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Desenvolvimento inicial de espécies arbóreas em plantio de enriquecimento em floresta secundária urbana, Santarém, PA

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Desenvolvimento inicial de espécies

arbóreas em plantio de enriquecimento

em floresta secundária urbana,

Santarém, PA

Breno Pinto Rayol1; Yasmin Alvino Rayol2; 1 Professor do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA); Líder do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar

em Agroecologia - CAIPORA; E-mail: breno.rayol@ufra.edu.br;

2 Estudante do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará (UFPA); E-mail: yasmin.rayol@icb.ufpa.br;

RESUMO

Estudos sobre o comportamento de espécies arbóreas em vegetação secundária fornecem importantes subsídios para o manejo desses agroecossistemas. O objetivo deste estudo foi avaliar o desenvolvimento inicial de mudas de oito espécies arbóreas plantadas em um fragmento de floresta secundária, localizado na zona urbana de Santarém, oeste do Estado do Pará. Foram avaliadas, durante 36 meses, a sobrevivência e o crescimento em altura dessas mudas. As espécies Hymenaea courbaril L., Handroanthus serratifolius (Vahl) S. Gro-se. e Cordia goeldiana Huber apresentaram as maiores taxas de sobrevivência (> 90,0%).

Enterolobium schomburgkii (Benth.) Benth., Ocotea caudata (Nees) Mez. e Mezilaurus itauba

(Meisn.) Taub. demonstraram taxas de sobrevivência medianas durante o período avalia-do, variando de 71,4 a 88,9%. Quanto ao crescimento em altura das mudas, destacaram-se as espécies H. courbaril e H. serratifolius, que, aos 24 meses, já apresentavam alturas médias superiores a um metro. As altas variações das taxas de sobrevivência e crescimento das mudas entre as espécies avaliadas confirmam a importância de uma melhor compreensão da performance de mudas de espécies arbóreas no campo, com a finalidade de propor as que seriam mais recomendadas para o enriquecimento de florestas secundárias na região.

Palavras-chave: Crescimento. Sobrevivência. Agroecossistema urbano.

Recebido em 31/07/2020; Aceito em 24/09/2020; Publicado na web em 07/04/2021 DOI: http://dx.doi.org/10.35818/acta.v15i2.928

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Initial development of tree species on

enrichment planting in secondary urban

forest, Santarém, PA

ABSTRACT

Studies about tree species behavior in secondary forest provide important subsidies for these agroecosystems’ management. The objective of this study was to evaluate the initial development of seedlings from eight tree species planted on a secondary fragment forest, located in Santarém urban area, western region of the state of Pará. They were analyzed the survival and the growth in height of these seedlings for 36 months. The species Hymenaea courbaril L., Handroanthus serratifolius (Vahl) S. Grose., and Cordia goeldiana Huber showed the highest survival rates (> 90.0%). Enterolobium schomburgkii (Benth.) Benth., Ocotea caudata (Nees) Mez., and Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. obtained median survival rates during the period evaluated, ranging from 71.4 to 88.9%. About the growth in height of the seedlings, it is highlighted that the species H. courbaril and H. serratifolius already presented average heights above one meter in 24 months. The high variations in seedling survival and growth rates between the species evaluated confirm the importance of a better understanding about the performance of tree species seedlings in the field, in order to propose which ones are the most recommended for the enrichment of secondary forests in the region.

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1 INTRODUÇÃO

O processo de mudanças na cobertura do solo, especialmente por ações antrópicas, causa impactos ambientais e perda signifi-cativa da biodiversidade. Surge, portanto, a necessidade de adotar tecnologias menos impactantes para a manutenção dos serços ambientais e produção sustentável, vi-sando atender as demandas socioeconômi-cas e a conservação dos recursos naturais (WILLERDING e OLIVEIRA, 2005; COR-DEIRO et al., 2017a).

