UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
CATARINA
PROGRAMA
DE
Pos-GRAÓÚAÇÃQ
EM
ENGENHAR|A DE
PRoDuÇÃo
A
EF
IÇIÊNCIA
ECONÔMICA NA
REESTRU-TURAÇAO
DO-
SETOR.-
ELETRICO
BRASILEIRO;
UMA..
ABORDAGEM
ATRIAVÉS,
DA
ECONOMIA
DOS CUSTOS
DE
TRANSAÇAO
«
Por:
Roberto
C.
Lotero-
Orientador:
Prof.Edvaldo
A.
de
Santana,
Dr.Tese
apresentada
ao.Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção
da
Universidade Federal
de
Santa
Catarina para
obtenção
do
grau
de'Doutor
em
Engenharia
_
A
EFICIÊNCIA
ECONÔMICA
NA
REESTRUTURAÇÃO
DO SETOR
ELETRICO
BRASILEIRO:
UMA ABORDAGEM
ATIÊAVÉS
DA
-
ECONOMIA
DOS
CUSTOS
DE
TRANSAÇAO
Tese
apresentada
ao Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia
Produção da
Universidade Federal
de
Santa
Catarina para
obtenção
do
grau
de
Doutor
em
Engenharia
Banca
examinadora:
14.013-Oii-
¡-níl'íl
___í_E
...iiín-
í_.-
í-I
aí-
-111
_.íí
0.3 .D-
E-1
UFSC-BU Prof.R
dm~Barcia,
PhD.
Coordenador
Prof.
Edval o
Alves
de
Santana,
Dr.Orientador
`
oé
Ca
~~. .- s“Dias, Dr.embro
externo
'
fz Prof.
Ricardo
Villarroel Dávalos, Dr.“Xl
Membro
externo
_ Prof. Luís
Gon
e
Souza
Fonseca,
Dr._ I`O
~
Prof.
Carlos Raul
Borenstein, Dr.V ,
Membro
íí
f Prof. Hélio
Ademar
Schuch, DSc.
Moderador
.iii
` .
A
minha
esposa
Simone
Em
primeiro lugardevo
agradecer profundamente ao Prof.Edvaldo
Santanapor
teraceito
o
desafio deme
orientar nestecaminho
cheio de dificuldades. Este trabalhonão
teriachegado
ao nivel atingido a não ser pelas discussões,sempre
esclarecedoras, e pelo contínuoincentivo por ele oferecido nos
momentos
mais dificeis.S
_
Meus
agradecimentostambém
são direcionados para os entrevistadosque
contribuíram significativamente
com
seus conhecimentos e opiniões. `Devo
agradecer à SallyHunt
e aos Profs. Paul Joskow, WitoldHenisz
eBennet
Zelnerque,
sem nenhum
interesse particular,enviaram-me
materiais e informações inestimáveis.Aos
amigos
Gladis e HélioSchuch que
me
incentivaram eapoiaram firmemente
paraque
pudesse chegar a este estágio daminha
vida. -À
Angela
e Waldir quesempre
acompanharam
os altos e baixoscom
sua constantepresença.
H
A
todos osamigos que
fizeram
com
que
esta trilha fossemais
agradável.Não
posso deixar de agradecerao
Curso
de Pós-graduaçãoem
Engenharia Elétrica,em
geral, e ao
Grupo
de Planejamentode
Sistemas Elétricos,em
particular, que contribuíramdecisivamente para
que
outras portas fossem abertas.Resumo
A
pesquisa realizada,que
veio a se constituir nesta tesede
doutorado, teve por objetivoavaliar a reestruturação
que
estáem
andamento no
setor elétrico brasileiro.O
trabalhorealizado foi baseado
na
suposiçãode
que o objetivo primário dasmudanças
que
estãoacontecendo na Indústria
de
Energia Elétrica (IEE) éra eficiência econômica. Tal suposiçãodeve-se
ao
fato deque
seria impossível avaliar os efeitosda
reforma sefossem
consideradastodas as possiveis metas
que
se pretende atingir.Para concretizar o trabalho de pesquisa foi utilizada
uma
estrutura analíticaque
consisteem
avaliar a eficiência
econômica do
modelo
de reestruturação à luzda
Economia
dos Custos deTransação. Para tanto, foi utilizada
como
metodologia a pesquisa qualitativa, sustentadaem
um
modelo
interativo, ecomo
método
básico a pesquisadocumental
e o estudode
caso, sendoos dados avaliados através
da
análise de conteúdo.No
transcorrerdo
trabalho realizado foram avaliados os relacionamentos entre os agentesda
[EE
do
Brasil antesdo
processo de reformas e osnovos
relacionamentosque
estão surgindo eque
virão a surgircom
o,novo modelo
em
andamento. Esses relacionamentosforam
considerados tanto
do
ponto de vistada
operaçãodo
sistema elétricocomo
da expansão
e dasnecessidades de investimentos para realizá-la.
Também
foi avaliado o ambiente institucional eas suas conseqüências sobre a eficiência
econômica
da IEE. _Através
da
pesquisa realizadapuderam
ser identificadas as fontes de ineficiência,do
pontode
vista dos custos de transação, associadas ao
novo modelo da
[EE
do
Brasil,no
qual foisubstituído
o
controle ecomando
intemo, que era exercido pela hierarquiada
Eletrobrás, porrelacionamentos contratuais entre todos os agentes
do mercado
de energia elétrica.Entre as várias conclusões
da
pesquisa a mais importante éque o
processo de reestruturaçãoque está
em
andamento não
garante os melhores resultados para o Brasil, haja visto oenorme
número
de fontes de ineficiência identificadas, muitas decorrentesdo
processo desegmentação
vertical e horizontal que,em
princípio, pretendeaumentar
a competitividade naIEE
do
Brasil e, dessa forma, a sua eficiência produtiva e alocativa.Abstract
The
fulfilled research, thatbecame
in this doctoral dissertation, 'took for objective assessingthe brazilian electric
power
sector restiucture that is in progress.The work
was
based in theassumption that the primary objective
of
reforms that are in course in the electricpower
industry is
economic
efficiency.Such
supposition is due to the fact thatwould be
impossibleto asses the reform effects if had
been
considered all possibleaims
that the reform seek toattain.
To
concretise the researchwork was
utilised an analytical structure that consist in asseseconomic
efficiency throughout Transaction Cost Economics. Thus,was
utilised asmethodology
a qualitative researchand
asmethods documentary
research and case study,being the data evaluated through content analysis.
