• Nenhum resultado encontrado

Memorial descritivo: Allanda Harêta Lopes da Silva Domingos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Memorial descritivo: Allanda Harêta Lopes da Silva Domingos"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOMOTRICIDADE CLÍNICA E ESCOLAR

MEMORIAL DESCRITIVO

ALLANDA HARÊTA LOPES DA SILVA DOMINGOS

(2)

2

SUMARIO

INTRODUÇÃO ...3

FORMAÇÃO PESSOAL I ...5

FORMAÇÃO PESSOAL II ...6

FORMAÇÃO PESSOAL III ...7

FORMAÇÃO PESSOAL IV ...8

FORMAÇÃO PESSOAL V ...9

FORMAÇÃO PESSOAL VI ...10

FORMAÇÃO PESSOAL VII ...11

FORMAÇÃO PESSOAL VIII ...12

CONCLUSÃO ...14

(3)

3

INTRODUÇÃO

Sou Allanda H. Lopes da S. Domingos, nasci no ano de 1991 na cidade de Natal. Fiz vestibular duas vezes no ano de 2011 e 2012 para pedagogia, passei no ano de 2012 na turma 2012.2. Conclui a graduação no ano de 2016.2. Ao terminar o curso de pedagogia quis logo fazer uma especialização que me ajudasse na área da educação infantil, área que trabalho atualmente. Pesquisei várias especializações logo após a conclusão do curso, porém, não achei nenhuma que me interessasse. Esperei terminar o ano de 2016 para em 2017 procurar novamente, foi quando vi uma turma de psicomotricidade na UFRN, pesquisei sobre a ementa e gostei bastante, pois pude observar que usaria a psicomotricidade com meus alunos da educação infantil.

Fiz minha inscrição e passei no processo seletivo. Iniciei a pós e comecei a amar o curso. Gostei bastante das disciplinas de Formação Pessoal. Aprendi sobre a disponibilidade corporal e percebi que eu não a tinha. Passei a me comunicar melhor, trabalhar a noção corporal e dialogar com as pessoas a minha volta.

Durante as Formações Pessoais, fui aprendendo com cada professor sobre noção do corpo, onde o ser humano se expressa a partir do corpo e se comunica. Aprendi a ter disponibilidade corporal, eu era bastante tímida, comecei a me aproximar mais das pessoas e conversar de forma natural. Hoje converso com o pessoal do curso como se fossemos amigos há muito tempo, criamos um laço bem significativo durante as aulas. O que achei mais interessante no curso foi quando comecei a perceber meu corpo, pois aprendi que o corpo fala pelas expressões, e descobrir que estava grávida durante uma Formação Pessoal, o que me mostrou que eu comecei a conhecer meu corpo da forma que ainda não conhecia. Fui percebendo que tinha algo estranho com meu corpo, umas sensações que nunca tinha sentido. Foi ai que fiz o teste de gravides e deu positivo. Fiquei um pouco preocupada por estar cursando a pós, mas fiquei feliz por ter percebido meu corpo. Participei de todas as dinâmicas realizadas na formação pessoal, e meu filho estava participando também, notava algo bom durante as dinâmicas de relaxamento. Tanto eu como meu filho estávamos relaxando e interagindo um com o outro. Nesse sentido, Winnicott destaca que a função do bebê de auto-integrar-se pode ser prejudicada se não houver alguém que facilite esse processo:

(...) o bebê que não teve uma única pessoa que lhe juntasse os pedaços começa com desvantagem a sua tarefa de auto-integrarse, e talvez nunca o consiga, ou talvez não possa manter a integração de maneira confiante (Winnicott, 2000, [1945], p. 224).

Entrei de licença maternidade quando meu filho nasceu em novembro, mas continuava fazendo as técnicas de relaxamento. Colocava músicas para ele relaxar e fazia massagem em seu corpinho, desde cedo trabalhando a psicomotricidade dele. Hoje meu filho tem 7 meses e trabalho a motricidade com ele, e vejo resultado. Acho que está bastante esperto, responde aos movimentos que trabalho com ele, como os de pegar, falar e interagir. Posso notar a diferença entre ele e sua prima que tem apensa 3 dias de diferença. Sei que cada criança tem seu desenvolvimento, porém, quando é estimulado temos mais retorno positivo.

(4)

4

Segundo Barreto (2000, p. 32), “O desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcional idade, da lateralidade e do ritmo”.

