9 (
MARCOS
ALEXANANDRE
MOTA
EESTUDO DE
170
CRIANÇAS
sOROPOsITIvAs
PARA
O
HIV,
EM
SEGUIMENTO
CLÍNICO
No
HOSPITAL
INFANTIL
JOANA DE
GUSMÃO-
Trabalho apresentado à Universidade Federal
de Santa Catarina, para a conclusão no curso
-
de graduação
em
Medicina. 'FLORIANÓPOLIS
1998
ESTUDO DE
170
CRIANÇAS
SOROPOSITIVAS
PARA
O
HIV,
EM
SEGUIMENTO
CLÍNICO
NO
HOSPITAL
INFANTIL
JOANA DE GUSMÃO.
Trabalho apresentado à Universidade Federal
de Santa Catarina, para a conclusão no curso
de graduação
em
Medicina.Coordenador do Curso: Professor Edson Cardoso
Orientadora: Professora Sônia Maria de Faria
Co-orientadoras: Dra Maria Elizabeth de Menezes
Dra Eliane Vieira de Araújo
~
FLORIANÓPOLIS
Trabalho de Conclusão no Curso de Graduação em Medicina, -Universidade Federal de Santa Catarina.
A
Deus,
'pelaminha
existência.À
Professora SôniaMaria
de Faria,que
através de sua orientaçãotomou
possível a realização deste trabalho. t
Às
minhas
co-orientadoras:Dra
Maria
Elizabeth deMenezes
eDra
Eliane Vieira de Araújo,que
também
auxiliaramna
realização deste trabalho.H
Aos
colegas Gislene, Karla e Rafael,com quem
realizeimeu
estágio simultaneamente à realizaçãodo
trabalho.Aos
colegasSamira
e João Paulo,que
auxiliaram-me na digitaçãodo
trabalho.
Aos meus
pais,que
sempre
estiveram presentesem
minhas
realizações e1
.INTRODUÇÃO
--- --2.OBIET1vO
--- -- 3.MÉTODOS
--- -- 4.RESULTADOS
--- --5.DISCUSSÃO
--- -- 6.CONCLUSÃO
--- -- 7 _REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
-----LINTRODUÇAO
A
AIDS,
sigla utilizadamundialmente
para aSíndrome da
Imunodeficiência Adquirida, éuma
entidade clínica de carácter crônico eprogressivo. Foi incialmente descrita
em
1981,quando
nos EstadosUnidos
foram
diagnosticados casos desarcoma
deKaposi
epneumonia
porPneumocystís
carínííl, doenças raras até então,que
sofreramum
aumento
inusitado
na
sua incidência, passando a apresentar-seem
pacientes previamente saudáveis, tendocomo
característica marcante a preferênciapor
um
grupo
restrito: oshomossexuais
de sexo masculino.Por
um
curto período a síndrome foichamada
de gay-relatedimmune
deficiency
ou
GRID2”3”4.
A
partir de observaçõesmais
detalhadas, constatou-seque
asíndrome era
mais
frequenteem
homens
com
múltiplos parceiros e portadores de doenças sexualmente transmissíveisz.No
entanto, só a partirda observação
da
síndromeem
usuários de drogas injetáveiss, portadores de hemofilia e receptores de transfusão sanguínea,que
as evidênciaspassaram
a apontar paraum
agente infeccioso presenteno
sangueó.Confirmando
as suspeitasda
comunidade
científica da época,comprovou-se
a presença de agente infecciosona
etiologiada
AIDS.
O
vírus
da
imunodeficiência adquirida tipo I, hojedenominado HIV-1,
inicalmente foi classificado
como
LAV
eHTLV
III7”8, respectivamente.Sua
identificação deu-se independentementeem
1983 por Montagnier3 ecolaboradores,
na
França, eem
1984, nosEUA,
porum
grupo liderado por Robert Gallol.O
HIV
foi caracterizadocomo
um
retrovírus, pertencente à famíliaRetroviridae, subfamília Lentivirinaeg,
ou
vírus lentosque
caracteristicamente apresentam longos períodos de incubação,
mecanismos
de escape à vigilânciaimunológicado
hospedeiro e cujoscomponentes
causam
doenças crônicas e degenerativasulo. Posteriormente,um
segundo
retrovírus
o
denominado
HIV-2,
foi identificadocomo
também,
sendo
agente etiológico
da
AIDSIUZ.
~Os
efeitosda
infecçãodo
HIV
no
sistemaimune
são devidos aotropismo específico
que
aGP
120,uma
proteínado
envelope viral,tem
pelo receptor de superficie celular
CD4.
O
receptorCD4
égrandemente
expresso nas células dos linfócitos T4, os quais
têm
um
papel centralna
indução das respostas imunológicasn.
A
destruição destas 'células pelovírus, sua susceptibilidade ao ataque por parte
do
próprio sistema de defesa e a fusão de células infectadas enão
infectadasformando
sincíciosnão
funcionais,
causam
a grave imunodeficiênciaque
acompanha
a infecção14.O
HIV
além
dos linfócitosCD4, também
infectamonócitos
e macrófagos, células de Langerhans, células dendríticas tissulares, célulasda
glia cerebral ealgumas
células B, já tendo sido isoladono
sangue,sêmemls,
leite humanoló, lágrimas,medula
óssea, suor, saliva2, urina, fezes,nódulos linfáticos e tecido r1ervoso2'15°16.
A
virulênciado
HIV
é o resultadoda
sua capacidade de desarmarcompletamente
o sistema imunológico, eliminando as célulasCD4,
sendoque
as sobreviventesperdem
a~
capacidade de executar suas funçoes naturais, levando o sistema
- z - 4,18
imunologico
aos caos .Os
primeiros casos deAIDS
pediátricosforam
relatadosem
1982
nosEUA19.
