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A Certificação OHSAS 18001 (Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho) nas empresas de construção em Portugal

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(1)

DOURO

Mestrado em Engenharia Civil

A CERTIFICAÇÃO OHSAS 18001

(Segurança, Higiene e Saúde no

Trabalho)

NAS EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO

EM PORTUGAL

CLÁUDIA SOFIA COELHO CORREIA

PROFESSORA DOUTORA CRISTINA REIS

(2)

Dissertação apresentada à Universidade de Trás-os-Montes e Alto

Douro para a obtenção de grau de mestre em Engenharia Civil.

Cláudia CORREIA O Mestrando.

Prof. Doutora Cristina REIS Professora Auxiliar do Departamento de Engenharias da UTAD.

(3)

I

AGRADECIMENTOS

Ao concluir este projeto final de mestrado não posso deixar de expressar o meu apreço a todos aqueles que contribuíram para a concretização do mesmo, pelo que agradeço: À Professora Cristina Madureira dos Reis, orientadora deste projeto, pelo seu interesse, acompanhamento, apoio permanente ao longo da sua realização, colaboração na pesquisa bibliográfica e na revisão do manuscrito.

Aos responsáveis das empresas que se disponibilizaram para responder ao questionário integrante desta Dissertação e aos responsáveis das organizações certificadoras que se disponibilizaram para me fornecer alguma informação.

Aos amigos e colegas que fizeram parte do meu percurso académico, em especial ao Bruno Ferreira e à Teresa Machado por todo o apoio que me deram e à Dulce Afonso Pinto pelo exemplo de mulher batalhadora que é.

Ao meu namorado Bruno Mesquita por ter sido um pilar neste percurso.

À toda a minha família, e a todos os que contribuíram direta ou indiretamente para a elaboração desta dissertação.

Ao corpo docente da UTAD, pelos conhecimentos recebidos durante o meu percurso académico.

(4)

II

RESUMO

Com o passar dos tempos, as empresas de construção tem sofrido pressões comerciais, regulamentares e éticas. Este facto advém da necessidade de controlo e redução de riscos inerentes às suas operações. É neste sentido, que a implementação de sistemas de gestão de saúde e segurança no trabalho, através da certificação internacional OHSAS 18001 (Occupational Health and Safety Assessment Specification), fornece os requisitos para uma série de avaliações, que associada às certificações da Gestão de Qualidade (ISO 9001) e da Gestão de Meio Ambiente (ISO 14001) formam o Sistema de Gestão Integrada (SGI).

A OHSAS 18001 foi desenvolvida por um consórcio internacional de entidades de normalização e de certificação e com correspondência a nível nacional através da NP 4397.

Este trabalho visa o estudo da certificação da norma OHSAS 18001 no sector da construção em Portugal e teve em conta o questionário realizado a uma amostra de empresas certificadas do sector da construção.

O estudo realizado verificou que os principais motivos que promoveram a implementação da norma e respetiva certificação, estão relacionados com a vontade das empresas implementarem um ambiente seguro e saudável no seu local de trabalho, terem um melhor desempenho organizacional e um aumento na satisfação dos clientes. Verificou-se também que, após a certificação, as empresas tornaram-se mais competitivas, elevando a sua imagem no mercado e produtivas, através da redução da burocracia, diminuição de acidentes de trabalho.

(5)

III

ABSTRACT

With the passage of time, the construction companies has suffered commercial pressures, regulations and ethics. This stems from the need for control and reduction of risks inherent in their operations. It is in this sense, that the implementation of management systems of occupational safety and health, through the international OHSAS 18001 certification (Occupational Health and Safety Assessment Specification), provides the requirements for a series of evaluations, which associated certifications of quality Management (ISO 9001) and Environmental Management (ISO 14001) form the Integrated Management System (SGI).

The OHSAS 18001 was developed by an international consortium of entities of standardization and certification and matched at national level through the NP 4397. This work is the study of the standard OHSAS 18001 certification in the construction sector in Portugal and took into account the questionnaire to a sample of certified companies in the construction sector.

The study found that the main reasons that promoted the implementation of the standard and related certification, are related to the willingness of companies implement a safe and healthy environment in your workplace, have a better organizational performance and an increase in customer satisfaction.

It was also noted that, after certification, companies have become more competitive by raising its image on the market and productive, by reducing bureaucracy, reduction of work accidents.

(6)

IV

ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ... I RESUMO ... II ABSTRACT ... III ÍNDICE ... IV ÍNDICE DE FIGURAS... VII ÍNDICE DE QUADROS ... IX LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... X

CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO ... - 1 -

1.1- Enquadramento do tema ... - 1 -

1.2- Objetivos do estudo ... - 2 -

1.3- Estrutura do trabalho ... - 2 -

CAPÍTULO II- SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO ... - 4 -

2.1- Introdução ... - 4 -

2.2- Historial da SST no Mundo, na Europa e em Portugal ... - 4 -

2.3- Principais diplomas de segurança e saúde do trabalho ... - 22 -

CAPÍTULO III- NORMA OHSAS 18001 PARA SISTEMAS DE GESTÃO DE SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO ... - 29 -

3.1- Definição da norma OHSHAS 18001 ... - 33 -

3.2- Enquadramento Histórico... - 35 -

3.3- Termos e definições ... - 39 -

3.4- Implementação das normas OHSAS 18001/NP4397 ... - 41 -

3.5- Compatibilidades da OHSAS 18001/NP 4397... - 48 -

3.5.1- Comparação das OHSAS 18001 com a ISO 14001 ... - 52 -

3.5.2- Comparação entre a OHSAS 18001:2007 e OHSAS 18001:1999 ... - 55 -

3.6- Aplicação da norma ... - 60 -

3.7- Benefícios chave da norma ... - 60 -

CAPÍTULO IV- CERTIFICAÇÃO ... - 61 -

(7)

V

4.2- O processo de certificação ... - 63 -

4.3- Certificação das organizações pela norma NP 4397/OHSAS 18001 ... - 66 -

4.4- Análise sectorial e geográfica ... - 68 -

4.4.1- Número absoluto de certificados emitidos por região NUT II ... - 69 -

4.4.2- Número de certificados por 1000 habitantes em cada região NUT II ... - 69 -

4.4.3- Percentagem de empresas certificadas em cada região NUT II ... - 70 -

4.4.3- Regiões que lideram o nível dos referenciais ISO 9001, ISO 14001 E OHSAS 18001 - 71 - CAPÍTULO V- ACIDENTES DE TRABALHO ... - 72 -

5.1- Introdução ... - 72 -

5.2- Classificação dos fatores causais ... - 77 -

5.3- A expressão dos acidentes ... - 78 -

5.4- Estatísticas da sinistralidade ... - 85 -

5.5- A dimensão económica ... - 94 -

CAPÍTULO VI- METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS ... - 98 -

6.1- Processo de investigação ... - 98 -

6.1.1- Descrição ... - 98 -

6.1.2- Recolha de dados ... - 99 -

6.1.3- Instrumento de investigação ... - 99 -

6.2- Análise de resultados ... - 100 -

6.2.1- Caracterização das empresas inquiridas ... - 101 -

6.2.2- Caracterização do responsável pelo preenchimento do inquérito feito às empresas inquiridas ... - 106 -

6.2.3- Caracterização da necessidade de certificação da empresa com a norma OHSAS 18001/NP4397 ... - 108 -

6.2.4- Caracterização dos motivos alcançados após a certificação ... - 111 -

6.2.5- Nível de satisfação da empresa com a norma ... - 114 -

6.2.5- Relação clientes da empresa com a certificação ... - 117 -

6.2.5- Relação do lucro da empresa com a implementação da OHSAS 18001/NP 4397 ... - 118 -

6.2.5- Competitividade e Controlo de eficácia ... - 119 -

6.2.5- Trabalhadores da empresa e departamentos ... - 121 -

6.2.6- Ações corretivas... - 125 -

6.2.6- Acidentes após a implementação da norma nas empresas ... - 128 -

6.2.7- Sobre a própria certificação ... - 129 -

(8)

VI

6.2.9- Gestão da Higiene, segurança e saúde do trabalho na empresa ... - 137 -

CAPÍTULO VII- CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS... - 140 -

7.1- Trabalhos futuros ... - 144 -

CAPÍTULO XVIII- BIBLIOGRAFIA ... - 145 -

8.1- Referências bibliográficas ... - 145 -

8.2- Bibliografia geral ... - 148 - ANEXOS ... XI

(9)

