• Nenhum resultado encontrado

Comportamento Sexual, Características da Família e Educação Sexual: Uma análise comparativa por classe social

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Comportamento Sexual, Características da Família e Educação Sexual: Uma análise comparativa por classe social"

Copied!
19
0
0

Texto

(1)

VII Congresso da Associação Latino-Americana de População (ALAP) XX Encontro Nacional de Estudos Populacionais (ABEP)

Foz do Iguaçu (Brasil) de 17 a 22 de outubro de 2016.

Comportamento Sexual, Características da Família e Educação Sexual: Uma análise comparativa por classe

Alessandra Sampaio Chacham* Maria Carolina Tomás**

* Professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

(2)

Introdução

Os conceitos de juventude e de adolescência têm sido constantemente modificados ao longo da história, sendo que as fronteiras entre essas fases da vida têm variado de acordo com as concepções sociais de um determinado tempo e contexto. Segundo Gonçalves e Knauth (2006), juventude pode ser tomada como algo mais amplo que uma faixa etária, na medida em que consiste em “um processo no qual um conjunto de elementos concorre para a autonomização (material e afetiva) dos jovens”. Eles estão refletidos em eventos fundamentais na entrada da vida adulta, como escolarização, profissionalização, relacionamentos afetivo-sexuais e também na conjugalidade. Pode-se, então, observar que não apenas o processo de busca pela autonomização, marcado por vários eventos, mas a própria identidade dos sujeitos está circunscrita nesta fase limiar da vida. É na adolescência e na juventude caracteristicamente em que os indivíduos reconfiguram suas identidades em busca do reconhecimento enquanto atores sociais, tanto por si mesmos, quanto pelos outros.

E em cada um desses eventos a identidade vai se constituindo com mais ou menos impacto sobre suas escolhas, de modo que os referenciais de classe, raça, gênero e sexualidade se apresentam como fatores chaves na abertura de uma gama maior ou menor de oportunidades e experiências, sejam elas mais tradicionais ou contemporâneas, mais limitadas ou fluidas. Ou seja, existe uma multiplicidade de estilos e de momentos da transição para a vida adulta, que assume contornos diferenciados, variando, sobretudo, em função do contexto socioeconômico (MELLO e CAMARANO, 2006).

No presente estudo, a juventude é compreendida como um período de transição da criança para a vida adulta, suas mudanças e atitudes, principalmente no que diz respeito ao estabelecimento de suas trajetórias sexuais e afetivas. Como marco dessa trajetória, figura com realce, a iniciação e o estabelecimento de uma vida sexual ativa. Contudo, jovens de diferentes classes sociais costumam ter experiências distintas em relação ao exercício da sexualidade (HEILBORN et al., 2006). Além de classe social, outras características familiares também impactam na iniciação e no comportamento sexual dos jovens, ao influenciar por exemplo, no tipo de acesso e na qualidade da informação recebida por eles em relação à sexualidade, seja no seio da família ou dentro da escola, os dois grandes agentes socializadores nessa fase da vida. Essa intersecção entre classe

(3)

social, tipo de família e educação sexual com o comportamento sexual de jovens é o objeto do nosso estudo.

Aqui apresentamos uma análise comparativa dessa relação por classe, utilizando de dados provenientes de duas pesquisas tipo survey realizadas de 2008 a 2009 com mulheres jovens entre 15 e 24 anos de idades, residentes em comunidades populares e bairros de classe média da zona sul em Belo Horizonte. A amostra total é constituída por 648 adolescentes e mulheres jovens. A partir dos dados coletados, analisamos a relação entre algumas características da família, como composição do domicílio, renda, educação da mãe, com as características do comportamento sexual das jovens: idade à primeira relação sexual, conhecimento sobre o período fértil e uso de métodos contraceptivos.

Família e Sexualidade

No que pese as grandes transformações e reconfigurações pelas quais os arranjos familiares passaram e têm passado desde o início do século XX, a família continua sendo a primeira etapa do processo de socialização dos indivíduos e o principal referencial para a construção identitária, impondo regras de conduta aos seus membros, o que faz da família permaneça uma “estrutura estruturante” da sociedade. A família, como célula mater da sociedade, é uma instituição que não perde a força, mas que se adequa ao contexto social ao mesmo tempo em que recebe a influência dele.

Não menos importante que as mudanças nesses (re)arranjos familiares estão as transformações no campo da sexualidade e da afetividade. Sarti (2009) em seu estudo sobre famílias de classe popular observa que foram marcantes o impacto dessas transformações nos arranjos familiares, o que faz com que os valores herdados sejam questionados profundamente. Essas transformações já não são mais algo marginal ao sistema familiar. Ao contrário, elas ocupam cada vez mais um lugar central na estrutura de conjugalidades, de forma que, para além das formas tradicionais de conjugalidades, torna-se cada vez mais corriqueira a existência de pessoas que escolhem viver sós, casais que preferem coabitar sem que para isso seja necessário passar pelo ritual do casamento, mães ou pais que criam os filhos sozinhos, e uma menor resistência no que se refere às possibilidades de vivenciar a sexualidade.