In the course of this
work
were
assessed the relationships within the agentsof
Brazilianelectric
power
industry before reform process and thenew
relationships that areemerging and
that will
emerge
with thenew
model
that is in progress.These
relationshipswere
assessedboth
from
power
system operation pointof
view
andfrom
expansionand
financial resourcenecessity to operationalize it. Institutional environment and their consequences over electric
power
industryeconomic
efficiency alsowas
assessed. AThroughout
this fiilfilled researchwas
able to identify inefficiency fonts,from
transaction costpoint
of
view, associated with thenew
model of
the electricpower
industryof
Brazil, inwhich
was
replaced intemal control andcommand
performedby
Eletrobrás hierarchyby
contractual relationships
among
every agentsof
electricpower
market.Amongst
the several conclusionsof
research themore
important is that restructuration processthat is in progress don”t ensure the best results for Brazil, since a great
number
of
ineñiciencyfonts that
was
identified, several ofthem
result of veftical, and horizontal segmentationprocess that, at first,
want
to increase the competition in Brazilian electricpower
industry and,Sumário
CAPITULO
1 ... ..1 .. INIRODUÇAO
... ..l 1.1 CARACTERIZAÇÃODO
PROBLEMA ... .. I 1.2 OBJETIVODA
PESQUISA ... ..6 I _3 ESTRUTURADA
TESE ... _.9CAPÍTULO
2 ... ..10METODOLOGIA
DA
PESQUISA
... .. 10 2.1 CONCErrOS BÁSICOS ... .. IO 2.2 PESQUISAQUALITATIVA ... ll 2. 2. I Característi cas Básicas da Pesquisa Qualitativa....' ... .. 122.3
MODELO
METODOLÓGICO DE PESQUISA QUALITATIVA ... .. 132.4
METODO
DEPESQUISA ... .Ç ... ...162.4.1 Pesquisa Documental ... _. 19 2.4. 2 Procedimentos de Análise na Pesquisa Documental ... .. 19
2.4.3 Estudo de Caso ... .... .. 22
2.4.4
O
Desenvolvimento do Estudo de Caso ... .. 232.5 ESTRUTURA METODOLÓGICA UTILIZADA ... .. 23
2.6
MARA
CONCEITUALDA
PESQUISA ... . ._ ... .. 26CAPÍTULO
3 ... ..2sA
INDÚSTRIA
DE ENERGIA ELÉTRICA
... ..2s 3. 1 INTRODUÇÃO ... ._ 28 3.2 CARACTERISTICAS Dos SISTEMAS DE ENERGIAELETRICA_... .... .. 283.3 TECNODOGIADOS SISTEMAS DE ENERGIAELÉTRIcA... .... .. ...33
3.3.1 Geração de Eletricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 33
3.3.2 Distribuição ... . . . . . . . . . . . . . ..35
3.3.3 Sistemas de transmissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 36
3.3.4 « Funções de Coordenação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..37
3.3.5 Coordenação nos Investimentos... .... .. 39
3.4 ESTRUTURA
DAIEE
... .. ...4l 3.5REGULAÇÃODA
IEE ... .. ...443.6
A
REESTRUTURAÇÃO DAIEE... . .... _. ...463.7
A
COMPETIÇÃONA LEE ... ...503.8 COMPETIÇÃOECOORDENAÇÃO... ...54
3.9
OPAPELDOS
CONTRATOSNAIEE
... ...563.10
O
SERVIÇO DE TRANSMISSÃONO
MERCADO
...61CAPÍTULO
4 ... ..ó3A
IEENO
BRASIL:ORIGEM,
EVOLUÇÃO
E PERSPECTIVAS
... ..634.1 INTRODUÇÃO ... ..63
4.2 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DO SISTEMA ELETRICO BRASILEIRO ... ._ 63 4.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
DO
SEB
... .. 664. 3. I Origem da Estrutura Monopolista ... ... .. 66
4.3.2 Estrutura Anterior ao Inicio do Processo de Reforma ... .. 67
4.3.3 Origem do Processo de Reformas ... . . . . . . . . . ._ 70 4.4
MODELO
DE REESTRUTURAÇÃODO
SEB
... .. 754. 4. I Modelo Mercantil de Energia ... .. 77
4.4.2 Modelo Estrutural ... . . . . . . . . . .. 79
4. 4. 3 ln.s'erção das Redes em
um
Modelo de Mercado ... .. 83-I. 4.5
O
Papel dos (.`‹›ntratos no Modelo Proposta ... ..4. 4. 6
O
Novo Papel do 1í`sIado ... ... _.4. 4. 7
O
Papel da Eletrobrás ... ._CAPÍTULO
5 ... ... ._ECONOMIA
DOS CUSTOS DE
TRANSAÇÃO... . . _ . . . .5. I INTRODUÇÃO . . . . _ . . . _ . _ _ _ . _ . . _ . _ . . . _ . . . _ . . . _ _ . _ . . . . _ . _ . _ _ . . . . . . _.
5.2
A
ORGANIZAÇÃODA
A'rIvIDADI‹: ECONOMICA ... _.5. 2. 1 Àflercado ... ..
5.2.2 Custos de Transação: Conceito ... .... _.
5. 2. 3 Organizações . . . . _ . _ . . . . _ . . . _ . . . . . _ . . _ . . . _ . . . . _ .
5. 2.4 Monopólio Natural...
5. 2. 5 Regulação ... _.
5. 2. 6 Direito de Propriedade ... __
5.3
A
NOVA
ECONOMIA
INsTI1UCIoNAL..._...5.3.1 Instituições ... ... .... ..
5.3.2
Um
Esquema de Três Níveis ...5.4
ECONOMIA
Dos CUSTOS DE 'I`RANSAÇÃO: ELEMENTOS DE ANÁL1SE...__..5.4.1 Suposições Comportamentais ... __...
5.4.2 Atributos das Transações ... _.
5.4.3 Lei de Contratos ...
5.5 ESTRUTURAS DE
GOVERNANÇA
E RELAÇÕES CONTRATUAIS5.6
A
TRANSFORMAÇÃOFUNDAMENTAL
... _.5.7
O
PARADIGMADA
INTEGRAÇÃO VERTICAL..._..__..._...5. 7. 1 Firma versus Àlercado ... _.
5.8
O
PROBLEMA
DO FINANCIAMENTO DE INVESTIMENTOS ... ..5. 8. I
O
Raciocínio da Economia dos Custos de Transação ... _.5.9 OPERACIONALIZAÇÃO
DA
ECONOMIA DOS CUSTOS DETRANSAÇÃO
.... _.CAPÍTULO
6 ... ... _.A
EFICIÊNCIA
ECONÔMICA
NA
IEE
... ..6.1 INTRODUÇÃO ... ._
6.2 DIMENSÕES
DA
EFICIÊNCIA ECONOMICANA
... ._6.2. 1 Eficiência Produtiva no Curto Prazo ...
6.2.2 Eficiência Produtiva no Longo Prazo
6.2.3 Eficiência no Preço ... ...
6.3
A
PROPRIEDADE PÚBLICA E A PROPRIEDADE PRIVADANA
EFICIÊNCIA ECONOMICA ... _. .CAPITULO
7 ... ...
A
ECONOMIA
DOS CUSTOS DE
TRANSAÇÃO NA
IEE
DO
BRASIL
... ..7.1 INTRODUÇÃO ... _.
7.2
OS
CUSTOS DE TRANSAÇÃONA
REESTRUTURAÇÃODA
IEE7.3
A
COORDENAÇÃO
NA
IEE ... ._7.4 RELACIONAMENTO FÍSICO E FINANCEIRO ... _.
7.5 CARACTERISTICAS DAS TRANSAÇOES
No
SEB
....7.5.1
As
Transações na Geração ... _.7. 5. 2
As
transações na Transmissão e na Distribuição ... __7.5.3 Complementaridade Financeira entre Geração e Transmissã0...
