• Nenhum resultado encontrado

Práticas de marketing interno nas organizações de saúde e a sua influência na motivação dos colaboradores

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Práticas de marketing interno nas organizações de saúde e a sua influência na motivação dos colaboradores"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

w w w . e l s e v i e r . p t / r p s p

Artigo

de

revisão

Práticas

de

marketing

interno

nas

organizac¸ões

de

saúde

e

a

sua

influência

na

motivac¸ão

dos

colaboradores

Daniela

Filipa

Azêdo

a,∗

e

Maria

Helena

Alves

b

aServic¸odePneumologiaA,CentroHospitalareUniversitáriodeCoimbra,HospitaldaUniversidadedeCoimbra,EPE,Coimbra,Portugal

bDepartamentodeGestãoeEconomia,UniversidadedaBeiraInterior,Covilhã,Portugal

informação

sobre

o

artigo

Historialdoartigo: Recebidoa21dejulhode2011 Aceitea8demaiode2013 Palavras-chave: Marketinginterno Motivac¸ão Organizac¸õesdesaúde Modelosdegestão

r

e

s

u

m

o

Omarketinginterno(MI)surgecomoumaferramentadegestãoquetemcomoprincipal objetivodesenvolverumaorganizac¸ãocentradanocliente,motivandoecapacitandoos seuscolaboradoresparaalcanc¸arosobjetivosorganizacionais.

Estainvestigac¸ãotemcomoprincipalobjetivoverificarseaexistênciadepráticasdeMI influenciamamotivac¸ãodoscolaboradoreseaindaseestaspráticas,bemcomoamotivac¸ão, divergemconsoanteaorganizac¸ãotenhaummodelodegestãopúblicaouummodelo ino-vador.Paratal,realizou-seumestudodescritivoondeparticiparam234enfermeirosque trabalhamemhospitaisEPE(modelodegestãopública)eUCC(modelodegestãoinovador), comidadescompreendidasentreos23-58anosdeidade.

Osresultadosindicaramqueasorganizac¸õesdesaúdeestudadasrecorremaestratégias deMI,apesardeasuapercec¸ãoserbaixa,equeestasinfluenciamamotivac¸ãodos colabo-radores.Verificou-seaindaqueexistemdiferenc¸assignificativasnosprocedimentosdeMI enamotivac¸ãodoscolaboradoresentrehospitaisEPEeUCCemboraapenasemalgumas dimensões.

©2011EscolaNacionaldeSaúdePública.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todosos direitosreservados.

Internal

marketing

practices

in

organizations

heath

and

its

influence

on

employee

motivation

Keywords: Internalmarketing Motivation Healthorganizations Managementmodels

a

b

s

t

r

a

c

t

InternalMarketing(IM)wasintroducedasamanagementtoolwiththepurposeof develo-pingorganizationsfocusedontheircostumersandonenablingtheiremployeestoachieve theorganizationalgoals.

TheprimaryobjectiveofthisresearchwastoverifyiftheexistingmethodologiesofIM, influenceemployees’motivationandifthesepractices,aswellasthemotivationfactors, differifandwhentheorganization applieseitheramodelofPublicManagementoran Innovativeone.Tothisend,weperformedadescriptivestudy,whichincluded234nurses workinginhospitalsEPE(Publicmanagementmodel)andUCC(Innovativemanagement model),agedbetween23and58yearsold.

Autorparacorrespondência.

Correioeletrónico:d.daniazedo@gmail.com(D.F.Azêdo).

0870-9025/$–seefrontmatter©2011EscolaNacionaldeSaúdePública.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todososdireitosreservados.

(2)

Theresultsshowed thatthehealthcareorganizationsstudieduseinternalmarketing strategies,despitethefactthattheyperceivedittobelow,andthattheseinfluencethe motivationofemployees.ItwasalsoverifiedthattherearesignificantdifferencesintheIM proceduresandmotivationoftheemployeesbetweenEPEhospitalsandUCCalthoughonly insomedimensions.

©2011EscolaNacionaldeSaúdePública.PublishedbyElsevierEspaña,S.L.Allrights reserved.

Introduc¸ão

Faceàevoluc¸ãoeàstransformac¸õessociodemográficase polí-ticasdosúltimosanos,asorganizac¸õessentiramnecessidade detransformarosseusmodelosdegestãoemmodelosmais eficienteseadequadosàsreaisnecessidadesdosmercados1.

Opotencial humanopassaaserconsideradoumdos prin-cipais recursos da organizac¸ão2,3, sendo os colaboradores

consideradosfundamentaisparaqueaorganizac¸ãoatinjao sucesso3. Assim, é necessário atender e satisfazeras suas

necessidades,afigurando-senecessáriaasuamotivac¸ão4

atra-vés do marketing direcionado para o seio da empresa, o marketing interno (MI), devendo este preceder a qualquer processo de marketing externo5–7. O MI surge como um

meioparaalcanc¸arosobjetivosdasorganizac¸õesatravésda motivac¸ãodoscolaboradores1,8,poisesteajudanaconquista

emanutenc¸ãodoclienteinterno9.

Apesarde aindanemtodas asempresasadotarem este conceito,diversosestudosdemonstraramarelac¸ãodoMIcom a satisfac¸ãodos colaboradores10 e com asua motivac¸ão e

retenc¸ão11.Contudo,trabalhosquetenhamestudadooMIno

âmbitodasorganizac¸õesdesaúdesãoaindaescassos. Porsuavez,ainfluênciadoMInaáreadamotivac¸ãodo tra-balho,tambémnocasoportuguês,temsidopoucoestudada, sobretudonocontextodasorganizac¸õesdesaúde.Neste sen-tido,apresenteinvestigac¸ãotemcomoobjetivogeralverificar seaexistênciadepráticasdeMIinfluenciaamotivac¸ãodos colaboradoreseaindaseestaspráticasbemcomoamotivac¸ão divergemconsoanteaorganizac¸ãotenhaummodelode ges-tãopúblicaouinovador.

Marketing

interno

OconceitodeMIassociadoàsorganizac¸õessurgiuna litera-turademarketingegestãodeservic¸os,nofinaldadécadade 7012.FoimaistardereferidoporGeorge13,Thomphsonetal.14

eMurray15,masentrounodiscursodegestãoquandoeste

definiu oMI como aconsiderac¸ão doscolaboradorescomo clientesinternos1,16.

SegundoAhmedeRafiq1eSchuttz17,estetermofoi

pro-postoporBerryetal.2parasolucionaroproblemadaprestac¸ão

deservic¸osdequalidade.Noentanto,apesardacrescente lite-raturaexistente sobre MI, poucas são asorganizac¸ões que colocamesteconceitoemprática,sobretudodevidoaofacto deexistirumagrandevariedadededefinic¸ões18.

Assim, Ahmed e Rafiq1,19 referem que é necessário

clarificarasdefinic¸õesdeMIparaqueestepossaser opera-cionalizadocomoumparadigmademudanc¸aorganizacional. Segundoestesinvestigadores,oconceitodeMIterácomec¸ado

por uma focalizac¸ão na motivac¸ão e satisfac¸ão dos cola-boradores. A principal razãoresidiu no factodas raízesdo MI se centrarem no esforc¸o para melhorar o servic¸o de qualidade1,19–21.

Posteriormente, o conceitode MI foi desenvolvido além dos níveis de motivac¸ão e satisfac¸ão dos colaboradores, englobando aperspetiva de seter profissionais motivados, centradosnoclienteefocalizadosparavendas19,22.Assim,o

objetivodoMIpassouasermotivaretercolaboradores cons-cientesrelativamenteàsnecessidadesdocliente23,24.

Maistarde,oMIcomec¸ouaservistocomoumaferramenta de gestão dos colaboradores para concretizar os objetivos organizacionais1, englobando a motivac¸ãoe satisfac¸ãodos

profissionais,aorientac¸ãoparaoclienteeasuasatisfac¸ão, a coordenac¸ão interfuncional e a integrac¸ão, bem como a implementac¸ãodeestratégiasfuncionaiseempresariais.

Emsuma,oMIé«umconceitovasto,definindouma estra-tégiade gestãoquetem porobjetivoessencialdesenvolver umaorganizac¸ãoviradaparaocliente,capazde compreen-deroseupróprionegócioeprodutosedeserelacionarcomos clientesservindo-oscomqualidade»25.

Práticasdemarketinginterno

A aplicac¸ão de práticas de marketing nas organizac¸ões de saúde é um fenómeno relativamente recente26 e para

que estas práticas de MI funcionem convenientemente estedeveestarintegradonafilosofiadagestãodasempresas, mas devetambém ofereceraos seus clientesinternos algo peloqualelesseinteressemeacreditemequefac¸acomque estes«compremoproduto»25.