Trabalhei também a psicomotricidade com meus alunos do nível 3 (4 e 5 anos de idade), eles gostaram bastante da técnica de relaxamento. Desenvolvi a lateralidade com alguns que, também, não tinham muito equilíbrio, noção de corpo vista por meio do desenho. Falhas na motricidade global, que envolve pular, correr, esconder e saltar. Realizei essas atividades na sala de psicomotricidade que a escola disponibiliza. A sala é adaptada para essas atividades tendo bastante material que não machuque e o chão fofinho.

Neste memorial, descrevi minhas experiências e aprendizagens na Formação Pessoal. Relatei algumas dificuldades e experiências. Nas oito Formações Pessoais as aprendizagens ocorreram de forma que uma complementasse a outra.

FORMAÇÃO PESSOAL I

Na formação pessoal I aprendi sobre a disponibilidade corporal, quando o indivíduo se permite de forma espontânea e saudável se entregar ao outro, ou seja, quando eu me permito interagir com o outro de forma natural, sem desconforto. Quando essa interação acontece há uma disponibilidade corporal. E no decorrer dessa aula, percebi que eu não tinha muita disponibilidade corporal, pois o professor Patrick começou a cantar uma música e pediu para que a turma se juntasse e formasse um grande círculo, daí fomos dançando de acordo com o ritmo e me senti um pouco com vergonha, sem jeito de me expor diante da turma que nem conhecia tanto.

De acordo com Vitor da Fonseca(1988, p.27) ele diz que:

“A Psicomotricidade é atualmente concebida como a integração superior da motricidade, produto de uma relação inteligível entre a criança e o meio”.

Na Educação Infantil, cada criança tem seu ritmo e sua forma de relacionar-se com as pessoas, ela elabora um modo próprio de agir. Assim, a motricidade, sociabilidade e linguagem, são aspectos integrados e se desenvolvem a partir de interações com o meio e com o objeto compreendendo o mundo e a si mesma.

Em seguida fizemos um momento de relaxamento, onde o professor pediu para que deitássemos numa posição confortável, colocou uma música para que pudéssemos relaxar, então começamos alguns exercícios de relaxamento, como: pressionar os calcanhares sobre o chão, a cabeça bem forte, perceber a respiração e ouvir o coração.

Com essa técnica de relaxamento eu pude perceber meu corpo, ouvir minha respiração, coisa que eu nunca tinha feito, perceber os batimentos do meu coração. Parecia que eu estava sentindo meus órgãos trabalhando. Me senti bastante relaxada e quando me

(5)

5

dei conta já estava me disponibilizando corporalmente sem nenhum empecilho, sem vergonha. Essa técnica de respiração me ajudou na minha conscientização corporal.

A partir desta aula comecei a trabalhar a respiração e consciência corporal com meus alunos do nível III (4 e 5 anos) da escola em que trabalho. Após o momento de recreação no parque nós fomos para sala, liguei os ventiladores e coloquei uma música para eles relaxarem, coisa que faziam diariamente, porém nesse dia foi diferente, além da música pedi para que eles deitassem no chão de forma confortável e começasse a perceber o corpo, do jeito que aprendi na aula de relaxamento, pedi para que eles tentassem controlar a respiração e ouvir o coração bater. De inicio achei que não iam conseguir, mas no decorrer do tempo fui percebendo que eles estavam gostando, então fui aprofundando, pedi que pressionassem as mãos sobre o solo, pressionasse a cabeça e relaxasse, foi acontecendo de forma mágica, percebi que eles estavam adorando. Quando acabou o momento de relaxar perguntei se eles haviam gostado, as respostas foram ótimas, eles amaram, e todos os dias após o parque eles perguntavam, professora, vamos relaxar daquele jeito. Foi muito gratificante, por serem tão pequenos eles perceberam a importância de relaxar, é tanto que tinha um aluno que quando chorava soluçava muito e não conseguia falar, daí um amiguinho falava, calma, respire fundo e se acalme, quando você estiver calmo você fala. Me senti a melhor professora do mundo, pois tão pequenos mas conseguiram realizar as técnicas de relaxamento e respiração. E com certeza esse aprendizado vai ficar para vida toda.

Então posso dizer que nesta formação aprendi sobre o ser enquanto um ser orgânico e psíquico. De como se constituem as pessoas, sobre consciência corporal, o aumento da auto regulação. Reconheci minha própria maneira de ser e sobre meus temperamentos.

FORMAÇÃO PESSOAL II

Durante esta formação aprendi sobre o “eu”, partindo de uma comunicação (vinculo) fisiológica e afetiva onde predomina a importância do diálogo tônico, onde a esfera da comunicação se amplia, os aspectos fisiológicos são indissociáveis das suas dimensões afetivas.

