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Participação política da juventude no cyber espaço

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Academic year: 2021

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Participação política da juventude no cyber espaço

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Shayana Busson dos Santos†††

Mary Garcia Catro‡‡‡

Palavras Chaves: Juventude; Política; internet; cyber-militância

***

Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008”;

†††

Shayana Busson é Bolsista do Programa Institucional Brasileiro de Iniciação Científica –PIBIC, Universidade Católica de Salvador

‡‡‡

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Participação política da juventude no cyber espaço

§§§

Shayana Busson dos Santos****

Mary Garcia Catro††††

1. INTRODUÇAO

Neste artigo se analisa a comunicação via alguns mecanismos da realidade virtual, como blogs, e-mails e okurt , sobre temas políticos, partindo da premissa que essas são formas de cyber-política que vêm atraindo jovens e têm características singulares quer em comparação com outras formas de participação quer pelo seu conteúdo, expressando percepções e projetos, em particular dos jovens que configuram um tipo contemporâneo de cidadania ativa.

Na primeira parte, considerando literatura sobre o tema, discutem-se características da cyber-política e seus nexos e especificidades em relação a outras formas de participação e se reflete sobre o tipo de militância zapatista, seu apelo à Internet. Já na segunda sessão se apresenta informações sobre a estrutura da Internet, e os principais programas utilizados pela cyber-militância, além de considerações sobre exclusão digital no Brasil. Na última parte foi analisada a trajetória de ocupação da Universidade de São Paulo sobre o aspecto virtual, além de compararmos seus mecanismos virtuais com os mecanismos virtuais do grupos de e-mails da Federação Nacional de Estudantes de Direito.

§§§

Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- MG – Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008”;

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Shayana Busson é Bolsista do Programa Institucional Brasileiro de Iniciação Científica –PIBIC, Universidade Católica de Salvador

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2. CYBER-POLÍTICA: CONCEITO E MOVIMENTOS SOCIAIS

Desde 1968 a juventude tem introduzido novos parâmetros teóricos e práticos no que concerne sua participação política na sociedade. Emerge, em nosso dia a dia, diversos movimentos jovens que não mais se resumem às organizações partidárias, sindicatos e grêmios estudantis, bem como as temáticas suscitadas por esses movimentos também não mais se restringem à clássica luta pelo socialismo. Abordagens sobre gênero, raça, ecologia, direitos sexuais e reprodutivos, estruturas como posses de hip hop, grupos de estudos e ongs representam uma nova configuração da prática política juvenil.

Ampliando nossa lente, é possível perceber que dentro desse cenário contemporâneo de interferência política da juventude há até formas não presenciais de luta e participação política, como o caso dos aqui identificados, ciber-políticos. De acordo com Manuel Castells (1999) a transformação da política e dos processos democráticos na sociedade hoje tem como principal fator responsável o uso de novas tecnologias da informação, destarte, nosso presente trabalho visa debruçar-se sobre as práticas on-line de participação política da juventude.

Os programas na internet como chats, home pages, e-mails, orkut, blogs e msn representam o principal espaço virtual utilizado pelos cyber-militantes, entendidos aqui como pessoas que estão engajadas na vida política por meio da internet.

A cyber-militância atua de duas maneiras, ela tanto pode fortalecer ações no plano virtual que resultem na prática em protestos ou boicotes, como também pode vir a fortalecer e fomentar ações no plano unicamente virtual, denunciadoras, através de manifestos virtuais. Isto é, a participação política on-line tanto pode atuar de maneira que a Internet seja um meio, como de maneira que seja um fim em si mesma.

O caso dos protestos estudantis ocorridos na França, em março de 2006, contra a implantação do contrato de primeiro emprego, que paralisou mais de 84 universidades mobilizando aproximadamente 1.5 milhões de pessoas, é um exemplo de como o cyber-espaço propicia uma nova relação do jovem com a política, a saber, toda tática de manifestação em rua foi definida e teve sua efervescência por meio da Internet, inclusive:

o termômetro da rejeição estudantil ao projeto governamental sobre o primeiro emprego fora previsto não mais pelas pesquisas de opinião, mas a partir da divulgação dos números sobre acessos à blogs contra e a favor da medida, bem como das estatísticas sobre comentários e postings. (CASTILHO, 2006)

Como analisa Carlos Castilho (2006), a ciber-militância, ou, como denomina o autor, a política on-line, inverte a estratégia de luta política na circunstância em que os cyber-políticos geralmente atuam sozinhos, não elegem lideranças, e só se encontram no momento mesmo das manifestações. Distinto de partidos e sindicatos que se consolidam na construção

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cotidiana de lutas e idéias, a cyber-política caracteriza-se, muitas vezes, pelo anonimato e espontaneísmo de ações interventoras.

