`
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE
SANTA
CATARINA
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
CIÊNCIAS
ECONÔMICAS
›
O PRODER
(PROGRAMA
DE
EMPREGO
E
RENDA)
No
MuN|cíP|O
DE ANTÓNIO
CARLOS
A
UMA
AVALIAÇÃO
Monografia ,submetida
ao
Departamento de Ciências Econômicas para obtençãode carga horária na disciplina
CNM
5420 -
Monografia.Por; Lúcio-Cláudio Willemann Rogério
Qrientador: Professora
Carmen
R. Q. G. GelinskiÁrea de Pesquisa: Desenvolvimento Sócio-Econômico Palavras- Chaves; Proder
-
Programade
Emprego
eRenda
Desenvolvimento
Econômico
LocalFlorianópolis, Agosto de 2001.
uN|vERs|DADE
FEDERAL DE
sANTA
CATARINA
CURSO
DE
GRADUAÇÃO
EM
clÊNc|As
EcoNÓ|v||cAs
A
Banoa
Examinadora resolveu atribuir a nota 9,0 (nove)ao
aluno Lucio ÇláudioWillemann Rogério na disciplina
ÇNM
-
5420
-
Monografia, pela apresentaçãodeste trabalho.
Banca
Examinadora: ._ Professora
Carmen
Rr Qi Gr GelinskiPresidente
Professora Márcia
Machado
Membro
Professor Isui; Felipe Ferreira
“Programas convencionais de socorro a pobreza
devem
ser substituídos por abordagens centradas na comunidade;que
permitemuma
participacao maisdemocrática além
de serem
mais eficazes.A
formação decomunidade
enfatiza as redes deapoio, o espírito de iniciativa e o cultivo do capital
social
como
meiode
gerar renovação econômicaem
localidades de baixa renda.
O
combate
à pobrezarequer
uma
injeção de recursos econômicos.mas
aplicados para apoiar a iniciativa local?
.Anthony Giddens (1993,
apud
Franco, 2000).em
A
Terceira Via.
-III-Agradeço
o esforço, a dedicação e o carinhoda professora
Çarmen
Gelinski e ameus
amigosde
trabalho, pela
compreensão
e ajuda proporcionadasnos afazeres
do
dia a dia durante o períodoem
que
estive produzindo esta monografia.
Um
agradecimento especial aos
meus
pais, Luiz ÇesareNeide,
que
numa
alquimia perfeita forneceramuma
.base sólida as minhas conquistas e a minha
namorada
Kellen, fonte deemoção
e perseverança,suMÁR|o
LISTA
DE
FIGURAS ... ..VlIRESUMO
... ..X
CAPÍTULO
I -PROBLEMÁTICA
11 1:1' L1ÍIQdl1çãQ;¡;:¡;â;¡;;;¡à;:;;;.;;;;;¡¡s¡; ... .¡z.'.'¡›'-.'› 1.2 - Objetivos ... .. 15 1.2.1 = Geral ... ._ 15 1.2.2 -Especifico ... .. 16 153 _ Metgdglggšaíííiizii3.iííifliiHiiízíiíiiiäííiiiíi iziiäíiií 1.3.1 -Procedimentos Metodologicos... 16 1.3.2 ~Natureza do Estudo ... .. 17 1.3.3 - Caracterização do Estudo... 17 1.3.4 -Teeniea de eoleta de 18CAPÍTULO
II E DESENVOLVIIVIENTOECONOMICO LOCAL
... .. 212.1 E Desenvolvimento ... .. 21
2.2 - Desenvolvimento Sustentável ... .. 22
2,3 - Desenvolvimento Econômico Loçal,,,,,,,,,t,,n,,i.,., ... 23
2.4 - Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável ... ..35
CAPÍTULO
IIIPRODER
EPROGRAMA
SEBRAE
DE
EMPREGO
ERENDA
... .. 383.1 - Sebrae - Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas ... .. 38
3.12-Proder-Programa de 40 3.2.1 - Restropectiva ... 3z2z2- AConcep‹;ãoeAva1iaçao doProg:rama 3.3 - Metodologia de Autodiagnóstico das Potencialidades Municipais ... 49
313,1 - Etapas de Elaboração do Plano Estratégico de Desenvolvimento
câyirrlno iv -
otêemosrico
nsriatraercoDe
nizsnnvonvnvrsnzrono
ivinnrcífio.DE 1QI!I!!!9999!!!!9Ii!Qllllllffiiiílíiiííill9!!!IIQ!9IIQIIIII!9!¶!!!¶¶!ii!!I!fi¶¶|II||QI9!IIO!|i|!¶i|!!I!fiilífíiillittíi
411- CarlosÉÉÉ222222221;;ÉÉS2ZZSZZSZÃÃZÍÉZZZZZZZZZZZ122121211LISSSEE2É2ÉÉZZÃ1211ZZSÃSEZZESZZZZSZZSBÉZLZZá¡¡2¡í¡¡¡¡I
4.2 - Plano Estratégico de Desenvolvimento Municipal de Antônio Carlos ... ._ 62
CAPÍTULO
V
-MENSURAÇÃO D0
PRQDER
NQ
MUN1c11>IoDE ANTÔNIO CARLQS
ó z
coNcLUsÃo
... ..BIBLIOG~CASliIlfliIl lllll l¡l¡1¡¡¡¡I¡llil I I I il ñflíihililiiilliiiiiliihiílilllliñliillflflll blhlll lllll Iii
Areannnauunfnflnns f M nas nn 99 2 :nn as :nn nnnn na neoon” nnnnnn nnnvnnnnnfl nnnnnnnnnnn na aaaaaaa no :naun
Bnnnnnnbiiin nnnninnnn nlnnnnnunønnn nnnnnnn Ann ¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡¡ annnnnnnnfnnnnnn nnnnnnnn un nnnnnnnnnnnnnnnn nz
ANEXO
C
... .. -VI 79 90 . 95 101V
LISTA
DE
FIGURAS
QUADRO
QUADRO
QUADRO
QUADRO
QUADRO
QUADRO
QUADRO
LISTA.DE
QUADROS
IDÉIAS
PARA
A
TEORIA
DO
DESENVOLVIMENTO
ECONOMICO
LOOÁL
... ... .. 27QUESTÃO
N.° 4DO
QUESTIONÁRIO
ADAPTADO
... _. 83QUESTÃO
N.° 5DO
QUESTONÁRIO
.ADAP-I-ADO::5fe:5:::2ešf::if:ef:E:se::èsâefšëãáiãë55555s:e§5::::zz:::QUESTÃO
N.° 6DO
QUESTIONÁRIO
ADAPTADO
... _. 84QUESTÃO
N.° 7DO
QUESTIONÁRIO
.ADAP-I-.A.pQ§:ê5z5555šié5:E::§:::5:::::5:::::::fi:E::!§::::::=:::ê::z:éQUESTÃO
N.° aDO
QUESTIONÁRIO
ADAPTADO
... _. 85QUESTÃO
N.° 11DO
QUESTIONÁRIO
.A.DA.PTADQ:::Ea::e::::â:asee:::::::e::=ee:se:fé:::eèë:2§ëe:z=:s:::::= VIII=LISTA
DE
ANEXOS
-
ANEXO A
-
LISTA
DOS
PART¡CIPANTES
DO PRODER
....._
95
-
ANEXO
B
-
QUESTIONÁRIO
PADRÃO X
QUESTIONÁR|O
ADAPTADO
... _.96
-
ANExo
c
-
PLANO
DE
AÇÃO Do sEToR
TuRísT|co
... ..1o1
RESUMO
Fazendo
frente ademanda
reprimida da diversificação economica deum
país cuja
economia da
grande maioria dospequenos
e médios municípios estábaseada quase
que
exclusivamente na exploração das atividades primárias,sendo
considerados supridores de fatores produtivos -para os grandes centrosurbanos e pólos industriais e ainda dependentes dos governos no
que
tange às ações voltadas ao seu desenvolvimento e para o aportede
recursos, oSebrae/SÇ
criou o Proder. j
Çriado
em
1.984, sob adenominação de Programa
Microrregional-
maistarde,
Programa
integradode
Desenvolvimento Socioeconômico (PIDSE) ePrograma de
Apoioao
Desenvolvimento Municipal(PADEM),
o hoje Programade
Emprego
eRenda
(Proder), a partir de 1993, foi adotado pelo Sistema Sebraepara todo o país, tendo
como
