DABDRATÓRID DE
ENs|No
A
D|sTANc|A
RESPONSABILIDADE
SOCIAL:
UM
DIFERENCIAL
A
SER
AD_OTADO
PELAS
oRGAN|zAçoEs
ARNALDO
DE
MELO
DUTRA
Florianópolis/SC
LABORATÓRIO
DE
ENSINO
A
DISTÂNCIA
ARNALDO
DE
MELO
DUTRA
RESPONSABILIDADE
SOCIAL:
UM
DIFERENCIAL
A SER
ADOTADO
PELAS
ORGANIZAÇOES
" *Trabalho Final apresentado ao
Curso de Mestrado
em
Engenhariade
Produção, da UniversidadeFederal
de
Santa Catarina,como
requisito para obtenção do título de
Mestre
em
Engenharia deProdução.
Nome
da Orientadora: Profa.Assinatura /Orientador:
Nota/Conceito:
Data de Aprovação / / -
Florianópolis/SC
ADOTADO
PELAS
ORGANIZAÇÕES
Esta
dissertação foijulgada
adequada
e
aprovada
para obtenção
do
título
de
Mestre
em
Engenharia de
Produção
no
Programa
de
Pós-graduação
em
Engenharia
de
Produção
da
Universidade Federal
de Santa
Catarina
/-*Florianópolis,
03
e-agost
ÚOOI.
P
4
Prof.
Ricardo
I Ea Barcia,
Ph.D.
Coo
Curso
BANCA EXAMINADORA
Á/wa
Prof.
Vâ
' 'bas Ulbricht,Dra.
Orientado
Prof.
Eugênio
dr.VJ
'az
Merino,
Dr.
V
Prof.
Luiz
Fema
de
Figueiredo, Dr.
A4
øomoltd
UÓQÁÍ/1s<l×
~Prof.
Leandra
Ulbricht,Msc.
Lista
de
TabelasResumo
Abstract
Capitulo l
-
Introdução Geral1.1. Apresentação
da
problemática1.2.
Origem do
trabalho1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral
1.3.2. Objetivos Específicos
1.4. Justificativa
e
relevância do trabalho1.5. Procedimentos metodológicos 1.6. Limitações
do
trabalho1.7. Descrição e organização dos capitulos
Capítulo ll
-
A
Responsabilidade Social das OrganizaçõesIntrodução
2.1. Responsabilidade Social
2.2. Responsabilidade social interna .
2.2.1.
Wsão
e Missão-
Integrar a missão à visão/i>2.2.2. Ética - ldentificar e articular valores éticos claros
2.2.3. Auditoria e Prestação de Contas: Compartilhar a avaliação
2.2.4. Práticas Gerais
-
Encorajar novas idéias e comentários2.2.5. Diversidade
-
Recrutar o pessoalde
formas e-
fontes diversas
2.2.6. Assédio Sexual: Estabelecer
uma
diretriz contra o assédio2.2.7. Treinamento/
Educação
I Desenvolvimento Profissional-
Criar programa
de
aconselhamento2.2.8. Delegação de Poderes
-
Fornecer informações sobre odesempenho
financeiro daempresa
2.2.9.
Recompensa -
Criarum
programade
participação nosvi vii viii p. 2 p. 2 p.
4
p. 7 p. 7 p. 7 p. 7 p.10 p.10 p.11 p.12 p.12 p.13 p.20 p.24 p.24 p.25 p.25 p.26 p.28 p.29 p.29filhos dos funcionários na escola p.32
2.2.12. Saúde, Segurança e
Bem
Estar-
Recompensar
pelo estilode vida saudável p.32
2.3. Responsabilidade Social Externa 3 p.33
2.3.1.
Doações de
produtos, equipamentos e materiaisem
geral p.352.3.2. Transferência
de
recursosem
regimede
parceria para órgãospúblicos e
ONG's
beneficiando escolas públicas, visandoeducação
com
qualidade, viabilizando cursos técnicos, estágiose a formação
de
futuros profissionais p.36/V
2.3.3. Prestaçãode
serviços voluntários para acomunidade
pelosempregados da
organização, reformando creches e asilos p.372.3.4. Aplicação
de
recursosem
atividadesde
preservaçãodo
meioambiente, adotando
uma
praça, reciclando lixo daempresa
ouatravés da coleta seletiva p.39
2.3.4.1. Gerenciamento
do
Impacto Ambiental p.432.3.4.2. Responsabilidade Frente às Gerações Futuras p.44
2.3.5. Patrocínio para projetos sociais do governo p.45
2.3.5.1. Relações
com
acomunidade
local p.462.3.5.2. Filantropia/ Investimentos Sociais p.47
2.3.6. Investimentos diretos
em
projetos sociais criados pela própriaorganização p.48
2.3.7. Investimentos
em
programas culturais através da lei de incentivo àcultura '
p.50
2.3.8.
Comunicações
transparentes e retorno aos acionistas p.502.3.8.1; Transparência Política V
p.50
2.3.8.2. Liderança Social p.51
2.3.8.3. Auto-Regulação
da
Conduta p.522.3.8.4. Relações Transparentes
com
a sociedade p.52do
consumo
2.4. Responsabilidade Social no Brasil p.55
2.5. Conclusão p.59
Capítulo Ill
-
Responsabilidade Social&
Cidadania Empresarial-A
Experiênciada
MRV
Engenharia p.61Introdução p.61
3.1. Responsabilidade social interna l p.64
3.2. Responsabilidade social externa p.65
3.3. Relato de
uma
experiência: o balanço social daMRV
p.683.4. Conclusões sobre o estudo
de
caso p.72Capítulo IV: Conclusões e
recomendações
para trabalhos futuros p.744.1. Conclusões p.74
4.2.
Recomendações
para trabalhos futuros p.79Referências Bibliográficas p.80
Anexos
p.821
-
Nívelde
Escolaridade p.64
2
-
Motivação dos funcionários quanto ao trabalho voluntário p. 701
-
Responsabilidade social interna p. 212
-
Responsabilidade social externa p. 343
-
Distribuição dos funcionáriossegundo
a escolaridade,tempo
na empresa, relação 3° grau versus idade e relação 30 grau versus
RESUMO
DUTRA,
Arnaldode
Melo. Responsabilidade Social:Um
Diferencial a SerAdotado
Pelas Organizações. Florianópolis, 2001. 85f. Dissertação(Mestrado
em
Engenharia de Produção)-
Programade
Pós-Graduaçãoem
Engenharia
de
Produção.UFSC,
2001.Este trabalho enfoca a responsabilidade social refletida no
comportamento das empresas,
que
procuraainda avaliar a compatibilidadeexistente entre lucro
e
desenvolvimento social, isto é, o comportamentode
socialmente responsável
de
uma
organização, que a tornamuma
“empresacidadã”. Para promover a vinculação entre as informações teóricas sobre a
prática social das
empresas
e a prática, este estudo procurou, então,analisar a realidade
de
uma
empresa, noque
se refereao
seu compromissocom
as questões sociais.A
empresa
enfocada foi aMRV
Engenharia,através de seu Departamento Administrativo, no qual os dados foram
levantados. Através
de
questionários aplicadosem
uma
amostra compostade 30(trinta) elementos.