7.5. 4
O
Papel dos Contratos na Expansão do Sistema Elétrico ... ..7.5.5
O
Relacionamento entre as Companhias de Distribuição e o ONS. ... ..7.5.6 Relacionamento entre o
ONS
e as Companhias de Geração ...7.6
O
AMBIENTE INSTITUCIONAL E Os CUSTOS DE TRANSAÇÃO ... ._CAPÍTULO
8 ... ._RESULTADOS
DAS ENTREVISTAS
E
A
EXPERIÊNCIA
INTERNACIONAL
... ..8.I INTRODUÇÃO ... ... ._ ..ô*ó ._ 90 _. 9.1 ..93 .. 93 __93 ..94 _.94 ..96 ..97 ..98 100 103 104 106 109 110 112 114 121 122 125 126 129 131 135 138 140 140 140 140 142 143 145 148 151 151 151 154 157 163 167 171 176 179 184 190 194 197 208 208 208
8.2
Os
C‹.›1×m‹/\Tos ... .` 2098.3
Os Novos
lNvEs'|'1MENi'(›s ... ... ._ 2118.4
O
AM|31EN'|1~: l'Ns'r1'ruc¡‹›Nz\L ... _. 2 I48.5
A
REGULAÇÃO E ‹›ÓRGÃO
,REOu¡..A|›o1‹... . . . . . . . . .. 2158.6
A
ExPER1f=.Ncrz\Ir×rnaRNz\cloNA| ... _. 217CAPÍTULO
9 ... 220coNcLusÕEs
E
RECOMENEAÇÓES
... .. 220ANExo
1.._. ... ... ... 22sÍndice
de
Figuras
Figura 2.1:
Modelo
interativo de pesquisa qualitativa ... _. 14Figura 2.2: Fatores contextuais influenciando o projeto de pesquisa ... .. 17
Figura 2.3:
Mapa
conceitualdo
projeto de pesquisa ... ..26
Figura 2.4: Estrutura da pesquisa ... ..
27
Figura 3.1:
Componentes
deum
sistema elétrico ... ..29
Figura 3.2: Contratos na cadeia de valores
da
IEE
... ..60
Figura 4.1:
Modelo
estruturaldo
setor brasileiro antesda
reforma ... ..68
Figura
4.2:Modelo
estruturaldo
setor elétrico brasileiro durante a transição ... ._74
Figura 4.3:A
nova
estruturado
sistema elétrico brasileiro ... ..82
Figura 4.4:
Modelo
estrutural sendoimplementado no
SEB
e principais agentes participantes ... 83Figura 4.5: Relações contratuais
no
novo
modelo
daIEE
... ..90
Figura 5.1: Relação entre estruturas de
govemança,
ambiente institucional e agenteseconômicos
... .z ... .. 110Figura 5.2: Tipos de transações comerciais ... .. 119
Figura 5.3:
Agrupamento
das estruturas degovemança
com
as transações ... .. 123Figura 7.1: Fontes de
financiamento de
investimentos ... ._ 182 Figura 9.1: Estrutura analítica da pesquisa ... ..226
AC
AFS
ANEEL
API
BHD
BHD
BNDES
C
CBGV
CCC
CCD
CCON
CCPE
CCT
CCV
CENUUE
CI
CH
CDLAE
CND
CODI
CPSA
lCPST
CRC
CSE
CTC
CUSD`
CUST
CVNH,
C&L
DNAEE
Símbolos
corrente alternada
-
“A /temalinlg Corrent”Agente
Financeiro SetorialAgência
Nacional de Energia ElétricaAgente
deProdução
de ItaipuBanco
Interamericano deDesenvolvimento
Banco
Interamericano de Reconstrução eDesenvolvimento
Banco
Nacional deDesenvolvimento
Econômico
e SocialConsumidor
contrato bilateral entre gerador e varejista
conta
de
consumo
de combustíveiscontrato de
conexão
à rede de distribuiçãoComitê Coordenador
daOperação
Norte/NordesteComitê Coordenador do
Planejamentoda
Expansão
dos Sistemas Elétricoscontrato de conexão à rede de transmissão contrato de
conexão
e varejo'
Conselho Executivo
do
MAE
contrato inicial
contrato de interconexão intemacional contrato
do
MAE
Conselho Nacional de Desestatização
Comitê
de Distribuiçãocontrato de prestação de serviços auxiliares
contrato de prestação de serviços de transmissão conta de resultados a
compensar
Centro Sócio
Econômico
Centro Tecnológico
contrato de uso
do
sistema de distribuiçãocontrato de uso do sistema de transmissão contrato de varejo no
mercado
livreCoopers
&
Lybrand
ECT
G
GCOI
GCPS
GWh
IEE
IR
kWh
MAE
MME
MRE
MWh
Economia
dos Custos de TransaçãoGerador
Grupo
Coordenador
paraOperação
InterligadaGrupo
Coordenador do
Planejamento dos Sistemas ElétricosGigawatt hora
Indústria de Energia Elétrica
imposto de renda
kilowatt hora
Mercado
Atacadista de Energia ElétricaMinistério das
Minas
e EnergiaE
mecanismo
de
realocação de energiaMegawatt
hora *OFFER
Officeof
Electricity RegulationON
S
O&M
PIB
PIEE
PN
D
PPA
Operador
Nacionaldo
Sistema Elétricooperação e
manutenção
Produto
Intemo
Brutoprodutor independente de energia elétrica
programa
nacional de desestatizaçãopower
purchase agreementPPGEE
programa
de pós-graduaçãoem
engenharia elétricaPPGEP
programa
de pós-graduaçãoem
engenharia deprodução
REC
Regional ElectricityCompanies
RE-SEB
projeto de reestruturaçãodo
setor elétrico brasileiro.RGE
RGR
SEB
SEN
SNSI
UFSC
Rio Grande
Energiareserva global de reversão Setor Elétrico Brasileiro
Secretaria de Energia t
subsídio nacional para sistemas isolados
Capítulo
1
INTRODUÇAO
1.1
Caracterização
do
Problema
As
mudanças que
estão ocorrendono
filncionamentoda
economia
mundial estãoestabelecendo
uma
nova
ordem,na
qual a competição e a confiançano
mercado, entendidascomo
as maneiras mais eficazes de realizar as transaçõesem
um
processo de globalização, sãoos elementos básicos. Isto causa impactos nas estruturas econômicas, políticas e sociais das
nações
que
buscam
um
progresso acelerado, o qual caracteriza anova
ordem.A
globalizaçãopromoveu
alterações drásticasno
ritmo dos negócios,tomando-os
mais rápidos e dinâmicos, e exigindo flexibilidade e capacidade de dar respostas rápidas.
Neste contexto, os
novos
custos decomunicação
e transporte estimulam o comérciointernacional, e
companhias
multinacionaisprocuram mercados
mais amplos, aomesmo
tempo
em
que
os países pobresbuscam
padrões de vidamais
elevados.Na
prática, esse processo de globalização está intimamente relacionadocom
liberdadeeconômica.