(4)

Se as práticas sexuais deixam de estar circunscritas à instituição do matrimônio, em nome da “ordem”, da “moralidade” e por meio da reprodução de valores herdados, a família, permanece em grande medida, como a principal instituição capaz de demarcar as possibilidades de relacionamento afetivo-sexual dos indivíduos que a compõe. Como Heilborn (2004), aponta: “[...] família deixou de ser o único lugar legítimo do exercício da atividade sexual, mas permanece como espaço de socialização das novas gerações no que concerne ao sexo; [...]” (HEILBORN, 2004, p. 10). Partindo dessas considerações, propomos uma análise das relação entre algumas das características da iniciação das jovens no exercício da sexualidade com diferentes tipos de arranjos familiares, o nível de instrução da mãe (que permanece como principal cuidadora das crianças, na grande maioria dos arranjos familiares) e com a exposição à educação sexual na escola, outro agente de socialização fundamental nesse período.

Desenho da pesquisa e métodos

Na nossa análise utilizamos dados da pesquisa “Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida de mulheres jovens das camadas médias e populares da cidade de Belo Horizonte”, 2008, realizada em Belo Horizonte, Minas Gerais. Segundo o Censo de 2010, a capital mineira possui 2.375.000 habitantes, sendo a Região Metropolitana de Belo Horizonte a terceira maior do país, com uma população de quase cinco milhões de habitantes (IBGE, 2010). A cidade se divide em nove regiões administrativas, das quais a regional Centro-Sul é a que concentra os bairros mais ricos e também alguns dos aglomerados mais extensos do município. Esta regional foi escolhida como lócus da pesquisa por permitir comparar a experiência de vida de mulheres jovens de diferentes níveis socioeconômicos vivendo na mesma região geográfica e administrativa, às vezes na mesma rua.

Para a pesquisa, foi utilizado um mix dos métodos quantitativos e qualitativos: inquérito, grupos focais e entrevistas em profundidade. Aqui são apresentados os resultados quantitativos. O trabalho de campo da fase quantitativa durou um ano, de janeiro de 2007 a janeiro de 2008. Foram realizados dois inquéritos em momentos diferentes: no primeiro, entre janeiro e setembro de 2007, foram entrevistadas 292 adolescentes e mulheres jovens (entre 15 e 24 anos de idade) moradoras dos bairros de classe média da regional Centro-Sul de Belo Horizonte; no segundo, de setembro de 2007 a janeiro de 2008, foram entrevistadas 365 adolescentes e mulheres jovens da mesma faixa

(5)

etária residentes de cinco comunidades daquela região (Complexo da Serra, Barragem Santa Lúcia/Morro do Papagaio, São José, Acaba Mundo e Querosene).

O tamanho da amostra de cada inquérito foi calculado com base na prevalência da gravidez na adolescência para ambos os grupos e também no tamanho da população de mulheres jovens (entre 15 a 24 anos) em cada área. Em pesquisa anterior na comunidade do Taquaril, encontrou-se uma prevalência de gravidez na adolescência de 38%, em 2005 (CHACHAM et al., 2007). Já os registros de nascidos vivos (Sinasc) do mesmo ano indicaram uma prevalência de 3% de partos em adolescentes nas maternidades privadas de Belo Horizonte, utilizadas principalmente por mulheres de classe média e alta. Estes números foram empregados como parâmetros para a prevalência esperada de gravidez, em ambos os grupos. Com uma equação para amostra probabilística aleatória com nível de significância de 5%, a amostra foi definida a partir do número total de adolescentes e mulheres jovens entre 15 e 24 anos residentes nos bairros e nas comunidades da regional Centro-Sul, de acordo com o Censo de 2000.

Para participar da pesquisa, foram sorteados 40 setores censitários normais (bairros) e 30 setores censitários subnormais (as comunidades populares) da Regional Centro-Sul. Posteriormente, foi realizada uma contagem do número de mulheres entre 15 e 24 anos residentes naqueles setores. Finalizada a contagem, elaborou-se uma lista de idade e endereço de cada mulher identificada e foram selecionadas aleatoriamente 12 jovens em cada um dos 70 setores sorteados para serem entrevistadas.

As entrevistadoras eram estudantes do curso de Ciências Sociais e foram treinadas e supervisionadas pelos pesquisadores. Elas receberam uma lista com 12 nomes para cada setor censitário e tinham como meta entrevistar nove adolescentes e mulheres jovens. Todas as entrevistadas foram contatadas em casa e assinaram um consentimento informado para participar da pesquisa.1

As entrevistas ocorreram em locais privados, onde a jovem se sentisse confiante e confortável, e duravam cerca de 50 minutos. Ao todo foram entrevistadas 648 jovens entre 15 e 24 anos moradoras de comunidades e de bairros de classe média da regional Centro-Sul de Belo Horizonte. Após as entrevistas, cada questionário foi conferido por um dos pesquisadores principais, e 20% das entrevistas foram aleatoriamente escolhidas para serem checadas. Todas as

1A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

(6)

respostas para algumas questões-chave foram conferidas. Após o processo de checagem, as respostas para as questões abertas e fechadas do questionário foram codificadas, inseridas em uma base de dados e analisadas por meio do Statistical Programme for Social Sciences (SPSS 16.0). Como medida de associação, aplicou-se o teste do chi-quadrado de Pearson e as correlações foram aceitas quando o p-valor era próximo ou inferior a 0,05.

