBOVESPA (em log) entre agosto de 1994 e outubro de 2001, as respectivas s´eries de retorno e de volatilidade realizada.

A Figura 1 evidencia diferentes regimes de volatilidade no primeiro subconjunto da amostra, validando a aplica¸c˜ao de modelos de heterocedasticidade condicional. O primeiro regime consiste em um pequeno per´ıodo de baixa volatilidade, seguido por um per´ıodo de alta volatilidade devido provavelmente `a crise do M´exico em dezembro de 1994. Em seguida, a mudan¸ca da banda de flutua¸c˜ao da taxa de cˆambio brasileira em mar¸co 1 Betina D. Martins (DEE, PUC-Rio) forneceu gentilmente a s´erie do IBOVESPA com amostras em intervalos de 15 minutos (fonte: CMA).

(7)

de 1995 aparentemente n˜ao altera o regime de elevada volatilidade na BOVESPA. Segue-se uma nova redu¸c˜ao da volatilidade, que volta a a se elevar somente ap´os a crise da ´Asia em outubro de 1997. Percebemos ainda um per´ıodo de alta volatilidade associado `a morat´oria da R´ussia em agosto de 1998, seguido de baixa volatilidade. Destacamos tamb´em o forte impacto no grau de incerteza causado pelo ataque terrorista em 11 de setembro.

A Tabela 1 documenta as principais estat´ısticas descritivas para as trˆes sub-amostras. Em comum, todas as sub-amostras rejeitam da hip´otese de normalidade. As estat´ısticas de Jarque & Bera (1980) e seus respectivos p-valores indicam a rejei¸c˜ao da hip´otese nula ao n´ıvel de confian¸ca de 99%. Como a rejei¸c˜ao ´e praticamente ditada pelo excesso de curtose, a estima¸c˜ao de modelos de heterocedasticidade condicional se mostra natural. Encontramos ainda evidˆencia a favor de autocorrela¸c˜ao tanto no primeiro subconjunto da amostra quanto na amostra inteira. A autocorrela¸c˜ao foi detectada pela estat´ıstica Q de Ljung & Box (1978) e pela fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao amostral. N˜ao encontramos nenhuma evidˆencia de autocorrela¸c˜ao no segundo subconjunto da amostra. Independentemente da amostra, a fun¸c˜ao de autocorrela¸c˜ao amostral e a estat´ıstica Q indicam evidˆencia de autocorrela¸c˜ao positiva no quadrado do retorno.

2.2 Nota¸c˜ao

Nas pr´oximas se¸c˜oes deste trabalho utilizaremos a seguinte nota¸c˜ao. Denotaremos o logaritmo do IBOVESPA avaliado no instante t por pt. Considerando m observa¸c˜oes por dia, os retornos intra-di´arios ser˜ao escritos como

rm,t ≡ pt− pt−1

m, (1)

onde t = 1/m, 2/m, . . . O retorno di´ario ´e ent˜ao r1,t ≡ pt− pt−1. Em tempo cont´ınuo, o retorno instantˆaneo ´e simplesmente rt ≡ limm→∞rm,t ≡ dpt, enquanto que a sua variˆancia instantˆanea ´e σ2

(8)

3

Volatilidade Realizada

Nesta se¸c˜ao apresentamos a metodologia de extra¸c˜ao de volatilidade desenvolvida por Andersen & Bollerslev (1998). Em seguida, apresentamos a estimativa que obtivemos para o IBOVESPA segundo esta metodologia.

3.1 Metodologia

Para que possamos fazer uso dos resultados de Andersen & Bollerslev (1998) temos que fazer certas hip´oteses sobre o processo gerador dos dados. Assumiremos que o IBOVESPA ´e gerado por uma difus˜ao

dpt= µtdt + σtdWt, (2)

onde µt´e um componente de arrastamento c`adl`ag (cont´ınuo `a direita, com limite `a esquerda), σt um processo estoc´astico estritamente estacion´ario de volatilidade, e Wt um movimento Browniano padr˜ao. O processo descrito em (2) ´e extremamente flex´ıvel e geral, permitindo volatilidade estoc´astica e um arrastamento caracterizado por saltos (Andersen, Bollerslev, Diebold & Labys 2001). Nelson (1990a) mostra inclusive que, no limite em tempo cont´ınuo, os modelos GARCH convergem para processos de difus˜ao que s˜ao casos particulares de (2).

Por simplicidade, vamos assumir que o termo de arrastamento µt´e nulo em (2). Podemos ent˜ao escrever o pre¸co em t da seguinte maneira

pt= p0+ Z t

0

σsdWs. (3)

Os retornos amostrais intra-di´arios s˜ao ent˜ao rm,t = pm,t− pm,t−1 m = Z t t−1 m σsdWs = Z m1 0 σt−1 m+τdWt− 1 m+τ, (4) onde t = 1/m, 2/m, . . .

Assumindo que Wte σts˜ao independentes, e condicionando a esperan¸ca matem´atica no caminho amostral da volatilidade©σ2

s ªt+1 s=t, temos que Ehr1,t+1|©σs2 ªt+1 s=t i = 0. (5)

(9)

Adicionalmente, Varhr1,t+12 ¯¯ ¯©σ 2 s ªt+1 s=t i = Z t+1 t σ2sds,

devido `a isometria de Itˆo. Portanto, podemos afirmar que r1,t+1|©σ2s

ªt+1

s=t ∼ N (0, Ωt+1) , (6)

onde Ωt+1 ≡ R01σ2t+τdτ ´e a variˆancia integrada (Andersen & Bollerslev 1998). Como a variˆancia integrada n˜ao ´e observ´avel, precisamos estim´a-la.

Assumindo que cada dia possui m observa¸c˜oes intra-di´arias, obtemos r1,t+12 ≡ ³Pm j=1rm,t+mj ´2 = m X j=1 r2 m,t+mj + 2 m X j=1 m X i=j+1 rm,t+j mrm,t+ i m. (7) Combinando (6) e (7), chega-se a Eh ³Pm j=1rm,t+mj ´2¯ ¯ ¯©σ 2 s ªt+1 s=t i = E³r21,t+1¯¯ ¯©σ 2 s ªt+1 s=t ´ = Ωt+1, e portanto Eh ³Pm j=1rm,t+mj ´2i = E¡r2 1,t+1¢ = E (Ωt+1) . Deste modo, ³Pm j=1rm,t+mj ´2 e r2

1,t+1 s˜ao ambos estimadores n˜ao tendenciosos da variˆancia Ωt+1. O estimador cl´assico r21,t+1 apresenta no entanto um s´erio inconveniente. Como sua variˆancia ´e constante independentemente do tamanho da amostra, o estimador cl´assico ´e inconsistente.