No sentido de alcanc¸ar este objetivodeve recorrer-sea um conjunto de práticas de forma continuada,coerente e integrada25.Assim,Jou,ChoueLu27,partindodas4práticas

deMIenunciadasporCollinsePayne28,chegaramàconclusão

queo mesmoédeterminadopor6tiposdefatores, nome-adamente: (i) aempatia e considerac¸ão(dizem respeito às necessidadespessoaisdosprofissionais);(ii)o benchmarking

(determinaoqueosconcorrentesoferecemaosseus empre-gados e é umaforma de compreender as expetativas dos clientesinternos/profissionais);(iii)aqualidadedotrabalho (esteaspetoenvolve ovalorfinanceiro eemocional associ-ado ao trabalho dos clientes internos); (iv) a comunicac¸ão ascendente(consideraaoportunidadedoscolaboradoresno sentidodecomunicaremassuasinsatisfac¸õesesugestões); (v)arelac¸ãoepartilhadeinformac¸ões(sãoosprogramas inter-nosutilizadospelosgestoresparatransmitiremmensagens, missões evalores aos seus colaboradores); e (vi) atividade promocional (visam promoveratividades que envolvam os colaboradoresequeoslevemaalcanc¸arosobjetivos organiza-cionais).Estes6fatores,posteriormentemedidospordiversas

(3)

variáveis, constituemo instrumentodesenvolvido por Jou, ChoueLu27.

Jou,ChoueLu27afirmamqueoMIinfluenciaasatisfac¸ão

profissional, o comportamento orientado para o cliente, o suporteorganizacional,ocomprometimentoorganizacionale asocializac¸ãodosgruposdetrabalho,oqueporsuavezirá influenciarasatisfac¸ãodocliente.Estasvariáveisserão poten-ciadaspelaestratégiadaorganizac¸ãoorientadaparaocliente, adelegac¸ãoeaavaliac¸ãodocomportamento29,30.

Destemodo,amotivac¸ãodevidoàsuaestreitarelac¸ãocom asatisfac¸ãodoscolaboradores1,31 aparececomoumagrande

preocupac¸ãodasorganizac¸õesedevesertrabalhadaemantida atravésdaimplementac¸ãodepráticasdeMI.

Motivac¸ão

As organizac¸ões têm como desafio a motivac¸ão dos cola-boradores, ou seja, fazer com que os seus colaboradores setornem decididos,confiantes, comprometidos, estimula-dose,fundamentalmente,queconsigamatingirosobjetivos daorganizac¸ãoatravésdotrabalhodesenvolvido32.Fazendo

umabreverevisãodaliteraturaverifica-se queamotivac¸ão é um dos fatores que mais afetam a produtividade nas organizac¸ões4e,poroutrolado,éumdosmaisimportantes

meiosparaqueoscolaboradoresatinjamosobjetivos orga-nizacionaisatravésdobomdesempenhodassuasfunc¸ões33.

Nosectordasaúde,equipasdeenfermagemmotivadase com-prometidascomaorganizac¸ãocriamestabilidadeque,porsua vez,constróiumabasesólidaparaodesenvolvimento estraté-gico,sobretudonasáreasdemelhoriadaqualidadeemudanc¸a organizacional34,35.

Segundodiversosautores36–38,motivac¸ãosãoforc¸as

inter-nas ao indivíduo que iniciam, conduzem e direcionam o comportamentodeumindivíduo,bemcomooseunívelde intensidadefaceadeterminadosobjetivos.

Os colaboradores motivados atingem a autorrealizac¸ão laboral,sendoparaissonecessárioqueaorganizac¸ão demons-tre respeito pelo seu trabalho, crie incentivos para que desenvolvamnovasideiaseaumentemoseuempenhoe qua-lidadenotrabalhorealizado.Estudossobreamotivac¸ãono trabalho consideram as condic¸ões no trabalho o elemento chave responsável pelo alcance de objetivos, qualidade e intensidadedocomportamentonotrabalho39.

Amotivac¸ãoencontra-seassociadaanecessidades, expe-tativas,incentivoseobjetivosindividuais,reforc¸ospositivos, reconhecimento,tomadadedecisãonoseugrupodetrabalho. Neste sentido, cada vez mais estas medidas são adota-das pelos gestores das organizac¸ões de forma a motivar os seus colaboradorese diminuir a distânciaentre o nível hierárquico40.

Teoriasdamotivac¸ão

Nas últimas décadas, as teorias que surgiram baseiam-sefundamentalmente naidentificac¸ãodosfatorespessoais desencadeadoresdamotivac¸ãodaspessoas41eainvestigac¸ão

realizadatemtidocomoprincipalobjetivoperceberaorigem damotivac¸ão,oscontextosdosquaisamesmaresulta42,43 e

oscontributosnocontextodasorganizac¸ões.

SegundoRego40,44,asváriasteoriasqueprocuramestudare

compreenderamotivac¸ãopodemserclassificadasem2tipos: teoriasdoconteúdoeteoriasdeprocesso.

Asteoriasdoconteúdoprocuramperceberoquemotiva aspessoasnotrabalho,ouseja,osseusautoresprocurama «identificac¸ãodasnecessidadesversusimpulsoqueas pes-soastêmecomonesseprocessonecessidades/impulsossão estabelecidasasprioridades,deformaaidentificarnaprática comquetipodeincentivosouobjetivosaspessoasseesforc¸am poralcanc¸areobtersatisfac¸ãoebomdesempenho»39.Porsua

vez,asteoriasdoprocessodescrevemeanalisamoprocesso peloqualocomportamentoéativado,dirigido,mantidoou paralisado32,40.Estasprocuramexplicaradinâmicade

desen-volvimentodamotivac¸ão, atravésda análiseintrínsecadas atitudeshumanas.Destaforma,asprincipaisteoriasdo con-teúdosão:aTeoriadaHierarquiadasNecessidades,aTeoria

ERG(ExistenceRelatednessandGrowth),Teoriadas

Necessida-des, Teoriados2Fatores,TeoriadoWorkDesign,enquanto dentro das teoriasdo processo sedistinguemaTeoria das Expetativas,aTeoriada Motivac¸ãoIntrínseca edo Envolvi-mentoeaTeoriadosObjetivos(tabela1).

SegundoSteers,MowdayeShapiro40,asteoriasmais

mar-cantesnaáreadamotivac¸ãoorganizacionalsãoasdescritas natabela1,poisostrabalhosmaisrecentestêmsidoapenas desenvolvimentosdestasteoriasoubaseadosnestasteorias erepresentam ainvestigac¸ão nestecamporelativa às últi-masdécadas.Asteoriasdoconteúdorepresentamumavisão da motivac¸ão no trabalho de uma forma estática e ape-naspreocupadacomaidentificac¸ãodosfatoresassociadosà motivac¸ão,enquantoasteoriasdoprocessorepresentamuma análisemaisdinâmicadamotivac¸ãonotrabalho,levandoem considerac¸ãorelac¸õescausaisatravésdotempoede determi-nadoseventos.

Desenho

da

investigac¸ão

Hipóteses

SegundoSteers,MowdayeShapiro40sãodiversasasteorias

quepretendemexplicaramotivac¸ão,sendoquealgumasse centramnoconteúdodafunc¸ãoeoutrasnoprocessoinerente àfunc¸ão.Contudo,podeobservar-senatabela1que pratica-mentetodaselasenvolvemdimensõesouvariáveisquesão consideradas porJou,ChoueLu27 comofazendo partedas

práticasdeMI.Nestesentido,pareceplausívelestabelecera seguintehipótese:

Hipótese1. AexistênciadepráticasdeMInasorganizac¸ões desaúdeaumentaamotivac¸ãodoscolaboradores.

Poroutrolado,dadoquediferentesorganizac¸õespossuem diferentesmodelosdegestão,parecetambémplausívelque aspráticasdeMIexistentesnessasorganizac¸õespossamser diferenteseque,destaforma,ainfluênciadaspráticasdeMI sobreamotivac¸ãodoscolaboradorestambémsejadiferente.