No
Brasilforam
relatados os primeiros casos deAIDS
em
criançasem
198420 eem
Santa Catarina(SC)
em
198721.A
relaçãocom
atransmissão vertical
ficou
bem
estabelecida,uma
vezque
asmães
das crianças acometidashaviam
apresentadoAIDS
ou
se exposto à situação derisco à contaminação pelo
HIV6.
Estas crianças apresentavam quadro dedeterioração
do
sistemaimune
e infecções oportunistas, assimcomo
aconteciacom
os adultos”.A
síndromeda
imunodeficiência adquirida é atualmente a sétima causa demorte
em
adultos jovens e anona
em
crianças de l a 4 anos”.Aproximadamente
um
milhão
emeio
de casosde AIDS
jáforam
notificadosno
mundo
todo, estandomais da metade
delesno
continente americano. Estenúmero
no
entantonão
representa a realidade dos fatos e estima-se que, a nível mundial, hajapróximo
de trinta milhões de pessoasinfectadas
com
sete milhões emeio
de doentes, a maioriaem
países.em
desenvolvimento”. “
No
Brasil,em
1983
a relação entrehomens
e mulherescom
AIDS
notificados era de 4011, nos últimos
3
anos esta relação estáem
3:1,sendo
que
103.262 casos deAIDS
foram
notificados até setembro 1997,acometendo
22.004 mulheresem
idade reprodutiva.2°.Em
Santa Catarinaforam
notificados até janeiro de 1998,um
total de 4.729 casos deAIDS,
sendo 1.041
em
mulheresem
idade fértilzl.O
aumento da
incidência deAIDS
em
mulheres
jovens detennina,como
consequênciauma
grande expressãoda
transmissão vertical”.Em
Santa Catarina, até janeiro de
1998 foram
registrados345
casos deAIDS
pediátricazl.
A
preocupação
com
a transmissãoda
AIDS
perinatalno
Estado,
motivou
a realização deum
estudo sobre as característicasda
população, pediátrica soropositiva para oHIV,
atendidano
ambulatório deinfectologia e imunologia,
do
Hospital InfantilJoana
deGusmão,
centro de referência estadual para o atendimento deAIDS
pediátrica.2.0BJETIVo
Identificar as características clínicas e epidemiológicas
da população
pediátrica
do
Estado de Santa Catarina exposta aoHIV,
atravésdo
estudode
uma
amostra desta população atendidano
ambulatório de referência estadual paraAIDS
pediátrica.-3.MÉToDos
Desenho:
estudo descritivo, retrospectivo, individualizado, observacional e transversal.Foram
selecionados todos os pacientes pediátricosdo
ambulatóriode
infectologia e imunologia
do
Hospital InfantilJoana
deGusmão,
em
seguimento clínico
no
período de 01/08/97 à 31/03/98, perfazendo»um
total de' 170 pacientes.
V
-
Os
dados foram
obtidos atravésda
revisão dos prontuários médicos, própriosdo
serviço de infectologia e imunologia. Estes prontuários estão arquivadosno
serviço de controle de infecção hospitalar, daquele hospital.As
varáveis selecionadas parao
estudo foram: sexo, cor,procedência, idade de início de
acompanhamento,
idade ao términodo
estudo (31/03/98), idade de início dos sintomas, sintomas apresentados, classificação de
AIDS
peloCDC
(Apêndice
I), via de transmissão, situaçãoatual
do
paciente e dos progenitores (quanto à sorologia, estado de saúde eprovável via de exposição ao
HIV),
exposição ao aleitamento materno,situação sorológica e viral
do
paciente, uso demedicamentos
antirretrovirais.
ç
Os
dados
obtidos através deum
protocolo(Apêndice
II),foram
4.
RESULTADOS
Dentre os 170 casos estudados de pacientes pediátricos soropositivos para
o
HIV,
observou-seque
51,2%
eram
do
sexomasculino
e 48,8%
do
sexo feminino,não
sendo observada diferença estatisticamente significante.Em
relação a raça observou-seum
predomínio
na
raça brancacom
71,2%,
seguida
da
raça negracom
18,8%
eem
10%
dos casosnão
encontrou-semenção
à raçano
prontuário.Em
relação aomecanismo
de transmissãodo
HIV,
foi observadoem
167 casos a transmissão vertical.
A
transmissão por via transfusionalocorreu
em
dois casos eem
um
casonão
foi possível determinar aforma
contaminaçao, sendo considerada ignorada. Estesdados
podem
servisualizados
no gráfico
01.|¡verfi¢a1 ITrznsfus¡‹›na| lngnoradâ
|
Gráfico
01:Mecanismo
de
Transmissão
do
HIV
em
170
crianças soropositivas.Em
relação ao aleitamentomatemo,
das crianças 170 estudadas,33,5%
foram
amamentadas,
em
41,2%
dos casosnão foram
expostosao
aleitamento e
em
25,5%
não
constava estedado
no
prontuário.A
idadeda
primeira consulta,quando
deu-se inícioo
acompanhamento, pode
ser observadano
gráfico
02,onde
verifica-seque a
66,4%
dos casos ocorreu nos dois primeiros anos, sendo observadauma
idademédia
no
iníciodo
seguimento clínico de 21,86 meses.A
idademédia no
finaldo
acompanhamento
(31/03/98) foi de 44,43 meses,com
11,8
%
entre00
e 12 meses, 12,9%
entre 13 e24
meses, 18,2%
entre25
e36
meses, 22,4%
entre37
e48
meses, 13,5%
entre49
e60 meses
e 21,2%
maiores de60
meses.¬
¬
.. . ,
1
Gráfico
02:Idade de
iníciodo
acompanhamento
clínicode 170
crianças soropositivas
para
0HIV.
