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Carta de Risco de Incêndio do C.U.A. de Viseu através do Modelo CHICHORRO

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(1)

M

2020

CARTA DE RISCO DE INCÊNDIO

DO C.U.A. DE VISEU ATRAVÉS

DO MODELO CHICHO

R

RO

ANDRÉ ALEXANDRE DE NÓBREGA TEIXEIRA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA

À FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO EM ENGENHARIA CIVIL – ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES

(2)
(3)

C

ARTA DE

R

ISCO DE

I

NCÊNDIO DO

C.U.A.

DE

V

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M

ODELO

CHICHO

R

RO

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NDRÉ

A

LEXANDRE DE

N

ÓBREGA

T

EIXEIRA

Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL — ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES

________________________________________________________________

Professor Doutor Miguel Jorge Chichorro Rodrigues Gonçalves

(4)

M

ESTRADO

I

NTEGRADO EM

E

NGENHARIA

C

IVIL

2019/2020

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Tel.

+351-22-508 1901 Fax +351-22-508 1446

miec@fe.up.pt

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO Rua Dr. Roberto Frias

4200-465 PORTO Portugal Tel. +351-22-508 1400 Fax +351-22-508 1440 feup@fe.up.pt  http://www.fe.up.pt

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil -

2019/2020 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2020.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respetivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir.

(5)

Aos meus pais,

“Happiness is only real when shared”

(6)
(7)

AGRADECIMENTOS

Chegado o final de mais uma etapa do meu percurso académico importa agradecer a todos os que direta ou indiretamente contribuíram para que este dia chegasse. Da engenharia aos convívios, agradeço então a todos, mas de uma forma especial aos que partilharam comigo aqueles que eu considero os marcos mais importantes. Assim, deixo uma palavra de agradecimento a alguns, não esquecendo nunca os restantes.

Ao Professor Miguel Chichorro Gonçalves pela disponibilidade demonstrada desde o primeiro dia, pela ética irrepreensível, pela partilha de conhecimentos e o acompanhamento sempre interessado durante todo o período da dissertação, os meus mais sinceros agradecimentos.

À equipa da Viseu Novo SRU e aos Bombeiros Voluntários de Viseu, com especial enfoque para o Arquiteto Fernando Marques e para a Arquiteta Margarida Henriques, pela disponibilidade demonstrada em conhecer e cooperar com o tema da presente dissertação, bem como pela brevidade com que facultaram o material necessário para a sua realização.

Aos amigos Diana Veloso, Diana Morais, Mafalda, Maria, Paula, Gonçalo, Zé Diogo e Nuno pela amizade, pelas gargalhadas, pelas incontáveis histórias e inesquecíveis momentos vividos ao longos dos anos, um muito obrigado do Scout.

À Francisca, Cátia, Lígia, Miguel, Carlos, Giesta, Afonso, Mourão, Duarte, Pina, João, Francisco, Rafa e Joel Medeiros agradeço pela amizade e companheirismo, pela força, paciência e incentivo demonstrado nas inúmeras noites de estudo.

Ao meu irmão, à minha madrinha e ao meu padrinho, à Joana, Xoto, Locas, Manú, Joel Pinto, António, Cristina, Nuno e Diogo pela amizade, carinho e conselhos nos momentos mais difíceis.

Aos meus pais, António e Fátima, pela compreensão e paciência, pelas aprendizagens e valores transmitidos desde sempre, pelo amor incondicional que tornou tudo possível, mesmo nas alturas mais incertas, acreditando e depositando sempre confiança em mim e nas minhas capacidades. A vocês, meus pais, um muito obrigado do fundo do meu coração.

À minha namorada, Sofia, agradeço pelo companheirismo demonstrado ao longo de todos estes anos, por estar comigo nos bons e maus momentos, por ser boa ouvinte, paciente, compreensiva e amiga, pelos conselhos e força transmitida, acreditando sempre em mim e mostrando-me que nunca é tarde para conquistar o que mais desejamos.

(8)
(9)

RESUMO

A ocorrência sistemática de incêndios urbanos legitima a preocupação inerente a esta temática, assumindo os mesmos, com alguma regularidade, dimensão suficiente para que as suas consequências se traduzam em perdas de vidas humanas, prejuízos para o ambiente e destruição do património cultural e histórico. Com a certeza de que um incêndio urbano se poderá desenvolver em qualquer tipo de edifício, é nos aglomerados populacionais mais antigos e de maior dimensão que a sua ocorrência assume maior preocupação, fruto da morfologia do edificado aí existente, onde se verifica maior proximidade entre edifícios, piores condições de acesso aos meios de socorro e onde se inserem edifícios com menor segurança regulamentar contra incêndios.

A presente dissertação pretende proceder à avaliação do Risco de Incêndio de um conjunto de edifícios localizados na Área de Reabilitação Urbana de Viseu e que se enquadram, na sua totalidade, na zona de proteção à Sé de Viseu. É ainda objetivo desta dissertação o estudo do impacto que a implementação de medidas de intervenção no edificado em análise apresenta no cálculo do Risco de Incêndio.

Para o estudo da avaliação do Risco de Incêndio foi realizado um levantamento e diagnóstico das características do edificado, procedendo-se sempre que necessário à consulta de levantamentos realizados anteriormente e prontamente disponibilizados pela equipa da Viseu Novo - SRU.

O modelo de avaliação de Risco de Incêndio, CHICHORRO 2.0 (Cálculo Holístico do Risco de Incêndio da Construção e Habilitada Otimização da sua Redução com Obras), foi utilizado na sua versão simplificada para a análise do conjunto de edifícios selecionados, obtendo a respetiva Carta de Risco de Incêndio de acordo com a sua escala para várias classes de risco de incêndio.

Posteriormente são apresentados diferentes conjuntos de medidas de intervenção nos edifícios alvo de análise, no sentido de melhorar o seu estado de conservação e consequentemente reduzir os valores elevados de risco de incêndio para valores estabelecidos como aceitáveis.

A presente dissertação termina com a reflexão dos valores encontrados, bem como com a apresentação de propostas que o autor entende serem relevantes no âmbito da Segurança Contra Incêndio em Edifícios.

PALAVRAS-CHAVE: Incêndio Urbano, Risco de Incêndio, Área de Reabilitação Urbana, CHICHORRO 2.0, Medidas de Intervenção

(10)
(11)

ABSTRACT

The high frequency of urban fires legitimates concerns regarding this matter since these oftenly assume such a dimension resulting in the loss of human lives, significant damage to the environment, and the destruction of historical and cultural heritage. Even knowing that an urban fire can take place in any type of building it is in the bigger and older population clusters that they raise a bigger concern fruit of the morphology, proximity between buildings and worse accesses to means of emergency. It is also in these sites that usually the edifications offer less reglementary security against fires.

The following dissertation intends to evaluate the fire hazard in a group of buildings located in the Rehabilitation Urban Area of the city of Viseu, which are an integral part of the protected surrounding area of the Viseu Cathedral. This dissertation also aims to understand the impact of the implementation of interventive measures in the buildings in analysis and in which way these impact the fire hazard. To promote this study of Evaluation of fire hazard a collection of data on the buildings was gathered in loco and additional previously collected data was also made available by the Viseu Novo – SRU and also used as a resort.

The fire risk assessment model, CHICHORRO 2.0 (holistic calculation of construction fire risk and enabled optimization of its reduction with construction works) was used in its simplified version in the analysis of this set of selected buildings, obtaining the respective fire hazard letter according to the graphic graduation of risk present in the model.

A set of interventions will be presented to be applied in the buildings subject of study in order to improve their conditions and in consequence reduce the fire hazard to an acceptable value.

This dissertation ends with an analysis on the new data as well as with the presentation of proposals the author considers to be relevant to be implemented regarding the Safety Against Urban Fires.