As
perguntas objetivaram constatar a participaçãoda
empresa
em
ações sociaisque
beneficiam os funcionários,bem
como
acomunidade, ou seja, constatar os investimentos, de recursos financeiros,
tecnológicos e
humanos,
em
projetos de interesse social.PALAVRAS-çHAvEsz
RESPONSABILIDADE, SOCIEDADE,
ABSTRACT
DUTRA,
Arnaldo de Melo. Responsabilidade Social:Um
diferencial a Ser AdotadoPelas Organizações. Florianópolis 2001. 85 f. Dissertação (Mestrado
em
Engenhariada produção)
-
Programa de Pós-Graduaçãoem
Engenharia de Produção.UFSC,
2001.
This paper focuses on the social responsibility mirrored in
company
behaviour in the attempt to assess compatibility of profit with social
development, that is an organization's socially responsible behaviour that
turns it into a “socially correct" company. ln order to further the link between
theoretical information on the social application of companies and practice,
this study has, thus, attempted to analyse a company's reality, as regards its
commitment
to social issues.The company
in focuswas
MRV
Engenhariathrough its Administrative Department in which the data
was
obtained bymeans
of questionnaires applied to a samplemade
up of30
(thirty) elements.The
questions aimed toshow
the partplayed by thecompany
in socialactions that benefit
employees
as well as the community, that is,show
investments from financial, technological and
human
resources in projec ofsocial interest.
KEY-WORD:
RESPONSABILITY,
SOCIETY,
ORGANIZATION,
PARTICIPA-
1 .1 .Apresentação
da
problemáticaA
Engenharia de Produção éuma
área cujaabordagem
ocorrede
formainterdisciplinar, envolvendo temas ligados à sociologia, ciências ambientais,
psicologia
e
matemática aplicada e, assim, abrange os mais diferentesramos,
como
telecomunicações, agricultura, construção civil, comércio,serviços e administração. Esta última constitui
uma
área na qual aEngenharia
de
Produção tem se dedicado ao estudo,ao
projeto e gerênciade sistemas integrados
de
pessoas, materiais, equipamentos e ambientais,com
vistas à melhoria da produtividade do trabalho e da qualidade doproduto,
sem
perderde
vista asaúde
e o bem-estar das pessoas envolvidas,sejam elas os trabalhadores ou a
comunidade que consome
os produtos eserviços por eles produzidos.
Com
vistas a propiciar a integração entre produtividade e bem-estar daspessoas, as
empresas
têm apresentadoum
comportamento socialmenteresponsável, traduzido pela metafórica apresentação de
um
“balanço social”,em
que
sao destinados recursos _e projetos para causas sociais. ParaROSA
sensibilidade
do
empresariado para as questões sociais, frutodo
maior graude
consciência dos cidadãosque
dirigem as empresas.Ainda
segundo
ROSA
(2000), o avanço dessa sensibilidade social não éuma
atitudeapenas
espontânea,mas
étambém
reflexo das pressões deforças sociais
que lembram que
fazer negóciosnão
é simplesmente fazernegócios,
mas
fazer negóciosem
ambiente social.O
presente estudo se apresentou, então,como
a possibilidadede
investigar,na prática, se são verdadeiras as informações quanto
ao
crescimento donúmero
deempresas
que
sepromovem
à custa de propostas de comportamento socialmente responsável. Assim, este estudo representauma
tradução da vinculação entre a teoria - as informações bibliográficassobre a responsabilidade social das
empresas
- e a prática - análise docomportamento
de
uma
dada
empresa, noque
se refere ao seucompromisso
com
as questoes sociais.No
caso, aempresa
é aMRV
Engenharia,
empresa
sediadaem
Minas Gerais e conhecida não apenaspelos imóveis
que
constrói,mas
também
pelos projetos socialmente1.2.0rigem
do
trabalho“Num mundo
cada vez mais conturbado, cruele desigual, a responsabilidade social éuma
questãode sobrevivência para as pessoas e organizações”.
_ Francisco de Assis Azevedo
AZEVEDO
(1999),com
esta afirmação, traduzuma
tendência crescente nomundo
atual,em
que, à nossa volta,sempre
há alguém necessitado dealguma
coisa.Segundo
OREM
(1999), a realidade ora vivenciada é reflexodas modificações no
panorama
político e econômico mundial,que
influenciaram a sociedade moderna. Essas
mudanças
se refletemem
todasas áreas, inclusive nas empresas,
que
vem, há algumas décadas,modificando
o seumodelo de
gestão.Os
manuaisde
administração sãopródigos
em
exemplos desses comportamentos, tendo havidoum
momento,
na história recente,
em
que
a administração das empresas giravaem
tornode
ferramentascomo
a reengenharia, qualidade total, "downsizing" e outrasmenos
conhecidas.Ainda de acordo
com
as consideraçõesde
OREM
(1999), atualmente, osempresários têm percebido
que
não há modelos prontos e definitivos, oque
leva à necessidade
de
identificaçãode
fontes de estímulo à criatividade e àformação
de
novas lideranças no ambiente organizacional.Nesse
cenário, a responsabilidade social empresarial, explicitada porDIAS
(2000)
“como
a maior participação das organizações nos projetosque
visampessoas
mais carentes”, cresceem
importância.E
embora
o objetivo nãoseja o
de
substituir o papeldo
Estado, os empresáriosparecem
estarassimilando o real sentido do verbo compartilhar,
numa
perspectivaem
que
investir na sociedade torna-se mais efetivo
do que
fazer caridade.A
atualidade brasileira temdado
mostrasda
veracidade dessa afirmativa,sendo
possivel constatar,sem
muito esforço,que
muitasempresas
descobriram ser a responsabilidade social
uma
atitude estratégical. Essasempresas, para além
do mero
sentido legal ou filantrópico de tal atitude,têm
colocado à disposição da sociedade sua tecnologia de gestao e seus
recursos,
como
forma de ajudar a grande parcela da sociedade carentede
oportunidades
e
assim superar a tendência a esperar tudo apenas da açãodo
Estadoz.OREM
(1999) é enfática na argumentaçãode
que
a responsabilidade socialnão
éapenas
um
instrumento de inovação gerencial, pois ao extrapolar amera
buscado
lucro, aempresa
socialmente responsável produzuma
energia
que
torna suas relaçõescom
os seus empregados, administradores,acionistas, clientes e fornecedores mais
humana,
nascendo daíuma
satisfação maior, traduzida pela valorização da
imagem
daempresa
ede
seu produto.