Das
170 crianças estudadas, 102 apresentaram sintomasAIDS,
dentre estas
(61,2% do
total),46,7%
foi nos06
primeirosmese
de vida,18,7%
entre07
e 12 meses, 9,4%entre 13 e 18 meses,9,4%
entre 19 e24
IO-12 meses
I
13-24 mesesI25-ä meses l37-48 meses I49-72 meses
3.MÉToDos
Desenho:
estudo descritivo, retrospectivo, individualizado, observacional e transversal.Foram
selecionados todos os pacientes pediátricos sopositivos parao
HIV,
do
ambulatório de infectologia e imunologiado
Hospital InfantilJoana de
Gusmão,
em
seguimento
clínicono
período de 01/08/97 à 31/03/98, perfazendoum
total de 170 pacientes.Os
dados foram
obtidos atravésda
revisão dos prontuários médicos, própriosdo
serviço de infectologia e imunologia. Estes prontuários estão arquivadosno
serviço de controle de infecção hospitalar, daquele hospital.As
varáveis selecionadas para o estudo foram: sexo, cor,procedência, idade de início de
acompanhamento,
idade ao términodo
estudo (31/03/98), idade de início dos sintomas, sintomas apresentados, classificação de
AIDS
peloCDC
(Apêndice
I), via de transmissão, situaçãoatual
do
paciente e dos progenitores (quanto à sorologia, estado de saúde eprovável via de exposição ao
HIV),
exposição ao aleitamento materno,situação sorológica e viral
do
paciente, uso demedicamentos
antirretrovirais.
Os
dados
obtidos através deum
protocolo(Apêndice
H),foram
4.
RESULTADOS
Dentre os 170 casos estudados de pacientes pediátricos soropositivos para
o
HIV,
observou-seque
51,2%
eram
do
sexo masculino e 48,8%
do
sexo feminino,não sendo
observada diferença estatisticamente significante.Em
relação a raça observou-seum
predomínio
na
raça brancacom
71,2%,
seguida
da
raça negracom
18,8%
eem
10%
dos casosnão
encontrou-semenção
à raçano
prontuário.Em
relação aomecanismo
de transmissãodo
HIV,
foi observadoem
167 casos a transmissão vertical.
A
transmissão por via transfusionalocorreu
em
dois casos eem
um
casonão
foi possível determinara forma
contaminação, sendo considerada ignorada. Estesdados
podem
servisualizados
no gráfico
01.ilvertiml ITransfusionaI Illgnorada
Í
Gráfico
01:Mecanismo
de
Transmissão do
HIV em
170
crianças soropositivas.Em
relação ao aleitamento materno, das170
crianças estudadas,33,5%
foram amamentadas,
em
41,2%
dos casosnão foram
expostos ao aleitamento eem
25,5%
não
constava estedado no
prontuário.A
idadeda
primeira consulta,quando
deu-se inícioo
acompanhamento, pode
ser observadano gráfico
02,onde
verifica-seque
a66,4%
dos casos ocorreu nos dois primeiros anos, sendo observadauma
idademédia
no
iníciodo
seguimento clínico de 21,86 meses.A
idademédia
no
finaldo
acompanhamento
(31/03/98) foi de 44,43 meses,com
11,8
%
entre00
e 12 meses, 12,9%
entre 13 e24
meses,18,2%
entre25
e36
meses, 22,4%
entre37
e48
meses, 13,5%
entre49
e60 meses
e 21,2%
maiores de60
meses. 4 ¬ \ ¡ 4 1 4 A 1 1Gráfico
02:Idade de
iníciodo
acompanhamento
clínicode
170
crianças soropositivas
para
oHIV.
Das
170 crianças estudadas, 102 apresentaram sintomasAIDS,
dentre estas
(6l,2% do
total),46,7%
foi nos06
primeirosmese
de
vida,18,7%
entre07
e 12 meses, 9,4%entre 13 e 18 meses,9,4%
entre 19 e24
I O-12 meses
II 13-24 meses
E 2535 meses
II37-48 meses
meses
e15,8%
com
mais
de24
meses. Registrou-seuma
idademédia
de
início dos sintomas de 14,02 meses.
Quanto
aorigem
das crianças,como
pode
ser observadono gráfico
03, a maioria era proveniente
da
Regional deSaúde
de Florianópolis,com
123 casos, seguida
da
Regional deSaúde
de Itajaícom
16 casos.As
outras regionais de saúde tiveramnúmeros
menos
expressivos.1
Gráfico
03: Distibuiçãoda
procedência de 170
criançassoroposifivas
para
0HIV,
por
Regional
de
Saúde
.Atualmente
dentre os 170 pacientes estudados,77%
continuam
em
seguimento
clínico regular,17,1%
abandonaram
e5,9%
foram
a óbito,sendo registrada
uma
média
de 36,6meses
como
idade de óbito.Entre os casos
que
abandonaram
o acompanhamento,
5,9%
foino
primeiro
ano
de vida,44,1%
no segundo
ano,35,3%
no
terceiroano
e 14,7com
mais
de 3 anos de idade _Em
38,8%
dos casos, os pacientes apresentaram-se assintomáticos,até o término
do
levantamento de dados.Em
61,2%
as criançasI
Região de Florianópolis I Região de Itajai II Região de Joinville ll Região de Blumenau I Região de CriciumaI
Região de Tubarao I Região de Lages1 1 1 A 1 A
manifestaram sintomas, sendo registrada grande variedade de apresentações clínicas,
como
pode
ser observadono
gráfico 04.ll Linfonodopatia Hepatomegalia ll Broncopneumonia
E
EsplenomegaliaI
DiarréiaI
Perda PondoestatuI
Lesões de Pele Otite IAtrasoDNPM
I
CandiídiaseI
Febre RecorenteI
PILI
P. Carinii Alteração NeurolóI
HerpesE
Tuberculose Toxicoplasmose 1 II
Citomegalovírus glI
Criptospolidiun ral llAumento de Parótidas CaGráfico
04:Sintomas apresentados
por
170
crianças sopositivaspara
oHIV.