Nas paisagens rurais do Pará, as florestas secundárias são marcantes. Esses agroe-cossistemas estão presentes em muitas propriedades agrícolas, especialmente no nordeste do estado, formando mosaicos de vegetação em diferentes estágios sucessio-nais (CORDEIRO et al., 2017a). A poten-cialidade de uso das espécies de florestas secundárias, regionalmente conhecidas como capoeiras, é elevada, podendo ser en-contradas espécies madeireiras, medicinais, frutíferas e, principalmente, espécies utili-zadas em construções rurais ou como lenha (ALVINO et al., 2005). Além da relevância econômica e social, as florestas secundárias desempenham um papel de elevada impor-tância ecológica em termos de crescimento florestal, acúmulo de biomassa, controle de erosão, conservação de nutrientes, benefí-cios hidrológicos e manutenção da biodi-versidade (NEPSTAD et al., 1996; PEREIRA e VIEIRA, 2001; BAAR et al., 2004).

O enriquecimento de capoeiras é uma téc-nica empregada para aumentar a densidade de espécies arbóreas durante o período de pousio, tanto para contribuir com o acú-mulo de biomassa e nutrientes para a fase

agrícola subsequente, quanto também para agregar valores às florestas secundárias, aumentar a renda da propriedade e, con-sequentemente, diminuir a pressão de des-matamento sobre a floresta primária (PE-NA-CLAROS et al., 2002; JAKOVAC et al., 2007; BRIENZA JUNIOR, 2012; SCHWARTZ et al., 2015; CORDEIRO et al., 2017a). Uma etapa importante no processo de enriqueci-mento de florestas secundárias é a seleção das espécies. Para isso, é fundamental o co-nhecimento da autoecologia e das caracte-rísticas ecofisiológicas das espécies a serem introduzidas (SOUZA e JARDIM, 1993). Portanto, estudos que avaliam o estabe-lecimento inicial das mudas em diversas condições ambientais são justificados (NO-GUEIRA et al., 2015).

O presente estudo teve o objetivo de ava-liar o desenvolvimento inicial de mudas de oito espécies arbóreas plantadas em um fragmento de floresta secundária urbana com a finalidade de fornecer base para as tomadas de decisão referentes ao manejo desses agroecossistemas.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi conduzido em um fragmen-to florestal sucessional, conhecido como “Bosque Meckdece”, localizado na zona urbana do município de Santarém, Pará. O local de estudo, pertencente à Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), encon-tra-se em estágio de sucessão secundária e possui uma área de aproximadamente 1,4 ha (EMBRAPA, 1999). O histórico do local está ligado a sucessivos ciclos de queima da vegetação, visando a limpeza da área. Atu-almente, o espaço é utilizado para a

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zação de experimentos de longa duração e práticas de educação ambiental.

O clima de Santarém é quente e úmido, com temperatura média anual de 25,6o C e a pre-cipitação pluviométrica total anual oscila em torno de 2000 mm, com distribuição ir-regular durante o ano, compreendendo um período mais chuvoso (dezembro a junho) e um período menos chuvoso entre os me-ses de julho a novembro (FAPESPA, 2015). Na região, há predominância de Latossolos Amarelos de textura média a muito argilosa, muito profundos, bem drenados, fortemen-te ácidos e com baixa disponibilidade de nu-trientes (RODRIGUES et al., 2001).

As mudas utilizadas no experimento foram produzidas no Viveiro Florestal da UFOPA. O tempo de permanência das mudas no viveiro variou de 60 a 90 dias. As mudas foram previamente selecionadas, levando em consideração os aspectos fitossanitários e morfológicos. Foram transferidas para o campo somente as mudas saudáveis com, no mínimo, 20 cm de altura.

A área da floresta secundária foi dividida em cinco transectos, distantes 20 metros entre si. Nesses, foram realizadas capinas e desbastes seletivos, formando uma faixa limpa no sub--bosque de dois metros de largura. As mudas foram distribuídas nos transectos utilizando o espaçamento de 2 x 2 m entre si.

Em abril de 2009, foram implantadas 160 mudas de oito espécies: Enterolobium

schom-burgkii (Benth.) Benth. (fava orelha), Cordia goeldiana Huber (freijó), Handroanthus ser-ratifolius (Vahl) S. Grose. (ipê amarelo), Me-zilaurus itauba (Meisn.) Taub. (itaúba),

Hy-menaea courbaril L. (jatobá), Ocotea caudata

(Nees) Mez. (louro preto), Swietenia

macro-phylla King. (mogno) e Himatanthus sp.