Se a s´erie de retornos n˜ao apresenta autocorrela¸c˜ao, E¡r2 1,t+1¢ = E ³ Pm j=1r2m,t+j m ´ , (8) onde ˆσ2 m,t ≡ Pm j=1rm,t+2 j m

´e o estimador de variˆancia realizada. Andersen & Bollerslev (1998) demonstram que, na ausˆencia de autocorrela¸c˜ao serial, a variˆancia realizada satisfaz

plimm→∞ µZ 1 0 σt+τ2 dτ − ˆσ2m,t ¶ = 0. (9)

(10)

Em outras palavras, a variˆancia realizada ´e um estimador consistente para a variˆancia integrada (ver Andersen et al. 2001). Denomina-se volatilidade realizada a raiz quadrada positiva da variˆancia realizada.

Oomen (2001) ilustra a diferen¸ca entre os dois estimadores no caso discreto, concluindo que a variˆancia realizada ˆσ2

m,t ´e mais precisa que o estimador cl´assico r2

1,t. Enquanto que o ´ultimo envolve ru´ıdo na estima¸c˜ao da volatilidade di´aria, o primeiro ´e livre de erros de medida quando m ´e suficientemente grande. Entretanto, se os intervalos de observa¸c˜ao dentro do dia forem muito pequenos (m muito grande), podemos ter vi´es na estimativa devido aos fenˆomenos de micro-estrutura (por exemplo, ausˆencia de transa¸c˜oes). Portanto existe um problema de escolha do intervalo de amostragem. Andersen et al. (2001) prop˜oem o uso de retornos de cinco em cinco minutos. Oomen (2001) argumenta que a freq¨uˆencia ´otima para os seus dados ´e 25 minutos, com base na observa¸c˜ao do comportamento da volatilidade realizada e dos termos cruzados na equa¸c˜ao (7). Giot & Laurent (2001) obt´em para os dados que analisam uma freq¨uˆencia ´otima de 15 minutos. A freq¨uˆencia dos nossos dados intra-di´arios ´e de 15 minutos, e os valores da estat´ıstica Q de Ljung-Box sugerem autocorrela¸c˜ao em apenas 15% dos dias estudados.

Na verdade, a presen¸ca de autocorrela¸c˜ao n˜ao invalida a metodologia econom´etrica que utilizamos, pois Bandorff-Nielsen & Shephard (2001, 2002) demonstram a consistˆencia da variˆancia realizada sob condi¸c˜oes mais gerais. Mais especificamente, eles sup˜oem que o retorno segue um semi-martingala do tipo r∞,t= µt+ ξt, onde o componente de arrastamento µt tem varia¸c˜ao limitada em qualquer sub-intervalo finito do intervalo [0, ∞), e ξt ´e um martingala local (por exemplo, dξt = σtdWt). Desta maneira, permite-se que os retornos intra-di´arios sejam correlacionados e ainda assim mant´em-se a propriedade de consistˆencia da variˆancia realizada.

Neste trabalho escreveremos a variˆancia realizada da seguinte maneira: ˆ σ32,t2 = 32 X j=1 r32,t+j/322 , t = 1, . . . , 867 (10)

(11)

onde 32 indica o n´umero de observa¸c˜oes intra-di´arias e 867 o n´umero de dias observados. Apresentamos a volatilidade realizada na Figura 1, que ilustra bem o fato que a variˆancia do estimador cl´assico r2

1,t ´e superior a variˆancia do estimador de variˆancia realizada.

4

Modelos da fam´ılia GARCH

O objetivo desta se¸c˜ao ´e apresentar os modelos da fam´ılia GARCH utilizados para estimar e prever a volatilidade di´aria. Analisamos duas formas para a equa¸c˜ao da m´edia condicional do retorno. Na primeira, a volatilidade n˜ao impacta a m´edia, enquanto que na segunda permitimos esta possibilidade. A introdu¸c˜ao de um termo relacionando a variˆancia condicional com a m´edia condicional tem um forte apelo econˆomico. Agentes avessos ao risco exigem uma compensa¸c˜ao em termos de retorno, de acordo com o grau de risco do ativo. A primeira formula¸c˜ao de modelos de heterocedasticidade condicional com efeito feedback entre os dois primeiros momentos ´e o modelo ARCH-M desenvolvido por Engle, Lilien & Robins (1987).

Como encontramos sinais de dependˆencia temporal nos retornos di´arios na segunda se¸c˜ao, especificamos um modelo autoregressivo para a m´edia condicional. Temos ent˜ao a seguinte forma funcional

r1,t = ϕ + δ r1,t−1+ θ σt|t−1+ εt, (11) onde εt|Ψt−1 ∼ N ³ 0, σ2 t|t−1 ´

e Ψt−1 ´e o conjunto de informa¸c˜ao dispon´ıvel no instante t − 1 de tempo.2

O primeiro modelo estimado ´e o ARCH desenvolvido por Engle (1982). Este modelo busca capturar retornos com caudas pesadas e caracterizados por agrupamentos na volatilidade, que s˜ao fatos estilizados em finan¸cas. 2 Como a estat´ıstica de Ljung-Box apresenta resultados diferentes de acordo ao per´ıodo analisado, tamb´em estimamos recursivamente o coeficiente autoregressivo da m´edia condicional. Apesar das estimativas estabilizarem apenas ap´os a desvaloriza¸c˜ao cambial em fevereiro de 1999, a varia¸c˜ao inicial n˜ao se mostra significativa nos n´ıveis usuais de significˆancia. Resolvemos ent˜ao manter a especifica¸c˜ao da m´edia condicional dada por (11), de modo a evitar problemas de excesso de aderˆencia normalmente associados a modelos mais complexos.

(12)

O segundo ´e o GARCH proposto por Bollerslev (1986), que modela de forma mais parcimoniosa a estrutura de autocorrela¸c˜ao. Estes dois modelos entretanto, n˜ao capturam o efeito alavancagem sugerido por Black (1976), segundo o qual, choques negativos tˆem um impacto maior na volatilidade do que choques positivos. Estimamos ainda os modelos EGARCH (Nelson 1990b) e TARCH (Zakoian 1994) no intuito de capturar o efeito alavancagem. Os modelos s˜ao estimados considerando a m´edia condicional em (11) com θ irrestrito e restrito a zero. Os modelos irrestritos com θ variando livremente s˜ao individuados por um M adicional.