Portanto, “sempre que vemos um bebê vemos também um cuidado materno e sem o cuidado materno não haveria mãe” (KHAN 2000, p. 40 apud TOLEDO 2009 ). Essa realidade percebi na prática que a professora Cida desenvolveu. A turma se dividiu em dupla, um fazia o papel da mãe e o outro o papel do filho. Nessa dinâmica pudemos cuidar e ser cuidados como mãe e filhos, vendo a dependência do bebê para com a mãe e a total disponibilidade da mãe para com seu filho. Realizamos o processo da gestação, do momento em que o bebê nasce e seus primeiros cuidados. Nessa dinâmica percebi a importância dos cuidados da mãe para com o filho, o carinho, delicadeza e atenção. É o momento em que a mãe se esquece de si e se dedica apenas ao bebê, pois existe uma dependência muito grande do filho para com a mãe.

Fiquei bem feliz com essa dinâmica; eu estava no meu período de gestação, no 4º mês. Comecei a imaginar o momento do nascimento, quando, até então, não sabia o sexo,

(6)

6

não tinha idéia de como seria, porém, senti uma emoção enorme ao imaginar esse momento tão mágico e prazeroso. Durante a gestação eu não tinha nem ideia de como seria ser mãe, vim a aprender e descobrir no momento que meu filho nasceu. Parece que foi como mágica, eu tinha medo de não saber cuidar, como lidar com um ser tão indefeso e dependente de mim para tudo. Porém, ao nascer, parece que nasceu uma força de dentro de mim, uma confiança e amadurecimento para cuidar daquele bebê tão lindo. Me senti a pessoa mais preparada para cuidar de uma criança. Nem parecia a menina de antes que tinha medo, não confiava em si.

Com o tempo fui percebendo que havia um diálogo tônico entre nós, quando eu o pegava, ele se acalmava, ficava relaxado e dormia. A mãe imprime suas emoções no corpo do lactente por meio do seu tônus e a criança responde a isso imediatamente e, também, transmite suas sensações por meio do seu corpo, num ciclo contínuo. A esse processo primitivo de comunicação, a psicomotricidade usa o termo “diálogo tônico”, dado por Wallon.

Segundo Toledo (2009, p. 197) ela diz que:

“O diálogo tônico alcança o seu nível mais profundo e gratificante durante a experiência de holding vivida nos momentos de “contato sem atividade” entre mãe e bebê. Quando a mãe sustenta o bebê em seus braços de forma relaxada e inativa e o bebê responde da mesma maneira ocorre um encontro de mútua entrega tônica no qual se criam as condições necessárias para que se manifeste o sentimento de unidade entre ambos”.

A tonicidade é o cartão de apresentação psicocorporal. Este cartão é constituído de uma história (corpo vivente se baseia em tudo que vive e viveu).

FORMAÇÃO PESSOAL III

Na Formação Pessoal III discutiu-se sobre fantasmas e fantasias com o professor Carlos. Pudemos discutir sobre onde a psicomotricidade consegue atuar e quais são suas contribuições para o ser Humano. Aprendemos sobre imagem e esquema corporal e o brincar.

Na educação psicomotora trabalham-se os cuidados primários, acolhimento, sociabilidade, a brincadeira, agressividade e outros. Em projetos sociais a psicomotricidade atua em comunidades. Na área de saúde em hospitais, clínicas e consultórios com terapias psicomotoras, incluindo o campo da saúde mental, terapias no âmbito dos transtornos do desenvolvimento e da aprendizagem, em terapias no campo da reabilitação propriamente dita na e gerontologia com a gerontopsicomotricidade. Onde podemos sentir, perceber e representar.

O conceito de imagem e esquema corporal foi apresentado sob diferentes perspectivas. Para alguns autores, esquema e imagem corporal significa a mesma coisa.

(7)

7

Entendi que imagem corporal é como você se vê e esquema corporal, vem do corpo orgânico. Para Henri Wallon (1930), o esquema corporal é constituído pelo interior do corpo, das sensações tônicas musculares e das informações vindas do mundo exterior. Define ainda a idéia do estágio do espelho, onde a criança relaciona sua imagem ao seu nome, ou seja, faz a relação de quem ela é. Primeiro a criança se olha no espelho e não se conhece, não faz relação da imagem que está vendo com ela própria, com o amadurecimento, ela se olha no espelho e faz relação da imagem refletida com ela mesma.

