Autismo
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Eu conheço. Eu respeito.
Aprenda mais com a Casa de David sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
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Apresentação
Essa cartilha foi idealizada pelo setor de Comunicação da Casa de David, objetivando especificamente fomentar de forma simples o conhecimento e
o respeito ao Transtorno do Espectro Autista – Autismo.
Com cerca de 3 milhões de autistas somente no Brasil, o universo desta síndrome tão peculiar ainda demanda estudo e muito investimento. Com a
inauguração da Casa de David Unidade II: Centro Nacional para Estudo e Atendimento à Pessoa com Autismo “Labibi João Atihé” pretende-se
explorar ainda mais esse universo ao investir num atendimento de excelência a mais de centenas de pessoas, além de constituir um
Conselho Científico para estudos. Tudo de forma gratuita. Com mais de 50 anos de história e luta em prol das causas sociais, sobretudo das pessoas carentes com deficiência mental e com Autismo, a
Casa de David reafirma seu compromisso social: atender, estudar, defender e principalmente disseminar conhecimento e respeito igualitário.
Nosso desejo é que através dessa simples leitura, o tema seja cada vez mais difundido e pesquisado.
A cada dia a Casa de David tem a sensação de dever cumprido, mas sua missão é infinita.
Expediente
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Este é o Jean. Ele é um dos assistidos internados na Casa de David. Seu grau de
autismo é acentuado: Ele não fala. Não se comunica
de nenhuma forma, mas, possui um sorriso
indescritível.
Diretor- Presidente: Labibi João Atihé
1º Diretor Vice-Presidente: Vagner Ximenez Borin 2º Diretor Vice-Presidente: Luiz Carlos Montini Junior Comissão Editorial: Superintendente:
Dr.Augusto C. Pitiá Martins Coordenação de Comunicação: Dra. Cleize Hernandes Bellotto Coordenação Unidade II: Marta Lopes Editores-Chefes:
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Transtorno do Espectro Autista - Autismo
Considerado como um transtorno global do desenvolvimento e uma síndrome neuropsiquiátrica , o conceito de autismo é amplo, mas caracteriza-se essencialmente, segundo Lorna Wing, pelo que chamamos
de tríade ou áreas afetadas por alterações significativas em três aspectos: na comunicação (nula ou escassa), na interação social (falta de percepção sobre o ambiente social) e uso da imaginação (podendo incluir
comportamentos restritos e repetitivos, também chamado de comportamentos estereotipados). Segundo a Organização das Nações Unidas, há 70 milhões de pessoas com autismo em todo mundo, e no
Brasil estatísticas estimam entre 2 e 3 milhões.
O que é?
Quais as causas do autismo?
Não há causas comprovadas para o autismo, todavia há probabilidades ligadas a fatores genéticos e gestacionais. Ocorre mais em meninos do que em meninas, por isso a cor azul é
um dos símbolos da síndrome.
Em meninas o autismo tende a ser mais grave, com maior comprometimento.
Há muitos tipos de autismo?
Pessoas com autismo podem apresentar características em graus diferentes, partindo da total incapacidade à genialidade. Considerando
sua abrangência, podemos dividi-los em:
AUTISMO DE BAIXO FUNCIONAMENTO:
incapacidade total de comunicação e interação social. Em geral apresentam um
alto grau de deficiência mental associada, muitas vezes com agressividade alta, por
isso demandam internação.
AUTISMO CLÁSSICO:
sua capacidade de interação é reduzida, todavia conseguem falar e repetir palavras
desconexas. Não olham nos olhos e evitam toque.
SÍNDROME DE RETT:
de origem genética, pode levar à uma deficiência intelectual grave, ocorrendo quase
sempre em crianças do sexo feminino.
AUTISMO DE ALTO FUNCIONAMENTO/
SÍNDROME DE ASPERGER:
em muitos casos são comparados a gênios devido a sua inteligência e habilidade em certos
aspectos. São verbais, porém as dificuldades sociais e a falta de proximidade e interatividade
com o meio social estão presentes.
Há mais meninos do que meninas com autismo?
Ele é autista?
Quais são os sinais e quando perceber?