O questionário aplicado na regional Centro-Sul foi baseado no modelo usado anteriormente na pesquisa realizada na comunidade do Taquaril (CHACHAM et al., 2007), cujos indicadores de autonomia foram inspirados pelo trabalho de Jejeebhoy (2000) e Sen e Batlawala(2000) na Índia, e no de Araújo e Scalon (2005) no Brasil.

A seguir apresentaremos uma análise da relação da idade da iniciação sexual, uso do preservativo à primeira relação e a prevalência da gravidez na adolescência com as características socioeconômicas das jovens entrevistadas, educação da mãe, o tipo de arranjo familiar, a exposição à educação sexual na escola pelas jovens.

Resultados

Perfil socioeconômico das adolescentes e jovens entrevistadas

A análise das características socioeconômicas das entrevistadas indicou, conforme era de se esperar, uma grande disparidade de renda entre as que residiam nos bairros de classe média e as residentes nas comunidades da região Centro-Sul. Na comunidade, em 54% dos domicílios, a renda mensal era de até dois salários mínimos,2 o que denota condições materiais bastante

precárias, tendo em vista que foi encontrada uma média de sete moradores por domicílio. Já nos bairros de classe média, 37% declararam renda familiar mensal superior a 20 salários mínimos e 56% entre 5 a 20 salários mínimos, sendo que o número de residentes em cada domicílio era bem mais baixo, em média quatro.

Conforme esperado, dada a grande associação entre classe e raça no Brasil, onde os negros representam 70% da população que vive abaixo da linha de pobreza, uma grande proporção das jovens entrevistadas que declararam ser pardas ou pretas residia em comunidades (84,5%), enquanto nos bairros de classe média, 69% das jovens se declararam brancas.

(7)

Outra diferença significativa entre os dois grupos refere-se à chefia do domicílio. A maioria das moradoras dos bairros de classe média (51%) declarou que o pai era o responsável pelo domicílio, contra 31% das residentes em comunidades. As jovens residentes em comunidades declararam em maior número morar em domicílios chefiados por mulheres: para 34% a chefe era a mãe e em 4,5% dos casos eram elas mesmas as responsáveis pelo domicílio. Já entre as jovens de classe média, 25% declararam que a mãe era a responsável pelo domicílio e só 0,7% afirmou ser ela própria a responsável pelo domicílio. Uma proporção bem maior de moradoras de comunidade (18%) declarou que o parceiro era o responsável pelo domicílio, em comparação às entrevistadas em bairros (1,7%).

Em relação ao estado civil, apenas 3,1% das moradoras dos bairros de classe média estavam ou já haviam sido casadas ou unidas no momento da entrevista. Entre as moradoras das comunidades, apesar da grande maioria ser solteira (69%), quando analisamos o grupo entre 20 a 24 anos de idade encontramos uma proporção muito mais alta de jovens que já haviam se casado ou unido (54%), especialmente quando comparamos com as jovens de classe média da mesma faixa etária, entre as quais somente 4,5% já havia se casado ou unido. Já entre as adolescentes entre 15 a 19 anos residentes em comunidades, 14% encontravam-se nessa situação contra 1,4% das adolescentes de classe média.

A religião foi mais um ponto de diferenciação entre os dois grupos de jovens: nas comunidades, houve uma predominância das religiões evangélicas/pentecostais (42%), superando a católica (37%) em número de adeptas, sendo que 20% declarou não ter religião. Já nos bairros de classe média, o número de católicas continua a ser expressivo (52%), apesar de um grande número ter se declarado sem religião (28%). Entre as jovens de classe média, 12% declarou ser espírita e apenas 6% evangélica ou protestante.

Importante indicador da desigualdade de classe é o nível de escolaridade das entrevistadas: a maioria absoluta (98%) das adolescentes residentes nos bairros de classe média estava estudando, enquanto mais de 30% das adolescentes residentes em comunidades já haviam parado de estudar. Entre estas, 31,5% pararam de estudar por ter engravidado e/ou para cuidar dos filhos. Contudo, uma proporção significativa delas (30%) declarou que parou simplesmente porque não gostava de estudar, dado que pode ser interpretado como indicador da baixa qualidade do ensino oferecido na região.

(8)

Os resultados também indicam que o ensino médio é o limite da escolarização das moradoras das comunidades, ou seja, elas não conseguem acessar o ensino superior. Entre as adolescentes de 15 a 19 anos, 44% das moradoras dos bairros de classe média já possuíam ensino médio ou técnico completo e 5% estavam na universidade; entre as adolescentes residentes em comunidades, apenas 7% haviam concluído o ensino médio e nenhuma estava na universidade. Para as jovens de 20 a 24 anos residentes em bairros de classe média, 70% estavam cursando ou já tinham completado um curso superior, enquanto apenas 3,3% das jovens da mesma faixa etária residentes em comunidades frequentavam universidade, apesar de 34% delas terem concluído o ensino médio.

