ANÁ|_|sE
E
EsPEc|F|cAÇÃo
DE 5EQu|s|Tos
ERG9NÔM|cos
PARA
s|sTEMA
DE
REcuPERAÇAo DA
|NFoRMAÇAo
(sR|)
NA
WEB
.Dissertação
de Mestrado
Maria
Esther
Russo
Lima
Florianópolis
Maria
Esther
Russo
Lima
. r ou
ANALISE
E
ESPECIFICAÇAO
DE
REQUISITOS
ERGONÔMICOS
PARA
SISTEMA DE
RECUPERAÇAO
DA INFORMAÇÃO
(SRI)
NA
WEB
Esta
dissertaçao foi julgadae
aprovada
paraa
obtenção do
títulode
Mestre
em
Engenharia
de Produção
no
Programa de Pós-Graduação
em
Engenharia
de
Produção da
Universidade
Federalde
Santa
Catarina.,..» Florianópolis,
10
de maio
de
1 Prof. Ric `nda
BárciaCoorde
PGEP
ca
Ex
iadora
Prof.
Wa
erde Abr
/Cybis, Dr.(O
'entador)Pt
É
Prof
Nerid
s Santos, Dr.§
š
.\
r“ÍA
aFëíaginafñe Aguiar, Dra.
Sumário
Capítulo
1-
Introdução
1.
Apresentação
... _. 2.O
tema
e o
tipode
pesquisa
... ... ._ 3.Contexto e
relevânciado
problema
... __4.
O
problema
... ._7
5.Hipótese
... __10
6. Objetivos ... _. 11 7.Estudo de caso
... _.12
8.A
dissertação ... __13
isca'-\Capítulo 2
-
A
busca
e
recuperação
da
informação na
perspectiva
do
usuário
.°°!\°!\°.-`
Introdução ... ._
16
A
trajetóriado
livrocomo
suporteda
escrita ... _.17
1
Da
notade
rodapé
ao
hiperlink ... ._ 21O
processo
de
busca
e recuperação
da
infomiação e a
qualidadeda
interface ... ._
23
4. Biblioteca virtual: fonte
de
informação
da
sociedade
modema
... ._28
4.1 Retrospectiva histórica
das
fontesde
infonnação
... ... ._29
4.2
As
bibliotecas brasileirase as
novas
tecnologiasde
informação
... _.34
4.3
SRI de
bibliotecas virtuais ... ... _.36
4.4
informação
com
valoragregado
... _.40
5.O
bibliotecárioe as
novas
tecnologiasde
informação
... _.45
5.1
O
novo
bibliotecário ... _.48
5.2
Para
cada
leitor,seu
livro _ ... _.52
6.Considerações
... ._54
Capítulo 3
-
Interfacesergonômicas
para
garantia
da
qualidade
na
recuperação
da
informação
1. introdução ... _.
56
2.
Abordagem
de
design
de SRI
centrado
no
usuário ... _.58
3.
Envolvimento
das pessoas no
processo
de
melhoriada
qualidadede
produtos
_______________________________________________________________ ... ._61
3.1
Gestão
pelaQualidade
Total-
GQT
__________________________________________________________ __62
3.2
O
Design
Participativo(PD)
no
desenvolvimento
de
softwares _________________ _.66
3.2.1
Motivações para
práticade
PD
_____________________________________________________________ ._66
3.3
Visão
históricado
ParticipatoryDesign
(PD)
... _.70
3.3.1
Abordagem
de Recursoss
Coletivos (CollectiveResource Approach)
.... ._70
3.3.2 Projetos
da
União
do Comércio Escandinavos
... _.72
3.3.3
R/UDAT
(Regiona//Urban
Design
Assistance
Teams)
... ._73
3.5
Algumas
técnicasde
PD
... ... ._78
3.5.1
Pesquisa
Contextual (Contextual Enquiry) ... ._79
3.5.2
ETHICS
(Effective Technicaland
Human
Implementation of
Computer-Based Systems)
... _ .80
3.5.3
Workshop
ou
Seminários
de
PD
... ._82
3.5.4 Facilitaçäo ... _.
86
3.5.5 Arranjo
de
Caitões (CARD-Collaborative
Analysis ofRequiriments
And
Design)
... ._88
3.5.6
Diagrama de
Afinidades ... _.91
3.5.7
Brainstorming
... ._92
4.
Considerações
... _.94
Capítulo
4
-
Estudo de caso
para análise
de
requisitosde
qualidade
para SRI
_L Introdução ... ._
95
2.
Apesquisa
... _.96
2.1 Viabilidade
do
projeto ... _.97
2.1.1 Diretoria
da
unidade
de
Natal ... _.98
2.1.2
Gerência
de
Informática ... ... _.98
2.1.3
Coordenação
da
Biblioteca ... _.99
2.2
Pesquisa
com
usuários _______________________________________________________________________________ _.100
2.2.1
Escolha
da
amostra
.... __; ...101
2.2.2 Questionário ... ._
102
2.2.3 Validação/Aplicação piloto
do
questionário ... ._103
2.2.4
Aplicação
do
questionário ... ._104
2.2.5 Coleta
de dados
... ..105
2_3AnáIise ... ._
106
2.3.1 Parte
I-
Caracterizaçãodo
tipode
usuário ___________________________________________ __107
2.3.2 Parte ll
-
Serviços aserem
oferecidos __________________________________________________ __113
2.3.3 Parte Ill
-
interaçãocom
o sistema
... __117
3.