Podemos perceber que no brincar, a criança é reconhecida como sujeito, cria e recria a realidade, cria um espaço ilusório, busca um sentido para a vida. E é na brincadeira que a criança desenvolve sua coordenação motora, a partir de sua vivencia com o brincar. Segundo Vygotsky, o brinquedo torna realizável o irrealizável, isto é, age no mundo imaginário. Aprendemos com a experiência que o brincar é a forma básica da comunicação infantil, é a forma com que as crianças interpretam o mundo que vivem, usando a imaginação. Para Piaget (1998), a primeira linguagem que a criança compreende é a linguagem do corpo, a linguagem da ação. É por meio do corpo que a criança interage com o meio.

Aprendemos também sobre os fantasmas e fantasias na brincadeira, e que a fantasia está dentro do brincar e fortemente ligada ao lúdico, ao mundo da imaginação. Já, os fantasmas corporais, estão relacionados as vivências traumáticas, que foram vividas e precisarão ser revividas para serem resinificadas. O desejo que dirige o brincar da criança é o de tornar-se adulto, e esse desejo é regido pela ilusão de que o mundo adulto proporciona a realização das fantasias. É o momento em que a criança experimenta suas fantasias. Ao brincar de luta está usando a fantasia, faz de conta, e quando sai da brincadeira, ela esquece da agressividade, foi só no momento da fantasia, da imaginação. Ou seja, o fantasma é “representação inconsciente de ação, é desejo e prazer de recriar e de agir sobre o “objeto”” (Aucouturier,2007:61). O brincar constrói e reconstrói a experiência humana, em todas as idades.

FORMAÇÃO PESSOAL IV

Na formação pessoal IV abordou o jogo. Nessa aula fomos orientados a assistir ao filme A vida é Bela – onde pai e filho vivem na guerra e a têm como se fosse um jogo. É muito interessante como o pai reage aos acontecimentos e passa para o filho segurança e companheirismo, isso para o filho que não sabe que está vivendo em uma guerra.

Aprendemos que o jogo é uma atividade livre, conscientemente tomada como “não séria”. O jogo ensina a viver. No jogo a pessoa se expressa e se comunica. É no jogo e na brincadeira que a criança aproveita para usar sua imaginação.

“Não existe brinquedo sem regras. A situação imaginária de qualquer forma de brinquedo já contém regras de comportamento, embora possa não ser um jogo com regras formais estabelecidas a priori”. (VYGOTSKY, 1991, p.108).

(8)

8

Para Vygotsky, a criança se aproveita da brincadeira para usar de sua imaginação. E é na brincadeira que a criança expressa seus sentimentos de forma verbal ou com expressão corporal.

Durante essa aula, a professora Cida dividiu a turma em grupos e cada grupo criou 2 jogos: o jogo não verbal e o jogo imaginário. No grupo que eu estava, criamos o jogo de vôlei com bola e lençol, onde jogávamos a bola para o outro lado com ajuda do lençol e os outros participantes tinham que arremessar também com o lençol, e assim por diante. Cada grupo criou seu jogo não verbal. Não podiamos usar a linguagem oral, só fazer os movimentos com os materiais utilizados. Outros grupos realizaram os jogos do siga o mestre, queimada e corrente de mãos dadas. Sem a comunicação verbal.

Já no jogo imaginário, brincamos que estávamos na Arca de Noé, um integrante do grupo contou a história e os outros iam se imaginando na situação e fazendo de acordo com a história narrada. Cada grupo contou uma história diferente, onde todos se imaginavam na situação e dramatizavam como se estivesse vivendo a história.

Percebi que durante o jogo não verbal, todos os grupos “manipulavam” o grande grupo. Onde uns direcionavam o jogo, enquanto os outros obedeciam, sem se expressar verbalmente. Portanto não seguiam regras faladas, antes com movimentos e percepção. Já no jogo imaginário, todos os participantes se expressavam naturalmente, sem seguir regras. Cada um fazia o que achava melhor, de forma livre, usando apenas a imaginação. Percebi que durante a atividade todos tiveram entrega corporal, se entregaram na imaginação.

No dia seguinte continuamos com as dinâmicas, onde brincamos como se fossemos bebês, depois adolescentes, brincamos de forma livre com algumas pessoas que fingiam ter algumas limitações (necessidades especiais), e depois conversamos sobre essas experiências. Houve aqueles que para poder brincar (só tinha “um braço”), a dupla adaptava as brincadeiras para que todos pudessem participar. Depois fizemos um momento de alongamento e relaxamento, para a seguir contarmos a experiência das atividades. Gostei bastante dessas aulas pois percebi que adquiri mais disponibilidade corporal.