A
tabela I mostra a classificação clínica das criançasem
acompanhamento, conforme
critériosdo
CDC
de1994
(apêndice). Note-se que as criançasmenores
de 18meses
ecom
infecção indeterminada são classificadascomo
EN1.
Estão,também
incluídas as40
criançasque
Tabela
I: Classificação Clínicaconforme
critériosdo
CDC-1994
de 170
crianças soropositivaspara
oHIV.
Classificação
Número
PercentualAl
15 18.8%
A2
` 18l10.6%
A3
`2`1_2%
B1
`148,2%
B2
19l1.2%
B3
105.9%
C1
'31.s%
62C2
*5.3%
2;, QC3
5,9%
1EN1
`94,7%
1N1
016`9.4%
N2
2'1.2%
Ignorada 3 1.8%
Sororreveiteram40
24.1%
Total 170100%
O
tempo médio
deacompanhamento
das criançasno
ambulatório foide 25,04 meses, sendo
que
34,7%
foi registrado entre zero e doze meses,em
27,7%
foi entre 13 e24
meses,16,4%
foi entre25
e36
meses,em
17,1%
entre37
e48
meses, eem
4,1 foi superior a48
meses. Estesdados
II 0-12 meses
I
13-24meses 25-36 meses ` ul 37-4a meses Imais de 48 mesesGráfico
05:Tempo
de seguimento
clínicode 170
crianças soropositivaspara
oHIV.
Entre os 170 casos estudados,
em
40
casos foi observado asororreversão laboratorial, correspondendo a
24,1%
dos casos estudados. Dentre as40
criançasque
sororrerveteram,56,25%
estãoem
acompanhamento
e43,75% abandonaram
o
seguimento clínico.A
idademédia de
sororreversão registrada foi de 14,2 meses, e variou entre06
e25meses,
sendoque
em
52,5%
foi entre seis edoze
meses,em
32,5%
foi entre 13 e 18 meses,em
12,5%
foi enter 19 e 14 meses, eem
2,5%
foi após os24
meses,dados
estesque
podem
servisualizados
no gráfico 06
6-12 meses
I
13-18 mesesIE 19-24 meses
E mais de 24 meses
Gráfico
06:Idade de
sororreversãode 40
crianças soropositivasQuanto
à classificação sorológica dos pais, registrou-se98,2%
de
mães
soropositivas para oHIV
e 1,8 soronegativas, sendo estas, as trêsmães
das crianças infectadas por tranfusão sanguíneaem
dois casos eem
um
casoonde não
foi determinado omodo
de contágio.A
condição sorológicapatema
registrada foi de:67,1%
de casos soropositivos,8,8%
de casos soronegativos e
24,1%
de casosonde não
foi informada.A
via de exposição aoHIV
referida pelos pais,como
responsávelpelas suas contaminações, corresponde
no
caso das mães:61,5%
por contato sexual,18,4%
uso de drogas injetáveis,2,4%
transfusão sanguínea e17,8%
ignorada.Nos
casos dos pais acontaminação
deu-se por uso de drogas injetáveisem
42,9%,
por contato sexualem
20,1%,
por transfusão sanguíneaem
1,8%, era ignoradaem
31,5%.
Contudo, seforem
analisadossomente
os casosonde
foi referida aforma
de contágio, os usuário dedroga
correspondem
a 63,8%. Estesdados
podem
ser visualizadosno gráfico
07.ignorado transfusional sexual drogas '\ i \ 1 1 1 1 O 10 20 30 40 50 60 70
Gráfico
07:Modo
de
contaminação
peloHIV,
referida pelos paisde 170
crianças soropositivaspara
0HIV.
Em
relação à situação de saúde atual dos progenitores, os resultadosmatemos
foram:47,9%
casos demães
assintomáticas,10,1%
casos demães
doentes,6,5%
casos de mortematema
e35,5%
com
a situação atualI
mãe
desconhecida.
Os
resultadospatemos foram
35,9%
pais assintomáticos,8,4%
doentes,6,6%
falecidos e49,1%
com
a situação ignorada.Quando
analisados osexames
laboratoriais para o diagnósticoda
infecção pelo
HIV,
observou-seque
as40
crianças que sororreverteram apresentaram pelomenos
um
teste deamplificaçào
gênica(PCR)
negativo nos primeiros 18meses
de vida.Em
dois casos, os pacientes apresentavam dois testes dePCR
onde não
foi detectadoo
DNA
pró-viral e,no
entanto,manifestaram sintomas de
AIDS
epermaneceram
com
sorologia positiva,mesmo
após 18 meses.Em
40,6%
dos pacientes, de diferentes idades,o
PCR
foi positivo econcordou
com
os resultados sorologicosQuanto
ao uso de antirretrovirais,61,2%
usou
pelomenos
um
antirretroviral, sendo
que
dos casos estudados,61,2%
usou
AZT,
55,3%
DDI, 18,2%
3TC
e2.4%
D4T,
estesdados
podem
sermelhor
visalizadosno gráfico
09.Quanto
aotempo
de uso, observou-seuma
média de
15,83meses
entre os pacientesque
usaram
AZT,
6,13meses
deDDI,
6,64meses
de
3TC
e 3,5meses
deD4T.