objetivo principal estimular o autodesenvolvimentoeconômico, social e cultural dos municípios, o Proder visa, através
do
desenvolvimento local, criar condiçõesde
sustentabilidade, sob a inspiraçãodo
conhecido dístico, atribuído freqüentemente a John
Lennon
-
“Pensarglobalmente, agir localmente”,
Neste contexto, o presente estudo, apresenta
uma
avaliaçãode
qualidade
do
Proder no município catarinense de Antônio Çarlos sob a ótica dosresponsáveis por sua elaboração e implantação, demonstrando suas
características e seus reflexos no
desempenho
de sua economia.Foi aplicado
um
questionário de avaliação e os principais resultadosencontrados foram
de
que, qualquer tipode
iniciativade
desenvolvimento local,mesmo
nãosendo
um
sucesso total,como
no casode
Antonio Çarlos, agregamuito valor para os municípios, trazendo a tona,
um
despertarde
consciênciapara o seu autodesenvolvimento,
CAPÍTULO
II
PROBLEMÁTICA
1.1 IntroduçaoA
crise financeira vivida pelo estado brasileiro se reflete diretamente sobrea maioria dos municípios, provocando efeitos desastrosos sobre suas economias.
Existe
também
um
conjunto de fatoresque
ampliam essa crise:queda da
receita,dificuldade na obtenção
de
recursos,aumento do componente
despesas epostura
não
empreendedora
no gerenciamentoda
administração municipal.Conseqüentemente, o
que
se observa é a redução da capacidade de gasto do poder público, e o reflexo desta incapacidade é o desestímulo dos investimentosno âmbito local, reduzindo assim a oferta
de
emprego
e a capacidadede
consumo. -
É
no municípioque
as principais conseqüências das transformaçõescapitalistas estão centradas, e dele deverão surgir as principais ações para fazer
frente a estes novos desafios. Neste ambiente planos locais
de
desenvolvimentosão o imperativo da nova
ordem
econômica.A
criação de novas oportunidades de trabalho, qualificação damão-
de-obra, melhores condições de vida, proteção do meio-ambiente, etc., são ações
que
devem
surgir deum
efeito endógeno,buscando
'adequa-las ã realidade dacomunidade
através de soluções simples e práticas.Um
dos pontos vitais éque
seconheçam
a fundo as principaisoportunidades existentes no município, seus pontos fortes e fracos, suas
ameaças
nocampo
externo e interno e, através deste diagnóstico, estabelecer diretrizes para o desenvolvimento municipal.Depois
da identificação deste conjunto de elementos torna-senecessária à elaboração de
um
plano estratégicoem
que
se definam os destinosdo
municipio de dentro para fora enão
mais de fora para dentro, práticacomum
nestas «últimas décadas.
Os
municípios naopodem
mais aceitar as condições e-11-imposições externas, tendo
que
observar o contexto global e a partirda
comunidade
definir suas políticas de desenvolvimento.Aproveitar as potencialidades municipais, eliminar os pontos fracos,
diminuir os riscos e
ameaças
e direcionar as vocações municipais paraum
novo
patamar
de
desenvolvimento são os objetivos do Proder-
Programa de
Emprego
e Renda,
que
faz partede
convênio assinado entre oSebrae/SC
e as Prefeituras interessadas.O
Proder éum
plano de mobilização comunitária,sendo
desenvolvidopelo Sistema Sebrae para suprir necessidades dos
pequenos
e médiosmunicípios brasileiros, na busca
de
alternativas para o seu crescimento efortalecimento, através da
ocupação de
vaziosem
todos os setores produtivos.O
Serviço de Apoio às Micros ePequenas Empresas de
Santa Catarina-
Sebrae/SC
em
observância à filosofia e açõesdo
seu sistema e sintonizadocom
o quadro acima delineado, de posse das informações sobre a realidade específica
de
cada municípioonde
atua, está viabilizando estratégias de intervençãoque
possibilitem equacionar problemas e estimular o autodesenvolvimento econômico,
social e cultural
dos
municípios.A
grande maioria dos municípios brasileiros tem sua economiabaseada
na exploração das atividades primárias,
sendo
considerados supridores de fatoresprodutivos para os grandes centros urbanos e pólos industriais. Contudo, essa
situação
pode
ser modificada, namedida
em
que
se mobilizem as comunidades,no sentido de gerar
uma
consciência políticade
participação nas diversasdecisões
que
lhes são pertinentes,bem
como
no
intuito de capacitá-las atransformar suas próprias realidades. Para isso, o papel da Prefeitura
como
agente transformador é indispensável.
Assim, partindo desta filosofia
de
participação e organização comunitária,o Proder estabelece
como
ações básicas o fomento e o fortalecimento dasatividades econômicas, através
de
um
processo participativo,com
o qual todas aspessoas se envolvam
em
prol da implementação de ações voltadas para a auto-sustentaçao socio economica das regioes e para a melhoria da qualidade de vida
da população.
_1z-Portanto, o Proder é
um
empreendimento estratégico do Sistema Sebraee de acordo
com
a sua filosofia, objetiva a geração de novas oportunidadesde
trabalho
em
municípiosde pequeno
porte, via criação e desenvolvimentode
micros e
pequenas
empresas.O
programa baseia-se no estímulo e apoioao
desenvolvimento
do
espírito empreendedor.Fundamenta-se
em
dois princípios básicos, norteadores de sua atuação:-
A
melhor forma de gerarempregos
é criar e desenvolverempresas
-A
forma mais eficaz de criar e desenvolverempresas
é estimular eformar empreendedores.
H
O
programa implementa-se mediante parceriascom
instituições públicase privadas
de
objetivos coincidentes, taiscomo
entidades empresariais(associações comerciais, industriais e rurais, clubes
de
dirigentes lojistas, etc.)órgãos federais e estaduais de fomento, clubes
de
serviços, órgãosde
financiamento, público e privado, entre outros.