VII

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 3.1 – Esquema geral do ciclo PDCA ... 31

Figura 3.2 – Modelo de sistema de gestão da Segurança e Saúde do Trabalho ... 34

Figura 3.3– Aplicação do ciclo PDCA à gestão de sistemas ... 48

Figura 5.1 – Interrelação entre os termos ... 75

Figura 5.2 – Interrelação entre os termos ... 76

Figura 5.3 –Pirâmide de Henrich (1931) ... 78

Figura 5.4 –Pirâmide de Bird (1969)... 80

Figura 5.5 –Pirâmide de Fletcher (1972) ... 80

Figura 5.6 – Pirâmide de Tye e Pearson – British Safety Council (1975)... 81

Figura 5.7 –Pirâmide de HSE (1999) ... 81

Figura 5.8 – Acidentes de trabalho, taxa de incidência e dias de trabalho perdidos, anos 2000 a 2008 ... 86

Figura 5.9 – Acidentes de trabalho com ausências por atividade económica e nacionalidade ... 87

Figura 5.10 – Acidentes de trabalho com ausências por grupo etário e nacionalidade ... 88

Figura 5.11 – Acidentes de trabalho mortais em Portugal ... 89

Figura 5.12 – Acidentes de trabalho mortais por sector de atividade 20052009 ... 90

Figura 5.13 – Acidentes mortais mensais em Portugal 20052009 ... 91

Figura 5.14 – Acidentes de trabalho mortais por distrito2009 ... 91

Figura 5.15 – Acidentes de trabalho mortais segundo as causas 2009 ... 92

Figura 5.16 – Medidas prioritárias para diminuir a sinistralidade laboral ... 93

Figura 6.1 Classe de alvará das empresas objeto de estudo... 103

Figura 6.2 Tipo de empresa da amostra ... 103

Figura 6.3 Número de colaboradores permanentes existentes na empresa ... 104

-Figura 6.4- Ano de implementação da norma OHSAS 18001/NP4397 nas empresas de construção em estudo ... 105

Figura 6.5 Outro tipo de certificados que as empresas da amostra adquiriram ... 105

Figura 6.6 Pessoa responsável pelo preenchimentocargo /função na empresa ... 107

Figura 6.7 Pessoa responsável pelo preenchimentosexo ... 107

-Figura 6.8 – Percentagem de importância dos motivos que levaram as empresas à certificação OSHAS 18001 ... 109

-Figura 6.9 – Pirâmide dos motivos que levou a empresa a querer certificar-se com a norma OHSAS 18001/NP4397 ... 110

Figura 6.10 – Percentagem dos motivos alcançados após a certificação ... 112

-Figura 6.11 – Pirâmide dos motivos alcançados após a certificação da norma OHSAS 18001/NP4397 na empresa ... 113

-Figura 6.12 – Nível de satisfação que a empresa atualmente tem quanto à norma OHSAS 18001/NP4397... 115

Figura 6.13 Funcionários satisfeitos com a implementação da norma ... 115

Figura 6.14 – A implementação da norma foi vantajosa para a empresa ... 116

Figura 6.15 – Relação de clientes e implementação da norma ... 117

-Figura 6.16 – Percentagem de clientes interessados em saber se a empresa tem certificação OHSAS 18001... 118

Figura 6.17 – Nível do lucro da empresa após a implementação da norma OHSAS 18001/NP 4397 ... 118

Figura 6.18 – Custo de implementação da norma ... 119

Figura 6.19 – Competitividade na empresa com a certificação OHSAS 18001/NP4397 ... 120

Figura 6.20 – Aumento de eficácia na empresa após implementação da norma ... 121

(10)

-VIII

Figura 6.22 – Abertura de novos departamentos na empresa devido à implementação da norma ... 123

-Figura 6.23 – Grau de envolvimento dos diferentes departamentos/ sectores da empresa para a implementação da norma OHSAS 18001/NP4397 ... 124

-Figura 6.24– Ações corretivas necessárias introduzir na empresa para uma boa implementação da norma ... 125

Figura 6.25 – Existência de controlo de eficácia das ações corretivas ... 126

-Figura 6.26 – Frequência do envolvimento dos diferentes departamentos/ sectores da empresa para o controlo e realização das ações corretivas ... 127

Figura 6.27 – Frequência do controlo de eficácia das ações corretivas ... 128

Figura 6.28 – Acidentes na empresa após implementação da norma ... 129

-Figura 6.29 – Tempo decorrido entre o pedido de intervenção e a emissão do certificado e o Tempo decorrido entre a implementação da certificação por parte da certificadora... 130

Figura 6.30 – Explicação à empresa de eventuais medidas para melhorar o desempenho ... 130

Figura 6.31 – Explicação à empresa de eventuais medidas para melhorar o desempenho ... 131

Figura 6.32 – Atuação da certificadora em todo o processo ... 132

Figura 6.33 – Realizadas auditorias após a certificação ... 134

Figura 6.34 – Consciência das empresas quanto ao número das auditorias... 135

Figura 6.35 – Possíveis resultados de uma auditoria de cerificação. ... 136

Figura 6.36 – Classificação dos sistemas de gestão de SHST ... 138

Figura 6.37 – Existência na empresa de pessoal responsável pela gestão de SHST ... 138

-Figura 6.38 – Impacto da implementação da norma na empresa quanto à segurança, higiene e saúde no trabalho implementação da norma ... 139

(11)

-IX

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1- História da saúde e do trabalho, o período de pós 25 Abril de 1974 ... - 15 -

Quadro 2.2- Diplomas de segurança e saúde no trabalho ... - 22 -

Quadro 3.1- Termos e definições da norma OSHAS 18001 ... - 39 -

Quadro 3.3- Correspondência entre OHSAS 18001:2007, ISO 14001:2004 e ISO 9001:2000 ... - 49 -

Quadro 3.4- Comparação entre a norma OHSAS 18001 com OHSAS ISO14001 ... - 53 -

Quadro 3.5- Comparação entre a norma OHSAS 18001:2007 e OHSAS 18001:1999 ... - 56 -

Quadro 4.1- Diplomas de segurança e saúde no trabalho ... - 68 -

Quadro 4.3- Número de certificados por 1000 habitantes em cada região NUT II ... - 70 -

Quadro 4.4- Percentagem de empresas certificadas em cada região NUT II ... - 70 -

Quadro 4.5- Regiões que lideram a nível dos referenciais ISO 9001, ISO 14001 E OHSAS 18001 ... - 71 -

Quadro 5.1- Custos de Prevenção e dos Acidentes- Obras das Antas (Euros)... - 83 -

Quadro 5.2- Custos de Prevenção e dos Acidentes- Obras da Tapada do Outeiro (Euros) ... - 84 -

Quadro 5.3- Valores médios da Relação Custos/ Prevenção das Duas Obras ... - 85 -

Quadro 5.4- Variáveis do acidente mais frequente em 2008 ... - 88 -

Quadro 6.1- População da pesquisa, sua localização e implementação da certificação OHSAS 18001 e áreas de atuação de negócio ... - 102 -

Quadro 6.2- Posição organizacional dos respondentes ... - 106 -

Quadro 6.3- Satisfação atual da empresa quanto à norma e seus anos de certificação com a norma ... - 114 -

Quadro 6.4- Respostas quanto às desvantagens que a norma trouxe às empresas... - 117 -

Quadro 6.5- Nº de colaboradores após a implementação ... - 123 -

Quadro 6.6- Dificuldades encontradas pelas empresas inerentes à certificação da norma ... - 132 -

(12)

X

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

APCER Associação Portuguesa de Certificação

ACT Autoridade para as condições de trabalho

BSI British Standards Institution

CEE Comunidade Económica Europeia

CEN Comité Europeu de Normalização

CRP Constituição da República Portuguesa

ISO International Organization for Standardization

DL Decreto- Lei

EIC Empresa Internacional de Certificação

EMAS Eco-Management and Audit Scheme

HACCP Hazard Analysis and Critical Control Points

HSE Health and Safety Executive

IDI Investigação Desenvolvimento e Inovação

IDICT Instituto de Desenvolvimento E Inspeção Das Condições de Trabalho

IGT Instituto Geral do Trabalho

IIRH Investigação e Intervenção em Recursos Humanos InCI, I.P. Instituto da Construção e do Imobiliário

IPAC Instituto Português da Acreditação

ISO International Organization for Standardization

LVT Lisboa e Vale do Tejo

NP Norma Portuguesa

(13)

XI

OHSAS 18001 /NP 4397

Sistemas de gestão de segurança e saúde no trabalho

OIT Organização Internacional do Trabalho

OMS Organização Mundial da Saúde

PDCA Planear, Fazer, Verificar e Atuar

RAA Regiões Autónomas dos Açores

RAM Regiões Autónomas da Madeira

SGI Sistema de Gestão Integrada

SGQ Sistema de Gestão da Qualidade

SGSST Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho SHST Segurança Higiene, Saúde no Trabalho

(14)

XII

“Mais vale prevenir que remediar”

Adágio Popular

(15)

- 1 -

CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO

1.1- Enquadramento do tema

Este trabalho de investigação visa o estudo da implementação e certificação da norma OHSAS 18001 no sector da construção em Portugal. Pelo que se torna pertinente analisar a norma e a forma como esta surgiu. O sector da construção apresenta um número elevado de acidentes, que aparentemente têm vindo a diminuir, visto que não se sabe, se o mesmo acontece devido à desaceleração da construção, ou por novas políticas de segurança, higiene e saúde. Daí ser de todo o interesse estudar a forma como tem sido implementada a norma OHSAS 18001 nas empresas de construção em Portugal.