›,._›.,,,,‹_»\,.,.»._.._›_›,..›,~,›»›,».,›,.f.,,,¿,..,_ .,,,,‹W.,...,,..‹..,..«.‹4!..»‹«.\.‹..,.,‹ _›×׫,.,»,,,..,4....,.,¢.,,,,,»,,‹.,.,.. ¡,,...,,...,.‹.,,t,._-...»_ V, __ ». M .wç ,».«...,›¿.,..., ,L ›‹,.._ ._›-V, _,<..,...,...,, , ...W 3-rc Í 'f;'/.Íf› DD, . __ ,. . _ _ , iz, zf :ein ;›:«= . . > ‹-›.‹z= f z - ¬ z 'âaz-.fz .-.zz z-z ..›z'›,zzz.›...«zi 1.. _ 1. O 10 20 30 40 50 60 70Gráfico
09:Média
de uso de
antirretroviraispor 170
crianças soropositivaspara
oHIV.
5.D1scUssAo
A
criançapode
se infectar peloHIV
através de doismecanismos
fundamentais, são eles: a transmissão vertical
ou
perinatal e a horizontal,por transfusão de sangue e derivados25°26”27.
Ao
incluir-se adolescentes aeste grupo, deve-se acrescentar a aquisição
do
vírus por relações sexuais euso de drogas injetáveis5 2819.
As
diferentesformas
de exposição aoHIV
seassociam
com
graus variados de transmissibilidade, sendoo
risco por transfusão de sanguemaior que
90%,
ena
exposição perinatalo
risco está entre 14 e45%
3051,podendo
cair até7%
com
uso de antiretrovirais32'33.A
transmissão perinataldo
HIV,
isto e', demães
infectadas para seusfilhos, constitui a principal via de infecção para a maioria
da
crianças,podendo
ocorrer intra-útero por via transplacentária, durante o parto» pelo~
contato
com
sangue”
e secreçoesou
após o parto pela amamentaçãoló.Conforme
ográfico
1, a via de transmissão vertical foi responsável por quase a totalidade dos casos estudados,com
98,2%,
sendoconfirmado
pelo fato
da
grande maioria (98,2%) dasmães
serem
soropositivas.Registrou-se apenas dois casos de transmissão transfusional
comprovada
correspondendo a 1,2
%.
Em
um
casonão
foi determinada aforma
de transmissão. Estesdados
estão de acordocom
a literatura que cita a~
transmissao vertical
em
ascendência entre as crianças,uma
vezque
a princípio respondia por20%
perdendo
para a transfusão 'de sangue ederivados, e atualmente corresponde a
mais
de90%
das causas de infecçãoem
cr1anças34. -Quanto
aomodo
decontaminação
referida pelos pais (gráfico 07),~
com
61,5%
dos casos.Quanto
a vía decontaminação
paterna,em
63,8%,
dos casosonde
houve
referência àforma
de contaminação, deu-se pelouso
de drogas injetáveis . Estes dadosrefletem
a situaçãoda
transmissãodo
HIV
em
Santa Catarina,onde
a vía sexual responde por48,5%
do
total deinfectados, sendo a heterossexual por
30,1%.
A
via sanguínea estárelacionada
em
40,8%
dos casos, associando-se ao uso de drogas injetáveis(UDI)
em
39,0%.
Quando
considera-se a infecção peloHIV
no
sexo masculino isoladamente, osUDI
são responsáveis por44,1%”.
Estedados
confirmam
os achados dos casos estudados,onde
asmães
em
percentualsignificante (42,9%), tiveram contato sexual
com
parceirosUDI.
Estesdados sugerem que
em
geral, a entradado
HIV
no
círculo familiar deu-sena
seguinte sequência: contágio inicialmentedo
pai(UDI) por
vía sanguínea , seguindo acontaminação
por via sexual dasmães
e a verticalnas crianças.
Sabe-se que o
HIV
é excretadono
leite por mulheres infectadas,independente de estarem doentesló,
havendo
um
riscodo
vírus penetraratravés
da
mucosa
nasofaríngeaou
gastrointestinal”.Contudo no
presenteestudo, observou-se
que
em
apenas 33,5%
dos casosnão
houve
exposição ao aleitamento materno, constituindouma
forma
de reduzir as chancesde
contaminaçãoló.
Em
41,2%
dos casoshouvea
amamentação,
confirmando
que
grande parte das- mulherescom
AIDS
desconhece o risco aque
elas,seus parceiros e sobremaneira a sua prole estão expostas3°”36 .
Em
paísesdesenvolvidos,
onde
o risco de mortalidade por desnutrição edoenças
infecciosas é baixo, o aleitamento
matemo
está contra-indicado para asmães
soropositivas.No
entanto,em
paísesonde
tais condições sãoimportantes causas de mortalidade, sobretudo
no
primeiroano
de vida, a OrganizaçãoMundial
deSaúde
preconiza aamamentação,
independenteda
seguras, eficazes e disponíveis ao lactente, contra-indica-se a
amamentação.
__
Dados
do
l\/Iinistérioda Saúde
citam Itajaí, Balneário deCamboriú
eFlorianópolis, três cidades de Santa Catarina, entre as dez cidades
com
maior
coeficiente de incidência deAIDS
no
Brasil”. Estes dados são confirmadosno gráfico
3,onde
observa-seque
73,5%
dos pacienteseram
pentercentes a municípiosda
Regionalde Saúde
de Florianópolis, seguido pela Regional de Itajaícom
9,4%, resultadosque
são confirmados pelosdados
de Carvalho 199738.Atualmente
omenor número
de pacientesprovenientes de outras regiões,
pode
ser explicado, pela criação de centrosde atendimento à criança portadora
do
HIV,
em
cidadesdo
estadocomo:
Lages,Blumenau,
Joinville e Itajaí.'