O
Proder éum
“despertar da comunidade” para identificar os potenciaisempreendimentos existentes e
que
possam
gerarocupação
e renda para osmunicípios.
A
não
percepção das boas oportunidades, a falta de informaçõesem
qualidade, a inexistência
de
espírito empreendedor, constituem elementosinibidores para a iniciativa empresarial. V
Em
função das diferenças e necessidades regionais, a metodologiade
implementaçãodo
programapode
mudar
deuma
região para outra.No
entanto,procura-se manter
um
eixo central capazde
nortearum
plano de desenvolvimentolocal, coerente, auto-sustentado e integrado.
Com
o objetivo de darum
impulso na geração de receita própria e nainteriorização ainda mais
de
suas açõescomo
empresa, e atender às metasglobais
do
Sebrae Nacional,com
vistas ao desenvolvimento para os municípioscatarinenses, o Sebrae/SC articulou
em
parceriacom
a Unidade Centraldo
Sebrae Nacional que, reforçada pelo engajamento de executivos municipais
do
Estado, desenvolveram as ações
do
Proderem
126 cidadesde
Santa Catarina noano de
1998.O
primeiromomento
do Proder consiste na seleção do município,que
tanto
pode
ocorrer a partirde
uma
solicitação da Prefeitura ou da comunidade,como
pode
ser apontado pelo próprio Sebrae,como
foi o casodo
municípiode
Antônio Carlos,
uma
das 126 cidades catarinensesque
decidiram investir narealização do Proder.
A
escolha desse município, para finsde
análise, deve-se ãfacilidade de obtenção dos
dados
junto ao Sebrae/SC, eao
fato denão
ter serealizado qualquer tipo de estudo
de
avaliação da qualidadedo
Proderem
Antônio Carlos. '
O
processode
implantação do programa no município inicia-se pelarealização de
uma
sondagem
informal por meio de contatos diretoscom
acomunidade,
com
o objetivode
descobrir o graude
comprometimento daslideranças políticas
com
o anseio da população.A
partir daí definido o município,inicia-se o desenvolvimento
do
programa,que
se estruturaem
três etapas.1 .U A '
ABORDAGEM,
ANALISE
E
AVALIAÇAO ECONOMICA:
o períodoprevisto para esta etapa é
de
três a seis meses. Seis ações são fundamentaisnessa fase do trabalho: contato
com
as lideranças municipais; elaboração eassinatura
do
protocolode
intenções ou convênio; seleção e identificação dostécnicos da comunidade; realização
do
diagnóstico sócio-econômico municipal;definição e concessão
de
local ne equipamentos para instalação de escritóriodo
Proder e definição de instrumento
de
continuidade do Proder no município.IMPLANTAÇÃO
E
OPERACIONALIZAÇÃO:
o período previsto para arealização desta etapa é de três a cinco meses. Envolve o lançamento
do
programa, a apresentação e discussão
do
diagnóstico sócio-económico e odesenvolvimento das ações. V
COMO
GARANTIR
A
CONTINUIDADE:
acompanhar
o desenvolvimentodo
Proder e de todas as ações é parte fundamentaldo
processo de implantaçãodo
Programa, namedida
em
que
vai possibilitar o desenvolvimento auto-sustentável 'do Programa. Para assegurar esse desenvolvimento, define-se
previamente, junto à comunidade, o instrumento de continuidade
que
deverá serimplementado.
No
município de Antônio Carlos foi constituídoum
Fórum de
Desenvolvimento,
mas
que não
teve expressãonem
atuação, pondo-secomo
um
ponto negativo do Proder no município, pois, este processo é parte fundamental
para viabilizar o programa, isto é, a própria metodologia
do
plano descreveque
oacompanhamento
deverá ser realizado pela .pessoa ou entidade indicada,com
supervisão
do
Sebrae/Sc, atravésdo
Escritório Regional ou da própria equipetécnica
do
Proder, caracterizando-seuma
falha,que
ao ser analisada,demonstrou ser
uma
das causas e conseqüências para o projetonão
tivesse tantaexpressão.
Com
a consolidação do Proder, os principais resultados esperados são oincentivo à criação de novas oportunidades
de
negócios edo
apoio técnico paraque
possa se desenvolver,aumentando
a renda e a geração de emprego. Estetrabalho pretende avaliar o
Programa
deEmprego
eRenda
- Proder no municípiode
Antônio Carlos, executado no período de Agosto aNovembro
de 1998, sob aótica dos responsáveis por sua elaboração e implantação.
1.2 - Objetivos
1.2.1 - Geral
Avaliar o Proder no município
de
Antônio Carlos,desde
a sua implantaçãono final
do ano
de 1998, sob a ótica dos participantes responsáveis por suaelaboração e implantação,
buscando
identificar os pontos positivos e negativosdo
programa.
1.2.2
-
EspecíficosEm
termos mais específicos, pretende-se:0 Caracterizar o Desenvolvimento
Econômico
Localo Caracterizar o Proder, apresentando sua metodologia
de
autodiagnóstlco das potencialidades municipais e seu plano
de
ação.
o Apresentar o Plano
de
Desenvolvimento Municipal de AntônioCarlos, demonstrando seus resultados e conclusões.
o Avaliar o Proder no Município de Antônio Carlos, através
da
aplicação de
um
questionário direcionado as pessoasque
participaram
da
elaboração e implantação do programa,identificando seus aspectos importantes.
1.3 - Metodologia
A
concepçaodeste
trabalho foi norteada pela filosofia do programa Sebraede
fomento e geração deemprego
e renda,chamado
de
Proder, implementado nomunicípio catarinense
de
Antônio Carlos noano de
1998.Para
que
os objetivos fossem atingidos, realizou-seuma
ampla
investigação na bibliografia existente, extraindo informações pertinentes à
estruturação
do
presente trabalho, procurando adequar o assunto aos problemaseconômicos estudados no
campo
das ciências econômicas.1.3.1 -
Procedimentos Metodológicos
Apresenta-se nesta seqüência, a natureza
do
estudo, sua caracterização eas técnicas de coletas de dados.
1.3.2 - Natureza
do
Estudo
O
estudo buscacompreender
e avaliar o Proder implantadoem
AntônioCarlos no final
de
1998, mostrando sua evolução e contribuição para odesenvolvimento do municipio, sob a visão dos responsáveis por sua elaboração
e implantação.
Serão utilizados dois tipos
de
abordagem, tanto qualitativa, quantoquantitativa, pois exige o desenvolvimento
de
quadros e tabelascomo
fatoresde
caracterização derivados
de dados
e informações coletadas,usando
também
elementos
de
inferência estatistica para resoluçãodo
problemade
pesquisa.A
abordagem
Quantitativa: caracteriza-se peloemprego
da quantificaçãotanto nas modalidades de coleta de informação, quanto no tratamento através
de
técnicas estatisticas. Representa,
em
princípio, a intençãode
garantir a previsãodos resultados, evitar distorções de análise e interpretação possibilitando,
conseqüentemente,
uma
margem
de segurança quanto às inferências (GIL,1991).