Segundo a Comissão Europeia num estudo Estratégico sobre o sector da construção, diz-se “Devido { sua natureza muito fragmentada, o sector da construç~o n~o investe suficientemente na formação, na pesquisa e na comercialização. As pequenas empresas são muitas vezes mal geridas e algumas delas não possuem as competências técnicas necessárias. Um número muito grande de pequenas empresas escapa a qualquer controlo e não aplica as regulamentações em vigor.”[1]. O cen|rio descrito pela Comissão Europeia retrata de alguma forma o panorama atual em Portugal. Na maioria dos estaleiros, existem trabalhadores estrangeiros sendo que alguns não falam, nem compreendem a língua Portuguesa e não possuem qualquer qualificação, neste sector de atividade de elevado risco. Em Portugal, existem inúmeras microempresas e pequenas empresas, muitas delas do tipo familiar, que trabalham com falta de meios físicos, humanos e materiais.

(16)

- 2 - 1.2- Objetivos do estudo

O presente trabalho de investigação tem como objetivo o estudo da implementação e certificação da norma OHSAS 18001 no sector da construção em Portugal. Averiguar em que se baseia esta certificação, que motivos levaram as empresas de construção em Portugal a se certificarem com a norma e se esses motivos foram alcançados, que evolução pode ser identificada após certificação e em que impacto melhorou ou piorou a segurança, higiene e saúde no trabalho no meio das empresas de construção em Portugal e se tem alguma influência a certificação na diminuição dos acidentes de trabalho.

Pretende-se criar uma base, sobre o estudo da certificação e implementação da norma OHSAS 18001 nas empresas de construção em Portugal, apresentando conclusões sobre vantagens e desvantagens da aplicação da norma.

1.3- Estrutura do trabalho

Este trabalho está organizado em sete capítulos.

O presente Capitulo 1 aborda o enquadramento deste trabalho, seus objetivos e a estrutura a realizar.

O Capítulo 2 abrange uma introdução à Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, sua história e os seus principais diplomas.

No Capítulo 3, fala-nos sobre os sistemas de gestão da SST, a norma OHSAS 18001, sua definição e enquadramento histórico, os termos e definições para efeitos da norma, a implementação das normas OHSAS 18001 com correspondência a nível nacional através da NP 4397, as compatibilidades da OHSAS 18001/NP 4397 e sua comparação

(17)

- 3 -

com a norma ISO 14001, as principais modificações entre a OHSAS 18001:2007 e OHSAS 18001:1999, a aplicação da norma e os seus benefícios chave.

O Capítulo 4, define o que é certificação, o processo de certificação, a certificação das organizações pela norma NP 4397/OHSAS 18001 e é finalizado com uma análise sectorial e geográfica dos certificados emitidos e empresas certificadas.

No Capítulo 5, foi abordado o tema dos acidentes de trabalho, apresentando o seu conceito, a classificação dos fatores casuais, a expressão dos acidentes, estatísticas e sinistralidade e por fim a dimensão económica que tem os acidentes de trabalho.

No Capítulo 6 é realizada a metodologia do trabalho de investigação e análise de resultados, resultante do inquérito realizado a uma amostra de empresas de construção em Portugal, certificadas com a norma OHSAS 19001/NP 4397.

Por fim, no Capítulo 7 são apresentadas as conclusões finais e perspetivas a fazer-se para trabalhos futuros.

(18)

- 4 -

CAPÍTULO II- SEGURANÇA, HIGIENE E SAÚDE NO TRABALHO

2.1- Introdução

A Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho é fundamental para o sucesso empresarial, contribuindo para a redução do absentismo e da sinistralidade e para o aumento da produtividade e da competitividade.

O termo “Segurança” deve ser entendido como sendo: “o estado de estar livre de riscos inaceit|veis de danos”, definiç~o convergente com as definições de Brauer (1994) e com a norma OHSAS 18001.

O termo “Saúde” ser| baseado na definiç~o mais abrangente, que é a da OMS: “estado de bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças ou enfermidades”.

Com base nessas duas definições é possível estabelecer a definição de “Segurança e Saúde no Trabalho” que é aplicada neste trabalho: “o estado de estar livre de riscos inaceitáveis de danos nos ambientes de trabalho, garantindo o bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores”. [2]

2.2- Historial da SST no Mundo, na Europa e em Portugal

As primeiras preocupações com as questões relacionadas com as condições de segurança e higiene do trabalho vão surgir durante a Revolução Industrial, o novo ordenamento das cidades e a fixação em massa de pessoas nas cidades, para trabalhar nas unidades fabris, vão desenvolver todo um conjunto de problemas sociais e laborais por entre esta nova classe de operários. As condições de vida degradantes em que esta

(19)

- 5 -

nova classe se encontrava vão conduzir a Grã- Bretanha, no princípio do século XIX, a uma intervenção pioneira ao nível da proteção social dos trabalhadores, assistindo-se ao nascimento dos Serviços de Segurança e Saúde no Trabalho. [3]

Durante todo este processo destacaram-se nomes como Bernardo Ramazzini, Edwin Chadwick e Jojn Simon, com estudos sobre doenças profissionais e condições sanitárias dos trabalhadores. [4]

Em finais do séc. XIX e princípio do século XX, surgiu uma nova filosofia de organização do trabalho designada por “Taylorismo”, que introduziu entre outros as primeiras noções de higiene e segurança no trabalho. Foram também criados os primeiros corpos de inspeção do trabalho, que na ótica da segurança e higiene, se destinavam a controlar as condições de trabalho mais penosas, nomeadamente o trabalho em minas, o trabalho feminino e a duração da jornada de trabalho. Houve anteriormente esforços no sentido de criar corpos de inspeção no trabalho em Inglaterra (1833), em França (1850), na Alemanha (1870), em Itália (1870) e em Espanha (1880). [5]

A Expansão da Revolução Industrial vai fazer nascer, nos Estados Unidos, a American Academy of Occupational Association, que direciona a sua intervenção, pela primeira vez, na área de prevenção da doença e dos acidentes de trabalho.

Em 1919, é criada, na Conferência de Paz posterior à I Guerra Mundial, a Organização Internacional do Trabalho (O.I.T) como uma instituição ligada à Sociedade das Nações, que em 1946 passou a tomar parte das Nações Unidas como mais um dos seus organismos especializados. [4]

A sua carta constitutiva prevê, que cada um dos países subscritores seja obrigado a criar serviços de inspeção das condições de trabalho. Na sua primeira sessão realizada

(20)

- 6 -

no ano de 1919 em Washington, é adotada a 5ª recomendação que visa a inspeção das condições de higiene e segurança no trabalho. [5]

Começa então a esboçar-se o direito de reparação da sinistralidade laboral, e em 1925 a OIT adotou as Convenções 17 e 18, que visam respetivamente a reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais. Após a 2ª Guerra Mundial, em 1947 a OIT adota a Convenção 81, que visa a inspeção do trabalho na indústria e comércio, incidindo nas condições de higiene e segurança no trabalho, e em 1969 adota a Convenção 129, que dentro do mesmo espírito visa a agricultura.