Os protestos franceses podem nos mostrar que a ação virtual dos aqui chamados cyber-políticos refletiu-se e é tão capaz de refletir-se na realidade tangível quanto as ações políticas tradicionais centralizadas em partidos, ongs, sindicatos, etc, o que não implica dizermos que a ação política virtual vem a substituir as entidades políticas presenciais, mas, sim, que enquanto forma de participação coletiva, tem sua autonomia perante essas instituições políticas.

Outro exemplo de luta política no cybe-espaço foi a dos zapatistas em 1995, quando “seu sucesso deveu-se, em grande parte, à sua estratégia de comunicação, a tal ponto que eles podem ser considerados o primeiro movimento de guerrilha informacional” (CASTELL, 1999, pág 103). No entanto, diferente dos protestos franceses de 2006, o zapatismo tem início em bases autênticas da sociedade, pessoas armadas em luta direta contra a exclusão social, e só posteriormente utilizou-se da Internet para fortalecer-se. Já na França, a base política foi inicialmente pela Internet, desaguando em protestos nas ruas.

A autora ABDEL-MONEIM (2002) considera a circulação global do neo-zapatismo como símbolo de resistência no ciberespaço sugerindo a necessidade de novas formas de leitura dos movimentos sociais na era digital:

Depois dos primeiros dias de conflito armado, o EZLN (exército zapatista de libertação nacional), na maioria das vezes, utiliza-se de estratégias não-violentas; uma delas é uma chamada à solidariedade da sociedade civil mexicana e do público internacional. Um elemento importante para o sucesso dos/das rebeldes em resistir às tentativas do exército que os quer esmagar é a circulação efetiva de comunicações via e-mail e websites, assim como a divulgação de informações sobre a crise através do apelo às organizações não-governamentais (ONGs) que produzem boletins de ação urgente e publicam casos de abusos de direitos humanos na Internet. Tais iniciativas de contatos através do espaço cibernético ajudam a transmitir notícias de minuto a minuto que complementam, corrigem e contradizem as reportagens mais comuns e convencionais. Além disso, a agenda dos/das rebeldes tem despertado o interesse de uma grande variedade de indivíduos e grupos internacionais, tais como ativistas de direitos humanos, acadêmicos, artistas, músicos populares, jornalistas progressistas e grupos ecumênicos em prol da justiça social, que têm realizado produções simbólicas pela Internet. (ABDEL-MONEIM, 2002, p. 41)

Há, igualmente, segundo Sarah Grussing Abdel-Moneim (2002) a criação de um “teatro da resistência”, onde adereços, fotos, vídeos, gritos de guerra e entrevistas dos neo-zapatistas são disseminados por toda web, retirando essas comunidades autônomas do isolamento das regiões do México e as colocando no centro de um espaço discursivo transnacional do contexto de projetos neoliberais. Nessa mediação, os “guerrilheiros virtuais” em suas constantes produções, também promovem o aparecimento de esquemas descentralizados de solidariedade e comunicação, como é o caso dos diversos fóruns feministas on-line que surgiram após as imagens divulgadas sobre a participação das mulheres nas zonas de conflitos armado:

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Os guerrilheiros virtuais que manipulam a mídia têm dado fôlego ao movimento rebelde na Zona de Conflito em momentos em que maiores ajudas pareciam fúteis, e a resistência dos/das rebeldes, do mesmo modo, alimentou o movimento virtual em épocas em que a atenção mundial se voltava para outros lugares. ( ABDEL-MONEIM, 2002, p.60)

Ainda em ABDEL-MONEIM, a rede de solidariedade lançada na Internet se configura como ato de resistência e inverte a própria lógica original da criação da Internet, pois, nascida enquanto arma militar torna-se instrumento de libertação para os movimentos sociais. De outra forma dizemos que opoder econômico-militar neoliberal que criou a internet para fins exploratórios, enquanto arma militar, torna-se instrumento de emancipação e luta para os movimentos sociais.

Outra afirmativa relacionada à movimentos sociais e Internet é a de especialistas da Rand Corporation que tendo previsto as guerras informacionais do tipo zapatista desde 1993 afirmam que as forças revolucionárias do futuro podem incluir ardorosos defensores do uso de tecnologia avançada para comunicação, consistindo-se em redes multiorganizacionais desprovidas de identidades nacionais e particulares (CASTELLS, 1999).