Segundo
Richardson (1989), “ométodo
qualitativo difere,em
princípio,do
quantitativo à
medida que não
seemprega
um
instrumento estatísticocomo
base
do processo de análise
do
problema.Há
autoresque
nãofazem
distinção claraentre
métodos
quantitativos e qualitativos, por entenderque
a pesquisaquantitativa é também,
de
certo modo, qualitativa”.Assim
al pesquisa obterádados
descritivos e estatísticosdo
Proderrealizado no município de Antônio Carlos, demonstrando sua evolução e
concretização, e por fim será aplicado
um
questionário direcionado aosresponsáveis pela sua elaboração e implantação, tentando levantar suas opiniões
sobre o programa, e
com
isso tirar as devidas conclusões.1.3.3 Caracterizaçao
do
Estudo
Observando-se o objetivo do presente trabalho, este estudo caracteriza-se
como
exploratório e explicativo. _-17-É
exploratório porque- permite ao investigador aumentar sua experiênciaem
tornode
um
problema específico, aprofundando seus estudos nos limitesdesta realidade (Triviños, 1990).
O
estudo exploratório busca antecedentes emaior conhecimento para,
em
resposta, fazeruma
análise dos resultados, oque
confere à
mesma um
caráter avaliativo.Quanto
ao delineamentode
pesquisa, Gil (1990) destacou a existênciade
2 (dois) grupos: aquelesque
se valem daschamadas
fontes de “papel” e aquelescujos
dados
são fornecidos por pessoas.No
primeiro grupo, estão a pesquisabibliográfica e a pesquisa ex-post-facto, o levantamento e o estudo de caso.
Porém, o próprio autor reconhece
que
esta classificaçãonão pode
sertomada
como
'absolutamente rígida, vistoque algumas
pesquisas,em
função de suascaracterísticas,
não
seenquadram
num
ou outro modelo.Neste estudo, dos tipos de delineamento de pesquisa citadas por GIL
(1991), o
que
melhor ser enquadra é odo
tipo ex-post-facto, pois proceder-se-á os efeitos dos fatos consumados, paraem
seguida, mediante análise quantitativae qualitativa, obter conclusões correspondentes aos
dados
coletados.Assim
a pesquisa obterá osdados
sobre o Proder no município de AntônioCarlos, avaliando sua composição,
dando
significado aos resultados levantados edemonstrando sua importância,
sendo
essa a preocupaçao essencial desteestudo. -
1.3.4 -
Técnica
de
Coletade
Dados
Toda
pesquisa deve evidenciar as técnicasde
coleta dedados que
pretendeutilizar para o levantamento dos
dados
primários e/ou secundários nodesenvolvimento
do
projeto.Os
dados
primários referem-se àqueles coletados pela primeira vez pelopesquisador.
Os
dados
secundários são aquelesque
se encontram à disposiçãodo pesquisador
em
boletins, livros, etc.(AMBONI,
1996)._ Nesta investigação, a técnica
de
coletade dados
refere-se aos primários eaos secundários, utilizando o seguinte procedimento. Primários, estes
dados
foram coletados através de entrevistas, por ser esta a forma de coleta mais
importante para
que
se possa captar a opinião sobre certo assunto, neste caso aopinião das pessoas responsáveis pela elaboração e implantação
do
programaProder no município
em
estudo.As
entrevistas foram realizadas diretamente a estas pessoas, pois, são elasque, de
uma
forma ou de outra, influenciaram nastomadas
de decisões,em
diferentes graus. _
Realizaram-se
47
entrevistas nomês
de
Julhode
2001 envolvendo pessoasda comunidade,
do
poder público e dasempresas
(anexo A), resultando destasvisitas 21 questionários respondidos. Esse
número
estatisticamente baixo, deu-seporque alguns dos participantes não foram encontrados ou
não
existem mais oumudou
dedono
o estabelecimento, e muitos deles responderam quenão
participaram
em
nenhum momento
da elaboração e implantaçãodo
programa,sendo
um
ponto negativo para o programa devido odocumento
oficial Iistá-loscomo
efetivos participantes.O
questionário utilizado na pesquisa foi adaptadode
um
questionário padrãodo
Sebrae, isto é, deuma
pesquisa de avaliaçãodo
Sistema Sebrae pelosclientes externos, ou seja,
uma
avaliação contínuada
qualidade. Portanto, oquestionário foi modificado e direcionado para o objetivo deste trabalho_(anexo B).
Avaliou-se o Proder, realizado no final de 1998,
ano de
sua implantação nomunicípio
de
Antônio Carlos etambém
os resultados obtidos nosanos
subseqüentes
1999 e
2000, demonstrando a opinião dos empresários,do
poderpúblico e da comunidade, extraindo das informações coletadas, os aspectos
positivos e negativos
que
o programa trouxe para o município.A
análise dosdados
foi feita atravésde
um
método' de tabulação simples,examinando
as evidências coletadas,com
ajudado
Software Estatística, etirando-se as devidas conclusões.
Neste trabalho, procurou-se avaliar e interpretar as informações levantadas,
tendo
como
base o arcabouço teórico contido na bibliografia escolhida, o qualnorteou o desenvolvimento
do
estudo.Além
das entrevistas, utilizou-sedados
secundários, provenientesde
materiais informativos disponíveis, tais
como
revistas especializadas,dissertações, publicações e
documentos
da própria empresa, entre os quais,_19-relatórios e
documentos
relativosao
Proderem
Antônio Carlos, diagnósticoestratégico de desenvolvimento municipal, o plano
de
ação e os respectivosindicadores.
-z0-cAPíTuLo
iiDESENVOLVIMENTO
ECONOMICO LOCAL
Este capítulo abordará a idéia
de
desenvolvimentoeconômico
localna
buscada sustentabilidade,
que
seria a situação almejada por todo e qualquer programade geração
de emprego
e rendabaseados
em um
plano de desenvolvimentomunicipal.
O
Proder,um
produto do Sistema Sebrae, se enquadra perfeitamente nestecontexto, estando o produto tentando se adequar às
mudanças
no ambientemundial, na busca
da
substituição das visões desenvolvimentistasbaseadas
sóna
abordagem
econômica, parauma
visão de sustentabilidade,com
investimentono capital
humano
e na preservaçãodo
ambiente.Na
verdade, desenvolvimento éum
conceito complexoque
envolveum
grande
número
de
elementos para o seu entendimento,sendo
consensual, hoje,que
desenvolvimentonão
se restringeapenas ao
crescimento econômico. Vai,além disso. V
2.1
-
Desenvolvimento
Para o conceito
de
desenvolvimento a literatura fornece várias definições.Dentre as muitas definições
que
sepode
encontrar, existeuma
que
parece sercapaz de resumir o
que
possa ser dito sobre este conceito.É
uma
pequena
citação
de
Montibeller Filho (1999, p. 34),que
afirma “o desenvolvimento éuma
noção
universalmente desejada, e trazem
si a idéia de progresso, melhoria”.Conseqüentemente segundo
o autor, este progresso deveria viracompanhado
de
melhores padrões de qualidadede
vidaque
seriam aferidos porindicadores tais como: maior esperança de vida; padrão
de
educação, acesso aserviços básicos de
água
potável e saneamento, segurança, liberdades políticas,igualdade de oportunidades para todos, independentemente do sexo, religião,
raça ou militância política, dentre outros.