Por
sua vez, aadoção
de políticas liberalizantesdeve
seracompanhada
peloestímulo
ao
processo produtivo.O
crescimentoeconômico pode
ser alavancado pelamaior
fluidez de informação e capital
que
caracteriza a globalização.O
processode
industrialização,portanto, toma-se
um
fatorque
tem
contribuído para sustentar este crescimentoeconômico
eseria
um
dos determinantesda
modemização
e de maiores padrões de vida. Isto precisa serimpulsionado
com
aadequada
infra-estrutura, da qual faz parte a disponibilidade de energianas suas várias formas. ._
A
energia está presenteem
todos os aspectosda
vidamoderna,
sendo essencial parao
bem-estar das pessoas e para o desenvolvimento econômico.
Sem uma
ofertaadequada de
energia seria impossível impulsionar o desenvolvimento das nações e a industrialização.
Nas
sociedades modernas, oaumento
nademanda
de
energia é pressionado pelocrescimento demográfico, pelo processo de industrialização e, nos países emergentes, pelo
aumento no
nível de vida das pessoas. VEntre as diversas formas de energia disponiveis, a energia elétrica é
um
elemento
fundamental no processo de crescimento econômico, pois representa
um
insumo
básico nosprocessos
de
produção das nações e para a vida das pessoas.'
A
energia elétrica e a indústria relacionada são, portanto,de
fundamental e crescenteimportância para o desenvolvimento
econômico
de qualquer país.No
Brasil,tem
tidoum
papel importante-
no
crescimento daeconomia
e continuará a tê-lono
fiituro, namedida que
esteja disponível de maneira adequada e eficiente para o
consumo,
seja residencial, comercialou
industrial.u
Devido
à importância da energia elétrica para o crescimento e desenvolvimentoda
economia, a indústria relacionada desenvolveu-se
em
todos os países sob forte intervençãodos governos, quer através
da
propriedade da indústria quer atravésde
forte regulação pelo Estado.Os
debates sobre a intervençãodo
Estado na indústriade
energia elétrica (ILEE)têm
origem
com
o surgimento da própria indústria, e sua estrutura, conduta edesempenho
têm
sido
um
tema
controvertido ao longo de toda a sua história. Primeiramenteo
debate foicentrado na necessidade da forte intervenção
do
Estadocomo
agente que devia exercero
controle das atividades
da
IEE. Atualmente,o
centro dos debates foi deslocado para a necessidade de diminuir o controledo
govemo
sobre a IEE, permitindo que as forçasdo
mercado
regulem egarantam
ofimcionamento
damesma
demodo
a atingirum
desempenho
aceitável. -
No
periodo pós-guerra muitos países atribuíramum
papel preponderante para oEstado
no
controle da economia, seja através da propriedade diretaou
pormeio da
regulação.Existem
numerosos
fatoresque
incentivaram o intervencionismodo
Estado na economia.Os
argumentos para justificar
o
intervencionismoem
geral estão centrados na afirmação deque
omercado
apresenta limitações e inadequaçõesque
precisam ser corrigidas, de forma a garantira eficiência alocativa. Isto
pode
ser obtido através da intervençãodo
Estado,que no
casoasseguraria os objetivos sociais, tais
como
equidade e justiça social.Nas
décadasde 50
a 70 observou-seum
aumento do
intervencionismo atravésda
regulação, nos Estados Unidos, e da estatização,
no
restodo mundo.
O
Brasil seguiu nessaonda, criando grandes empresas públicas.
Nessa
época foi acentuado o conceito de serviçopúblico, relacionando-o às necessidades dos usuários.
A
crisedo
petróleo na década de 70 pôs tim a essa tendência.Com
oaumento da
recessão e
da
inflação foi necessário buscar novosrumos
para a economia, oque
induziu apapel
do
Estado na economia, que cresceu até essemomento
mas
que
passa a diminuir a partirdo
final dos anos 70.`
O
setor estatal passa a ser vistocomo
rigido, centralizado, incltado, caro e ineficiente,que provoca déficits fiscais,
com
o conseqüenteaumento
nos impostos e na inflação.O
novo
paradigma prima
peloaumento
da produtividade eda
eficiência econômica, característicasestas
que
podem
ser introduzidas pelas privatizações dasempresas
e pela desregulamentaçãodos setores
da economia
fortemente controlados, incentivandoo aumento
da competição.Assim,
um
novo
arcabouço teórico foi desenvolvido para justificar as privatizações edesregulações, as quais quase se transformaram nas únicas altemativas realistas para a sobrevivência nos
mercados
cada vez mais competitivos (Furtado e Furtado, 1997).' V
Nos
paísesdo
TerceiroMundo,
entre eles o Brasil,o
processo demudanças
começa
na
década de 80,
com
a crise da dívida,que
representa a falênciada
ideologiado
controle estatal.Os govemos
jánão
podiam
gerar recursos e fazerempréstimos
intemos eextemos
paramanter
em
pé
suas estatais, que perdiam dinheiro.O
agravamento
da crise obrigou osgovemos
abuscarem meios
de resolver os elevados e cada vez maiores déficits públicos,que
inibíam as possibilidades de dar continuidade ao desenvolvimento
econômico
(Pontes, 1998).Para agravar a situação, as
mudanças no
funcionamento daeconomia
mundial estãocontribuindo
em
muito paratomar
o controle governamental ineficaz.Atualmente
jánão
é possível administraruma
politicaeconômica
nacionalde
maneira isolada.As
empresas
atravessam fronteiras nacionais
com
facilidade e osgovemos
perderam
o poderde manobrar
suas próprias
economias
ao contráriodo
quepossuíam
no
passado (Yergin e Stanislaw, 1998).A
IEE
também
foi afetada pelo processo demudanças
no
mundo
inteiro, aexemplo do
que
aconteceu na Inglaterra, que foi o primeiro país a privatizar e reestruturar sua indústria,processo este
que
foi disseminado pelomundo.
A
Privatização daIEE
também
foi adotadacomo
parte das reformas para amodemização
da economia
brasileira. Istopode
ser vistono
programa
de privatização elaborado pelogovemo,
cujos objetivos primordiais são:o permitir a
mudança
do
papeldo
Estado, concentrando suas ações e recursosem
áreasprioritárias; _
o reduzir pública, auxiliando no ajuste fiscal
do
governo;0 permitir a retomada dos investimentos nas empresas e atividades desestatizadas,
com
os0 estimular a competição
no
mercado, contribuindo para oaumento da
qualidade de bens e serviços ofertados à população. 'O
novo modelo
proposto para aIEE
do
Brasil busca inserir tal indústriano
novo
ambiente imposto pelas
mudanças
nos padrões internacionais,onde
as políticas liberalizantescriam condições de maior competição, impulsionando
o
estabelecimentode
mercados
competitivos para substituir a interferência
do
Estado. Isto deve criar condições paramodernizar e desenvolver a
economia na
basedo aumento
da eficiência econômica.Conforme
pode
ser deduzidodo
descrito acima, as grandesmudanças que
estãoacontecendo
em
vários paísesbuscam
um
comportamento
mais competitivo das suasindústrias. Esta postura está intimamente relacionada,
na
maioria dos casos,com
atransferência da propriedade pública para a iniciativa privada (Inglaterra, Chile, Argentina,
Brasil) e,
em
alguns casos,com
uma
nova
postura para as empresas públicas(Noruega)
eprivadas (Estados Unidos), de maneira a induzi-las a
um
ambientede
mercado.A
titularidadeda
propriedade dasempresas
toma-seum
fator importanteporque
atransferência de
uma
firma
do
setor público para o setor privado (ou vice~versa) levará auma
mudança
na estrutura de incentivos para osque
tomam
decisões e isto, consequentemente,afetará o
comportamento
industrial.Quando
tratam desse assuntoHunt
e Shuttleworth (1996a)entendem
que
osproprietários são aqueles mais beneficiados
com
os lucrosda
indústria.Da
mesma
forma, osproprietários indicam gerentes
ou
administradores demodo
a garantirque
aempresa
funcioneeficientemente, transferindo-lhe autoridade para atingir esse objetivo, premiando-os pelos resultados obtidos. _
_
Hunt
e Shuttleworthdefinem
três formas de propriedade/gerenciamento, as quais sãodescritas a seguir:
`
1. Propriedade direta do governo: o govemo é dono e tem controle gerencial direto sobre a indústria.
Os investimentos são feitos com apropriações do governo, os preços são fixados pelo e os lucros
remítidos ao govemo.
O
govemo realiza o planejamento central, talvezem
conjuntocom
outrasindústrias.
A
indústria é vista como infra-estrutura.2. Corporação controlada pelo governo: o govemo é dono de
uma
corporação, a qual gerencia aindústria de forma tal que o govemo está afastado do controle diário.
O
conselho da corporação fixaas metas e indica diferentes pessoas para gerenciar e atingir as metas. Pode haver
uma
agênciareguladora ou
um
departamento do govemo pode aprovar preços e políticas de investimentos.3. Corporação de propriedade privada: a iniciativa privada é dona da corporação cde seus ativos. Se
espera que estas companhias obtenham lucros para seus acionistas. Os gerentes respondem para o
conselho de diretores que representam os acionistas. Estas companhias são geralmente reguladas por
Para os
mesmos
autores, esta classificação não é tão rígida na prática, poiso
govemo
pode
controlar totalmente ascompanhias
privadas atravésde
um
rígido arcabouço regulatórioou, ainda,
impondo
alguns arranjos institucionais. Isto é,o
graude
controledo
govemo
depende
mais das intenções edo comportamento do
mesmo
do que
da organizaçãoda
indústria.
Ou
seja, a criação deum
mercado
competitivo exigeuma
mudança
de intenções ecomportamento do
govemo em
relação às empresas públicas,podendo
assumir trêsformas
(não excludentes)
(Hunt
e Shuttleworth, op. cit.)1. Comercialização que acontece quando o governo abandona o controle detalhado,
em
favor daautonomia da empresa. Esta é
uma
mudançano comportamento e não na organização. Nonnalmenteenvolve a adoção de práticas de contabilidade comercial, tarifas econômicas e
um
esforço paraseparar o centro dos negócios de outras atividades.
2. Corporatização é o movimento formal e legal do controle direto do govemo para
uma
corporaçãolegal
com
gerenciamento separado. Esta pode seruma
corporação de propriedade do govemo.A
propriedade dos ativos e a estrutura de capital precisa ser determinado antes que este passo seja
dado.
O
govemo também precisa fixar os objetivos para a corporação e o processo pelo qual osobjetivos da política pública são levados
em
consideração.A
regulação econômica pode serintroduzida neste estágio para vigiar políticas de preços e investimentos.
3. Privatização é o movimento de
uma
corporação govemamental parauma
corporação privada. Osincentivos para eficiência são considerados ainda maiores se o gerenciamento é sujeito às disciplinas
de valorização da companhia pelo mercado de valores, o qual acontece quando a empresa é
privatizada
É
acompanhado porum
aumento na regulação externa dos elementos que têmmonopólio na indústria (p. 16).
A
modernização
daeconomia
éum
processoque caminha na
direçãode
uma
maior
participação das empresas privadas,
competindo
entre elasem
um
mercado
livre. Istoprovocou
a tendência atual de reestruturação, privatização e desregulaçãoem
todo omundo.
Os
paísesque implementaram ou
estão estudando implementar processosde
mudanças
nas
IEEs
também
consideram as opções de reestruturar e/ou privatizar suas empresas estataisde energia elétrica.
'
O
objetivo primário perseguido pelos governos ao reestruturar e/ou privatizar asIEEs
é o
aumento da
eficiência econômica,ou
seja, a eficiênciacom
a qual sãoempregados
osescassos à sua disposição.
Além
disso, devido à dificuldade dosgovemos
de continuar afinanciar suas
empresas
estatais, nos paísesdo
TerceiroMundo
a privatizaçãotambém
é vistacomo
um
meio
dosgovemos
conseguir recursos ecomo
uma
forma
de injetar recursosda
iniciativa privada
na
indústria.'
A
reestruturação e a privatização são formas demudanças
diferentes,que não
precisam andar juntas,
como
pode
ser visto nas definições dadas porHunt
e Shuttleworth(199óa)z
0 1\'‹.›srruluraçã‹› trata dos arranjos comerciais para vcndcr cncrgia: scparar ou dcsvcrlicalizzir
'cstmlums integradas da indústria c introduzir competição e escolha.
o Privatização é
uma
mudança da propriedade do governopam
a iniciativa privada c ó o ponto finalde
um
contínuo dc mudançascm
propricdadc/gcrcnciamcnto (p. ll).Neste sentido, a privatização
pode
incluir tanto a transferência parcialou
totaldos
ativos
como também
a transferência da administração eda
operação dos ativos para o setorprivado
(Hunt
e Shuttlewoith, 1996a; Rodrigues e Dias, 1994).A
privatizaçãopode
ser aindaentendida
como
a transferência dos lucrosdo
poder público para o setor privado,como
resultado
da
operação deuma
empresa
(Yarrow, 1990).Se
um
governo
decide privatizar sua indústria de energia elétrica (ou qualquer outraindústria) e' necessário dar
um
valor para as empresas
que
constituem a indústria.O
valor dasmesmas
dependerá das receitas quepodem
obterem
um
determinado horizontede
tempo.Os
investidores interessados na
IEE
precisam de informaçãosuficiente para decidir qual é o valordas empresas. Para isso,
devem
determinar ofluxo
de receitas,que
dependerátambém
do
graude intervenção
do
govemo
nos negócios atravésdo
arcabouço regulatório.Os
sistemasregulatórios, por sua vez, são
implementados
para controlar custos e preços e para incentivardecisões
de
investimentos na ausênciade
competição..
Por
outro lado,quando
um
monopólio
estiver sendo' pn`vatizado, aforma
da
regulaçãoditará a valorização da indústria.
O
valor devenda
é o valor presente líquido das receitasmenos
os custos.As
receitas, neste caso,dependem
da
estrutura regulatória.Consequentemente,
o
desenvolvimento danova
estrutura regulatória é crucial para aprivatização de
um
monopólio
(Hunt e Shuttleworth, l996a).-i
A
regulação éum
“substituto” para a competição, edeve
ser usadaquando
acompetição é ineficaz.