Segundoos Decretos-Lei n.◦ 233/2005 e101/200645,46, as

principaisdiferenc¸asentreosmodelosdegestãopúblicae ges-tãoinovadora,podemsersintetizadasnosseguintesaspetos:

(4)

Tabela1–Síntesedasprincipaisteoriasdamotivac¸ão

Autores Nome Tipo Premissas

Maslow(1954) TeoriadaHierarquiadas Necessidades

Conteúdo Aspessoassãomotivadaspornecessidadeshierarquizadas.Sódepois desatisfazerasnecessidadesdonívelanteriorsepassaàsatisfac¸ão donívelseguinte

Aldfer(1972) ERG(Existence,

Relatedness,andGrowth)

Conteúdo Aspessoassãomotivadasapenaspor3níveisdenecessidade: existência,ligac¸ãoecrescimento

Mcclelland(1961) TeoriadasNecessidades Conteúdo Asnecessidadesderealizac¸ãoousucesso,asnecessidadesdepoder easnecessidadesdeafiliac¸ãosãoasnecessidadesbásicasque originamamotivac¸ãoparaodesempenho

Herzberg(1966) Teoriados2Fatores Conteúdo Osfatoresmotivadoressãoarealizac¸ão,oreconhecimento,opróprio trabalho,aresponsabilidadeeapossibilidadedeprogredir

Hackmane Oldham(1976)

TeoriadoWorkDesign Conteúdo Avariedadedasfunc¸ões,aidentidade,osignificadodastarefas,a autonomiaeofeedbacksãoosdeterminantesdamotivac¸ãointrínseca Vroom(1964) TeoriadasExpectativas

(ExpectancyTheory)

Processo Osindivíduossentem-semotivadosquandooseucomportamento estáligadoadeterminadosresultados

Adams(1963) TeoriadaEquidade(Equity Theory)

Processo Aspessoassentem-semaismotivadasquandosentemquesão tratadasdeformajusta

RyaneDeci (1975) TeoriadaMotivac¸ão Intrínsecaedo Envolvimento(Self DeterminationTheory)

Processo Asemoc¸õesdeprazerdespoletadaspelasexperiências decompetênciaeautonomiasãoasdeterminantesdeum comportamentointrinsecamentemotivado

LockeeLatham (1990)

TeoriadosObjetivos(Goal SettingTheory)

Processo Amotivac¸ãoresultadacomparac¸ãoqueéfeitaentreosobjetivos propostoseodesempenho

Fonte:elaborac¸ãoprópria.

capitalestatutário,modelosdegestão,regimedecontratac¸ão, financiamentoepopulac¸ão-alvo.

Porforma a compreendera adoc¸ãode práticasde MI é necessáriofazerumaclarificac¸ãodadefinic¸ãodomodelodos cuidadoscontinuados edoshospitaisEPE, respetivamente. Com basenos Decretos-Lei n.◦ 233/2005 e101/200646,47, as

principaisdiferenc¸asentreos2modelosdegestãopodemser sintetizadasnosseguintesaspetos:

• Capitalestatuário, ouseja,oshospitaisEPEsãoumbem públicoeosCCIsãoumbemprivado;

• Modelo de gestão centralizado nos hospitais EPE, verificando-se que o Ministro das Financ¸as e da Saúde tem superintendência e tutela, pelo contrário nos CCI existe descentralizac¸ão do modelo de gestão o não se verificaqualquerregimedetutela.Consoanteomodelode gestãoadotadopoderãosurgirimplicac¸õesemtermosde autonomianasdecisõeseadoc¸ãonaspráticasdeMI; • Oregimede contratac¸ão de recursos humanosnos

hos-pitais EPE é realizado segundo o Código de Trabalho e legislac¸ãoemvigor,enquantonosCCI,relativamenteaesta matéria,serefereapenasqueapolíticaderecursos huma-nostememcontaprofissionaisdevidamentequalificadose prevêaformac¸ãoinicialecontínua,nãofazendoqualquer referênciaaoregimedecontratac¸ão.Assim,deummodo geral, observa-se que nas UCC o vínculo profissional é de prestac¸ão de servic¸os, enquanto nos hospitais EPE predominamoregimedecontrato;

• Ofinanciamento nos hospitaisEPEérealizadomediante aLei de Bases, enquanto nos CCI o financiamento éda responsabilidade do Ministério da Saúde, compartici-padopelaSeguranc¸aSocialeemalgunscasossuportado pela pessoa com dependência, segundo a tipologia da rede;

• Apesar do objetivo base ser o mesmo, na prestac¸ão de cuidadosdesaúdeexistemalgumasdiferenc¸asemtermos de populac¸ão-alvo e de tipologia de cuidados de saúde. A principal populac¸ão das CCI são pessoas idosas com dependência funcional, enquanto nos hospitais EPE são pessoasde todasasfaixas etáriasqueseencontremem situac¸ãodedoenc¸aaguda.

Considera-seassim,quenoshospitaisdemodelode ges-tãopúblicaestãoprevistasestratégiasepolíticasderecursos humanos pordecreto-lei, contrariamenteao verificado nos modelos de gestão inovadora,em que não estão previstas ou definidas quaisquer estratégias de recursos humanos. Dentrodasestratégiasderecursoshumanos,poderemos iden-tificar as relacionadas com as condic¸ões de trabalho, com a avaliac¸ão de desempenho, com perspetivas de carreira e com a realizac¸ão pessoal e profissional. Logo, especula-se que os colaboradores estejam mais motivados numa organizac¸ão que lhe oferec¸a melhores condic¸ões de traba-lho,emquehajaperspetivasdecarreiraevalorizac¸ãopessoal e profissional. Neste sentido propõe-se a seguinte hipó-tese:

Hipótese2. Noshospitaisdemodelodegestãopúblicaos cola-boradoressentem-semaismotivadosdoquenosmodelosde gestãoinovadora.

Poroutrolado,oSistemaNacionaldeSaúde,aoqual per-tencemoshospitaisdegestãopública,organizou-sedeforma agarantiraotimizac¸ãoeeficiência.Comotal,assuas gran-despreocupac¸õesforamemtermosdegestãoeficientequer a nível económico quer a nível de recursos humanos. No entanto,nossistemasdegestãoinovadoranãoestãoprevistas estasnecessidadesdeorganizac¸ão.

(5)

Desta forma, sendo o MI uma estratégia de gestão de recursos humanos47(George, 1990) e havendo uma maior

preocupac¸ãoerentabilizac¸ãodosmesmosrecursos, especula-sequenoshospitaisdegestãopúblicaadotempráticasdeMI maisdesenvolvidasdosquenosmodelosdegestãoinovadora. Peloquesepodeestabeleceraseguintehipótese:

Hipótese3. Oshospitaisdemodelodegestãopúblicatêm prá-ticasdeMImaisdesenvolvidasdoquenosmodelosdegestão inovadora.

Definic¸ãodaamostra

Deentreasvárias tipologiasde modelosdegestão pública escolheram-seoshospitaisEPEporseremosque represen-tamomaiornúmerodehospitaisemPortugale,dentrodo inovador,optou-sepelatipologiadoscuidadoscontinuados integrados(CCI),umavezquesãoummodeloemexpansãoe comrepresentatividade,atualmenteexistem5.000camasem Portugal48.

Assim,nosentidodealcanc¸aroobjetivoproposto, optou-seporumaamostranãoprobabilísticaporconveniênciaepor redesoutambémconhecidacomoboladeneve.Aamostraé constituídapor234enfermeiros,dosquais135trabalhavam emhospitaisEPEe99emUCC,sendomaioritariamente(68%) indivíduosdosexofeminino,tantonoshospitaisEPEcomonas UCC.Emtermosdeidade,aamostraestudadaéconstituída porenfermeiros comidades compreendidasentreos 22-58 anos.Emambasasorganizac¸õesdesaúdeaamostraé con-sideradajovem,emboranoshospitaisEPEexistamelementos empraticamentetodasasfaixasetárias,contrariamente às UCC.

Métododerecolhadedados

Sendoestaumapesquisadescritiva,optou-seporrecorrera uminquéritoporquestionário,vistoquesepretendiarecolher grandenúmerodeinformac¸ãodecarácterparticular49.

Oquestionárioaplicadonesteestudoeraconstituídopor 3partes.Naprimeirapartedoquestionáriopretendia-se reco-lherinformac¸õesgenéricas,decaráctersociodemográfico.Na segunda parte pretendia-se recolher informac¸ões sobre as práticasdeMI, como talrecorreu-seaoquestionário deMI – adaptado do instrumento desenvolvido por Jou, Chou e Lu27.Aosinquiridosfoi-lhesapresentadoumconjuntode26

proposic¸ões,sobaformadeescalatipoLikertcom7pontos, cujosextremosvariavamentre1(«DiscordoCompletamente») e7(«ConcordoCompletamente»).Naterceiraparte pretendia-se recolher informac¸ões sobre a motivac¸ão e para isso recorreu-se à escala Multi-Moti – Escala Multi-fatorial de motivac¸ãonotrabalhodeFerreira,Diogo,FerreiraeValente50.

Estaescalaéconstituídaporumconjuntode28afirmac¸õessob aformadeescalatipoLikertcom5graus,indode:1(«Discordo Totalmente»)a5(«ConcordoTotalmente»).

Após definido o instrumento de recolha de dados foi realizado um pré-teste a 20 enfermeiros com o objetivo de assegurar que as expetativas da investigac¸ão fossem alcanc¸adasediminuirpossíveiserrosexistentes51.