Com o Pós- Guerra os serviços de saúde no trabalho começam a proliferar-se, segundo orientações da O.I.T. (em 1959) por toda a Europa. Em 1950, a primeira comissão mista OIT/OMS viria a estipular os objetivos dos serviços de saúde no trabalho [4]:

- A promoção e a manutenção do mais elevado grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as ocupações e profissões:

- A prevenção da incapacidade temporária ou permanente devido às condições de trabalho;

- A proteção dos trabalhadores contra os riscos resultantes da exposição a fatores nocivos para a sua saúde;

- A colocaç~o e a manutenç~o do trabalhador num posto de trabalho “adaptado ao seu equipamento fisiológico”;

- A adaptação do homem ao trabalho e do trabalho ao homem.

A Lei de 11 de Outubro de 1946, em França, originará o aparecimento dos serviços médicos do trabalho, que se encontravam agregados às questões da proteção, reparação e prevenção. Neste período brotou a noção de que seria mais tarde caracterizada por ergonomia.

(21)

- 7 -

A criação da Comunidade Económica Europeia surgiu como outro momento chave no desenvolvimento das preocupações com as condições de segurança dos trabalhadores. A primeira legislação comunitária no âmbito da prevenção data de 1957, com a Decisão nº4195D0831 (01), publicada no Jornal Oficial nº B 028 de 1 de Agosto de 1957, respeitante ao mandato e regulamento interno do Órgão Permanente para a segurança nas Minas de Hulha. A assinatura do Tratado de Roma já previa no seu art.º 118 reconhecimento da necessidade de promover entre os Estados Membros a medicina do trabalho e no art.º 117 reconhecimento da necessidade de promover a melhoria das condições de trabalho.

O Parlamento Europeu, numa Resolução de 1 de Julho de 1960, relativa aos aspetos humanos e médicos das investigações empreendidas nos países da Comunidade sobre a segurança e a higiene do trabalho, sublinha a necessidade de uma investigação científica realizada à escala europeia. É criada uma comissão para fiscalizar estas questões, que propõe o desenvolvimento, nos países membros de legislação com base nas disposições da Recomendação nº 112 da OIT, adotada em 24.06.1959, relativa à organização dos serviços de medicina do trabalho. Para os efeitos dessa recomendação, a expressão medicina do trabalho designa um serviço organizado no local de trabalho ou na sua proximidade e destinado:

- A assegurar a proteção dos trabalhadores contra qualquer atentado à sua saúde que possa resultar do seu trabalho ou das condições em que este se efetua;

- A contribuir para a adaptação física e mental dos trabalhadores, nomeadamente para a adaptação do trabalho aos trabalhadores e pela afetação dos trabalhadores a trabalhos para os quais sejam aptos;

(22)

- 8 -

- A contribuir para o estabelecimento e manutenção do mais elevado grau possível de bem-estar físico e mental dos trabalhadores.

A recomendação nº 112 da OIT estabelece o princípio “do car|cter essencialmente preventivo dos serviços de medicina de trabalho” e delimita um campo de atividade que compreende tanto o rastreio dos riscos profissionais como a readaptação dos trabalhadores e o estudo fisiológico e psicológico dos postos de trabalho, a higiene das instalações, a admissão e a sua tutela médica, os cuidados de urgência, os trabalhos de pesquisa no domínio da medicina do trabalho.

O princípio enunciado na Recomendação nº 112 da OIT relativo à adaptação recíproca do trabalhador e do seu posto de trabalho, interessa igualmente ao empregador que beneficia ao mesmo tempo de uma maior estabilidade dos seus trabalhadores, tendo um espírito de confiança que um serviço bem organizado de medicina do trabalho favorece na empresa, e de uma melhor utilização da capacidade de produção dos trabalhadores sem perigo para a sua saúde. Portanto, o objeto da Referida Recomendação é levar os então seis países membros a atribuir um estatuto legal à medicina do trabalho na empresa.

A Resolução, de 29.06.1978, do Conselho relativa a um programa de ação das Comunidades Europeias em matéria de segurança e de saúde no local de trabalho, tinha por objetivo geral elevar o nível de proteção dos trabalhadores contra os riscos profissionais de qualquer natureza, através da melhoria dos meios e condições de trabalho, dos conhecimentos e do comportamento humano. Exprimindo a vontade política de, em função da urgência e das possibilidades existentes, quer no plano

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nacional, quer no plano Comunitário, tomar as medidas necessárias para que, desde esta data até final de 1982, sejam executadas as seguintes ações:

- Estabelecer uma metodologia estatística comum, em colaboração com o Serviço de Estatística das Comunidades Europeias, a fim de avaliar de forma suficientemente precisa a frequência, a gravidade e as causas dos acidentes de trabalho, bem como as taxas de mortalidade, doença e absentismo quanto às doenças ligadas ao trabalho;

- Favorecer a troca de conhecimentos, estabelecer as condições para uma estreita colaboração entre os institutos de investigação e identificar os temas de investigação a desenvolver em comum;

- Uniformizar a terminologia e os conceitos quanto aos limites de exposição para as substâncias tóxicas;

- Desenvolver uma ação de prevenção e de proteção em relação às substâncias reconhecidas como cancerígenas fixando os seus limites de exposição, as modalidades de amostragem e os métodos de mediação, bem como condições satisfatórias de higiene no local de trabalho e, caso seja necessário, impondo proibições;

- Estabelecer, em relação a certas substâncias tóxicas especiais, tais como o amianto, o arsénio, o cádmio, o chumbo e os solventes clorados, os limites de exposição, os valores limite dos indicadores biológicos humanos, as modalidades de amostragem e os métodos de mediação, bem como condições satisfatórias de higiene no local de trabalho;

- Estabelecer uma metodologia comum para a avaliação dos riscos para a saúde ligados aos agentes físicos, químicos e biológicos existentes no local de trabalho, especialmente através da procura de critérios de nocividade e da determinação dos valores de referência que conduzem aos limites da exposição;

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- Elaborar material informativo sobre riscos e guias práticos de manipulação no que se refere a um determinado número de substâncias perigosas, tais como os pesticidas, os herbicidas, as substâncias cancerígenas, o amianto, o arsénio, o chumbo, o mercúrio, o cádmio e os solventes clorados;

- Fixar os níveis limite para os ruídos e vibrações no local de trabalho, determinar as modalidades de práticas de proteção dos trabalhadores e reduzir os níveis sonoros no local de trabalho;

- Estudar em comum a aplicação dos princípios da prevenção dos acidentes e da ergonomia na conceção, realização e utilização dos meios de trabalho e promover tal aplicação em certos sectores piloto, incluindo as explorações agrícolas;

- Analisar as disposições e medidas que regulamentam a vigilância da eficácia dos dispositivos de segurança e de proteção e organizar uma troca de experiências neste domínio;

- Desenvolver uma metodologia comum para a vigilância das concentrações das poluições e das intensidades dos fatores ambientais no local de trabalho;

- Efetuar programas de intercooperação e estabelecer métodos de referência para a determinação dos poluentes mais importantes;

- Estabelecer princípios aplicáveis à vigilância excecional no que respeita às equipas de intervenção ou de salvamento, em caso de acidentes ou de sinistro, às equipas de manutenção e de reparação, bem como aos trabalhadores isolados;

- Trocar experiências quanto aos princípios e métodos de organização adotados pelos poderes públicos de inspeção em matéria de segurança, higiene e medicina do trabalho;

- Elaborar esquemas comunitários de iniciação e informação em matéria de segurança e higiene do trabalho em relação a categorias especiais de trabalhadores,

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tais como os trabalhadores migrantes, os trabalhadores recentemente contratados e os trabalhadores que tenham mudado de emprego. [4]

Em 1981 a OIT formula um conjunto de princípios gerais na Convenção 155, que pretendem ser os alicerces da prevenção de riscos profissionais.