Nos Estados Unidos, milícias militares autônomas formadas por cidadãos comuns empenhados em ideologias patrióticas, religiosas, muitas vezes racistas e machistas contam o computador como principal arsenal de vínculo entre seus membros. As razões da constante participação política desses norte-americanos através da Internet têm sido apontadas pelos próprios membros das milícias, dentre elas o fato da Internet constituir ambiente propício à entusiastas de conspiração, onde a veracidade de suas informações não pode ser confirmada; outra razão é que na Internet reproduz-se uma certa agregação autônoma e espontânea, onde mais importam os objetivos incomuns do que fundamentos sólidos e/ou científicos das mensagens. (CASTELLS, 1999).

Interessante notar, em mais um exemplo, que na quarta feira dia 17 de maio de 2007 uma onda de buscas e apreensões tomou conta de Berlim, na Alemanha. 800 policiais da polícia federal e mais 20 procuradores públicos invadiram centros sociais, e várias residências em busca de pessoas suspeitas de estarem se organizando contra a reunião do G8, que se realizará em junho neste país. O site Mídia Independente‡‡‡‡ nos informa que:

A investigação criminal também deu atenção especial ao servidor ativista so36.net, onde estão hospedados sites e listas de e-mails de diversos projetos alternativos e de esquerda, atingindo criticamente a comunicação das movimentações anti-G8.( MÍDIA INDEPENDENTE, 2007)

Até então o presente artigo abordou questões da cyber-militância relativa à construção de ações políticas pelos próprios militantes, porém as práticas on-line de participação política também incluem as relações de cidadania participativa promovida pelos Estados nacionais a partir de portais governamentais na internet.

A citar, a participação política estatal via Internet inova as relações que os cidadãos têm com os governos, e segundo VAZ (2003), tem duas características básicas, quais sejam: a transparência e a interatividade. “A transparência é definida como a informação que

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um órgão público apresenta a respeito de si próprio, enquanto a interatividade é definida em termos de conveniência no acesso às informações disponíveis em website” (DENSCHAKETAL, 2000:9).

Sabemos, contudo que não é a tecnologia de rede que trará maior possibilidade de participação política dos cidadãos, e sim a vontade política dos parlamentares terá papel determinante neste processo. A cultura organizacional das instituições públicas em prol das práticas de participação política são fundamentais para a efetividade da cidadania, partindo desse princípio e em prol dessas práticas, é ainda necessário, por parte das instituições públicas, mudar a velocidade da produção de informações dentro dos portais governamentais, atualizar os dados dispostos constantemente, e, divulgar amplamente essas novas formas de acesso ao governo (VAZ, 2003)

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3. ESTRUTURA DO CYBER-ESPAÇO E INCLUSÃO DIGITAL

Em toda literatura sobre o impacto da Internet sob a extensão das possibilidades de participação política, dois vetores se consolidaram após a primeira metade da década de 90: primeiro, insiste-se na recuperação da esfera da discussão pública, e, segundo, destaca-se a capacidade da Internet em superar o déficit democrático dos tradicionais meios de comunicação de massa. Nessa linhagem literária, a Internet apresenta as seguintes vantagens para o encadeamento das funções de participação política: superação dos limites de tempo e espaço, extensão e qualidade do estoque de informações, comodidade, conforto, conveniência e baixo custo, não tem controles nem filtros, tem interatividade e apresenta oportunidades para vozes excluídas (GOMES, 2005).

Diferente da televisão e do rádio que se impõem como “meio de comunicação autoritário”, em que os tele-ouvintes são meros receptores de informações a Internet, com sua arquitetura interativa, acentua a participação de todos promovendo muito mais criatividade. (JUNGBLUT, 2004). Com o advento da internet é notório o aumento da produção intelectual teórica-política. São muitos os textos e opiniões que os ciber-militantes produzem e tornam público gratuitamente para amigos e desconhecidos, o que, de forma concreta, isso só seria possível através de jornais, folders, ou coisa assim, que demandaria custos crescentes.

Um aspecto excitante na net é o fato de estar levando a um renascimento da cultura escrita. Outras pessoas além dos escritores profissionais passaram a participar socialmente de comunidades virtuais e debates públicos nos quais o poder do que se diz não depende da pessoa ou do jornal no qual ela apareceu, mas simplesmente da qualidade da prosa e da qualidade das idéias. Isso é incrivelmente democrático e libertador. (GODWIN APUD JUNGBLUT, 2004, p.110)

Os efeitos políticos concretos dessas produções literárias políticas e dessas comunidades políticas virtuais refletem-se a cada momento nos fatos sociais concretos, afinal:

Falas digitalizadas que ocorram no ciberespaço podem desaparecer como sinais magnéticos momentaneamente armazenados em alguns computadores, mas os efeitos concretos destas falas não desaparecem da mente dos interlocutores que as mantiveram, nem as decisões no mundo off-line que possam ser tomadas em função delas. (JUNGBLUT, 2004, p. 102).