Todos
estes indicadores deveriam seracompanhados
porum
elevadopadrão
de
renda,que
permitiria aos indivíduos terem acesso a algunsbens
materiais básicos. Isto demonstrado pode-se dizer
que
o crescimentoeconômico
torna-se
uma
condição necessária aindaque não
suficiente paraque
ocorra odesenvolvimento econômico.
Mas
com
otempo houve
a necessidade de maissustentabilidade para esse desenvolvimento,
buscando
assim o desenvolvimentosustentável.
2.2
-
Desenvolvimento
SustentávelDe
acordocom
o Sebrae o conceito de desenvolvimento sustentável tornou-se mais difundido após a divulgação
do
Relatóriode
Brundtlandem
1987, pelaComissão
Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento. ,O
Relatóriode
Brundtland, sob título
O
Nosso
FuturoComum,
foi elaborado por aquelaComissão que
havia sido criada pela Organização dasNações
Unidas e foi oresultado da resolução
da
Assembléia Geral doOutono de
1987. Esta reunião foipresidida pela Primeira Ministra
da Noruega
Grö Harlen Brundtland. Este relatóriose constituiu no terceiro de
uma
série empreendida pelasNações
Unidas.O
primeiro havia sido elaborado pela
Comissão
Brandt sob título Programade
Sobrevivência nas Crises.
A
estedocumento
seguiu-se to relatório daComissão
sobre Segurança ei
Desarmamento.
_
As
gerações futuras têm direito de herdaruma
natureza tão diversificada eprodutiva quanto à
de
hoje.Ao
aperfeiçoar o conceito de desenvolvimentosustentável, o Relatório Brundtland alerta
que
o desenvolvimento sustentávelexige
que
as sociedadesatendam
as necessidades humanas, tantoaumentando
o potencial de produção quanto assegurando a todos as
mesmas
oportunidades.O
desenvolvimento sustentável centra sua atenção para a relação doshomens
com
a natureza, preconizando a utilização racionalizada dos estoquesde
recursos naturais
de
acordocom
Nijkamp (1990,apud Souza
Filho, 2000).A
grande preocupação dos estudiosos está voltada às gerações futuras e a
necessidade de políticas
que
preconizemum
desenvolvimento harmonioso e, _z2_prioritariamente, sustentável nos períodos posteriores (Guimarães, 1994,
apud
Souza
Filho, 2000).V
Para o Sebrae o objetivo do desenvolvimento sustentável é alcançar a
melhoria
da
vidahumana
em
todos os aspectos: vida longa e saudável,educação, acesso aos recursos necessários para
um
padrãode
vida digno, sem,no entanto, alterar a variedade e produtividade da natureza.
2.3
-
Desenvolvimento
Econômico
LocalVaz
(2000),um
dos consultores do Núcleo de Gestão Municipaldo
InstitutoPolis, observou
que
nos últimos anosem
nível mundial, o “local” estáganhando
cada vez mais importância e
assumindo
maiores responsabilidadesno
desenvolvimentodo
território.Face
aos problemas estruturaisde
uma
economia
mundializada e às dificuldades cada vez maiores dos poderes centrais para
enfrentar essas dificuldades, então surge na
década de
80 a Teoria doDesenvolvimento Local, inicialmente focalizada no desenvolvimento
econômico
do
território e principalmente orientada para a execuçãode
iniciativas de criaçãode emprego.
Estas iniciativas
segundo
Vaz
(2000) foram ampliando o seucampo
de ação,começando
a atuar cada vez mais a partir deuma
perspectiva integradado
desenvolvimento, não só
baseada
no econômico,mas também
no social eambiental. Nesta a participação
de
todos os atoresda
sociedade civile
do
tecidosócio-econômico local são condições indispensáveis para a sua sustentabilidade.
Para ele o desenvolvimento local transforma-se, assim,
em um
instrumentode
conserto
que põe
nasmaos
dos seus beneficiários, os atores locais, aresponsabilidade de elaborar e pôr
em
marcha
estratégias sustentáveisde
desenvolvimento.
E
suas estratégiasde
desenvolvimento local baseiam-se principalmente _namobilização do potencial
endógeno
do territóriocom
o fim último de melhorar aqualidade
de
vida dos seus habitantes,mas
requerem algumas condiçõesfundamentais: possuir capacidade
de
gestãoem
nível local, ter acesso aconhecimentos e informaçao especializada e poder contar
com
assessoria eapoio técnico. Para muitos territórios, especialmente os geograficamente isolados
e fora dos canais
de
comunicação, estas condições são muitas vezes difíceisde
obter.
Na
visão deVaz
(2000) cada contexto local é diverso e, portanto, asiniciativas e políticas implementadas
devem
levarem
consideração a suaespecificidade e
não
podem
sermeramente
importadas deum
contexto diferente.Também
é verdadeque
paises e regiões diferentes enfrentam muitas vezesproblemáticas comuns.
As
soluções encontradas por unspodem
assim servirde
parâmetro
em
outros lugaresdo
mundo.Ainda
segundo
Vaz
(2000) para estimular o desenvolvimento local éimportante poder entrelaçar a criação e
empenho
"local"com
as experiências"globais", o
que
se torna possível através dos serviçosde
formação, informação,assistência técnica e trabalho
em
rede. VNa
primeira versão do Proder o programa erabaseado
na idéiado
desenvolvimento econômico local,
sendo
definidocomo
aquele processoreativador
da economia
e dinamizadorda
sociedade local que, mediante oaproveitamento eficiente dos recursos
endógenos
disponíveisem
uma
zona
determinada, é
capaz
de estimular seu crescimento econômico, criaremprego
emelhorar a qualidade de vida
duma
comunidade
local (Del Castilho, 1994).Para Paiva (2000), o desenvolvimento local torna-se
um
novo padrãoaonde
a potencialização dos recursos de dentro do município
vem
substituir oplanejamento centralizado e impulsionado por recursos de fora do município,
ocorrência predominante das
décadas de
70 e 80. Este novo padrão,onde
aparticipaçao dos atores locais é fundamental e indispensável, orienta os
programas e projetos voltados ã redução das desigualdades sociais e regionais
através da
promoção
da culturaempreendedora
local - criação deemprego
egeração de renda; fortalecimento técnico-gerencial
do
poder local e a criaçãode
capital social - capacitação dos atores locais e suas organizações.
Paiva (2000) mostra, ainda,
que na
prática, todo programade
desenvolvimento econômico local esta
buscando
a criação de novas instituiçõespara o desenvolvimento territorial,
com
a participação negociada dos gestorespúblicos e
do
setor privado; impulsionando iniciativas empresariais inovadoras;-24-melhorar a capacitação
da
força de trabalho local.E
o objetivo final de suaestratégia é a implantação de
um
modelo
de crescimento equilibrado,baseado
nadinamização dos recursos
de
dentro do município e na viabilizaçãodo
potencialeconômico produtivo local.