KEYWORDS: Urban Fire, Fire Hazard, Urban Rehabilitation Area, CHICHORRO 2.0, Intervention

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(13)

ÍNDICE GERAL AGRADECIMENTOS... I RESUMO ... III ABSTRACT ...V

1 INTRODUÇÃO

... 1 1.1MOTIVAÇÃO ... 1 1.2OBJETIVOS ... 1 1.3ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ... 2

2 ESTADO DA ARTE

... 3 2.1INTRODUÇÃO ... 3

2.2HISTÓRICO DE INCÊNDIOS URBANOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS ... 3

INCÊNDIOS HISTÓRICOS EM PORTUGAL ... 3

INCÊNDIOS HISTÓRICOS NO CENTRO HISTÓRICO DE VISEU... 4

INCÊNDIOS DEFLAGRADOS EM PORTUGAL, NO DECURSO DA PRESENTE DISSERTAÇÃO... 4

2.3CONCEITO DE ANÁLISE DE RISCO ... 7

2.4MÉTODO DE ANÁLISE DE RISCO DE INCÊNDIO ... 8

INTRODUÇÃO ... 8 MÉTODO DE GRETENER ... 8 MÉTODO ARICA ...10 MÉTODO MARIEE&FEUP ...14 MÉTODO MARIEE ...15 2.5MODELO CHICHORRO ...17

FATORES GLOBAIS NO MODELO ...17

DEFINIÇÃO DE RISCO DE INCÊNDIO ...18

FATOR GLOBAL PROBABILIDADE DE OCORRÊNCIA DO INCÊNDIO (POI) ...19

2.5.3.1 Descrição Geral do Fator Global de Probabilidade de Ocorrência de Incêndio (POI) ...20

FATOR GLOBAL CONSEQUÊNCIAS TOTAIS DO INCÊNDIO (CTI) ...21

2.5.4.1 Fatores Parciais Associados ao Fator Global Consequências Totais do Incêndio (CTI) ...21

2.5.4.1.1 Consequências Parciais do Incêndio no Cenário de Incêndio (CPICI) ...21

(14)

2.5.4.1.3 Consequências Parciais do Incêndio na Via Horizontal de Evacuação (CPIVVE) ... 21

2.5.4.2 Descrição Geral do Fator Global Consequências Totais de Incêndio (CTI) ... 22

FATOR GLOBAL DESENVOLVIMENTO E PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO (DPI) ... 22

2.5.5.1 Fatores Parciais Associados ao Fator Global Desenvolvimento e Propagação do Incêndio (DPI) ... 22

2.5.5.2 Descrição Geral do Fator Global Desenvolvido e Propagação do Incêndio ... 23

FATOR GLOBAL EFICÁCIA DE SOCORRO E COMBATE AO INCÊNDIO (ESCI) ... 23

2.5.6.1 Descrição Geral do Fator Global Desenvolvido e Propagação do Incêndio ... 24

2.5.6.2 Descrição Geral do Fator Eficiência de Socorro e Combate ao Incêndio (ESCI)... 24

ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO DO RISCO DE INCÊNDIO DO MODELO CHICHORRO ... 25

2.6ENQUADRAMENTO LEGAL ... 25

INTRODUÇÃO... 25

DECRETO DE LEI Nº 224/2015,REGIME JURÍDICO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO,RJ-SCIE ... 26

DECRETO-LEI Nº 123/2019,REGIME JURÍDICO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS,RJ-SCIE ... 26

2.6.3.1 Utilizações-Tipo (UT) ... 27

2.6.3.2 Locais de Risco ... 27

2.6.3.3 Categorias de Risco (CR) ... 27

DECRETO DE LEI Nº 123/2019,REGIME JURÍDICO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO,RJ-SCIE ... 28

PORTARIA Nº 135/2020,RT-SCIE ... 28

2.6.5.1 Condições Exteriores ... 28

2.6.5.2 Comportamento ao Fogo, Isolamento e Proteção ... 29

2.6.5.3 Condições de Evacuação ... 29

2.6.5.4 Instalações Técnicas ... 29

2.6.5.5 Equipamentos e sistemas de segurança... 29

2.6.5.6 Equipamentos e sistemas de segurança... 30

3 ÁREA DE ANÁLISE – APRESENTAÇÃO,

ENQUADRAMENTO SOCIOECONÓMICO E DIAGNÓSTICO

.... ... 31

3.1INTRODUÇÃO ... 31

3.2ESTRATÉGIAS DE REABILITAÇÃO URBANA EM VISEU ... 31

PLANO ESTRATÉGICO DE DESENVOLVIMENTO URBANO (PEDU) DE VISEU ... 31

ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA (ARU) DE VISEU ... 32

(15)

INTRODUÇÃO ...33

TIPO DE ESTRUTURA DO EDIFICADO E ESTADO DE CONSERVAÇÃO DO EDIFICADO NA ARU ...33

VOLUMETRIA DO EDIFICADO NA ARU ...36

TIPOS DE USOS E OCUPAÇÃO NA ARU ...37

3.4CARACTERIZAÇÃO URBANA E SOCIOECONÓMICA ...38

CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA ...38

HABILITAÇÕES ACADÉMICAS NA ARU DE VISEU ...38

EMPREGABILIDADE NA ARU DE VISEU ...39

4 APLICAÇÃO DO MODELO CHICHORRO 2.0 NA ANÁLISE

DO RISCO DE INCÊNDIO DA ZONA DE ESTUDO

...41

4.1INTRODUÇÃO ...41

4.2ESTRUTURA E APRESENTAÇÃO DO SOFTWARE CHICHORRO2.0 ...42

4.3CARACTERIZAÇÃO DOS PARÂMETROS INICIAIS A UTILIZAR NO MODELO CHICHORRO2.0 ..44

IDADE DO EDIFÍCIO E RISCO DE INCÊNDIO ADMISSÍVEL ...44

UTILIZAÇÃO TIPO ...45

ALTURA DO EDIFÍCIO,ÁREA DO CENÁRIO DE INCÊNDIO ...46

ESTADO DE CONSERVAÇÃO ...47

EFETIVO DO CENÁRIO DE INCÊNDIO ...47

DISTÂNCIA DO HIDRANTE AO EDIFÍCIO ...47

ACESSIBILIDADE DE VEÍCULOS DE COMBATE A INCÊNDIO...48

SINALIZAÇÃO,ILUMINAÇÃO,DETEÇÃO E EXTINÇÃO ...49

4.4APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA CARTA DE RISCO DE INCÊNDIO ...50

INTRODUÇÃO ...50

ORGANIZAÇÃO E PROCESSAMENTO DE DADOS ...50

CARTA DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DOS EDIFÍCIOS E COMPARAÇÃO COM CARTA DE RISCO DE INCÊNDIO ...52

CARTA DA CATEGORIA DE RISCO DOS EDIFÍCIOS E COMPARAÇÃO COM CARTA DE RISCO DE INCÊNDIO 54 CARTA DAS UTILIZAÇÕES TIPO AO NÍVEL DO R/C E DAS UTILIZAÇÕES-TIPO CONDICIONANTES ...55

CARTA DE RISCO DE INCÊNDIO ...57

ANÁLISE DA CARTA DE RISCO DE INCÊNDIO ...58

5 IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS ATIVAS E PASSIVAS DE

SCI NA ZONA DE ESTUDO

...61

(16)

5.1INTRODUÇÃO ... 61

5.2MEDIDAS DE INTERVENÇÃO E OBTENÇÃO DO RISCO DE INCÊNDIO INTERVENCIONADO ... 61

MEDIDAS DE INTERVENÇÃO ... 61

DEFINIÇÃO E APLICAÇÃO DE CONJUNTOS DE MEDIDAS DE INTERVENÇÃO... 62

APRESENTAÇÃO DA CARTA DE RISCO DE INCÊNDIO INTERVENCIONADA ... 64

ANÁLISE DO RISCO DE INCÊNDIO ANTES E DEPOIS DA APLICAÇÃO DE MEDIDAS DE INTERVENÇÃO ... 66

ANÁLISE DOS CONJUNTOS DE MEDIDAS DE INTERVENÇÃO APLICADOS NO CASO DE ESTUDO ... 67

CUSTOS ASSOCIADOS À IMPLEMENTAÇÃO DE MEDIDAS DE INTERVENÇÃO NOS EDIFÍCIO ... 68

6 CONCLUSÕES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

... 69

6.1CONCLUSÕES ... 69

6.2DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ... 70

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 71

ANEXO A -

RESULTADOS DO CÁLCULO DO RISCO DE

INCÊNDIO (RI) DO CENTRO URBANO ANTIGO DE VISEU

COM RECURSO AO SOFTWARE CHICHORRO 2.0

(MODELO CHICHORRO)

... 75

(17)

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1 – Representação gráfica do conceito de Risco de Incêndio... 7

Figura 2.2 – Escala de classificação de Risco de Incêndio do Modelo CHICHORRO, [43] ...25

Figura 3.1 – Delimitação da ARU de Viseu e da Zona de proteção à Sé de Viseu [52]...32

Figura 3.2 – Número de Edifícios por Ano de Construção na ARU de Viseu ...33

Figura 3.3 – Número de Edifícios por Tipo de Estrutura na ARU de Viseu ...34

Figura 3.4 –Estado de Conservação do Edificado da ARU de Viseu [52] ...35

Figura 3.5 – Distribuição percentual do Estado de Conservação do edificado da ARU de Viseu ...35

Figura 3.6 – Distribuição dos edifícios da ARU de Viseu segundo a sua Volumetria [52]...36

Figura 3.7 – Distribuição percentual do Número de Pisos da ARU de Viseu ...36

Figura 3.8 – Usos ao nível dos Pisos Térreos (esquerda) e dos Pisos Superiores (direita) na ARU de Viseu [52] ...37