Resultados
... ._125Capítulo 5
-
Análise
de
Requisitos
'1. Introdução ... _.
127
2. Requisitos
de
Qualidade para Software
... __1282.1
Norma
ISO
9241: padrão
de
qualidadepara
interfacesergonômicas
... ..1302.2 Requisitos
para
Sistemas
de Recuperação da
Informação
(SRI) _______________ _.134
3.
Qualidade
da
interfacede SRI
... ._1363.1 Requisitos
propostos
_____________________________________________________________________________________ __1423.2
Exemplos de
interfaces ... __1453.2.1
Mensagem
e
recursospara proteção
contra erros ... __1453.2.2 interfaces
configuráveis
... _.147
3.2.3 Interface
pouco
amigável
_________________________________________________________________________ __152Intrdução ... ... ..155
Serviços a
serem
oferecidose os
recursospara
recuperarinformação
... ._155
Interação
com
o sistema
... ..156Outras
recomendações
... ..158 :'>.°°!\°.'^Capítulo 7
-
Conclusões
... ..1608
-
Referências Bibliográficas
... ..163 .U¬.4*^.°°!\°"**°- Anexos
_ Questionário ... ..172Roteiro
de
entrevista (Diretorda Unidade de
NatalCEFET-RN)
... ..175Roteiro
de
entrevista(Coordenadora da
Biblioteca) ... ._176
Roteiro
de
entrevista(Gerente
de
lnfonnática) ... ..177Pesquisa
com
usuáriosda
intemet realizadono
CEFET-RN:
priorizaçãopor grau
de
importânciapara
usuárioscom
idades
entre13-17
anos
... _.178
6.
Pesquisa
com
usuáriosda
intemet realizadono
CEFET-RN:
priorizaçãopor
grau
de
importânciapara
usuárioscom
idades
entre18-27
anos
... ..18O7.
Pesquisa
com
usuáriosda
intemet realizadono
CEFET-RN:
priorizaçãoLista
de
Figuras
Figura 1- Expectativa
dos
usuários ... _.Figura
2
- Pilaresde
sustentação
da
GQT
... ._... ..8
.64 Figura
3
-Mensagem
de
erroinadequada
... ..145Figura
4
-Mensagem
de
errona linguagem
do
usuário ... .. ... ..146Figura
5
-Proteção
contra erros involuntários ... ..146Figura
6
- Interface parabusca
e recuperação
da
informaçao
... ..147Figura
7
-Recurso
eficazpara
busca avançada
... .. Figura8
-Convites
para entrada clarose
eflcientes ... .. ... ..148... ..149
Figura
9
-Adequação
a individualização ... ..15O Figura10
-Configuração
de
teclase funçoes
... ..151de
Tabelas
Tabela
1-
Grau de
instrução por faixa etária ... ..108Tabela 2
-
Forma de
acesso
acomputador
... ..109Tabela 3
-
Consulta a
intemetee
biblioteca virtual ... ..110Tabela
4
-
Vantagens
e
dificuldadesde
interação ... ..112Tabela 5
-
Acesso
à
registrosem
formato
eletrônico ... ..114Tabela 6
.- Auto-serviços ... ..115Tabela 7
-
Resultados
esperados
na recuperação
da
informação
... ..116Tabela 8
-
Sistema
de
apoioao
diálogona
realizaçãoda
tarefa ... ..118Tabela 9
-
Descrição automática
do
tipode operação
... ..119Tabela 10
-
Capacidade de
controledas ações
por partedos
usuários ... ..121Tabela
11-
Conformidade
com
as
expectativasdo
usuário ... ..122Tabela 12
-
Tolerânciaa
erros ... ..123Tabela 13
-
Adequação
a
individualização ... ..124Lista
de
Quadros
Quadro
1 - Estágiosde
desenvolvimento
da
infomwatização ... ..23Quadro
2
-Taxionomia dos métodos
participativos,organizados por fases
do
ciclode
vidae
por localda
atividade ... ..76Quadro
3
- Requisitosde
diálogo para garantiada
qualidadede
sistemas
de
Siglas
ARC
-
CollectiveResource Approach
a.C.
-
Antes de
Cristo »CARD
-
Collaborative Analysisof
Requirements
and
Design
CCQ
-
Ciclode
Controleda
Qualidade
CD
-
Compact
DiskCDD
-
ClassificaçãoDecimai
de
Dewey
CE
-
Contextual Enquiry
` `CEFET-RN
-
Centro
Federalde
Educação
Tecnológica
do
RioGrande
do
NorteCOMUT
-
Rede
de
Comutação
BibliográficaCRIQ -
Centro
de
Pesquisa
Industrialde
Quebec
DTI
-
InstitutoTecnológico
da Dinamarca
ETHICS -
Effective Technicaland
Human
Implementation
ofComputer-Based
Systems)
AGQT
-
Gestão
pelaQualidade
TotalHCI
-
Human-Computerinteration
IBICT
-
Instituto Brasileirode
Infonnação
em
Ciênciae
Tecnologia
IHC
-
InteraçãoHumano-Computador
INFOTEC
-
Institutode
Informação Tecnológica
ISO
-
InternationalStandard
OrganizationNAF
-
Non/vegian
Employers
'FederationNBR
-
Nonna
BrasileiraNJMF
~
Norwegian
Ironand
Metal
Workers
'UnionNT
-
Network
Terminator
OPAC
-
Online PublicAccess
Catalogue
PD
-
ParticipatoryDesign
PIB
-
Processo de
Busca
e
Recuperação da
Informação
R/U
DAT
-
Regional/Urban
Design
Assistance
Teams
SGDB
Sistemas
Gerenciadores.de
Banco
de
Dados
SRI
Sistema
de
Recuperaçao da
Informaçao
TECPAR
-
Institutode
Tecnologia no
Paraná
TQC
-
Total Quality ControlUFSC
-
Universidade
Federalde
Santa
CatarinaResumo
LIMA,
Maria
Esther Russo. Análise e especificaçãode
requisitospara
sistemasde
recuperação da informação
(SRI)na Web.
