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UNIVERSIDADE FEEVALE INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS MARCOS CHAVES DE MÉLO MUSEU DA MEMÓRIA DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEEVALE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

MARCOS CHAVES DE MÉLO

MUSEU DA MEMÓRIA DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ

Novo Hamburgo 2016

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MARCOS CHAVES DE MÉLO

MUSEU DA MEMÓRIA DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ

Pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Feevale.

Professores: Alessandra Migliori do Amaral Brito Carlos Henrique Goldman

Geisa Tamara Bugs

Orientador: Juliano Vasconcellos

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus pela oportunidade de ter colocado a Arquitetura e Urbanismo no meu caminho, por ter me dados forças e muita sabedoria para continuar com o mesmo ritmo até o presente momento.

Minha amada família, em especial meu pai (in memoriam) e minha mãe que me conduziram em caminhos certos, me transformando na pessoa que sou e vibrando sempre por minhas vitórias e por minhas escolhas. Minha irmã e madrinha, que por muitos momentos também foi minha mãe, que se fez presente sempre na minha vida. Meu cunhado, meu irmão mais velho que muitas vezes fez por mim coisas que jamais poderei esquecer. Meus lindos e amados sobrinhos e afilhados, que são tão importantes na nossa família. Seu Olinto (in memoriam) e Dona Maria, Juriene e Evandro, Bruno e Bernardo amo vocês incondicionalmente.

A pessoa que me deu a oportunidade de conhecer a Arquitetura, uma pessoa muito especial que sempre quando foi de necessidade me estendeu a mão e também me acolheu como filho, Obrigado Mário Lerner por tudo até o presente momento. Que Deus te abençoe.

A empresa Katy Calçados e Esportes, por dar me suporte ao longo destes anos de academia, Obrigado Carlos e Katy Kayser pelo respeito e confiança que sempre tive honrosamente de vocês. Ao meu colega de trabalho e grande amigo Max Anderson Muller, por ter confiado no meu potencial e me orientado a ser até o momento o profissional que sou. Te agradeço do fundo do coração.

Por último, porém não menos importante venho agradecer a família que Deus me proporcionou a escolher, meus eternos amigos. Não teria espaço para citar todos, porém preciso destacar alguns nomes que foram de extrema importância até o presente momento da minha vida e também como incentivadores nesta jornada acadêmica: Leonardo, Marilícia, Sara, Andrew, Débora, Marina, Eduardo Azevedo, Daniela, Cássio, Joice Mônica e Jessica Scherer. Muito obrigado por esta amizade e por todo apoio e carinho que recebo de vocês.

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“A arquitetura é um estado de espirito e não uma profissão”. Le Corbusier.

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 8

2 MUSEU DA MEMÓRIA DA COLONIZAÇÃO ALEMÃ ... 9

2.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA ... 10

2.2 PÚBLICO ALVO ... 11

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 12

3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA ... 12

3.2 ENTREVISTA COM MORADORES DA CIDADE... 13

3.3 ESTUDO DE CASO ... 14

4 MUNICÍPIO ... 17

4.1 HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ ... 18

4.2 SÃO LEOPOLDO ... 20

5 O SÍTIO ... 22

5.1 SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO ... 24

5.2 PLANO DIRETOR E REGIME URBANÍSTICOS ... 25

5.3 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO ... 27

5.4 ESTUDO E ANÁLISE DO ENTORO IMEDIATO ... 28

5.4.1 Análise do uso e alturas das edificações do entorno ... 28

5.4.2 Fluxo Viário ... 31

5.5 ORIENTAÇÃO SOLAR E ESTUDO DOS VENTOS ... 33

5.5.1 Estudo Dos ventos Predominantes ... 33

5.5.2 Estudo Da Insolação ... 34

5.6 Levantamento florístico ... 35

6 REFERÊNCIAS FORMAIS E ANÓLOGAS ... 37

6.1 REFERÊNCIAS FORMAIS ... 38

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6.1.2 Museu da Memória dos Judeus Poloneses ... 45

6.2 REFERÊNCIAS ANÁLOGAS ... 53

6.2.1 Museu da Imagem e do Som ... 53

6.2.2 Museu Maxxi ... 54

6.2.3 Museu de Arte Nanjing Sifang ... 55

6.3 ANÁLISE DOS MUSEUS REFERENCIAIS ... 56

6.4 PRINCIPAIS MUSEUS DE SÃO LEOPOLDO ... 57

6.4.1 Museu Visconde de São Leopoldo ... 57

6.4.2 A Casa do Imigrante ... 58

6.4.3 Museu do Trem ... 59

6.5 ARQUITETURA PARA MUSEUS ... 60

7 MUSEU ... 61

7.1 CONCEITO ... 61

7.2 PARÂMETROS DE UTILIZAÇÃO E CONSERVAÇãO... 62

7.2.1 Umidade relativa do ar e temperatura ... 62

7.2.2 Poluição do ar ... 62

7.2.3 Luz e iluminação ... 63

7.2.4 Acústica e zoneamento ... 63

7.2.5 Segurança patrimonial e instalações ... 63

7.2.6 Transporte do acervo ... 64 7.3 PARÂMETROS DE EXPOSIÇÃO ... 64 7.3.1 Expondo Objetos ... 65 7.3.2 Expondo Pinturas ... 65 7.3.3 Expondo Esculturas... 66 7.3.4 Expondo Fotografias ... 66 7.3.5 Taxidermia ... 66

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7.5 CAIS DO SERTÃO LUIS GONZAGA ... 69

7.6 O ANTIMUSEU ... 73

8 PROGRAMA DE NECESSIDADES E PRÉ DIMENSIONAMENTO ... 74

8.1 ACESSO PÚBLICO ... 75 8.2 EXPOSIÇÕES ... 75 8.3 SETOR ADMINISTRATIVO ... 75 8.4 SETOR DE APOIO ... 76 8.5 AUDITÓRIO ... 76 8.6 BIBLIOTECA ... 76 8.7 ESTACIONAMENTO ... 76 8.8 PLANILHA DE ÁREAS ... 77

8.9 ESTUDO DE PARTIDO ARQUITETÔNICO ... 79

8.9.1 Lançamento do partido arquitetônico ... 79

8.9.2 Estudo de elementos especiais ... 81

9 NORMAS TÉCNICAS ... 82 9.1 NBR 9050/2004- ACESSIBILIDADE ... 82 9.2 NBR 9077/2001-SAIDA DE EMERGÊNCIA ... 82 9.3 NBR 10152/1992-CONFORTO ACÚSTICO ... 83 9.4 NBR 12179/1992-TRATAMENTO ACÚSTICO ... 83 CONCLUSÃO ... 84 REFERÊNCIAS ... 85 APÊNDICE ... 88

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1 INTRODUÇÃO

O trabalho de pesquisa produzido a seguir traz uma análise de importância e relevância para uma proposta de projeto, com implantação no movimentado Centro da cidade de São Leopoldo e designa o tema Museu da Memória da Imigração Alemã como primordial e essencial para cultura das gerações presentes e futuras da cidade gaúcha.

Até o momento presente, não existe um complexo de atividades culturais no município que associe história da cidade, arte e atividades diversas que possam reunir pessoas de diversas classes sociais e culturais em um mesmo espaço, onde há suporte para escolas de todos os níveis educacionais, universitários, turistas, pesquisas e para espetáculos.

Com base nas informações citadas acima, o objetivo é trazer para São Leopoldo um projeto de excelência cultural que permita a qualquer pessoa ter acesso a um Museu completo, que permita um amplo e flexível uso, e que possa trazer fins lucrativos para a conservação, manutenção e modernização constante da obra proposta

A proposta do Museu da Memória da Imigração Alemã poderá trazer ao município muitas vantagens, especialmente as culturais e turísticas, alavancando a cidade como imponente tanto na economia quanto na posição de importância das cidades metropolitanas do estado.

A fundamental proposta desta pesquisa é coletar dados suficientes para realização do futuro trabalho final de graduação do autor e talvez promover um movimento a favor de possíveis medidas cabíveis ao município em reger ideias ou leis que sejam favoráveis a este nível cultural, enfatizando nossos museus existentes e proporcionando a ambição de pôr em prática real o projeto do MMIA.