4.1 Sele¸c˜ao dos modelos

Utilizamos os crit´erios de informa¸c˜ao de Akaike e de Schwarz, e o teste de raz˜ao de verossimilhan¸ca para selecionar a estrutura de defasagens mais adequada. Realizamos as compara¸c˜oes separadamente para cada um dos modelos, ARCH(-M), GARCH(-M), EGARCH(-M) e TARCH(-M).

De acordo com o crit´erio de informa¸c˜ao de Akaike, o modelo mais adequado seria o ARCH(8), enquanto que segundo o crit´erio de informa¸c˜ao de Schwarz seria o ARCH(7). Fizemos ent˜ao o teste de raz˜ao de verossimilhan¸ca, sendo a hip´otese alternativa um ARCH(8) e a nula um ARCH(7). N˜ao encontramos evidˆencia para rejeitar a nula, ao n´ıvel usual de 5% de significˆancia, de modo que impor a restri¸c˜ao α8 = 0 n˜ao altera significativamente a aderˆencia do modelo. No segundo modelo do tipo ARCH, assumimos a hip´otese de impacto da volatilidade na m´edia condicional. Ambos os crit´erios de informa¸c˜ao indicam que o modelo mais adequado ´e um ARCH-M(7), embora as estimativas apresentadas na Tabela 2 evidenciem que os coeficientes α5 e α6 n˜ao s˜ao estatisticamente diferentes de zero. Portanto, selecionamos a mesma fun¸c˜ao ced´astica para ambos os modelos σt|t−12 = ω + 7 X j=1 αjε2t−j. (12)

(13)

de defasagens, tanto para o GARCH como para o GARCH-M, s˜ao do tipo (1,1). Segundo o crit´erio de informa¸c˜ao de Akaike, as estruturas mais adequadas, que coincidiram novamente, s˜ao do tipo (3,3). Fizemos o teste de raz˜ao de verossimilhan¸ca, com a hip´otese nula sendo um GARCH(1,1) e a alternativa um GARCH(3,3) e encontramos evidˆencia para rejeitar a nula, ao n´ıvel de confian¸ca de 95%. Obtivemos ainda evidˆencia contra a nula caracterizada pelo modelo GARCH-M(1,1), considerando um GARCH-M(3,3) como alternativa. Portanto, os modelos selecionados s˜ao de terceira ordem com variˆancia condicional dada por

σt|t−12 = ω + 3 X j=1 αjε2t−j+ 3 X j=1 βjσt−j|t−j−12 . (13)

No caso dos modelos EGARCH (k = 5) e EGARCH-M (k = 6), o crit´erio de informa¸c˜ao de Akaike aponta a melhor estrutura de defasagem como sendo (2,3). J´a de acordo com o crit´erio de informa¸c˜ao de Schwarz, a estrutura de defasagem (1,1) ´e a mais adequada. O teste de raz˜ao de verossimilhan¸ca rejeita o modelo mais parcimonioso ao n´ıvel de 5% de significˆancia. A variˆancia condicional, neste caso, ´e dada por

log σt|t−12 = ω + 3 X j=1 (αj| ηt−j| + γjηt−j) + 2 X j=1 βj log σ2t−j|t−j−1, (14)

onde ηt ≡ εt/σt|t−1.Os parˆametros α2, γ2, e α3 do EGARCH(2,3) n˜ao s˜ao significantes ao n´ıvel de confian¸ca de 95%, ver Tabela 3. No caso do EGARCH-M(2,3), os parˆametros α2 e γ2 tamb´em n˜ao s˜ao significantes (ver Tabela 3). Entretanto, de acordo com a metodologia de sele¸c˜ao adotada estes foram os modelos selecionados e os manteremos para posteriores estudos.

Ambos os crit´erios de informa¸c˜ao sugerem que uma estrutura de defasagem de primeira ordem ´e a mais adequada para os modelos TARCH e TARCH-M. Portanto, a variˆancia condicional ´e dada por

σt|t−12 = ω +hα1+ γ1I(εt< 0) i

ε2t−1+ β1σ2t−1|t−2, (15) ondeI(·) denota a fun¸c˜ao indicadora.

(14)

4.2 Resultados

As estimativas reportadas na Tabela 2 mostram que diversos parˆametros n˜ao s˜ao estatisticamente diferentes de zero. Por exemplo, o coeficiente θ associado ao impacto da volatilidade na m´edia condicional n˜ao se mostra estatisticamente diferente de zero ao n´ıvel de significˆancia de 5% em nenhuma instˆancia. Decidimos manter os modelos irrestritos, pois os modelos restritos geram resultados qualitativamente parecidos. A partir dos modelos estimados, podemos calcular a volatilidade estimada em cada instante do tempo e realizar previs˜ao um passo `a frente. A Figura 2 apresenta a volatilidade estimada por cada modelo do tipo GARCH utilizando a amostra completa, enquanto que a Figura 3 exibe as previs˜oes um passo `a frente. Para a an´alise fora da amostra, estimamos o modelo at´e o per´ıodo t, e ent˜ao fazemos a previs˜ao para o per´ıodo t + 1. Em t + 1, reestimamos o modelo e fazemos a previs˜ao para t + 2, e assim por diante.

Para avaliar as diversas especifica¸c˜oes da fun¸c˜ao ced´astica, investigamos os res´ıduos padronizados ˆηt ≡ ˆεt/ˆσt|t−1. N˜ao encontramos evidˆencia de correla¸c˜ao serial, indicando que o modelo autoregressivo de primeira ordem para a m´edia condicional ´e suficiente para capturar a autocorrela¸c˜ao do IBOVESPA.3 N˜ao encontramos evidˆencia de correla¸c˜ao serial nas s´eries dos res´ıduos padronizados ao quadrado nos modelos EGARCH e ARCH, indicando que estes modelos capturam bem o agrupamento de volatilidade. Encontramos por´em uma fraca autocorrela¸c˜ao de segunda ordem nos quadrados dos res´ıduos padronizados dos modelos GARCH e TARCH.