Esta formação pessoal nos permitiu perceber o quanto ela facilita o elo entre tudo já abordado, como fantasmas, fantasias, tonicidade, comunicação oral, corporal, dinâmica postural e gestual, diálogo tônico-emocional, sincronias rítmicas, contato - térmico, o simbólico, as manifestações lúdicas, expressões, cultura corporal, relações e disponibilidade corporal, linguagem manifesta, consciência e experiência.

FORMAÇÃO PESSOAL V

Durante a formação pessoal V, não participei da aula prática pois estava de licença maternidade, estudei todo conteúdo via SIGAA. Assisti ao filme que foi proposto: Uma

(9)

9

viagem inesperada, participei apenas da aula teórica e li os conteúdos passados pelo professor Patrick. O conteúdo foi comunicação não verbal na saúde.

O filme, Uma viagem inesperada, é bastante rico de aprendizagens. Relata a história de uma mãe que tem dois filhos autistas e que não tem apoio do seu parceiro ao descobrir o autismo nas crianças, nem apoio da escola onde as crianças estudam. Porém, com a força de vontade em ver seus filhos evoluírem, ela deixa tudo de lado, tira as crianças da escola que não sabia lidar com as diferenças. A partir daí, sua vida começou a mudar; a mãe conheceu um homem chamado Doug Thomas que passou a ajudá-la com os meninos, colocou seus filhos em outra escola que aceitou a criança com autismo. Um dos filhos participa de um campeonato de corrida, tais fatos, produzem mudanças que vão concretizar uma vida “normal” para os meninos.

Durante o filme, percebi que houve comunicação não verbal, quando Doug Thomas começou a observar os meninos. A comunicação surge sem fala também quando há o toque. Segundo Ramos, “o toque tem a finalidade de demonstrar carinho, empatia, segurança e proximidade em relação ao sujeito”. E foi isso que o senhor Doug demonstrou, segurança para aqueles meninos ao se aproximar deles e confiança para a mãe deles. Ele ajudou bastante a família dando atenção e sendo generoso. Depois foi surgindo a comunicação verbal.

A partir da leitura do texto "A comunicação não-verbal na área da saúde", de Ramos, aprendi que a comunicação não verbal é essencial para o tratamento de pessoas com alguma necessidade. Como por exemplo para pessoas autistas, surdos, mulheres que amamentam em pós parto e qualquer pessoa com deficiência mental, isso porque é evidente a percepção dos sentimentos dessas pessoas. É a partir da comunicação não verbal que se torna possível abrir caminho para o diálogo, a comunicação verbal. Primeiro essas pessoas que têm dificuldade de se comunicarem, precisam ter confiança com o profissional que está cuidando do caso, para depois se entregar, ter disponibilidade corporal, permitir ser tocada. Para Ramos:

A competência em comunicação interpessoal – verbal e não-verbal – é uma habilidade fundamental a ser adquirida, a qual possibilita a excelência do cuidar em saúde. (RAMOS, 2012, p. 165).

É de grande importância quem trabalha na área da saúde, saber lidar com comunicação verbal e não verbal, pois isso facilita na interação com o outro.

Durante as dinâmicas nas aulas de formação pessoal, sempre houve a comunicação não verbal primeiro, os professores iniciavam as dinâmicas de forma que ninguém se falasse ou até mesmo se tocarem, e no decorrer das atividades eram dados comandos, aos poucos, para nos cumprimentarmos uns aos outros, até que, no final, estávamos todos interagindo de forma que nem percebíamos. Havia uma disponibilidade corporal de forma espontânea. Todos os recursos estudados e vividos, nos permitiu experienciar o processo de codificação e decodificação proporcionado no módulo de formação pessoal V, onde foi

(10)

10

possível analisar e investigar o diálogo corporal, quando se refere a relação com o grupo, o ambiente, os recursos disponíveis, o psicomotricista e os pares.

FORMAÇÃO PESSOAL VI

Nesta formação estudamos sobre Corpo e Cultura de Movimento: No Diálogo com a Psicomotricidade, aprendemos que nosso corpo “fala”, e que toda cultura tem seu meio de comunicação. Aprendemos que o nosso corpo expressa o que sentimos, é como se o corpo mostrasse tudo que estamos passando, se estamos em um momento bom ou ruim, dá para perceber pela nossa expressão corporal, é uma comunicação não verbal, quando nosso corpo fala.

Todos temos uma forma de comunicação, não importa a cultura, religião ou meio político, todos têm um meio de dialogar. Muitas vezes as culturas e comportamentos são diferentes, porém, a comunicação não deixa de acontecer. Uns conversam por sinais, outros com o corpo, e outros com a fala. Segundo Martins, (2015, p. 38),

“O corpo do adulto é um referente privilegiado para atrair a atenção da criança, e de facto, na génese do processo de atenção está o desejo em relação ao outro. A presença do adulto, pode motivar a atenção da criança através de suas manifestações corporais: o olhar, o rosto, a voz, a atitude corporal, a gestualidade expressiva, o contacto, os sabores e os aromas”.