Analisando historicamente, a contracultura dos anos 70 refutava a tecnologia, pois essa refletia a racionalização do comportamento humano, o totalitarismo da razão científica, a dominação da natureza, no entanto, as diversas manifestações da cibercultura,

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atualmente, herdaram o ativismo da contracultura sem recusar a tecnologia. (LEMOS, 1999). Assim, os resultados dessa ciber-sociabilidade (LEMOS) são também a ebulição de comunidades virtuais contestadoras, de grupos de discussões políticas intermináveis, além dos cyberpunks e hackers, que, ao participarem virtualmente da vida pública e política, cada um a seu modo, propiciam a configuração de imensos circuitos paralelos de educação política na internet.

De forma sistemática o autor Bernard Sorj (2006) descreve uma série de trabalhos que vêm questionando o papel renovador dos novos meios de comunicação sobre a vida política. Em síntese, argumenta-se que a nova sociabilidade virtual desfaz a formação da ágora, corroendo o fundamento do espaço público e aumentando as possibilidades de controle do Estado sobre a população. Em outra versão, também se argumenta que a Internet poderá criar uma “república de solipsistas, de pessoas que só querem acessar informações e argumentos com os quais possuem afinidade, evitando o debate de idéias característico do espaço público”. De outra forma, dizemos que, ao invés da internet estender e criar uma ampliação do debate político, como neste artigo estamos nos certificando ao analisar, ela estaria, para alguns autores, favorecendo a propensão das pessoas a navegar somente em sites de cuja informação e recorte temático são selecionados a priori, “o que radicalizaria mais ainda suas posições, devido à falta de conhecimento, contato ou interação com outras posições e informações.” (SORJ, 2006)

De fato o espaço para o debate público, conseqüentemente, para a participação política dos jovens na Internet, exige um amplo esforço de reflexão de suas implicações. Por um lado a estrutura virtual cria mesmo condições favoráveis à especialização cada vez maior de temas de interesse pessoal do internauta, mas, por outro lado, há que se lembrar que os programas mais utilizados na rede são programas de interação abertos, ou semi-abertos, o que possibilita maior diversidade de questões a serem pautadas e discutidas. Entende-se por programas abertos aqueles em que qualquer pessoa pode opinar, sem restrições temáticas ou de endereços, semi-abertos são programas em que o critério para mandar e ou receber mensagens é somente estar cadastrado no programa e ou no grupo, e fechado seriam os programas que exigem autorização prévia do coordenador para se emitir opiniões, imagens, vídeos, etc. Os principais programas utilizados são home-pages (fechado), Spam (semi-aberto e / ou fechado) orkut (aberto), e-mail (semi-aberto), MSN (semi-aberto), grupos de discussão (aberto, ou semi-aberto, ou fechado), blogs (aberto ou fechado).

Como vimos, ao contrário da web possibilitar a restrição cada vez maior de conteúdos pelo indivíduo, como faz a televisão e o rádio, o novo espaço público de participação política constituído pela internet “tende a destruir o caráter relativamente “ reservado” das diferentes agrupações e redefine as fronteiras entre o público e o privado” (SORJ, 2006).

No entanto, é necessário que as lutas de universalização do acesso à Internet tenham resultados efetivos, pois que terão necessariamente um impacto sobre as populações mais pobres e conseqüentemente sobre sua participação na sociedade. No Brasil, o número de usuários da Internet representa apenas 2,5 % da população, ou seja, somente 3,6 milhões de usuários (SILVEIRA, 2001). Como analisa José Carlos Vaz, o problema do acesso à Internet no Brasil é muito diferente do problema dos países mais desenvolvidos, no Estados Unidos, por exemplo, a questão é tornar viável o acesso das minorias, no Brasil, no entanto a questão é saber de que maneira pode-se promover o acesso da maioria.

Pelos dados do PNAD 2005 sobre acesso à Internet, constatou-se que quanto mais elevado era o nível de instrução e rendimento mensal domiciliar, maior a proporção das

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pessoas que acessavam a Internet. Isso indica que ainda que a internet seja um meio eficaz de participação política, como vimos anteriormente, ela não contempla a população mais carente da sociedade, ou seja, justamente a população que mais necessita lutar politicamente pela ampliação de seus direitos.