Nopresenteestudooptou-seinicialmenteporselecionar 2organizac¸õesdesaúde(hospitalEPEeUCC),àsquaisdepois

depedidaadevidaautorizac¸ãoseaplicaramosquestionários. Contudo, devidoaonúmeroreduzidode respostasnestas2 instituic¸ões,optou-seporrecorreraoutratécnicade amos-tragem– atécnica bola deneve– aplicada de acordocom o seguinte critério: enfermeiros que trabalhassem há pelo menosanoecujaantiguidadenainstituic¸ãofossesuperior aumano,umavezqueseentendeuquesóapartirdeumano ocolaboradorpoderiaterumentendimentodasuainstituic¸ão. Oquestionáriofoiaplicadoentredezembrode2009efevereiro de2010.

Apresentac¸ão

e

discussão

dos

resultados

Caracterizac¸ãodaamostra

Aamostraéconstituídaporenfermeirosquetrabalhavamem 7unidadesde cuidadoscontinuados(nasregiõesde Braga, Aveiro, Coimbra, Guarda eSetúbal)e11 hospitaisEPE(nas regiõesdeCoimbra,Guarda,CasteloBranco,Portalegre,Lisboa eFaro). Naamostra emestudopredominaa categoria pro-fissionalde enfermeirocom 33,3%noshospitaisEPEe41% nasUCC,seguidadascategoriasdosenfermeirosgraduados eespecialistas,com15,4e6,8%(daamostratotalnos hospi-taisEPE,respetivamente).NasUCCpraticamentesóexistea categoriadeenfermeiro.

Emtermosdevínculo,acategoriamaisrepresentadaéa existênciadecontratocomainstituic¸ão(29,1%noshospitais EPEe15%nasUCC).NoshospitaisEPEcercade27,8%da amos-trapertenceaoquadrodainstituic¸ão(contraapenas3,4%nas UCC).Verifica-seaindaquenasUCCcercade12,8%da amos-trasãoprestadoresdeservic¸ose11,1%sãoestagiários,sendo estascategoriasresiduaisparaosinquiridosquetrabalham noshospitaisEPE.

Noquedizrespeitoàantiguidadeprofissionalverifica-se queosinquiridosquetrabalhamnoshospitaisEPEtêmmais variabilidadeemtermosdeantiguidade:(i)14,1%trabalhano servic¸o entre1-3 anos; (ii)mas hátambém quemtrabalhe no servic¸o hámais de 30 anos. Porsua vez, os inquiridos quetrabalhamnasUCCtêmpoucaantiguidadeprofissional: (i) 38% da amostra está no servic¸o entre1-3 anos; (ii) dos restantes2,6%estánoservic¸oentre4-6;e(iii)só1,8%estáno servic¸oentre10-12anos.

Níveisdepercec¸ãodemarketinginternoemotivac¸ão

Como sepode observarnatabela 2asvariáveis do MIem ambasasorganizac¸õesdesaúdesãosemelhantes,havendo umligeiroaumentodasmesmasnasUCC.

Amédiaderespostaséaproximadamente3.Destemodo, constata-se que a percec¸ão que os colaboradores têm,em média,daspráticasMIébaixanasorganizac¸õesdesaúde estu-dadas,poisoseuvalorestáabaixodovalormédioconsiderado. ComopodesercomprovadopelovalordamédiaglobaldeMI queédeaproximadamente3,1.

Relativamenteàsvariáveisquecaracterizamamotivac¸ão, observa-se(tabela3)queamédiademotivac¸ãonos hospi-taisEPEfoiligeiramenteinferiorcom3,4,sendoamédiade motivac¸ãonasUCC3,5.

(6)

Tabela2–Caracterizac¸ãodevariáveisdeMInoshospitaisEPEenasUCC

Variáveisdemarketinginterno n Média Desvio-padrão Valormínimo Valormáximo

HospitaisEPE 135 3,09 0,93 1,04 5,88

UCC 99 3,24 1,13 1,08 5,58

Tabela3–Caracterizac¸ãodevariáveisdeMotivac¸ãonosHospitaisEPEenasUCC

Variáveisdamotivac¸ão n Média Desvio-padrão Valormínimo Valormáximo

HospitaisEPE 135 3,43 0,41 2,21 4,36

UCC 99 3,50 0,38 2,57 4,61

Global 234 3,55 0,76 1 5

Porúltimo,analisandooníveldemotivac¸ãoemgeralnas organizac¸õesdesaúdeestudadas,verifica-se queexisteum bomníveldemotivac¸ão,umavezqueamédiaparaavariável motivac¸ãoéde3,55.

Análisedasdimensõesrelacionadascomomarketing

interno

ParaanalisarasdimensõessubjacentesàsatividadesdeMI procedeu-se a uma análise fatorial. A tabela 4 mostra os indicadoresdevalidadedaanálisefatorial,relacionadocom asdimensõesdeMI.Segundo,ovalorencontradonoíndice Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) conclui-se que os resultados da análisefatorialsãoexcelentes50,52.QuantoaoTestede

Esfe-recidade de Bartlett, este é significativo ao nível de 0,000, demonstrando que existe um grau elevado de correlac¸ão entreasvariáveis,peloqueaaplicac¸ãodaanálisefatorialé adequada53.

Atravésdosresultados da análisefatorialrecorrendoao métododoscomponentesprincipaisparaextrairosfatores, conclui-sequeasvariáveisdeMIseagrupamem4fatores, todoscomvalorprópriosuperioràunidadeequeexplicam no conjunto68,58% de variânciatotal. Afim de facilitar a interpretac¸ãodosdados, procedeu-seàrotac¸ãodosfatores segundoométodoVarimax,resultandoem4fatores.

OsvaloresdeAlphadeCronbachobtidos(tabela5) demons-tramqueparaasvariáveisrelacionadascomoMI,osfatores apresentambonsníveisdeconsistênciainterna54.

Analisandoas variáveis maiscorrelacionadas com cada um dos fatores, pode concluir-se que: o primeiro fator irá relacionar-se com a «Comunicac¸ão entre empresa e colaborador»; o segundo fator tomou a designac¸ão de «Empatia e considerac¸ão», o terceiro relaciona-se com o

Tabela4–Indicadoresdeadequac¸ãodaanálisefatorial

ÍndiceKMO(Kaiser-Meyer-Olkin) 0,916

TestedeEsferecidadede

BartlettSig.

4749,758 0,000

Tabela5–ValoresdeAlphadeCronbach

Fator1 Fator2 Fator3 Fator4

AlphadeCronbach 0,924 0,919 0,877 0,875

«Benchmarkingerecompensas»eoquartofatorrelaciona-se com«Atividadespromocionais».

Análisedasdimensõesrelacionadascomamotivac¸ão Da mesma forma,procedeu-se aumaanálise fatorialpara encontrarasdimensõessubjacentesàmotivac¸ão.Atabela6

mostra os indicadoresde validadeda análisefatorial, rela-cionadocomasdimensõesdemotivac¸ão.Segundo,dovalor encontradono índiceKMOconclui-se queosresultados da análisefatorialsãomédios53.QuantoaoTestedeEsferecidade

deBartlett,esteésignificativoaonívelde0,000,demonstrando

queexisteumgrauelevadodecorrelac¸ãoentreasvariáveis, peloqueaaplicac¸ãodaanálisefatorialéadequada54.

Atravésdaanálisefatorialrecorrendoaométododos com-ponentesprincipaisparaextrairosfatores,conclui-sequeas variáveisdemotivac¸ãoseagrupamem4fatores,tendosido eliminadosoutros4fatoresporapresentaremíndicesde fia-bilidadefraca.Osfatoresfinaisexplicamnoconjunto65,121% devariânciatotal.

Relativamente àfiabilidade dosfatores, esta foi medida através doAlphadeCronbach.Os valoresobtidos demons-tramqueparaasvariáveisrelacionadascomamotivac¸ão,o primeirofatorapresentabonsníveisdeconsistênciainternae osrestantesfatoresapresentamníveisdeconsistênciainterna satisfatória54,comosepodeverificarnatabela7.

Analisandoasvariáveismaiscorrelacionadascomcadaum dosfatores,podeconcluir-sequeoprimeirofatorserelaciona com «Motivac¸ãocom ascondic¸õesde trabalho»;o segundo fatorcom«Motivac¸ãodedesempenho»,oterceirofatorcom a «Motivac¸ão para aprogressão»e o quintofator tomoua designac¸ãode«Motivac¸ãoderealizac¸ão».

Assim sendo, os fatores encontrados vão de encontro aodefendidopelosautoresFerreiraetal.51,nomeadamente

Tabela6–Indicadoresdeadequac¸ãodaanálisefatorial

ÍndiceKaiser-Meyer-Olkin(KMO) 0,755

TestedeEsferecidadede

BartlettSig.

2.024,739 0,000

Tabela7–ValoresdeAlphadeCronbach

Fator1 Fator2 Fator3 Fator4

(7)

motivac¸ão com a realizac¸ão e poder, motivac¸ão com a organizac¸ão do trabalho e motivac¸ão com o desempenho, havendosomentediferenc¸asnofatormotivac¸ãoassociadaao envolvimento.