Características do comportamento sexual e reprodutivo das adolescentes e jovens entrevistadas

Especificamente em relação à gravidez na adolescência, verificou-se uma prevalência de 27,3% de gravidez antes dos 19 anos de idade entre as residentes em comunidades, enquanto que para as jovens das camadas médias esse percentual foi 16 vezes menor, ficando em 1,7%. Já em relação à gravidez antes dos 20 anos, o recorte comumente utilizado para a análise da gravidez na adolescência, a proporção foi de 30,7% para o grupo das residentes em comunidades, não se alterando para as jovens residentes em bairros. A prevalência da gravidez antes dos 15 anos de idade foi de 3,2% entre as jovens residentes em comunidades; e 0% para as de classe média.

Contudo, a proporção de entrevistadas que já haviam se iniciado sexualmente foi praticamente a mesma: em torno de 70% nos dois grupos, sendo que, as jovens de classe média se iniciaram sexualmente um pouco mais tarde (17 anos em média) do que as jovens residentes em comunidades (15,7 anos em média). Dada essa diferença, verificou-se uma proporção maior de adolescentes sexualmente ativas entre as entrevistadas nas comunidades (50%) do que entre as das camadas médias (45,6%). Contudo, apesar de serem sexualmente ativas há menos tempo, as jovens de classe média declararam ter tido um número pouco maior de parceiros em média (três) do que as residentes em comunidades (dois parceiros em média). O sexo pré-marital foi prática comum para os dois grupos, sendo que para a grande maioria das entrevistadas (84%), a primeira relação sexual ocorreu no contexto de uma relação estável, com um noivo ou namorado, a exemplo dos resultados encontrados por Aquino et al.(2003).

(9)

Mais da metade das jovens residentes em comunidades que eram sexualmente ativas declarou já ter engravidado ao menos uma vez (57%), contra 5,4% das entrevistadas de classe média.

A prevalência do uso do preservativo na primeira relação sexual foi alta nos dois grupos, ainda que mais elevada entre as jovens de classe média (88% contra 71%). Nos dois grupos observou-se uma queda no uso do preservativo após a primeira relação, sendo que apenas 53% das jovens dos bairros de classe média e 44% das residentes em comunidades declararam ter usado o preservativo na última relação sexual. Nossos dados indicam que, para as jovens entrevistadas em comunidades, ao abandono do uso da camisinha não se segue uma adoção sistemática do uso de outro método contraceptivo. A dificuldade de acesso aos métodos contraceptivos ainda permanece como uma questão importante para elas. Embora a grande maioria tenha declarado que tem acesso a preservativos e pílulas anticoncepcionais nos centros de saúde, nem sempre estes estão disponíveis quando a jovem vai ao centro de saúde. Além disso, vários desses métodos, como a pílula, por exemplo, requer uma consulta ao ginecologista, o que demanda tempo até ser agendada, bem como a participação em um grupo de planejamento familiar, o que pode ser intimidador para uma jovem, pois significa exposição pública do interesse em obter contracepção em um ambiente frequentado por familiares e vizinhos.

Ainda de acordo com nossos resultados, ficou claro que as jovens de classe média fazem um uso mais sistemático e eficaz dos métodos contraceptivos quando deixam de usar o preservativo. Elas também utilizaram a contracepção de emergência com maior frequência: 27% afirmaram ter utilizado esse tipo de contracepção ao menos uma vez, contra 5,6% das moradoras das comunidades. Apesar de o conhecimento sobre contracepção ter sido praticamente universal em ambos os grupos (mais de 98% conhecem pelo menos um método contraceptivo), as moradoras dos bairros de classe média, quando perguntaram, elencaram um número maior de métodos.

O acesso ainda precário aos serviços de saúde sexual e reprodutiva pode ser diretamente relacionado com o uso menos consistente dos métodos contraceptivos, principalmente entre as adolescentes de 15 a 19 anos: 78% das que engravidaram declararam que não usavam nenhum método contraceptivo quando ficaram grávidas, apesar de 70% delas terem declarado que não desejavam a gravidez. A prevalência muito maior de gravidez e da maternidade entre as adolescentes pobres certamente é um reflexo dessa realidade.

(10)

Análise do comportamento sexual das adolescentes e jovens por classe social: considerando o contexto familiar e educação sexual na escola

A TABELA 1 apresenta os resultados para conhecimento do período fértil em relação às seguintes variáveis: nível educaçao da mãe (se até com ensino fundamental completo ou com pelo menos um ano de ensino médio); idade da jovem; se teve ou não aula de educação sexual na escola; se conversou ou não com a mãe sobre sexo; se reside em uma família na qual o pai e a mãe estão presentes, ou se mora apenas com a mãe ou em outros tipos de arranjos familiares. Para as variáveis categóricas foi considerado o teste Qui-quadrado para se analisar se as diferenças entre os grupos são estatisticamente significativas. Já para a variável numérica (Idade) optou-se pelo teste t de média.