Figura 3.9 – Distribuição percentual dos Usos ao nível dos Pisos Térreos e Superiores na ARU de Viseu ...37

Figura 3.10 – População Residente por Faixa Etária e Género na ARU de Viseu ...38

Figura 3.11 – Distribuição Percentual do Número de Residentes da ARU de Viseu por Nível de Ensino ...39

Figura 4.1 – Delimitação da Área de Estudo Objeto de Análise de Viseu ...41

Figura 4.2 – Conjunto de painéis presentes no Software CHICHORRO 2.0 ...42

Figura 4.3 – Fluxograma representativo do funcionamento do Software CHICHORRO 2.0 ...43

Figura 4.4 – Intervalos de Idade pré-estabelecidos a utilizar no Modelo CHICHORRO 2.0 ...44

Figura 4.5 – Quadro de avaliação de categorias de risco das utilizações-tipo ´Habitacionais´ ...46

Figura 4.6 – Ilustração do Edifício na Rua das Ameias nº 35, Viseu (Desenhado em SKETCHUP PRO 2020) ...46

Figura 4.7 – Distribuição de Bocas de Incêndio e de Marcos de Incêndio na zona de estudo...48

Figura 4.8 – Mapa de Acessibilidade de Veículos de Combate a Incêndio ...49

Figura 4.9 – Carta do estado de conservação dos edifícios ...53

Figura 4.10 – Distribuição percentual do Estado de Conservação dos edifícios ...53

Figura 4.11 – Carta das Categorias de Risco do edificado ...54

Figura 4.12 – Distribuição percentual da categoria de risco dos edifícios ...55

Figura 4.13 – Carta das Utilizações-tipo ao nível do R/C ...56

Figura 4.14 – Distribuição percentual das Utilizações-Tipo ao nível do R/C ...56

Figura 4.15 – Carta das Utilizações-Tipo Condicionantes ...57

(18)

Figura 4.17 – Carta de Risco de Incêndio... 58

Figura 4.18 – Painel 3 do Software com apresentação dos valores dos fatores parciais ... 59

Figura 4.19 – Distribuição percentual da Classificação do Risco de Incêndio dos Edifícios ... 60

Figura 5.1 – Painel 4 do modelo CHICHORRO destinado à seleção das medidas de intervenção ... 62

Figura 5.2 – Medidas de Intervenção (ativas e passivas) associadas aos conjuntos de Intervenção para habitação ... 63

Figura 5.3 – Carta de Risco de Incêndio Com e Sem aplicação de Medidas de Intervenção ... 65

Figura 5.4 – Distribuição percentual da Classificação do Risco de Incêndio antes e depois da Intervenção ... 66

Figura 5.5 – Número de edifícios por classificação de risco de incêndio antes e depois da Intervenção ... 66

Figura 5.6 – Número de edifícios por classificação de risco de incêndio antes e depois da Intervenção ... 67

(19)

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 4.1 – Relação entre Ano de Construção, Risco de Incêndio Aceitável e Escala Modelo CHICHORRO ...45 Quadro 4.2 – Análise do edificado e respetivo risco de incêndio ...51 Quadro 4.3 – Características do edifício n.º36 e respetivo risco de incêndio ...59

(20)
(21)

SÍMBOLOS,ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS ARU– Área de Reabilitação Urbana

𝐴CI − Área do cenário de incêndio (m2 )

ANEPC – Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil AP – Acesso Possível

AVLCI – Acesso a Veículos Ligeiros de Combate a Incêndio CI – Cenário de Incêndio

CHICHORRO – Cálculo Holístico do Risco de Incêndio da Construção e Habilitada Otimização da sua Redução com Obras

CPB – Corpo Privado de Bombeiros CPI – Consequências Parciais de Incêndio

CPICI – Consequências Parciais de Incêndio associadas ao Cenário de Incêndio

CPICIF – Consequências Parciais de Incêndio associadas ao fumo produzido no Cenário de Incêndio CPICIMR – Consequências Parciais de Incêndio associadas à reação ao fogo dos Materiais de Revestimento no Cenário de Incêndio

CPICIP – Consequências Parciais de Incêndio associadas à Potência libertada no Cenário de Incêndio CPIVHE – Consequências Parciais de Incêndio associadas às Vias Horizontais de Evacuação

CPIVHEMR – Consequências Parciais de Incêndio associadas à reação ao fogo dos Materiais de Revestimento nas Vias Horizontais de Evacuação

CPIVVE – Consequências Parciais de Incêndio associadas às Vias Verticais de Evacuação

CPIVVEMR – Consequências Parciais de Incêndio associadas à reação ao fogo dos Materiais de Revestimento nas Vias Verticais de Evacuação

CR – Categorias de Risco

CTI – Consequências Totais do Incêndio CUA – Centro Urbano Antigo

DPI – Desenvolvimento e Propagação do Incêndio

DPIAV – Fator Parcial Afastamento entre Vãos exteriores da mesma prumada

DPIEI – Fator Parcial Estanquidade e Isolamento das paredes e portas do cenário de incêndio DPIOGS – Fator Parcial Organização e Gestão de Segurança

DPIPE – Fator Parcial proteção das Paredes Exteriores

DPIREIC – Fator Parcial Resistência, Estanquidade e Isolamento dos cenários de incêndio e das vias verticais de evacuação

ESCIAE – Fator Parcial associado às vias de Acesso ao Edifício ESCICPB – Fator Parcial associado ao Corpo Privado de Bombeiros ESCIEXT – Fator Parcial associado aos Extintores

(22)

ESCIGP – Fator Parcial associado ao Grau Prontidão dos bombeiros ESCIHE – Fator Parcial associados aos Hidrantes Exteriores

ESCIRIA – Fator Parcial associado às Redes de Incêndio Armadas DL – Decreto-Lei

E – Exposição ao perigo EI – Estanquidade e Isolamento

ESCI – Fator Global Eficácia de Socorro e Combate ao Incêndio FEUP – Faculdade de Engenharia Universidade do Porto

ID - Identificação

IEE – Instalações de Energia Elétrica INE – Instituto Nacional de Estatística LR – Legislação de Referência

MARIEE – Método de avaliação de Risco de Incêndio em edifícios existentes NUT – Nomenclatura para Unidades Territoriais

OGS – Organização e Gestão de Segurança P – Perigo potencial

PAICD – Plano de Ação Integrado para Comunidades Desfavorecidas PARU – Plano de Ação de Regeneração Urbana

PC – Potência Contratada PE – Planos de Emergência

PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano PI – Potência Instalada

PMUS – Plano de Mobilidade Urbana Sustentável POI – Probabilidade de Ocorrência do Incêndio POIATIV – Fator parcial Atividade

POICC – Fator parcial Caracterização da Construção POIEA – Fator parcial Edifícios Adjacentes

POIEF – Fator parcial Edifícios Fronteiros

POIIA – Fator parcial Instalações de Aquecimento

POIICONFA – Fator parcial Instalações de Confeção de Alimentos POIICONSA – Fator parcial Instalações de Conservação de Alimentos POIIEE – Fator parcial Instalações de Energia Elétrica

(23)

POIIVCA – Fator parcial Instalações de Ventilação e Condicionamento de Ar POIPPP – Fator parcial Procedimentos ou Planos de Prevenção

PPP – Procedimentos ou planos de prevenção REI – Resistência, Estanquidade e Isolamento

RGEU – Regulamento Geral das Edificações Urbanas RI – Risco de Incêndio

RIA – Rede Incêndio Armada

RJ-SCIE – Regime Jurídico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios RT-SCIE – Regulamento Técnico de Segurança Contra Incêndio em Edifícios S – Sinalização de emergência

SA – Sem Acesso

SADI – Sistema Automático de Deteção de Incêndio SCIE – Segurança Contra Incêndio em Edifícios SEA – Sistema de Extinção Automática

SI – Sinalização e Iluminação de emergência

SIS – Sinalização de emergência, Iluminação de emergência e Simulacros SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana

SS – Sem Sinalização de emergência UT – Utilização Tipo

VHE – Via Horizontal de Evacuação VVE – Via Vertical de Evacuação

(24)
(25)

1

INTRODUÇÃO

1.1 MOTIVAÇÃO

Os Centros Históricos das cidades em Portugal foram perdendo, ao longo dos anos, o seu estatuto de referência no contexto social e económico. A explicação reside na deslocação de uma importante fatia dos setores produtivos, administrativos e residenciais para as periferias das cidades, dando lugar à desertificação dos seus centros históricos, ao envelhecimento da população residente, à pobreza, à degradação económica e ao abandono do património edificado. Assim, e no sentido de inverter as consequências do “efeito donut” (metáfora utilizada para caracterizar a migração da população para as áreas envolventes ao Centro Histórico) , verificado durante vários anos, procedeu-se à criação de sociedades de reabilitação, bem como de políticas de incentivo ao investimento nos centros históricos, antecipadas e amplificadas pelo rápido crescimento do setor do turismo.

