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Estado nutricional, imagem corporale comportamento alimentar de estudantes de Nutrição

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Detregiachi CRP et al.

Unitermos:

Comportamento alimentar. Imagem corporal. Estado nutricional. Estudantes.

Keywords:

Eating behavior. Body image. Nutritional status. Students.

Endereço para correspondência: Cláudia Rucco Penteado Detregiachi.

Rua NassmenMussi, 333, Jardim Itaipu, CEP 17519-570, Marília, SP, Brasil.

E-mail: claurucco@gmail.com Submissão:

3 de fevereiro de 2014 Aceito para publicação: 14 de maio de 2014

RESUMO

Objetivo: O estudo se propôs avaliar o estado nutricional, a imagem corporal e o compor-tamento alimentar de estudantes do sexo feminino do 1° e 4° anos curso de Nutrição de uma universidade privadado centro-oeste paulista. Método: Para a avaliação do estado nutricional, foi calculado o índice de massa corporal. A percepção da imagem corporal foi avaliada utilizando-se a escala de silhuetas de Stunkardet al. O comportamento alimentar foi avaliado pelo Questionário Holandês do Comportamento Alimentar, proposto por Van Strien et al. Participaram do estudo 32 estudantes ingressantese 40 concluintes, entre as quais a maioria apresentava estado nutricional eutrófico (69% das ingressantes e 67,5% das concluintes). Resultados: A satisfação com a imagem corporal foi encontrada em apenas 19% e 27,5% das alunas ingressantes e concluintes, respectivamente, com diferença signi-ficativa entre silhueta real e a ideal (p<0,0001) em ambos os grupos. A correlação entre o IMC e a percepção da imagem corporal real foi prevalentemente positiva, tanto entre as ingressantes (r=0,7976) quanto entre as concluintes (r=0,8232), caracterizando uma imagem corporal proporcional ao diagnóstico nutricional. Conclusão: O comportamento alimentar condicionado por fatores externos predominou entre as ingressantes e por fatores emocionais entre as concluintes, ambos associados ao aumento de peso. Assim, há que se considerar a importância da observação e da discussão com adolescentes e jovens sobre comportamento alimentar e os ideais de beleza, sobretudo com os universitários da área da saúde, por estes serem futuros multiplicadores de conceitos e práticas relacionadas à saúde, bem como futuros agentes cuidadores.

ABSTRACT

Objective: This study assessed the nutritional status, body image, and eating behavior of female freshmen and seniors of a four-year undergraduate nutrition program of a private university in the central west region of the state of São Paulo. Methods: Nutritional status was classified according to body mass index (BMI). Body image and eating behavior were assessed, respectively, by Stunkard et al. figure rating scale and the Dutch Eating Behavior Questionnaire, developed by van Strien et al. Thirty-two freshmen and forty seniors participated in the study, of which 69% and 67.5% were normal weight, respectively. Results: Only 19% and 27.5% of the freshmen and seniors, respectively, were satisfied with their body image, and the actual body figure differed significantly from the ideal body figure in both groups (p<0.0001). The correlation between BMI and actual body image was mostly positive, both for freshmen(r=0.7976) and seniors (r=0.8232), characterizing proportion between body image and nutritional diagnosis. Conclusion: Eating behavior conditioned by external and emotional factors prevailed among freshmen and seniors, respectively, and both were associated with weight gain.Hence, it is important to observe and discuss eating behaviors and beauty ideals with adolescents and youth, especially university students in health-related programs, since one day they will be health care providers and pass on health-related concepts and practices. Cláudia Rucco Penteado Detregiachi1

Karina Rodrigues Quesada2 Joyce Messias de Assis3 Kecylin Regiane Pedroso3 Marielle da Silva4

Thabata Andresa P. Ferreira de Oliveira4

1. Professora doutora da Universidade de Marília (Unimar) e da Universidade Paulista – Unip/Assis, Marília, SP, Brasil. 2. Professora mestre da Universidade de Marília (Unimar) e da Universidade Paulista – Unip / Assis, Marília, SP, Brasil. 3. Nutricionista, Marília, SP, Brasil.

4. Aluna do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade de Marília (Unimar),Marília, SP, Brasil.

Estado nutricional, imagem corporale comportamento

alimentar de estudantes de Nutrição

Nutritional status, body image, and eating behavior of Nutrition students

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INTRODUÇÃO

Tem-se observado ultimamente um aumento considerável na ocorrência de transtornos alimentares, os quais têm ocorrido em idades cada vez mais precoces, provindos de um padrão de beleza imposto pela sociedade1.