Observa-se que todas as características consideradas são relevantes para a totalidade das jovens, contudo, quando se analisa separadamente, por classe social (o local de moradia, se bairro de classe média ou em comunidade), nota-se que as variáveis “escolaridade da mãe”, “se já conversou com a mãe sobre sexo” e o “tipo de família” parecem não estar associadas ao conhecimento do período fértil entre as jovens dos dois grupos. Essa informação faz sentido se considerarmos que as jovens das comunidades, tinham em média, nível de escolaridade mais alto que suas mães e que provavelmente, mesmo quando conversam com as mães sobre sexo, o nível de informação das mães sobre sexo e reprodução não permitiria uma instrução mais qualificada nessa área. Entre as jovens de classe média, o nível de informação é muito mais alto do que entre as jovens residentes em comunidades, e, portanto, devido ao maior nível de informação que essas jovens possuem, as variáveis tipo de família, a educação da mãe e ter conversado com a mãe sobre sexo, não exercem efeitos expressivos no conhecimento das jovens. Mesmo já ter tido educação sexual na escola não aparece como tendo efeito, talvez devido ao fato que o conhecimento sobre o ciclo menstrual é matéria ensinada muitas vezes nas aulas de biologia e cobrada como conteúdo dessa disciplina.

Surpreendentemente, o impacto das aulas de educação sexual parece como negativo entre as jovens residentes em comunidades quando relacionado ao conhecimento das jovens sobre o período fértil. Isso resultado pode ser explicado pelo fato de que o conhecimento sobre o ciclo menstrual não fazer parte muitas vezes do conteúdo das aulas de educação sexual ou ser apresentado de forma muito ligeira, até por falta de conhecimento dos professores e infelizmente, a má qualidade de parte do ensino público não garante que esse conteúdo seja devidamente

(11)

ensinado nas aulas de biologia. Outra possibilidade sendo que esse conteúdo seja ensinado como descolado da discussão de métodos contraceptivos nas aulas de biologia o que diminuiria o interesse pelo tema. Em geral as entrevistadas mais velhas tinham melhor informação sobre o ciclo do que as mais jovens, e entre as mais velhas, encontramos uma relação positiva significativa entre a frequência aos grupos de planejamento familiar do posto de saúde e o conhecimento do ciclo, o que sugere que são os serviços de saúde e não a escola, que tem maior impacto na educação sexual das jovens. O grande problema aqui é que em geral elas começam a frequentar o posto de saúde após a primeira gravidez, o que diminui o poder de prevenção desse conhecimento.

TABELA 1: Informação sobre período fértil por educação da mãe, se teve ou não educação sexual na escola, tipos de família com e sem a presença do pai. Belo Horizonte, 2008.

Variáveis Total Jovens de bairros de classe média Jovens residentes em comunidades Sabe Não Sabe p-valor Sabe Não Sabe p-valor Sabe Não Sabe p-valor

Mãe com até Ensino Fundamental completo 20,7 79,3 0,000 50,0 50,0 0,340 19,8 80,2 0,651 Mãe com pelo

menos um ano do Ensino Médio 61,6 38,4 66,3 33,7 16,0 84,0 Idade 20,3 19,0 0,000 20,6 19,0 0,000 19,3 19,0 0,515 Teve educação sexual 51,9 48,1 0,017 66,5 33,5 0,675 17,5 82,6 0,041 Não teve educação

sexual 39,1 61,0 63,6 36,4 31,6 68,4 Já conversou com mãe 45,7 79,1 0,000 66,8 33,2 0,247 20,9 79,1 0,316 Nunca conversou com a mãe 24,2 84,4 54,6 45,5 15,6 84,4 Família com presença de pai e mãe 48,0 52,0 0,019 62,1 37,9 0,292 21,8 78,2 0,176 Família com presença da mãe sem o pai 35,8 64,2 71,4 28,6 13,7 86,3 Outros tipos de família 36,0 64,0 74,1 25,9 23,8 76,2 n 524 251 273

Fonte: Pesquisa “Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida de mulheres jovens das camadas médias e populares da cidade de Belo Horizonte”, 2008.

(12)

A TABELA 2 abaixo apresenta os resultados da regressão logística para a variável “Se a jovem sabe ou não sabe o período fértil”. O modelo é para todas as jovens e indica que o bairro, a idade e ter conversado com a mãe são as características mais significativas para se explicar o conhecimento do período fértil. As jovens mais velhas, as residentes em bairros e as que conversavam com a mãe sobre sexualidade eram mais prováveis de saber quando era o período fértil do que as outras jovens, indicando que a qualidade da informação que a jovem de classe média obtém em casa e na escola, de maneira mais geral, permite a ela adquirir e reter o conhecimento sobre o funcionamento do ciclo reprodutivo da mulher e com isso ter melhor controle sobre a sua sexualidade.