Em 1988 é aprovada a Convenç~o nº 167 da OIT “Convenç~o de Segurança e Saúde na Construç~o”. [5]

A Diretiva nº 391 do Conselho, de 12 de Junho de 1989, viria a definir conceitos com o objetivo da melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho. Para efeitos desta diretiva, passa a entender-se por:

- Trabalhador, qualquer pessoa ao serviço de uma entidade patronal, bem como os estagiários e os aprendizes, com exceção dos empregados domésticos;

- Entidade patronal, qualquer pessoa singular ou coletiva que seja titular da relação de trabalho com o trabalhador e responsável pela empresa e/ou pelo estabelecimento;

- Representante dos trabalhadores, desempenhando uma função específica em matéria da proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores, qualquer pessoa eleita, escolhida, ou designada, de acordo com as legislações e/ou práticas nacionais, para ser o delegado dos trabalhadores, no que respeita aos problemas da proteção da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho;

- Prevenção, o conjunto das disposições ou medidas tomadas ou previstas em todas as fases da atividade da empresa, tendo em vista evitar ou diminuir os riscos profissionais. [4]

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As preocupações com a segurança dos trabalhadores são hoje um dos objetivos primordiais das sociedades modernas, estando os métodos de trabalho em constante mutação e adaptação, face ao desenvolvimento contínuo de novas técnicas e procedimentos, a preocupação deverá ser constante na atualização de medidas preventivas e na identificação dos riscos. [4]

Quanto aos modelos de gestão da prevenção dos riscos profissionais na Europa, verificou-se que os países do norte se centraram mais no ambiente de trabalho e os países do sul mais no trabalhador. Este facto implicou que nos primeiros, se desenvolveu a engenharia da segurança no trabalho, a higiene industrial e a ergonomia, mais baseadas em engenheiros, enquanto nos segundos se desenvolveu a medicina no trabalho, mais baseada em médicos. [5]

Atualmente tende-se para uma visão global e integrada da segurança, da higiene e da saúde no trabalho, que envolva toda a empresa em todas as suas vertentes, numa atitude preventiva.

Em Portugal, no início do séc. XIX, institui-se legislação e respetivo serviço de inspeção sobre geradores e recipientes a vapor.

Em 1891 surgiu legislação e criação de serviços de inspeção quanto aos trabalhos de menores e de mulheres nas fábricas e em oficinas, tendo surgido em 1985 legislação idêntica quanto ao trabalho na construção civil, em 1899 quanto ao trabalho nas padarias e em 1901 quanto ao trabalho nas instalações elétricas.

Em 1919 e 1934 surgiu legislação que regulamenta a duração do trabalho e em 1922 surgiu o regulamento de higiene, salubridade e segurança nos estabelecimentos industriais.

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Em 1913 surgiu o sistema de reparação e em 1919 foi definida a responsabilidade patronal pelos acidentes de trabalho e instituído o seguro social obrigatório, acompanhado da criaç~o do “instituto de seguros sociais obrigatórios e da prevenç~o geral”, que em 1933 foi substituído pelo “instituto nacional de trabalho e providência”. Nas décadas de 40 e 50 surgiram por influência francesa e inglesa, os primeiros serviços médicos na empresa, nomeadamente nos grupos económicos servindo assim quer os trabalhadores, quer a empresa. Em 1958, foi publicado o “regulamento de segurança no trabalho da construç~o civil”, acompanhado de uma campanha nacional de prevenção de acidentes de trabalho nesta atividade. Atribui-se à negociação coletiva o papel de regular as comissões de higiene e segurança no trabalho nas empresas, com o objetivo de enquadrar os trabalhadores neste domínio.

Na década de 60 houve quatro momentos importantes, em 1961 foram criados o “gabinete de higiene e segurança no trabalho” e a ”caixa nacional de seguros e doenças profissionais”, em 1962 foi publicado legislação relativa à prevenção médica de silicose, em 1965 surgiu o regime de reparação dos acidentes de trabalho e de doenças profissionais e em 1967 foi aprovada a legislação relativa à medicina no trabalho. Na década de 70 criaram-se os “serviços de medicina no trabalho” nas grandes empresas industriais, por força do “regulamento geral de higiene e segurança no trabalho para a indústria” publicado em 1971, surgindo ainda as primeiras atividades de higiene e segurança no trabalho, nomeadamente nas indústrias química e metalomecânica.

Na década de 80 foi consagrado na revisão constitucional de 1982, o direito à prestação de trabalho em condições de higiene, segurança e saúde, também nesse ano foi criado o “concelho nacional de higiene e segurança no trabalho” por resoluç~o de Conselho de

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Ministros. Em 1984 Portugal ratifica a Convenção n.º 155 da OIT e em 1986 é publicado o “regulamento geral de higiene e segurança do trabalho nos estabelecimentos comerciais de escritórios e serviços”, entre outros.

Mas é na década de 90 que se perspetiva uma política nacional global da segurança, higiene e saúde no trabalho, em que se avalia a implementação dos princípios da Convenção nº155 da OIT e surge a Diretiva Quadro nº 89/391/CEE de 12 de Junho, transposta para a lei portuguesa pelo Decreto-Lei 441/91 de 14 de Novembro.

Surgem como marcos o acordo social de segurança, higiene e saúde no trabalho em Julho de 1991, o regime jurídico de enquadramento da segurança, higiene e saúde no trabalho em Novembro do mesmo ano, o ano europeu para a segurança e saúde no local de trabalho em 1992, a reestruturação da administração do trabalho e criação do IDICT e o regime jurídico de organização e funcionamento das atividades de segurança, higiene e saúde no trabalho.

Em 1995 é transposta para a Lei portuguesa a Diretiva Estaleiros n.º 92/57/CEE de 24 de Junho, através do Decreto-Lei 155/95 de 1 de Julho, que recentemente foi revogado, passando a ser o Decreto-Lei 273/2003 de 29 de Outubro, que assume a transposição da referida Diretiva.

São ainda transpostas para a legislação portuguesa as Diretivas comunitárias relativas a locais de trabalho, nomeadamente equipamento de trabalho, écrans de visualização, equipamento de proteção individual, movimentação manual de cargas, sinalização de segurança, agentes biológicos e indústria extrativa.

Foram ainda adotados novos regimes de licenciamento industrial, de acidentes industriais graves e da organização dos serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho da administração pública. [5]

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Com o período após 25 de Abril de 1974 com a implementação da democracia, muita coisa foi feita por uma melhor gestão e precaução na área da segurança higiene e saúde no trabalho como se pode ver a seguir no quadro 2.1.

Quadro 2.1- História da saúde e do trabalho, o período de pós 25 Abril de 1974 Fonte: [6] [Luís Graça, História da Saúde e do Trabalho (1974-2000)/ History ...

http://www.ensp.unl.pt/lgraca/historia1_legis1974_1999.html ]

Ano Principais factos

1974  O Gabinete de Higiene e Segurança do Trabalho (criado em 1962) passa a Direção de

Serviços de Prevenção de Riscos Profissionais da Direcção-Geral do Trabalho,

Ministério do Trabalho (Dezembro) (D.L. nº 760/74) (A partir de 1993, é integrada no IDICT).

1975

 1º Congresso da Intersindical (25 a 27 de Julho), com a participação de 159 sindicatos. Aprovados os primeiros estatutos da Intersindical.

 Regime jurídico das associações sindicais (D.L. nº 215-B/75, de 30 de Abril).  Regime jurídico das associações patronais (D.L. nº 215-C/75, de 30 de Abril).

 Regime jurídico da cessação do contrato de trabalho (D.L. nº 372-A/75, de 16 de Julho, com alterações posteriores). Revogado em 1989.

1976  CRP consagrado o princípio da "irreversibilidade das nacionalizações" (que perdurará até à revisão constitucional de 1989). A CRP sofrerá quatro revisões até ao final do Século (1982, 1989, 1992, 1997). O artº. 59º, nº 1 (na sua versão de 1981) consagra o direito dos trabalhadores à "prestação do trabalho em condições de higiene, segurança e saúde" (alínea c) bem como à "assistência e justa reparação, quando vítimas de acidente de trabalho ou de doença profissional"

 Concedida a todas as trabalhadoras o direito de licença de noventa dias no período de maternidade (D.L. nº 112/76, de 7 de Fevereiro).

 Regime jurídico das Férias, Feriados e Faltas (D.L: nº 874/76, de 28 de Dezembro)  Ratificação da Convenção da OIT nº 135 (Proteção e facilidades a conceder aos

representantes dos trabalhadores na empresa, 1971).

1977  Ratificação das Convenções da OIT nº 11 (Direito de associação e de coligação dos trabalhadores agrícolas, 1921) e nº 87 (Liberdade sindical e proteção do direito sindical, 1948).

 Regime jurídico do exercício do direito à greve (Lei nº 65/77, de 26 de Agosto).

1978  Lei orgânica do Ministério do Trabalho (D.L. nº 47/78, de 21 de Março): Criação da Direcção-Geral de Higiene e Segurança do Trabalho (integrada em 1993 no IDICT). Passa a editar a publicação mensal Prevenção no Trabalho, de distribuição gratuita e

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essencialmente dirigida às empresas.

 Ratificação das Convenções da OIT nº 97 (Trabalhadores migrantes, revista, 1949) e nº 143 (Trabalhadores migrantes, disposições complementares, 1975).