No entanto, é notório, nos debates sobre inclusão digital, ressaltar-se sua importância no que concerne à formação educacional da população, à inserção das camadas pauperizadas no mercado de trabalho na era da informação, e ao fomento de uma inteligência coletiva local ou nacional (SILVEIRA 2001). Ou seja, em geral, a maioria dos programas de inclusão digital não levam em consideração a possibilidade da Internet servir como um meio eficiente de participação política da população. Aliás, até mesmo pesquisas sobre acesso a Internet não levam em consideração o fator político, como é o caso da recente pesquisa feita pela unesco em 2004, na qual existem 10 itens referentes à finalidade do uso da Internet entre jovens, sendo nenhum deles relacionados à política; os itens de respostas foram os seguintes, segue em ordem decrescente de respostas, sendo número de 28.484.418 milhões de jovens brasileiros entrevistados:

• Ajudar nas tarefas escolares -17,1% • Enviar e-mail – 16,7%

• Acessar sites específicos -14,5% • Ler notícias – 14,5%

• Fazer amizades – 8,4% • Jogar – 8,1%

• Procurar emprego – 7,2% • Não uso a Internet - 6,9%

• Pagar contas via e-banking – 2,2%

• Participar de fóruns de discussão – 1,6% • Fazer compras – 1,4%

• Nenhuma destas / outras finalidades – 1,3% • Não opinou – 0,1%

No entanto pode-se supor que os itens acima em negrito podem corresponder indiretamente à práticas políticas na rede. Nessa mesma pesquisa, agora com menos entrevistados obteve-se o seguinte resultado dos 19.870.961 milhões de jovens brasileiros, 34,5 % não costumam usar a Internet, porém 21,5% usam a Internet todos os dias.§§§§

§§§§

Juventude, Juventudes:o que une e o que separa / coordenação de Miriam Abramovay e Mary Garcia Castro. Brasília:UNESCO, 2006.

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Sumariamente, por pesquisa bibliográfica sobre tempos contemporâneos identificou-se no mínimo três expressivos movimentos que se apoiaram no que estamos chamando de cyber militância, ou de política on-line: os zapatistas; as milícias patrióticas e os protestos franceses de 2006. Como mais discutimos no âmbito deste capitulo, entretanto há diferenças substantivas sobre o lugar da Internet na estruturação desses movimentos. No segundo capítulo pudemos observar a característica mais específica da estrutura virtual. Partindo dessas circunstâncias faremos agora um estudo de caso baseado em entrevistas e pesquisa virtual sobre a ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo. Tem se como premissa que estamos lidando com um contingente jovem, ou seja, entre 17 e 29 anos, em média.

744p.

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4. PARTICIPAÇÃO POLÍTICA NA INTERNET: CONTEÚDOS E VITALIDADE

O conteúdo político da participação política on-line é ilimitado, e, muitas vezes, não se prende à ética ou à formalismos. No orkut, por exemplo, comunidades como: “Brasil pede eutanásia para ACM” com 3.499 membros, “Roberto Jeferson é o terror” com 14. 927 membros, “nosso aeroporto é 2 de julho” 9.639 membros, “repúdio à ignorância

política” com 38.301 membros, “tenho saudades do lula radical” com 384 membros,

demonstram a mixagem entre ironia e seriedade dos temas políticos tratados.

Das 28 categorias de comunidades no orkut onde cada uma contém 1000 comunidades, uma tem tema dedicado à política, com a denominação governo e política. Isso significa que das 28.000 comunidades contidas no programa orkut, 1.000 estão relacionadas a temas políticos. E, na categoria Gays, lésbicas e bi onde há 1000 comunidades, 33 são dedicadas à política sexual e respeito à diversidade.

Vale notar, a princípio, que existem múltiplos perfis de ciber-militantes, dentre os quais os que atuam sozinhos constantemente enviando e respondendo mensagens politizadas para todos os endereços que encontram, os que promovem encontros de bate-papos através do MSN, os que inventam fóruns e grupos para organizar atividades sociais, os que criam comunidades virtuais e lá ampliam discussões, os que disponibilizam blogs políticos e permitem que qualquer pessoa reflita e responda, ou proponha novas discussões, os parlamentares que catalogam centenas de e-mails e enviam relatórios de suas ações no parlamento, também, os que realizam tudo isso ao mesmo tempo, e os que participam da vida política na Internet apenas como meros leitores. Face à esse contexto, é de se ressaltar que a vitalidade política desse ciberespaço também não difere tanto da realidade social, imersa em conflitos, disputas, alianças, sentimentos e oportunismos.