A
monitorização clínico-laboratorial das crianças portadorasdo
HIV,
objetiva disciplinar o atendimento
com
ênfasena
avaliação clínica,buscando meios
para indicar precocemente, atravésda
classificação obtida nas várias consultas,medidas
preventivas e terapêuticas para a melhoriada
qualidade de sobre-vida”.E
uma
vez que, as infecções são as principaiscausas de morbimortalidade
na
criançacom
AIDS,
um
elevado grau de suspeita clínicadeve
prevalecerna
avaliação, para a precoce instituiçãoda
terapêutica contra os
microorganismos
identificadosm. Para tanto faz-senecessário
que
oacompanhamento
tenha início omais
breve possível.No
gráfico 4 observa-seque
a idade da primeira consulta teve 62,4%
nos
dois primeiros anos de vida, contudo foi evidenciadauma
média
de 21,86meses, considerada
uma
média
elevada.Nos
Estados Unidos,Maldonadoín
em
1995 registrouuma
média
de 8,3meses
de idade,no
iníciodo
acompanhamento.
Este fatopode
sugerirum
certo desconhecimento, edificuldade dos profissionais de saúde,
em
identificar pacientes expostos aoHIV
e/ou a falta de conscientização dos responsáveis pelas crianças,A
virulênciado
HIV
é o resultadoda
sua capacidadede desarmar
completamente
o sistema imunológico, eliminando as célulasCD4,
sendo
que as sobreviventesperdem
a capacidade de executar suas fiinções. . . , . 42 .
naturais levando o sistema imunologico aos caos . Este fato explica a
progressão
da
síndrome, especialmente rápida e agressivaem
lactentes ecrianças de baixa idade,
onde
o sistemaimune
ainda é imaturo.Nos
casos de transmissão vertical,em
especial, as manifestações clínicaspodem
ocorrer já nos primeiros
meses
de vida”,dado
confirmadono
presenteestudo,
onde
quase ametade
das crianças (46,7%), apresentou sintomas jános primeiros 6 meses,
chegando
a65,4%
no
primeiroano
de vida.A
literatura registra
que
nas criançascom
infecções adquiridas portransfusões a progressão observada foi
mais
lenta,mesmo
quando
ocorreram
nos
primeirosmeses
de vida, estedado não pode
ser avaliado poisna
amostra apenas1,2%
não correspondiam
a transmissão vertical.Contudo
há
casos de 16 crianças (9,4%)com
mais
de dois anos, possuindo infecção confirmada laboratorialmente e assiiitomáticas. Esta variação observadano
tempo
de latênciado
HIV,
acredita-se serem
decorrência deinúmeros
fatores, taiscomo
virulência das diferentes cepas deHIV,
resposta imunológica individual
do
hospedeiro, estado de nutrição e doenças associadas42”45.A
AIDS
não
éuma
doença
única propriamente,mas
sim
o estágiofinal
da
infecção peloHIV,
caracterizada porum
grupo de doençasque
ameaçam
a vida 42.No
adultoo
períodoque
decorre desde a infecção peloHIV
até o surgimentoda
AIDS
eo
tempo
de progressãoda doença
pode
serextremamente
variável, ecompreendendo
de algunspoucos
meses, atémesmo
em
alguns casos descritos, ultrapassandoo
período deuma
década”
_As
principais manifestações clínicas das crianças são diferentesdas
do
adulto, sendoque
a fase inicialda
infecção peloHIV
pode
serdificuldade de ganhar peso, anorexia, episódios de febre recorrente,
hepatomegalia, linfadenopatia en esplenomegalia., estas. duas* últimas respectivamente as
mais
frequentesna
amostraconforme
ográfico
03.Dentre os casos estudados
61,2%
dos pacienteseram
sintomáticos.Em
relação à classificaçãodo
CDC
de1994 (Apêndice
II),4,7%
dos casosforam
classificadoscomo
EN1,
não
sendo verificados sintomas dadoença
eestando
com
menos
de 18 meses, entretanto61,2%
(tabela I) encontravam-se
em
diferentes fasesda
doença.O
fato deste trabalho pesquisarsomente
os pacientes
em
acompanhamento, pode
explicar este alto indice de pacientes sintomátcos encontrados,somado
ao fato deo
Hospital InfantilJoana de
Gusmão
ser ponto de referência, e receber pacientesencaminhados
de outros serviços, por necessidade deum
acompanhamento
mais
especializado.Durante a evolução
da doença
podem
surgir sinais e sintomas variados, destacando-se fadiga, tosse, febre, sudorese notuma47, diarréia48,perda de peso
ou ganho
abaixodo
esperado”, lesões cutâneas e orais,candidiíase oral
ou
esofágican, herpes”, leucoplasia pilosa, e outras infecções pormicroorganismos
oportunistas; taiscomo
toxoplasmose,criptococose e pnemocistose, esta sobremaneira observada
na
forma
pulmona126”48”49.