1979  Participação das organizações de trabalhadores na elaboração da legislação do trabalho (Lei nº 16/79, de 26 de Maio).

Lei das Comissões de Trabalhadores (Lei nº 46/79, de 12 de Setembro).

Regime jurídico das relações coletivas de trabalho (D.L. nº 519-C1/79, de 29 de Dezembro. Alterado por: D.L. nº 87/89, de 23 de Março, D.L. nº 209/92, de 2 de Outubro, e Lei nº 118/99, de 11 de Agosto).

 A CGTP-IN realiza um seminário sindical de higiene e segurança no trabalho, subordinado ao tema pela defesa da saúde e a vida dos trabalhadores.

Criado o Colégio da especialidade de medicina do trabalho, no âmbito da Ordem dos Médicos.

1980  Ratificação de um elevado número de convenções da OIT, algumas já aprovadas várias décadas antes.

 Revisão da lista de doenças profissionais (Decreto Regulamentar nº 12/80, de 8 de Maio). 1981  Ratificação das Convenções da OIT nº 8 (Subsídios de desemprego, naufrágios, 1920), nº 109 (Salários, duração do trabalho a bordo e lotações, revista, 1958), nº 117 (Política social: objetivos e normas de base, 1962), nº 122 (Política de emprego, 1964), nº 137 (Repercussões sociais dos novos métodos das operações portuárias, 1973), nº 142 (Papel da orientação profissional e da formação profissional na valorização dos recursos humanos, 1975), nº 144 (Consultas tripartidas destinadas a promover a execução das normas internacionais do trabalho, 1976), nº 148 (Proteção dos trabalhadores contra os riscos profissionais devidos à poluição do ar, ao ruído e às vibrações nos locais de trabalho, 1977), nº 150 (Administração do trabalho: papel, funções e organização, 1978) e nº 151 (Relações de trabalho na função pública, 1978).

1982  Criação do Conselho Nacional de Higiene e Segurança do Trabalho (Resolução nº 204/82, de 16 de Dezembro, alterada pela Resolução nº 12/83, de 21 de Janeiro, e com Regulamento aprovado por despacho publicado no D.R., I, de 25/6/83). Um nado-morto! 1983  Ratificação das Convenções da OIT nº 22 (Contrato de trabalho dos marítimos, 1926), nº

23 (Repatriamento dos marítimos, 1926), nº 63 (Estatísticas de salários e de horas de trabalho, 1937), nº 77 (Exame médico de aptidão de crianças e adolescentes na indústria, 1946), nº 78 (Exame médico de aptidão de crianças e adolescentes em trabalhos não industriais, 1946), nº 95 (Proteção do salário, 1949), nº 120 (Higiene no comércio e serviços, 1964), nº 129 (Inspeção do trabalho na agricultura, 1969), nº 131 (Fixação dos salários mínimos, 1970), nº 145 (Continuidade do emprego dos marítimos, 1976) e nº 151 (Relações de trabalho na função pública, 1978).

1984  Lei do aborto.

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 Proteção da Maternidade (Lei nº 4/84, de 5 de Abril, e D.L.nº 136/85, de 3 de Maio)  Criada a Direcção-Geral dos Cuidados de Saúde Primários, em substituição da antiga

Direcção-Geral de Saúde. Mantém-se a Direcção-Geral dos Hospitais.

Ratificação da Convenção da OIT nº 146 (Férias anuais remuneradas dos marítimos, 1976).

1985  Lei do Balanço Social (Lei nº 141/85, de 14 de Novembro).

 Novo estatuto do Instituto do Emprego e Formação Profissional (D.L. nº 247/85, de 12 de Julho).

 Ratificação das Convenções da OIT nº 96 (Agências de colocação não gratuitas, revista, 1949), nº 103 (Proteção da maternidade, revista, 1952), nº 124 (Exame médico dos adolescentes, trabalhos subterrâneos, 1965), nº 127 (Peso máximo das cargas que podem ser transportadas por um só trabalhador, 1967), nº 147 (Normas marítimas a observar na marinha mercante, 1976), nº 149 (Pessoal de enfermagem, 1977), nº 155 da (Segurança e Saúde dos Trabalhadores, 1981) e nº 156 (Trabalhadores com responsabilidades familiares, 1981).

1986  Regulamento geral de higiene e segurança do trabalho nos estabelecimentos comerciais, de escritórios e serviços (D.L. nº 243/86, de 20 de Agosto), tornado extensivo aos serviços da Administração Pública (Resolução 14/87/M, de 8 de Julho).

1987  O número de trabalhadores abrangidos pelos serviços médicos do trabalho representa apenas 36,4% do total da população ativa do sector secundário no Continente.

 A CGTP-IN realiza o seminário sobre Ambiente e mundo do trabalho. E durante o ano leva a cabo várias ações de denúncia e de luta contra o trabalho infantil.

 A UGT publica o Contrato social para a modernização.

1988  Em 15 anos, quadruplicou o número de pensionistas por incapacidades permanentes devidas a doenças profissionais (mais de 14 mil, das quais 73% devidas a pneumatoses).  Proteção na doença (D.L. nº 132/88, de 20 de Abril) (Baixas por doença).

1989  Fórum Nacional pelo Fim do Trabalho Infantil (16 de Novembro), organizado pela

CGTP-IN.

 Diretiva 89/391/CEE, de 12 de Junho, sobre saúde e segurança no trabalho.

 Regime jurídico da cessação do contrato individual de trabalho e da celebração e caducidade do contrato de trabalho a termo (D.L. nº 64-A/89, de 27 de Fevereiro).  Regime jurídico do trabalho temporário (D.L. nº 358/89, de 17 de Outubro) (Alterado

pela Lei nº 146/99, de 1 de Setembro, e pela Lei nº 39/96, de 31 de Agosto).  Proteção contra o cloreto de vinilo monómero (D.L. nº 273/89, de 21 de Agosto).

 Proteção contra o chumbo metálico e seus compostos iónicos (D.L. nº 274/89, de 21 de Agosto).

 Proteção contra o amianto (D.L. nº 284/89, de 24 de Agosto, retificado em 31 de Outubro).

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1057/89, de 7 de Dezembro).

 As Faculdades de Medicina do Porto e de Coimbra passam também a ministrar, a par da Escola Nacional de Saúde Pública, o Curso de Especialização em Medicina do Trabalho. 1990  Proposta de lei de bases sobre segurança, higiene e saúde no trabalho (SH&ST) (27 de

Abril), objeto de discussão pública.

 Regulamento geral de segurança e higiene no trabalho nas minas e pedreiras (D.L. nº 162/90, de 22 de Maio) (Revogado o de 1985).

 Semana de luta (25 a 29 de Junho) pelas 40 horas semanais (CGTP-IN)

 Acordo Económico e Social (AES), subscrito no âmbito do Conselho Permanente de Concertação Social (17 de Outubro).

1991  Regime jurídico da SH&ST (Decreto-Lei nº 441/91, de 14 de Novembro) tendo como quadro de referência a Convenção n.º 155 da OIT, de 1981, ratificada por Portugal em 1985, e a Diretiva 89/391/CEE. Reconhecido o direito à participação dos trabalhadores e seus representantes em matéria de: (i) prevenção dos riscos profissionais; (ii) proteção da saúde; e (iii) promoção do seu bem-estar físico, mental e social.

 Proteção contra os riscos de exposição a algumas substâncias químicas (D.L. nº 275/91, de 7 de Agosto).

Regime jurídico do trabalho no domicílio (D.L. nº 440/91, de 14 de Novembro).

Regime jurídico aplicável às situações de pré-reforma (D.L. nº 261/91, de 25 de

Julho).

 Com o apoio do PEDIP, a CGTP leva a cabo uma Campanha Nacional de Sensibilização de Higiene e Segurança no Trabalho.

 Acordo específico sobre SH&ST (30 de Julho), no contexto da execução do AES/CPCS, subscrito por todos os parceiros sociais.

Regime jurídico da cessação do contrato de trabalho por inadaptação do trabalhador (D.L. nº 400/91, de 16 de Outubro)

 Inaugurado o último troço da autoestrada Lisboa/Porto (13 de Setembro).

 1º Fórum Nacional de Medicina do Trabalho, organizado pela Sociedade Portuguesa de Medicina

1992  Ano Europeu para a Segurança, Higiene e Saúde no Local de Trabalho. Mais de trezentas ações levadas a cabo em Portugal.

 Proteção contra os riscos de exposição ao ruído no trabalho (D.L. nº 72/92, e Decreto Regulamentar nº 9/92, ambos de 28 de Abril).