Quando
a competição é viável,o
govemo
deve decidircomo
introduzi-la e
em
que
medida, criando o ambiente institucionaladequado
(quadro de incentivos).“Qualquer
caso de refonna estrutural relevante deve estar baseadonuma
avaliaçãoampla
e de longo prazodo
desempenho
da indústria de energia elétrica.Deve
serexaminada
arobustez e a fragilidade
do
sistema atual,como
eletem
fimcionado
ecomo
é provávelque
funcione
numa
variedade de ambientesmacroeconômicos” (Joskow
e Schmalensee, 1983).1.2
Objetivo
da
Pesquisa
A
privatização das empresas de energia elétricano
Brasil exigiuuma
mudança
As mudanças
estruturais que estão sendoimplementadas envolvem
vários tiposde
reorganização vertical e horizontal.
Além
disso, asmudanças
regulatóriasenvolvem
desregulação de preços e entrada a diferentes níveis
do
sistema defomecimento
de energiaelétrica,
como também
melhorias na regulação e na autoridade regulatória, buscando,no
entanto,
manter
a operação integrada e coordenadado
sistema elétrico.A
O
modelo
de reestruturaçãoimpõe
formas contratuais específicas paragovemar
astransações entre as entidades descentralizadas, e a isto
devem
sersomados
os tiposde
relaçõescontratuais
que
podem
evoluirno
mercado, dadas as ligações tecnológicas eeconômicas que
caracterizam
o
sistema elétrico brasileiro, e as restrições à organização interna.Como
o
modelo
exige a reestruturação vertical e horizontalno
sistema elétrico, foi identificada anecessidade de avaliar as implicações importantes para a eficiência
econômica
das transaçõesvia mercado, haja visto
que
a relação entre as empresas (amontante
e a jusante) se daráatravés de contratos,
não havendo
espaço para a “internalização” dos custos e dos riscos -que
seria o caso
da
empresa
verticalizada.Sendo
assim,o
trabalho de pesquisa aqui apresentado está baseado na suposiçãode
que o objetivo primário das
mudanças que
estão sendoimplementadas
naIEE
é a eficiênciaeconômica, isto é, a eficiência
com
a qual a sociedadeemprega
os escassos recursos à suadisposição. Tal suposição deve-se ao fato de
que
seria impossível avaliar os efeitosda
reformase fossem consideradas todas as possiveis metas
que
se pretende atingir.A
propósito, paraJoskow
e Schmslensee (1983) a eficiênciaeconômica
é sóum
meio
para
fins mais
básicos, incluindo justiça social, segurança nacional e qualidade de vida.O
interesseem
realizar este trabalho de pesquisa decorreudo
fato de que os trabalhosreferentes à reestruturação da IEE, e
que
focalizamna
eficiência econômica, estãomais
preocupados
com
as questões relativas à operação e ' confiam muitoem
modelos de
otimização, muitas vezes estática,
com
informação completa, sendopouco
apreciados oscustos de transação e de informação. Estes custos afetam
de forma
significativa a eficiênciaeconômica dada
a necessidade deum
grandenúmero
de relacionamentos atravésde
contratos,uma
vezque
a integração vertical e horizontal é restringida. Este aspecto não foidevidamente
considerado
no modelo de
reestruturaçãodo
Setor Elétrico Brasileiro(SEB)
e este trabalhoveio para preencher essa brecha.
Na
verdade,o
pressuposto éque
os beneficios geraisda
reestruturação
do
SEB
não
podem
ser asseguradossem
a devida atenção à magnitudedos
~custos de transaçao.
Além
da
análise microanalítica,que
considera a transaçãocomo
unidade de análise,o
institucional. Este
segundo
aspecto adquire importância fundamentalcomo
fontede
custosde
transação pois define
o
ambienteonde
serão realizadas as transações e, conseqüentemente,fornece os incentivos para que as transações sejam eficientes
ou
não.Dado
oproblema
de reforma caracterizado acima, este estudotem
por objetivo avaliaras implicações
do
modelo
de reestmturaçãodo
SEB
na eficiência econômica, tentandovisualizar os benefícios e custos
do
esquema
de reestruturação e identificando as fontesde
inefrciências
do
novo modelo do
ponto de vista dos custos de transação.A
perguntade
pesquisapode
ser colocada, então,da forma
seguinte:Qual
0 impacto
da
reestruturação
que
está
sendo implementada
na
IEE
do
Brasil
sobre
a
eficiência
econômica
da
mesma?
Para realizar tal avaliação foi necessário desenvolver
uma
estrutura analítica clara econsistente, especificar os objetivos
da
política pública nesta área e explicar claramente osrequerimentos para atingir aqueles objetivos.
Também
foi necessário entender ascaracterísticas técnicas, econômicas e institucionais
que
são particulares desta indústria,em
vez de tentar fazer julgamentos na base de analogias reais
ou
imagináriascom
outros setoresda economia.
Uma
vez que estes dois passos importantesforam
dados,puderam
serincorporadas as ferramentas teóricas e empíricas para sustentar a avaliação das possíveis
conseqüências
da
proposta de reforma e delinear os riscos e incertezas a ela associados.Para responder à pergunta de pesquisa foi utilizada
uma
estrutura analíticaque
consiste
em
avaliar a eficiência econômica,do modelo
de reforma sendoimplementado no
sistema elétrico brasileiro, à luz_da
Economia
dos Custos ,de Transação.É
necessário deixarbem
claroque
o objetivo fundamentaldo
trabalhonão
émedir
a eficiênciada
IEE
e simidentificar os fatores
que
afetarão à eficiência nas suas diversas formas.O
foco sobre o qual trabalha aEconomia
dos Custosde
Transação 'é a eficiênciaeconômica,
ou
seja, a busca constante de altemativasque permitam
a redução dos custosde
transação.
Nesse
sentido, omodelo
de reestruturação para o setor elétrico brasileiro seráavaliado para determinar os efeitos da privatização, as oportunidades de competição e as
implicações
do
novo
arcabouço regulador para a eficiência econômica, utilizandocomo
principal referencial teórico a
Economia
dos Custos de Transação.Este referencial teórico foi a escolha lógica pois
não
só fornece a base teóricaexiste referencial teórico tão completo e abrangente para realizar
uma
análise cujo foco seja aeficiência
econômica
do
ponto de vista dos custos de transação.1.3
Estrutura
da
Tese
Esta tese
resume o
trabalho de pesquisa realizado e foi divididoem
nove
capítulos,incluindo este introdutório.
O
capítulo seguinte apresenta a metodologia de pesquisa utilizada.No
capítulo 3 são descritas as características básicas daIEE
- técnicas,econômicas
einstitucional.
No
capítulo4
é mostrada a evoluçãoda
IEE
no
Brasil, sua estrutura e regulação,a motivação e o
desempenho do
sistema, asmudanças
e as perspectivas.No
capítulo 5 sãoexplanados os conceitos teóricos que
foram
utilizadosno
desenvolvimentoda
pesquisa,dando-se especial ênfase à
Economia
dos Custosde
Transaçãoque
se constituino
principalreferencial teórico. Através
do
capítulo 6 é possível conhecer quais asdimensões
da eficiênciaeconômica
que são relevantes para a IEE.No
capítulo 7 o referencial teórico é vinculado àIEE
e se faz a avaliaçãodo modelo
de reforma proposto para aIEE
brasileira à luz dessereferencial.