2001.208
ÍÍ Dissertação (Mestradoem
Engenharia de Produção) -
Programa
de Pós-graduaçãoem
Engenharia de Produção,Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. .
Partindo de
um
problema
genérico (a reclamação por parte dos internautasdas dificuldades de busca e recuperação
da
informação,em
virtudeda
baixa qualidade dasinterfaces dos sites) e de outro específico (a insatisfação dos usuários da biblioteca
do
CEFET-RN
com
os serviços de acesso a intemet) deduziu-se que, para atender àsexpectativas desses usuários,
um
sistema de recuperação da informação (SRI) deve serplanejado
no
âmbitodo
processo dearmazenagem,
processamento e recuperaçãoda
informação.
Sendo
este último (o outputdo
processo) o objeto de estudo deste trabalho.Buscando
atender às expectativas dos usuários quanto a qualidade dos SRIS, trabalhou-secom
a hipótese de que, para solucionar tais problemas, seria necessário projetarum
sistemacom
baseem
padrões de usabilidade para softwaresrecomendados
pelanorma
ISO
9241-
10 (princípios de diálogo) e a partir de
uma
abordagem
centrada nos usuários.Os
requisitosforam sugeridos por
meio
de questionário e submetidos aos futuros usuários, paraque
priorizassem os mais relevantes para a
concepção
deuma
interiàceergonômica
debiblioteca virtual.
Como
resultado desta pesquisa, obteve-seuma
lista derecomendações
para garantia
da
qualidade da interface que irá apoiar onovo
sistema.As
especificaçõesforam utilizadas para analisar SRIs existentes
na
web
e servircomo
parâmetro para oprojeto proposto.
Palavras-chave: Ergonomia, biblioteca virtual, design participativo, recuperação
da
Abstract
LIMA,
Maria Esther Russo. Análise e especificaçãode
requisitospara
sistemasde
recuperação da
informação
(SRI)na Web.
2001.208
f Dissertação (Mestradoem
Engenharia de Produção) -
Programa
de Pós-graduaçãoem
Engenharia de Produção,Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.
Starting from a generic
problem
(the complaintsof
intemet users concerningthe information retrieval difliculties, assigned to the
low
quality of interfaces on the sites)and,
fiom
another specificone
(dissatisfaction of the usersof
the library of theCEFET
-
RN
with services internet access), itwas presumed
that, in order to firlfill the usersexpectations, an Infonnation Retrieval
System
(IRS)must be
planned in the roleof
theprocess of storage, processing and retrieval of the information, this last
one
(the outputof
the process) being the objective
of
this study. In the searchof
the firlfillmentof
usersexpectations with respect to
IRS
quality, itwas worked
the hypothesis that, to solve theproblems, it
would
be necessary to project a system basedon
usability standards forsoftware
recommended
by ISO
9241-10
Dialog Principles, and an address centeredon
theusers.
The
requirementswere
suggestedby
the application of a questionnaire to the firture users, in order to rank themost
relevant for the conceptionof an
ergonomic interface foravirtual library.
As
result of the search itwas
obtained a listof
recommendations to assurethe quality of the interface that will support the
new
system.The
specificationswere
usedto analyze IRS°s existing
on
theweb
and as a parameter for the proposed project.Key-Word:
Ergonomics, virtual library, participatory design, information retrieval, interface.1.
Apresentação
As
novas tecnologias,com
seu acelerado desenvolvimento e repercussão nasociedade contemporânea,
têm
sido alvo de discussões e dividido opiniões quanto as suasvantagens e desvantagens: se elas são a panacéia da
humanidade ou
se a desumanizará,trazendo graves conseqüências
como
mostrada
nas ficções mais pessimistas. Essas posiçõespodem
ser constatadas nas obras deNegroponte
(1995) ePostman
(1994),onde Negroponte
faz apologia ao
mundo
digital e acredita nelecomo
recurso eficaz parapromover
adescentralização, a globalização, a harmonização e a capacitação. Para ele, essas
caracteristicas sao
um
triunfo danova
era e contribuem para o desenvolvimentoda
humanidade. Já Postman, refletindo sobre os efeitos da tecnologia na sociedade considera
essas caracteristicas vilas.
Corroborando
com
opensamento
de Negroponte, Turkle (1995)vê a cultura da simulação, referindo-se à vida na tela,
como uma
nova
forma de interaçãoentre as pessoas, inclusive
com
personagensdo
ciberespaço. Issomuda
a relaçãohumano-
computador, ultrapassando a barreira
do
seu usomeramente
lógico para, inclusive, fazeruma
viagem
nas relações afetivas virtuais. Turkle afirma, ainda, que a tendência dessainteração é ser feita por
meio
de pessoas simuladas nas nossas telas, agentesque
nosajudarão a organizar a nossa vida pessoal e profissional.