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2 MUSEU DA MEMÓRIA DA COLONIZAÇÃO ALEMÃ

Ao caminhar pelas ruas da cidade de São Leopoldo, e analisar as tipologias das fachadas, observa se uma grande quantidade de edificações históricas com características plásticas e construtivas das edificações alemãs. Isso é fruto da imigração alemã, que desde 1824, segundo o autor Raul R.V. Júnior, inicia se um processo de imigração de colonos para o Brasil.

Através do passar dos anos, este povo culminou em solo brasileiro, uma cultura europeia, que varia desde a culinária até mesmo a arquitetura, último mencionado de maior relevância para esta pesquisa. Entende se que o povo alemão conseguiu germinar muitos fatores positivos para nossa arquitetura e história do nosso povo, principalmente no estado do Rio Grande do Sul, onde localiza se a cidade e o sítio a serem estudados para o projeto do museu. Esta germinação trouxe muitas características para as edificações e para o planejamento urbano da cidade tornando a uma cidade turística por tais elementos diferenciados da arquitetura contemporânea. Há uma necessidade de relatar estes fatos e provar a importância de todos os acontecimentos que montou a história de um povo, que a partir da chegada de um grupo de alemães, forma se um povoado e por conta de toda esta transformação cultural, nasce São Leopoldo, o berço da Colonização Alemã.

A citação da importância de mostrar esta história é a justificativa sensata em propor um edifício que transmita através de forma e espaço, materiais e técnicas construtivas, experiências multissensoriais e obras de arte, essa relevância da cultura alemã para a cidade leopoldense e as demais cidades que tiveram influências culturais alemãs.

Existem inúmeras maneiras de contar relatos em nosso tempo; mas precisa se registrar isso em um acervo físico para que, as próximas gerações também tenham estas experiências de reviver e compreender a história de seu povo antepassado e a importância para seu atual presente.

Presentear a cidade de São Leopoldo e seu povo com um museu que abrigue todos os relatos citados no texto acima, é uma forma de agradecer a esta cultura que se formou por conta de todo esforço que os colonos alemães estabeleceram na viagem de vinda para uma terra promissora de um futuro melhor.

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2.1 JUSTIFICATIVA DO TEMA

São Leopoldo como cidade turística, não dispõe de muitos centros culturais de porte correspondente a sua importância histórica. Não há aqui incentivos à procura da cidade que sejam totalmente significativas ou que justifiquem a visitação seja a seus marcos históricos ou aos poucos museus de pequeno porte existentes.

Estes museus que poderiam ser itens icônicos a persuasão do turismo, não hão de conter bagagem necessária para manter esta tese de visitação ativa e transmitir aos usuários a vontade de retornar ou incentivar outras pessoas a frequentarem os edifícios culturais ali existentes. A Casa do Imigrante, residência onde abrigou os colonos na fundação de São Leopoldo, por exemplo, segundo o site do Museu Visconde de São Leopoldo, encontra-se fechada para visitação.

Outro assunto importante sobre os museus nativos da cidade a citar é o não uso adequado do espaço externo existente. A falta de um bom projeto para o uso coletivo público do espaço aberto é um fator não convidativo para explorar o museu. Em alguns momentos a acessibilidade também não está adequada, assim dificultando o acesso de pessoas com necessidades especiais e limitando o uso dos mesmos que necessitam deste suporte.

Retomando todas estas informações listadas, um museu onde qualquer pessoa possa ter acesso fácil e prático, um edifício totalmente contemporâneo que remetesse simbolicamente a história deste povo e que trouxesse aos usuários novas formas de exposições criativas, sensoriais, guias de turismo pelos principais pontos turísticos da cidade, usar o Rio dos Sinos em passeios agendados que simbolizassem a chegada dos imigrantes e outros afins , um museu com uma programação totalmente diversificada seria uma proposta de ativar a cidade ao turismo local e incentivo da cultura para as próximas gerações.

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2.2 PÚBLICO ALVO

A proposta de uma nova ideia e uso deste museu contemporâneo abre portas para qualquer interessado a usar e usufruir dos espaços sejam na edificação como também no espaço aberto de uso coletivo. Inicialmente o interesse de maior peso é trazer crianças, adolescentes e jovens nativos e multiplicar esta cultura para as próximas gerações e incentivar todas instituições de ensino a visitar e também usar o locar como área de estudo.

O fluxo diário de pessoas movimenta a cidade com o comercio local, rodoviária, estações de metrô e centros executivos. Outra das intenções primordiais: o museu seja visitado em vários horários do dia, dando oportunidade para quem tem uma vida agitada a frequentar o espaço cultural.

Estimular o turismo local também é uma das propostas, assim como citado, valorizar a cidade e trazer a possibilidade do edifício ser também uma referência da cultural regional e nacional.

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3 MÉTODO DE PESQUISA

Para ter um embasamento sólido e consistente para a pesquisa de projeto final de graduação, foram tomadas como base de pesquisa três métodos que trazem informações necessárias para elaboração de um projeto arquitetônico de excelência e de utilidade pública.

Estes três métodos terão a responsabilidade de incumbir dados importantes para que o projeto tenha uma justificativa autêntica e clara, tanto ao projetista quando ao usuário e que as mesmas influenciem com a razão deste estudo de influenciar um forte alicerce de apoio tanto para o autor desta pesquisa quanto para os próximos autores que poderão ter este material como auxilio de investigação.

A escolha destes métodos de pesquisa teve como referência outras pesquisas de trabalho final de graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo, onde as mesmas sustentaram com significância os conteúdos abordados nela e foram essenciais para a conclusão de um trabalho que serviu de base para estra e outras pesquisas também publicadas.

3.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Esta pesquisa acontece através do acesso de sites especializados onde são publicados grandes e importantes projetos explanando sua importância em relação a pessoas e a cidade, histórica, material e estrutural. Estas combinações são essenciais para execução e uso em grandes obras da arquitetura contemporânea.

Leituras bibliográficas de artigos e livros, que relacionam a história e o tema proposto, contextualizando a construção de um conceito de projeto, a partir de informações pertinentes. O comparativo das informações bibliográficas seja as congruentes tais como as divergentes direciona a novos pensamentos e induz a produtividade de novas ideias, formando uma bagagem rica para ser aplicada principalmente nos projetos arquitetônicos.

O plano diretor de São Leopoldo essencial para caracterizar normas do contexto urbano do sítio e regimes urbanísticos da cidade, foi utilizado para formalizar uma pesquisa documental resumida das leis que regem quaisquer tipos de edificações e espaços urbanos a serem implantados no município.

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3.2 ENTREVISTA COM MORADORES DA CIDADE

Coletar a opinião dos moradores e entender a vontade, necessidade e realidade de cada cidadão pode trazer informações abastadas no momento de tomar muitas decisões de projeto. Ao reunir as ideias congruentes após a entrevista, pode se entender que isso é uma vontade coletiva: justapor estas pretensões no projeto seriam apostar num museu de sucesso. Também seria relevante revisar as ideias mais alternativas, que a partir destas minorias também pode se adicionar novas intensões que poderão servir para novas experiências museológicas.

Uma enquete com 10 questões foi atribuída em uma rede social para alguns moradores da cidade, que através dele gerou se um gráfico de análises que servirá de ferramenta para execução do trabalho final de graduação. Em outra instância, alguns moradores preencheram um formulário com as mesmas questões. Este questionário conta com demandas avaliativas que classificam necessidades da implantação do museu no contexto urbano da cidade e também sugere através das respostas possibilidades de implementação dos estudos de partido arquitetônico.

Figura 1 – Gráfico da enquete realizada.

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A pesquisa foi realizada com moradores de diferentes idades, e teve o seguinte resultado, mostrando os itens de maior porcentagem no resumo abaixo:

 42,9% moram a mais de 30 anos na cidade;

 38% avaliaram entre cinco e seis sobre histórico da cidade;

 52% moram na cidade por conta dos familiares e amigos;

 38% avaliaram entre cinco e seis os espaços culturais da cidade;

 38 % afirmaram que os espaços culturais não são acessíveis, não são preservados e não há interesse de visitação;

 42% avaliaram entre três e quatro São Leopoldo como cidade Turística:

 95% afirmam que a necessidade de um espaço cultural contemporâneo;

 66% dos moradores escolheram o bairro Centro como cede de implantação de um novo Museu;

 71% avaliaram entre nove e dez a proposta de um novo museu com o Tema Museu da Memória da Imigração Alemã;

 90,5% avaliaram entre nove e dez como positiva a proposta do novo museu em relação ao turismo na cidade.