Alguns
outros resultados obtidos das entrevistas eda
análise da experiênciainternacional sobre a reforma da
IEE
são apresentadosno
capítulo 8. Finalmente, asconclusões e
recomendações
para trabalhos fiiturosfazem
partedo
capítulo 9.METODOLOGIA
DA
PESQUISA
2.1
Conceitos Básicos
Antes de descrever a estrutura metodológica utilizada é conveniente definir alguns
conceitos a
serem
utilizados eque
contribuirão paraum
melhor
entendimento dostemas
aqui apresentados.Í
Método:
significa a técnicaou
ferramenta de pesquisa usada para reunir dados.Não
há
dúvidas de
que
diferentes ferramentas são usadas nas diferentes ciências e nas diferentespesquisas.
Por
outro lado,também
é verdadeque
as diferentes ferramentas diferemgrandemente
deuma
ciência para outra.Ademais,
algumas das diferenças nosmétodos
sãono
grau e
não
no
tipo. Isto é, cada ciênciapode
usar seumétodo de
pesquisa maisadequado
mas
a técnica
pode
ser amesma como
porexemplo
a observação dosfenômenos que
estãosendo
pesquisados (Bailey, 1982).
Metodologia: por “metodologia” se entende a filosofia
do
processode
pesquisa. Isto inclui assuposições e valores
que servem
como
uma
justificativa para a pesquisa e os padrões ecritérios
que
os pesquisadoresusam
para interpretar dados e alcançar conclusões.Uma
metodologia
do
pesquisador determina fatores taiscomo:
como
escrever as hipóteses eque
nível
de
evidência é necessário paratomar
a decisão de rejeitarou não
uma
hipótese (Bailey,1982)
i'
~
Estudo
Longitudinal:um
estudo longitudinal envolve dados reunidos ao longo deum
períodode
tempo
estendido, geralmente, por váriassemanas ou meses
mas, freqüentemente, váriosanos.
Devido
à dificuldade e ao custo de reunir diferentes pontosno
tempo,o
estudolongitudinal, geralmente, não
pode
usar,como
em
um
corte transversal,uma
grande amostra.Os
estudos longitudinaistambém
podem
usar dados reunidos por diferentes pesquisadoresem
diferentes pontos
no tempo
(Bailey, 1982).A
vantagem
deum
estudo longitudinal éque
podem
ser estudadas asmudanças que ocorrem
no tempo.Qualquer
um
que
quiserexaminar
tendências terá
que
conduzirum
estudo longitudinal.Estudos descritivos: os quais
dizem somente 0
que aconteceu. Frequentementeo
pesquisadorexplorações são freqüentemente
chamadas
de estudos descritivos porque tentam descreverfenômenos
em
detalhe (para descrevero que
aconteceu),em
contraste aos estudosexplanatóiios, os quais geralmente tentam explicar
um
fenômeno
especificandoporque ou
como
ele aconteceu (Bailey, 1982).Estudo
explanatórios: os quaisdizem
porque ou
como
o
fenômeno
aconteceu.Explanação:
muitos estudosvão além de meras
descrições ebuscam
explicaro
fenômeno.
Predição: adicionalmente à explanação,
uma
meta
relacionada (algunsdizem
uma
superior) é a predição.
A
natureza precisado
relacionamento entre explanação epredição
tem
sidoum
tema
de debate entre filósofosda
ciência.Uma
visão éque
aexplanação e a predição são basicamente
o
mesmo
fenômeno
exceto que a prediçãoprecede
o
evento enquanto a explanaçãotem
lugar depoisque o
eventotem
ocorrido.Outra
visão éque
a explanação e a predição sãofiindamentalmente
processosdiferentes (Bailey, 1982).
i
2.2
Pesquisa
Qualitativa
No
que
consisteuma
pesquisa qualitativa? Primeiro, os dados de interesseaparecem
em
palavrasem
vez deem
números. Elespodem
ter sido coletadosem uma
variedadede
formas (observação, entrevistas, extratos de documentos, registros gravados). Segundo, os
dados são usualmente “processados”
um
pouco
antesque
estejam prontos para seu uso,mas
permanecem
palavras, usualmente organizadasem
textos estendidos (Miles eHuberman,
1984). V '
.
Embora
nas duas abordagens - quantitativa e qualitativa - a pesquisa se caracterizecomo
um
esforço cuidadoso para a descoberta de novas informaçõesou
relações e para averificação e ampliação
do
conhecimento existente,o
caminho
seguido nesta buscapode
possuir contornos diferentes (Godoy, 1995). ' '
A
pesquisa qualitativa não procuraenumerar
e/ou medir os eventos estudados,nem
emprega
instrumental estatístico na análise dos dados. Parte de questõesou
focos de interesseamplos,
que vão
se definindo namedida que
o estudo se desenvolve.Envolve
a obtençãode
dados descritivos sobre as pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto
do
pesquisador
com
a situação estudada, procurandocompreender
osfenômenos segundo
aSob
adenominação
“pesquisa qualitativa” encontram-se variados tiposde
investigação, apoiados
em
diferentes quadros de orientação teórica e metodológica,mas
que
estão sustentadas por
um
conjunto de características básicas.2.2.1
Características
Básicas
da Pesquisa
QualitativaA
seguir sãoenumeradas algumas
caracteristicas básicas relacionadascom
a pesquisaqualitativa e
que
foram determinantes na orientação destaTese
deDoutorado (Godoy,
1995;Bailey, 1982; Miles e
Huberman,
1984):0 a pesquisa qualitativa
tem
o ambiente naturalcomo
fonte diretade dados
e o pesquisadorcomo
instrumento fundamental.Os
estudosdenominados
qualitativostêm
como
preocupação fundamental
o
estudo e a análisedo
mundo
empíricoem
seuambiente
natural.
Aqui
o pesquisador deve aprender a usar sua própria pessoacomo
instrumentomais confiável
de
observação, seleção, análise e interpretação dos dados coletados;0 a pesquisa qualitativa é descritiva.
A
palavra escritaocupa
lugar de destaque nessaabordagem,
desempenhando
um
papel fundamental tantono
processo de obtenção dosdados quanto na disseminação dos resultados. Visando à
compreensão ampla do
fenômeno
que
está sendo estudado, consideraque
todos os dadosda
realidade são importantes edevem
ser examinados.Os
pesquisadores qualitativos estão preocupadoscom
o
processo enão
simplesmentecom
os resultadosou
produto; '0
o
significadoque
as pessoas dão às coisas e à sua vida são a preocupação essencialdo
investigador.
Os
pesquisadores qualitativos tentamcompreender
osfenômenos que
estãosendo estudados a partir da perspectiva dos participantes. Considerando todos os pontos
de
1
vista
como
importantes, este tipo de pesquisa “ilumina”, esclarece odinamismo
interno dassituações, freqüentemente invisível para observadores externos; e
0 pesquisadores utilizam o enfoque indutivo na análise
de
seus dados.Os
pesquisadoresqualitativos partem de questões
ou
focos de interesse amplos,que vão
setomando
mais
diretos e específicos
no
transcorrer da investigação.Quando
se trabalhacom
problemaspouco
conhecidos e a pesquisa é decunho
exploratório, este tipo de investigação parece ser o mais adequado.