Realizamos ainda um teste de normalidade condicional dos res´ıduos padronizados pensando na aplica¸c˜ao do modelo de valor em risco Gaussiano. Para isto testamos se ˆηt∼ N (0, 1) atrav´es do teste de Jarque & Bera (1980). Os resultados rejeitando a hip´otese nula ao n´ıvel de significˆancia de 5% n˜ao s˜ao surpreendentes em vista dos coeficientes de assimetria e curtose dos res´ıduos padronizados na Tabela 3. Deste modo, calcularemos o valor em 3 As estat´ısticas Q at´e a trig´esima sexta ordem n˜ao s˜ao significantes ao n´ıvel de confian¸ca de 95%.

(15)

risco (se¸c˜ao 6.2) a partir da distribui¸c˜ao emp´ırica dos res´ıduos padronizados em vez de assumir, como usualmente feito na literatura, a normalidade dos mesmos.

5

Medidas Alternativas de Volatilidade

Apresentamos nesta se¸c˜ao, os estimadores GK, que objetivam extrair medidas de volatilidade considerando apenas dados usualmente publicados na se¸c˜ao de finan¸cas de jornais especializados. Garman & Klass (1980) assumem o seguinte processo gerador de dados

dpt= σ dWt, (16)

onde a volatilidade σ ´e constante. Como (16) ´e uma caso particular de (2), a metodologia que empregamos para avaliar as estimativas de volatilidade se mostra bastante natural e conveniente.

5.1 Estimadores

Denote a fra¸c˜ao do dia em que a bolsa est´a fechada por f . Sejam os pre¸cos de fechamento de ontem e hoje dados por Ct−1e Ct, respectivamente. Denotaremos por Oto pre¸co de abertura hoje, o m´aximo e o m´ınimo no dia por Hte Lt, respectivamente. As cota¸c˜oes de m´aximo, m´ınimo e fechamento normalizadas pelo pre¸co de abertura s˜ao definidas por ut = Ht − Ot, dt= Lt− Ot e ct= Ct− Ot, respectivamente.

O primeiro estimador abordado por Garman & Klass (1980) ´e o estimador cl´assico

GK0,t≡ (Ct− Ct−1)2= r21,t. (17)

Este estimador foi utilizado durante muito tempo na literatura para avaliar as estimativas derivadas de modelos do tipo GARCH por proporcionar um estimador n˜ao viesado da variˆancia. Andersen & Bollerslev (1998) demonstram entretanto que (17) envolve consider´avel erro de medida.

(16)

O segundo estimador adiciona informa¸c˜ao sobre a cota¸c˜ao de abertura: GK1,t= (Ot− Ct−1)2 2f + c2 t 2(1 − f ). (18)

Definindo a eficiˆencia relativa de um estimador em rela¸c˜ao ao estimador cl´assico GK0,t a partir da raz˜ao entre suas variˆancias, Garman & Klass (1980) mostram que GK1,t traz ganhos de eficiˆencia ao reduzir `a metade a variˆancia da estimativa.

O terceiro estimador, atribu´ıdo `a Parkinson (1976), procura aproveitar da informa¸c˜ao contida nas cota¸c˜oes de m´ınimo e m´aximo, mas assume que o mercado opera de forma cont´ınua (f = 0):

GK2,t=

(ut− dt)2

4 log 2 . (19)

Garman & Klass (1980) demonstram que este estimador ´e bem mais eficiente que o anterior, pois utiliza informa¸c˜ao sobre o que ocorreu dentro do dia, e n˜ao apenas uma foto do in´ıcio (ou fim) do dia de transa¸c˜ao. Seguindo a mesma linha de Parkinson (1976), Garman & Klass (1980) chegam a um estimador ainda mais eficiente usando n˜ao apenas as cota¸c˜oes de m´aximo e m´ınimo, mas tamb´em de abertura e fechamento. O quarto estimador pode ser escrito ent˜ao como

GK3,t= a

(Ot− Ct−1)2

f + (1 − a)

(ut− dt)2

4 log 2 (1 − f ), (20)

onde a ´e uma constante, que Garman & Klass argumentam minimizar a variˆancia do estimador caso a = 0, 17.

Garman & Klass buscam ainda um estimador n˜ao viesado com menor variˆancia na classe estimadores invariantes `a escala com f = 0. O melhor estimador anal´ıtico invariante `a escala ´e dado por

GK4,t= 0, 511 (ut− dt)2− 0, 019 [ct(ut+ dt) − 2 utdt] − 0, 383 c2t. (21) Garman & Klass apresentam uma modifica¸c˜ao de GK4, que elimina os produtos cruzados em (21):

(17)

Este estimador apresenta quase a mesma eficiˆencia que GK4,t, mas tem a vantagem de ser mais pr´atico.

O ´ultimo estimador promove uma simples altera¸c˜ao em GK4,tpara levar em considera¸c˜ao o fato do mercado fechar (0 < f < 1):

GK6,t= a(Ot− Ct−1) 2

f + (1 − a)

GK4,t

1 − f . (23)

Garman & Klass (1980) afirmam que a = 0, 12 minimiza a variˆancia deste estimador, tornando-o mais eficiente que GK4. As estimativas de volatilidade obtidas a partir de (17) a (23) est˜ao apresentadas na Figura 4. 5.2 Dinˆamica para previs˜ao

O maior inconveniente dos estimadores GK ´e a ausˆencia de dinˆamica, em contraste com os modelos da fam´ılia GARCH. Assim, para realizar previs˜oes com base nestes estimadores, temos que assumir algum tipo de dinˆamica para o processo da volatilidade. Podemos pensar nesta dinˆamica como uma tentativa de captar o fluxo de informa¸c˜oes do mercado.

Como na se¸c˜ao 2 encontramos evidˆencias de agrupamento de volatilidade, propomos ent˜ao o emprego de modelos do tipo ARMA: GKi,t = p X j=1 βjGKi,t−j + ²t+ q X `=1 α`²t−`, i = 0, . . . , 6 (24) onde ²t ´e um ru´ıdo branco e (p, q) ∈ {(1, 0), (2, 0), (1, 1), (2, 2)}. Mais especificamente, assumimos 4 modelos alternativos [AR(1), AR(2), ARMA(1,1) e ARMA(2,2)] para a dinˆamica da volatilidade conforme medida pelos estimadores GK. A Figura 5 exibe as previs˜oes fora da amostra considerando uma dinˆamica ARMA(1,1). Omitimos os resultados das demais dinˆamicas devido ao fato de serem visualmente muito similares.