Fruto da antiguidade do edificado presente nestes locais, a constituição, acessibilidade e o seu estado de conservação, tornam estes centros urbanos bastante vulneráveis à ocorrência de incêndios, bem como à sua propagação aos edifícios contíguos, tornando também mais difícil a rápida intervenção e extinção por parte das equipas de socorro.

Neste contexto, e com a ocorrência de inúmeros incêndios em centros urbanos antigos, aumentou o interesse pela temática da Segurança Contra Incêndios em Edifícios, com principal incidência em zonas de grande valor patrimonial, como é o caso do CUA (Centro Urbano Antigo) de Viseu. Desta preocupação surge o Modelo CHICHORRO 2.0, com o objetivo de contribuir para a preservação do património edificado dos centros históricos, bem como da salvaguarda da vida humana da população residente.

Assim, pretende-se com esta dissertação contribuir com a avaliação do Risco de Incêndio de um conjunto de edifícios existentes, de forma a identificar as suas vulnerabilidades em relação à ocorrência de incêndios, identificando quais os edifícios ou zonas de maior risco e apontando medidas mitigadoras que possam ser implementadas nos edifícios a reabilitar, de forma a dotar os edifícios de um nível de Risco de Incêndio Aceitável.

1.2 OBJETIVOS

A presente dissertação tem como principal objetivo proceder à avaliação do Risco de Incêndio de um conjunto de 149 edifícios localizados no CUA (Centro Urbano Antigo de Viseu), utilizando para o efeito o Software CHICHORRO 2.0 na sua versão simplificada e procurando entender quais as principais características do modelo.

(26)

Do processamento dos dados inseridos no Software e consequentes resultados, pretende-se também entender se existem, e qual a localização dos edifícios que requerem maior atenção a nível do seu Risco de Incêndio. Interessa ainda entender quais as características do edificado ou da sua envolvente que mais contribuem para os resultados obtidos.

Na presente dissertação pretende-se também entender o impacto que a realização de obras em edifícios, através da implementação de medidas de intervenção, pode assumir na diminuição do valor de Risco de Incêndio, sendo também realizada uma estimativa do custo da intervenção por metro quadrado.

Não obstante dos objetivos anteriormente mencionados, entende-se ainda como objetivo a análise e o enquadramento socioeconómico e demográfico da área em estudo.

1.3 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO

A presente dissertação encontra-se organizada em 6 capítulos.

No capítulo 1, Introdução, é feito o enquadramento do tema, bem como dos objetivos inerentes à realização do mesmo, procedendo-se também à apresentação da estrutura da dissertação.

No capítulo 2, Estado de Arte, são descritos de forma breve alguns dos mais importantes incêndios em Portugal, bem como dos incêndios urbanos ocorridos durante a presente dissertação. É ainda efetuada uma introdução ao conceito de risco de incêndio, sendo posteriormente apresentados os diferentes métodos que permitem a avaliação do risco de incêndio, nomeadamente do modelo CHICHORRO 2.0, utilizado no âmbito da presente dissertação.

No capítulo 3, Área de Análise – Apresentação, Enquadramento Socioeconómico e Diagnóstico, é feito o enquadramento das políticas adotadas pela Câmara Municipal de Viseu e pela Viseu Novo SRU no âmbito da reabilitação do seu edificado. É ainda realizada uma análise às características dos edifícios localizados no Centro Histórico, bem como das suas características demográficas e socioeconómicas. No capítulo 4, Aplicação do Modelo CHICHORRO 2.0 na Análise do Risco de Incêndio da Zona de

Estudo, são primeiramente apresentados os parâmetros de entrada utilizados no Software CHICHORRO

2.0, na sua versão simplificada, procedendo-se posteriormente à explicação da forma como é obtida a informação necessária ao armazenamento e processamento dos dados. Assim, é também apresentada a distribuição espacial das bocas e marcos de incêndio presentes quer na zona de estudo, quer na sua envolvente.

É ainda apresentada a Carta das Utilizações Tipo ao nível do piso térreo e dos pisos superiores, bem como a Carta de Risco de Incêndio dos 149 edifícios em análise, procedendo-se à comparação da mesma com a Carta do Estado de Conservação e com a Carta da Categoria de Risco dos edifícios.

No capítulo 5, Implementação de Medidas Ativas e Passivas de SCI na Zona de Estudo, são descritas as medidas de intervenção observadas no Software e os custos inerentes à implementação das mesmas. É ainda apresentada a Carta de Risco de Incêndio dos edifícios intervencionados através da implementação dos diferentes conjuntos de intervenções presentes no modelo CHICHORRO 2.0, com o intuito de diminuir o valor do Risco de Incêndio para valores considerados aceitáveis.

No capítulo 6, Conclusões e Desenvolvimentos Futuros, são apresentadas as conclusões referentes ao trabalho realizado, deixando em aberto algumas propostas para o desenvolvimento futuro da temática em análise.

(27)

2

ESTADO DA ARTE

2.1 INTRODUÇÃO

Os incêndios urbanos apresentam-se como fenómenos sérios, com uma importância que jamais poderá ser menosprezada, em especial no que diz respeito aos Centros Históricos. Quando ocorrem, os seus efeitos podem ser nefastos, tendo consequências ao nível da preservação da vida humana, do património material, do ambiente e da economia.

O presente capítulo visa aproximar o leitor do conceito de risco de incêndio, abordando ainda os diferentes métodos de avaliação utilizados para a determinação do mesmo, nomeadamente na caracterização dos fatores a estes associados. Será dada especial atenção ao modelo CHICHORRO, por se tratar do método de avaliação do risco de incêndio utilizado na presente dissertação.

Pelos danos provocados pela ocorrência de incêndios e pela sua repetição no tempo, o autor opta ainda por apresentar o histórico de alguns dos incêndios mais relevantes a nível nacional e internacional, bem como a ocorrência de incêndios em Portugal no período da presente dissertação.

Por fim, será realizada uma abordagem atenta à evolução do enquadramento legal da temática em estudo, concluída com uma descrição da legislação em vigor, no que diz respeito à SCIE (Segurança Contra Incêndio em Edifícios), a nível nacional.

2.2 HISTÓRICO DE INCÊNDIOS URBANOS E SUAS CONSEQUÊNCIAS

A análise do histórico de incêndios urbanos ocorridos a nível nacional e internacional é importante, no que diz respeito à compreensão das suas causas, de forma a poder preconizar novas medidas de prevenção e de proteção, sempre com o intuito de minimizar a probabilidade e gravidade da ocorrência de incêndios.

INCÊNDIOS HISTÓRICOS EM PORTUGAL

• 20 de Março de 1888 – Incêndio no Teatro Baquet, Porto [1]: Durante o espetáculo cómico “Os Dragões de Villars”, cuja lotação de 600 pessoas esgotava a sala, deflagrou o incêndio nos bastidores do velho teatro. Do incêndio resultaram 120 vítimas mortais;

• 2 de Dezembro de 1964 – Incêndio no Teatro Nacional D. Maria II, Lisboa [2]: O teatro nacional foi alvo de um incêndio de grandes dimensões e com elevados prejuízos patrimoniais.

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• 25 de Agosto de 1988 – Incêndio no Chiado, Lisboa [3]: O incêndio ocorreu numa das zonas nobres do centro histórico de Lisboa. A dificuldade de acessos dos bombeiros ao local provocou o alastramento aos edifícios contíguos. No total contabilizaram-se 18 edifícios destruídos, duas vítimas mortais e 73 feridos, dos quais 60 eram bombeiros;

• 28 de Setembro de 1996 – Incêndio no coliseu do Porto [4]: O incêndio cujas causas não são conhecidas teve origem nos bastidores e traduziu-se em avultados prejuízos, especialmente na zona do palco e bastidores.

• 9 de Janeiro de 2009 – Rua dos Clérigos, Porto [5]: O incêndio teve início durante a noite, devido a uma sobrecarga no circuito elétrico do edifício. Do incêndio resultaram 4 vítimas mortais.

INCÊNDIOS HISTÓRICOS NO CENTRO HISTÓRICO DE VISEU

• 1796 – Incêndio no edifício de Paços do Concelho de Viseu [6]: O violento incêndio destruiu o edifício de Paços do Concelho, na sua sequência verificou-se a perda de documentação importante sobre a região;

• 5 de Agosto de 1922- Incêndio em edifício habitacional [6]: Apelidado de “fogo do vinte e dois”, foi possivelmente o maior incêndio urbano ocorrido na cidade de Viseu. Chegaram a ser acionados meios de emergência da cidade do Porto para ajuda no combate às chamas;

• 1972 – Incêndio na antiga casa de saúde de Viseu [6]: A ignição do incêndio deu-se no rés-do-chão do edifício alastrando aos restantes andares que, repletos de tintas e outros materiais inflamáveis, exponenciaram a dimensão do mesmo, aumentando a gravidade do mesmo.