Testeàshipóteses

Teste da hipótese 1. A existência de práticas de MI nas organizac¸õesdesaúdeaumentaamotivac¸ãodos colaborado-res.

Paratestarestahipóteseoptou-seporrealizaruma regres-sãolinearmúltipla,nosentidodeverificararelac¸ãofuncional entreavariáveldependente(motivac¸ãoglobal)easvariáveis independentes(nestecaso,asdimensõesdoMIresultantes dosfatoresobtidosnaanálisefatorial).Assim,assumiu-seo pressupostodaindependênciatendoemcontaquenão esta-mosperanteumasérietemporaleaselec¸ãodasobservac¸ões foramaleatórias.

Porsua vez, a normalidade dosresíduos foi testada de acordo com o preconizado por Maroco54, tendo-se

verifi-cado a linearidade entre as 2 variáveis. Já o pressuposto dahomogeneidadedavariância(homocedasticidade)foi tes-tadograficamente,recorrendoaos resíduosestudantizados. Rejeitou-seahipótesedeheterocedasticidadeeaceitou-seo pressupostodahomocedasticidade.Relativamenteao pressu-postodadistribuic¸ãonormaldoserros,tambémfoiaveriguado atravésdeumgráfico deprobabilidadenormal,como reco-mendaMaroco55,verificando-sequeoserrospossuíamuma

distribuic¸ãonormal.

Recorreu-se,ainda,atestesdeinferênciaestatísticapara identificarsea relac¸ão estimadaésignificativa, bemcomo paradeterminaraqualidadedaspredic¸õesfeitas55.

Natabela8apresentam-seosdadosrelacionadoscomo modeloderegressãolinearmúltiplapropostoafimde deter-minarseoMIaumentaamotivac¸ão.

Assim,comosepodeobservarnatabela8,ovalorde R mostraqueocoeficientedecorrelac¸ãoentreamotivac¸ãogeral easpráticasdeMIéde0,374.Destemodo,apercentagemde variac¸ãototalnamotivac¸ãoexplicadapelaspráticasdeMI(R2)

éde14%.Apesardeumvalorreduzidoesteésignificativo,pois comosepodeobservarnatabeladaANOVA(tabela9)ovalor deFésignificativoparaumníveldesignificânciade0,000,o quesignificaqueaspráticasdeMIajudamareduziroerrona estimac¸ãodavariávelmotivac¸ãoglobalem14%.

Seguidamente,determinou-sesetodososfatores perten-centes àvariável de MIcontribuem de igual forma para o modelo.Osresultadospodemserobservadosnatabela10.

Deste modo,analisaram-se os coeficientes de regressão estandardizadosou«coeficientesbeta»,verificando-sequesão osfatores1 -Comunicac¸ãoentre empresaecolaborador e fator2-Empatiaeconsiderac¸ãodoMI, osqueapresentam asmaiorescontribuic¸õesrelativasparaexplicaramotivac¸ão. Observa-seaindaqueapenasofator4-Atividades promo-cionaisnão afeta significativamente a motivac¸ão 55. Deste

modo,aComunicac¸ãoentreaEmpresaeoscolaboradores, aEmpatiaeconsiderac¸ãoeoBenchmarkingerecompensas aumentaamotivac¸ãodoscolaboradoresnasorganizac¸õesde saúdeestudadas.Dadoo factoda multicolinearidadeentre

os fatoresde MI poderserum problema,testou-se a mul-ticolinearidade através do Variance Inflaction Factor (VIF), concluindo-se que os valores encontrados estavam dentro dosvalores consideradosnormais56, mostrando nãoexistir

multicolinearidade entre os diversos fatores da regressão. Confirmando-separcialmenteahipótese1inicialmente for-mulada,ouseja,«OMInasorganizac¸õesdesaúdeaumentaa motivac¸ãodoscolaboradores»,talcomoafirmamGrönroos23,

HelmanePayne11,Lindonetal.57eSchwepkereGood24.

Teste da hipótese 2. Nos hospitais de modelo de gestão públicaoscolaboradoressentem-semaismotivadosdoque nosmodelosdegestãoinovadora.

A fim de testar a hipótese 2 recorreu-se ao teste da ANOVAparaverificarseexistemdiferenc¸asnasmédiasdos 2grupos(hospitaisEPEeUCC).Assim,edadoquea amos-tra estudadaapresentaumadimensãorazoável paraevitar preocupac¸ões com a normalidadedas variáveis,de acordo comorecomendadoporHairetal.57,testou-seopressuposto

dahomogeneidade davariânciaparaasmédiasdosfatores demotivac¸ãonasorganizac¸õesdesaúdeestudadas,antesde procederàanálisedevariância.Natabela11podem observar-seosresultadosdotestedeHomogeneidadedeLevenepara asvariáveisemestudo.

Como sepodeobservarpelosresultados da tabela11, o testedehomogeneidadedeLevenemostrouqueavariância éhomogéneaparaasvariáveisdosfatoresrelacionadoscom amotivac¸ão.Vistoqueopressupostodahomogeneidadefoi cumpridoparaasmédiasdetodososfatoresdemotivac¸ão estudados,seguidamenteapresenta-seotestedaanálisede variância(ANOVA)(tabela12).

Através daanálisedaANOVA (tabela12),verifica-seque existemapenasdiferenc¸assignificativasnamédiadofator1, paraumníveldesignificânciade0,1,nãoseverificandonas restantesmédias.Podeassimconcluir-sequeapenasexistem diferenc¸as relativamenteàmotivac¸ãocom ascondic¸ões de trabalhoentreoscolaboradoresquetrabalhamnoshospitais EPEenasUCC,sendoqueamédiadestefatornasUCCéde aproximadamente3,05enoshospitaisEPEéde aproximada-mente2,90,peloqueserejeitaahipótese2,quepressupunha quenoshospitaisEPEoscolaboradoressesentemmais moti-vados do que nas UCC. Contrariamente ao esperado pela revisãodaliteratura,ahipótese2inicialmenteformuladanão seconfirmou.

Estesresultadospoderãoservistosàluzdaamostra estu-dada,umavezqueoscolaboradoresdasUCCsãoprofissionais no iníciode carreira,com pouca experiênciaprofissionale como tal valorizam as condic¸ões de trabalho oferecidas, não conhecendo ou ambicionando senão um trabalho. No entanto,noquedizrespeitoaoshospitaisEPE,osprofissionais nasuamaioriajátêm algumaexperiênciaprofissionalejá trabalhamháalgunsanos,comotalosentidodevalorizac¸ão mudoueexisteanecessidadedequereremmaisemelhor.Por outrolado,apesardaaparenteestabilidadedoshospitaisEPE, estes têmsofridograndesalterac¸õesestruturaiscom ofim demostrareficiência,eficácia,apósasuatransic¸ãoparaeste modelodegestãoeporissooscolaboradorespodemsentir-se mais pressionados, menos seguros e consequentemente menosmotivados.Comotal,estetipodealterac¸õessofridas

(8)

Tabela8–Dadosdaregressãolinear

Modelo R R2 R2ajustado Erropadrão

daestimativa

Estatísticasdemudanc¸a Durbin-Watson

Mudanc¸a noR2 Mudanc¸a noF gl1 gl2 Mudanc¸a naSig. 1 0,374 0,140 0,124 0,70221 0,140 9,012 4 222 0,000 2,087

Tabela9–TabeladaANOVA

Modelo Somadosquadrados gl Médiadosquadrados F Sig.

1

Regressão 17,776 4 4,444 9,012 0,000

Resíduos 109,467 222 0,493

Total 127,242 226

Tabela10–Coeficientesdaregressão

Modelo Coeficientesnão

estandardizados

Coeficientes estandardizados

T Sig. Estatísticasde

colinearidade

B Erropadrão Beta Tolerância VIF

(constante) 3,581 0,047 76,845 0,000 1,000

Fator1-Comunicac¸ãoentreempresa ecolaborador

0,177 0,047 0,236 3,789 0,000 1,000

Fator2-Empatiaeconsiderac¸ão 0,171 0,047 0,227 3,653 0,000 1,000 1,000

Fator3-Benchmarkingerecompensas 0,109 0,047 0,145 2,337 0,020 1,000 1,000

Fator4-Atividadespromocionais 0,079 0,047 0,106 1,700 0,091 1,000 1,000

Tabela11–Testedehomogeneidadedavariância

EstatísticadeLevene gl1 gl2 Sig.

Fator1-Motivac¸ãocomcondic¸õesdetrabalho 0,090 1 232 0,765

Fator2-Motivac¸ãodedesempenho 0,778 1 232 0,379

Fator3-Motivac¸ãocomaprogressão 0,637 1 232 0,426

Fator4-Motivac¸ãoderealizac¸ão 0,602 1 232 0,438

Tabela12–Testedeanálisedavariância(ANOVA)

Somadosquadrados gl Médiasdosquadrados F Sig.