Deve-se dizer que na maioria dessas comunidades virtuais políticas poucos são os integrantes que se manifestam através dos tópicos de debate, há comunidades lotadas, mas muita ausência de debates dentro das mesmas. Poderíamos assim pensar que existe uma diferença entre a imagem e o uso que os jovens fazem do exercício político na Internet. De fato, o contingente de pessoas reunidas em uma comunidade virtual é sempre desproporcional ao contingente de pessoas que se manifestam dentro dela, o que não é de se estranhar, pois na esfera “off line” as pessoas interessadas no debate político também são minoria. Mas por que se inscreveram em comunidades políticas e não em outras categorias de comunidades? A hipótese é que há interesse em se indicar como ligada, uma cidadania passiva - filiar-se à uma tendência, à uma comunidade mas não necessariamente opinar, manifestar-se, o que reiteramos, reproduz o padrão corrente de “participação” política de muitos. Apenas consomem-se idéias, se está inteirado de debates, o que assim não se é necessariamente apolítico ou estranho a ela.

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Além dessas comunidades no orkut, onde raramente há bloqueio ou critério de seleção de participantes, há fóruns e grupos que se comunicam por e-mail, num sistema mais criterioso e reservado aos convidados. Atualmente, o maior site de concentração de grupos de

discussão on-line no Brasil é o Yahoo, nele, dos 434.828 mil grupos criados, 23.955 são

dedicados a temas de política, governo e organizações sociais, ou seja, temas ligados à participação política, não especificando se de jovens ou não*****.

5. O CASO USP

A fim de mais discutir a potencialidade e os tipos do uso da realidade virtual em política, passamos a discutir o lugar da Internet na ocupação da USP, por estudantes, a partir de 3 de maio de 2007. Num estudo de caso, analisamos a trajetória de ocupação da reitoria da maior universidade brasileira USP. O que se observa é que no terceiro dia da ocupação logo foram criados três comunidades no orkut e um blog. Essas duas comunidades no orkut têm o mesmo tema, mas divergem em relação às concepções dos atuais “donos” e mediadores das mesmas. Com mais de 1.900 integrantes as comunidades produzem aproximadamente 15 à 25 links para debates, o que geram, de 50 à 150 comentários diários a respeito das manifestações†††††. Neste caso específico da ocupação da USP as comunidades virtuais relacionadas à mesma apresentam um número elevado de manifestantes debatendo, o que representa que as comunidades políticas virtuais mais atuantes são as relacionadas à movimentos mais atuantes também. É assim que o campo on-line, em certa medida, corresponde ao campo off-line, mas adquire dinâmica própria, um tempo seu, uma velocidade que potencializa a rede que se reproduz não necessariamente por nexos entre “real” e “virtual”. Em alguns casos tais realidades se retro-alimentam, em outras se separam ou competem - casos dos militantes que só se alinham às assembléias e ocupações e outros que ficam no plano somente da Internet.

Dentre as características do programa orkut está: 1) a possibilidade de visualizar todas as mensagens enviadas e recebidas entre os internautas 2) a possibilidade de criar comunidades virtuais e convidar qualquer pessoa para participar 3) a possibilidade de publicar até 12 fotos e mais de 50 vídeos 4) a possibilidade de realizar enquetes dentro das comunidades e outras mais. Em verdade seria desnecessário citar todas as gamas de possibilidades estruturais desse sistema de comunicação digital, em nosso contexto é válido citar, por exemplo, que ele permite a pluralidade de opiniões, o dinamismo e realça o florescimento de vários pontos de vista.

Em pesquisa feita, através de enquête virtual, nas duas comunidades relacionadas à ocupação da usp, cujos nomes são “ocupação da reitoria da usp” e “ocupação usp [oficial]”, obtivemos resultados relevantes no sentido de trazer a tona uma melhor avaliação sobre a relação vigente entre o simbólico e o material na participação política dos estudantes da usp. Fizemos a seguinte pergunta: “sua participação na ocupação é mais presencial ou mais virtual?” colocando as seguintes opções de resposta: “1) virtual pois não tenho tempo para acompanhar a ocupação 2) virtual pois não concordo com a ocupação 3) virtual pois é mais cômodo 4) presencial”.

*****

dados de pesquisa direta em fevereiro de 2007

†††††

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Enquete realizada no orkut sobre o grau de

participação política dos jovens em ocupação na

reitoria da USP

26%

25% 14%

35%

virtual, pois não tenho tempo para estar na ocupação

virtual, pois não concordo com a ocupação

virtual, pois é mais cômodo

Presencial

Na primeira comunidade (1.669 membros), de 115 votos 38 foram pra virtual,

pois não tenho tempo, 20 para assertiva 2: virtual pois não concordo com a ocupação, 13 para virtual pois é mais cômodo e 44 votos para presencial.

Na segunda comunidade, com 351 membros, 92 votos foram exercidos, sendo que 30 votos foram para a 1ª assertiva, 26 para a 2ª assertiva, 13 para 3ª e 23 votos para a 4ª assertiva. Em gráficos o resultado total ficou representado da seguinte maneira:

A enquete mostra participação expressiva dos jovens pela internet. 207 votantes.