Em
Postman, o tecnopólio é apontadocomo
um
estado de culturaem
que
osadeptos deste conceito
crêem que
o progresso técnico é a realizaçãosuprema da
sociedade é vítima
do
tecnopólio e esta cultura surgequando
a sociedadetem
seusmecanismos
de defesa contra o excesso de informação destruídosou
enfraquecidos.Postman
cita a igreja, a familia e os partidos políticoscomo
sendomecanismos
naturaiscontroladores
do
fluxo de informação, sob o ponto de vista moral e ideológico.Barbosa (1998), Drabenstot,
Burman
(2000),Levacov
(2000), entre outros,vêem
as tecnologias decomunicação
e informaçãocomo
algo benéfico à sociedade, porfacilitar o acesso ao vasto conhecimento produzido
no mundo.
JáUmberto
Eco
(1999)não
vê
com
tanto otimismo,ou
pelomenos
simpatia, as questões queenvolvem
a substituiçãodo
livro impresso pelos suportes digitais da informaçãoi
Essa discussão determinista sobre os impactos positivos e negativos
da
tecnologia causados à sociedade cria
uma
dicotomia,segundo
Benakouche,em
que, deum
lado, “estaria a tecnologia
-
que provoca os ditos impactos-
edo
outro, a sociedade-
que
o sofreria” (1998, p. 115). Para a autora, no
campo
das relações sociais, o estudoda
sociologia da técnica
vem
contrapor-se a essas posições extremistas.De
acordocom
asociotécnica
(como também
échamado
essenovo
estudo), a metáfora abrir a caixa pretada
um
novo
enfoque aos propósitos da pesquisa, segundo o qual a “[...]tecnologia e asociedade não
podem
ser estudadas isoladamente e sim de forma integrada, considerandoos aspectos técnicos, sociais,
econômicos
e políticos das inovações tecnológicas” (idem).Ainda
sobre o controverso termo impacto, PierreLèvy
fala de suaindignação
com
um
cineasta, participante deuma
mesa
redonda e que era contrário aosvideogames, os
mundos
virtuais e os fóruns eletrônicos.Lévy
contra-argumenta os ataquesNão quero de forma alguma dar a impressão de que tudo o que é feito
com
as redesdigitais seja 'bom'. _lsso se_n`a tão absurdo quanto supor que todos os filmes sejam
excelentes. Peço apenas que permaneçamos abertos, benevolentes, receptivos
em
relação à novidade. Que tentemos compreendê-la, pois a verdadeira questão não é ser
contra ou a favor, mas sim reconhecer as mudanças qualitativas na ecologia dos signos,
o ambiente inédito que resulta da extensão das novas redes de comunicação para a vida
~
social e cultural. (1996, p. ll e 12) i
Afirma ainda
que
sócompreendendo
os avanços tecnológicos éque
conseguiremos fazer uso deles
numa
perspectiva humanista.Independente da decisão sobre
quem
está certoou
errado, as transformaçõesestão acontecendo paralelamente a essa discussão, sendo necessário, portanto,
que
convivamos
em
harmoniacom
a tecnologiasem
sermos escravos dela. Sobre a relaçãohomem-máquina
no
mundo
industrializado,Marx
(apud Claret, 1985, p. 75.) faz estasconsiderações: “[...]na manufatura e no artesanato, o trabalhador utiliza a ferramenta; na
fábrica ele é
um
servo da maquina.”Sob
o ponto de vistado uso
das tecnologias de informação e comunicação,as organizações que lidam
com
estes recursosdevem
estar atentas aonovo
cenario eacompanhar
as transformações, utilizar a tecnologiacomo
ferramenta essencial aodesempenho
de sua função de socializar e democratizar as informações produzidas ao longodos
tempos
(sejacomposta
porátomos ou
de bits). Negroponte'define
apassagem da
informação registrada
em
papel para aforma
digitalcomo
a transformação da matériacomposta
deátomos
em
bits.2.
O
tema
e
o
tipo
de
pesquisa
Partindo da premissa da sociotécnica
-
de que tecnologia e sociedadedevem
ser estudadas juntas
-
neste trabalho, é esboçadoum
modelo
de projeto centrado nos'
usuários para sistemas de recuperação da informação (SRI) na Webg, a partir
do
qual sãoespecificados requisitos de usabilidade baseado
em
princípios de diálogo danorma ISO
9241-103.
A
investigação realizada enquadra-secomo
um
estudo de casoem
que se utilizoucomo
universo de pesquisauma
instituição específica(CEFET~RN)
e a aplicação dealgumas técnicas e ferramentas para análise e indicação de requisitos de qualidade para
o
projeto de
SRI ergonômico
(GOLDEMBERG,
1998).3.
Contexto
e
relevância
do problema
Baseado no
desenvolvimento das tecnologias decomunicação
e informaçãoutilizadas -para veicular a produção intelectual gerada
no
mundo,
torna-se imperativa areengenharia dos
SRI
das bibliotecas tradicionais e prepara-las para omundo
dos bits, vistoque
estastêm
como
função primordial a disseminação da informaçãoem
qualquerque
sejao tipo de suporte e formato.
Com
isto, espera-se abrir maisum
canal decomunicação
entrea sociedade e a informação (até então
armazenada
entre paredes e prateleiras),romper
asbarreiras
do
acesso aos livros, oferecer serviços aum
maiornúmero
de usuários eproporcionar interface compativel
com
o nível de habilidade dos potenciais usuários debibliotecas virtuais.