1993  Manifestação em Lisboa, com apoio da CGTP-IN, integrada na jornada da CES (Confederação Europeia de Sindicatos) "Juntos pelo Emprego, pela Europa Social"  Ratificação da Convenção da OIT nº 160 (Estatísticas do trabalho, 1985).

Transposição para a ordem jurídica interna de diversas diretivas da CEE sobre SH&ST. Entre outras, refira-se: Equipamentos de proteção individual (D. L. nº 128/93, de 22 de Abril); Prescrições mínimas de segurança e de saúde na movimentação manual de cargas

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(D.L. nº 330/93, de 25 de Setembro); prescrições mínimas de segurança e de saúde nos locais de trabalho (D.L. nº 347/93, de 1 de Outubro); prescrições mínimas relativas ao trabalho com equipamentos dotados de visor (D.L. nº 349/93, de 1 de Outubro); proteção dos trabalhadores expostos ao amianto (D.L. nº 389/93, de 20 de Novembro); proteção dos trabalhadores expostos a agentes cancerígenos (D.L. nº 390/93, de 20 de Novembro).  Criação do IDICT (Instituto de Desenvolvimento e Inspeção das Condições de

Trabalho) (D.L. nº 219/91, de 16 de Junho). Revogado o Estatuto da Inspeção-geral do Trabalho, aprovado pelo D.L. nº 327/83, de 8 de Julho, com exceção dos artigos 28º a

49º.

 Tabela nacional de incapacidades por acidentes de trabalho e doenças profissionais (D. L. nº 341/93, de 30 de Setembro).

1994  Regime de organização e funcionamento das atividades de SH&ST (D.L. nº 26/94, de 1 de Fevereiro, alterado por ratificação pela Lei nº 7/95, de 29 de Março) (Novas alterações em 1999 e 2000).

 Ratificação da Convenção da OIT nº 171 (Trabalho noturno, 1990).

O IDICT dá início ao lançamento de uma série de Campanhas Sectoriais de Prevenção

dos Riscos Profissionais: Construção (1994/96), PME's (1996/97), Agricultura

(1997/98), Têxtil e Vestuário (1998/99).

1995  A CGTP-IN comemora os seus 25 anos de existência. Para fazer face ao fenómeno da sindicalização que marcou o período de 1980-1995, é lançada uma campanha de angariação de novos sócios.

 Prescrições mínimas para a sinalização de segurança e saúde no trabalho (D.L. nº 141/95, de 14 de Junho).

 Regulamentado o regime de SH&ST (D.L. nº 191/95, de 28 de Julho).

 Portaria nº 1179/95, de 26 de Setembro: Aprova o modelo de ficha para notificação da modalidade adotada pela empresa para a organização dos serviços de SH&ST. Alterada pela Portaria nº 53/96, de 20 de Fevereiro.

Decreto-Lei n.º 155/95, de 01 de Julho, transpõe para a ordem jurídica interna a diretiva 92/57/CEE, do conselho, de 24 de junho, relativa as prescrições mínimas de segurança e saúde no trabalho a aplicar nos estaleiros temporários ou móveis, estabelecendo regras orientadoras das ações dirigidas a prevenção da segurança e saúde dos trabalhadores, nas fases de conceção, projeto e instalação dos referidos estaleiros. Estabelece o regime sancionatório do incumprimento do disposto no presente diploma, aprovando coimas para as contraordenações verificadas e define o destino do produto das mesmas. Publica anexos I a III, relativos ao disposto nos artigos 3, 6 e 7 do presente diploma.

1996  Saúde e Segurança das Trabalhadoras Grávidas, Puérperas e Lactantes (Portaria nº

229/96, de 26 de Junho) (Anexos I e II).

1997  Lei nº 100/97, de 13 de Setembro (Regime Jurídico dos Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais). Revogada a Lei nº 2127, de 3 de Agosto de 1965, e toda a legislação

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complementar.

 Lei nº 118/99, de 11 de Agosto (Desenvolve e Concretiza o Regime Geral das Contraordenações Laborais, através da Tipificação e Classificação das Contraordenações Correspondentes aos Diplomas Reguladores do Regime Geral dos Contratos de Trabalho)  Regime jurídico do contrato de trabalho a bordo de embarcações de pesca (Lei nº 15/97,

de 31 de Maio).

1998 -

1999  Reparação dos Acidentes de Trabalho (D.L. nº 143/99, de 30 de Abril: Regulamenta a

Lei nº 100/97, de 13 de Setembro, no que respeita à reparação dos acidentes de trabalho)  Criado o Fundo de Acidentes de Trabalho (D.L. nº 142/99, de 30 de Abril)

Regulamentação do Seguro de Acidentes para Trabalhadores Independentes (D.L. nº 159/99, de 11 de Maio)

Reparação das Doenças Profissionais (D.L. nº 248/99, de 2 de Julho: Regulamenta a Lei

nº 100/97, de 13 de Setembro, no que respeita à reparação das doenças profissionais)  Lei nº 116/99, de 4 de Agosto (Regime Geral das Contraordenações Laborais)

(Revogado o D.L. nº 491/85, de 26 de Novembro).

Código de Processo de Trabalho (D.L. nº 480/99, de 9 de Setembro) (Entra em vigor

em 1 de Janeiro de 2000. Revogado o D.L. nº 272-A/81, de 30 de Setembro).

 Livro Branco dos Serviços de Prevenção da Empresa (IDICT, Ministério do Trabalho e Solidariedade).

 5º Fórum Nacional de Medicina do Trabalho, organizado pela Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho.

2000  D.L.nº 109/2000, de 30 de Junho: Altera o D.L. nº 26/94, de 1 de Fevereiro, alterado pelas Leis nº 7/95, de 29 de Março, e nº 118/99, de 11 de Agosto, que estabelece o regime de organização e funcionamento das atividades de SH&ST

 D.L. nº 110/2000, de 30 de Junho: Estabelece as condições de acesso e de exercício das profissões de técnico superior de segurança e higiene do trabalho e de técnico de segurança e higiene do trabalho

 Nº de médicos diplomados com cursos de especialização em medicina do trabalho: 1200. Especialistas em medicina do trabalho (Colégio da Especialidade de Medicina do Trabalho, Ordem dos Médicos Portugueses: 390).

2001  Acordo de Concertação Social sobre SH&ST (9 de Fevereiro). Lista das Doenças Profissionais (Dec. Reg. nº 6/2001, de 5 de Maio).

 Decreto-Lei N.º 245/2001, de 8 de Setembro de 2001 (Reestrutura o Conselho Nacional de Higiene e Segurança no Trabalho, criado pela Resolução do Conselho de Ministros N.º 204/1982, de 16 de Novembro, revendo as suas atribuições, composição e estrutura, tendo em vista a sua reativação).

(35)

- 21 -

2002  Decreto-Lei nº 29/2002, de 14 de Fevereiro: Cria o Programa de Adaptação dos Serviços de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho.

 Portaria nº 1031/2002, de 10 de Agosto: Aprova o novo modelo de ficha de exames de saúde.

 Portaria nº 1184/2002, de 29 de Agosto: Aprova o modelo de relatório anual da atividade dos serviços de SH&ST.

 Reforma da legislação laboral: Anteprojeto de Código do Trabalho (Ministro Bagão Félix). 2003  Código do Trabalho (Lei nº 99/2003, de 27 de Agosto) >Segurança, Higiene e Saúde no

Trabalho (Art. 272º a 280º).

 Decreto-Lei nº 273/2003 de 29 de Outubro - Condições de segurança e de saúde no trabalho em estaleiros temporários ou móveis. Prescrições mínimas de segurança e saúde no trabalho estabelecidas pela Directiva n.º 92/57/CEE, do Conselho, de 24 de Junho. Revoga o Decreto-Lei n.º 155/95, de 1 de Julho.

2004  Ano Europeu da segurança na construção.

 Lei nº 35/2004, de 29 de Julho (Regulamenta a Lei nº 99/2003, que aprovou o Código do Trabalho) > vd. Organização dos serviços de SH&ST (art.º. 211º a 263º); Representantes dos trabalhadores para a SH&ST (art.º. 264º a 289º).

 De acordo com o definido no D.L. n.º 171/2004, de 17 de Julho, a Área da Prevenção do Instituto para o Desenvolvimento e Inspeção das Condições de Trabalho dará lugar ao Instituto para a Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (ISHST). É autonomizada a Inspeção Geral do Trabalho.