A criança aprende observando e interage com o adulto de forma natural. A comunicação acontece de forma espontânea, a partir das manifestações que o corpo apresenta. Acontece a interação de forma natural.

Fizemos grupos e conversamos sobre brincadeiras que marcaram nossa infância. Foi bastante interessante, muitas brincadeiras que eu fazia, alguns colegas também brincavam, e o mais curioso foi que algumas brincadeiras tinham o mesmo objetivo, porém, com nomes diferentes. Os nomes variam de acordo com a cultura de cada indivíduo, como, por exemplo, coelho na toca, que alguns chamam de O gato mia.

Foi bastante proveitosa a dinâmica, usamos algumas brincadeiras que fazíamos quando criança e todo o grupo interagiu, o corpo de cada colega se expressou de uma forma, uns se mostravam muito felizes por recordar dessas brincadeiras e outros até se emocionaram, contando relatos de momentos da infância. Merleau Ponty (2011, p. 269) “Quer se trate do corpo do outro ou de meu próprio corpo, não tenho outro meio de conhecer o corpo humano senão vivê-lo”. As brincadeiras podem até ser realizadas do mesmo jeito, mesma regra, só não tem o mesmo nome, isso porque depende da cultura de cada um, e é a partir da vivencia que conhecemos o nosso corpo.

(11)

11

FORMAÇÃO PESSOAL VII

Na Formação Pessoal VII aprendemos sobre os pilares da educação, com o professor Patrick. Os pilares da educação do século XXI são: Aprender a conhecer – instrumento de conhecimento, aprender a fazer – está ligado à educação profissional, aprender a viver juntos – conhecer o outro, e aprender a ser – a educação precisa fornecer a todos forças e referência intelectual que lhes permitam conhecer. Esses saberes são essenciais para uma boa educação. De acordo com o físico teórico Basarab Nicolescu do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, ele destaca que:

“Apesar da enorme diversidade dos sistemas educacionais de um país para outro, a mundialização dos desafios de nossa época leva à mundialização dos problemas da educação. Os diversos abalos que atravessam a área da educação num ou noutro país são apenas os sintomas de uma única e mesma fissura: o da desarmonia que existe entre os valores e as realidades de uma vida planetária em mutação. Embora não exista receita milagrosa, há um centro comum de questionomento que convém não ocultar se quisermos realmente viver em um mundo mais harmonioso”( 2000, p.54).

Nicolescu, acredita que juntando esses pilares da educação, aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver, aprender a ser, podemos tem uma educação de qualidade, com ajuda de todos os seres humanos.

Essa Formação foi bem proveitosa, lembramos de momentos da nossa infância e fez nosso corpo “falar” através da expressão corporal. Trabalhamos os movimentos e assim realizamos um diálogo com a psicomotricidade por meio das brincadeiras vividas. Diálogo esse que nos fez conhecer brincadeiras e nomes novos, observando assim a cultura de cada colega da turma, que se expressou ao falar de sua infância. Retomamos tudo que foi estudado de Formação Pessoal I até Formação Pessoal V e percebemos que cada módulo se ligava com o outro, fazendo assim uma ponte para o conhecimento do EU. É onde analiso e percebo meu avanço.

Durante a aula realizamos a prática na sala de dança, onde foram trabalhados ritos e lateralidade, noção corporal. Atuamos sobre o corpo moldando estatuas humanas. A turma foi trabalhando em dupla, cada dupla fazia uma pose e depois em grupos, por meio de estatuas humanas, trabalhando a força, resistência, confiança e criatividade. Em seguida, houve o momento do relaxamento, ouvindo músicas que o professor tocava. Procuramos a melhor posição para o relaxamento, foi dada a ordem de se aproximar de alguém ou tocar o corpo de algum colega, peguei na mão de uma colega, o relaxamento foi tão profundo que tive a sensação de que a mão da colega, fazia parte do meu corpo; foi bem interessante. Depois, fizemos um grande círculo e fomos seguindo as orientações do professor, dançando de acordo com os comandos estabelecidos para a turma. Houve o momento individual e em dupla, dançamos e seguimos o ritmo da música, trabalhamos a lateralidade dançando de um lado para o outro.

(12)

12

No dia seguinte, tivemos o momento na piscina, o relaxamento na água, onde seguimos uns movimentos com comando e movimentos espontâneos. Trabalhando ritmos e consciência corporal.