As
ações são basicamente de três naturezas: inserçãocompetitiva local, na
economia
global, atravésda
transferênciade
tecnologia eda
disseminação
de
informações sobre o mercado; capacitaçãoda
força de trabalhoe dos
empreendedores
locais; coordenação e articulação das ações no territórioatravés
da
formulação participativa de planos locais de desenvolvimento.Um
aspecto inovador desta estratégia local,quando comparada
aosmodelos tradicionais
de
construçãode
planosde
desenvolvimento, é suametodologia
de
intervenção,segundo
Paiva (2000).O
processo de construçãodo
diagnóstico participativo é a peça básica
da
metodologia.É
através deleque
osatores locais são mobilizados para a discussão de sua realidade, se
conscientizando da importância de seu papel na transformação desta realidade e
se
comprometendo
com
a sustentabilidade das ações propostas naAgenda
Local.
No
Brasil, assimcomo
em
outros países de acordocom
Paiva (2000), odesenvolvimento local por lidar
com
variáveisnem
sempre
tangíveis, tem sidomuito
pouco
quantificado e parametrizado. Isto tem dificultado o monitoramentodo processo, a avaliação de impacto, e a
comparação de
experiências,prejudicando a identificação dos fatores explicativos
de
fracassos e sucessos.São
muitos os relatos de "melhores práticas”.No
entanto, a natureza informal e impressionista dosmesmos
não contribuipara a construção
de
um
arcabouço teórico e operacional mínimo,que
facilite aestruturação
de
novas intervenções.A
grande maioria das experiênciasem
cursonão
está pautadaem
cenários demarco
zero,não
define metas claras enão
identifica indicadores
que
possam
medir o progresso e o impactoda
intervenção.De
acordocom
a autora torna-se fundamental criarum
arcabouço teórico einstrumentos operacionais
que
promovam
a consistência e a robustez teórica daspropostas
de
intervenção,bem
como
permitam aumentar a eficácia e efetividadedas ações. `
Desenvolvimento
econômico
localnão
possui propriamenteuma
teoria paraembasar
sua aplicação, mas, sim,uma
série de percepçoes e conceitos extraídosdas experiências
desencadeadas
em
várias regiõesdo
mundo.Os
fundamentos econceitos
que
justificam sua aplicaçãovêm
das práticas adotadas,que
confirmampremissas, registrando resultados positivos,
baseados
em
indicadores como:empregos
industriais, valores industriais agregados,empregos
no comércio,vendas
do comércio,empregos
em
serviços e receitade
serviços.Quanto
auma
Teoriado
DesenvolvimentoEconômico
Local ainda écedo
demais para isto, afirma Blakely (1994,apud
Borba, 2000). Ele se propôs aapenas
esboçar oque
deveria seruma
teoria sintética para desenvolvimentoeconômico
local através deuma
síntese e reformulaçãode
algumas idéiasexistentes nas teorias econômicas tradicionais. Servindo para a reflexão e a ação
no contexto do desenvolvimento econômico local, o pesquisador faz
considerações sobre alguns fundamentos de teoria
econômica
como:“1 - Emprego
-
no modelo neoclássico, baixos salários e custos menoressão suficientes para criar empregos.
Em
desenvolvimento econômico locala comunidade deve aperfeiçoar seus recursos
humanos
eutilizar/maximizar a base de recursos naturais e institucionais para criar
oportunidades de emprego;
2 - Base de Desenvolvimento
-
os modelos de base de desenvolvimento repousamem um
enfoque setorial para desenvolvimento econômico nãoimportando onde ele se dá.
Em
desenvolvimento econômico local apremissa é que a direção do desenvolvimento econômico é
uma
escolhaconsciente da comunidade que irá estruturar a base de desenvolvimento
da localidade; '
3 - Valor da Localização
-
a visão tradicional é que as facilidades detransporte e o mercado determinam a viabilidade econômica de
uma
comunidade para o desenvolvimento.
O
modeloem
.desenvolvimentoeconômico local trabalha
com
novos fatores locacionais como: ambientesocial e natural, facilidades para recreação e lazer, instituições sociais,
políticas, educacionais e outros de natureza regional que estimulam a
economia local através de
um
clima convidativo e favorável aos negócios;4 - Recursos do Conhecimento
-
a economia tradicional baseadaem
produtos seriados não exigia grandes recursos de pesquisa quanto à do
"conhecimento intensivo", isto porque a informação na economia moderna
se tornou ela
mesma
um
produto.Os
recursos intelectuais deuma
regiãosão a mão-de-obra essencial na Pesquisa
&
Desenvolvimento para ainovação industrial, fator fundamental para a maior parte das indústrias
(Borba, 2000, p. 15)
Resumiu
Blakely (1994,apud
Borba, 2000), esta proposição,em um
quadro:Quadro
1 É -» -«fat iii i i i i zIdéias para Teoria de Desenvolvimento
Econômico
Local sš z ;....~..__... .I t š _ z z
Componente
Conceito AntigoNovo
Conceito*zw _ _A_ _ _.¬z.¬4 x Í Ê. Í §»__.,.,__ .__...-_.¬.____ __ _ _... _ __.__._¬.. . ..,¬..,____._..«.__,u...u_ __ _ _._...,..._.._..._.,_.,.,¢.¿§1A_2z_._._~..._ __ _z__z__.__¬._._z _... __¬..,.WT:1
Emprego Mais firmas = mais; Firmas que trazemÍ
"
emprego empregos de qualidadei
de acordo
com
o perfil da,z população local Í É â 1 U)
Base de }_ Construindo setore Construindo novasl
Desenvolvimento ífeconõmicos 1 instituições econômicas ;;
__ _ _ ___._¬z...zz _._..._.»..._..š l z z\ t tn N
Valor da Localizaçao Vantagem comparativ
baseada
em
valoreVantagem comparativaf
, baseada
em
ambiente deifísicos
g, qualidade ‹¬._._.,,...«
___u______.____.___.___,..____._____._.,____.__,_¿.___..__..__ _._.,_,_.__i___..__
É ...¿»....