Estudos comprovam uma mudança ao longo do tempo em relação ao corpo ideal. No começo do século passado, a mulher tinha como padrão ideal um corpo com formas avantajadas. Hoje, o padrão é de um corpo magro, cujas formas são definidas, elegantes e bem desenhadas2.

Nessa busca frenética e irresponsável do corpo perfeito, cada vez mais pessoas estão sendo levadas à exaustão de exercícios físicos e à prática de dietas muito restritivas e, consequente-mente, problemas nutricionais graves devido à baixa ingestão de nutrientes essenciais3-5.Nestas circunstâncias, algumas pessoas desenvolvem distúrbios alimentares, tais como bulimia e anorexia nervosa.

De acordo com Coqueiro et al.6,não só pessoas com índice de massa corporal (IMC) acima do indicado estão insatisfeitas com sua imagem corporal. Assim, a análise da autoimagem se torna importante, pois por meio dela é possível analisar como o indivíduo se vê e gostaria de ser visto pela sociedade7.

É reconhecido que não se pode relacionar o desenvolvimento dos transtornos alimentares somente aos padrões de beleza atuais. Estes têm causas multifatoriais, como fatores biológicos, gené-ticos, psicológicos, socioculturais e familiares, que se interagem e acabam por promover e perpetuar os mesmos8.

Tem-se observado que profissionais da área da saúde são alvos para o desenvolvimento de transtornos alimentares, por apresentarem uma cobrança de si mesmos e, ainda,a cobrança que a própria sociedade realiza9. Neste contexto, os profissio-nais da área de Nutrição são especialmente atingidos por tais transtornos pelo fato de se cobrarem um corpo magro, visto serem conhecedores da alimentação saudável10. Estes autores acrescentam, ainda, que a mudança no estilo de vida ao entrar na universidade apresenta-se também como grande fator de risco para o desenvolvimento de transtornos alimentares, uma vez que o indivíduo sai do seu cotidiano e entra em um mundo novo, carregado de pressões psicológicas, mudança de hábito alimentar e diminuição do tempo disponível. Rosa et al.11 observaram que, para as universitárias, a imagem corporal imposta pela socie-dade tem mais importância do que a composição corporal que é realmente considerada saudável para a promoção da saúde.

No panorama atual de incidência de transtornos alimentares, surge aimportância de conhecer o comportamento alimentar dos grupos de risco, o que se afigura como fundamental na educação e prevenção no âmbito da saúde12.

Diante de tais considerações, o presente estudo se propôs a estudar o estado nutricional, a percepção da imagem corporal e o comportamento alimentar de estudantes ingressantes e

concluintes do curso de Nutrição de uma universidade privada do centro-oeste paulista.

MÉTODO

A população de estudo foi composta pelas alunas matricu-ladas no 1º e 4º anos do curso de Nutrição. Para a avaliação do estado nutricional, foram coletadas as medidas antropo-métricas de peso e estatura, e calculado o IMC.

A percepção da imagem corporal foi avaliada utilizando-se a escala de silhuetas de Stunkardet al.13 adaptada por Scagliusi et al.14, composta por nove figuras de silhuetas. Essas silhuetas são divididas em quatro categorias: silhueta 1- delgada; silhuetas 2 a 5- normal; silhuetas 6 e 7- sobre-peso; e silhuetas 8 e 9- obesa. As figuras esquemáticas foram apresentadas a cada estudante, acompanhadas das seguintes perguntas: “Qual dessas figuras é a que mais representa você atualmente?”, “Qual delas você considera a imagem de um corpo saudável?” e “Qual delas corresponde a que você gostaria de ser?”. A resposta à primeira pergunta corresponde à percepção da imagem corporal real (PICR) e à terceira à percepção da imagem corporal ideal (PICI).

A satisfação corporal foi analisada por meio do cálculo da diferença entre o valor atribuído à imagem que a estudante gostaria de ter (PICI) e o valor que a representasse no momento (PICR). Esse escore pode variar entre – 8 e + 8, e quanto mais distante de zero, maior o grau de insatisfação da estudante com a imagem corporal14.Diferença negativa caracteriza insatisfação pelo excesso de peso e positiva pela magreza. Resultado igual a zero indica satisfação com sua aparência.