(su-cuuba). Os critérios usados para a escolha das espécies foram a importância sociocul-tural que apresentam na região e a disponi-bilidade de mudas no viveiro para atender a demanda do desenho experimental. As mudas receberam plaquetas contendo códigos de identificação com a finalidade de facilitar sua localização e monitoramen-to. A cada doze meses, foram realizadas limpezas nas faixas através de capinas sele-tivas ao redor das mudas a fim de diminuir a competição com a vegetação espontânea. A coleta de dados foi realizada através de avaliações da sobrevivência e crescimento em altura das plantas com auxílio de uma trena graduada em centímetros. A mensura-ção das mudas foi realizada bimensalmente por um período de 36 meses. O estado fi-tossanitário das mudas foi qualificado atra-vés da avaliação visual de sinais de ataques, porém não mensurado. por insetos ou por organismos fitopatogênicos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve uma grande variação nas taxas de sobrevivência das mudas entre as espécies avaliadas (Tabela 1). Essa variação pode ser explicada pelas distintas respostas das es-pécies à luz, como consequência de estra-tégias diferenciadas de ocupação de nichos (SILVA et al., 2013). Não foram observados ataques graves de insetos e/ou fitopatóge-nos nas mudas implantadas.

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Tabela 1: Taxa de sobrevivência das mudas

das espécies arbóreas em plantio de enri-quecimento de floresta secundária no perí-odo de 36 meses, Santarém, Pará.

Nome científico SobrevivênciaTaxa de

Hymenaea courbaril L. 100,0%

Handroanthus serratifolius

(Vahl) S. Grose 100,0%

Cordia goeldiana Huber 90,4%

Enterolobium schomburgkii

(Benth.) Benth 88,9%

Ocotea caudata (Nees) Mez 83,3%

Mezilaurus itauba (Meisn.)

Taub. 71,4%

Himatanthus sp. 55,6%

Swietenia macrophylla King 23,8%

Fonte: Autores.

As espécies Hymenaea courbaril (jatobá),

Handroanthus serratifolius (ipê) e Cordia go-eldiana (freijó) foram as que apresentaram

maiores taxas de sobrevivência (> 90%) na área estudada (Tabela 1). Esses resulta-dos foram semelhantes aos observaresulta-dos por Cordeiro et al. (2017b) em um plantio de enriquecimento em floresta secundária no município de Aurora do Pará, onde após 15 anos de implantação do experimento, as três espécies citadas anteriormente perma-neceram com percentagens de sobrevivên-cia altas (> 90%). Para Brienza Júnior (2012), em áreas de enriquecimento de capoeira na região amazônica, espécies que alcançam taxas de sobrevivência acima de 90% são consideradas de bom desempenho.

Em experimentos de 11 anos de idade, na região de Manaus (AM), o índice de sobrevi-vência de H. courbaril foi de 94,4% (SOUZA, 2008). A espécie de H. courbaril, em plan-tios florestais na região de Belterra (PA),

Baixo Amazonas, apresentou sobrevivên-cia de 56% em plantios a pleno sol aos seis anos e meio de idade; sob sombreamento, a sobrevivência foi de 87% aos 15 anos de idade (CARVALHO et al. 1998). A alta taxa de sobrevivência (100%) de H. courbaril, aos 11 meses após o plantio, também foi obser-vada em área alterada no Amazonas (NO-GUEIRA et al., 2015).

As mudas de jatobá e ipê apresentaram ta-xas de sobrevivência satisfatórias em Pre-sidente Médici, Rondônia, demonstrando possuírem capacidades favoráveis para a recuperação ambiental de áreas alteradas pela atividade pecuária (BENTES-GAMA et al., 2009). Em área explorada seletivamente no município de Moju (PA), as mudas de ipê transplantadas da regeneração natural também se destacaram em termos de sobre-vivência (90,72%), especialmente nas par-celas localizadas nos centros das clareiras (SERRÃO et al., 2003).