INCÊNDIOS DEFLAGRADOS EM PORTUGAL, NO DECURSO DA PRESENTE DISSERTAÇÃO

Na impossibilidade de apresentar a totalidade dos incêndios urbanos ocorridos em Portugal durante o período da presente dissertação, destacam-se os mais relevantes no que diz respeito à dimensão e consequências:

• 8 de Fevereiro de 2020 – Incêndio no centro histórico de Viseu [7]: Um edifício devoluto pertencente à zona em estudo foi alvo de um incêndio no centro histórico de Viseu. Do incêndio, combatido por várias corporações de Bombeiros, não resultou qualquer vítima;

• 13 de Fevereiro de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Porto [8]: O incêndio teve origem no quarto do primeiro andar, resultando na morte da proprietária, uma idosa com pouca mobilidade que não conseguiu abandonar o cenário de incêndio;

• 19 de Fevereiro de 2020 – Incêndio em moradia, Ílhavo [9]: Uma casa ficou destruída em Ílhavo após ser consumida pelas chamas, tendo sido associado a origem do incêndio à cozinha da habitação. Foram destacados para o local cerca de 21 operacionais e três viaturas de combate a incêndio dos Bombeiros Voluntários de Aveiro;

• 16 de Março de 2020 - Incêndio em moradia, Vila do Conde [10]: Uma explosão de gás com origem na marquise, deu lugar a um incêndio que destruiu por completo a habitação. Do incêndio resultaram dois feridos ligeiros, sendo destacados para o local 7 bombeiros apoiados por 2 viaturas;

• 26 de Fevereiro de 2020 – Incêndio em fábrica de painéis solares, Póvoa de Varzim [11]: A ignição do incêndio ocorreu ao nível do rés-de-chão da fábrica. Apesar de o incidente não ter provocado qualquer vítima, teve como resultado avultados danos materiais;

• 17 de Março de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Vila do Conde [12]: Uma explosão de gás, seguida de incêndio, destruiu uma habitação, sem que daí resultasse qualquer vítima. A explosão teve origem na marquise da habitação, tendo o fogo, posteriormente, alastrado aos restantes compartimentos;

(29)

• 20 de Março de 2020 – Incêndio em moraria, Guarda [13]: O incêndio de origem desconhecida teve início num dos quartos da habitação, provocando elevados danos que deixaram a casa inabitável. Do incêndio, para o qual foram destacados 25 homens e 10 viaturas do corpo de bombeiros voluntário da Guarda, resultou um ferido grave e um ferido ligeiro; • 23 de Março de 2020 – Incêndio em moradia, Beja [14]: O incêndio provocou a morte a uma

idosa. O estado degradado do edifício, as fracas condições de acessibilidade e a falta de limpeza da habitação são apontados como os principais fatores para o início do incêndio;

• 24 de Março de 2020- Incêndio em edifício devoluto, Porto [15]: Durante a noite, e sem nada fazer prever, um incêndio de grandes dimensões consumiu por completo um edifício devoluto no centro histórico do Porto. Da ocorrência não existe qualquer registo de vítimas;

• 25 de Março – Incêndio no Hospital de Braga [16]: Um paciente da ala psiquiátrica do hospital de Braga tentou imolar-se pelo fogo, provocando um incêndio. O paciente, responsável pelo incidente, foi a única vítima do acidente;

• 25 de Março de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Cascais [17]: Aparentemente devido a causas acidentais, o fogo deflagrou no sexto e último piso do edifício. A proprietária da habitação, uma mulher de 70 anos, ficou ferida com gravidade;

• 31 de Março de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Lisboa [18]: O foco do incêndio foi o lixo acumulado no interior de uma habitação no centro histórico de Lisboa. A proprietária, com problemas psicológicos, conseguiu sair da habitação sem qualquer ferimento; • 31 de Março de 2020 – Incêndio em edifício devoluto, Porto [19]: Um incêndio deflagrou num prédio devoluto no centro histórico do Porto. Da ocorrência não se registaram vítimas, estando as autoridades a investigar possível origem dolosa, pelo facto de se encontrar em tribunal uma ação de despejo dos atuais ocupantes do edifício;

• 10 de Abril de 2020 – Incêndio em edifício da polícia municipal, Braga [20]: O incêndio que deflagrou no edifício da polícia municipal de Braga teve origem num curto circuito do secador de mãos, localizado numa das casas de banho. Do incêndio, para o qual foram destacados 6 operacionais em 2 viaturas, não resultou qualquer ferido;

• 27 de Abril de 2020 - Incêndio em edifício de habitação coletiva, Mirandela [21]: O incêndio deflagrou no primeiro andar de um edifício de habitação coletiva localizado no centro histórico de Mirandela. Do incêndio resultou a morte de uma idosa de 80 anos, que depois de sair do apartamento em chamas ficou retida no interior do edifício pelo facto da porta para o exterior se encontrar fechada à chave;

• 3 de Maio de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Braga [22]: O incêndio no segundo andar de um edifício de habitação coletiva teve ignição na cozinha. Do incêndio resultaram três feridos, um dos quais polícia, que acorreu ao local para prestar auxílio.

• 4 de Maio de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Póvoa de Varzim [23]: O incêndio deflagrou na cozinha do 3º andar de um edifício de habitação coletiva localizado na Póvoa de Varzim. Como resultado da acumulação de fumo no apartamento, 4 pessoas necessitaram de receber assistência hospitalar. Para o combate ao incêndio foram destacados 24 operacionais apoiados por 9 viaturas dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Varzim e de Vila do Conde;

• 5 de Maio de 2020 – Incêndio em restaurante, Lisboa [24]: O incêndio deflagrou numa conduta do restaurante. Para o local foram destacados 18 operacionais dos bombeiros, apoiados por 5 viaturas, não existindo registo de vítimas;

• 11 de Maio de 2020 – Incêndio edifício centro histórico de Leiria [25]: O incêndio que deflagrou no edifício teve origem no quarto onde residia um idoso, única vitima mortal do incêndio. Para o local foram destacados 4 veículos e 11 operacionais do corpo de Bombeiros de Leiria;

• 12 de Maio de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Santarém [26]: O incêndio teve início na caixa de escadas do edifício, não se alastrando para as habitações devido à presença de portas corta fogo. Do incêndio, para o qual foram destacados 23 operacionais apoiados por 8 veículos, resultaram 2 feridos, 1 ligeiro e 1 em estado considerado grave;

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• 12 de Maio de 2020 – Incêndio em fábrica de malas, Gaia [27]: O incêndio teve origem numa máquina de produção e alastrou à restante fábrica, provocando a destruição parcial da mesma. Para o local foram destacados 4 veículos e 12 operacionais dos bombeiros. Do incidente não há registo de qualquer vítima;

• 17 de Maio de 2020 – Incêndio num hotel, Lisboa [28]: As causas do incêndio na cave de um hotel no centro de Lisboa não são conhecidas, porém, o edifício encontrava-se em reabilitação, existindo bastante material inflamável. Pelo facto de se estarem a realizar obras, o edifício encontrava-se vazio no momento do incidente;

• 18 de Maio de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Aveiro [29]: O incêndio teve origem na cozinha de um apartamento localizado no 2º piso. Apesar do fogo não se ter alastrado ao restante edifício, houve necessidade de prestar assistência médica a 12 pessoas, por inalação de fumo;

• 23 de Maio de 2020 – Incêndio em moradia, Celorico de Basto [30]: Um idoso morreu na sequência de um incêndio na sua habitação. Apesar da rápida intervenção dos bombeiros, o idoso não conseguiu sair do quarto onde se encontrava, sendo o mesmo totalmente consumido pelas chamas;

• 23 de Maio de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Abrantes [31]: O incêndio que destrui por completo o sexto e último edifício de um apartamento de um bairro de habitação social teve como ignição uma explosão do sistema de ar condicionado. Na altura do incêndio encontravam-se na habitação 8 pessoas, não existindo registo de qualquer vítima. Para o combate ao fogo foram destacados 30 bombeiros apoiados por 12 viaturas;

• 26 de Maio de 2020 – Incêndio em edifício de habitação coletiva, Odivelas [32]: O incêndio com origem na cozinha de um dos apartamentos deixou extensos danos num prédio de 2 andares localizado num conjunto de edifícios destinados a habitação social em Odivelas. Na consequência dos danos provocados pelo incêndio houve necessidade de proceder ao realojamento de 9 pessoas. Para o local foram mobilizados 20 operacionais apoiados por 9 viaturas de combate a incêndio dos Bombeiros Voluntário da Pontinha;