O comportamento alimentar foi avaliado pelo Ques-tionário Holandês do Comportamento Alimentar (QHCA), proposto por Van Strienet al.15, traduzido para o português por Almeida et al.16 e validado para a população brasileira por Viana & Sinde12.O QHCA é composto por 33 itens, avaliados numa escala de 5 pontos (nunca/raramente/àsvezes/frequen-temente/muito frequentemente), distribuídos em três categorias de ingestão alimentar: a categoria de “ingestão restritiva”, que inclui 10 itens, a categoria de “ingestão externa”, composta também por 10 itens, e a categoria de “ingestão emocional”, composta por 13 itens. Esta última subdivide-se, ainda, em emoções precisas com 9 itens e emoções difusas com 4 itens.

Essas categorias caracterizam diferentes estilos alimentares, segundo Viana & Sinde12. A “ingestão restritiva” é marcada por ciclos de dieta e restrição intercalados por ciclos de desi-nibição, ou seja, com esforço o sujeito controlaa fomee o desejo, mas de vez em quando se deixa vencer pelo desejo e come descontroladamente. A “ingestão externa” é aquela em que as características do alimento ou do ambiente se sobre-põem à percepção da fome/saciedade, enquanto a “ingestão emocional” tem as emoções como principal determinante do excesso alimentar.

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O tratamento estatístico dos dados realizado com apoio do programa BioEstat 5.0. Para verificar o grau de significância das diferenças entre os grupos ou variáveis estudadas,foram aplicados os testes t-student e análise de variância (ANOVA). Teste de Pearson foi utilizado para identificar correlações entre as variáveis levantadas. O nível de significância considerado foi p<0,05.

A coleta dos dados deste estudo teve inicio após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Marília– UNIMAR (registro nº 465).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Participaram do estudo 32 estudantes ingressantese 40 concluintes, representando 97% e 95%, respectivamente, das estudantes matriculadas nesses dois anos do curso. A média de idade das ingressantes foi 21,2±6,54 anos e das concluintes foi 24,92±5,51 anos.

Com base no IMC, classificado de acordo com a World

Health Organization17,foi observado que a maioria das estu-dantes apresentava estado nutricional de eutrofia (69% das ingressantes e 67,5% das concluintes), enquanto o baixo peso foi mais incidente entre as ingressantes (Tabela 1). Excesso de peso, em suas diversas classificações, foi encontrado em 18,5% das ingressantes e 30% das concluintes. Não foi encontrada diferença significativa nos valores de IMC dos dois termos acadêmicos avaliados (p=0,0958).

Resultados semelhantes foram encontrados em pesquisas realizadas com estudantes de Nutrição de diversos Estados do país, como no Rio Grande do Sul5, no Rio de Janeiro2 e São Paulo18. O perfil nutricional encontrado na população deste estudo destoa dos dados nacionais da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008/200919, na qual foi visto que,entre as mulheres adultas, o déficit de peso atingia 3,6% e o excesso de peso 48%, sendo 16,9% delas obesas.

Neste estudo, a satisfação com a imagem corporal foi encon-trada em 19% das alunas ingressantes e 27,5% das concluintes. Entre as ingressantes, 72% apresentaram pontuação negativa na aplicação do instrumento das figuras esquemáticas, indicando insatisfação pelo excesso de peso e 9% apresentaram pontu-ação positiva, apontando insatisfpontu-ação pela magreza. Entre as

concluintes, a insatisfação pelo excesso de peso foi encontrada em 57,5% e pela magreza em 15% (Figura 1). A aplicação do teste de correlação de Pearson indicou diferença significativa entre silhueta real e a ideal (p<0,0001) em ambos os grupos, ingressante e concluintes.

A insatisfação com a imagem corporal parece ser uma realidade entre universitários brasileiros. Estudo realizado por Cruz et al.10 com 40 estudantes do sexo feminino de um curso de Nutrição de Ipatinga-MG detectou que 40% delas apre-sentavam algum grau de insatisfação corporal. Estudantes dos cursos de nutrição e educação física de uma universidade de Taubaté-SP tiveram a satisfação com imagem corporal avaliada por Gonçalves et al.9 e em ambos os cursos foram encontradas proporções elevadas de insatisfação, sendo 75,8% e 78,2% para os cursos de nutrição e educação física, respectivamente. Coqueiro et al.6 também avaliaram satisfação com a imagem corporal de estudantes de uma universidade pública da região de Florianópolis-SC e encontraram que 49,2% dos indiví-duos apresentavam desejo de reduzir o tamanho da silhueta, enquanto que 26,6% desejavam aumentar. Em outro estudo, a Escala de Stunkard foi aplicada em 2.402 universitárias de 37 instituições de ensino superior das cinco regiões do Brasil20. Em média, estas universitárias desejavam como ideal uma figura abaixo daquela apontada como atual.