No
entanto, sabe-se que nao é apenas quebrando os velhos paradigmas dasbibliotecas centralizadoras da informação e oferecendo serviços na web,
que
serão2
A
rede mundial, ou
em
inglês World Wide Web, também conhecida comoWWW
ou Web, éuma
interfacegráfica interativa
com
hipermídia. Ela reúne os recursos da Internet do mundo todoem uma
série de páginasde menu, ou telas, que podem ser acessadas pelo computador
(EDDINGS
apudPARÍZOTTO,
1994).3 Norma internacional cujas recomendações visam garantir a segurança e a saúde dos usuários de
computadores. Na. parte 10, encontram-se os principios de diálogo recomendados para projeto de interfaces
ergonômicas de softwares
garantidos os direitos dos cidadãos de acesso às tecnologias
da
informação. Considerandoas inúmeras dificuldades das pessoas
em
obter informações disponíveisem
fonnatoeletrônico (principais barreiras à sua democratização através
da
rede mundial), nestetrabalho a atenção é voltada para os fatores
humanos
na interaçãohumano-computador
(interface para o diálogo usuário-sistema). Trabalhando-se estes fatoresno
planejamentodo
SRI
espera-se minimizar os problemas de qualidade das interfaces, ecom
isto diminuir asdificuldades
de
busca e recuperaçãoda
informação por parte dos pesquisadores,principalmente, os
menos
hábeisno
uso de tecnologias, acarretando, muitas vezes,em
desmotivação
no
uso de computadores para realizar suas pesquisas.Silva,
Márdero
e Cláudio (2000)colocam
também
como
problemática aconsulta a catálogos
de
bibliotecas disponíveisna
web, aoafirmar que
a interface dessessistemas é
pouco
amigável e dificulta o acesso aos usuárioscomuns
(com pouca
experiência).
Aponta
como
principais dificuldades: a localização de assuntos específicos,provocados,
em
parte, pela inabilidadedo
usuário e por outra, por problemas no designda
interface
do
sistema, geralmente são páginas confirsas e incompreensivas.No
âmbito das novas interfaces de SRI's utilizados para apoiar a interaçãodos usuários de bibliotecas
com
catálogos on-line, Twidale e Nichols (1998),ambos
do
Computing Department da
Universidade de Lancaster (UK), desenvolveram o Ariadne.Trata-se de
um
sistema de ajuda para apoiar progressivamente a formulação de busca erecuperação
da
informação de forrna interativa.O
objetivo desse sistema é facilitar o acessoà infonnação pelo usuário final
sem
a intervenção deum
intennediador (oucom
omínimo
de apoio por parte dele).
Uma
das forrnas encontradas para apoiar essas atividades,segundo
conhecimento
humano.
Outra alternativacomplementar
semelhante foi construiruma
interfaceque
apoiasse ativamente a interaçãocom
um
intermediário/bibIiotecárioou
outrousuário, ampliando o potencial de interatividade natural
do
sistema de recuperaçãoda
informação,
ao
incluir recursoshumanos
no processo.A
abordagem
social utilizada pelos autores consisteem
aproveitar osconhecimentos dos intermediários humanos, mais
do que
o uso de recursos sofisticados defuncionalidade
do
sistema,como
agentes inteligentes.Consideram
também
que
essesistema é claramente mais eficaz e adaptável
do que
se construíssem somenteuma
interfaceinteligente estática
i
Em
estudos preliminares, Twidale e Nichols (idem) concluíramque
asrazões mais prováveis da necessidade de ajuda por parte dos usuários são ocasionadas pelo
aumento
da quantidade e da variedade de informaçoes disponiveisem
formato eletrônico;também
como
pela rapidez dasmudanças
dosnovos
'sistemas de informações, asnovas
funcionalidades, versões e interfaces para os sistemas existentes.
Segundo
os autores, os~
`
1
usuários de informações mais experientes utilizam as tecnologias de pesquisa
como
forma
de suprir suas necessidades de constante atualização das suas habilidades. Acreditam ainda
que muitos dos usuários (talvez a maioria) nao
achem
a tecnologia. intrinsecamenteinteressante,
mas
apenas meios tediosos utilizados a fim de obter as informaçõesque
lhes interessam.Acrescentam
ainda que,mesmo com
algumas melhorias nos designs dasinterfaces dos serviços de bibliotecas, os usuários continuam tendo dificuldades
com
4.
O
Problema
Rodrigues (2000) coloca
como
pontos a serem considerados naconcepção
de projetos de bibliotecas digitais, de
que
estas, inicialmente, “irão armazenar e dar acessoa
volumes
cada vez maiores de informações multimedia”,num
segundomomento,
“estarãoacessíveis a qualquer hora e de qualquer lugar", possibilitando,
também,
o acesso a textoscompletos (full text) e,
num
estágio mais avançado, as bibliotecas digitais possibilitarão a“ligação virtual entre todas as bibliotecas", transformando cada
uma
delasem
um
nó,que
unidas, se transformariamem uma
“biblioteca digitalem
escala planetária”.Baseado
nas considerações de Rodrigues, a bibliotecado
CEFET-RN
encontra-se
no
primeiro estágio de evoluçãorumo
à biblioteca virtual.O
processo deinformatização da biblioteca
do
CEFET
(LIMA,
1997) iniciou‹seem
1994
com
aimplantação
do
Sistema“BOOK”
desenvolvido pela equipe técnica da instituição.O
software ainda é utilizado para realizar os processos de empréstimo, devolução,
armazenagem,
processamento de obras e para recuperação da informação através deestações de trabalho para acesso on-line ao catálogo
do
acervo.Em
1996
o sistema foireestruturado
com
o objetivo de ampliar a oferta de sewiços, sendo incluidos o acesso atitulos de periódicos e ao acervo de fitas de vídeo. Esses sistemas funcionam através
de
rede local e na versão 96, foi ativado o processo de registro e leitura de código de barras de
livros e carteiras de usuários.