• 28 de Maio de 2020 – Incêndio num restaurante, Vila Nova de Gaia [33]: As causas do incêndio que destruiu o restaurante Neptuno em Gaia ainda se encontram por apurar, existindo suspeitas por parte dos meios de socorro de uma fuga de gás na zona de confeção de alimentos. Pelo facto de o espaço se encontrar encerrado, devido à pandemia, não existe registo de vítimas. • 2 de Junho de 2020 – Incêndio em edifício devoluto, Madeira [34]: O incêndio deflagrou num edifício devoluto localizado numa das principais artérias da cidade do Funchal. A ignição do incêndio, para o qual foram destacadas 12 operacionais apoiados por 4 viaturas, está associada a acumulação de lixo por parte de grupos que ocupam ilegalmente o espaço;

• 6 de Junho de 2020 – Incêndio em edifício de habitação, Porto [35]: O incêndio deflagrou nas águas furtadas de um prédio de três andares na Rua do Comércio, no Porto, consumindo na quase totalidade o piso mais elevado. Para o combate ao incêndio, do qual não há registo de feridos, foram destacados 18 operacionais, apoiados por 4 viaturas dos Bombeiros Sapadores do Porto;

• 11 de Junho de 2020 – Incêndio no Castelo Histórico de Vizela [36]: O edifício onde deflagrou o incêndio tem 115 anos foi construído para albergar os Paços do Concelho. Em estado devoluto há vários anos, tinha sido adquirido inicialmente pela Câmara Municipal com o intuito de ser transformado num Museu. Na altura da ocorrência encontrava-se à venda. Para o combate ao incêndio, com avultados danos patrimoniais, foram destacados 26 operacionais, apoiados por 6 viaturas.

(31)

2.3 CONCEITO DE ANÁLISE DE RISCO

Para uma melhor compreensão do conceito de risco de incêndio é fundamental entender o conceito de risco por si só. O risco define-se como sendo a incerteza da perda em que , para se verificar, deverão estar reunidas três condições: magnitude de perda, possibilidade da perda e alteração da exposição à perda. Compreendendo estas três condições facilmente se entende a sua relação com os parâmetros definidores de risco de incêndio, sendo estes, respetivamente, a gravidade, a probabilidade e as medidas de proteção e prevenção, verificando-se uma relação de proporcionalidade inversa entre as duas primeiras, como demonstrado na seguinte equação (2.1).

Risco (R) = Probabilidade (P) × Gravidade (G) (2.1) A partir do conhecimento e quantificação dos fatores da probabilidade e gravidade é possível traçar numa curva de risco para um determinado caso, cuja ilustração se apresenta na Figura 2.1.

Figura 2.1 – Representação gráfica do conceito de Risco de Incêndio

Da análise da Figura 2.1 é possível verificar a forma como o fator de risco se comporta, nomeadamente no que diz respeito às suas duas variáveis, probabilidade e gravidade. Desta forma, entende-se que quanto maior a probabilidade de ocorrência de um determinado acontecimento, menor terá que ser a sua gravidade para se manter o nível de risco de incêndio. Não sendo plausível almejar um valor de risco igual a zero, a alternativa para obter um determinado nível de confiança e segurança passa pela criação de um conceito que permita compreender um equilíbrio entre as duas variáveis, definindo-se então o conceito de zona de risco aceitável. De notar que a definição do conceito de zona de risco aceitável é passível de sofrer variações ao longo do tempo, fruto de por exemplo, novas exigências regulamentares. Em geral, e dependente do método de avaliação, o risco aceitável compreende então todos os valores que, da relação entre a probabilidade e a gravidade, resultem iguais ou inferiores a 1,0. Em sentido contrário, para valores superiores a 1,0, o valor de risco encontra-se numa zona não desejável ao nível

(32)

da segurança. Assim, com o objetivo de diminuir o risco e consequentemente de garantir a segurança, sempre que os valores se encontrem fora da zona aceitável será necessário proceder à implementação de medidas, que poderão ser de prevenção e/ou de proteção. As medidas de prevenção são responsáveis por prevenir a ocorrência de incêndio, baixando o fator probabilidade. Por sua vez, as medidas de proteção têm como objetivo diminuir o fator gravidade, preservando a vida humana e o património material.

No caso de um cenário de incêndio é importante perceber que o mesmo se desenvolve em várias etapas, nomeadamente a ignição, progressão do incêndio, propagação do fumo, evacuação dos ocupantes e intervenção do corpo de bombeiros. A aplicação das medidas de prevenção e proteção assumem-se desde logo como formas de mitigação de cada uma das etapas.

2.4 MÉTODO DE ANÁLISE DE RISCO DE INCÊNDIO

INTRODUÇÃO

A avaliação do Risco de Incêndio dos edifícios nasce devido à ocorrência de grandes incêndios urbanos, como o caso do Grande Incêndio de Londres, no ano de 1666, no qual uma grande parte da cidade foi destruída. A ocorrência destes eventos despertou por parte das seguradoras a necessidade de ter em consideração a prevenção da ocorrência destes sinistros ou, não sendo possível, a minimização dos danos causados, de modo a proteger os seus clientes e salvaguardar o seu património financeiro [37].

Assim, a análise do Risco de Incêndio tornou-se numa ferramenta essencial para as seguradoras de forma a poderem avaliar corretamente os seguros de acordo com a probabilidade de ocorrência de incêndio, tendo em contra todas as características e informação dos locais relevantes para isso. A análise de risco tornou-se também numa ferramenta bastante útil na otimização da escolha das medidas preventivas e de proteção (ativas e passivas) a serem aplicadas nos edifícios.

O Risco de Incêndio é uma consequência indesejável da atividade humana uma vez que qualquer projeto de edifício terá sempre associado um certo Risco de Incêndio ao longo de toda a sua vida útil.

Segundo António Leça Coelho [38], o Risco de Incêndio envolve uma variedade de fatores extremamente diversos, dos quais se destacam:

• Probabilidade esperada de ocorrência de um determinado cenário de incêndio; • Grau esperado de exposição do cenário de incêndio;

• Capacidade potencial de afetação que o cenário pode apresentar;

Para que seja possível efetuar a análise do Risco de Incêndio torna-se indispensável proceder à sua identificação, determinar a sua probabilidade de ocorrência e avaliar as consequências.

Desta forma, a análise de Risco de Incêndio deve permitir a definição das decisões de forma a diminuí-lo para vadiminuí-lores aceitáveis e prever, também, o modo de atenuar as consequências do incêndio.

De seguida, é feita uma breve descrição dos métodos de avaliação do Risco de Incêndio com alguma relevância para a elaboração da presente dissertação: Método de Gretener, ARICA, Marie&Feup, MARIEE e CHICHORRO.

MÉTODO DE GRETENER

A segurança da vida e do património no que à ocorrência de incêndios diz respeito é usualmente analisada tendo em conta diferentes métodos de avaliação de risco de incêndio, nomeadamente na

(33)

componente da probabilidade de ocorrência de incêndio e da sua forma de propagação. Um dos métodos mais reconhecidos a nível mundial teve origem no trabalho desenvolvido na década de 60 pelo engenheiro suíço Max Gretener.

A ideia de criar um método de avaliação do risco de incêndio ganha força com a necessidade demonstrada pelas companhias de seguro de quantificar o risco de incêndio, mais precisamente o risco de incêndio associado à área da indústria. O motivo pelo qual o método se destacou como um dos mais difundidos e utilizados a nível mundial prende-se com a simplicidade matemática e a riqueza de informação das tabelas, desenvolvidas com recurso a dados estatísticos. Não obstante, o método sofreu uma desatualização gradual ao longo do tempo, fruto de novas exigências que não se encontravam contempladas, dando origem a diversas lacunas no modelo.

Na aplicação do método Gretener são considerados três diferentes tipos de edifícios, no que à propagação de incêndio diz respeito:

• Tipo Z - Construção em células: dificulta e limita a propagação horizontal e vertical do fogo (células até 200m2);

• Tipo G - Construção de grandes superfícies: permite e facilita a propagação horizontal do fogo, exceto a vertical (áreas superiores a 200 m2, num só piso);

• Tipo V – Construção de grande volume: favorece e acelera a propagação horizontal e vertical do fogo (vários pisos não compartimentados entre si).

O Risco de incêndio efetivo (R) é igual ao produto entre o fator de perigo de ativação (A) e o fator de exposição ao perigo (B), através da equação (2.2).

𝑅 = 𝐴 × 𝐵 (2.2) Em que:

• R – Risco de Incêndio efetivo; • A – Fator de perigo de ativação;

• B – Fator de exposição ao perigo de incêndio;

O perigo de ativação (A) quantifica a probabilidade de ocorrência de incêndio, dependendo de dois fatores, o tipo de exploração do edifício e os perigos criados pelos fatores humanos. Os valores associados ao perigo de ativação encontram-se tabelados para diferentes tipos de edifícios.