Estudos citam que o peso desejado por estudantes univer-sitárias costuma ser menor que o real, mesmo quando estese apresenta dentro da faixa de normalidade2,21.

As silhuetas 2, 3 e 4, as quais são representativas de corpo eutrófico, foram apontadas como imagens de corpos ideais e também de corpos saudáveis por 84% das alunas ingressantes e 90% das concluintes, sugerindolimitação na influência do padrão de beleza imposto pela sociedade sobre estas alunas. Este dado vai de encontro aos resultados obtidos com univer-sitárias avaliadas no estudo de Alvarenga et al.20, as quais também apontaram as silhuetas 2, 3 e 4 com maior frequência. Entretanto, resultado diferente foi encontrado por Bosi et al.2 ao avaliarem a autopercepção da imagem corporal entreestudantes de nutrição no município do Rio de Janeiro. Estes pesquisadores verificaram que a imagem corporal buscada pelas informantes

Figura 1 – Grau de satisfação com a imagem corporal das alunas ingressantes e

concluintes, analisada por meio do cálculo da diferença entre o valor atribuído à imagem que a estudante gostaria de ter (PICI) e o valor que a representasse no momento (PICR), Marília-SP, 2012.

Tabela 1 – Diagnóstico nutricional das alunas ingressantes e concluintes, segundo o índice de massa corporal, Marília-SP, 2012. Diagnóstico Nutricional Ingressantesn=32 Concluintesn=40

n (%) n (%)

Baixo Peso 4 (12,5) 1 (2,5)

Eutrofia 22 (69) 27 (67,5)

Sobrepeso 5 (15,5) 8 (20)

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enquadrava-se ao padrão imposto pela sociedade, ou seja, de silhuetas mais magras.

Ao compararmos o IMC com a PICR, 81% das ingressantes e 75% das concluintes se veem como realmente são, enquanto 9,4% e 5% delas se veem maior e 9,4% e 20% delas se veem menor, respectivamente. A aplicação do teste de correlação de Pearson apontou correlação positiva, tanto entre as ingressantes (r=0,7976) quanto entre as concluintes (r=0,8232), caracte-rizando uma imagem corporal proporcional ao diagnóstico nutricional (Figuras 2 e 3).

Resultados diferentes foram encontrados por outros pesqui-sadores como Laus et al.22, queanalisaram as relações entre imagem corporal e estado nutricional de estudantes do 2º e 3º anos de um curso de Nutrição da cidade de Ribeirão Preto-SP e observaram que a imagem corporal eutrófica foi a preva-lente, porém, com incompatibilidade o diagnóstico nutricional atual, exprimindo distorção da imagem corporal. No estudo de Bosi et al.2 com estudantes de nutrição do Rio de Janeiro, foi observada uma autopercepçãoda imagem corporal alterada em 82,9% das que apresentavam IMC adequado e 11,4% das que apresentavam IMC de sobrepeso/obesidade. Laus et al.22 desenvolveram um estudo com alunas do primeiro ano de dois cursos da área da saúde e dois da área de humanas, e observaram uma grande prevalência de distorção na imagem corporal em todos os grupos, sem diferença entre as áreas.

Na abordagem do comportamento alimentar, as alunas ingressantes apresentaram média de escores mais elevada para a categoria de ingestão externa (5,98±1,1), enquanto a ingestão emocional apresentou média 5,55±2,2 e a ingestão restritiva 5,41±1,83. Entre as concluintes, a ingestão emocional foi a que apresentou maior média de escores (6,14±2,37), sendo que a ingestão externa teve média 5,96±1,11 e a restritiva 4,88±1,57. Em nenhum dos dois grupos foi encontrada diferença significativa entre os escores das três categorias de ingestão alimentar. Resultado semelhante ao deste estudo foi encontrado por Magalhães & Motta23 ao avaliarem o estilo alimentar de estudantes ingres-santes e concluintes do curso de Nutrição de três cidades do interior do Estado de São Paulo. Estas pesquisadoras encontraram, em ambos os grupos, predomínio de ingestão determinada por fatores externos, com escores mais altos entre os ingressantes.

A distribuição das categorias do estilo alimentar segundo o diagnóstico nutricional com base no IMC está apresentada na Tabela 2, tendo sido encontrada diferença significativa entre os diagnósticos nutricionais apenas na categoria de

Figura 2 – Correlação entre IMC e percepção da imagem corporal real (PICR)

entre as alunas ingressantes avaliadas, Marília-SP, 2012 (n=32).