`
'
O
IPEA realizou pesquisa sobre a participação social das empresas, em novembro de 1999, e osresultados indicam que o empresariado brasileiro, especialmente o da região Sudeste, está
comprometido com a tentativa de solucionar - ou, no mínimo, de procurar minimizar - os problemas
A
cidadania empresarial éde
fundamental importância parauma
sociedadecivilizada e
minimamente
justa.A
diminuição das injustiças sociais eeconômicas
do
pais,em
última instância, beneficiará os própriosinvestidores nessa
mudança,
isto é, os empresáriosque
vêem
claramente aimportância
do
seu papel enquanto agentes nestamudança
e o significadodisso para a sobrevivência e o crescimento
das
suas empresas.É
importante ressaltarque
a cidadania empresarial deve ser exercida deforma responsável, pois caso contrário
pode
agravar ainda mais osproblemas sociais; mais
do que
oferecer alimentos e roupas é precisoensinar e capacitar as
pessoas
a enfrentarem os seus próprios problemas,isto é,
sem
paternalismosnem
assistencialismos.Uma
nova geração deempresários, comprometidos nao
somente
com
o lucro,mas também
com
asquestões sociais
do
país, pode construiruma
nação mais justa, maiscompetitiva e sobretudo mais humana.
A
filantropia estratégica é a melhor alternativa para asempresas
brasileirasque querem
causar omáximo
de impacto junto àcomunidade
com
um
mínimo
de
recursos.Em
vez de dispersar seus recursos filantrópicos entreuma
dezena
de
entidades, aempresa
deve abraçaruma
únicacausa
eficar conhecida por ela.
'
\, 2 Ainda de acordo com
essa pesquisa, 67% das empresas do Sudeste desenvolveram ações
1 .3. Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral
Compreender
oque
é Responsabilidade Social, listando as várias formas decidadania empresarial e seus possíveis reflexos no ambiente externo e
interno das organizaçoes.
1.3.2. Objetivos
Específicos
o Definir responsabilidade social e realizar
um
estudode
casoem
uma
empresa, para identificar o seu balanço social;
o Verificar o conhecimento dos
empregados
daempresa
escolhida parao estudo
de
caso, sobre o balanço social da instituição para a qual trabalhame qual a influência deste engajamento social
em
sua decisão de participar ounao,
como
voluntários,em
movimento sociais;o identificar as formas
como
a organização pesquisada difundeinternamente os valores, condutas e procedimentos
que
a caracterizamcomo
“empresa cidada .1.4. Justificativa e relevância
do
trabalhoTrata-se de
um
tema
bastante atual e ainda p9_u_co_conhecido no universo demuitas
empresas
em
nosso país. Dai, a relevância deste estudo.Nao
épossivel imaginarmos
uma
mudança
social a favordo
desenvolvimentohumano,
se não levarmosem
consideração o potencialque
asempresas
possuem
para colaborarcom
essa mudança.A
sociedade é formada porum
enorme número
de pessoas quenão
têmacesso aos fatores básicos para o seu desenvolvimento: alimentação,
1
saúde, educação, moradia e trabalho.
O
Estado nao possui recursos,nem
estrutura,
nem
competência para enfrentar sozinhotamanho
problema.A
sociedade civil,
que
também
procura organizar-se, nãopode
por si sómudar
o
rumo de
uma
históriaque
tem omundo
empresarialcomo
protagonista principal.A
idéia da co-responsabilidade-
de que
a construção deuma
sociedade
economicamente
forte e socialmente justa éuma
tarefa de todos-
impõe-secomo
o único caminho para o desenvolvimento sustentável(AZEVEDO,
2000).Vem
despertando, cada vez mais, entre empresários e executivos, aconsciência
de que
já vailonge otempo
em
que
se tolerava a existência deempresas
ricasem
contextos pobres, o lucrocomo
a única meta,com
exploraçao da
mao
de
obra, destruição do meio ambiente e acordosinescrupulosos
com
os governos. Hoje elesentendem que
é necessário×
‹
contribuir para a construção de
um
ambiente favorável; poisdo
contrárionem
a própriaempresa
sobreviverá.Percebem que
lucro e desenvolvimentosocial
podem
ser compatíveis:uma
empresa
ao realizar açao socialnao
estácontribuir para o desenvolvimento
de
uma
comunidade, fortalecer-se aindamais. V
Os
empresários têm muito mais a contribuirdo que
simplesmente fazerdoações
a entidades sociais. Movidosquase
sempre
por sentimentosreligiosos ou humanitários, eles realizam
alguma
ação social,que tem
o seuvalor. Porém, a filantropia, da forma assistencialista e paternalista
como
aconhecemos, ainda
que
útil e necessária, não é o bastante para transformarnossa realidade.
É
preciso mais,é
preciso maior envolvimento das empresas, maior comprometimentocom
o desenvolvimento social.Algumas
empresas,
com
uma
visão mais madura, mais integrada e mais avançada, procuram fazer da responsabilidade socialum
fator estratégico.Com
essavisão, algumas
empresas
já estãocaminhando
da filantropia para oinvestimento social. Para isso,
formam
equipescom
profissionaisespecializados que, procurando atender às expectativas da comunidade,
atuam
de forma planejada e voltada para resultados(AZEVEDO,
2000).Nesta
mudança
de milênio, éde
se esperarque
asempresas
sigam osditames
de
sua responsabilidade social.Do
contrário, estaremos construindouma
sociedade para poucos eaumentando
o grandenúmero de
excluídos.Precisamos prosperar cada vez mais,
mas com
equidade social.É
precisoque
todos sejam beneficiados e não vitimasdo
progresso.Bem
seinstrumentos
que
podem
transformar omundo
num
jardimou
reduzi-lo aum
monte
de ruínas.”1.5.
Procedimentos metodológicos
Primeiramente focalizou-se a problemática abordada por meio
de
uma
análise bibliográfica, de forma a elucidar as várias formas
de
cidadaniaempresarial e seus possíveis reflexos nos recursos
humanos
dasempresas
e na sociedade.
Na
etapa seguinte, procedeu-se à observação assistemáticado
comportamento social da empresa, combinando-acom
a análise dasrespostas ao questionário
que
foi distribuído aos funcionários do setoradministrativo da empresa.
Para este estudo de caso foi elaborado
um
instrumento de pesquisa dedados, na forma
de
um
questionário,que
foi validado a partir da aplicaçãoem um
grupode
teste, composto de cinco funcionários. Estes analisaram oquestionário quanto à clareza e objetividade das questões.
Após
essa etapa,o questionário foi distribuído a 33 funcionários da área administrativa,
amostra
que
corresponde a cerca de10%
do total de funcionários.1.6. Limitações
do
trabalhoA
pesquisa realizou-secom
apenas
o estudo deuma
empresa, devido àscolaboração dos funcionários da
empresa
para obter osdados
necessários a esta pesquisa.1.7.