3.3 ESTUDO DE CASO

Em janeiro de 2015, o autor participa de uma viagem ao Chile, com intuito de buscar conhecimentos arquitetônicos, urbanísticos e com roteiros definidos a pontos turísticos importantes do país: o destaque será o Museu da Memória dos Direitos Humanos, ícone importante da história dos chilenos que será relatado neste tópico da pesquisa a nível de um usuário convencional.

Na chegada ao local, percebe se um forte impacto entre os edifícios ao seu entorno: o museu representa um grande retângulo alocado sobre grandes módulos de concreto com vasto vão entre estas estruturas; em contraponto as edificações ao seu entorno são de baixa altura. Nota se que o museu está inserido entre edificações histórias, gerando um forte contraste entre o contemporâneo e o histórico.

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Figura 1 – Entrada do Museu.

Fonte: Autor (2015).

Sem conhecer ainda sobre a história do museu, uma primeira análise superficial em relação ao grande edifício era a reflexão de que, um grande e contrastante edifício inserido na parte histórica da cidade deveria ter uma grande importância para este local. E isso foi confirmado quando o autor segue uma grande viagem no tempo chileno ao caminhar e apreciar uma grande arquitetura, uma grande e comovente história, uma experiência inexplicável que em 2015, trouxe à tona a vontade e interesse de finalizar a graduação com um projeto de mesmo porte.

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Infelizmente não era permito fotografias dentro do edifício, contudo ainda está na memória algumas características de muita relevância que marcou a concepção do autor sobre visitar um museu: as estratégias de organização das exposições, o conjunto das obras físicas e digitais, a forte sensação de vivencia sobre a história dos chinelos da ditadura e muita emoção ao refletir sobre uma triste história que o museu vem contar aos visitantes.

O interior é repleto de beleza arquitetônica, a combinação dos materiais de revestimento forma uma linda composição visual, é possível ter uma vista da cidade em qualquer ponto do museu graças ao revestimento externo que parece ser uma tela, onde o mesmo também controla a iluminação no interior das exposições.

Figura 3 – Entrada do Museu.

Fonte: Autor (2015).

Grande circulações horizontais e verticais, em lugares específicos a altura do pé direito se torna tripla, como no memorial dedicado aos desaparecidos na época da ditadura e espaços muito amplos. Nos extremos no edifico, dois mirantes estrategicamente alocados a dois grandes importantes pontos naturais do local: a um lado a Linda Cordilheira dos Andes e ao outro extremo o Oceano Pacífico.

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A realização de todo o percurso das exposições, usar todos os meios multimídias, ler os cartazes e documentos expostos, visualizar as fotografias e objetos de exposição, caminhar através da praça seca situada abaixo do grande vão citado ao início do texto, e conhecer além das coleções de exposições, convence o autor da importância de um museu para a cidade e para a sociedade, pois o Museu da Memória dos Direitos Humanos relata através da arquitetura uma grande homenagem a todo povo chinela e sua tocante história nacional.

4 MUNICÍPIO

Localizado a 31,4 Km de capital do estado Porto Alegre, São Leopoldo é uma cidade do Vale do Rio dos Sinos de origem alemã, fundada em 1824 e possui importância e influencia na região metropolitana (sãoleopoldo.net,2016).

Segundo os dados retirados do site da prefeitura municipal, a cidade possui 214.087 habitantes sendo 99,7% na área urbana e 0,33% na rural, uma área de 102.738 Km² representando 1,04% da área metropolitana.

A parte urbana corresponde a 69,87 Km² (68,29%) dividida em 24 bairros; a área rural 14,84Km² (14,5%) e a área de preservação compreende 17,6 Km² (17,2%).

São Leopoldo destaca-se como o quarto município da Região Metropolitana de Porto Alegre que recebe mais pessoas de outro município para trabalhar ou estudar, sendo que 24% vêm de Sapucaia do Sul. Por outro lado, São Leopoldo é o oitavo município desta região do qual saem mais pessoas para outro município para trabalhar ou estudar. Vão para Novo Hamburgo 51% destas pessoas. (Prefeitura Municipal,2016)

A cidade possui 4 bens tombados que representam com sua arquitetura parte da história da formação da cidade: A Ponte 25 de Julho, a Casa do Imigrante, Câmara/Castelinho e o Museu do Trem. Ainda estão sobre interesses de tombando inúmeros edifícios históricos, onde a preservação dos mesmos conservará relatos e identidade da cidade. (SEPLAN,2006).

O Rio dos Sinos é o afluente que abastece a cidade, onde suas aguas são tratadas no Serviço Municipal de Água e Esgoto (SEMAE) e o fornecimento de energia elétrica é abastecido pelo AESUL que possui sua principal estrutura operacional na cidade relatada para estudo na pesquisa.

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Uma rodovia federal, a BR116 cruza o município, ligando a capital a cidade e também interligando os municípios que possui relações comerciais com a cidade.

Figura 4 – Imagem aérea da cidade.

Fonte: Google Earth (2016)

4.1 HISTÓRIA DA IMIGRAÇÃO ALEMÃ

O Brasil, que a partir do ano 1822 que inicia sua monarquia, carregava ainda traços sociais das antecessoras estruturas coloniais: latifúndio, monocultura e mão de obra escrava compunham o grupo de traços na economia brasileira da época. Poderia questionar se com os dados acima, qual o espaço para uma imigração se o sistema de mão de obra escrava era considerado normal dentro do sistema político brasileiro? (Júnior,2011).

Havia uma pressão relevante sobre o fim da abolição do tráfico de escravos, principalmente a Inglaterra que se opunha ao Estado português: assim em 1827 foi firmado um tratado entre o pais inglês e brasileiro chamado Tratado de Aliança e Amizade, onde o Brasil tinha o compromisso em abolir o tráfico até a data de 1830, que no final das contas não foi exercido. Outras tentativas de romper esta herança escrava foram realizadas até que em 1845 foi estabelecida a lei inglesa Bill Aberdeen, onde a Inglaterra concedia –se de capturar qualquer navio de tráfico de escravos, indiferente da nação de destino tendo a total liberdade de julgamento dos

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Em meados do século XVIII e início do século XIX, a Europa passava por diversas revoluções e conflitos, e através de convictas propagandas do recente país que traria várias vantagens aos imigrantes que fossem morar no sul do Brasil. Jogo de interesse do governo para que o território ficasse ocupado e protegido, principalmente dos espanhóis. (Wittman,2014).

Até a primeira metade do século XIX a intensão da imigração foi a formação de um exército que tinha como propósito defender o território nacional com ênfase nas fronteiras. Já a partir da segunda metade do século, a partir da Lei Eusébio de Queiroz em 1850, a intensão toma outro rumo, apontando também a questão servil. (Junior,2011)

O custo das passagens e da viagem para o Brasil era uma das promessas do governo para o incentivo desta transição aquele que se disponha a servir como soldado receberia uma quantia em dinheiro no momento de embarque e chegando no destino, ele optaria por uma função: artesão, soldado ou colono. Uma infraestrutura e um lote gratuitamente era oferecido para os imigrantes que optassem pela responsabilidade da ocupação da função de colono. Todas as promessas descritas não foram cumpridas com total excelência. (Júnior,2011).

Na primeira fase os colonos tiveram muitos problemas, pois enfrentaram um grande isolamento devido à falta de estrutura que era promessa para a vinda dos mesmos. Conflitos com índios pelas posses de terras foram intensas, epidemias, as construções de infraestrutura urbana eram realizadas pelos próprios colonos como por exemplo demarcação de lotes, estradas, pontes, edificações, etc. A ausência por parte do governo nas áreas coloniais refletia a ausência de direitos políticos dos colonos que aqui chegavam no século XIX. Este isolamento era de maior reflexo nos colonos luteranos, e com menor intensidade nos católicos. (Júnior,2011).