De acordo com o gráfico tem-se a expressão da exposição à Internet como mídia para conhecimento e um tipo de participação, no caso do processo sobre ocupação da USP. Não se pode afirmar, entretanto que o virtual estaria substituindo o presencial já que a enquête foi feita apenas com os que acessaram a realidade virtual. Mas pode-se inferir que é expressiva a militância via realidade virtual e que mesmo os que assistem às assembléias recorrem a esse meio—35%--e que por outro lado a realidade virtual colabora para um tipo de participação, a que não adere aos princípios do movimento mas que se interessam por acompanhá-lo. A chamada militância de impacto, aquela que se dá em um movimento específico, em um dado momento, como o da ocupação da USP e não necessariamente uma militância rotineira que inclui participação em organização e reuniões.

De fato é interessante que 25% se interesse por conhecer via Internet como anda o movimento, mas não tem militância presencial por não concordar.

Segundo o estudante de letras da USP Tiago que se auto intitula independente, ou seja, que não está vinculado à nenhuma organização política, as assembléias até então realizadas criaram comissões e a comissão responsável pela comunicação de imediato lançou mão da criação de um blog e de uma comunidade no orkut. Segundo outro estudante, Lion

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Castro, o blog foi criado imediatamente depois dos insucessos com a imprensa oficial. Além de blog e orkut a ocupação da reitoria pode ser acompanhada pelo popular site You Tube, através de alguns vídeos que foram criados pelos próprios estudantes.

Não são poucas as assertivas que atestam uma revitalização da democracia com o advento das novas tecnologias de comunicação e informação. Como mesmo assegura o estudante manifestante Lion Castro, as iniciativas virtuais de publicização e interação da ocupação da reitoria, tomadas pela comissão de comunicação, se deram principalmente pelos insucessos que esta mesma teve com a imprensa oficial, ou seja, decisivamente, com a Internet o caráter de oligopólio que marca a comunicação massiva contemporânea só tem à enfraquecer. Em outros termos, os benefícios da Internet para o exercício da democracia são inegáveis; torna-se forçoso verificar que a relação de poder político, nesse contexto de ocupação da reitoria e paralização das aulas, transforma-se não somente na relação entre militantes e mídia oficial, mas, sim também entre militantes e militantes. A partir do momento em que isoladamente os manifestantes criam e publicam vídeos, fotos e mensagens na web, viabilizam um arsenal de experiências e conteúdos, que trazem aos cidadãos interessados a possibilidade de possuir certa influência nos rumos da esfera pública política.

Atualmente existem 10 vídeos publicados na Internet, e, tais publicações, tanto dos vídeos quanto das escritas no blog e orkut, não passam pelo aval das assembléias ou das comissões de imprensa e comunicação, o que possibilita aos manifestantes e demais indivíduos enorme liberdade de expressão, se posicionando contra ou a favor das manifestações grevistas. Com a Internet, vozes marginais, sem as barreiras impostas pela censura tanto governamental quanto das grandes indústrias de comunicação, têm interagido reciprocamente numa espécie de “conversação civil” ilimitada (MARQUES, 2006).

As comunidades no orkut sobre a ocupação da USP em maio de 2007, como já foi dito, contêm mais de 1900 integrantes, enquanto que nas assembléias estão participando aproximadamente 1000 à 1500 pessoas, entre funcionários e estudantes. “Geralmente a data das assembléias é marcada nas plenárias e aí divulgada pela internet, através do blog da ocupação, lista de e-mails e comunidade no orkut”.

Apesar do espaço virtual, nesse episódio específico de que estamos tratando, não ser deliberativo, nele são feitas avaliações, sugestões, divulgação da agenda de manifestações, declaração de apoio e solidariedade com outros movimentos, enquetes, resultados eleitorais, etc.

Os benefícios da Internet para a ocupação da reitoria da USP são inúmeros, segundo o manifestante Laion Castro, “o Orkut é um complemento indispensável para os debates propostos nas assembléias. É através dele que muitos estudantes, impossibilitados de comparecer diretamente no campus da USP, acompanham e participam do contexto das manifestações”.

Podemos dizer que o principal espaço democrático, porém não deliberativo, de publicação de debates e de produções áudios-visuais dessas manifestações de ocupação está sendo a internet. “Mesmo possuindo um caráter pouco organizado, informal e sem ordem temática pré-estabelecida pode-se propor a existência, nestes termos, de espaços virtuais de debates não-deliberativos que conformam conversações civis” (MARQUES, 2006).