TABELA 2 – Resultado da Regressão Logística para Conhecimento do Período Fértil

Variáveis %

Mãe com pelo menos um ano do EM 8.512

Idade 14.397***

Teve educação sexual -10.338 Já conversou com mãe 545.124**

Bairro 84.320***

Família com presença da mãe sem o pai -5.641 Outros tipos de família 19.260

Constante

N 524

Pseudo R2 0.1944

Log-Likelihood -286.637

LR chi2 (7) 138.3

Fonte: Pesquisa “Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida

de mulheres jovens das camadas médias e populares da cidade de Belo Horizonte”, 2008. Nota: * significativo a 0,10

** significativo a 0,05 *** significativo a 0,01

Com relação à idade da primeira relação, a TABELA 3 aponta que aparecem associadas a idade da primeira relação sexual, as seguintes variáveis: o nível educaçao da mãe (se até com ensino fundamental completo ou com pelo menos um ano de ensino médio); se conversou ou não com a mãe sobre sexo; se reside em uma família na qual o pai e a mãe estão presentes ou se mora apenas com a mãe.

(13)

TABELA 3: Idade de primeira relação sexual por educação da mãe, se teve ou não educação sexual na escola, tipos de família com e sem a presença do pai

Variáveis

Total Jovens de bairros de classe média Jovens residentes em comunidades Até 15 anos 15 a 23 anos Nunca teve relação p-valor Até 15 anos 15 a 23 anos Nunca teve relação p-valor Até 15 anos 15 a 23 anos Nunca teve relação p-valor Mãe com até

Ensino Fundamental completo 34,7 32,8 32,5 0,000 36,4 45,5 18,2 0,054 34,6 32,4 33,0 0,000 Mãe com pelo menos um ano do Ensino Médio 12,94 55,66 31,4 11,8 57,5 30,7 24,1 37,9 37,9 Teve educação sexual 23,5 42,9 33,6 0,192 11,2 56,7 32,1 0,286 32,3 33,0 34,7 0,297 Não teve educação sexual 26,7 48,3 25,0 17,1 57,9 25,0 43,2 31,8 25,0 Já conversou com mãe 22,1 44,7 33,3 0,048 13,2 56,0 30,8 0,495 31,8 32,2 35,9 0,283 Nunca conversou com a mãe 32,3 40,9 26,8 8,0 68,0 24,0 38,2 34,3 27,5 Família com presença de pai e mãe 16,4 39,3 44,3 0,000 12,7 49,7 37,6 0,001 22,4 22,4 55,2 0,000 Família com presença da mãe sem o pai 24,7 46,7 28,6 8,6 72,9 18,6 33,6 32,8 33,6 Outros tipos de família 40.9 50,0 9,1 21,9 65,6 12,5 47,0 45,0 8,0 n 635 291 344

Fonte: Pesquisa “Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida de mulheres jovens das camadas médias e populares da cidade de Belo Horizonte”, 2008.

De acordo com os nossos resultados, uma proporção mais alta de jovens com mães com pelo menos um ano do ensino médio e que conversaram com suas mães sobre sexo tiveram sua primeira relação após os 15 anos, assim como as jovens que moravam só com as mães quando comparadas às que viviam em outros arranjos familiares. Já as jovens que residiam com o pai e a

(14)

mãe era mais prováveis de nunca terem tido relações sexuais quando comparadas com as jovens que vivem só com a mãe ou em outros tipos de família.

Quando se analisa por classe social, persiste a associação significativa com a escolaridade da mãe e o tipo de família (presença da mãe), apontando que o contexto familiar é mais importante do que educação sexual no adiamento da primeira relação sexual. Essa informação é muito significativa quando se considera que pesquisas anteriores indicam que a iniciação sexual precoce (antes dos 15 anos) está associada a uma menor probabilidade de usar camisinha na primeira relação e uma maior probabilidade de gravidez na adolescência (CHACHAM et al., 2007; CHACHAM, MAIA, CAMARGOS, 2012). O modelo multivariado apresentado na TABELA 4 reforçam os resultados da TABELA 3, de que o contexto familiar (escolaridade mãe e tipo de família) são importantes para se adiar a primeira relação, independentemente da renda familiar.

TABELA 4: Resultados da Regressão Multinomial para Idade em que teve a primeira relação

Variáveis 15 a 23 % Não teve relação

Mãe com pelo menos um ano do EM 117.011* 77.027

Teve educação sexual 35.039 67.494*

Bairro 156.036** -3.687

Já conversou com mãe -8.725 1.699

Família com presença da mãe sem o pai 22.093 -54.087*** Outros tipos de família 0.208 -89.910***

Constante -29.792 34.058

N 635

Pseudo R2 0.097

Log-Likelihood -612.8984

LR chi2 (12) 131.62

Fonte: Pesquisa “Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida de mulheres jovens das camadas médias e populares da cidade de Belo Horizonte”, 2008.

Nota: * significativo a 0,10 ** significativo a 0,05 *** significativo a 0,01

Com relação ao uso de camisinha na primeira relação sexual (TABELA 5), foram testadas a sua associação com as seguintes variáveis: nível educaçao da mãe (se até com ensino fundamental completo ou com pelo menos um ano de ensino médio); idade da jovem; se teve ou não aula de educação sexual na escola; se conversou ou não com a mãe sobre sexo; se reside em uma família na qual o pai e a mãe estão presentes, ou se mora apenas com a mãe ou em outros tipos de arranjos familiares.