DEscR|ÇÃo
E
oRGAN|zAçÃo Dos
cAPiTuLosz
Capítulo l
-
Introdução Geral: constitui a descrição e análise do problema aser investigado e dos pressupostos teóricos
que
norteiam a pesquisa.Também
é demonstrada a importânciado
assunto abordado, enfocando seus objetivos, relevância e limitações.Capítulo ll -
A
responsabilidade socialdas
organizações - apresentauma
revisão bibliográfica sobre a responsabilidade social interna e externa das
empresas, e seus reflexos.
Capitulo lll - Responsabilidade social
&
cidadania empresarial:a
experiência
da
MRV
Engenharia
- apresenta a análise da experiênciade
uma
empresa
mineira, enfatizando os benefíciosque
podem
ser obtidos poruma
empresa
a partir de seu comportamento socialmente responsável.Capítulo lV
-
Conclusões Gerais: Encerra a dissertação e pretende se oinício
de
uma
nova etapa, sugerindo algumasrecomendações
para futuros trabalhos.cAPiTu|.o
||A
RESPONSABILIDADE
SOCIAL
DAS
ORGANIZAÇÕES
“ Disseminar a função social das empresas na direção de
um
contributivo ao avanço da dignidade humana. Qualificar o “sem fins
lucrativos”, introduzindo garantias sociais ao Terceiro Setor, é
uma
urgência para consolidar direitos sociais.”
Aldaisa Sposati
Introdução
A
competitividadedo mercado
exigiu das organizaçõesuma
mudança
radiçšalma gestão
de
pessoas,que pode
ser visualizada pela busca de novaspoliticas
de
recursos humanos,como
por exemplo aadoção
de programasparticipativos, medidas para aumentar o fluxo
de
informações, tentativade
valorização do individuo e
de
sua formação. Estas novas políticas procuramconstruir
uma
relação de confiança e são utilizadascomo
estratégias paraenfrentar a complexidade, as incertezas, as
mudanças
contínuas e arenovação constante do ambiente
(MONTORO,
1997).As
mudanças
nas condições ambientais das organizações forçam avisão tradicional
de
administração de pessoas a deslocar-se parauma
perspectiva mais atual, passando, ainda
que
lentamente, a focaro
fatorhumano
como
chave para o sucesso.É
preciso repensar o papele
afilosofia empresarial, pois o
mercado
está exigindo das organizações o seuexercício
de
cidadania, forçando os gestores a provocarmudanças
do tempo,
acabam
incorporandomudanças
e procedimentos para se adaptar às novas realidades e garantir a sobrevivência”(IOSCHPE,
1997, p.81).A
responsabilidade social deuma
empresa
consiste na sua “decisãode
participar mais diretamente das ações comunitárias na região
em
que
estáinserida e diminuir possíveis danos ambientais decorrentes do tipo
de
atividade que exerce”
(D'AMBRÓSIO
&
MELLO
apud
NETO
&
FROES,
1999, p.78). Porém, apoiar o desenvolvimento da
comunidade
e preservar omeio ambiente não são suficientes para atribuir a
uma
empresa
a condiçãode socialmente responsável. Faz-se necessário investir
em um
ambiente detrabalho saudável e no bem-estar de seus
empregados
e dependentes,além
de
dar retorno aos seus acionistas e garantir a satisfação dos seusclientes e/ou consumidores.
O
exercício de cidadania empresarial, adquirindo o statusde
“empresa cidada", pressupõe
uma
atuaçao eficazda
organizaçaoem
duas dimensões: a gestãode
responsabilidade social interna e a gestãode
responsabilidade social externa.
2.1. Responsabilidade Social
A
sociedade civilvem
se organizando principalmente através de instituições,fundações ou entidades 'sem fins lucrativos, o
chamado
“Terceiro Setor",humano
enquanto cidadão,segundo
DRUCKER
(apudIOSCHPE,
1997,p.87). Escolas, fundações empresariais, creches, hospitais, escoteiros,
grupos de proteção
ao
meio ambiente, todos seagrupam
por áreastemáticas
em
promoção humana,
meio ambiente, cultura,saúde
e/oueducação. Entretanto, apesar de perseguirem objetivos específicos e Iidarem
com
seus próprios públicos,possuem
um
denominadorcomum:
o própriobem
comum.
De
acordocom
Mário Aquino Alves, pesquisador da Fundação GetúlioVargas, a expressão Terceiro Setor surgiu
da
idéia de que a atividadehumana
é exercidaem
três setores:um
Primeiro Setor (Estado),em
que
agentes públicos executam ações
de
caráter público;um
Segundo
Setor(mercado), no qual agentes privados
agem
visando a fins particulares; eum
Terceiro Setor relacionado às atividades
que
são simultaneamente não-governamentais
e não-Iucrativas(NETO &
FROES,
199928).O
papel corporativo na área socialcompreende
uma
transformaçãoimportante na forma
como
asempresas
estão enfrentando oaumento
substancial
da
exclusão social.É
inegávelque
a questão cultural sejauma
barreira
enorme
ao avanço das ações empresariais nos segmentos “nãolucrativos”, despertando desconfianças quanto à função social das
empresas.
Tudo
leva a crerque
o aspecto cultural deum
país, região oulocalidade, influencia a mentalidade
da
sociedade que,em
determinadossocial,
como
alternativa à ineficáciado
Estado. Mas, claramente, opanorama
estámudando.