Recurso do Força de trabalho Conhecimento
como
i
,A
Conhecimento disponível propulsor economico
__ __ .zzzzz..._ __ zz z. _ __§________2________.T__.___._ zzzz zz ________...l.u.____,-_ _ _ __
_
__ Ú.: _. _ _ __.___íFonte; Blakely (1994).
W
Concluiu Blakely (1994,
apud
Borba, 2000)que
este novo sistema conceitualé ainda nascente para servir
como
padrão para desenvolvimento econômico local.Ele
não
'é capaz ainda, ounão
tem status para tanto.O
ponto básico destesistema sugere
que
desenvolvimentoeconômico
local éum
programaque
enfatiza- o uso pleno dos recursos
humanos
e naturais para geraremprego
e criarriqueza
em
uma
determinada localidade.“Talvez a contribuição mais significativa para a conformação de novas visões de desenvolvimento local que interrogam o atual padrão de
desenvolvimento
-
sobretudo os padrões insustentáveis de produção econsumo ainda vigentes
-tenham
surgido na área ambiental. Desde oRelatório do Clube de
Roma
até a 'Eco-92', vinte anos depois,introduziram-se componentes novos nas reflexões sobre o
desenvolvimento, que tentam até hoje ser sintetizados pelo conceito geral
de sustentabilidade”. (Franco, 2000, p. 31)
Segundo
Franco (2000) a realidadeda
vertente sustentabilista demonstra oslimites dos atuais padrões
de
produção e consumo, para a qual “o local atuacomo
elemento
de
transformação sócio-politico-econômica, representando o locusprivilegiado para novas formas
de
solidariedade e parceria entre os atores,em
que
a competiçãocede
espaço à cooperação.O
local representa, nesse contexto,uma
fronteira experimental para o exercíciode
novas práticas Becker (1997,apud
Franco, 2000) e para o estabelecimento de redes sociais fundadas
em
novasterritorialidades, frente às exigências colocadas por problemas
de
âmbito global,cujo enfrentamento
depende
em
grandemedida de
intervençõesque
se realizamem
niveldo
local.O
local constitui-se assimem
espaço de
articulação-
oude
síntese
-
entre omoderno
e o tradicional, sinalizando a possibilidadede
gestarem-se, a partir' das sinergias produzidas por essas interações, soluções
inovadoras para muitos dos problemas da sociedade contemporânea”. Albagli
(1998,
apud
Franco, 2000, p. 23).Um
programade
desenvolvimento local exige, para sua implementação, oestabelecimento
de
um
conjunto de instrumentosbaseados
em
alguns conceitosessenciais
que
caracterizam as variáveis da localidade e determinam a estratégiaa ser seguida.
0
A
combinaçao de
caracteristicas. regionais e circunstanciaisque
afetam olocal irá estabelecer
um
guiaque
fundamenta astomadas de
decisãoque
dirigemo plano
de
desenvolvimento especificoda
comunidade
foco das açõesdo
plano.Blakely (1994,
apud
Borba, 2000) apontaalgumas
delas:o “Zona de ação
-
estabelecimento da área geográfica foco do plano;o Instituições
-
criação ou orientação de instituições e organizaçõespúblicas e privadas locais participantes do plano;
o Negócios Locais
-
caracterização de empresas e empreendimentosexistentes na localidade objeto de estudo e ação do plano;
o Recursos Públicos
-
identificação de recursos financeirosfinanciadores da elaboração e implantação do plano;
- Base de Empregos
-
identificação dos recursos humanos locaispara performance do plano”. (Borba, 2000, p. 39)
Ele propõe.
uma
divisão do planejamento e gerenciamentode
desenvolvimento
econômico
localem
fases e tarefas.“ Fase
l - Coleta e análise dos dados
o Determinação da base econômica
v Avaliação da estrutura atual de empregos
ø Avaliação das necessidades de emprego
ø
Exame
das oportunidades e restrições ao desenvolvimentoeconômico
o
Exame
da capacidade institucionalFase ll - Seleção da estratégia para o desenvolvimento local
ø Estabelecimento de critérios e objetivos
o Determinação dos possíveis cursos de ação
o Desenvolvimento da estratégia escolhida
Fase lll - Seleção dos projetos de desenvolvimento local
o Identificação dos projetos possíveis
o Avaliação da viabilidade do projeto '
~ Comunidade/Comercial/Locacional/implementação
Fase IV - Elaboração dos planos de ação
o Pré-avaliação dos resultados do projeto
ø Alimentação das entradas- do projeto
ø Estabelecimento das altemativas financeiras
o Identificação das estruturas do projeto
Fase
V
- Especificação dos detalhesdo
projetoø Condução de estudos detalhados da praticabilidade
ø Preparação do plano de trabalho
o Programa de desenvolvimento, monitoramento e avaliação.
Fase VI - Preparação e implementação
do
plano global dedesenvolvimento
o Preparação da agenda de implementação do plano de projeto
o Desenvolvimento de
um
programa global de desenvolvimentoDeterminação e marketing dos recursos da comunidade
Negociação das necessidades financeiras (Borba, 2000, págs. 39
e 40)
Sendo
estas as fases e tarefas necessáriassegundo
Blakely paraum
planode
desenvolvimentoEconômico
Local tenha sucesso.O
início das parceriascom
o setor privado no desenvolvimento local reforçoua visão empresarial nas iniciativas locais e trouxe conceitos
da
teoriado
planejamento estratégico para implantação
de
programasde
desenvolvimentoeconômico
local,com
muitascomunidades
em
todo omundo
adotando estametodologia para desenvolvimento
de
suas economias.Blakely (1994,
apud
Borba, 2000) vêde
forma positiva a introdução destametodologia pelo seu enfoque
baseado
em
previsõesdo
futuro dacomunidade
em um
ambiente econômicoonde se
inserem as necessidades locais. Eleminimiza a origem militar
do
termo estratégico dizendoque
este tipode
planejamento contém as exigências suficientes para sua aplicação
em
desenvolvimento econômico local por contar
com
"a utilização de todas as forças_29-de
uma
localidade, as quais são inseridasem uma
abrangente metade
longoprazo, para assegurar sua implantação".
Segundo
o autor na aplicação desta metodologia, haveria a necessidadede
acompanhar
a permanente evolução mundializada das atividades econômicasque
causamudanças
naseconomias
locais, provocandoo
surgimentode
novasvisões para o gerenciamento dos valores da comunidade, ligados
ao
modo
de
produção industrial.
Ottansmeyer,
Humphey
&
Erikson (1987,apud
Borba, 2000)não
acreditamque
seja possível o desenvolvimentoeconômico
localsem
que
hajauma
interação
de
estratégias entre o setor público e o setor privado.De
um
lado,dizem eles,
empresas encaram
continuamente ações estratégicas referentes adecisões
de
investimentos ede
produção. Tais decisões, freqüentemente sãobaseadas
em
novas tecnologiasde
processo e produto,devendo
envolver o iníciode
um
novo empreendimento, aexpansão
ou reduçãode
uma
planta, a aberturade
uma
filial, a relocaçãode
uma
estrutura produtivaem
outro localou
ofechamento
de
uma
unidade.As
empresas
envolvem neste tipo de decisãocostumeiramente consultores, agências governamentais e instituições
de
apoiosetorial.
Um
conjuntode
informaçõescomo
ofertade
mão-de-obra, perfil dostrabalhadores, salários, infra-estrutura, taxação
de
impostos, e outrosdados
pertinentes às decisões são levantados diretamente
com
representantes dasáreas selecionadas.