Nessas atividades pudemos observar que foram trabalhados os 4 pilares da educação do século VII da UNESCO. O aprender a conhecer, movimentos e sensações diferentes em cada dinâmica, Aprender a fazer, quando fizemos a estatua humana e movimentos novos na piscina, como seguir os passos de forma contrária ao habitual, Aprendemos a viver juntos, no momento da dança e brincadeira na piscina, e, a prendemos a ser, ser diferente aprendendo sempre algo novo.

Essa disciplina foi bem proveitosa para trabalhar a auto confiança, confiança no outro, conhecer os pilares da educação e trabalhar a consciência corporal.

FORMAÇÃO PESSOAL VIII

Durante essa formação estudamos sobre o corpo como expressão de culturas infantis. A aula foi iniciada com dinâmicas. Relaxamos e fizemos retomadas de todos os módulos de Formação Pessoal. Foi feito uma “viagem” no tempo, recordamos de tudo que aconteceu e observamos nosso crescimento como pessoa. Como iniciamos e como estamos finalizando.

A turma foi dividida em grandes grupos e a professora Cida conduzia a aula. Foi proposto que demonstrássemos nossas sensações com algum gesto ou comportamento. Os grupos precisavam demostrar alegria, tristeza, amor e raiva. Durante essa dinâmica percebemos o quanto a expressão corporal e facial é importante. É por isso que Martins destaca:

“No inicio da vida, o corpo é a única via para expressar as emoções e para assimilar as diferentes sensações que devem ser elaboradas no sistema psíquico Pela capacidade da mãe, a criança pode já prorrogar a espera da satisfação da necessidade, tolerar a frustração e atribuir características temporais à própria experiência” (2015, p. 38).

Sendo assim, podemos dizer que a criança percebe quando a mãe gostou de algo que ela fez, dependendo do reforço, sendo positivo ou negativo que a mãe transmite para o ela. Pois se a mãe ficou feliz vai demonstrar uma expressão positiva, porém, se ficou triste, ira demonstrar uma expressão negativa. E a criança vai associando suas atitudes com as sensações e expressão que é transmitida pela mãe.

Quando demostramos alegria, a maioria da turma demostrava que estava comemorando algo, era nítido alegria. Quando foi demostrado a tristeza grande parte do grupo realizava gestos com choro, como se tudo que fosse triste fizesse o ser humano chorar. Na hora de demostrar amor, meu grupo teve dificuldade, pois cada um queria demostrar de sua forma, uma queria uma cena de mãe e filho, ajudando alguém, fazendo caridade, dando aula. Cada um tinha uma maneira de mostrar o amor. No momento de

(13)

13

demonstrar raiva, tivemos mais facilidade, usamos cena de crianças que estão participando de uma brincadeira onde um grupo ganha e o outro perde. Quem perdeu geralmente fica com raiva e quer acabar com a brincadeira. E todos os grupos demonstraram muito bem esse sentimento.

Percebemos que quando estamos felizes ou triste não conseguimos disfarçar, fingir. Muitas das vezes tentamos porém, nosso corpo revela como estamos. Isto porque o corpo fala. Segundo Bathkin (1992) o nosso corpo possui semiótica porque expressa significados. Cada grupo tentou expressar o que estava sentido nessas situações de alegria, tristeza, amor e raiva.

No dia seguinte foi realizado uma dinâmica de mumificar um colega do grande grupo, foram divididos grupo e escolhemos um membro de cada grupo e mumificamos com papel higiênico. Foi bem interessante pois quem foi mumificado relatou que não se sentiu confortável, estava se sentindo “preso”, sem liberdade de expressão. E quando a professora pediu para que a “múmia” começasse a dançar seguindo o ritmo das músicas foi bem interessante. Algumas se mexiam bem devagar com medo de cair e em seguida foram ganhando confiança e equilíbrio com o corpo, dançaram bastante seguindo o ritimo agitado da música, até que conseguiram se soltar daqueles papeis que estavam deixando eles presos. Deu para notar a aflição de quem estava mumificado. A expressão não estava boa. Eles demonstravam medo, desequilíbrio. E quando os papéis foram arrancados, eles se sentiram livres e bem felizes.

Sendo assim, percebemos o quanto a expressão diz sobre nós. O corpo fala por si só, basta que observemos os sinais, gestos e comportamento, que iremos saber o que aquela pessoa está sentindo. As vezes o corpo transmite algo que não está sentindo, cabe a quem está observando realizar a leitura corporal para perceber a necessidade daquele corpo.