O
Terceiro Setor ou Setor Social fortalece-seem
decorrência
da
presença cada vezmenos
ativa do Estado nos aspectossociais
(FERNANDES,
1996).No
seminário internacional Cidadania Participativa: Responsabilidade Sociale Cultural
num
Brasil Democrático (1995), cujo objetivo declarado era o da“multiplicação
de
iniciativas privadas no sentidoda
melhoria da qualidade devida
do
brasileiro", observou-seque
o Terceiro Setor-
composto porinstituições
que não
fazem partedo
governonem
são motivadas pelanecessidade
de
gerar lucro-
está crescendo e se fortalecendo no pais,traduzindo a certeza de
que
democracia e economia demercado
nao saosuficientes para melhorar a qualidade de vida do brasileiro, e
que
aparticipação ativa
do
cidadão é fundamental para tanto.As
fundações privadas, mantidas na sua maioriacom
recursos empresariais,agem
deliberadamente não sócom
ajuda financeira,mas também
com
ogerenciamento e
acompanhamento da
execução dos projetosdesenvolvidos. “O segredo para se construir
uma
organizaçãocom
esseespirito humanitário está
em
organizar o trabalhode
formaque
cadaum
seConforme
o Instituto Ethos deEmpresas
e Responsabilidade Socialde
São
Paulo-SP, a observância
da
leiem
todos os seus aspectos, pela empresa,já é
uma
base de responsabilidade social. Entretanto, alémde
ser“uma
empresa
estruturada e respeitada por seus valores sociais”, ela deveimplementar “ações
que têm
por objetivo criar e proporcionarum
ambientede
trabalho produtivo e participativo”(ETHOS,
1999).DUARTE
(1985, p.199)afirmou que
“a responsabilidade social não seconfunde
com
a responsabilidade legal, porque vai além dela”.Assim
, oconceito
de
responsabilidade social tornou-se partede
uma
visão maisampla:
desenvolvimento
sustentável. Dentre as dimensões dodesenvolvimento sustentável, a responsabilidade social compreende:
o direitos humanos;
o direitos dos empregados;
0 direitos dos consumidores;
o envolvimento comunitário;
0 relação
com
os fornecedores;o monitoramento e avaliação
de
desempenho;
e/ou o direitos dos gruposde
interesse.Como
parte integrantedo
conceitode
desenvolvimento sustentável, aresponsabilidade social está inserida- na dimensão social,
que
juntamentecom
as dimensõeseconômica
e ambiental constituem os três pilareso
A
dimensão
econômica
diz respeito, por exemplo, a geraçãode
empregos, a investimentos epagamentos
de impostos.z
A
dimensao
socialcompreende
os direitos humanos, direitosdos
empregados
e dos consumidores, o envolvimentocomunitário, a relaçao
com
fornecedores, odesempenho
socialda empresa, entre outros.
oA
dimensão
ambiental está relacionada, por exemplo: àeducação
ambiental, à tecnologia de sistemas de preservaçãoambiental e certificações
de
proteção ambiental(como
porexemplo a certificação pela
norma
ISO 14000).Portanto,
ao
participarde ações
sociaisem
beneficioda comunidade,
aorganização atua na dimensão social
do
desenvolvimento sustentável,melhorando
a qualidadede
vidados
empregados
ede suas
famílias,da
comunidade
local eda sociedade
como
um
todo,exercendo
asua
responsabilidade social
(NETO &
F
ROES,
1999).Sob
um
outro pontode
vista,DUARTE
(1985, p.93) distingue três níveisde
abrangência da responsabilidade social:
~;° responsabilidade social direta: são aquelas ações
que
estão deacordo
com
as operaçõesda
empresa. Por exemplo: responsabilidade~t~ responsabilidade social indireta: são aquelas
que
não estãorelacionadas
com
as operações da empresa. Exemplo: açãocom
acomunidade onde
aempresa
está inserida. ._~2‹ responsabilidade social ampliada: aquelas
que
vão alémdo
âmbitode
ação da empresa. Por exemplo: problemasda
sociedadeem
geral(criminalidade, violência, qualidade
de
vida, etc.).O
tema da
responsabilidade social está contagiando o cenário empresarialbrasileiro. Está cada vez mais evidente que
um
posicionamentosocialmente responsável é
um
diferencial competitivo que traz bonsresultados.
Ganham
asempresas
e seus negócios.Ganham
os funcionáriose os gestores envolvidos.
Ganham
as entidade beneficiárias das atividadesvoluntárias.
Ganha
a comunidade.Tudo
indicaque
o voluntariado empresarial, mais conhecido por cidadaniaou ativismo empresarial, de
que
nos falaSROUR
(2000) é, pois,uma
postura responsável nos negócios, na política e nas relações pessoais,
sendo
uma
idéiaque
chegou para ficar.Desde
ocomeço
da década, cresceno Brasil o
número de empresas que
estão adotando propostas nessa linha.Embora
ainda seja muito maior a quantidade deorganizações empresariaisque
não desenvolvem projetos dessa' natureza e não estão convencidas dasua relevância, a velocidade
com
que
essas iniciativas se consolidam eganham
espaço
indicauma
tendênciade
reversão desse quadro(FISCHER
Há
uma
sériede
açõessendo
realizadas porempresas
para promover eapoiar o envolvimento
de
seus funcionáriosem
atividades voluntárias na suacomunidade. Essas ações
podem
variar do simples apoio informal para que as pessoas sedediquem
ao voluntariado espontâneo forado
horário detrabalho até a criaçao de programas formais
da
empresa, nos quais osfuncionários são convidados a participar, utilizando
tempo da
jornada normalde
trabalho ou outros recursos organizacionais.Em
principio, aspossibilidades das
empresas
para criar formasde
atuação social e estimularseus colaboradores a participar delas não têm limites.
De
acordocom
a primeira pesquisa nacional sobre “a atuaçao social e oestímulo ao voluntariado nas empresas”, realizada pelo Centro
de
Estudosem
Administraçãodo
Terceiro Setor, da Universidade deSão
Paulo,com
1200
empresas de
nove estados e do Distrito Federal, finalizadaem
julho de1999 pelo Programa Governamental
Comunidade
Solidária(FISCHER &
FALCONER,
1999: 15), “A maioria dasempresas
(56%)apoiam
programassociais”.
Apesar de
parecerum
número
considerável, esse índice se refere aqualquer tipo
de
programa,sem
levarem
conta a quantidadede
recursosaplicada.
Uma
grande parcela dasempresas
(43%) não investe nada.Apenas
17%
dasempresas
disseramnque há voluntariado durante o horáriode
trabalho e16%
afirmaram que designam
um
responsável por essevoluntariado. Esta pesquisa demonstra que,
mesmo
que
seja tímidaem
Uma
empresa-cidadã tem no seu compromissocom
apromoção
dacidadania e o desenvolvimento da
comunidade
o seu diferencial competitivo,buscando, desta forma, ser
uma
organizaçãoque
investe recursosfinanceiros, tecnológicos e mão-de-obra
em
projetos de interesse público.É
uma
organizaçãoque
criaum
ambiente agradávelde
trabalho, valorizandoseus recursos
humanos
e é capazde
desenvolverum
modelo
de gestãointegrado,
onde
as pessoastêm
um
papel decisivo no seu compromissocom
relação à
comunidade
e à sociedadeem
geral.E
ainda, éuma
empresa que
se organiza e constrói maneiras alternativas de participar, conviver e viver
melhor
(MONTORO,
1997).Assim, o exercício
da
cidadania empresarial", adquirindo o statusde
“empresa-cidadã", pressupõe
uma
atuação eficaz da organizaçãoem
duasdimensões, descritas a seguir: a gestão de responsabilidade social interna e
a gestão
de
responsabilidade social externa(NETO
&
FROES,
1999).2.2. Responsabilidade Social Interna
De
acordocom
NETO
&
F
ROES
(1999), a gestão da responsabilidade socialinterna focaliza
o
público internoda empresa, os
empregados
e seus
dependentes.