Em
1998 foram instalados pontos de acesso à internet(ESCOLA TÉCNICA
FEDERAL
DO
RIO
GRANDE DO
NORTE,
1999).A
visão de futuro para a Bibliotecado
CEFET-RN
é integrar-se aopartir de 1998
(LIMA,
1999), estabeleceu-se para2001
ameta de
realizaçãoda
reengenharia
do
sistema visando a implantação de biblioteca virtual.Como
partedo
programa, foi realizada
em
1998
uma
pesquisa envolvendo os usuários e servidoresda
biblioteca,
com
o objetivo de medir os indicadoresde
desempenho
dos serviços, qualidadeno
atendimento ao cliente e o clima organizacional, afim
de investigar a satisfação destescom
a realidadeda
época e suas expectativas quanto asmudanças
futuras.Para pesquisa de satisfação dos usuários utilizou-se
uma
amostra de3%
do
universo (cerca de 3.700 usuários) representados por professores, alunos e técnico-
administrativos.
De
acordocom
os indicadores investigados, o gráficoda
figura 1 mostra asexpectativas dos usuários quanto aos serviços de maior importância e o grau de satisfação
com
relação aodesempenho
dosmesmos.
Figura 1- Expectativa dos Usuários
í
-_í
I _Fonte: Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte
Os
resultados indicaramcomo
pontos de insatisfação dos usuários oconsulta, respectivamente. Analisando sob o ponto de vista da relação importância x
satisfação, o acesso à internet foi considerado
como
ponto critico (4,54 x 3,15).Além
destes indicadores, nas questões abertas foi possível constatar as principais causas dosproblemas apontados, atribuídos ai
má
qualidade dos equipamentos disponiveis para osusuários, acesso lento, falta de pessoal para tirar dúvidas, desatualização
do
acervo,deficiência de dados no catálogo de fitas de vídeo e periódicos etc. Estes problemas
implicam
em
dificuldades para recuperar informações.Com
base nesses resultados, percebe-se que os usuários exigem qualidade,agilidade, eficácia e eficiência nos serviços. Por tratar-se de
uma
organizaçãoque
dá apoioà
educação
tecnológica para o nívelmédio
e superior, a biblioteca deverá integrar-se aomundo
das tecnologias decomunicaçao
e informação afim
de atender às reais expectativas dos usuarios, não se limitando apenas ao empréstimo de obras,mas
devendo
preocupar-setambém
com
a pesquisa e extensao (função das bibliotecas de universidades), aumentando, assim, a sua contribuição para o desenvolvimento social e tecnológico.Para o planejamento da
nova
fase, é fundamental inicia-lo pela resolução deum
dos problemas básicos apontados pelos usuários: a dificuldade de interaçãocom
osistema de recuperação da informação (SRI). Diante das
mudanças
na relação usuário -SRI
com
a inserção decomputadores no
processo, a qualidade das interfaces destesnovos
sistemas passa a ser o centro das atenções para pesquisas na área de disseminação
da
informação. Sobre 0 assunto,
Levacov
(2000, p. 270) faz as seguintes considerações:Nesta itltima década, conhecida como os anos “clicantes”, assistimos à a.rte da
tipografia sendo substituída pela icnografia, com importantes implicações
semióticas. Dizemos que “navegamos” ou “surl`amos` o “oceano” ou território do
“ciberespaço” de informações contidas
em
formato eletrônico. E,com
perturbadora freqüência, pela ausência de mapas (interfaces) adequados, ainda
Baseado
nesta premissa e a partir dos problemas detectados, levantou-se aseguinte questão: quais os requisitos de qualidade para o planejamento
do
SRI que venha
aatender às expectativas dos usuários quanto à facilidade de uso das tecnologias
de
informação e a eficacia nos resultados de busca?
5.
Hipóteses
Para atender às expectativas dos usuários quanto a: qualidade, agilidade e
eficácia dos serviços, diante da progressiva ofeflza de informações digitais, as bibliotecas
têm
duas alternativas: a primeira é que, se utilizarem sistemas convencionais (manual),devem
iniciar pela informatização de seus processos; e a segunda é que, se jáforem
informatizadas,
devem
promover
a socialização dos seus serviços e acervo através da web,implantando sistemas virtuais de acesso.
Em
ambos
os casos a interação entre o usuário e abiblioteca passará ,aa ser feito por
meio
da telado
computador. Considerandoque
apassagem do
atendimento face a face para a interaçao usuário-tela nao deva discriminar osque tenham pouca ou
nenhuma
experiênciacom
a tecnologia de informação, formulou-seuma
hipótese basica e outra secundária,conforme
demonstrado.a) Básica
Os
SRIs
destas bibliotecas deverão oferecer interfaces ergonômicas demodo
a atender as expectativas dos usuários, independente
do
seu grau de experiência, demodo
ah)
Secundária
Twidale e Nichols 4 consideram
que
para resolver os problemas deusabilidade dos SRIS, estes precisam ser projetados para serem utilizados pelos "iniciantes
perpétuos
Baseada
nesta concepção formulou-secomo
hipótese secundária parasolucionar problemas de usabilidade dos sistemas, a análise e especificação de requisitos
de
diálogo para interface
humano-computador
aplicando asrecomendações
danorma ISO
9241-10
e através deuma
abordagem
colaborativa.6.