Figura 3 – Correlação entre IMC e percepção da imagem corporal real (PICR)

entre as alunas concluintes avaliadas, Marília-SP, 2012 (n=40).

Tabela 2 – Médias dos escores obtidos nas três categorias de ingestão alimentar pelas alunas ingressantes e concluintes, segundo seu diagnóstico nutricional, Marília-SP, 2012.

Ingestão alimentar (média dos escores obtidos) Diagnóstico nutricional Frequência (n) Restritiva Emocional Externa

Ingressantes Baixo peso 4 4,4±3,1 5,8±1,8 5,9±1,1 Eutrofia 22 5,5±1,6 5,0±1,9 6,1±1,2 Sobrepreso 5 5,7±1,7 8,1±2,3 5,4±0,62 Obesidade 1 6,6 4,2 5,2 p=0,5303 p=0,0118 p=0,5531 Concluintes Baixo peso 1 3,2 4,6 5,8 Eutrofia 27 4,5±1,4 5,7±2,2 5,8±1,2 Sobrepreso 8 5,9±1,2 7,1±2,6 6,5±1,1 Obesidade 4 5,7±2,4 7,7±2,3 6,2±0,6 p=0,0450 p=0,1609 p=0,2764

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ingestão emocional no grupo de alunas ingressantes e na categoria de ingestão restritiva no grupo das concluintes.

A associação entre o IMC e as categorias alimentares de ingestão, avaliada pelo teste de Correlação de Pearson, indicou tendência crescente nas três categorias na medida em que o IMC aumenta, com exceção apenas ao grupo das alunas ingressantes, no qual a ingestão externa, diferentemente das demais, tende a reduzir nos níveis de IMC mais elevados (Figuras 4 a 9).

Magalhães & Motta23 também constataram que há tendência crescente à ingestão restritiva e emocional na medida em que aumenta o IMC das alunas concluintes dos cursos de Nutrição alvos do estudo.Entretanto, isto não foi observado por estas pesquisadoras entre as alunas ingressantes.

CONCLUSÕES

Alguns dados deste estudo confirmam achados na literatura, como no caso de elevados percentuais de insa-tisfação pelo excesso de peso e da diferença significativa

Figura 4 – Associação entre IMC e ingestão restritiva entre as alunas

ingres-santes avaliadas (n=32), Marília-SP, 2012. IMC – índice de massa corporal

Figura 5 – Associação entre IMC e ingestão restritiva entre as alunas

con-cluintes avaliadas (n=40), Marília-SP, 2012.IMC – índice de massa corporal

Figura 6 – Associação entre IMC e ingestão emocional entre as alunas

ingres-santes avaliadas (n=32), Marília-SP, 2012.IMC – índice de massa corporal

Figura 7 – Associação entre IMC e ingestão emocional entre as alunas

con-cluintes avaliadas (n=40), Marília-SP, 2012.IMC – índice de massa corporal

Figura 8 – Associação entre IMC e ingestão externa entre as alunas

ingres-santes avaliadas (n=32), Marília-SP, 2012.IMC – índice de massa corporal

Figura 9 – Associação entre IMC e ingestão externa entre as alunas concluintes

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entre a silhueta real e a ideal. Entretanto, de modo satisfatório, a população deste estudo apontou silhuetas eutróficas como imagens de corpos ideais e de corpos saudáveis, sugerindo menor influência dos padrões de beleza impostos pela sociedade atual. Diferentemente de outros estudos com estudantes de nutrição, a maioria das alunas desta investigação se vê como realmente são e apontam uma imagem corporal proporcional ao diagnós-tico nutricional. O comportamento alimentar condicionado por fatores externos predominou entre as ingressantes e por fatores emocionais entre as concluintes, ambos asso-ciados ao aumento do IMC, corroborando os achados de estudos semelhantes.

Há que se considerar a importância da observação e da discussão com adolescentes e jovens sobre compor-tamento alimentar e os ideais de beleza, sobretudo com os universitários da área da saúdepor estes serem futuros multiplicadores de conceitos e práticas relacionadas à saúde, bem como futuros agentes cuidadores.

CONFLITO DE INTERESSE

Certificamos que não omitimos quaisquer acordos com pessoas, entidades ou companhias que possam ter inte-resse na publicação deste artigo, bem como declaramos não ter conflito de interesse em relação ao presente artigo.

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