Quanto à sobrevivência das mudas da espé-cie Cordia goeldiana, os resultados do pre-sente trabalho são compatíveis com outros já realizados na Amazônia, que demonstra-ram o potencial dessa espécie no plantio de enriquecimento de capoeiras (CARPANEZ-ZI et al., 1983; GALEÃO et al., 2006; SABO-GAL et al., 2006; CORDEIRO et al., 2017b). A alta taxa de sobrevivência de Hymenaea

courbaril, Handroanthus serratifolius e Cordia goeldiana sugere a indicação dessas espécies

para o enriquecimento de capoeiras na re-gião. Vale ressaltar que os critérios de se-leção das mudas (idade, altura e sanidade) usados no presente estudo, na fase de vivei-ro, foram adequados. A qualidade das mu-das que são introduzimu-das em áreas de

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quecimento é um fator muito importante, pois influencia diretamente na velocidade de recuperação da área, na diversidade lo-cal e no valor agregado da floresta.

As espécies Enterolobium schomburgkii,

Oco-tea caudata e Mezilaurus itauba obtiveram

taxas de sobrevivência medianas durante o período avaliado. A taxa de sobrevivência de Enterolobium schomburgkii, aos dez meses após o plantio, em área alterada no Amazo-nas, foi 100% (NOGUEIRA et al., 2015). Já as espécies Himatanthus sp. e Swietenia

ma-crophylla apresentaram baixas taxas de

sobre-vivência. S. macrophylla foi uma das espécies que apresentou o menor índice (19,4%) em plantio sob condições de sombra parcial (ca-poeira) em Manaus (SOUZA et al., 2010). Apesar da realização de limpeza nas faixas onde as mudas foram plantadas, pode ter ocorrido um excesso de sombreamento e/ ou competição com a vegetação espontâ-nea, contribuindo, desta forma, para o bai-xo nível de sobrevivência das mudas des-sas espécies, conforme também observado em capoeira enriquecida na região da Mata Atlântica (SOUCHIE et al., 2005). Ressalta-se que, no presente estudo, as limpezas foram realizadas só uma vez por ano, portanto, o intervalo de tempo transcorrido entre as in-tervenções silviculturais pode ter sido lon-go, acarretando uma menor contribuição dessas práticas na redução dos efeitos dele-térios citados anteriormente. Por essa razão, Brienza Junior (2012) chama atenção para a importância dos tratos culturais nas áreas de enriquecimento de capoeira. O emprego de tratamentos silviculturais favoreceu sig-nificativamente o crescimento em diâmetro e altura de mudas de espécies florestais em

plantio para a recuperação de área alterada no Amazonas (NOGUEIRA et al., 2015). Aos 24 meses, as mudas transplantadas de

Hymenaea courbaril e Handroanthus serrati-folius na vegetação secundária estudada já

apresentavam altura média maior que um metro (Figuras 1 e 2). Carvalho et al. (1998), em plantios a pleno sol, registraram a altu-ra média de 2,8 m de indivíduos de jatobá aos seis anos de idade. Para Cordeiro et al. (2017b), a tolerância à sombra de H.

cour-baril contribui para o bom desempenho no

crescimento das mudas da espécie.

Figura 1: Crescimento médio mensal em

altura das mudas de Hymenaea courbaril L. (jatobá) em plantio de enriquecimento de floresta secundária no período de 36 meses, Santarém, Pará.

Fonte: Autores.

Figura 2: Crescimento médio mensal em

altura das mudas de Handroanthus

serratifo-lius (Vahl) S. Grose. (ipê amarelo) em

plan-tio de enriquecimento de floresta secundá-ria no período de 36 meses, Santarém, Pará.

