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Semiárido brasileiro: alguns desafios

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Academic year: 2021

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ISSN 2525-5215

DOI: 10.17648/diversitas-journal-v2i2.567

Volume 2, Número 2 (mai./ago. 2017) pp: 279-283. www.kentron.ifal.edu.br/index.php/diversitas_journal © Diversitas Journal

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Semiárido brasileiro: alguns desafios

Cícero Moisés Andrade1; Leônidas de Santana Marques2

1Graduado em Licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Alagoas, Campus do Sertão.

Delmiro Gouveia-AL. Contato: cicero.moises2009@hotmail.com

2Professor Adjunto da Universidade Federal de Alagoas, Campus do Sertão. Delmiro Gouveia-AL.

Contato: leonidas.marques@delmiro.ufal.br

RESUMO: Este texto é parte do trabalho de conclusão do curso de licenciatura em Geografia do Campus

do Sertão da Universidade Federal de Alagoas. Nosso objetivo é construir reflexões gerais sobre o semiárido brasileiro, levantando alguns apontamentos sobre a região em seus desafios e potencialidades. O governo federal vem implantando projetos importantes na região do alto sertão, pois tem mostrado resultados significativos na vida do povo nordestino. Porém servem apenas para amenizar os problemas reais existentes, tendo em conta que geralmente são ações assistencialistas e que vão se eternizando. PALAVRAS-CHAVE: análise regional; políticas públicas; desenvolvimento.

ABSTRACT: This text is part of the conclusion of the degree course in Geography of the Sertão Campus of the Federal University of Alagoas. Our goal is to build general reflections on the Brazilian semi-arid region, raising some notes about the region in its challenges and potentialities. The federal government has been implementing important projects in the high sertao region, as it has shown significant results in the life of the Northeastern people. But they serve only to alleviate the suffering of the people that are usually welfare actions and that are becoming eternal.

KEYWORD: regional analysis; public policy; development. .

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Ao longo de muitos anos da segunda década do século XXI, o semiárido brasileiro enfrentou um prolongado período da seca. A ausência de níveis mais elevados de precipitação, ou mesmo sua instabilidade, afetam diretamente o camponês mais pauperizado, no plantio de feijão, milho, mandioca e na criação de alguns pequenos rebanhos (bovino, caprino, ovino, suíno etc.). Este contexto é ainda mais delicado quando consideramos que esses produtos que vão garantir em grande parte a alimentação da família no decorrer do ano, principalmente no verão em época de grande escassez e de poucos recursos. Nosso objetivo é construir reflexões gerais sobre o semiárido brasileiro, levantando alguns apontamentos sobre a região em seus desafios e potencialidades.

Algumas ações são esperadas por parte dos governantes, pois as políticas públicas eficientes que poderiam ser aplicadas especialmente em áreas atingidas pela seca de forma que não comprometessem a esperança do povo. As ações do Estado na região são marcadas pela contradição, trazendo morte, instabilidade econômica e social, por falta de recursos e/ou ineficiência na gestão daquilo que chega.

O Estado brasileiro foi durante muito tempo o único provedor das políticas públicas, e mais especificamente no semi-árido brasileiro as ações se deram pela intervenção estatal, inicialmente pelo Império de Dom Pedro II, quando à ocorrência da seca de 1877. Foi criada uma comissão imperial para a elaboração de estudos em busca dos meios práticos para o abastecimento d’água que suprissem as demandas da população, animais e irrigação. Dá-se o início de políticas públicas direcionadas para o problema no semi-árido, e também o início da “solução hidráulica” (LIMA, 2006) dada pelas técnicas de açudagem, sendo iniciada nesse período a construção do açude do Cedro em Quixadá, no sertão cearense. (PONTES; MACHADO, 2009, p. 7-8).

Antes mesmo do período republicano, a história reluz em grandes calamidades decorrentes com a seca, causando tragédias lastimáveis para a região do nordeste brasileiro. Destacamos as grandes secas de 1870 e 1930, como fatos históricos que afetaram grande parte do povo nordestino. Desde o tempo do império, o fenômeno da seca no nordeste vem preocupando as autoridades locais e nacionais. Dom Pedro II no século XIX, preocupado com a seca que assolava o nordeste e principalmente a região do semiárido, propôs a construção de grandes barragens para armazenar a água provida das precipitações. Em princípio começou a implantar alguns projetos no Estado do Ceará, com a construção do açude Cedro em Quixadá entre outros, pois serviram como

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alternativa para amenizar o sofrimento da população, um fenômeno natural típico da região do sertão nordestino que tem provocado grandes transtornos para os habitantes.

Todo Sertão possui clima quente com temperaturas médias anuais em torno de 25ºC – que varia de uma estação para outra – e com uma amplitude térmica anual inferior a 5ºC, como costuma acontecer nas regiões de baixa latitude. Quando ao regime de chuvas, observa-se a existência de duas estações bem definidas: uma chuvosa, compreendendo os meses de verão e outono, e outras, mais complicada, seca, que se estende pelos meses correspondentes ao inverno e à primavera. Assim, o sertanejo, previdente, guarda para os meses do estio parte dos alimentos que adquire durante a estação chuvosa e recorre como alimentação suplementar para o gado ao restolho das culturas de milho e do algodão, sobretudo, assim como utiliza também as cactáceas nativas, - o mandacaru, o facheiro, o xiquexique – e a macambira, na alimentação de animais. Tudo corre normalmente, com uma estação de fartura e outra de privações, se não advém a seca. Esta surge quando, com o verão, não vêm as chuvas. O sertanejo está sempre preocupado com a possibilidade de uma seca, já que desde os tempos dos coloniais ela se vem repetindo, com maior ou menor intensidade, mas com periodicidade impressionante. (ANDRADE, 2011, p. 57).