O
objetivo é motivá-los paraum
desempenho
ótimo, criarum
ambiente agradável
de
trabalho e contribuir para o seu bem-estar.Com
isso,21
Responsabilidade social interna
~
Foco
Público interno (empregados e seusdependentes)
É
_Areas
de
atuaçaoEducaçao
Salários e beneficios
Assistência médica, social e odontológica
Instrumentos Programas de Recursos
Humanos
Planos de previdência complementar
Tipos
de
retorno Retorno de produtividadeRetorno para os acionistas
Tabela 1:
NETQ & FROES
(1999, p.a7).As
ações de responsabilidade social internacompreendem
os programasde
contratação, seleção, treinamento e
manutenção
de pessoal realizadospelas
empresas
em
favorde
seus empregados,bem
como
os demaisprogramas de benefícios voltados para a participação nos resultados e
atendimento aos dependentes.
Algumas empresas estendem
a sua rede deações internas de responsabilidade social aos funcionários
de empresas
contratadas, terceirizadas, fornecedores e parceiros
(NETO &
FROES,
A
responsabilidade social interna caracteriza o estágio inicial da cidadaniaempresarial. Muitas
empresas
investem primeiramente no bem-estar socialde
seusempregados
para,em
seguida, fortalecer sua atuação junto àcomunidade. Mas, não é
sempre
que
ocorre esse movimento.Algumas
empresas
cometem
um
grave errode
estratégia social ao inverterem esseprocesso, o
que
geralmente produzum
grande descontentamento entre seusempregados,
confirmando
um
grave quadro de conflitos, ansiedadee
desmotivações
(NETO &
FROES,
1999).O
aspecto damotivação
dos, funcionários é salientado porULBRICHT
(1998: 5-6):
“Os profissionais
devem
se orgulhar do trabalho que realizam e dainstituição na qual trabalham,
devem
ser treinados de fonna a ,estarem aptos a prestar os melhores sen/iços e este esforço será
imediatamente percebido pelos clientes. (...)
A
melhoria da qualidadesupõe que as pessoas sejam melhoradas continuamente, tanto
pessoal quanto profissionalmente. (...)
A
qualidade ocorre quando aspessoas são capazes de melhorar os processos, e só o serão
através da educação e do treinamento continuado. Isto aumenta sua
confiança, sua satisfação e seu orgulho pelo
bem
feito.Tomam-se
inovadoras e criativas, e fazem sua instituição distinta e única”.
De
acordocom
a publicação “Indicadores Ethosde
Responsabilidade SocialEmpresarial”
(ETHOS,
2000: 15): .“A empresa socialmente responsável não se limita a respeitar os direitos dos trabalhadores, consolidados na legislação trabalhista e
nos padrões da
OIT-
Organização lntemacional do Trabalho-
aindaque isso seja
um
pressuposto indispensável.A
empresa deve ir alémempregados,
bem
como
na melhoria das condições de trabalho e noestreitamento dessas relações”.
Os
programas deeducação
são os que mais crescem nestesegmento
(gestão
de
responsabilidade social interna).Em
1998, a Springer/Carrierinvestiu
US$
1,1 milhão no financiamentode
cursosde
1° e 2° graus,graduação e pós-graduação para seus funcionários.
Além de
pagarintegralmente os cursos, a
empresa
emprestou livros aos funcionáriosestudantes e ainda concedeu até 3 horas livres por
semana
para facilitar apreparação de provas e trabalhos. Mais
de
35%
dosempregados
daSpringer/Carrier já participaram
do
programa.No
Grupo Random,
foraminvestidos
em
médiaUS$
327,33 por funcionárioem
cursos de formação,escolas, capacitação ou especialização
(CAPORAL
apud
NETO
&
FROES,
1999: 85-86).
A
Fundação
Gerdau, alémde
conceder bolsasde
estudo,promove
cursosde alfabetização e supletivos para todos os
empregados que
necessitam deescolaridade mínima; tais cursos são extensivos aos seus familiares e à
comunidade
(NETO &
FROES,
1999).O
Instituto Ethosde
Empresas
e Responsabilidade Social, elenca asseguintes açoes
que
poderao sen/ir de diretrizes para aempresa que
deseja2.2.1. Visao e
Missão
Integrar amissao
a visaoA
visão, segundoTACHIZAWA,
REZENDE
(2000), deve definironde
ecomo
a organização quer estar no futuro.É
importante porquequando
sesabe
onde
quer e oque
quer, fica mais fácil estabelecer metas , implementarações e acima de tudo mobilizar pessoas para mudanças, realizações e
transformações.
Já a missão,
segundo
MAXIMIANO
(2000), “estabelece o propósito ou asrazões para existência da organização, do ponto de vista
de
sua utilidadepara os clientes”.
Trabalhar
com
os funcionários para que, sistematicamente,façam
um
paralelo entre a declaração de visão da
empresa
e as suas próprias tarefasdiárias. Observar
como
a visão se ajusta às descrições de trabalho daempresa, às práticas
de
contratação, ao desenvolvimento de produtos,programas de treinamento e a outros aspectos do negócio.
Se
não foremcompatíveis
com
a visão, conjeturar quais seriam asmudanças
necessáriasa
a
serem
feitascom
relação à politica e programas empresariais ou produtos.2.2.2. Ética
-
Identificar e articular valores éticos clarosUm
conjunto de valores éticos éuma
importante ferramenta para quegerentes e
empregados
tomem
decisões empresariais condizentescom
asajudar a
empresa
a desenvolver relações sólidascom
fornecedores, clientese outros parceiros; a reduzir o
número de
processos legais e decontingências, a negociar conflitos
de
interesse e a assegurar ocumprimento das leis.
Quando
solicitadas a refletir sobre os princípiosque
freqüentemente guiam suas decisões no trabalho, as pessoas normalmente
mencionam:
honestidade, compromisso, justiça, lealdade, respeito aopróximo, solidariedade, compaixão e/ou integridade.
Todos
estes principiospodem
ser indicados na declaraçãode
valores éticos da empresa,que
podeainda procurar o alinhamento
de
seus interesses aos dos empregados, alémde
estabelecer negociaçõescom
as entidades sindicais, visando a soluçãode
demandas
coletivas.2.2.3. Auditoria e Prestação
de Contas
-
Compartilhar a avaliaçãoComeçar
compartilhando-acom
grupos selecionados e,em um
segundo
momento,
torná-la pública. Considerar a possibilidade de torná-la públicaanualmente. Fazer
um
resumo
honesto, relatando odesempenho
daempresa
em
cadauma
'das áreas avaliadas. lncluir os sucessos, asdificuldades e as metas para futuras melhorias. Distribuir o relatório para os
funcionários, fomecedores, clientes-chaves e outros interessados pela
avaliaçao.
Criar
um
ambientede
trabalhoque
encoraje os funcionários a trazer novasidéias e opiniões sobre a
empresa
e suas diretrizes. Alguns funcionáriospodem
inclusive desejar se expressar abertamente: promover reunioes paraa discussão da matéria. Outros talvez gostariam
de
o fazer de forma maisparticular: promover encontros pessoais ou criar
uma
caixa de sugestões.Quaisquer
que
sejam os meios, certificar-seque
esteja demonstrando aosfuncionários
que
as novas idéias e comentários recebidos são importantes esérios.