Assim como no caso dos estimadores da fam´ılia GARCH, testamos a normalidade dos res´ıduos padronizados. Os resultados do teste de Jarque & Bera na Tabela 4 sugerem a rejei¸c˜ao da hip´otese de normalidade dos res´ıduos padronizados ao n´ıvel de 5% de significˆancia. Em particular, os res´ıduos padronizados exibem leve assimetria e um elevado excesso de curtose.

(18)

Ademais, notamos que os retornos padronizados dos modelos GARCH apresentam um menor excesso de curtose, mas um maior coeficiente de assimetria (em magnitude) que os retornos padronizados pelos estimadores alternativos de volatilidade.

6

Avalia¸

ao dos estimadores de volatilidade

Nesta se¸c˜ao confrontamos as estimativas e previs˜oes fora da amostra derivadas dos diferentes modelos da fam´ılia GARCH e dos estimadores alternativos, baseando-nos na variˆancia realizada. Temos portanto um total de 15 estimadores, 7 deles propostos por Garman & Klass e 8 estimadores da fam´ılia GARCH. Quanto `as previs˜oes fora da amostra, temos 8 obtidas a partir dos modelos do tipo GARCH, al´em de quatro para cada um dos 7 estimadores GK.

De maneira an´aloga a Andersen & Bollerslev (1998), avaliamos as estimativas e previs˜oes em rela¸c˜ao `a variˆancia realizada. Utilizamos trˆes medidas de desempenho: (1) a raiz do erro quadr´atico m´edio (REQM ); (2) erro absoluto m´edio (EAM ); e (3) desempenho dos estimadores quando aplicados `a extra¸c˜ao do valor em risco (VaR). Uma alternativa seria considerar o apre¸camento de op¸c˜oes para avaliar o desempenho dos estimadores de volatilidade. A id´eia consiste em montar uma carteira de op¸c˜oes e verificar qual estimador de volatilidade proporciona um maior retorno. Andrade (1996) realiza um estudo desse gˆenero para uma carteira de op¸c˜oes de Telebr´as, concluindo que os estimadores GK n˜ao apresentam bons resultados. Entretanto, White (2000) critica exatamente esse tipo de an´alise por ser fortemente dependente de uma ´unica realiza¸c˜ao do processo estoc´astico gerador dos dados e sugere um teste de realidade calcado em t´ecnicas de reamostragem.4

4 Saffi (2002) elabora uma aplica¸c˜ao do teste de realidade de White (2000) para o IBOVESPA futuro.

(19)

6.1 REQM e EAM

As duas primeiras medidas de desempenho, REQM e EAM , d˜ao uma no¸c˜ao do qu˜ao distante est˜ao as estimativas da variˆancia realizada:

REQM (x) = " 1 T T X t=1 ¡xt− ˆσ32,t2 ¢2 #1/2 , (25) EAM (x) = 1 T T X t=1 ¯ ¯xt− ˆσ232,t ¯ ¯, (26) onde © ˆσ2 32,t ªT

t=1 ´e a s´erie de variˆancia realizada, T o n´umero de dias na amostra, e {xt}Tt=1 a s´erie de estimativas ou previs˜oes da variˆancia de um determinado modelo.

No caso das estimativas de volatilidade a Tabela 5 evidencia que o modelo EGARCH-M(2,3) tem o melhor desempenho na classe GARCH segundo ambas as medidas. Quanto aos estimadores alternativos, segundo o REQM o melhor ´e o GK4, e GK5 de acordo ao EAM . Considerando todos os estimadores, o EGARCH-M(2,3) ´e o melhor segundo a medida REQM , enquanto que GK5 apresenta o melhor desempenho de acordo ao EAM . Ao considerarmos a qualidade dos modelos da fam´ılia GARCH para prever volatilidade na Tabela 6, o EGARCH(2,3) apresenta a melhor performance segundo ambas as medidas. Dentre os modelos autoregressivos propostos para os estimadores GK, a Tabela 7 indica que as melhores previs˜oes derivam do estimador GK4 com dinˆamica ARMA(2,2), que apesar da simplicidade possui desempenho compar´avel aos modelos do tipo GARCH.

6.2 Valor em risco

Define-se o valor em risco (VaR) como a perda esperada m´axima em um dado horizonte de tempo a um certo n´ıvel de confian¸ca. Temos portanto, dois parˆametros de escolha, o horizonte de tempo e o n´ıvel de confian¸ca. Seja p1,to logaritmo do pre¸co do ativo em quest˜ao no dia t, podemos definir a perda esperada m´axima em t em termos de retorno:

(20)

Se a abordagem fosse param´etrica, usualmente assumir´ıamos normalidade condicional, de modo que

r1,t− δ r1,t−1− θ σt|Ψt−1∼ N¡0, σt2¢ . (27)

Formalmente podemos definir a medida VaR1,t como o limite superior de um intervalo de confian¸ca unilateral

Pr [r1,t− δ r1,t−1− θ σt< −VaR1,t|Ψt−1] = α, (28) onde 1 − α ´e o n´ıvel de confian¸ca do intervalo. Note que estamos definindo o valor VaR1,tcomo positivo, pois trata-se de uma perda. A partir da equa¸c˜ao (28) podemos definir o VaR1,t. Seja x∗α tal que

α = Φ (x∗α) = Z x∗α −∞ φ(x)dx, logo, VaR1,t = x∗ασt. (29)

Devido `a rejei¸c˜ao da normalidade, consideramos tamb´em um VaR semi-param´etrico substituindo a distribui¸c˜ao normal padr˜ao Φ(·) pela distribui¸c˜ao emp´ırica dos res´ıduos padronizados. Calculamos as previs˜oes do VaR di´ario ao n´ıvel de confian¸ca de 90%, 95% e 99% para todos os modelos do tipo GARCH e estimadores GK. Para efeito de ilustra¸c˜ao, apresentamos nas Figuras 6 e 7 apenas as previs˜oes baseadas respectivamente nos modelos GARCH e de Garman & Klass com dinˆamica ARMA(1,1) ao n´ıvel de confian¸ca de confian¸ca de 95%.

6.2.1 Avalia¸c˜ao das previs˜oes do VaR

Para avaliarmos a qualidade das previs˜oes do VaR, conduzimos um exerc´ıcio de backtesting. Mais precisamente, determinamos intervalos de confian¸ca para o n´umero de vezes que observa-se uma perda maior do que a prevista, isto ´e, o n´umero de falhas do VaR. Sob a hip´otese de que o modelo est´a correto esperar´ıamos que uma freq¨uˆencia relativa (absoluta) de falhas de no m´aximo 0,10 (87 vezes), 0,05 (44 vezes) e 0,01 (9 vezes) conforme o n´ıvel de

(21)

confian¸ca. A Tabela 8 documenta apenas os resultados do VaR emp´ırico, embora a discuss˜ao a seguir mencione alguns resultados do VaR baseado na distribui¸c˜ao normal padr˜ao.