Todos
sintomas e patologias encontradas nos casosestudados,
conforme o gráfico
9. Manifestações neoplásicascomo
osarcoma
de Kaposilnão foram
observadas, sendoconfirmada
pelaliteratura
que
registracomo
raras, as manifestações neoplásicasem
criançasA
encefalopatiaem
pediátria, está asssociada aum
prognósticomuito
reservado, especialmente se desenvolvida durante
o
primeiroano
de vida.Dentre as manifestações neurológicas, observadas
na
criançacom
AIDS,
duas formas clínicas de encefalopatia
foram
descritas,uma
forma
estática e outra progressivaso, sendoque
estatem
como
manifestações clínicasalém
18,8%
dos casos estudados,há
também
perdas das aquisições prévias,microcefalia adquirida, , atrofia cortical e subcortical, convulsões e
demência, deterioração intelectual, deficiências cognitivas severas e sinais
de liberação
do
trato piramidal, casosque não foram
descritos entre os pacientes estudadosso.O
longo períodoonde
clinicamente a infecção está latente,caracterizando a infecção pelo
HIV,
não
consistenum
período deinatividade viral,
mas
sim
num
processoonde
as células de defesa,do
hospedeiro estão sendo infectadas e mortas
em
altas taxas43”45.Sendo
necessário infonnar os responsáveis pelas crianças,
da
necessidade depersistir
o acompanhamento,
mesmo
nos casosonde há
sororreversãoou
nos
que
aindanão
surgiram sintomas.Nos
casos estudados, observou-seque
em 77%
os pacientes estãoem
acompanhamento,
sendo que17,1%
que abandonaram,
destes a maioria foi nos dois primeiros anosde
vida,período
em
que
ocorre a sororreversão.Em
65,3%
dos casos, os pacientesacompanham
regularmente o ambulatóriohá mais
deum
ano
(gráfico O5),com
uma
média
de 25,04meses
deacompanhamento,
apesar de a idademédia
atual ser de 44,43 meses, oque
sugereque
o grau de informação,após início
do acompanhamento,
pode
ser considerada satisfatório.Os
testes laboratoriais para diagnósticodo
HIV-1
passaram
a seruma
das prioridades para diagnóstico de
AIDS,
sendo importantes tanto a nívelde
Saúde
Pública,como
paraacompanhamento
médico
e tratamento.Os
mesmos
devem
ser precoces, sensíveis e específicoss 1. Estes testespodem
ser divididos
em
três grupos: detecçãode
anticorpos através de testessorológicos
(ELISA,
Westem
Blot e Imunofluorescência), detecçãodo
vírus
ou
antígenos. virais e detecçãodo
DNA
proviral43°5 25 3 .Os testessorológicos,
que
sãomeios
rápidos e de alta sensibilidade para detectaranticorpos
no
sangueou
derivados, carreiamum
problema
intrínseco:na
soroconverteram. Este período
chamado
"janela imunológica"tem
recebidomuita
atenção, devido a suas implicaçõesna
segurançado
fornecimento de sangue”.Além
disso,no
diagnósticoda
infecçãoem
crianças de até 18 meses, nascidas demães
portadorasdo
virus,não
é confiável, pois estascrianças
carregam
os anticorpos maternos eum
teste sorológiconão
distingue anticorpos
da
criança dosda mães
5 _ Estes dadosforam
confirmados
no
presente trabalho,uma
vezque
98,2%
das crianças tiveram ao nascer sorologia positiva para oHIV.
Destasemr24,1%
foi observadasororreversão, isto é os testes sorológicos negativaram.
Em
85%
dos casos a sororreversão foi observada nos 18 primeiros meses, sendo que os15%
restantes tiveram o diagnóstico
firmado
posteriormente, destes15%
não
estavam
acompanhando
regularmente, econsequentemente não
realizaram osexames
com
intervalo detempo
menor.
Uma
das mais importantes aplicaçõesda
tecnologiada
reaçãoem
cadeiada
polimerase (PCR),tem
sido a detecçãodo
DNA
de agentes infecciosos que estão presentesem
um
pequeno
número
de cópias que, de outra maneira, seriam indetectáveis pormeio
de metodologias atuais.Em
particular, este procedimento
tem
sidousado
para detectar seqüênciasprovirais
do
HIV-155.Nos
casos estudados aamplificação
gênica, pelatécnica
do
PCR,
mostrou-se de grande utilidade, para abreviar o diagnósticoda
infecção peloHIV em
criançasmenores
de 18 meses,uma
vezque
em
90,8%,
dentre as crianças que realizaram, foiconfirmada
clinicamente.
Em
dois casoshouve
discordância,que
pode
serem
razãoda
existência de subtipos
do
HIV,
os quaisnão foram
detectados pelométodo
laboratorial utilizado.
A
administração intermitenteou
continua de drogasno
tratamento de pacientes portadoresdo
HIV, tem
se revelado eficientena
modificaçãodo
curso
da
doença, sejam eles gestantes soropositivas, seusrecém
nascidos,uso de antirretrovirais
com
melhorias,em
relação ao índice demorbidade
emortalidade3]°56”57. Dentre as drogas
temos
os dideoxinuclesídeos, drogasantirretrovirais
que atuam
como
inibidoresda
transcriptase reversa,uma
enzima
indispensável para a síntesedo
DNA
pró-viral31”56.Destacam-se
aziàovuâma
(AzT)31›56,â1âan0S1nz(DD1)”,
iamiwóma
(src)
e Siavudina(D4T)56,
com
a utilização liberada peloFood
and Drugs
Administration(FDA)
e disponíveis atualmente. Estas drogas tiveram seu uso observado nos casos estudadosconforme
o gráfico 09,onde
observa-seque
em
61,2%
dos casos
houve
uso deAZT,
sendo a drogamais usada
ecom uma
média
de uso de 15,83 meses, estes
números
devem-se
ao fato de ter sido a primeira droga liberada para o usoem
pediatria. Segue-seem
frequênciacom
55,3%
de uso emédia
de 6,13meses
oDDI,
o qualtem
sidousado
em
associação ao
AZT, como
rotinano
tratamentoda
infecção pelo I-IIV, parareduzir o surgimento de cepas resistentes e efeitos colaterais
como
a 'mielotoxicidadeno
usodo
AZT56