Contudo haviam também outros propósitos: com a independência do Haiti no início do século XIX, gerou um pânico entre algumas classes da sociedade criando-se uma ideia com o aumento de população negra, esta etnia tornara-criando-se superior num pais que estava começando sua história. Desde 1818 existiam hipóteses de iniciativas para um possível branqueamento da população brasileira e a imigração seria esta solução. (Júnior,2011).

Outro tópico relevante dos intensões da imigração era trazer a cultura europeia para jovem nação, uma forma de civilização que a Imperatriz Leopoldina acreditara

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ser idealista para tal momento, a imigração alemã atrairia população europeia não portuguesa. (Junior,2011).

4.2 SÃO LEOPOLDO

São Leopoldo, nome dado a cidade em homenagem a esposa de Dom Pedro I, Imperatriz Leopoldina, teve sua fundação oficial na data de 25 de julho de 1824, que anteriormente era um vilarejo povoado por índios e açorianos. Nesta mesma data chegam os primeiros imigrantes alemães, primeira leva enviadas por Dom Pedro I que em 18 de julho de 1824 chegam ao Brasil. Esta primeira leva totalizava um total de 39 imigrantes e foram instaladas na Feitoria de Linho Cânhamo até que seus lotes coloniais fossem distribuídos. (Sãoleopoldo.net,2016).

Figura 5 – Reprodução da tela do pintor Ernst Zeuner da chegada dos imigrantes a São Leopoldo.

Fonte: Almanaque do Gaúcho (2016).

José Feliciano Fernandes Pinheiro, Presidente da Província, encaminhou os imigrantes para a Feitoria, que a partir do ano de 1824 recebe o nome de Colônia Alemã de São Leopoldo. Três Farroupilhas, que eram compostas por alemães protestantes, São Pedro de Alcântara das Torres composta por alemães católicos e São Leopoldo são as cidades que formaram o berço da colonização alemã. Tendo um privilégio sobre sua posição geográfica e por suas terras férteis, a cidade foi o primeiro

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Figura 6 –Imigrantes alemães se instalando em São Leopoldo.

Fonte: Angelina Whitman Blog (2014)

Com mais de mil quilômetros quadrados, a Colônia de São Leopoldo ia em direção sul-norte da atual cidade de Esteio, até a atual Caxias do Sul (na época chamada de Campo dos Bugres) e em direção Leste-Oeste da atual cidade de Taquara até São Sebastião do Caí (antiga Porto dos Guimarães no Rio Caí). (São Leopoldo.net,2016).

Figura 7 –Primeiro Mapa da Divisão de São Leopoldo.

Fonte: Wikipédia (2016).

Em 1824, os imigrantes se instalam na Feitoria de Linho Cânhamo, hoje atual Bairro Feitoria. Temos a partir desta data uma formação de um pequeno vilarejo.

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5 O SÍTIO

O MMIA necessita de um espaço amplo, bem localizado e com fácil acesso, que trouxesse a facilidade de utilização do museu em qualquer momento do dia e que seu entorno abrangesse um comercio próximo, estações de ônibus e metrô e eixos de ligação entre os principais lugares e espaços urbanos da cidade. Um dos requisitos que seria prioritário na escolha, seria que o sítio fosse localizado no Bairro Centro, por ser o coração e elo de ligação entre as cidades próximas e de todos os bairros da cidade.

O sítio escolhido atende todos os critérios citados acima: um amplo e arborizado lugar que está localizado no Centro da cidade e próximo da BR116, rodovia que interliga as cidades vizinhas. As quatro avenidas que circundam este lugar interligam estremos do centro cidade, como por exemplo a Rua Saldanha da Gama, uma das principais vias que circulam os transportes coletivos e que interliga a Avenida João Correa ao Norte onde está a Rodoviária Municipal.

Atualmente o lugar abrange a Biblioteca Municipal que não será considerada para o projeto do museu, porém o programa de necessidades existente nesta edificação será adicionado na nova proposta para suprir e aprimorar os usos contextualizando com os estudos realizados para tal nova edificação.

Como mostra as imagens abaixo, o sítio está centralizado em uma densa granulosidade construída e onde há poucos espaços livres, desta forma, a necessidade de tratamento deste espaço em abranger uma nova edificação, um paisagismo adequado e um espaço aberto de uso coletivo para suprir este entorno totalmente construído. Deve se considerar os eixos de ligação existentes das avenidas para que o espaço aberto torne permeável e flexível tanto os visuais das ruas e principais edificações existentes no seu entorno imediato, como também os acessos dos pedestres circundantes das calçadas.

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Figura 8 –Imagem de satélite do sítio

Fonte: Imagens adaptadas do Google Earth (2016)

Figura 9 – Mapas fundo figura que mostram os cheios do entorno do sítio

Fonte: Imagens adaptadas do Google Earth (2016)

Figura 10– Mapas fundo figura que mostram os vazios do entorno do sítio

Fonte: Imagens adaptadas do Google Earth (2016)

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Outro fato a destacar ao analisar os mapas fundo figura é o entorno que esta abraçado de quadras regulares e retangulares, que formam uma morfologia urbana praticamente em todo centro da cidade. Investigando o mapa da cidade através do Google Earth, o centro está tomado por uma malhar xadrez regular de granulosidade densa construída, onde os poucos espaços não construídos se mostram sufocados e necessitam de um projeto de reurbanização e revitalização de alguns espaços e edifícios abandonados das ruas da cidade.

O entorno imediato precisa ser adequado a norma de acessibilidade NBR 9050/2004, principalmente as calçadas que abraçam o lugar como também as que pertencem ao lodo oposto das vias. As principais deficiências urbanas ali encontradas refletem ao livre acesso de pessoas com necessidades especiais: as calçadas não estão sinalizadas adequadamente a pessoas com deficiência visual, a pavimentação exibe muitas falhas que dificulta que pessoas com deficiências físicas trafeguem com segurança e não existem rampas de acessibilidade em algumas esquinas.

5.1 SITUAÇÃO E LOCALIZAÇÃO

Localizado no centro da cidade, o sítio escolhido é de fácil acesso, bem arborizada e atualmente é sede da Biblioteca Municipal. Próximo as principais vias da cidade e de estações metroviárias e rodoviárias, entre edifícios residenciais, comerciais e executivos.

O lote possui aproximadamente 24.000 metros quadrados, sendo cercado por importantes e conhecidas avenidas da cidade: ao norte encontramos a Rua Osvaldo Aranha, ao Sul Rua João Neves da Fontoura, ao leste Rua Saldanha da Gama e ao Oeste Rua São João

.

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Figura 11: Principais limitadores em torno do Sítio.

Fonte: Imagem adaptada do Google Earth (2016)

Rio dos Sinos Linha Metroviária BR116 Ginásio Municipal Rodoviária Prefeitura Municipal

5.2 PLANO DIRETOR E REGIME URBANÍSTICOS

Segundo o plano diretor, o lote está localizado no setor ZC1 (zona comercial central) obedecendo a Lei Municipal 3087 de 29 de agosto de 1986 para fins de uso e a Lei 3977 de 29 de julho de 1994 para fins de ocupação.

ZC1 – Zona comercial central T.O. = 80%

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Figura 12 – Localização do Lote No Setor Correspondente.

Fonte: Plano Diretor de São Leopoldo.

*Executa-se da obrigatoriedade de recuo de ajardinamento de r= 4m as edificações no perímetro descrito: Rua São Joaquim, Avenida João Correa, Avenida Dom João Becker e BR116;

*Em terrenos de esquina o recuo será em ambas as faces;

*Em edificações com mais de 13m de altura ou 4 pavimentos, contados a partir do piso térreo até o forro do último pavimento, deverão manter recuo (r) em ambas as faces laterais e fundos, a partir do quarto pavimento calculado pela fórmula r = h /12 +1,5, onde h é encontrado a partir do piso térreo.

*As edificações cujo uso térreo é permissível, os recuos laterais e de fundos deverão ser observados a partir de 10,40 m de altura ou terceiro pavimento, calculado pela fórmula r = h /12 +1,5, onde h é contado a partir do piso do pavimento térreo. *Em terrenos de esquina será permitido, a partir do segundo pavimento ou primeiro andar, a construção sobre um dos recuos, à livre escolha, até o alinhamento deste, devendo ficar um vão livre de 3m entre o piso do térreo e as faces inferiores das vigas.