Ao n´ıvel de confian¸ca de 90%, os modelos ARCH(-M) e GARCH(-M) n˜ao satisfazem completamente. Em especial, os ARCH(-M) apresentam um n´umero de falhas que se situa fora do intervalo de confian¸ca. J´a os modelos EGARCH(-M) e TARCH-M apresentam um n´umero de falhas dentro do intervalo de confian¸ca. Quando avaliado ao n´ıvel de confian¸ca de 95%, o VaR baseado na distribui¸c˜ao emp´ırica n˜ao apresenta muita diferen¸ca no caso dos modelos do tipo GARCH em rela¸c˜ao ao VaR calculado a partir da distribui¸c˜ao normal. Temos uma melhora substancial ao n´ıvel de confian¸ca de 99%, o VaR emp´ırico, reduz o n´umero de falhas em todos os casos quando comparamos com o VaR Gaussiano. Em particular, se situam sempre dentro do intervalo de confian¸ca.

No caso dos estimadores alternativos, o VaR Gaussiano se caracterizou por poucos modelos com o n´umero de falhas dentro do intervalo de confian¸ca, conforme esperado haja vista a n˜ao normalidade dos res´ıduos padronizados. O VaR emp´ırico apresentou um grande avan¸co. Para todos os n´ıveis de confian¸ca estudados (90%, 95% e 99%) os resultados melhoram substancialmente. Em particular, GK4 e GK5 apresentam excelentes resultados, pois para todos os n´ıveis de confian¸ca estudados o n´umero de falhas foi estatisticamente igual ao esperado. Ao n´ıvel de 90% de significˆancia, todos estimadores, independentemente da dinˆamica empregada, exibem um n´umero de falhas compat´ıvel com o esperado. Ao n´ıvel de 95% de confian¸ca, apenas os GK2 e GK3 n˜ao apresentam bons resultados. J´a ao n´ıvel de confian¸ca de 99%, al´em dos GK2 e GK3, apenas o GK6 n˜ao se mostra adequado.

Em resumo, ao utilizarmos a distribui¸c˜ao emp´ırica para calcularmos o valor em risco, encontramos resultados bem favor´aveis aos estimadores GK4 e GK5, independentemente da escolha da dinˆamica para previs˜ao (ver Tabela 8). Os modelos EGARCH(-M) e TARCH(-M) tamb´em se apresentam muito

(22)

bem, enquanto que o n´umero de falhas dos modelos GARCH(-M) ficam muito pr´oximos ao limite superior do intervalo de confian¸ca. Os modelos ARCH(-M) extrapolam o intervalo de confian¸ca para o n´umero de falhas apenas ao n´ıvel de confian¸ca de 90% (ver Tabela 8). Portanto, comprovamos mais uma vez que os estimadores GK desempenham t˜ao bem quanto os modelos do tipo GARCH usualmente empregados pela literatura.

7

Conclus˜

oes

Neste trabalho estimamos uma medida de volatilidade para o IBOVESPA, ainda n˜ao utilizada em trabalhos para o mercado brasileiro, denominada variˆancia realizada. A variˆancia realizada tem duas propriedades importantes para um estimador da variˆancia: ausˆencia de vi´es e consistˆencia. Estas propriedades tornam este estimador mais adequado que o estimador cl´assico dado pelo retorno ao quadrado, que ´e inconsistente, apesar de n˜ao viesado.

Comparamos as estimativas de modelos da fam´ılia GARCH com estimadores GK com base na volatilidade realizada, de maneira an´aloga a Andersen & Bollerslev (1998). Conclu´ımos que, em geral, os estimadores GK4 e GK5 apresentam resultados compar´aveis aos dos modelos do tipo GARCH, apesar de serem muito mais simples. Para os estimadores alternativos n˜ao ´e necess´ario de um procedimento de especifica¸c˜ao e sele¸c˜ao de modelos, que torna mais complexa e demorada a tarefa de estima¸c˜ao da volatilidade.

O excelente desempenho dos estimadores GK abre novos horizontes para a an´alise de causalidade na variˆancia. Os modelos GARCH multivariados s˜ao extremamente dif´ıceis de serem estimados, enquanto que uma an´alise calcada em variˆancias realizadas exigiria uma base de dados intra-di´arios. Os estimadores GK s˜ao facilmente calculados a partir de dados di´arios de f´acil acesso, a saber cota¸c˜oes de fechamento, abertura, m´aximo e m´ınimo. Com efeito, pretendemos investigar padr˜oes de causalidade na variˆancia entre os

(23)

principais mercados financeiros da Am´erica Latina a partir de um modelo vetor autoregressivo para as estimativas GK.

(24)

Referˆ

encias

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(26)

10−10−1995 19−12−1996 04−03−1998 24−05−1999 04−08−2000 24−10−2001 7 8 9 10 10−10−1995 19−12−1996 04−03−1998 24−05−1999 04−08−2000 24−10−2001 −0.2 0 0.2 0.4 0.6 10−10−1995 19−12−1996 04−03−1998 24−05−1999 04−08−2000 24−10−2001 0 0.1 0.2 0.3 0.4

Retorno (valor absoluto) Volatilidade Realizada

(27)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 ARCH(7)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 ARCH−M(7)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GARCH(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GARCH−M(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0

0.05 0.1

EGARCH(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0

0.05 0.1

EGARCH−M(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 TARCH(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 TARCH−M(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 Volatilidade realizada

(28)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 ARCH(7)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 ARCH−M(7)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GARCH(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GARCH−M(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0

0.05 0.1

EGARCH(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0

0.05 0.1

EGARCH−M(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 TARCH(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 TARCH−M(2,3)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 Volatilidade realizada

(29)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.1 0.2 0.3 0.4 GK0

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.1 0.2 0.3 0.4 GK1

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.1 0.2 0.3 0.4 GK2

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.1 0.2 0.3 0.4 GK3

Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GK3

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GK5

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.1 0.2 0.3 0.4 GK6

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 Volatilidade realizada

(30)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GK0

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.1 0.2 0.3 0.4 GK1

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GK2

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.1 0.2 0.3 0.4 GK3

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GK4

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 GK5

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.1 0.2 0.3 0.4 GK6

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 0 0.05 0.1 0.15 0.2 Volatilidade realizada