(15)

TABELA 5: Usou camisinha na primeira relação por educação da mãe, se teve ou não educação sexual na escola, tipos de família com e sem a presença do pai

Variáveis

Total Bairro Favela

Usou camisinha Não usou p-valor Usou camisinha Não usou p-valor Usou camisinha Não usou p valor Mãe com até Ens

Fundamental completo 68,7 31,3 0,000 62,5 37,5 0,016 68,9 31,1 0,07 Mãe com pelo

menos um ano do EM 89,8 10,2 89,9 10,1 88,9 11,1 Idade na primeira relação 16,6 15,9 0,004 17,3 16,7 0,086 15,8 15,7 0,28 Conversou com parceiro 73,4 26,6 0,007 85,9 14,1 0,191 82,6 17,4 0,00 Não conversou com o parceiro 84,1 15,9 91,8 8,3 56,6 43,4 Teve educação sexual 80,6 19,4 0,107 90,7 9,3 0,174 73,3 26,7 0,02 Não teve educação sexual 72,7 27,3 83,9 16,1 53,1 46,9 Família com presença de pai e mãe 86,6 13,4 0,000 89,4 10,6 0,411 80,4 19,6 0,10 Família com presença da mãe sem o pai 82,3 17,7 91,1 8,9 76,5 23,5 Outros tipos de família 64,4 35,6 81,5 18,5 59,3 40,7 n 423 196 227

Fonte: Pesquisa “Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida de mulheres jovens das camadas médias e populares da cidade de Belo Horizonte”, 2008.

Quando analisada em relação ao total de entrevistadas, todas as variáveis selecionadas foram importantes, com a exceção novamente da variável “já ter tido educação sexual na escola”. Ao se analisar por classe social, observa-se que educação sexual aparece significativa apenas para as jovens que residem em comunidades, o que indica que a escola entre as jovens de baixa renda pode ter um papel significativo para contornar as deficiências (ou ausência) das informações recebidas por essas jovens dentro da família e no contexto social ondem vivem. Talvez a qualidade

(16)

das campanhas de prevenção contra a AIDS (de âmbito nacional), atuem também no sentido de reforçar esse conhecimento. Já a escolaridade da mãe mantém-se importante para ambos grupos. Outra variável que chama atenção é ter conversado com o parceiro que tem significância entre as adolescentes e jovens de comunidades, o que aponta para a importância de relações mais simétricas de gênero como preditor de um exercício mais consciente e seguro da sexualidade pelos jovens de ambos os sexos, como também já foi observado por nós em pesquisas anteriores (CHACHAM et al., 2007; CHACHAM, MAIA, CAMARGOS, 2012).

TABELA 6: Resultado da Regressão Logística para Usou ou Não Camisinha na Primeira Relação

Variáveis %

Mãe com pelo menos um ano do EM 218.038** Idade na primeira relação 5.760 Conversou com parceiro 77.004** Teve educação sexual 84.966**

Bairro 7.788

Família com presença da mãe sem o

pai -5.067

Outros tipos de família -46.688**

Constante -43.560

N 423

Pseudo R2 0.1105

Log-Likelihood -193.57999

LR chi2 (7) 48.1

Fonte: Pesquisa “Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida

de mulheres jovens das camadas médias e populares da cidade de Belo Horizonte”, 2008. Nota: * significativo a 0,10

** significativo a 0,05 *** significativo a 0,01

O modelo multivariado de regressão logística para análise do uso da camisinha na primeira relação aponta que, para o conjunto total de adolescentes e jovens entrevistadas, a escolaridade da mãe, a educação sexual na escola e ter conversado com o parceiro são fatores importantes para se explicar o uso da camisinha na primeira relação. O uso da camisinha na primeira está associado com uma menor probabilidade de gravidez na adolescência (CHACHAM et al., 2007; CHACHAM, MAIA, CAMARGOS, 2012), além de ser um importante fator na prevenção das ISTs.

(17)

Considerações Finais

Os resultados apontam para a existência de uma relação estatisticamente significativa entre algumas variáveis relacionadas ao contexto familiar das jovens, como o tipo de família e o nível de educação da mãe, com o nível de informação da jovem sobre a reprodução, o uso da camisinha e a idade da iniciação sexual - em ambos os grupos estudados – mulheres jovens residentes em bairros de classe média e em comunidades da mesma região geográfica do município de Belo Horizonte. Principalmente a idade da iniciação sexual se mostrou diretamente relacionada ao contexto familiar. Um melhor nível de educação da mãe e uma relação mais aberta entre a mãe e jovem, que inclui conversas sobre sexualidade, aumentou a capacidade de as mulheres jovens negociarem o uso do preservativo e o momento da relação sexual, o que por sua vez diminui a vulnerabilidade das jovens à gravidez não planejada e ao risco de exposição a uma IST. Por outro lado, a comunicação e negociação, entre os parceiros, além da existência de diálogo sobre sexo e contracepção na família, apareceu como um fator relevante para assegurar o uso da camisinha na primeira relação, principalmente para as jovens de comunidades, nas quais a persistência de valores mais tradicionais conduz a relações de gêneros menos simétricas.