(27)

5.3 LEVANTAMENTO PLANIALTIMÉTRICO

Após visitar o lugar a ser estudado, e também analisar as imagens aéreas, percebe-se um terreno com curvas de níveis suaves, um pouco acima do nível das vias que facilitará muito para o estudo da proposta de projeto. A forma quadricular do lugar abrange todo o quarteirão, que futuramente pode-se alterar as curvas existentes caso o projeto arquitetônico necessite de tais modificações.

O sítio possui aproximadamente 19.102 m² (quase dois hectares) e no contexto dos outros lotes ao seu entorno, é notável que seu tamanho é praticamente o dobro dos demais quarteirões, assim possuindo uma capacidade e potencialidade superior devido a seu tamanho e o que o futuro projeto vai ocasionar e refletir aos demais existentes.

Os levantamentos das curvas de nível da imagem abaixo foram obtidos através do auxílio dos softwares Google Earth e Google Sketchup, onde após a manipulação para o esboço 2d, foram aplicadas sobre uma imagem de satélite unidas no software Autodesk Autocad.

Figura 13: Mapa do Sítio e suas curvas de nível.

Fonte: Imagem adaptado do Google Earth (2016)

(28)

5.4 ESTUDO E ANÁLISE DO ENTORO IMEDIATO

5.4.1 Análise do uso e alturas das edificações do entorno

Expondo que a cidade é histórica e muitos edifícios estão em interesse de tombamento, muitas das fachadas no entorno imediato são de edifícios desta instância. Alguns destes foram adaptados para uso comercial e outros já são obras modernas ou contemporâneas.

Figura 14: Esquema que demonstra o uso das edificações.

Fonte: Imagem adaptado do Google Earth (2016)

Instituições Religiosas Residencial Comercial Privado

Mistos

Resume se que ao entorno do sítio abrange 53 edifícios construídos, onde 24 deles são de uso residencial (45,3%), 21 são de uso comercial (39,6%), 5 são de usos

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(3,78%) e um edifício privado onde sede o SEMAE (sede administrativa do tratamento de agua e esgoto do município que corresponde 1,92%).

Entre um e dois pavimentos é o número de maior proeminência das edificações no entorno do lugar da proposta de edificação. Este dado possui uma consideração muito significante, pois o entorno será respeitado no momento das análises de desenho arquitetônico.

Figura 15: Esquema que demonstra a altura das edificações.

Fonte: Imagem adaptado do Google Earth (2016)

Térreo 4 pavimentos 2 pavimentos 5 pavimentos 3 pavimentos

Mais de 50% dos edifícios são térreos num total 33 (62,3%), 16 possuem dois pavimentos (30,2%), umas pequenas quantidades possuem três pavimentos totalizando apenas 2(3,78%) e um edifício com quatro e outro com cinco pavimentos se ressaltam neste ambiente de baixas alturas (3,72%, sendo cada um 1,86%). Esta compreensão das alturas contribuirá nas decisões da altura do edifício e da permanência das vegetações que espeitarem esta regra.

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Figura 16: Visuais das esquinas e fachadas do Sítio.

Visual da Avenida São João.

. Visual da Avenida João Neves da Fontoura.

Visual da Avenida Osvaldo Aranha.

Visual da Avenida Saldanha da Gama.

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5.4.2 Fluxo Viário

Figura 17: Sentido das avenidas que circundam o Sítio.

Fonte: Imagem adaptada do Google Earth (2016)

 A flecha azul corresponde a Rua Osvaldo Aranha, possui mão única e

interliga o centro da cidade a Estação Rodoviária. É a via de maior fluxo do entorno do sítio, pois o transporte público circula por ela.

 As flechas amarela e azul, ao norte, correspondem a Rua São João. A rua

possui mão dupla e interliga o centro em direção norte e vice e versa. É a rua de menos fluxo do entorno.

 A flecha verde corresponde a Rua João Neves da Fontoura, possui mão

única e interliga o centro em direção a BR 116. Via de fluxo médio.

 A flecha vermelha corresponde a Rua Saldanha da gama, possui mão única

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Figura 18: Mapa de Mobilidade Urbana de São Leopoldo.

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5.5 ORIENTAÇÃO SOLAR E ESTUDO DOS VENTOS

5.5.1 Estudo Dos ventos Predominantes

Figura 19: Visuais das esquinas do Sítio.

Fonte: Secretaria de Planejamento E Coordenação- SEPLAN (2006)

Como mostra a figura, a predominância dos ventos durante o ano é sudeste, mas não há um descarte em analisar que as correntes variam também em outras direções com menor incidência. Ao leste, oeste e nordeste possuem uma porcentagem relativa e devem ser consideradas e relação a edificação proposta em projeto.

Esta informação da variação dos ventos será considerada também para o projeto da área externa, onde haverá exposições ao ar livre e espaços de atividades diversificadas.

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5.5.2 Estudo Da Insolação

Incidência solar

Figura 20: Projeção estereográfica do percurso aparente do sol Norte e Sul.

Figura 21: Projeção estereográfica do percurso aparente do sol Oeste e Leste.

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Ao analisar a carta solar, um estudo muito acentuado para se obter dados sobre a inserção solar nas testadas do sítio e como o sol se comporta atingindo as edificações, segue abaixo os resultados obtidos:

 FACHADA NORTE (Avenida Osvaldo Aranha) – no verão há incidência de radiação solar das 6:30 ás 10:00 e no inverno das 6:30 ao pôr do sol.

 FACHADA SUL (Avenida João Neves da Fontoura) - no verão há incidência de radiação solar das 6:30 ás 10:00 e no inverno das 17:00 ao pôr do sol.

 FACHADA LESTE (Avenida Saldanha da Gama

) -

no verão há incidência de radiação solar do nascer do sol ás 12:10 e no inverno das 12:10 as 12:50.

 FACHADA OESTE (Avenida São João) - no verão há incidência de radiação solar das 12:10 ao pôr do sol e no inverno das 12:50 ao pôr do sol.

5.6 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO

Esta última análise do sítio relaciona a maioria das espécies da vegetação existente no local. Segundo o Biólogo Erlon Diego Lorenz de Oliveira, que gentilmente produziu o material para esta pesquisa, grande parte das espécies vegetais são nativas, e o corte das mesmas somente com autorização dos órgãos responsáveis.

Figura 22: Levantamento florístico.

89 88 87 84 81 78 76 73 71 70 68 66 65 64 90 85 82 79 77 63 91 86 83 80 74 67 62 92 75 72 61 93 94 69 95 60 59 58 57 56 96 55 97 54 98 36 38 53 99 11 27 35 52 51 100 10 16 26 50 5 9 22 28 42 49 4 8 15 19 25 33 48 3 7 14 18 21 24 30 32 41 47 1 2 6 12 13 17 20 23 29 31 34 37 39 40 43 44 45 46

Rua São João Rua Osvaldo Aranha

R u a J o ã o N e v e s d a F o n t o u r a R u a S a ld a n h a d a G a m a

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Tabela 1: Descrição do levantamento florístico.

Fonte: Oliveira (2016).