(31)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 VaR − ARCH(7) − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 VaR − ARCH−M(7) − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 VaR − GARCH(2,3) − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 VaR − GARCH−M(2,3) − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.2 −0.15 −0.1 −0.05 0 VaR − EGARCH(2,3) − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.2 −0.15 −0.1 −0.05 0 VaR − EGARCH−M(2,3) − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.2 −0.15 −0.1 −0.05 0 VaR − TARCH(1,1) − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.2 −0.15 −0.1 −0.05 0 VaR − TARCH−M(1,1) − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.2

−0.15 −0.1 −0.05 0

VaR − Volatilidade realizada − IC 95%

(32)

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 VaR − GK0 − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 VaR − GK1 − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 VaR − GK2 − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.8 −0.6 −0.4 −0.2 0 VaR − GK3 − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.2 −0.15 −0.1 −0.05 0 VaR − GK4 − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.2 −0.15 −0.1 −0.05 0 GK5 − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.4 −0.3 −0.2 −0.1 0 GK6 − IC 95%

Jun98 Jun99 Jul00 Jul01 −0.2 −0.15 −0.1 −0.05 0 Volatilidade realizada − IC 95%

(33)

Tabela 1

Estat´ısticas descritivas do retorno di´ario do IBOVESPA

08/94-03/98 04/98-10/01 08/94-10/01 m´edia 0,0011 0,0000 0,0006 mediana 0,0027 -0,0005 0,0013 desvio padr˜ao 0,0276 0,0289 0,0282 assimetria 0,1299 0,9308 0,5451 curtose 11,2830 18,5123 15,1223 m´aximo 0,2281 0,2882 0,2882 m´ınimo -0,1622 -0,1723 -0,1723 Jarque-Bera 2.603,95 (0,0000) 8.818,00 (0,0000) 10.968,43 (0,0000) Q1(1) 6,5167 (0,0107) 0,0528 (0,8183) 3,6652 (0,0556) Q1(6) 34,9963 (0,0000) 7,0667 (0,3147) 27,9115 (0,0001) Q1(36) 95,3183 (0,0000) 58,6540 (0,0099) 87,6765 (0,0000) Q2(1) 39,1090 (0,0000) 77,9103 (0,0000) 127,7993 (0,0000) Q2(6) 302,2346 (0,0000) 124,5584 (0,0000) 322,9401 (0,0000) Q2(36) 473,0041 (0,0000) 175,2550 (0,0000) 477,2864 (0,0000)

N´umeros em parˆenteses indicam p-valores. Q1(k) e Q2(k) referem-se `as

estat´ısticas de Ljung-Box nas s´eries de retorno e retorno ao quadrado com k defasagens, respectivamente.

(34)

Tabela 2

Estimativas dos modelos do tipo GARCH

ARCH(7) ARCH-M(7) GARCH(3,3) GARCH-M(3,3) EGARCH(3,2) EGARCH-M(3,2) TARCH(1,1) TARCH-M(1,1)

m´edia condicional ϕ 0,002(0,0006) 0,007(0,0017) 0,002(0,0006) 0,003(0,0016) 0,001(0,0006) 0,002(0,0015) 0,002(0,0007) 0,003(0,0018) δ 0,105(0,0320) 0,105(0,0354) 0,080(0,0318) 0,078(0,0335) 0,111(0,0342) 0,105(0,0352) 0,123(0,0329) 0,119(0,0347) θ 0,005(0,0861) -0,062(0,0819) -0,065(0,0819) -0,065(0,0936) variˆancia condicional ω(×100) 0,01(0,0018) 0,01(0,0018) 0,003(0,0012) 0,003(0,0011) -8,95(0,0365) -9,11(0,0365) 0,003(0,0007) 0,003(0,0007) α1 0,224(0,0507) 0,224(0,0515) 0,159(0,0282) 0,252(0,0280) 0,197(0,0725) 0,194(0,0722) 0,069(0,0338) 0,066(0,0331) α2 0,245(0,0405) 0,244(0,0405) 0,253(0,0256) 0,120(0,0252) -0,005(0,1312) 0,008(0,1312) α3 0,126(0,0528) 0,126(0,0529) 0,123(0,0297) 0,120(0,0295) -0,131(0,0682) -0,141(0,0685) α4 0,099(0,0384) 0,098(0,0387) α5 0,060(0,0466) 0,059(0,0466) α6 -0,022(0,0266) -0,022(0,0266) α7 0,172(0,0454) 0,170(0,0453) γ1 -0,157(0,0448) -0,159(0,0450) γ2 0,051(0,0767) 0,055(0,0773) γ3 0,106(0,0445) 0,103(0,0447) β1 -0,452(0,0323) -0,450(0,0310) 1,652(0,0902) 1,650(0,0902) 0,768(0,0315) 0,775(0,0317) β2 0,166(0,0302) 0,168(0,0293) -0,657(0,0889) -0,655(0,0909) β3 0,749(0,0263) 0,753(0,0251) φ 0,234(0,0472) 0,238(0,0466) 32

(35)

Tabela 3

Estat´ısticas descritivas do retornos padronizados por modelos do tipo GARCH

Jarque-Bera assimetria curtose

ARCH(7) 83,9777 (0,0000) -0,3446 4,3610 ARCH-M(7) 86,9283 (0,0000) -0,3514 4,3839 GARCH(3,3) 99,8338 (0,0000) -0,3139 4,5404 GARCH-M(3,3) 113,0404 (0,0000) -0,2661 4,6881 EGARCH(2,3) 82,4896 (0,0000) -0,2312 4,4395 EGARCH-M(2,3) 115,011 (0,0000) -0,2939 4,6858 TARCH(1,1) 51,1379 (0,0000) -0,2050 4,1177 TARCH-M(1,1) 55,1701 (0,0000) -0,2103 4,1627 variˆancia realizada 7,4322 (0,0243) 0,1238 2,6197 Os p-valores seguem em parˆenteses.