Por outro lado, continuam Ottansmeyer,
Humphey &
Erikson (1987,apud
Borba, 2000),
comunidades
locais estäo engajadasem um
sistemático esforçopara melhorar seus ambientes econômicos. Vários incentivos
econômicos
sãofreqüentemente usados para ajudar os negócios a se expandirem ou
manterem
suas atividades na região. Aquisiçõesde
terrenos, descontosem
impostos etaxas ou subsídios são ações implementadas
em
todos os níveis governamentais.Fornecimento
de
infra-estrutura, emissõesde
concessão e intervenções políticaspodem
interferir nas decisões de investimentos dasempresas
e são estratégiasusualmente utilizadas pelos estrategistas
do
setorrpúblico para influenciar asescolhas estratégicas
do
setor privado.Este variado conjunto _de condiçoes, incentivos e ofertas
de
serviços,segundo
Ottansmeyer,Humphey &
Erikson (1987,apud
Borba, 2000),deve
constituir-se na estratégia de desenvolvimento
de
uma
área. Elapode
estarformalmente disposta
em um
plano,onde
as fraquezas e forças regionaisformam
o "produto" a ser oferecido e o "mercado" a ser conquistado.
Quando
istoacontece,
uma
conexão
entre as expectativas empresariais e comunitárias,obtém-se
uma
estratégia concreta,que deve
ser conduzida através deum
processode
planejamento no qual acomunidade
deve ter o principal papel.Para idealizar ações estratégicas para o desenvolvimento local, indagaram-
se Kotler, Haider
&
Rein (1995,apud
Borba, 2000)como
as localidades deveriamreagir aos desafios-chave
que
estão enfrentando, provocados pelo impactoque
a grande transformaçãoda economia
mundial estácausando ao
mundo, como:aceleração
do
ritmode mudanças
no ambienteda
economia,da
política eda
tecnologia; processos normais
de
evolução e decadência urbana; crescimentodo
número de
concorrentes na disputa dos recursos externos; dependênciacrescente
de
recursos próprios para atraçãode
investimentos.Kotler, Haider
&
Rein (1995,apud
Borba, 2000)apontam
ações básicas parao desenvolvimento
de
um
local, o qualpode
ser consideradocomo
um
modelo
para conduzir o desenvolvimento
de
localidades no século XXI.Segundo
eles, asrespostas aos desafios-chave da internacionalização da
economia
seriam:1. “As localidades precisam definir
uma
visão estratégica paraenfrentar estes desafios;
2. . As localidades precisam definir
um
processo de planejamento demarketing para enfrentar estes desafios;
3.
As
localidades têm de adotaruma
perspectiva de mercado legítimaem
relação aos seus produtos e clientes;4.
As
localidades precisam estabelecer qualidadeem
seus programas e serviços para competircom
outras;5. As localidades precisam de habilidade para transmitir e divulgar eficientemente suas vantagens competitivas;
6.
As
localidades precisam diversificar sua base econômica e criarmecanismos para se adaptar flexivelmente às novas condições; 7. _ As localidades precisam desenvolver e alimentar características
empreendedoras;
8. As localidades precisam contar mais
com
o setor privado paraexecutar suas tarefas;
-31-Cada
local precisa elaborar o seu próprio processo de mudança,como
resultado das diferenças culturais, políticas e processos de lideranças;As localidades precisam criar alguns mecanismos organizacionaise
de procedimento que sustentem o seu desenvolvimento e
mantenha,
uma
vez iniciada, a força adquirida". (Borba, 2000, p. 54)Blakely (1994
apud
Borba, 2000) demonstra a influência das característicaslocais na estrutura institucional viável para gerenciar o desenvolvimento
economico
local e destaca duas características essenciaisque
a organizaçãoresponsavel pela gestão do processo deve ter:
“
Autoridade - o poder legitimado pela confiança nela depositada
pelo governo local, comunidade, sindicatos, empresas e outras
instituições e grupos;
Recursos - humanos, financeiros e técnicos, aceso a informação e
outros recursos necessários para desenvolver projetos e
programas”. (Borba, 2000, p. 59)
Segundo
Blakely (1994,apud
Borba, 2000),podem
existir três tiposde
organizaçao
de
desenvolvimento local:O
primeiro e mais tradicionalmente adotado é a agência ligada diretamente àadministraçao municipal, funcionando geralmente
em
lugares onde- o governoassume
o papel principalde
agente de desenvolvimento,sendo
maiscomum
em
cidades de grande porte.
Nas
cidadesde
pequeno
porte a dificuldade existe porexigir
um
formatode
uma
secretaria ou departamento municipal oque
implicaem
altos custos para contratar
uma
equipe relativamente grande, formada portécnicos e executivos, além de diretores e funcionários burocráticos.
O
'funcionamento deste tipo
de
agência estruturadanuma
grande quantidadede
burocracia, o
que
afasta empresáriosacostumados ao dinamismo de tomadas de
decisões ágeis, o
que não
é possivel na agência estatal.O
segundo
éum
modelo
baseado
em
uma
agência privada independente.O
papel coordenador geralmente fica
com
a associação comercial local e cuidade
projetos setoriais especificos de interesse
da comunidade
empresarial'da
região,como, por exemplo, turismo e comércio.
Algumas
localidadesmenores adotam
esta estrutura para iniciativas
de
desenvolvimento local por agregaremcom
maisfacilidades os empresários aos projetos
de
interesse coletivo.Há
uma
restrição à-32-participação
do
setor público porque os investimentos estão normalmente ligadosa riscos financeiros
que
os recursos públicos nãopodem
correr. Desta forma, aparticipação
do
governo local fica restrita a cessão de terrenos e concessão deincentivos fiscais aos projetos deste tipo de agência privada.
O
terceiro funcionacomo
uma
agência de desenvolvimento econômico locale congrega os interesses gerais
de
todos ossegmentos da
comunidade.A
participação tanto
do
setor público quantodo
privado, apesarde
haver instânciasonde
um
ou outro fique prejudicado ou beneficiado, possibilitaque
sereúnam
todos os recursos potenciais
da comunidade
para o crescimento das atividadeseconômicas na região.
Se
o setor público e o privado tiverem partes iguais nacorporação
com
uma
divisãode
deveres e obrigações estaabordagem
institucional
pode
serum
excelente veículo e deveria gozarde
forte apoio dasorganizações públicas e privadas voltadas para o desenvolvimento econômico.
Blakely (1994,
apud
Borba, 2000) dizque
a estruturade
uma
agênciade
desenvolvimento local
pode
ser muito sofisticadaou
relativamente simples. Eleindica para estas agências
de
desenvolvimento econômico, estruturasmoderadamente
complexas,desde que
a característica mais importante destaforma institucional possa
desempenhar
todas as tarefasque
o governo local lhedelega enquanto
age
como
organismo privado. Entre as atividades essenciais, opesquisador
dá
como
exemplo:o "Administrar fundos de desenvolvimento contando tanto
como
recursos de fontes públicas quanto privadas;
o Gerenciar propriedades públicas industriais ou comerciais para o
govemo;
o Operar serviços
em
ação conjunta pública-privada;o Entrar
em
contato e conseguir empréstimos para vários projetos dedesenvolvimento da comunidade;
o Empreender atividades de marketing e promoção da localidade; o Fomecer serviços voltados aos empresários;
o Funcionar
como
centro de assistência a pequenos negócios;o Fornecer assistência técnica e de marketing para firmas locais;
o Dar apoio a esforços do governo para atrair indústria e comércio".
(Borba, 2000, p. 84)
Acredita Blakely (1994,
apud
Borba, 2000)que
a agênciade
desenvolvimento local, constituída