Nome Popular Nome científico Altura Nome Popular Nome científico Altura 1 jacaranda Jacaranda sp 10 51 jacaranda Jacaranda sp 12

2 Pata de Vaca Bauhinia sp 5 52 Ipê Tabebuia sp 7

3 Jacaranda Jacaranda sp 9,5 53 Timbaúva (Orelha de Macaco) Enterolobium sp 12 4 Jacaranda Jacaranda sp 9,5 54 jacaranda Jacaranda sp 13 5 Jacaranda Jacaranda sp 9,5 55 Jeriva Syagrus romanzoffiana 10

6 Jacaranda Jacaranda sp 10 56 Ipê Tabebuia sp 9

7 Jacaranda Jacaranda sp 10 57 jacaranda Jacaranda sp 13 8 Jacaranda Jacaranda sp 10 58 Corticeira do Banhado Erythrina crista-galli L 5,5 9 Jacaranda Jacaranda sp 10 59 jacaranda Jacaranda sp 7 10 Canafístula Cassia sp 12 60 Timbaúva (Orelha de Macaco) Enterolobium sp 13 11 Goiaberia Psidium guajava 5,5 61 jacaranda Jacaranda sp 12 12 Jacaranda Jacaranda sp 10 62 Timbaúva (Orelha de Macaco) Enterolobium sp 12 13 Jacaranda Jacaranda sp 10 63 jacaranda Jacaranda sp 12 14 Paineira Ceiba sp 5,5 64 Especie não identificada 18

15 Figueira Ficus sp 6 65 Especie não identificada 18

16 Canafístula Cassia sp 12 66 Especie não identificada 18 17 Jacaranda Jacaranda sp 9 67 jacaranda Jacaranda sp 17 18 Aroeira Vermelha Schinus terebinthifolius 6,5 68 Timbaúva (Orelha de Macaco) Enterolobium sp 14 19 Aroeira Vermelha Schinus terebinthifolius 6 69 Paineira Ceiba sp 16,5 20 jacaranda Jacaranda sp 8 70 jacaranda Jacaranda sp 14 21 Aroeira Vermelha Schinus terebinthifolius 6,5 71 Especie não identificada 8

22 Paineira Ceiba sp 13 72 Açoita Cavalo Luehea sp 9

23 Jacaranda Jacaranda sp 10 73 jacaranda Jacaranda sp 10 24 Corticeira do Banhado Erythrina crista-galli L 6 74 Açoita Cavalo Luehea sp 12 25 Aroeira Vermelha Schinus terebinthifolius 6,5 75 Açoita Cavalo Luehea sp 8 26 Aroeira Vermelha Schinus terebinthifolius 6,5 76 Timbaúva (Orelha de Macaco) Enterolobium sp 9

27 Paineira Ceiba sp 8 77 Ipê Tabebuia sp 10

28 Timbaúva (Orelha de Macaco) Enterolobium sp 12 78 Canafístula Cassia sp 12 29 Jacaranda Jacaranda sp 11 79 Canafístula Cassia sp 14,5

30 Ipê Tabebuia sp 8,5 80 Canafístula Cassia sp 12

31 Uva Japão Hovenia dulcis 6 81 jacaranda Jacaranda sp 12 32 Araça Psidium cattleianum 5 82 Canafístula Cassia sp 12 33 Jeriva Syagrus romanzoffiana 7 83 Canafístula Cassia sp 12 34 jacaranda Jacaranda sp 12 84 Canafístula Cassia sp 12

35 Figueira Ficus sp 4,5 85 Canafístula Cassia sp 12

36 Paineira Ceiba sp 5 86 Canafístula Cassia sp 12

37 Inga Inga vera 7 87 João Bolão (Jamelão) Syzygium cumini 13 38 Aroeira Vermelha Schinus terebinthifolius 6 88 jacaranda Jacaranda sp 12 39 jacaranda Jacaranda sp 12 89 Timbaúva (Orelha de Macaco) Enterolobium sp 13 40 jacaranda Jacaranda sp 11 90 Goiabeira Psidium guajava 6

41 Ipê Tabebuia sp 6,5 91 Ipê Tabebuia sp 6

42 Jeriva Syagrus romanzoffiana 5 92 Ipê Tabebuia sp 5 43 jacaranda Jacaranda sp 12 93 Pitangueira Eugenia uniflora 5 44 jacaranda Jacaranda sp 12 94 Guapuruvu Schizolobium parahyba 15 45 jacaranda Jacaranda sp 12 95 jacaranda Jacaranda sp 12 46 Timbaúva (Orelha de Macaco) Enterolobium sp 12 96 Corticeira do Banhado Erythrina crista-galli L 6 47 Canafístula Cassia sp 12 97 Goiabeira Psidium guajava 6 48 Canafístula Cassia sp 12 98 Aroeira Vermelha Schinus terebinthifolius 12 49 Goiaberia Psidium guajava 5,5 99 Laranjeira Citrus sinensis 4 50 jacaranda Jacaranda sp 11 100Hibisco Hibiscus rosa-sinensis 4

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6 REFERÊNCIAS FORMAIS E ANÓLOGAS

O embasamento de conhecimento técnico seja prático ou teórico é de extrema relevância para realização de uma edificação de grande importância no contexto da cidade e para as pessoas. O impacto material e cultural desta obra também é muito relevante ao sobrepor em um lote algo que vá competir ou ao menos dividir espaço com o entorno já existente.

Seguindo nesta diretriz, foi submetida uma análise de outros projetos arquitetônicos para ser tomando como parâmetro todas decisões possíveis, assim esclarecendo e direcionando qualquer decisão que venha a ser tomada para o desenvolvimento da concepção de projeto.

As análises dos projetos de referência foram realizadas no intuito de compreender a resolução do programa de necessidades, seus espaços sejam suas áreas, conforto ambiental e usos, o comportamento das decisões arquitetônicas e plásticas nas fachadas. Também a estrutura usada: se ela também compõe as fachadas, o seu tipo e sua materialidade e qual o motivo da sua escolha para tal projeto.

A escolha das referências formais abaixo além do contexto “Museu da Memória” que também é o tema de estudo do autor, possuem um grande porte tanto material, como cultural e simbólico. Fica claro as grandes circulações entre as exposições, destacadas nas plantas estudadas. Outro tópico relevante a destacar é como os museus foram implantados dentro do contexto urbano existente. Todos estes dados estrão nos estudos individuais de cada um deles.

As referências análogas foram estudadas com intuito de trazer um pouco de espiritualidade, sentimentalidade e representação através das simbologias e analogias impregnadas dentro dos conceitos dos projetos arquitetônicos.

(38)

6.1 REFERÊNCIAS FORMAIS

6.1.1 Museu da Memória e dos Direitos Humanos

Figura 23: Imagem aérea do Museu

Figura 24: Mapas fundo figura dos cheios.

Figura 25: Mapas fundo figura dos vazios.

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Figura 26– Fachada Principal.

Fonte: Archdaily (2011)

Projetado pelo famoso Estúdio América Arquitetos e com sua inauguração em 11 de janeiro de 2010, o Museu da Memória é um espaço que conta a história do Golpe Militar, que iniciou à ditatura comandada por Augusto Pinochet. Uma época de repressão, exílio, medo, tortura, execuções, censuras e outras muitas violações dos direitos humanos cometidas pelo Estado do Chile entre 1973 e 1990. (Archdaily,2011). O Projeto foi executado com intuito de dar visibilidade a estas violações, estimulando análises tais como reflexões e debates, assim tentando apaziguar a situação e fazendo com que se crie uma consciência e que estes erros não mais aconteçam. A visita ao local torna-se perturbadora, porém ao mesmo tempo essencial, por conta do conhecimento da história da ditadura chilena.

Entre a magnifica e espetacular cordilheira dos Andes, o azul e gelado Oceano Pacífico, o Chile com sua unicidade que centralizado entre estes dois importantes elementos geográficos, brota uma obra de edificação cultural que ocupa um reverencial a estes dois elementos importantes, marcando o sentimento, a vida e a alma de seus habitantes. O edifício está implantado entre uma área totalmente arborizada a oeste e uma área densamente construída a leste e sua altura se sobrepões a malha urbana existente.

(40)

O museu é composto por uma única barra suportada por treliças metálicas e apoiadas em quatro pontos estruturais de concreto, gerando um grande vão e possibilitando uma permeabilidade entre os extremos da quadra. Deste modo esta barra em forma de túnel parece levitar sobre a praça seca localizada neste lugar. Três níveis de serviços estão localizados abaixo da barra de exposições que também possui três pavimentos.

As fachadas são revestidas de cobre e vidro: o Chile é o maior produtor mundial de cobre e este material faz uma analogia aos antigos mineradores chilenos. O vidro é usado como forma de transparência para trazer luz ao período obscuro da ditadura. A pele de cobre que reveste o museu é vazada permitindo proteção solar para dentro da edificação como também abrindo a possibilidade de visão para fora tendo como vista a cidade de Santiago.

Figura 27 – Acesso a praça e espelho d’água.

Fonte: Archdaily (2011)

O museu conta com sistemas multimídia para esboçar momentos e lembranças da época da ditadura, tornando muito real e próximo a sensação de torturas e transpondo um clima totalmente pesado e tenso. Aparelhos auditivos, quiosque digital, manchetes de jornais, fotografias, cartazes, recortes de jornais e documentos são responsáveis em transpor uma viagem no tempo e vivenciar o que as pessoas deste

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Figura 28 – Interior do museu (memorial).