(36)

Tabela 4

Estat´ısticas descritivas dos retornos padronizados pelos estimadores alternativos

Jarque-Bera assimetria curtose Jarque-Bera assimetria curtose

GK0 AR(1) 1.108,5 (0,0000) 0,0056 8,5425 GK0 ARMA(1,1) 703,674 (0,0000) 0,0356 7,4155 AR(2) 1.334,3 (0,0000) -0,2109 9,0662 ARMA(2,2) 1.246,9 (0,0000) -0,2007 8,8648 GK1 AR(1) 1.509,7 (0,0000) 0,1150 9,4641 GK4 AR(1) 1.402,9 (0,0000) 0,0338 9,2350 AR(2) 1.550,8 (0,0000) -0,1216 9,5512 AR(2) 1.017,3 (0,0000) 0,1564 8,3005 ARMA(1,1) 1.019,8 (0,0000) 0,1252 8,3103 ARMA(1,1) 878,774 (0,0000) 0,2788 7,9033 ARMA(2,2) 1.229,6 (0,0000) -0,0251 8,8372 ARMA(2,2) 832,134 (0,0000) 0,2620 7,7735 GK2 AR(1) 1.002,1 (0,0000) -0,0818 8,2674 GK5 AR(1) 1.378,9 (0,0000) 0,0258 9,1816 AR(2) 766,63 (0,0000) -0,0068 7,6093 AR(2) 999,25 (0,0000) 0,1478 8,2541 ARMA(1,1) 612,608 (0,0000) 0,0780 7,1174 ARMA(1,1) 857,769 (0,0000) 0,2714 7,8453 ARMA(2,2) 509,592 (0,0000) 0,0948 6,7532 ARMA(2,2) 812,049 (0,0000) 0,2538 7,7166 GK3 AR(1) 991,91 (0,0000) -0,0857 8,2402 GK6 AR(1) 1.217,7 (0,0000) -0,0321 8,8088 AR(2) 757,47 (0,0000) -0,0098 7,5816 AR(2) 894,58 (0,0000) 0,0767 7,9768 ARMA(1,1) 604,213 (0,0000) 0,0754 7,0892 ARMA(1,1) 721,927 (0,0000) 0,2056 7,4540 ARMA(2,2) 504,317 (0,0000) 0,0907 6,7341 ARMA(2,2) 677,585 (0,0000) 0,1828 7,3179 Os p-valores seguem em parˆenteses.

(37)

Tabela 5

Desempenho dos estimadores da variˆancia do IBOVESPA

estimativa REQM EAM estimativa REQM EAM

ARCH(7) 0,1341 0,0496 GK0 0,2946 0,0694 ARCH-M(7) 0,1257 0,0481 GK1 0,4682 0,1020 GARCH(3,3) 0,1238 0,0497 GK2 0,1182 0,0279 GARCH-M(3,3) 0,1110 0,0466 GK3 0,3886 0,0957 EGARCH(2,3) 0,0674 0,0387 GK4 0,0678 0,0222 EGARCH-M(2,3) 0,0641 0,0385 GK5 0,0684 0,0221 TARCH(1,1) 0,0711 0,0391 GK6 0,3279 0,0940 TARCH-M(1,1) 0,0710 0,0391 Tabela 6

Desempenho das previs˜oes dos modelos do tipo GARCH

previs˜ao REQM EAM

ARCH(7) 0,1599 0,0554 ARCH-M(7) 0,1569 0,0547 GARCH(2,3) 0,1449 0,0554 GARCH-M(2,3) 0,1401 0,0554 EGARCH(2,3) 0,0677 0,0400 EGARCH-M(2,3) 0,0682 0,0402 TARCH(1,1) 0,0815 0,0428 TARCH-M(1,1) 0,0801 0,0425

(38)

Tabela 7

Desempenho das previs˜oes dos estimadores alternativos

previs˜ao REQM EAM previs˜ao REQM EAM

GK0 AR(1) 0,1298 0,0601 GK0 ARMA(1,1) 0,1372 0,0553 AR(2) 0,1599 0,0595 ARMA(2,2) 0,1682 0,0592 GK1 AR(1) 0,1841 0,0951 GK4 AR(1) 0,0759 0,0325 AR(2) 0,2316 0,0960 AR(2) 0,0754 0,0316 ARMA(1,1) 0,1960 0,0921 ARMA(1,1) 0,0711 0,0293 ARMA(2,2) 0,2426 0,0950 ARMA(2,2) 0,0710 0,0289 GK2 AR(1) 0,1045 0,0373 GK5 AR(1) 0,0762 0,0325 AR(2) 0,1054 0,0361 AR(2) 0,0756 0,0316 ARMA(1,1) 0,0971 0,0341 ARMA(1,1) 0,0713 0,0293 ARMA(2,2) 0,1000 0,0335 ARMA(2,2) 0,0713 0,0289 GK3 AR(1) 0,2864 0,1134 GK6 AR(1) 0,2164 0,1083 AR(2) 0,2912 0,1140 AR(2) 0,2192 0,1083 ARMA(1,1) 0,2748 0,1115 ARMA(1,1) 0,2120 0,1065 ARMA(2,2) 0,2837 0,1091 ARMA(2,2) 0,2198 0,1059

(39)

Tabela 8

Desempenho das previs˜oes em termos de VaR

n´umero de falhas n´umero de falhas

previs˜ao 90% 95% 99% previs˜ao 90% 95% 99% ARCH(7) 106 45 7 ARCH-M(7) 106 44 7 GARCH(3,3) 100 53 10 GARCH-M(3,3) 98 53 10 EGARCH(2,3) 89 43 9 EGARCH-M(2,3) 84 44 9 TARCH(1,1) 89 48 7 TARCH-M(1,1) 88 47 8 GK0 AR(1) 67 48 1 GK0 ARMA(1,1) 73 47 1 AR(2) 77 49 3 ARMA(2,2) 81 49 4 GK1 AR(1) 68 46 9 GK4 AR(1) 74 39 12 AR(2) 72 47 11 AR(2) 73 34 14 ARMA(1,1) 76 44 8 ARMA(1,1) 75 38 13 ARMA(2,2) 80 47 11 ARMA(2,2) 78 40 14 GK2 AR(1) 85 62 50 GK5 AR(1) 73 39 14 AR(2) 86 63 49 AR(2) 72 39 16 ARMA(1,1) 88 66 49 ARMA(1,1) 75 38 14 ARMA(2,2) 97 70 52 ARMA(2,2) 79 41 16 GK3 AR(1) 85 62 50 GK6 AR(1) 77 49 22 AR(2) 86 63 49 AR(2) 78 47 22 ARMA(1,1) 88 66 49 ARMA(1,1) 78 46 22 ARMA(2,2) 97 70 52 ARMA(2,2) 81 48 27 37

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