Objetivos
a) Geral
Visando corroborar
com
as hipóteses formuladas para esta pesquisa, oobjetivo geral
do
trabalho é propor especificações de aspectos de usabilidade paraSRI
de
bibliotecas virtuais a partir de
uma
abordagem
colaborativa baseadaem
padroesinternacionais de
ergonomia
de software para interaçãohumano-computador.
b) Olzjetivos Especlƒicos
- Fazer revisão da literatura sobre SRI,
Ergonomia
eDesign
Participativo<PDݒ
4 .
op. cit. _
5 Design Participativo é
um
conjunto de técnicas utilizadas para conduzir o envolvimento dos usuários de- lniciar
um
estudo de caso para obtenção dos requisitos de qualidade paraSRIS
de
forma
colaborativa;- Aplicar os princípios ergonômicos
recomendados
pelanorma ISO-9241-IO
para o design da interface;
- Utilizar os princípios da
norma
e os requisitos dos usuários para analisar osaspectos positivos e negativos das interfaces de sistemas para recuperar
informaçao na internet; .
-
Recomendar
o uso das técnicas deDesign
Paritipativo(PD)
para projetocentrado nos usuários;
-
I
Recomendar
especificações de usabilidade para o design deSRI
de bibliotecavirtual.
7_.
Estudo de
Caso
Com
o intuito de dar continuidade a este trabalho através da participação daspessoas
no
desenvolvimento de tecnologias de informação, iniciou-seum
estudo de caso apartir da aplicação de instrumentos de pesquisa de
modo
a envolver os usuáriosno
processode análise e .especificaçao de requisitos de usabilidade para SRI.
Uma
amostrarepresentativa dos futuros usuários participou da pesquisa exploratória, cujo objetivo era
conhecer as suas expectativas quanto ao sistema proposto. Inicialmente, foram realizadas se
entrevistas
com
pessoas-chave da administraçãodo
CEFET-RN
(projeto piloto), naperspectiva de viabilidade do- projeto.
Em
um
segundomomento,
buscou-se envolver osatravés de questionário, e,
numa
perspectiva futura, recomenda-se o uso de técnicasde
design pariticipativo
como
alternativa para envolver diretamente os usuáriosno
processo dedesenvolvimento
do
projeto e durante o ciclo de vidado sqflwareó
que apoiará o sistema.A
base da pesquisa foi a utilização dos padrões ergonômicos parausabilidade de softwares
recomendados
pelanorma
já citada, cujos requisitos de diálogohumano-computador
foram
priorizados pelos usuários potenciais, resultandoem
especificações de usabilidade para interface de SRI.
8.
A
Dissertação
O
teor desta dissertaçao aborda os aspectos de usabilidadedo
SRI
debibliotecas virtuais,
conforme
apresentado nesta introdução.O
corpodo
trabalho estádividido
em
seis capitulosconforme
estrutura a seguir:Capítulo 1
-
Apresentaem
linhas gerais o trabalho desenvolvido, versandosobre o
tema
abordado e a pesquisa realizada a partir deum
contextodo problema
e oproblema
central.Na
seqüência são identificadas: a hipótese levantada para solucionar aquestão da pesquisa, os objetivos gerais e específicos
do
trabalho eo
delineamentodo
estudo de caso, realizado para corroborar
com
a hipótese estabelecida.Capítulo 2
-
Trata da revisão da literatura sobre o processo de busca erecuperação da informação na perspectiva
do
usuário.No
contexto, é feitoum
resgate sobrea trajetória
do
livrocomo
suporte da escrita e a evoluçãodo
seu formato, visando melhorar5
Presman (1996) define o paradigma do ciclo de vida clássico corno: “[...luma abordagem sistemática,
seqüencial ao desenvolvimento do software que se inicia no nível do sistema e avança ao longo da análise,
a
comunicaçao
com
o leitor.Também
sao abordadas as novas tecnologias na perspectivado
profissional da informação diante
do
novo
cenário. Neste sentido, é sugerida amudança
nacultura organizacional,
em
virtude das transformações nos procedimentos tradicionaisde
trabalho, provocadas pelo uso das novas ferramentas inseridas
no
cotidianodo
bibliotecário.
Capítulo 3
- Baseado
na revisãodo
capitulo anterior, sobre a influência dasnovas tecnologias de informação no
modo
de trabalho e nacomunicação
social, apresenta-se
um
referencial teórico sobreErgonomia
eDesign
Participativo(PD)
como
proposta pararealização de projeto centrado nos usuários.
A
revisão aborda as formas de participaçãosocial atraves da Gestão pela Qualidade Total
(GQT),
a sociotécnica representada pelaPD
ealgumas técnicas para conduzir os trabalhos de envolvimento das pessoas
em
projetosparticipativos para análise de requisitos de softwares.