(14)

14

CONCLUSÃO

Durante a pós em psicomotricidade aprendi bastante com as disciplinas de Formação Pessoal, e achei por bem fazer um memorial descritivo pois relataria melhor minha vivência nesse curso. Iniciamos a Formação Pessoal trabalhando disponibilidade corporal e finalizamos com disponibilidade corporal. Aprendi muito sobre minha formação pessoal. Aprendi sobre linguagem corporal, a importância do brincar, diálogo tônico, esquema corporal, os fantasmas e fantasias que carregamos no decorrer da vida, comunicação verbal e não verbal e cultura de movimento. Todas as práticas levaram-me a um momento de aprendizagem.

Sendo assim, irei utilizar de todo conhecimento que adquirir na formação pessoal no meu dia-a-dia, com meu filho e alunos da educação infantil. Por enquanto não tenho planos para abrir uma clínica, mas, irei aproveitar todo esse conhecimento e repassar para outras pessoas. Usarei na escola onde trabalho para melhorar as minhas dinâmicas em sala de aula e ajudar meus alunos no desenvolvimento da motricidade.

Durante as dinâmicas tive um pouco de dificuldade no início, porém, com o passar das aulas fui perdendo a timidez e me aprofundando nos conhecimentos passados e hoje posso dizer que tenho consciência corporal e minha comunicação verbal melhorou bastante. No decorrer das aulas percebi que a psicomotricidade se interessa no indivíduo como um todo, procurando ajuda-lo com problemas corporais, intelectuais e emocionais. Ou seja, une o corpo, a mente, o espirito, a natureza e a sociedade. E está relacionada a afetividade e a personalidade, isto porque o ser humano utiliza o seu corpo para demonstrar o que sente.

Dessa forma é possível concluir que é indispensável o pressuposto da análise, investigação e aperfeiçoamento do eu (profissional em formação) para melhor contribuir para o processo de transformação e intervenção com o outro.

(15)

15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.  RAMOS, A. P . A comunicação não-verbal na área da saúde. Rev. CEFAC, São

Paulo.

 MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

 Introdução às Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. FONSECA, V. Psicomotricidade. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

 WINNICOTT, Donald Woods. Da pediatria à psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 2000. p. 218-232. [1945].

 TOLEDO, Sabrina. Diálogo Tônico: A Silenciosa Comunicação Mãe-Bebê. Cad. Psicanál.-CPRJ, Rio de Janeiro, ano 31, n. 22, p. 193-205, 2009.

 Acessado dia 05 de julho de 2018 -

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/concepcao-do-brincar-e-aprender-na-visao-de-piaget-e-vygotsky/32223.

 AUCOUTURIER, B. (2005/2007) – O Método Aucouturier. Editora Idéias & Letras. São Paulo.

 MARTINS R. O Corpo como Primeiro Espaço de Comunicação O Diálogo Tónico-Emocional no Nascimento da Vida Psíquica. Revista do Serviço de Psiquiatria do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE. Junho 2015 • Vol. 13 • N.º 1.  WERTHEIN, Jorge . CUNHA, da Célio. Fundamentos da Nova Educação.

Referências

Documentos relacionados

ATA Nº. O vereador Paulo Marcelo Silva, 1º Secretário da Câmara Municipal, constatou a presença dos seguintes Senhores Vereadores: 1) Angela Maria de Souza Vitor, 2) Filipe

 Myofibrillar  protein  synthesis  following  ingestion  of  soy  protein  isolate  at  rest   and  after  resistance  exercise  in  elderly  men.  Whey  and

Nota: Visto que o atraso de enfileiramento e o componente variável do atraso de rede já são incluídos nos cálculos do buffer de controle de variação de sinal, o atraso total é,

a) Caso a entidade pretenda desistir, na totalidade, do acordo efetuado com o DESP, deverá notificá-lo, com antecedência mínima de vinte dias, por correio eletrónico ou

1) O PV, alcançado no T-CAR, pode ser utilizado como um índice de potência aeróbia máxima em atletas de futsal profissionais, haja vista que durante a execução de um

Caso 4/2003 - Paciente de 61 anos, portadora de cardiopatia da doença de Chagas, com disfunção ventricular, taquicardia ventricular recorrente e marcapasso cardíaco, que

22 de novembro Domingo 9 horas Missa no Oratória Santa Isabel (Não haverá missa na igreja matriz) 10h30 Missa na comunidade Nossa Senhora das Dores, Linha 9.. 25 de novembro

Medem uma série de áreas potenciais de risco, incluindo a existência e a eficácia da implementa- ção de salvaguardas regulatórias para a liberdade de expressão e para o direito