 Este Instituto, conforme a alínea e) do número 4 do art.º. 12º do D.L. n.º 215-A/2004 (que aprova a orgânica do XVI Governo Constitucional), transita do extinto Ministério da Segurança Social e do Trabalho para o Ministério das Atividades Económicas e do Trabalho.

(36)

- 22 - 2.3- Principais diplomas de segurança e saúde do trabalho

Os principais diplomas de segurança e saúde no trabalho estão apresentados no quadro seguinte.

Quadro 2.2- Diplomas de segurança e saúde no trabalho

Fonte: Adaptado de [7] [CURSO DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO DIREITO DA ... Disponível em www.forma-te.com/mediateca/download.../12679-manual.html ]

1. Gestão da segurança e saúde do trabalho

1.1. Enquadramento geral

Código do Trabalho (aprovado pela Lei n.º 7/2009, 12 de Fevereiro) - (artigos 281º e 282º) Regulamentação: L 102/2009, 10 de Setembro

1.2. Conselho Nacional de Higiene e Segurança do Trabalho,

Lei n.º 245/2001, de 8 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 121/2006, de 22 de Junho

1.3. Organização dos serviços de prevenção na empresa

Lei n.º 102/2009, 10 de Setembro (artigos 73º a 110º)

1.4. Representantes dos Trabalhadores para a Segurança e Saúde do Trabalho

Lei n.º 102/2009, 10 de Setembro (artigos 21º a 40º)

1.5. Notificação à ACT sobre a organização dos Serviços SHST

Portª 1179/95, 26/Setembro

Alterações: Portª 53/96, 20/Fevereiro

1.6. Ficha de exames de saúde (medicina do trabalho)

Portª 299/2007, 16/Março

1.7. Relatório anual dos serviços de prevenção das empresas

Portaria n.º 55/2010, de 21 de Janeiro

1.8. Certificação dos Técnicos de Segurança e Higiene do Trabalho

DL 110/2000, 30/Junho

(37)

- 23 -

1.9. Enquadramento da SST na função pública

Lei n.º 59/2008, de 11 de Setembro (artigos 221.º) e Anexo II «Regulamento» (artigo 138.º)

1.10. Regulamento de consumo, disponibilização e venda de bebidas alcoólicas na administração pública

Portaria n.º 390/2002, de 11 de Abril

2. Componentes materiais do trabalho

2.1. Locais de trabalho

Decreto-Lei n.º 347/93, de 1 de Outubro (alterado pela Lei n.º 113/99, de 3 de Agosto) e Portaria n.º 987/93, de 6 de Outubro

2.2. Proteção da exposição ao fumo do tabaco

Lei n.º 37/2007, de 14 de Agosto

2.3. Equipamentos de trabalho

DL 50/2005, 25/Fevereiro

2.4. Equipamentos dotados de visor

DL 349/93, 1 Outubro

Alterações: Lei n.º 113/99, 3 de Agosto Regulamentação: Portª 989/93, 6 Outubro

2.5. Movimentação manual de cargas

DL 330/93, 25 Setembro

Alterações: Lei n.º 113/99, 3 de Agosto

2.6. Riscos específicos 2.6.1. Agentes físicos Ruído no trabalho DL 182/2006, 6/Setembro Vibrações DL 46/2006, 24/Fevereiro Radiações ionizantes Regime geral DL 165/2002, 17/Julho DL 348/89, 12/Outubro Regulamentação Dec. Reg 9/90, 19/Abril DL 222/2008, 17 de Novembro DL 174/2002, 25 de Julho

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- 24 -

2.6.2. Agentes químicos

Agentes químicos e valores limite de exposição

DL 290/01, 16 Novembro DL 305/2007, 24 de Agosto Cancerígenos Regime geral DL 301/2000, 18 Novembro DL 479/85, 13 Novembro Substâncias proibidas DL 275/91, 7 Agosto Alterações: L 113/99, 3 Agosto Amianto DL 266/2007, 24/Julho Chumbo DL 274/89, 21 Agosto

Alterações: Lei n.º 113/99, 3 Agosto

2.6.3. Explosivos DL 376/84, 30/Novembro DL 303/90, 27/Setembro 2.6.4. Agentes biológicos DL 84/97, 16 Abril Alterações: L 113/99, 3 Agosto

Regulamentação: Portª 405/98, 11 Julho Alterações: Portª 1036/98, 15 Dezembro Microrganismos geneticamente modificados DL 2/2001, 4 Janeiro

3. Proteção 3.1. Sinalização de segurança DL 141/95, 14 Junho

Alterações: Lei n.º 113/99, 3 de Agosto

Regulamentação: Portª 1456-A/95, 11/Dezembro

3.2. Equipamentos de proteção individual

DL 348/93, 1 Outubro

Alterações: Lei n.º 113/99, 3 Agosto Regulamentação: Portª 988/93, 6 Outubro

(39)

- 25 -

4.Trabalhadores mais vulneráveis face aos riscos

profissionais

4.1. Menores

Regime geral: Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, 12 de Fevereiro (artigos 72º-80º)

Trabalhos proibidos ou condicionados: L 102/2009, 10 de Setembro (artigos 61º a 72º)

4.2. Mulheres grávidas, puérperas ou lactantes

Regime geral: Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, 12 de Fevereiro

(artigos 58º- 62º)

Trabalhos proibidos ou condicionados a menores: Lei n.º 102/2009, 10 de Setembro

(artigos 51º- 60º)

4.3. Trabalhadores com capacidade de trabalho reduzida

Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, 12 de Fevereiro (artigo 84º)

4.4. Trabalhadores com deficiência ou doença crónica

Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, 12 de Fevereiro (artigos 86º-88º)

4.5. Trabalhadores em regime de cedência ocasional

Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, 12 de Fevereiro (artigos 291º e 293º)

4.6. Trabalhadores temporários

Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, 12 de Fevereiro (artigos 185º - 189º)

4.7. Teletrabalhadores

Código do Trabalho – CT (Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro), artigos 165.º a 171.º

4.8. Trabalhadores no domicílio

Código do Trabalho – CT (Lei n.º 7/2000, de 12 de Fevereiro), artigo 10.º e Lei n.º 101/2009, de 8 de Setembro

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- 26 -

5. Sectores especiais

5.1. Proteção do património genético

Lei n.º 102/2009, de 10 de Novembro (artigos 41.º a 49.º)

5.2. Estabelecimentos industriais

Portaria n.º 53/71, de 3 de Fevereiro

Alterações: Portaria n.º 702/80, de 22 de Setembro

5.3. Estabelecimentos comerciais, de escritório e serviços

Decreto-Lei n.º 243/86, de 20 de Agosto

5.4. Sistemas públicos de distribuição de águas e drenagem de águas residuais

Portaria n.º 762/2002, de 1 de Julho

5.5. Estabelecimentos de fabrico de produtos explosivos

Decreto-Lei n.º 139/2002, de 17 de Maio 5.6. Construção Coordenação de segurança DL 273/2003, 29 Outubro Regulamentos de segurança Portª 101/96, 3/Abril Dec. 41821, 11/Agosto/1958 Dec. 46427, 10/Julho/1965 5.7. Indústrias extrativas Decreto-Lei n.º 324/95, de 29 de Novembro

5.8. Locais de trabalho nas indústrias extrativas por perfuração a céu aberto

Portaria n.º 197/96, de 4 de Junho

5.9. Locais de trabalho nas indústrias extrativas subterrâneas

Portaria n.º 198/96, de 4 de Junho

Regulamento Geral de Segurança e Higiene no Trabalho nas Minas e Pedreiras

Decreto-Lei n.º 162/90, de 22 de Maio

5.10. Navios de pesca

Decreto-Lei n.º 116/97, de 12 de Maio e Portaria n.º 356/98, de 24 de Junho

Imagem

Figura 3.2 – Modelo de sistema de gestão da Segurança e Saúde do Trabalho   Fonte: [14] Adaptado da Norma NP 4397:2008/ OHSAS 18001
Figura 3.3– Aplicação do ciclo PDCA à gestão de sistemas       Fonte: Autor
Figura 5.8 – Acidentes de trabalho, taxa de incidência e dias de trabalho perdidos, anos 2000 a 2008  Fonte: [33][http://www.gep.mtss.gov.pt/estatistica/acidentes]
Figura 5.9 – Acidentes de trabalho com ausências por atividade económica e nacionalidade  Fonte: [33][http://www.gep.mtss.gov.pt/estatistica/acidentes]
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Referências

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