Este texto é parte do trabalho de conclusão do curso de licenciatura em Geografia do Campus do Sertão da Universidade Federal de Alagoas. Nosso objetivo é construir reflexões gerais sobre o semiárido brasileiro, levantando alguns apontamentos sobre a região em seus desafios e potencialidades. Para amenizar o sofrimento por falta de produção agrícola em época de escassez, o sertanejo se utiliza de uma tática muito comum do sertão. Quando o tempo está chuvoso e propício para uma boa produção de alimentos, o sertanejo armazena grande parte do alimento produzido no campo para garantir a sobrevivência humana e dos animais; durante todo o ano ou enquanto durarem os tempos incertos e de pouca chuva. Não obstante, correm o risco de sofrerem uma grande tragédia por falta de alimento e água, pois vivem dependendo das condições climáticas da região, que anos e anos esse fenômeno vem apresentando riscos à sobrevivência humana, animal e vegetal pela alternância das temperaturas e da pluviosidade que vai de altos e baixos níveis ao clima quente e seco e com pouca precipitação. Assim, sem condições de plantarem e criarem os animais, recorrem aos governantes ou migram em massa para os centros urbanos.

Nas descrições que nos legaram os cronistas e os médicos, testemunhas oculares principalmente das secas de excepcionais proporções, como as de 1744, de 1790, de 1877, de 1846, de 1915 e de 1932, encontraram-se instantâneos destes retirantes em todos os graus e formas da penúria orgânica, caindo de fome à beira das estradas. (CASTRO, 2011, p. 210)

Os relatos dos cronistas e dos médicos sobre as grades secas dos séculos XVII, XVIII e XIX, causaram grades penúrias na vida dos nordestinos, pois são muito

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importantes esses relatos para o nordestino vulnerável se prevenir e não correr o risco de morrer das possíveis calamidades naturais da região atingida pela seca.

PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

Este texto é fruto de um processo de reflexão teórica que teve como principal técnica de pesquisa a revisão bibliográfica de autores que discutem o contexto atual do semiárido brasileiro. Também se incorporou ao texto algumas ponderações sobre a realidade do semiárido alagoano, tendo em conta observações in loco.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Atualmente as autoridades com as ações do governo federal vêm tentando ampliar e melhorar as condições de vida dos nordestinos, projetos como à distribuição de água para todos, energia elétrica etc., são exemplos, como também as construções e distribuições de cisterna, o canal do sertão, perfurações de poços, açudes, barragem.

Ano após ano, governo a governo, atribuiu-se à seca como o elemento delimitador ao desenvolvimento da região nordestina. As ações costumeiramente elencadas como distribuição de cestas básicas e uso de carros-pipas, em geral, são quase sempre insuficientes para sanar a demanda de água da população. Como consequência, a cada ano a dependência a essas medidas persiste, visto que são meramente paliativas. Essas ações apenas atenuam por curto tempo a falta de água, entretanto não modificam a situação de quem mais sofre com esse problema, a população rural, o que influencia também nas grandes aglomerações urbano devido o aumento do êxodo rural e o consequente inchaço das periferias das grandes cidades. Ao invés de melhorar a situação da população o que se percebe é uma estagnação quando o assunto é dar novas possibilidades ao sertanejo de conviver com seu entorno e suas peculiaridades. (PONTES; MACHADO, 2009, p. 2-3)

O governo federal vem implantando projetos importantes na região do alto sertão alagoano, pois tem mostrado resultados significativos na vida do povo nordestino. Porém servem apenas para amenizar o sofrimento do povo, tendo em conta que geralmente são ações assistencialistas e que vão se eternizando. Consequentemente expulsam os habitantes, não apresentando propostas coerentes e objetivas capazes de gerar uma solução sólida e a independência para induzir o camponês a produzir na sua região.

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Página | 283 CONCLUSÃO

Devemos acreditar em uma nova concepção de hábitos e costumes para os camponeses que sobrevivem na região semiárida do Alto Sertão de Alagoas. Por exemplo, a criação de algum animal resistente à região e que pode favorecer ao pequeno produtor grandes vantagens e proporcionar uma renda extra, alimentos e um plano sustentável para a família.

A solução é proporcionar mudança no comportamento alimentar e produtivo da população, oferecer um produto que diz respeito com a qualidade e a perspectiva dos desejos daqueles que procuram uma alimentação saudável e nutritiva, sem grandes prejuízos.

REFERÊNCIAS

1. ANDRADE, Manuel Correia de. A terra e o homem do Nordeste: contribuição ao estudo da questão agrária no Nordeste. 8 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

2. CASTRO, Josué de. Geografia da fome. 11 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

3. PONTE, Emilio Tarlis Mendes; MACHADO, Thiago Adriano. Programa de um Milhão de Cisternas Rurais no Nordeste Brasileiro: Politicas Públicas,

Desenvolvimento Sustentável e Convivências com o Semi-Árido. In: Encontro Nacional de Geografia Agrária, 19, São Paulo. Anais do... 2009.

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