Fator1-Motivac¸ãocomascondic¸õesdetrabalho

Entreosgrupos 1,660 1 1,660 3,180 0,076

Dentrodosgrupos 121,102 232 0,522

Total 122,762 233

Fator2-Motivac¸ãodedesempenho

Entreosgrupos 0,571 1 0,571 1,540 0,216

Dentrodosgrupos 86,038 232 0,371

Total 86,609 233

Fator3-Motivac¸ãocomaprogressão

Entreosgrupos 1,024 1 1,024 2,294 0,131

Dentrodosgrupos 103,556 232 0,446

Total 104,580 233

Fator4-Motivac¸ãoderealizac¸ão

Entreosgrupos 0,614 1 0,614 0,899 0,344

Dentrodosgrupos 158,598 232 0,684

(9)

Tabela13–Testedehomogeneidadedavariância

EstatísticadeLevene gl1 gl2 Sig.

Fator1-Comunicac¸ãoentreempresaecolaborador 9,962 1 232 0,002

Fator2-Empatiaeconsiderac¸ão 0,034 1 232 0,854

Fator3-Benchmarkingerecompensas 0,080 1 232 0,778

Fator4-Atividadespromocionais 5,436 1 232 0,021

Tabela14–Testedeanálisedavariância(ANOVA)

Somadosquadrados gl Médiasdosquadrados F Sig.

Fator2-Empatiaeconsiderac¸ão

Entreosgrupos 4,103 1 4,103 1,863 0,174

Dentrodosgrupos 510,869 232 2,202

Total 514,972 233

Fator3-Benchmarkingerecompensas

Entreosgrupos 3,041 1 3,041 2,418 0,121

Dentrodosgrupos 291,736 232 1,257

Total 294,778 233

poderá afetar diretamente as condic¸ões de trabalho dos profissionais de saúde que poderão apresentar níveis de motivac¸ãoinferioresaosesperados.

Testedahipótese3. Oshospitaisdemodelodegestãopública têmpráticasdeMImaisdesenvolvidasdoquenosmodelosde gestãoinovadora.

ComointuitodeverificarseexistempráticasdeMI distin-tasentreoshospitaisEPEeasUCCrecorreu-seàanáliseda variância(ANOVA)eaostestesderobustezdeWelche Brown-Forsythemcasosdeausênciadehomogeneidadedavariância dasmédiasdosfatoresdeMIcomoseguidamenteseexplica. Para Hair et al.54, a homogeneidade da variância é um

dospressupostosmaisimportantesnaanálisedevariância. Aoanalisarmosahomogeneidadedavariânciaentreos cola-boradores quetrabalham noshospitais EPEenas UCC,no querespeita àsmédias dosfatoresde MI, verificamosque avariânciaé homogéneaparaas médiasdosfatores2e3 (tabela13).

Comotal,foicumpridooprincipalpressupostonecessário paraarealizac¸ãodaanálisedevariância(ANOVA).Daanálise daANOVA(tabela14)verifica-sequenãoexistemdiferenc¸as significativasnamédiadofator2e3.

Como osfatores 1(Comunicac¸ãoentre empresae cola-borador) e 4 (Atividades promocionais) não cumpriam o pressupostodahomogeneidadedavariância,procedeu-seà realizac¸ãodostestesderobustezdeWelcheBrown-Forsythe afimdeverificarseasmédiasdavariávelMIdiferem signifi-cativamenteentreoscolaboradoresdoshospitaisEPEeUCC, deacordocomorecomendadoporPestanaeGageiro56.

Através da interpretac¸ãodotestede robustezde Welch e Brown-Foryth (tabela 15), conclui-se que não existem diferenc¸assignificativasentreasmédiasdofator4 (Ativida-despromocionais)doMIentreoshospitaisEPEeasUCCem estudo.

Assim, observa-se que apenas a média do fator 1 das variáveis do MI é significativamente diferente, sendo de aproximadamentede3,3noshospitaisEPEede aproximada-mente3,7nasUCC.Comotal,conclui-sequeapenasexistem

Tabela15–TestederobustezdeWelcheBrown-Forsythe

Estatística gl1 gl2 Sig.

Fator1-Comunicac¸ãoentreempresaecolaborador

Welch 5,881 1 183,855 0,016

Brown-Forsythe 5,881 1 183,855 0,016

Fator4-Atividadespromocionais

Welch 0,166 1 184,353 0,685

Brown-Forsythe 0,166 1 184,353 0,685

diferenc¸assignificativasentreoshospitaisEPEeasUCCnoque dizrespeitoàspráticasdeMIreferentesaoprimeirofatorque dizrespeitoà«Comunicac¸ãoentreempresaecolaborador», peloqueserejeitaahipótese3quepressupunhaqueos hos-pitaisEPEtêmpráticasdeMImaisdesenvolvidasdoqueas UCC,contrariandooesperado.

Estes resultados poderãoser apoiadosatendendo aque asUCCsãoconsideradasmodelosinovadorescujasemivida émuitorecente,assentamnacompetitividadeequalidade58

e,comotal,estetipodeorganizac¸õespoderãoapostarnuma políticade recursoshumanosmaisviradaparapráticas de MI direcionadas para a comunicac¸ão. Por outro lado, são consideradasnasuamaioriaorganizac¸õesdesaúdede meno-resdimensõesecommenornúmerodeníveishierárquicos e, como tal, a comunicac¸ão poderá realizar-se através de melhorescanaisdecomunicac¸ãoesembarreiras.

Conclusões,

limitac¸ões

e

sugestões

PelaanálisedescritivadasvariáveisdeMIemotivac¸ão conclui-sequeapercec¸ãodaspráticasdeMIébaixa.Contrariamente, verificou-se umbom nível de motivac¸ão percecionada por partedoscolaboradoresnasorganizac¸õesdesaúdeestudadas. NosentidodedeterminarasdimensõesdoMI procedeu-se à análise fatorial, tendo sido obtidas 4 dimensões com bons níveis de consistência interna, nomeadamente «Comunicac¸ão entre empresa e colaborador», «Empatia e considerac¸ão», «Benchmarketing e recompensas» e «Atividades promocionais», com um valor de variância

(10)

totalexplicadade68,58%sendoqueas2primeirasdimensões explicam21,690e18,446%davariânciaexplicada, respetiva-mente.Peloqueseconcluiqueoinstrumentodeavaliac¸ão utilizadoéumbominstrumentoparaavaliarapercec¸ãode práticasdeMI.

Procedeu-se também à análise fatorial para determinar asdimensõesdemotivac¸ão,tendosidoobtidasinicialmente 8dimensõesquedepoisdeexcluídasasvariáveisnão signi-ficantesderamorigema4dimensões(sendoaprimeiracom bomníveleasrestantescomnívelsatisfatóriodeconsistência interna)equeexplicamnoseuconjunto65,121%davariância total.As4dimensões/fatoresquecaracterizamavariávelde motivac¸ãoestãoassociadasà«Motivac¸ãocomascondic¸ões de trabalho», «Motivac¸ão com o desempenho», «Motivac¸ão com a progressão» e«Motivac¸ão com a realizac¸ão»,sendo o primeirofator «Motivac¸ão com ascondic¸ões de rabalho» o mais representativo com 13,7% da variância explicada. Conclui-seassimque,apesardaescala Multi-Motiseruma escala de motivac¸ão no trabalho devidamente testada e validada para a populac¸ão portuguesa, esta escala não é indicadaparaavaliaramotivac¸ãonotrabalhonestecontexto de cuidadosde saúde,devido ao fraco nível de fiabilidade internadosfatores,explicandoapenas65,121%devariância.

NoquedizrespeitoaoMI,identificou-seaexistênciade procedimentosdeMInasorganizac¸ões desaúdeestudadas (hospitais EPEeUCC) através daaplicac¸ão doquestionário deMIadaptadodoinstrumentodesenvolvidoporJou,Chou e Lu27. Esta escala apresentou bons níveis de fiabilidade,

comníveisdeconsistênciainterna(AlphadeCronbach)dos fatoresentreos0,875-0,924.Verificou-setambémqueexistem diferenc¸as significativas nos procedimentos de MI no que respeitaàcomunicac¸ãoentreaempresaeocolaboradornos hospitaisEPEenasUCC,nomeadamentequenasUCCesses procedimentosdeMIsãomaisdesenvolvidos.

Conclui-seaindaqueexistemdiferenc¸assignificativasem relac¸ãoaonívelde motivac¸ãonoquerespeitaàmotivac¸ão com as condic¸ões de trabalho entre os colaboradores dos hospitaisEPEenasUCC,verificando-sequenestadimensão oscolaboradoresdasUCCestãomaismotivadosdoquenos hospitais EPE. Sendo que nas restantes dimensões não se verificaram diferenc¸as estatisticamente significativas entre oshospitaisEPEeasUCC.