Fonte: Archdaily (2011)

A imagem acima é um pequeno memorial dedicado a todas pessoas desaparecidas.na época da ditadura: ema parede com pé direito triplo expõe imagens dos desaparecidos enquanto ao outro lado um mezanino em forma de memorial e acima um mirante para apreciar as imagens.

Figura 29 – Planta nível -10,60.

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Biblioteca Acesso ao metrô nível -10,00 Hall Loja 1

Depósito Loja 2 Sala Reunião Bilheteria Estacionamento Multiuso Casa de máquinas

Figura 30 – Planta nível -5,95 / -7,00.

Fonte: Imagem adaptada Archdaily (2011). Bondan (2010).

Acesso ao metrô Casa de máquinas Jardim Foyer

Estacionamento Auditório Hall acesso museu

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Figura 31 – Planta níveis 0,0.

Fonte: Imagem adaptada Archdaily (2011). Bondan (2010).

Acesso de pedestres 1 Acesso ao metrô nível -10,00 Praça Memorial Alfredo Jaar

Acesso ao museu Acesso para veículos Parlatório Acesso de pedestres 2 Jardim

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Figuras 32 – Plantas níveis 1,70 / 6,46 / 11,22.

Fonte: Imagem adaptada Archdaily (2011). Bondan (2010).

Exposições Terraço Mezanino Galerias Circulações Cafeteria Centro Audiovisual

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6.1.2 Museu da Memória dos Judeus Poloneses

Vencedor do concurso internacional para implantação do museu dedicado

a história do povo judeu, a obra teve boa parte de sua inspiração nos relatos do antigo testamento bíblico, e também relata toda sua história desde a idade média até os dias atuais: uma parte foi dedicada ao holocausto, uma das principais e mais apreciada exposição. O MHJP funciona como um centro multifuncional, para estudos e exposição da cultura judia. Archdaily (2015).

Figura 33 – Interior do museu (memorial).

Fonte: Archdaily (2015)

O museu implantado na cidade de Varsóvia na Polônia, possui forma reta combinante com a malha urbana organizada e permeável da região. Sua fachada principal está voltada para o Nordeste onde também está localizado o memorial da insurreição do gueto judio, como mostra a imagem acima. Archdaily (2015).

A entrada principal do museu é uma grande subtração na fachada, um forte destaque que entoa na grande caixa cinza. A proteção solar controla a iluminação da fachada principal e forma uma malha ritmada vertical insinuando um leve e discreto movimento. A tonalidade da pavimentação e da fachada se torna silenciosa entre as arvores existentes e do entorno imediato e sua grandiosidade vai além do seu porte material: ele silencia se ao seu lado externo como forma de respeito e guarda em seu interior uma significante história, contada através do percurso interno do museu.

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Figura 34 – Imagem de satélite do museu.

Figura 35 – Mapa fundo figura dos cheios.

Figura 36 – Mapa fundo figura dos vazios.

Fonte: Imagem adaptada do Google Earth (2016)

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Figura 37 – A grande subtração na fachada.

Fonte: Archdaily (2015)

As formas sinuosas que compõem o interior do museu acompanham suas grandes circulações e refletem estas formas nas plantas baixas. As curvas direcionam o caminho a percorrer e o concreto parece estar em movimento.

Figura 38 – Interior do museu.

Fonte: Archdaily (2015)

O museu é composto por concreto, madeira e vidro: uma cominação plástica que definiu a beleza interna e externa do edifício. Ao fundo da imagem acima, nota se o início de uma grande fenestração, que acaba trazendo iluminação natural para o grande corredor.

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Figura 39 – Interior do museu (memorial).

Fonte: Archdaily (2015)

A grande fenestração citada anteriormente, forma este grande espaço, que forma uma vista para os fundos do museu. Acima as curvas de concreto contrastam com a malha reta de vidro: a transparência entre o externo e interno limitam a forma reta da forma sinuosa.

Figura 39 – A grande Fenestração.

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Figura 40 -Planta das exposições.

Fonte: Imagem adaptada Archdaily (2015)

Sobre os Três Impérios Legado

Zona rural

Paraiso dos Judeus Depois da Guerra da Polônia O holocausto

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Figura 41- Planta baixa térreo.

Fonte: Imagem adaptada Archdaily (2015)

Cafeteria Livraria

Bilheteria Sala das crianças Restaurante Chapelaria

Hall de entrada Vestiário

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Figura 42- Planta baixa nível 2.

Fonte: Imagem adaptada Archdaily (2015)

Sala de Projeção Exposição Temporária Chapelaria Auditório Entrada Salas de Aula

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Figura 43- Planta baixa nível 3

Fonte: Imagem adaptada Archdaily (2015)

Sala de máquinas Sala de tradução

Auditório Administrativo

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6.2 REFERÊNCIAS ANÁLOGAS

6.2.1 Museu da Imagem e do Som

Projeto ainda em execução em Copacabana, no Rio de Janeiro, esta obra

arquitetônica merece ser adicionada nesta pesquisa, e um dos motivos deve ser destacado com proeminência: o seu comportamento em relação aos edifícios em seu entorno.

Apesar de sua forma ser totalmente um zig zag, realmente oposta aos demais, sua altura é inferior causando um impacto mais passivo e criando um respeito a arquitetura do local. A escolha dos materiais e suas tonalidades também tratam de forma expressiva a hierarquia do existente e do novo.

Em seu último pavimento, finalizando o zig zag, cria –se um lindo mirante para privilegiar os futuros usuários do museu, a vista de Copa cabana totalmente privilegiada, em uma nova proposta para ser acessada pelo público local e também para os turistas que tenham interesse a esta espetacular proposta de projeto.

Figura 44– Fachada Principal MIS.

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6.2.2 Museu Maxxi

Uma obra prima da arquiteta Zaha Hadid, o museu traz de certo modo as

mesmas características do citado anteriormente, e isso deve ser evidenciado: o respeito ao seu entorno. A nova arquitetura não pode derrubar a existência, e sim se superar dentro de sua sutileza, de sua utilidade e da conversa plena com toda arquitetura construída anteriormente.

Percebe-se neste projeto que a edificação foi posta em um patamar mais elevado do que a via de acesso, engrandecendo e valorizando o edifício, como nos templos gregos e romanos, porém de forma mais sutil. Porém, apesar de sua elevação, ele não sobrepõe as alturas dos edifícios residenciais que estão em sou entorno imediato. Sua materialidade também é contribuinte para o comportamento do edifício na sua implantação.

O detalhe deslumbrante do projeto que se destaca também no projeto analisado anteriormente, é o mirante que nesta circunstância, ele está em balanço invadindo o espaço aéreo sobre a avenida. Ele se traduz a uma forma de condução, que force uma possível promenade para visualizar a vista da cidade.

Figura 45 – Museu Maxxi e seu entorno.

(55)

6.2.3 Museu de Arte Nanjing Sifang

Um museu implantado sobre a pura natureza chinesa que distintamente podemos comparar com os museus implantados no contexto urbano das grandes cidades. Aqui a sua única reverência é para as lindas montanhas que estão ao seu redor. O projeto foi realizado por Steven Holl Architects: a proposta cumpriu satisfatoriamente a idealização que a natureza deve ser respeitada e também usada no contexto do projeto.

Sua base construída de concreto preto faz uma releitura dos bambus, tradicionais na natureza chinesa. Isso também ameniza o peso do edifício, que se destaca em menor proporção do que a parte superior que é de cor mais clara e suspensa por dois apoios: não tão altas como as montanhas, porém na altura suficiente para trazer ao foco uma visão espetacular.

Os vidros, teoricamente usados nas proporções exatas que criam mirantes e também vistas estratégicas que trazem de certa forma, um pouco da natureza externa para o interior do museu. A ligação entre o meio externo e a arquitetura.

Figura 46 – Museu Nanjing Sifang em contraste com as montanhas.