[...] Mas a hipótese deste trabalho é de que uma esfera pública virtual entendida como espaço deliberativo (no sentido decisório conferido às casas legislativas) de grandes questões nacionais ou como espaço de massiva visibilidade pública seria mais difícil de ser realizada em sua plenitude. [...] Parece mais plausível o

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funcionamento eficaz dos espaços digitais de discussão na perspectiva de uma conversação civil, de um espaço potencialmente vívido onde se gera discussão na tentativa de se conferir poder de influência aos atores da “periferia’ . Ou seja, os cidadãos com acesso ao computador em rede podem se reunir livremente para discutir qualquer tema e fazer quaisquer proposições sem constrangimentos, ainda que a efetividade deste tipo de ação seja, na maioria das ocasiões , de pequeno alcance (MARQUES, 2006).

Os pressupostos da opinião do autor Marques são um tanto céticos quanto a eficácia das tecnologias digitais de comunicação para o aperfeiçoamento da democracia deliberativa. É conhecido em muitos grupos virtuais a prática de deliberar on line sobre práticas off line, grupos como o da Federação Nacional de Estudantes de Direito, esquematizam vários atos de protesto, reuniões, elaboração de cartazes e textos via e-mails. Assim não seria impossível pensar que as veias de uma democracia deliberativa nacional a nível parlamentar seriam entupidas pelo tipo de desorganização que parece ser a web. Enquanto espaço público a web pode oferecer aos indivíduos participação política mais direta, visto que já existem as assinaturas digitais que não permitem a repetição de um voto, por exemplo, em caso de uma eleição.

É difícil concluir o tema da relação jovem, política e Internet, pois a rede é muito dinâmica e os jovens também. Porém foi possível aceitar, nesse primeiro momento, que o local da ágora e da transformação política não está restrito às relações presenciais pessoais. O poder da política está também nas relações virtuais simbólicas na medida em que elas representam naturalmente a vontade pessoal e ou política dos indivíduos. Numa outra dimensão, não muito distante da anterior refletimos sobre o apoio que a web tem dado à vários movimentos políticos, o modo pelo qual a organização e o modelo da metodologia política sofreu mudanças com o aparecimento da Internet, um tipo de participação política muitas vezes motivada unicamente pelo atrativo das estruturas virtuais, reconhecemos nesse trabalho também uma juventude com militância múltipla, caracterizada pela diversidade de ambiente que a mesma atua, um mesmo jovem pode estar participando, de forma distante, ativamente de várias comunidades virtuais. Encontramos também um devir político ligado às estruturas da rede como: criação de vídeos, de sites, blogs, grupos, etc.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABDEL-MONEIM, SARAH GRUSSING. O Ciborgue Zapatista: tecendo a poética virtual de resistência no Chiapas cibernético. Rev. Estud. Fem., Jan 2002, vol.10, no.1, p.39-64. ISSN 0104-026X

Castells, Manuel. O poder da Identidade. Tradução: Klauss Brandini Gerhardt. Ed. Paz e Terra S/A. Rio de Janeiro:1999.

Ciber-socialidade. Tecnologia e Vida Social na Cultura Contemporânea., in Rubim, A., Bentz, I, Pinto, J.M., Práticas Discursivas na Cultura Contemporânea., Editora Unisinos, /Compós, 1999, pp.9-22.

GOMES, Wilson. Comunicação e Democracia de Massa: problemas e perspectivas. Internet e participação política em sociedades democráticas. Salvador: 2005 Inclusão digital, software livre e globalização contra-hegemônica, por Sérgio Amadeu da Silveira. Disponível em: http://www.softwarelivre.gov.br/softwarelivre/artigos/artigo_02, acessado em 15 de abril de 2007

Internet, espaço público e marketing político: entre a promoção da comunicação e o solipsismo moralista, por Bernardo Sorj. Disponível em : http://www.bernardosorj.com/pdf/wp2_portugues.pdf, acessado em 15 de abril de 2007.

Jungblut, Airton Luiz. A heterogenia do mundo on-line: algumas reflexões sobre virtualização, comunicação mediada por computador e ciberespaço. Horiz.

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Marques, Franscisco Paulo Jamil Almeida. Debates políticos na Internet: a perspectiva da conversação civil. Opin publica, maio 2006, vol.12, no.1, p.164-187. ISSN 0104-6276

Silveira, Henrique Flávio Rodrigues da. Internet, governo e cidadania. Ci. Inf., Ago 2001, vol.30, no.2, p.80-90. ISSN 0100-1965

VAZ, José Carlos. Uso da Internet pelos governos e promoção da cidadania. Rev Unicsul, dez 2003, vol 8, nº 10, p54-65. ISSN 1414-1892.

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