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As mudas de Cordia goeldiana, Enterolobium

schomburgkii, Ocotea caudata e Mezilaurus itauba também não apresentaram o mesmo

desempenho no crescimento em altura que as espécies citadas anteriormente. Durante o período de avaliação, as mudas não ultra-passaram um metro de altura (Figuras 3, 4, 5 e 6). Entretanto, não se pode inferir que tais espécies não sejam indicadas para o en-riquecimento de capoeiras na região, uma vez que nesta fase inicial essas espécies po-dem estar investindo mais no desenvolvi-mento do sistema radicular do que no cres-cimento da parte aérea (VENTUROLI et al., 2011). Além disso, o tamanho das mudas utilizadas no plantio pode ter influenciado no desempenho delas no campo.

Figura 3: Crescimento médio mensal em

altura das mudas de Cordia goeldiana Huber (freijó) em plantio de enriquecimento de floresta secundária no período de 36 meses, Santarém, Pará.

Fonte: Autores.

As mudas de Enterolobium schomburgkii,

Ocotea caudata e Mezilaurus itauba foram

introduzidas na capoeira com alturas mé-dias menores que 30 cm, ou seja, o peque-no porte das mudas pode ter sido decisivo para o baixo crescimento em altura dessas espécies nos meses posteriores.

Figura 4: Crescimento médio mensal em

altura das mudas de Enterolobium

schombur-gkii (Benth.) Benth. (fava orelha) em

plan-tio de enriquecimento de floresta secundá-ria no período de 36 meses, Santarém, Pará.

Fonte: Autores.

Figura 5: Crescimento médio mensal em

altura das mudas de Ocotea caudata (Nees) Mez. (louro preto) em plantio de enrique-cimento de floresta secundária no período

de 36 meses, Santarém, Pará.

Fonte: Autores.

Figura 6: Crescimento médio mensal em

altura das mudas de Mezilaurus itauba (Meisn.) Taub. (itaúba) em plantio de enriquecimento de floresta secundária no

período de 36 meses, Santarém, Pará.

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As mudas de Himatanthus sp. e Swietenia

macrophylla, além de apresentarem taxas

de sobrevivência muito baixas, conforme informado anteriormente, também não se destacaram em altura (Figuras 7 e 8).

Figura 7: Crescimento médio mensal em

altura das mudas de Himatanthus sp. (su-cuuba) em plantio de enriquecimento de floresta secundária no período de 36 meses,

Santarém, Pará.

Fonte: Autores.

Figura 8: Crescimento médio mensal em

altura das mudas de Swietenia macrophylla King. (mogno) em plantio de enriqueci-mento de floresta secundária no período

de 36 meses, Santarém, Pará.

Fonte: Autores.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos nesse estudo de-monstram o potencial de espécies florestais de valor econômico para compor sistemas de enriquecimento de capoeiras na região do Baixo Amazonas.

Os resultados indicam que, nas condições experimentais do presente estudo, as mu-das de Hymenaea courbaril e Handroanthus

serratifolius apresentaram bons

desempe-nhos quanto à sobrevivência e crescimento, reunindo características silviculturais pro-missoras para seu uso no enriquecimento de capoeiras. As espécies Cordia goeldiana,

Enterolobium schomburgkii, Ocotea caudata e Mezilaurus itauba apresentaram

desempe-nho aceitável, ao menos quanto à sobrevi-vência, mostrando-se adequadas para o uso em áreas de enriquecimento de capoeira. A grande variação de taxa de sobrevivência e crescimento das mudas entre as espécies avaliadas confirma a importância de uma melhor compreensão da performance de indivíduos de espécies arbóreas no campo, com a finalidade de propor as espécies mais indicadas para enriquecimento de florestas secundárias na região.

O tempo transcorrido entre os tratamentos silviculturais é um fator importante no en-riquecimento de capoeiras. Um longo perío-do sem intervenção pode diminuir a eficácia dos tratamentos na redução do sombrea-mento excessivo e da competição da vege-tação espontânea com as mudas plantadas. Portanto, estudos sobre manejo de florestas secundárias enriquecidas são sugeridos.

AGRADECIMENTOS

À Fundação Amazônia Paraense de Amparo à Pesquisa (FAPESPA) pelo apoio financei-ro desse pfinancei-rojeto. À Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), por proporcionar as condições para a realização dessa pesqui-sa. Aos revisores, pelas sugestões e contri-buições que enriqueceram esse trabalho.

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