Quando
o estudo é decaráter descritivo e o
que
se busca é o entendimentodo
fenômeno
como
um
todo, na suacomplexidade, é possível que
uma
análise qualitativa seja a mais indicada.Ainda quando
aorganizações, o trabalho qualitativo
pode
oferecer interessantes e relevantes dados.Nesse
sentido, a
opção
pela metodologia qualitativa,se faz após a definiçãodo problema
edo
estabelecimento dos objetivos da pesquisa
que
se quer realizar (Godoy, 1995).Resumindo,
segundo a perspectivadenominada
“qualitativa”,um
fenômeno pode
sermelhor compreendido no
contextoem
que
ocorre edo
qual é parte,devendo
ser analisadonuma
perspectiva integrada. Para tanto, o pesquisador vai acampo
buscando
“captar”o
fenômeno
em
estudo a partirda
perspectiva das pessoas nele envolvidas, considerando todosos pontos de vista relevantes. Vários tipos de dados são coletados e analisados para
que
seentenda a dinâmica
do
fenômeno.2.3
Modelo
Metodológico
de Pesquisa
Qualitativa
De
acordocom
Maxwell
(1996), a pesar das vantagensque o modelo
tradicional,seqüencial possa ter para a pesquisa quantitativa, ele
não
representaadequadamente
a lógica eo processo
da
pesquisa qualitativa,na
qual cadacomponente do
projetopode
precisar serreconsiderado
ou
modificadoem
resposta anovos
desenvolvimentosou mudanças
em
algum
outro componente.
As
atividades de coleta e análisedos
dados, desenvolvimento emodificação
da
teoria, elaboraçãoou
refocalização das questões de pesquisa e a identificaçãoe eliminação das
ameaças de
validação são usualmente todas conduzidas maisou
menos
simultaneamente, cada
uma
influenciando as outras.i
O
modelo
de projeto de pesquisa qualitativa apresentado por este autor enfatizaque o
mesmo
não
devecomeçar
deum
ponto de partidafixo
ou
proceder atravésde
uma
seqüênciadeterminada de passos, e reconhece a importância
da
interconexão e interação entre osdiferentes
componentes do
projeto. Este modelo,denominado
modelo
interativo,tem
uma
estrutura definida, porém, ela é
uma
estrutura interconectada e flexível.Na
Figura 2.1 sãoapresentados os
componentes
chaves deum
projeto e a relação entre eles.No
trabalho éapresentada
uma
estratégia para criaruma
relação coerente e funcional entre essescomponentes.
Também
fomece
um
plano explícito para semover
desdeo
projeto,_ 5-z .. »z¿xf.3..Ónte›_‹toz,.__ ¡Ír°Ê.ÊÊz!Í° C.QÍiCë¡Íl.58|
Questões
de. ..Pe.SqL!.¡.$2íf** Fonte: Ma.Wvell (1996)Figura
2.1:Modelo
interativo de pesquisa qualitativaPara
Maxwell
(op. cit.), a estruturação deuma
pesquisa qualitativa éum
processoiterativo
que
envolve “costurar” para frente e para trás entre os diferentescomponentes do
projeto, avaliando as implicações dos propósitos, teorias, questões
de
pesquisa,métodos
eameaças
de validade para cadaum
dos outros componentes. Talmodelo
interativová
contra aidéia
do
projetocomo
um
plano preestabelecido para conduzir o estudoou
como
uma
seqüência de passos conduzindo o
mesmo.
O
modelo tem
cinco componentes. Essescomponentes
podem
ser categorizados pelasquestões
que
cadaum
estápropondo
direcionar:1. Propósitosz Quais são as metas finais deste estudo?
Que
questões estápropondo
iluminar eque
práticas ele influenciará?Por quê
o pesquisador quer conduzi-lo e porquê
devemos
nos importar
com
os resultados?Por quê
é importante realizaro
estudo?2. Contexto Conceitual:
O
que
o pesquisador pensa que vaide
encontrocom
ofenômeno
que
planeja estudar?
Que
teorias, descobertas e estruturas conceituais relacionadascom
estesfenômenos
guiarãoou
informarão seu ,estudo eque
literatura, pesquisa preliminar eexperiência pessoal o pesquisador aportará? Este
componente do
projetocontém
a teoriaque
o pesquisador já dispõeou
está desenvolvendo sobre os assuntosque
está estudando.Existem
quatro fontes principais para esta teoria: a experiênciado
pesquisador, teoria epesquisa existente, os resultados de qualquer estudo piloto
ou
pesquisa preliminarque o
3. Questões
de
Pesquisa-:O
que, especificamente,o
pesquisador quer entender ao realizar esteestudo?
O
que
o pesquisador não sabe sobreo fenômeno que
está estudando eque
queraprender?
Que
questões tentará responder a pesquisa ecomo
estão essas questõesrelacionadas
com
outras? `4. Métodos:
O
que o
pesquisador está fazendo atualmente para conduzir este estudo?Que
propostas e técnicas utilizará para coletar e analisar seus dados, e
como
faz paraque
estasconstituam
uma
estratégia integrada? Estecomponente do
projeto inclui quatro partesprincipais: o relacionamento da pesquisa
com
as pessoasque o
pesquisador estuda, aseleção
do
local e as decisões sobre a amostra, osmétodos de
coleta de dados e as técnicasde análise de
dados que
o pesquisador utilizará.5. Validação:
Como
o pesquisador poderia estar, errado? Quais são as explanaçõesalternativas plausiveis e as
ameaças
da validação para as conclusões potenciaisdo
estudo ecomo
o pesquisador lidarácom
estas?Como
fazercom
que
osdados
disponíveis,ou que
podem
ser coletados, sustentemou
desafiem
as idéias sobre aquiloque
o
pesquisador estáperseguindo?
Por
quê
deveria confiar nos resultados?Estes
componentes
não são radicalmente diferentes de outros apresentadosem
outras discussões de metodologia de pesquisa.O
que
é inovativo é o relacionamento entre oscomponentes. Neste modelo, os
componentes
formam
um
todo integrado e interativo,com
cada
componente
fortemente ligado a vários outros,em
vez
de estar ligadosem uma
seqüência linear
ou
cíclica.O
diagramamostrado
na Figura 2.1 apresenta os relacionamentos entre os cincocomponentes
deum
projeto qualitativocomo
uma
figurade
um
relógio de areia.As
linhasentre os
componentes
representam ligações de duas viasde
influênciaou
implicação.Embora
também
existam outras conexões além daquelas enfatizadas, as mostradas são geralmente asmais importantes.
i -
O
triângulo superior destemodelo
de relógio de areia deveria ser-uma
unidadefortemente integrada.
As
questões de pesquisa deveriam terum
claro relacionamentocom
ospropósitos
do
estudo e deveriam estar informadas sobre oque
já se conhece sobreo
fenômeno
que o pesquisador está estudando e as ferramentas teóricas
que
podem
ser aplicadas a estesfenômenos. Adicionalmente, o propósito
do
estudo deve ser informado pela teoria econhecimento existente, considerando que a escolha da teoria e
do
conhecimento relevantedependem
dos propósitos e das questões.Similarmente,