e neurotoxicidade e pancreatiteno
usodo
DDI57. Esta terapêutica esta sendo conduzidacom
cuidado, eem
algunscasos indica-se o uso de drogas associadas
como
os inibidores da protease,os quais
não foram
objeto de nossa pesquisa por terem seu uso iniciado após o início de nosso levantamento.As
demais
drogasforam
utilizadasem
menor
escala, constituindouma
opção no
caso de resistênciaou
intolerância aoesquema
anterior.A
AIDS vem
sendo de profunda relevância epidemiológicadado
ascaracterísticas
do
agente transmissor, osmeios
de transmissão e agravidade
da
doença, aindasem
tratamento efetivamente definitivo”.A
transmissão
do
HIV
está ampliando-se sobre a população, a nível mundial, observando-seque
espalha-se deforma
silenciosa sobre a população sexualmente ativa36, usuários de drogas injetáveiss, receptores de sanguezs ecrianças nascidas de
mães
infectadas pelo HIV26. Suas consequências sãode reduzir os seus danos orgânicos e sociais. Reflexo
do
“desastre” socialda
AIDS
é traduzidona
condição familiar destas crianças,algumas
órfãs,institucionalizadas, e
aproximadamente
ametade
delas (49,l%),com
pai6,CoNcLUsAo
A
maioria das criançaseram
filhos demães
soropositivas para oHIV
(97,8%) eforam contaminados
deforma
vertical.A
maioria dasmães
referiacontaminação
por contato sexual,enquanto os pais,
em
42,9%,
acontaminação
estava relacionada ao uso de drogas injetáveis.v
A
maioria das criançaseram
provenientesda
Regional deSaúde
deF
lorianópolis (73,5%).A
maioria das crianças teve o iníciodo
acompanhamento
nos
dois primeiros anos de vida (62,4%).Das
crianças estudadas,24,1%
sororreverteram, e a idademédia
de sororreversão foi de 14,2 meses.Das
crianças estudadas,38,8%
estavam
assintomáticas, e61,2%
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Diego, pp. 337-347.Kline
MW,
et al.A
randomized
comparative trial of stavudine versuszidovudine in children with
immunodeficiency
Virus infection.Pediatrics 1998; 101 :214-220.
Montaner
JSG,
et al.DDI
compared
with continuedAZT
therapy forHIV
infected patients with200
to500
Cd4
cells/mm3.Annals
of
RESUMO
Título:
Estudo
de 170 crianças soropositivas para oHIV,
em
Seguimento
Clínicono
Hospital InfantilJoana
deGusmão.
Autor:
Mota,
Marcos
Alexandre
Orientadora: Professora Sônia
Maria
Faria'
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
A
elevada incidência deAIDS
pediátricano
estado de SantaCatarina, Brasil, reflete o
aumento
progressivo nas taxas de infecção peloHIV,
em
mulheresem
idade fértil.O
objetivo deste estudo, foi identificar características clínicas eepidemiológicas
da
população pediátricado
estado de Santa Catarina, exposta aoHIV.
A
amostra estudada constou de 17 O crianças soropositivas para oHIV,
atendidasno
ambulatório de infectologia e imunologia,no
período de agosto de1997
amarço
de 1998,no
Hospital Infantil deJoana
deGusmão,
Florianópolis, Santa Catarina.
Os
dados foram
obtidos através da revisãodos prontuarios
médicos
e analisados pelo sistemaEPI-INF
O.Das
170 crianças estudadas, 98,2%
foram
expostas aoHIV
por
viavertical, cujas
mães
nas sua maioria (61,5%)
foram
contaminadas por viasexual.
Dos
pais,em
42,9%
dos casos havia referência ao uso de drogasinjetáveis.A idade
média
das criançasno
iníciodo
seguimento clínico foi21,86 meses, sendo que 62,4
%
iniciaram antes dos24
meses, destas24,1%
~
sororreverteram, sendo encontrado
uma
idademédia
de sororreversao de 14,2 meses. Dentre as 170 crianças, 77%
continuam
em
acompanhamento
regular, 17,1
%
abondonaram,
5,9%
foram
a óbito.Quanto
àsmanifestações clínicas
61,2%
apresentaram sintomas deAIDS
e estãoem
SUMMARY
The
high incidenceof
pediatricAIDS
in the stateof
Santa Catarina, Brazil, reflects the progressive increase in the rate ofHIV
in fertilewomen
there.
The
objective of this studywas
to identify the clinicaland
epidemiological characteristics of the Santa Catarina pediatric population
who
areexposed
toHIV.
Data
were
obtainedby
review of medical recordsfrom
170HIV-
seropositve childrenwho
were
attended in the Infectolgyand
Immunology
outpatient department of Joana de
Gusmão
Chi1dren°s Hospital,Florianópolis , Santa Catarina, during a period
between August
1997and
March
1998.The
datawere
usingEPI-INFO'
software.Of
the 170 children studied,98,2%
were exposed
toHIV
via verticaltransmission
and
most
of theirmother (61,5%) were
infectethough
sexualcontact.
Among
the fathers,42,9%
ofcases therewas
reference to the use of injectable drugs.The
average agewhen
the children started their clinicalfllow-up
was
21,86
months
with62,4%
ofthem
stating before24
months.Among
the children follow-up in the fisttwo
years of life- ,24,1% became HIV-
seronegative with the avrage age of seroreversion being 14,2 mouths. Also, of the 170 children,
77%
continued their follow-up, 17,1 1% left it and5.9%
died.
Of
those in follow-up61,2%
have
symptoms
of
AIDS
and
useAPÊNDICE
IClassificação da infecção pelo
HIV
em
pacientes pediátricos (CDC/19942'imunológicas sintomas sintomas moderados sintomas
Cat orias clínicas
l
Categorias N: sem sinais/ A: sinais e B: sinais/ sintomas
C C: sinaise leves graves 1 sem evidência de p imunossupressão Nl Al Bl Cl 2 evidência de moderada imunossupressão N2 A2 B2 C2 3 severa ¿ ` imunossupressão N3 A3 B3 C3
1
FONTE- FONTE- CDC, 1994. p.2* Estado de infecção pelo HIV não confirmado:
classificadas com a letra