Por sua vez, as aulas de Educação Sexual na escola parecem ter influência limitada entre as adolescentes e jovens que vivem em comunidades, atuando positivamente no incentivo ao uso do preservativo, mas de maneira insuficiente ao passar informações mais complexas como às referentes ao funcionamento do ciclo menstrual feminino. Essa limitação da escola agrava a situação de vulnerabilidade que essas jovens se encontram, uma vez que as mães têm escolaridade menor e mais precária que as próprias filhas e a qualidade da informação que podem repassar sofra em decorrência disso. Esses resultados sugerem que, na elaboração e implementação de políticas púbicas direcionadas para as necessidades de adolescentes e jovens, principalmente para os de baixa renda, é fundamental expandir o acesso de a informações e serviços de saúde sexual e reprodutiva antes da ocorrência da gravidez ou de uma infecção sexualmente transmissível.

Entretanto, apesar da influência do contexto familiar atingir em uma dimensão quantificável na saúde sexual e reprodutiva de mulheres de diferentes classes sociais, a influência do contexto socioeconômico e do acesso aos níveis mais altos de educação tem uma contribuição decisiva. Ou seja, apesar de o contexto familiar influir, de diferentes maneiras no nível de informação e na trajetória sexual da jovem, outros fatores de ordem econômica e social contribuem

(18)

para as jovens de baixa renda estejam expostas a prevalência da gravidez na adolescência, por exemplo, inúmeras vezes maior do as jovens de classe média. Elas constituem uma população sujeita a várias vulnerabilidades, que vão além da condição de pobreza, passando também pela segregação socioespacial e estigmatização, somando-se a presença de diversas formas de violência, incluindo a de gênero, e merecem atenção especial no momento de se formularem políticas públicas para a juventude.

(19)

Referências

ARAÚJO, C.; SCALON, C. Percepções e atitudes de mulheres e homens sobre a conciliação entre família e trabalho no Brasil. In: ARAÚJO, C.; SCALON, C.(Orgs.). Gênero, família e trabalho no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas. 2005.

CHACHAM, Alessandra. S.; MAIA, Mônica. B.; CAMARGOS, Malco B.. Autonomia, gênero e gravidez na adolescência: uma análise comparativa da experiência de adolescentes e mulheres jovens provenientes de camadas médias e populares em Belo Horizonte. Revista Brasileira de Estudos Populacionais. São Paulo, v. 29, n. 2, dez. 2012.

CHACHAM, A. S.; MAIA, M. B.; GRECO, M.; SILVA, A. P.; GRECO, D. B. Autonomy and susceptibility to HIV/AIDS among young women living in a slum in Belo Horizonte, Brazil. AIDS Care, v. 19, p. S12- S22, 2007.

GONÇALVES, Helen; KNAUTH, Daniela Riva. Aproveitar a vida, juventude e gravidez. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, 2006, V. 49 Nº 2.

HEILBORN, Maria Luiza. Família e sexualidade. Rio de Janeiro: Editora FGV. 2004. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. CENSO BRASILEIRO 2010.

JEJEEBHOY, S. Women's autonomy in rural India: its dimensions, determinants and the influence of the context. In: PRESSER, H. B., SEN, G. (Orgs.). Women's empowerment and demographic processes. Oxford : Oxford University Press, 2000.

MELLO, Juliana; CAMARANO, Ana Amélia, Transição para a vida adulta: os jovens da região metropolitana do Rio de Janeiro. Trabalho apresentado no XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambu - MG – Brasil, de 18 - 22 de Set, 2006. SARTI, Cynthia Andersen. A família como ordem moral. Cad. Pesq., São Paulo, n.91, p.46-53, Nov. 1994.

SEN, G.; BATLIWALA, S. Empowering women for reproductive rights. In: PRESSER, H. B.; SEN, G. (Orgs.). Women's empowerment and demographic processes. Oxford: Oxford University Press, 2000.

Referências

Documentos relacionados

Optamos por escolher o tema gestão democrática a partir do PPP, primeiramente, porque a escola ainda não o possui, e, também, por considerarmos esse documento

Desta forma, tanto as decisões judiciais frutos de cognição sumária que categorizam as tutelas provisórias, quanto as sentenças ou acórdãos ainda em formação

Para casos específicos, os contadores são procurados, como por exemplo a declaração do imposto de renda no qual muitos alegaram se tornar o período de maior contato, pois os

Como todos os outros seres humanos, o operador também é construtor da realidade e carrega consigo “experiências vividas, ideologias e valores que amoldam a sua

No final, os EUA viram a maioria das questões que tinham de ser resolvidas no sentido da criação de um tribunal que lhe fosse aceitável serem estabelecidas em sentido oposto, pelo

Assim, concordamos com Bianchetti (2008), para quem.. Uma educação que forme para a mudança social não pode ser medida como sendo de ‘boa ou má qualidade’, já que a sua

Para analisar as Componentes de Gestão foram utilizadas questões referentes à forma como o visitante considera as condições da ilha no momento da realização do

Essas mulheres, lideranças rurais, possuem uma trajetória política e estão em processo de empoderamento e não cabem mais nos limites da esfera priva- da, pois elas “ não