A
empresa
socialmente responsável deve desenvolver programasde
gestão participativa,
que
incentivem o envolvimento dos funcionários nasolução dos problemas da empresa, inclusive no estabelecimento
em
conjunto
de
metas aserem
conquistadas.2.2.5. Diversidade
-
Recrutar o pessoalde
formas e fontes diversasPara atrair
uma
grande variedadede
profissionaiscom
experiências distintas, anunciartambém
na midia alternativa. Colocar anúnciosem
centros comunitários, instituições religiosas e outras localidades visitadas
pelo tipo
de
públicoque
seja interessante atrair para a empresa. Procurarpor escolas
de
grupos minoritários. Para ser reconhecidacomo
socialmenteresponsável, a
empresa
não deve utilizar-se, direta ou indiretamente,de
trabalho infantil (menores de 14 anos), conforme determina a legislação
brasileira. Por outro lado, é positiva a iniciativa de empregar
menores
entre14 e 16 anos,
como
aprendizes.A
lei de aprendizes impõe procedimentospermanência na escola. Crianças e adolescentes
têm
direito à educaçãopara que
possam
exercitar sua cidadania e capacitar-se profissionalmente.A
empresa
nãopode
permitir qualquer tipode
discriminaçãoem
termosde
recrutamento, acesso a treinamento, remuneração, avaliação ou
promoção
de
seus empregados.Devem
ser oferecidas oportunidades iguais a pessoascom
diferenças relativas a sexo, raça, idade, origem, orientação sexual,religião, deficiëncia fisica, condições de saúde, etc. Atenção especial pode
ser
dada
amembros
de
gruposque
geralmente sofrem discriminaçao nasociedade.
Tratar
bem
seus funcionários faz parte da cartilha ética-
além de ser amelhor maneira
de
valorizaruma
empresa.A
vinícola Châteaude
Lastourséadministrada
desde
1978 poruma
agênciaque
sóemprega
pessoascom
deficiëncia mental (são
60 empregados
na vinícola), dando-lhes cuidadosmédicos e ajudando a integrá-los socialmente.
O
seu vinho tem, entre outrosprêmios, as medalhas
de
ouro noDesafio
Internacionaldo
Vinho-
em
Londres, no Mundial
de
Vinhos-
em
Bruxelas, e no Concurso de Paris(COHEN,
1999).Algumas
multinacionais instaladasàno Brasilpassaram
a priorizar acontratação das
chamadas
“minorias".As
grandes companhias estãoreservando algo
como
10%
das novas vagas para negros, homossexuais eprocesso já ocorre
em
pelomenos
14 grandes grupos no pais.Na
GeneralMotors, por exemplo, existe
uma
norma
bem
clara: de cada dez vagas,uma
flca
com
o candidato negro (VEJA, 2000: 118-119).Empresas
como
a Telemar, a clínica radiológica Boris Berenstein, aCompanhia
hidroelétrica doSão
Francisco(CHESF)
e a redede
supermercados
Bompreço
estãodando
oportunidade a pessoas portadorasde deficiência física, visual ou auditiva de fazerem parte
do
seu quadro defuncionários,
desempenhando
funções iguais às de qualquer outrofuncionário.
Os
supermercados Bompreço, por exemplo, contrataram, nomês
de
maiode
2000,25
deficientes auditivos para a função de embalador.Dados
da Organização Mundial deSaúde (OMS)
revelamque
10%
da população mundial possui algum tipo de deficiência(JORNAL
DO
COMÉRCIO,
2000: 3).2.2.6.
Assédio
Sexual-
Estabeleceruma
diretriz contra o assédioDesenvolver e implementar
uma
politica firme contra o assédio sexual.Explicar a matéria de forma clara e concisa,
dando
exemplos concretos paradefinir o comportamento proibido. Explicar os meios disponiveis na
empresa
para formalizar reclamações.
Comunicar
freqüentemente aos funcionários,fornecedores, clientes e outros parceiros
de
trabalho, as diretrizes daempresa
com
relação ao assunto,sempre
de forma consistente.Comunicar
,Ez
Z
/.
objetiva, salientando as penalidades aplicadas por violação da regra,
inclusive a possível demissão. Proibir, estritamente, qualquer vingança
contra aqueles que apresentarem reclamações e monitorar pessoalmente
tais situações, especialmente
quando
a reclamação envolver o supen/isordireto do funcionário molestado.
2.2.7. Treinamento/
Educaçao/ Desenvolvimento
Proflssional - Criarprograma
de
aconselhamentoCriar
um
mecanismo, seja formal ou informal, por meio do qual funcionáriosmais antigos
possam
passar adiante a experiência profissional adquirida eaconselhar sobre a carreira. Permitir a realização de encontros para este fim,
durante o horário de trabalho. Considerar este item na avaliação
de
desempenho
dos funcionários e gerentes.Cabe
àempresa
comprometer-secom
o investimento na capacitação e desenvolvimento profissionalde
seusr
Íempregados,
oferecendo apoio a projetosde
geração deempregos
e'\
.
-
fortalecimento da empregabilidade para a
comunidade
com
que
se relaciona.."` '
A
empresa
socialmente responsável tem forte compromissocom
o futuro deseus funcionários.
O
momento
da' aposentadoria representa excelenteoportunidade para demonstrá-Io na prática.
A
empresa pode
criarda aposentadoria no nível
de
renda,e
estimular a participação dosaposentados
em
seus projetos sociais.2.2.8.
Delegação de Poderes -
Fornecer informações sobre odesempenho
financeiro da
empresa
Considerar a possibilidade de -compartilhar
com
os funcionários osresultados financeiros da
empresa de
forma simples (na forma de extratode
lucros e perdas), a cada trimestre ou anualmente.
A
idéia é fazercom
que
osempregados entendam
o funcionamento da empresa,busquem
oportunidades para a redução
de
custos eaumento
das receitas, e quetomem,
no futuro, decisões maisadequadas
baseadas no conhecimentodestes números. Talvez seja aconselhável fazer, paralelamente à política
global,
um
treinamento dos funcionários na área financeira, paraque tenham
um
melhor entendimento da matéria, seus termos e conceitos, além deum
programade
participação nos lucros.2.2.9.
Recompensa
-
Criarum
programade
participação nos lucrosNeste programa, o funcionário terá participação
nos
lucros daempresa
de acordocom
o seudesempenho.