Os sinais são diversos variando de pessoa para pessoa, mas existem os mais comuns que podem estar presentes na maior parte dos casos de
autismo. A diferença está apenas na intensidade e gravidade. Os sinais abaixo podem indicar traços de autismo ou de outros
problemas e são perceptíveis nos ambientes familiar, social e escolar, desde a
primeira infância:
- Seu contato visual é ausente ou pouco frequente; - Sua fala é prejudicada;
- Não responde ao chamado pelo próprio nome, agindo como se não escutasse; - Não tem interesse em se relacionar com outras pessoas;
- Tem dificuldade na mudança de rotinas; - Evita o contato físico;
- Não apresenta interesse pelo que acontece à sua volta;
- Prefere o isolamento;
- Usa o outro como ferramenta; - Expressa-se através de gestos e não da fala;
- Anda na ponta dos pés; - Não tem noção de perigo;
- Apresenta crises de agressividade ou auto-agressividade;
- Apresenta dificuldade em se fazer compreender e compreender os outros;
- Apega-se a determinados objetos ou alimentos;
- Fala palavras e frases repetidas (ecolalia), - Seus movimentos são repetitivos (estereotipias).
Mas, lembre-se: tratam-se apenas de sinais indicativos e não de diagnóstico.
Não existem exames para se chegar ao diagnóstico de autismo, porém alguns são realizados para que sejam
descartados outros problemas. O diagnóstico de autismo não é simples. Uma sucessão de avaliações
são realizadas para acompanhar sua evolução, sempre através de equipe
especializada.
Diagnóstico
Como é feito?
Profissionais da área da saúde. Preferencialmente especialistas do comportamento, como médicos psiquiatras, psicólogos e equipe multidisciplinar para avaliações. É muito importante buscar ajuda assim queperceber os sinais, pois uma intervenção precoce pode levar a criança a
um melhor desenvolvimento.
Quem pode fazer?
Onde fazer?
Buscar orientações nos serviços públicos de
saúde para os encaminhamentos futuros, assim como
nas associações privadas que já são referência nesse
atendimento, normalmente conveniadas com o Estado.
Quais os tratamentos?
Intervenção e acompanhamento terapêutico com especialistas onde se destacam as atividades pedagógicas, lúdicas, com animais,
musicoterapia dentre outras.
Também, dependendo do caso e gravidade, intervenções medicamentosas são associadas ao tratamento descrito acima,
sempre com prescrição e acompanhamento médico. Cada caso tem tratamento diferenciado, pois apesar de suas semelhanças, suas particularidades devem ser levadas em conta.
O tratamento de modo geral à pessoa com autismo é bastante individualizado.
A maioria dos estudiosos afirma que não, pois mesmo quando há um ótimo desenvolvimento, suas características permanecem pela vida toda.
É importante frisar que os atendimentos dos especialistas levam à uma melhor condição e qualidade de vida. Por isso, se os sinais forem percebidos e o tratamento iniciado ainda na primeira infância, até o
terceiro ano de vida, as chances de desenvolvimento e independência aumentam.
Há cura?
“Lei 12.764/12 chamada de Lei Berenice Piana”
A aprovação dessa lei se deu por inúmeros esforços, mas em especial da senhora Berenice Piana, que reconhecidamente lutou e enfrentou barreiras ao defender não só os direitos de seu filho, um garoto autista, mas também de uma grande parcela da população que clamava por esse reconhecimento.
Sancionada em 27 de dezembro de 2012, a Lei 12.764/12, chamada de Lei Berenice Piana, é a tão esperada proteção da pessoa com transtorno do espectro autista no ordenamento jurídico brasileiro.
Com o advento desta lei, o autista passou a ser considerado pessoa com deficiência para todos os efeitos legais e desta forma, passou também a ser amparado por toda legislação específica de proteção às pessoas com qualquer tipo de deficiência.
Assim, além dos direitos previstos no artigo 3º da Lei 12.764/12, as pessoas com transtorno do espectro autista podem também recorrer a outras normas, tais como: - Lei nº 7.853/89 – Garante tratamento adequado em estabelecimentos de saúde públicos ou privados específicos para sua patologia;
- Lei nº 8.742/12 – Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS;
- Lei nº 8.899/12 – Garante passe livre no transporte coletivo interestadual; - Lei nº 10.048/00 – Dá prioridade de atendimento às pessoas com deficiência; - Lei nº 10.098/00 – Estabelece normas e critérios para promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida;
- Normas internacionais ratificadas no Brasil.
Desta forma, é certo que o autista passou a ter meios legais para buscar a devida proteção de sua dignidade, todavia, em que pese a relevante importância desta conquista, a luta deve continuar agora voltada para abertura de linhas de pesquisas e estudos desta síndrome em busca da melhor qualidade de vida para estas pessoas. Nilson Bellotto Junior
Advogado responsável pelo
Departamento Jurídico da Casa de David