No que respeita às hipóteses formuladas, confirmou-se parcialmente a hipótese 1 – a existência de práticas de MI nas organizac¸ões de saúde aumenta a motivac¸ão dos colaboradores.Atravésdotestederegressãolinear verificou-se ainda que os 3 primeiros fatores de MI, «Comunicac¸ão entreempresaecolaboradores»,«Empatia econsiderac¸ão», «Benchmarking e recompensas», respetivamente, influen-ciam a motivac¸ão dos colaboradores das organizac¸ões de saúdeestudadas.Porsuavez, aadoc¸ãodas práticasdeMI relacionadascom«Atividadespromocionais»nãoinfluenciam a motivac¸ão dos colaboradores das organizac¸ões de saúde estudadas.

No entanto, a «Comunicac¸ão entre empresa e cola-boradores»éavariáveldeMIquemaisaumentaamotivac¸ão doscolaboradoresdasorganizac¸õesdesaúdeestudadas.

Relativamenteàhipótese2–quesugeriaquenoshospitais de modelo de gestão pública os colaboradores se sentem mais motivadosdo que nos modelos de gestão inovadora

– esta foi rejeitada.Concluindo-se que nasUCC estudadas os colaboradores se sentem mais motivados no que diz respeitoàmotivac¸ãocomascondic¸õesdetrabalhodoqueos colaboradoresdoshospitaisEPE.

Porúltimo,nãoseconfirmouaHipótese3–oshospitais demodelodegestãopúblicatêmpráticasdeMImais desen-volvidasdoquenosmodelosdegestãoinovadora.Comotal, verificou-sequeexistempráticasdeMImaisdesenvolvidasno querespeitaàcomunicac¸ãoentreempresaecolaboradornas UCCdoquenoshospitaisEPE.

Peranteosresultadoseasconclusõesobtidasparece exis-tir influência do MI na motivac¸ão dos colaboradores nas organizac¸õesdesaúdeestudadas,havendo,noentanto, prá-ticas de MI que depois de melhor exploradas e aplicadas poderão ser uma ferramenta importante na estratégia de recursos humanosnas organizac¸ões de saúde estudadase que,porsuavez,poderãoiraoencontrodosobjetivos organi-zacionaisestabelecidos,nomeadamenteaumentodeeficácia, eficiência,sustentabilidadeeprestac¸ãodecuidadosdesaúde dequalidade.

Os resultados parecem também contrariar aquiloque à partidasepressupunhanoquerespeitaàsdiferenc¸asentre os modelos de gestão pública e modelo de gestão inova-dora. De facto, esperava-se inicialmente que o modelo de gestão pública, que por lei assegura condic¸ões de traba-lho que oferecem maiores níveis de seguranc¸a, estivesse associado a maiores níveis de motivac¸ão ede práticas de MI. Contudo, tal não severificou, indiciando quetalvez as restruturac¸ões que este modelo tem sofrido nos últimos anos tenha conduzido a estes resultados e, consequente-mente, a menores níveis de motivac¸ão e menor percec¸ão depráticasdeMIporpartedosenfermeirosquetrabalham nestasorganizac¸ões.Poroutrolado,comojáanteriormente referido, a menor dimensão e flexibilidade das unidades de cuidados continuados pode também conduzir a estes resultados,bemcomoosmenoresníveisetáriosdos profis-sionaisqueaítrabalhampossamcriarmenoresexpetativas e, como tal,uma percec¸ão maisrealista das condic¸ões de trabalho.

Limitac¸õesefuturaslinhasdeinvestigac¸ão

Apósarealizac¸ãodainvestigac¸ãoeanálisedosresultados,que seesperaseremmaisumcontributoparaoaprofundamento da temáticadeMInocontexto decuidadosdesaúde,deve dizer-sequefoiumdospoucosestudosrealizadosneste con-textoemPortugal,peloqueseriaimportantearealizac¸ãode outrasinvestigac¸õesafimdeconfirmarashipóteses rejeita-das,bemcomoapoiarasconclusõesretiradas.

Umadaslimitac¸õesdopresenteestudoprendeu-secom aescolhadasorganizac¸õesdesaúde,umavezquepoderiam ter-seselecionadoasorganizac¸õesdesaúdemediantealguns critérios,nomeadamentelocalizac¸ãogeográfica,antiguidade profissional/servic¸ooucategoriaprofissional.

Ohorizontetemporalfoivistocomoumalimitac¸ãoe,como tal,nãofoipossívelacederatodasoshospitaisEPEetodasas UCC dopaísafimdesepodercaracterizaregeneralizaros resultados.Assim,comoumaeventuallinhafuturaaponta-se areplicac¸ãodoestudoatodasasorganizac¸õesdesaúdedo

(11)

país,mantendo-seocritériodiferenciadorentreos2modelos degestão.

Poroutrolado,aescalaMulti-Moti–escalaMulti-fatorialde motivac¸ãonotrabalho–acabouporserevelarumalimitac¸ão, pois,emborasejaumaescalavalidadaparaapopulac¸ão por-tuguesa,verificou-senãoseradequadaparaestecontextode cuidadosdesaúde,peloquenospróximosestudossedeverá optarporoutraescalamaisadequadaparaavaliaramotivac¸ão doscolaboradoresemorganizac¸õesdesaúde.

Outralimitac¸ãoprendeu-secomofactodeamotivac¸ãoser explicadaoudeterminadaporváriosfatoresenesteestudo tersidocondicionadaapenasaoMI,peloqueemfuturos estu-dospoder-se-iaverificarquaissãoasoutrasdeterminantesou variáveisparaalémdoMIqueinfluenciamamotivac¸ãodos colaboradoresnasorganizac¸õesdesaúdeestudadas.

Verificou-se ainda outra limitac¸ão relacionada com o tipodeabordagemrealizada.Eventualmentepoder-se-iater realizado também uma abordagem qualitativa para perce-ber melhor o que os colaboradores sabem e esperam das organizac¸õesemtermosdepráticasdeMI,asmudanc¸asque ocorreramcom atransic¸ão para oshospitaisEPE edeque formaessastransformac¸õescontribuíramounãoparaasua motivac¸ão.

Conflito

de

interesses

Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses.

b

i

b

l

i

o

g

r

a

f

i

a

1. AhmedPK,RafiqM.Internationalmarketing:toolsand conceptsforcustomer:focusedmanagement.Oxford: Butterworth-Heinenmann;2002.

2. BerryLL,ParasuramanA.Marketingservices:competing throughquality.Oxford:TheFreePress;1991.

3. PletcherG.Theemployee-patient-profitchaininatraditional for-profithospital:alongitudinalcasestudy.Minneapolis: CapellaUniversity;2000.Adissertationpresentedinpartial fulfillmentoftherequirementsforthedegreeofDoctorof Philosophy.

4. FerreiraJMC,NevesJ,CaetanoA,editors.Manualde psicossociologiadasorganizac¸ões.Lisboa:McGrawHill;2002.

5. GummessonE.Usinginternalmarketingtodevelopanew culture:thecaseofEricssonquality.JBusinessIndustMark. 1987;2:23–8.

6. KotlerP.MarketingparaoséculoXXI.3aed.Lisboa:Editorial Presenc¸a;2000.

7. FlipoJP.Servicefirms:interdependenceofexternaland internalmarketingstrategies.EurJMarket.2007;20:5–14.

8. PeltierJ,NillA,SchibrowskyJA.Internalmarketing,nurse loyaltyandrelationshipmarketing:anexploratorystudyof Germannurses.HealthMarkQuart.2003;20:63–78.

9. SusinLJ.Endomarketing:umestudodecasonagerênciade análisedecréditodoBancodoBrasil.Florianópolis:UFSC; 2003.Dissertac¸ãodeMestradoemEngenhariadeProduc¸ãodo ProgramadePósGraduac¸ãoemEngenhariadeProduc¸ão.

10.GounarisS.Antecedentsofinternalmarketingpractices: somepreliminaryempiricalevidence.IntJServIndMan. 2008;19:400–34.

11.HelmanD,PayneA.Internalmarketing:mythversusreality. Cranfield,UK:CranfieldSchoolofManagement,Cranfield InstituteofTechnology;1992(WorkingPaper;5/92).

12.VareyRJ,LewisBR.Abroadenedconceptionofinternal marketing.EurJMarketing.1999;33:926–44.

13.GeorgeWR.Theretailingofservicesachallengingfuture. JRetailing.1977:85–98.Fall.

14.ThompsonTW,BerryLL,DavidsonPH.Bankingtomorrow: managingmarketsthroughplanning.NewYork,NY:Van NostrandReinhold;1978.

15.MurrayJG.Theimportanceofinternalmarketing.Bankers Magazine.1979;46:38–40.

16.PapasolomouJ.Caninternalmarketingbeimplemented withinbureaucraticorganizations?InternJBankMarket. 2006;24:194–212.