Osprogramas
são baseadosem
índicesespecíficos
de desempenho,
alguns dos quaisprevêem
incentivosmesmo
quando
aempresa
nãoobtém
lucro; alguns estipulam a participação nos"õ
\"\
determinados riscos. Para
serem
bem
sucedidos, os programasde
participação nos lucros necessitam ter metas claramente estabelecidas e
serem
bem
administrados pela gerência responsável.O
justoreconhecimento
da
contribuição dosempregados
nos resultados daempresa
é
um
importante meio para envolvê-los e comprometê-loscom
o sucessodos negócios.
2.2.10.
Reduções
de
Quadro
eDemissões -
Evitar demissõesEstabelecer
um
menu
de
opções para determinar se há outros custosque
podem
ser cortados antesde
reduzir o pessoal. Por exemplo, antes dedemitir funcionários, considerar a redução das diárias
de
viagem, donúmero
de
viagens dos funcionários e o congelamento dos salários. Solicitar aosfuncionários sugestões para a redução de custos.
Como um
último recurso,considerar
um
índicede
cortede
custos salariais, mediante negociaçãocoletiva, submetida à Justiça
do
Trabalho, incluindo a gerência e a diretoria,de
forma a manter todos empregados./`* _
As
demissõesde
pessoal nãopodem
ser utilizadascomo
primeiro recursode redução
de
custos.Quando
forem inevitáveis, aempresa
deve realizá-lascom
responsabilidade, estabelecendo critérios para executá-las(empregados temporários, facilidade de recolocação, idade
do
empregado,l'
estiverem a seu alcance.
Além
disso, aempresa
pode utilizar sua influênciae acesso a informações para auxiliar a recolocação dos
empregados
demitidos.
2.2.11. Equilíbrio entre Trabalho
e
Família-
Ajudar a colocar os filhos dosfuncionários na escola '
Dar todas as condições para
que
os filhos dos funcionáriospossam
seracolhidos
em
creches de boa qualidade no local de trabalho ou próximo àresidência. Estabelecer
como
metaque
todos os filhos dos seus funcionáriosestejam estudando e
completem
pelomenos
osegundo
grau.Comprometer
todos os funcionários e suas famílias
com
este objetivo. Fazerum
levantamento e ajudar a superar
em
cada caso o obstáculoque
impede apermanência das crianças na escola. Procurar incentivar e ajudar para
que
os estudos
possam
prosseguirnuma
universidade ou escola técnica.incentivar
também,
a colocação das criançasem
pré-escolas, pois istoé
muito importante para assegurar o ingresso
bem
sucedido na escolade
primeiro grau. Promover o conceito da educação
como
um
processo2.2.12.
Saúde, Segurança
eBem
Estar-
Recompensar
pelo estilo de vida saudávelRecompensar
funcionários emembros
de
suas famílias pela práticade
um
estilo
de
vida saudável. Encorajar as dietas saudáveis. Darpequenas
gratificações ou dias livres extras para os funcionários cujas familias fazem
exercício fisico, não fumam,
fazem
aulasde
pré-natal, fazem check-upanual, vacinam suas crianças,
fazem
mamografias
ou testagem da próstata,e outras inúmeras práticas próprias da idade ou
do
sexo.Um
recursoque
vem
sendo
muito utilizado pelasempresas
como
forma derecompensa
paraseus funcionários e familiares é o “vale presente” de lojas locais.
Profissionais
da
áreasugerem que
sejam enfocadosum
ou dois hábitos acada vez, ao contrário de estabelecer várias metas para
um mesmo
momento.
Considerar a possibilidadede
organizarcampanhas
anuais ousemestrais para o alcance de
uma
única meta de saúde.2.3. Responsabilidade Social Externa
A
partirdo
desenvolvimento e implantação das ações de gestãode
responsabilidade social interna, a
empresa pode
realizar ações sociaisque
beneficiem a comunidade, passando a exercitar a sua responsabilidade
34
De
acordocom
NETO
&
FROES
(1999), a gestãoda
responsabilidade socialexterna
tem
como
foco acomunidade.
Responsabilidade social externa
~
Foco
Comunidade
Ãreas
de
atuaçãoEducação
Saúde
Assistência social Ecologia InstrumentosDoaçoes
Programas de voluntariado ParceriasProgramas e projetos sociais
Tipos de retorno Retorno social propriamente dito
Retorno de
imagem
Retorno publicitário
Retorno para os acionistas
Tabela 2;
NETO & FROES
(1999, p.e7).Através
de
um
planejamento de marketing social, a organização, atendendoà sua missão, crenças e à
demanda
de
necessidadesda
comunidade, podeatuar nas áreas de educação, saúde, assistência social e ecologia,
Segundo
osmesmos
autores, a organização pode realizar estas açõesatravés de:
2.3.1.
Doações
de
produtos,equipamentos
e materiaisem
geralComo
ocorreramcom
as iniciativas cariocasdo
Viva Rio, daCampanha
daCidadania Contra a
Fome
edo
NatalSem
Fome
que
alimentaram cerca de50
mil familiascom
quase
600
toneladas de alimentos nas festas defim
deano
(1998).Somente
a lojade
departamentosC&A
, por exemplo, destinouUS$
100 mil àcampanha
natalinade
1998(NETO
& FROES,
1999:6).O
Boticário troca suas sobrasde
papel, plástico e vidrocom
empresas
dereciclagem,
que
em
trocaproduzem
cadernos para crianças carentes (noano
2000, está prevista a fabricação de 100 mil kits de seis cadernos cada)(COHEN,
1999).A
Droga
Raia lançou o programa “DeMãos
Dadas
com
a Raia”com
oobjetivo de levantar
R$
900
mil para entidades queatendem
criançascom
problemas de
saúde
e deficientes.O
programa será totalmente interativo,pois envolverá, simultaneamente, a Droga Raia, as instituições beneficentes,
os fornecedores e todos os clientes da rede
de
drogarias.O
cliente poderávalor total
da compra
será repassada por meiode
um
sistema informatizado(GAZETA
MERCANTIL,
2000: 7,apud
ETHOS,
2000). .2.3.2. Transferência
de
recursosem
regime de
parceria paraórgãos
públicos e
0NG`s
beneficiando
escolas públicas, visandoeducação
com
qualidade, viabilizandocursos
técnicos, estágios e aformação de
futuros profissionais
Isto
vem
ocorrendo no programa “Fiat para os Jovens”onde
a FiatAutomóveis
vem
investindo no “mercado social".Foram
R$
20 milhões,investidos desde 1997,
em
ações voltadas para a educação de jovens entre11 e 18 anos.
O
programa já beneficiou cerca de 11 milhões de crianças eadolescentes
em
todo o País.A
Fiatmantém
aindaum
outro programadenominado de
“Moto Perpétuo Fiat Para a Escola”, que consiste nadistribuiçao de kits didáticos sobre segurança e educaçao para o trânsito,
respeito e preservação
do
meio ambiente. Esse material é distribuido paramais
de
10 milhões de estudantes nos níveis fundamental e médiode
17 milescolas brasileiras. Até o