No que diz respeito ao fator de exposição ao perigo (B) é definido pelo quociente entre o produto de todos os fatores potenciais de perigo (P) e o produto de todos os fatores de proteção (M), equação (2.3).

𝐵 = 𝑃

𝑀 (2.3)

• B – Fator de exposição ao perigo de incêndio; • P – Produto de fatores de perigo de incêndio; • M – Medidas de proteção;

O fator de exposição ao perigo (B) tem em consideração quatro fatores: • P – Potenciais perigos;

(34)

• S – Medidas especiais de proteção; • F – Medidas estruturais ;

Os potenciais perigos (P) resultam do produto entre os perigos que advêm do recheio do edifício e dos perigos associados à composição do edifício. Os perigos associados ao recheio têm em consideração a carga de incêndio mobiliária, a combustibilidade, a produção de fumos, o perigo de corrosão e toxicidade, enquanto que os perigos associados à composição do edifício dependem da carga imobiliária, do nível do andar ou altura do local e da dimensão dos compartimentos de incêndio e a relação entre as suas dimensões.

Os valores referentes às medidas que dificultam o desenvolvimento do incêndio (N,S,F) encontram-se tabelados.

Com base nestes critérios, o risco de incêndio efetivo obtém-se a partir da equação (2.4).

𝑅 = 𝐵 × 𝐴 = 𝑃

𝑁 × 𝑆 × 𝐹× 𝐴

(2.4)

O cálculo do risco de incêndio é realizado tendo em consideração o compartimento de maior dimensão ou o mais perigoso. A verificação da segurança contra incêndio obtém-se através da comparação do risco de incêndio efetivo (R) com o risco de incêndio admissível (Ru), que por sua vez é variável conforme as atividades desenvolvidas no edifício.

Considera-se que o edifício ou compartimento em análise verifica a segurança contra incêndio quando o valor do risco de incêndio (R) for inferior ao valor do risco de incêndio admissível (Ru), equação (2.5).

𝑅𝑢 ≥ 𝑅 (2.5)

Nos casos em que a equação (2.5) não se verificar será necessário proceder à avaliação de eventuais medidas de intervenção que tenham como consequência uma redução do risco de incêndio efetivo.

MÉTODO ARICA

O método ARICA – Análise de Risco de Incêndio em Centros Urbanos Antigos é o método atualmente em uso em Portugal, foi desenvolvido no ano de 2006 por António Leça Coelho, investigador do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) [38], e Ana Margarida Sequeira Fernandes (aluna que apresentou o método no âmbito da sua dissertação de mestrado em Ciências da Construção pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) em 2006, destinado à aplicação e avaliação do risco de incêndio em edifícios já existentes e localizados em Centros Urbanos Antigos (CUA).

Pela importância que os edifícios localizados em centros urbanos antigos representam, nomeadamente ao nível do património arquitetónico, o método assenta no princípio de que estes edifícios não devem ter um grau de risco superior ao dos edifícios novos.

A metodologia do método ARICA assenta na definição de três fatores globais de risco e um fator global de eficiência:

(35)

• Fator Global de Risco associado ao início do incêndio (FGII);

• Fator Global de Risco associado ao desenvolvimento e propagação do incêndio no edifício (FGDPI);

• Fator Global de Risco associado à evacuação do edifício (FGEE); • Fator Global de Eficácia associado ao combate ao incêndio (FGCI);

Os fatores globais referidos anteriormente cobrem a generalidade dos aspetos relacionados com a segurança contra incêndios, desde a segurança dos ocupantes, dos seus bens materiais e do próprio edifício. Cada fator global é constituído por vários fatores parciais.

O fator global de risco associado ao início de incêndio (FGII) tem como base: • Estado de conservação da construção (FEC);

• Estado da conservação das instalações elétricas (FIEL); • Estado de conservação das instalações de gás (FIG); • Natureza das cargas de incêndio mobiliárias (FNCI); O fator FGII é calculado através da equação (2.6).

𝐹𝐺𝐼𝐼 =

𝐹𝑃𝐸𝐶+ 𝐹𝑃𝐼𝐸𝐿+ 𝐹𝑃𝐼𝐺+ 𝐹𝑃𝑁𝐶𝐼

4

(2.6)

O fator global de risco de desenvolvimento e propagação do incêndio (FGDPI) tem em consideração: • Carga de incêndio imobiliária do edifício (FCI);

• Compartimentação corta-fogo (FCCF);

• Sistemas de deteção, alerta e alarme de incêndio (FDI); • Equipas de segurança (FES);

• Afastamento entre vãos sobrepostos (FAV); O seu valor é calculado através da equação (2.7).

𝐹𝐺𝐷𝑃𝐼 =

𝐹𝑃𝐶𝐼+ 𝐹𝑃𝐶𝐶𝐹+ 𝐹𝑃𝐷𝐼+ 𝐹𝑃𝐸𝑆+ 𝐹𝑃𝐴𝑉

5

(2.7)

O fator global de risco associado à evacuação do edifício (FGEE) encontra-se dividido em dois fatores (FICE e FIE);

Fator associado aos caminhos de evacuação (FICE):

• Largura dos elementos dos caminhos de evacuação (FL); • Distância a percorrer na evacuação (FDVE);

• Número de saídas dos locais (FNSL);

• Inclinação das vias verticais de evacuação (FIVE); • Proteção das vias (FPV);

• Sistema de controlo de fumo das vias (FCF); • Sinalização e iluminação de emergência (FSI);

(36)

O seu valor é calculado através da equação (2.8).

𝐹𝐼𝐶𝐸=

𝐹𝑃𝐿+ 𝐹𝑃𝐷𝑉𝐸+ 𝐹𝑃𝑁𝑆𝐿+ 𝐹𝑃𝐼𝑉𝐸+ 𝐹𝑃𝑃𝑉+ 𝐹𝑃𝐶𝐹+ 𝐹𝑃𝑆𝐼

7 (2.8)

Fator associado ao edifício (FIE);

• Deteção, alerta e alarme de incêndio (FDI); • Equipas de segurança (FES);

• Realização de exercícios de evacuação (FEE);

O seu valor calcula-se através da equação (2.9).

𝐹𝐼𝐸=

𝐹𝐷𝐼+ 𝐹𝐸𝑆+ 𝐹𝐸𝐸

3

(2.9)

Assim, o fator global de risco associado à evacuação do edifício (FGEE) é obtido da seguinte forma: 1. Através da equação (2.10), quando são cumpridas as exigências regulamentares:

𝐹𝐺𝐸𝐸=

𝐹𝐼𝐶𝐸+ 𝐹𝐼𝐸

2

(2.10)

2. Através da equação (2.11). Quando não são cumpridas as exigências regulamentares:

𝐹𝐺𝐸𝐸= 𝐹𝐶 ×

𝐹𝐼𝐶𝐸+ 𝐹𝐼𝐸

2 (2.11)

Em que FC é igual a: • 1,1 se NP ≤ 3 pisos;

• 1,2 se 3 < NP < 7 pisos; (NP = número de pisos)

• 1,3 de NP > 7 pisos;

Por último, o fator global de eficácia do combate do incêndio (FGCI) é dividido em três fatores: Fator exterior de combate a incêndio (FECI)

• Acessibilidade ao edifício (FAE); • Hidrantes exteriores (FHE);

• Fiabilidade da rede de alimentação de água (FF); O seu valor é calculado através da equação (2.12).

𝐹𝐸𝐶𝐼=

𝐹𝐴𝐸+ 𝐹𝐻𝐸× 𝐹𝐹

2

(37)

Fator interior de combate do incêndio no edifício (FICI): • Extintores (FEXT);

• Redes de incêndio armadas (FRIA); • Colunas secas ou húmidas (FCS/H); • Sistemas automáticos de extinção (FSAE);

• Fiabilidade da rede de alimentação de água e das equipas de segurança (FF); O seu valor é calculado através da equação (2.13).

𝐹𝐸𝐶𝐼=

(𝐹𝐸𝑋𝑇+ 𝐹𝑅𝐼𝐴+ 𝐹𝐶𝑆/𝐻+ 𝐹𝑆𝐴𝐸) × 𝐹𝐹

4

(2.13)

Fator que considera as equipas de segurança (FES).

Assim, o fator global de eficácia do combate do incêndio (FGCI) é obtido através da equação (2.14).

𝐹𝐺𝐶𝐼=

𝐹𝐸𝐶𝐼+ 𝐹𝐼𝐶𝐼+ 𝐹𝐸𝑆

3

(2.14)

As condições reais em que os edifícios se encontrem têm influência nos valores dos fatores parciais, sendo estes obtidos através da consulta de tabelas ou por equações desenvolvidas para o efeito.

Tendo por base dos fatores globais determina-se o Fator Global de Risco (FGR), através da equação (2.15).