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6.3 ANÁLISE DOS MUSEUS REFERENCIAIS

Ao analisar as referências demonstradas nesta pesquisa, adquire se dados de extrema importância a serem aplicados no trabalho final de graduação. Deve se levar em consideração que os museus analisados foram implantados fora do território brasileiro, que possuem outras características climáticas, desenho urbano e uma cultura local diferenciada no local de implantação do MMIA.

Dados como estruturas, uso de materiais e suas aplicações, forma, decisões de projeto, implantação e análise urbana, considerações sobre os meios naturais, pontos referenciais e acessibilidade, são alguns dos itens de maior relevância extraídos das referências formais que podem ser aplicadas no projeto pretendido.

Em contraponto, as referências análogas analisadas não trazem ideologias materiais como as formais, elas descrevem seu comportamento reverencial a um determinado tópico: o referencial a natureza como nos museus Nanjing e o Museu da Imagem e do som.

O museu brasileiro tem uma forma mais orgânica, porém menos impactante localizado a frente da orla de Copacabana. Em seu último nível, há uma pele de vidro voltada para o mar, um mirante no ponto mais alto para apreciar a natureza. O museu chinês acompanha as montanhas em seu entorno, a escolha de seus materiais para sua fachada camufla seu grande porte deixando a edificação mais suave e natural dentro do contexto da natureza. O museu Maxxi está implantando dentro de uma malha urbana e a natureza não é o ponto focal. Contudo há algumas características interessantes a destacar: seu mirante mostra a cidade como item importante, como uma obra de arte, pois percorre se até esta vista para apreciação como uma tela. Sua fachada recuada transforma o edifício, segundo o arquiteto Renzo Piano, em um edifício voador por conta da penetração da luz entre as fachadas.

Os três museus possuem algo em comum: um mirante no seu nível mais alto com uma vista propositalmente direcionada a um ponto focal. Tática que será aplicada no projeto final de graduação, onde o ponto focal será o Rio dos Sinos, caminho percorrido pelos colonos alemães até chegada em São Leopoldo. Está tática dará mais importância histórica para o rio e também proporcionará os turistas a percorrerem o mesmo através de passeios de braço com roteiro histórico.

(57)

6.4 PRINCIPAIS MUSEUS DE SÃO LEOPOLDO

Um pequeno número de três museus implantados na cidade, todos de pequeno porte, que contam um pouco da história da colonização alemã, fundação da cidade, crescimento populacional e industrial, da vida social e política, da arquitetura, desenvolvimento no setor do comércio e educacional.

Infelizmente esses patrimônios não recebem seu merecido valor, pois neles o histórico vivo da cidade prevalece guardado, e cada dia deixados de ser experimentado.

6.4.1 Museu Visconde de São Leopoldo

O Museu Visconde de São Leopoldo foi fundado em 20 de setembro de 1959 para salvar do esquecimento, da perda e da destruição, objetos, livros, cartas, jornais, documentos e outros elementos que se refiram à história da imigração e colonização alemã. (Museu histórico, 2016).

Figura 47– Fachada do Museu.

(58)

6.4.2 A Casa do Imigrante

Faz parte dos bens do museu a histórica Casa da Feitoria Velha, a Feitoria do Linho –Cânhamo, criada em 1788 pelo governo português. Em 1824 ela foi desativada por D. Pedro I e por sua ordem lá foram albergados os primeiros imigrantes alemães. Em 1941 a Feitoria foi comprada pela prefeitura e restaurada.

Figura 48 – Fachada do Museu.

Fonte: Wikipédia (2016)

Após a restauração, percebe-se uma descaracterização da casa original, tornando-a com características das casas alemãs por conta da técnica construtiva

enxaimel.

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6.4.3 Museu do Trem

Em 14 de abril de 1874 foi inaugurada a seção da estrada de ferro que faria ligação entre a Porto Alegre e São Leopoldo, com uma extensão de 33.756m. A estrada foi trazida da Inglaterra, chegando através do Rios dos Sinos a São Leopoldo. Em 26 de novembro de 1976, a Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (R.F.F.S.A.) juntamente com o museu histórico Visconde de São Leopoldo realizaram um convênio para a criação do Museu do Trem. Porém apenas na década de 80 a estação de trem foi desativada e somente em 1982 a R.F.F.S.A. retoma o museu, iniciando um longo processo de restauração da estação para recuperar os danos. Em 1990 o museu é tombado pelo IPHAN. (Prefeitura Municipal de São Leopoldo).

Figura 50 – Museu do Trem.

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6.5 ARQUITETURA PARA MUSEUS

Não é só de materialidade que vive uma edificação. Existem vários fatores importantes que levam um bom e consciente arquiteto a tomar decisões que irão refletir no projeto e futuramente na vida real.

Quando mencionamos projetos residenciais, por exemplo, o entendimento ainda é de fácil compreensão, pois ali acontece cenas do dia a dia, do cotidiano, onde as situações da movimentação da vida de cada indivíduo que ali reside, exigem espaços específicos da casa.

A hora do sono, a do almoço, a do banho e assim por diante, faz com que as funções de cada cômodo sejam usadas diariamente e assim, indiferente do estilo, a casa possui sempre esta ideia continua e padrão, onde qualquer pessoa consegue compreender e aceitar mais fácil a linguagem deste projeto.

Em contrapartida, como podemos imaginar em aplicar aquelas regras citadas a cima em um edifício cultural? Mais diretamente em um museu? Como saber as decisões a serem tomadas tanto para o uso do programa de necessidades quanto para o espaço urbano? Qual o impacto que ele causará no seu entorno tanto por sua proporção quanto para materialidade?

Projetista num total de 25 museus, o mestre Renzo Piano arquiteto italiano renomado nesta área, conta em entrevista a Metrópoles Magazine, conta como projetar um museu perfeito, do início ao fim. Ali encontramos algumas citações pertinentes a esta análise sobre arquitetura para museus.

“Mas o que muitas vezes não é mencionado é o quão bem os edifícios de Piano, particularmente seus museus, se comunicam com o respectivo entorno. Os edifícios não apresentam apenas bom desempenho, mas integram se na vida da cidade, como se sempre estivessem ali”.

(Clemense,2014).

“ A arquitetura leva mais tempo para ser entendida, como as cidades, como os rios, como as florestas, é preciso tempo! Um edifício pode levar um longo tempo para ser compreendido e amado. Com Beaubourg (o nome coloquial

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negativa quando foi inaugurado. Demorou 10 a 15 anos para o centro Pompidou fosse aceito pela cidade”.

“ Ainda não passaram pelo ritual da vida cotidiana na cidade. Leva tempo para que um edifício passe a ser amado e adotado pela cidade. Quer se trate de um teatro, universidade, museu ou uma igreja, o edifício tem de se tornar parte da vida cotidiana da cidade para ser aceito”. (PIANO, Renzo.2014).

As citações são bem claras e explicativas relacionadas a este tipo de edificação no contexto urbano, o impacto que ele ocasiona e também as críticas geradas em diversas características pelo seu uso como sua implantação. Projetar um museu depende de um estudo complexo da história, da filosofia, da cultura local, do estudo do entorno, do comportamento dele em relação a tudo que possa conversar com a edificação física e também o conjunto de sentimentos que ali estão presentes.

A arquitetura em si é um conjunto de sensações que permitem uma viagem espiritual, que transforma o lugar muito mais do que concreto, aço, vidro ou outros materiais construtivos. Ela é a essencialidade complementar na vida das pessoas e ninguém vive sem arquitetura, pois ela está presente sempre em todos os momentos e lugares.

Dito isto, podemos afirmar que esta essência arquitetônica está firmemente ligada ao museu, uma edificação que contempla, acerva, ensina, conta, multiplica a cultura e preserva a história memoravelmente.

Um museu deve flutuar ao seu entorno, respeitar o que for existente e fazer parte da cidade. Podemos também dizer que seu percurso interno pode ou não manter uma lógica, o importante é ele cumprir sua missão de transmitir a mensagem aos visitantes que lhe foi designado

.

7 MUSEU

7.1 CONCEITO

Segundo o dicionário on line Michaelis, o significado da palavra do grego (mouseion) condiz a coleção de objetos de arte, cultura, ciências naturais, história, técnica, etnologia entre outros. Reunião de musas, casa que contém muitas obras de arte. Museu de belas artes ou museu histórico: entende-se em resumo um lugar onde

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