17.SchultzDE.Buildinganinternalmarketingmanagement calculus.InteractiveMarket.2004;6:111–8.

18.AhmedPK,RafiqM,SaadNM.Internalmarketingandthe mediatingroleoforganisationalcompetencies.EurJMarket. 2003;37:1221–78.

19.AhmedPK,RaquifM.Advancesintheinternalmarketing concept:definitions,synthesisandextension.JServMarket. 2000;14:449–62.

20.BansalHS,MendelsonMB,SharmaB.Theimpactofinternal marketingactivitiesandexternalmarketingoutput.JQual Managem.2001;6:61–76.

21.GounarisS.Measuringinternalmarketorientationin services:Someempiricalevidence.JBusinessResearch. 2006;5:432–48.

22.BurnthorneT,CarrJ,GregoryB,DwyerS.Influence ofpsychologicalclimateonthesalespersoncustomer orientation:salespersonperformancerelationship.JMarket Theory&Practice.2005;13:59–71.

23.GrönroosC.Internalmarketinganintegralpartofmarketing theory.In:DonnellyJH,GeorgeWE,editors.Marketingof services.Chicago,ILL:AmericanMarketingAssociation;1981. p.236–8.

24.SchwepkerCJ,GoodDJ.Marketingcontrolandsalesforce customerorientation.JPersonalSellingSalesManag. 2004;24:167–79.

25.SaiasL.Marketingdeservic¸os:qualidadeefidelizac¸ão declientes.Lisboa:UniversidadeCatólicaEditora;2007.

26.LibermanA,RotariusTM.Marketingintoday’shealthcare environment.HealthCareManagerJ.2001;19:23–8.

27.JouJYH,ChouCK,LuFL.Developmentofaninstrument tomeasureinternalmarketingconcept.JAppliedManag Entrepreneur.2008;13:66–76.

28.CollinsB,PayneA.Internalmarketing:anewperspectivefor HRM.EurManagJ.1991;9:261–70.

29.KangYC.Internalmarketingbehavior,performance evaluation,jobsatisfactionandcustomer-orientation:acase ofthefinancialbankingindustry.Taiwan:NationalSun Yat-senUniversity;.UnpublishedMaster’sthesis. 2001.

30.HsiaoYF.Internalmarketingbehavior,performance evaluation,authorizing,firm-initiatedcustomer-orientation strategyandemployee’customerorientation:acaseofreal estatecompanies.Taiwan:NationalSunYat-senUniversity; 2002.Master’sthesis.

31.FrostFA,KumarM.INTERSVQUAL:aninternaladoptionof theGAPmodelinalargeserviceorganization.JServMarket. 2000;14:358–77.

32.ChiavenatoI.Comportamentoorganizacional:adinâmicado sucessodasorganizac¸ões.SãoPaulo:PioneiraThomson Learning;2004.

33.KnippenbergDV.Workmotivationandperformance:asocial identityperspective.AppliedPhychol:InternatReview. 2000;49:357–71.

34.PeltierJW,BoytT,SchibrowskyA.Obstetricalcareandpatient loyalty:Part2.MarketHealthServ.1999;19:12–20.

35.WeissMD,PettengillMM,SavilK,KjervikDK.Theexposition asamarketingstrategy.NursManag.1990;21:54–8.

(12)

36.SimsD,FinemanS,GabrielY.Organizingandorganizations: anintroduction.London:Sage;1993.

37.GeorgeJM,JonesGR.Understadingandmanaging organizationalbehaviour.2nded.Reading,MA: Addison-Wesley;1999.

38.LuthansF.Organisationalbehaviour.8thed.Boston:Irwin McGraw-Hill;1998.

39.SteersRM,MowdayRT,ShapiroDL.Introductiontospecial topicforum:thefutureofworkmotivationtheory.Acad ManagRev.2004;3:379–87.

40.NelsonB,EconomyP.Bíbliadagestão:osmelhoresemais actuaisrecursosdegestão.Lisboa:GestãoPlusEdic¸ões;2006.

41.AustinJT,KleinHJ.Workmotivationandgoalstriving.In: MurphyKR,editor.Individualdifferencesandbehaviourin organizations.SanFrancisco,CA:Jossey-Bass;1996.

42.FerrisRG,RowlandMK,editors.Researchinpersonneland humanresourcesmanagement,9.London:LondonEditor; 1991.p.213–34.

43.WeinerB.Humanmotivation.Hillsdale,NJ:Erlbaum;1989.

44.RegoA.Osmotivosdesucesso,afiliac¸ãoepoder:

desenvolvimentoevalidac¸ãodeuminstrumentodemedida. AnálisePsicológica.2000;3(SerieVIII):335–44.

45.Decreto-Lein.◦233/2005.D.R.n.249.SérieI-A

(2005-12-29)7323-7333.

46.Decreto-Lein.◦101/2006.D.R.n.◦109.SérieI-A (2006-06-06)3856-3865.

47.GeorgeWS.Internalmarketingandorganizationalbehavior:a partnershipinemployeesateverylevel.JBusinessRes. 1990;20:63–70.

48.MinistériodaSaúde.UnidadeMissãoCuidadosContinuados Integrados.Relatóriointercalardemonotorizac¸ãodaRede NacionaldeCuidadosContinuadosIntegrados(RNCCI).

[Online].Lisboa:UnidadeMissãoCuidadosContinuados Integrados;2011[consultado12Set2012].Disponívelem:

http://www.rncci.min-saude.pt/SiteCollectionDocuments/ relatoriomonitorizacao1sem2011.pdf

49.MalhotraNK.Basicmarketingresearch:applicationsto contemporaryissues.UpperSaddleRiver,NJ:Prentice-Hall International;2002.

50.FerreiraA,DiogoC,FerreiraM,ValenteAC.Construc¸ão evalidac¸ãodeumaescalamulti-factorialdemotivac¸ão notrabalho(Multi-Moti).ComportOrganizGestão. 2006;12:187–98.

51.LakatosE,MarconiM.Fundamentosdemetodologia científica.3aed.SãoPaulo:EditoraAtlas;1996.

52.PestanaM,GageiroJ.Análisededadosparaciênciassociais: acomplementaridadedoSPSS.2aed.Lisboa:Edic¸õesSílabo; 2000.

53.HairJ,AndersonR,TathamR,BlackW.Multivariatedata analysis.5thed.Prentice-Hall:EnglewoodCliffs,NJ;1998.

54.MarocoJ.Análiseestatísticacomutilizac¸ãodoSPSS.3aed. Lisboa:Edic¸õesSílabo;2007.

55.PestanaM,GageiroJ.Análisededadosparaciênciassociais: acomplementaridadedoSPSS.4aed.Lisboa:Edic¸õesSílabo; 2005.

56.HairJF,AndersonRE,TathamRL,BlackW.Multivariatedata analysis.6thed.NewYork,NY:MacMillan;2006.

57.LindonD,LendrevieJ,DionisioP,RodriguesJ.MercatorXXI: teoriaepráticadomarketing.10aed.Lisboa:Publicac¸ões DomQuixote;2004.

58.MinistériodaSaúde.RedeNacionaldeCuidadosContinuados Integrados(RNCCI).Políticaeestratégiadaqualidade: cuidadoscontinuados:saúdeeapoiosocial.Lisboa:Unidade deMissãoparaosCuidadosContinuadosIntegrados;2009.

Imagem

Tabela 1 – Síntese das principais teorias da motivac¸ão
Tabela 2 – Caracterizac¸ão de variáveis de MI nos hospitais EPE e nas UCC
Tabela 11 – Teste de homogeneidade da variância
Tabela 13 – Teste de homogeneidade da variância

Referências

Documentos relacionados

2 - OBJETIVOS O objetivo geral deste trabalho é avaliar o tratamento biológico anaeróbio de substrato sintético contendo feno!, sob condições mesofilicas, em um Reator

*No mesmo dia, saindo da sala do segundo ano, fomos a sala do primeiro ano, quando entramos os alunos já estavam em sala, depois de nos acomodarmos a professora pediu que

Tese apresentada à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Doutor em Ciências da Educação, realizada sob a orientação

Buscamos então ampliar a produção de possibilidades pedagógicas para ensino, a partir de uma nova linguagem utilizada na história contemporânea, que são as tecnologias digitais,

Atrás destes mesmos balcões existe um móvel munido de gavetas onde se guardam produtos como termómetros, testes de gravidez, soro fisiológico, algodão, entre outros,

Por esta argumentação depreende-se que os programas de fomento florestal possibilitam a utilização de áreas inaproveitadas por parte de pequenos produtores rurais

xii) número de alunos matriculados classificados de acordo com a renda per capita familiar. b) encaminhem à Setec/MEC, até o dia 31 de janeiro de cada exercício, para a alimentação de

Este trabalho se refere ao instituto processual conhecido como fundamentação das decisões judiciais, que em razão da divergência doutrinária quanto a nomenclatura