𝐹𝐺𝑅 =1.2 × 𝐹𝐺𝐼𝐼+ 1,1 × 𝐹𝐺𝐷𝑃𝐼 + 𝐹𝐺𝐸𝐸 + 𝐹𝐺𝐶𝐼 4

(2.15)

O Fator de Risco de Referência (FRR) é tabelado, tomando o valor de 1,3 para edifícios correntes e 1,95 para edifícios industriais, armazéns, bibliotecas e arquivos.

Assim, o valor do Risco de Incêndio (RI) obtém-se da comparação do Fator Global de Risco (FGR) com o Fator de Risco de Referência (FRR), através da equação (2.16)

𝑅𝐼 =𝐹𝐺𝑅 𝐹𝑅𝑅

(2.16)

A quantidade necessária de cálculos e o facto de ser um método pouco explicito, exigem maior tempo e cuidado, gerando consequentemente uma maior probabilidade de erro por parte do utilizador.

(38)

MÉTODO MARIEE&FEUP

O método MARIEE&FEUP, desenvolvido por Ana Costa [39] no âmbito da sua dissertação, é um método de avaliação do risco de incêndio que procura contemplar todos os aspetos subjacentes à definição de risco.

A metodologia apresentada tem por base a fixação de cinco fatores globais de risco de incêndio, encontrando-se os mesmos listados de seguida:

• FII – Fator início de incêndio;

• FP – Fator associado ao perigo no cenário de incêndio; • FDPI – Fator de desenvolvimento e propagação de incêndio;

• FEE – Fator associado à evacuação do edifício em caso de incêndio; • FCI – Fator associado ao combate ao incêndio;

Através da utilização e análise dos cinco fatores globais anteriormente descritos é possível abranger a maioria dos aspetos relacionados com a segurança ao incêndio e, consequentemente, o risco para os ocupantes e para os respetivos edifícios.

Os fatores globais subdividem-se em diversos fatores parciais que, por sua vez, são constituídos por vários descritores. A cada descritor é atribuído um valor, sendo que nas situações em que esse valor é igual à unidade, significa que estão a ser cumpridas as medidas prevista na legislação da Segurança Contra Incêndios em Edifícios (SCIE). No caso de os valores dos descritores assumirem um valor superior à unidade, significa que a contribuição para o risco de incêndio é maior do que a correspondente ao cumprimento legal. Valores inferiores indicam uma situação em que foram cumpridas e ultrapassadas as especificações exigidas legalmente, de ponto de vista da contribuição para o risco de incêndio. O conceito explicito de risco serve como base para a determinação da expressão analítica dos fatores globais, como se pode verificar na equação (2.17).

𝑅𝐼 = 𝑃 × 𝐺 (2.17) Em que:

• RI – Risco de Incêndio;

• P – Probabilidade de ocorrência de um incêndio;

• G – Gravidade dos danos resultantes da ocorrência do incêndio;

A probabilidade de ocorrência de um incêndio (P) é função das características inerentes ao edifício, tais como a caracterização da construção, as instalações elétricas, edifícios fronteiros, entre outros, equação (2.18).

Em que:

• P – Probabilidade da ocorrência de um incêndio; • FII – Fator de início de incêndio;

(39)

A gravidade do efeito do incêndio baseia-se nos perigos potenciais associados à ocorrência de um incêndio, bem como nos fatores de proteção, equação (2.19).

𝐺 = 𝑃𝑒𝑟𝑖𝑔𝑜𝑠 𝑃𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑖𝑠 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑜𝑡𝑒çã𝑜= 𝐹𝑃 (𝐹𝐷𝑃𝐼+ 𝐹𝐸𝐸+ 𝐹𝐶𝐼) 3 (2.19) Em que:

• FP – Fator associado ao Perigo no cenário de incêndio em função do edifício e do seu conteúdo, bem como do comportamento das pessoas no seu interior;

• FDPI – Fator associado ao Desenvolvimento e Propagação do Incêndio; • FCI – Fator associado ao Combate ao Incêndio;

• FEE – Fator associado à Evacuação do Edifício em caso de Incêndio, equação (2.20).

𝐹𝐸𝐸= 𝐹𝐸𝐿+ 𝐹𝑉𝐻𝐸+ 𝐹𝑉𝑉𝐸 (2.20)

Em que:

• FEL – Fator associado à evacuação dos Locais;

• FVHE – Fator associado à evacuação das Vias Horizontais; • FVVE – Fator associado à evacuação das Vias Verticais

Os valores dos diversos descritores mencionados estão associados aos fatores parciais; Por fim, o valor do Risco de Incêndio é calculado com recurso à equação (2.21).

𝑅𝐼 = 𝐹𝐼𝐼× 𝐹𝑃 (𝐹𝐷𝑃𝐼+ 𝐹𝐸𝐿+ 𝐹𝑉𝐻𝐸+ 𝐹𝑉𝑉𝐸 3 + 𝐹𝐶𝐼) 3 (2.21)

Nos casos em que da equação anterior resulte um valor de RI superior a 1,0 é necessário proceder à implementação de medidas de intervenção no âmbito de Segurança Contra Incêndios, por forma a diminuir o valor de RI, obtendo um valor igual ou inferior a 1,0, correspondente a um valor de risco aceitável.

MÉTODO MARIEE

O método MARIEE (Método de Avaliação de Risco de Incêndio em Edifícios Existentes) trata-se de uma metodologia desenvolvida por André Correia [40], para edifícios habitacionais, administrativos, escolares, hospitalares e hoteleiros e por Jorge Pissarra [41], para edifícios comerciais, bibliotecas e salas de espetáculo, que tem por base a metodologia MARIEE&FEUP desenvolvida por Ana Costa [39] no âmbito da sua dissertação.

O método MARIEE assenta em quatro fatores globais de Risco de Incêndio: • POI – Probabilidade e Ocorrência do Incêndio;

(40)

• CTI – Consequências Totais do Incêndio;

• DPI – Desenvolvimento e Propagação do Incêndio; • ESCI – Eficácia de Socorro e Combate ao Incêndio;

Dos quatro fatores globais descritos anteriormente salienta-se o facto de três dos quais transitarem do método MARIEE&FEUP, pelo que o fator CTI é exclusivo do método MARIEE e que corresponde à associação de dois conceitos muito importantes da avaliação de risco: o perigo e a exposição ao incêndio. Com a determinação dos quatro fatores globais, o método cobre todos os aspetos que intervêm no cálculo do Risco de Incêndio, e consequentemente traduz o risco para as pessoas, para o edifício e tudo o que este incorpora.

Da mesma forma no método MARIEE os fatores globais são constituídos por fatores parciais. Por sua vez, cada fator parcial é definido por vários descritores, que representam as condições intrínsecas dos edifícios, com que o projetista pode ser avaliado na sua avaliação.

No método MARIEE, o conceito de Risco de Incêndio é traduzido através do produto da probabilidade de ocorrência de incêndio pela gravidade das suas consequências, de acordo com a equação (2.22).

𝑅𝐼 = 𝑃 × 𝐺 (2.22)

Em que:

• RI – Risco de Incêndio;

• P – Probabilidade de ocorrência de um incêndio;

• G – Gravidade dos danos resultantes da ocorrência do incêndio;

A probabilidade da ocorrência do incêndio depende das características do edifício que influenciam a deflagração do mesmo, tais como a caracterização da construção, as instalações elétricas, os edifícios adjacentes, entre outros.

Deste modo, o método considera que o fator P é definido pelo fator global POI (Probabilidade de Ocorrência do Incêndio), tal como se encontra representada na equação (2.23).

𝑃 = 𝑃𝑂𝐼 (2.23) A gravidade (G) é traduzida pelas consequências decorrentes do incêndio, dado que no método resulta do produto entre o fator global CTI (Consequências Totais do Incêndio) e a média ponderada entre o fator global DPI (Desenvolvimento e Propagação do Incêndio), e o fator global ESCI (Eficácia de Socorro e Combate ao Incêndio), equação (2.24).

𝐺 = 𝐶𝑇𝐼 × (0,2 × 𝐷𝑃𝐼 + 0,8 × 𝐸𝑆𝐶𝐼) (2.24) O fator CTI traduz as consequências no Cenário de Incêndio (CI), na Via Horizontal de Evacuação (VHE) e na Via Vertical de Evacuação (VVE). Este resulta da média aritmética das respetivas consequências parciais do incêndio, equação (2.25).

Imagem

Figura 2.1 – Representação gráfica do conceito de Risco de Incêndio
Figura 2.2 – Escala de classificação de Risco de Incêndio do Modelo CHICHORRO, [43]
Figura 3.1 – Delimitação da ARU de Viseu e da Zona de proteção à Sé de Viseu [52]
Figura 3.2 – Número de Edifícios por Ano de Construção na ARU de Viseu
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Referências

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