Capítulo 4 -
A
partir da visão geral das questõesque envolvem
a tecnologiada
informação e a participação das pessoasno
processo de desenvolvimento tecnológico, érelatado o estudo de caso realizado
com
o objetivo de traçar os caminhos trilhadosmmo
àespecificação de usabilidade para o sistema proposto. Neste estudo, faz-se
o
detalhamentodo
instrumento de pesquisa e a respectiva analise dos resultadoscomo
embasamento
paraas
recomendações
apresentadasno
capítulo final para trabalhos futuros.Capítulo 5
-
Neste capítulo são aplicados os conhecimentos adquiridos apartir da revisão da literatura e os resultados da pesquisa anterior para avaliar interface de
SRIS disponíveis na Web.
O
objetivo desta análise geral é identificar os pontos positivos enegativos das interfaces dos SRIS e exemplificar os requisitos priorizados pelos usuários
_ Capítulo 6
-
Faz-se o fechamentodo
trabalhocom
asrecomendações
paratrabalhos futuros.
Capítulo 7
«
São
apresentadas as conclusões finais das ações realizadas até ocAP|TuLo
2
-
A BuscA
E
RECUPERAÇÃO DA
iNFoRMAÇÃo
NA
PERSPECTIVA
Do
usuÁR|o
1.
Introdução
O
avanço das tecnologias decomunicação
torna inevitável a virtualização dainformação e, conseqüentemente, a proliferação das bibliotecas virtuais.
Segundo
.l.\/.larchiori(l997),
quando
a maioria das bibliotecas estiver conectada à rede, teremosuma
bibliotecaglobal.
Levy
acredita que nós já estamos convivendocom
a virtualização dascomunidades, empresas e da democracia
-
a cibercultura. Para ele, as técnicas, aeconomia
e os costumes nunca foram tão rapidamente desestabilizados. Diante disto, questiona se
devemos
temeruma
desrealização geral, afirmando:a virtualizaçao nao e
nem
boa,nem
má,nem
neutra. Ela se apresenta como omovimento
mesmo
do “devir” - ou heterogênese - do humano. Antes de temê-la,condena-la ou lançar-se às cegas a ela., proponho que se faça o esforço de aprender,
de pensar, de compreender
em
toda sua amplitude avi.1“tualização (1996 p. ll-12).Sobre a
comunicação
da informação pormeio
dos livros,que
há tantotempo
vem
disseminando cultura à sociedade, Antônio Houaiss, na década de oitenta, antes daproliferação das redes de
comunicação
via computador, já previa suasmudanças,
principalmente, na área editorial, advindas das transformaçoes
do
suporteda
escrita econsiderando a evolução dos meios digitais.
Em
relação à importânciado
conteúdodo
livroe
não
da sua forma atual, para a comunicação, afirma:[...l folhas de papel impressas, alçadas, coligadas e vestidas,
numa
unidadenormalmente portátil (mesmo que a duas mãos) - esse livro pode desaparecer: mas não
~
desaparecerão,
com
sua fisicidade, as suas mensagens e seus códigos: isso que sechama dialetos literários, isso que se
chamam
dialetos científicos, isso que se chamadialetos tecnológicos - e assim por diante.
O
computador que equivaler a soma detodos os livros será
um
servo daqueles dialetos - da linguagem oral, que e' sobretudoDiante das evidências dos fatos e dos caminhos
do
papel,mmo
aomeio
digital, Houaiss (idem, p. 18) trata da realidade
do
livrocomo
sendo apenaso
“vestíbulo”do
que aconteceria dali a dez, vinte, trinta anos eque
ao chegar_essa época, seriamconsiderados velharias “[...]papel., impressão, livros passarão a objetos dignos de estudos
arqueológicos”. Passados quase vinte anos, desde as previsões e angústias do lexicógrafo e
crítico literário, o livro impresso ainda não é alvo
do
estudo de arqueólogos,mas
àmedida
que as novas gerações forem assumindo os postos de trabalhos e de
comandos
no
ciberespaço, as formas de transmissão de conhecimento passarão a acontecer, cada vez
mais, por
meio
da interaçãohumano-computador.
Neste capítulo é feita
uma
retrospectiva sobre a históriado
livro, principalsuporte da escrita
que tem
resistido ao longo dos séculoscomo
veículo decomunicação
para acesso à informação.
Também
são abordadas questões relativas à evoluçãodo
seuformato diante dos avanços tecnológicos,
em
que
os meios digitaiscompetem
com
osimpressos. Neste sentido, o processo de recuperação da informação pelos usuários é
colocado sob o ponto de vista da inserção de bibliotecas virtuais paralelas às tradicionais,
o
papel
do
bibliotecário enquanto mediadordo
processo e a visão dos usuários, suasexpectativas e necessidades.
2.
A
trajetória
do
livro
como
suporte da
escrita
Emanuel
Araújo (1986), ao referir-se à história da editoração do livro, divideem
quatro as suas fases de evolução: o livro dos bibliotecários, dosmonges, dos
impressores e dos editores.
A
escrita foi criada para registrar as informações; o livro, paragarantir a qualidade das obras, da produção e da comercialização diante
da
demanda.Em
todas estas fases, para processar, normalizar, organizar e disponibiliza-los ao público,
sempre
existiram os bibliotecários.Araújo destaca,
também,
a importância da invençãodo
códiceou
codex7, apartir
do
século II a.C._, que revolucionou o desenvolvimentodo
livro: “[...]já se afirmou,aliás,
que
o códice significouuma
mudança
radical na históriado
livro, talvez maisimportante
que
a de Gutemberg, pois o atingiuem
sua forma atual” (idem, p.39). Estapassagem
marcou, na históriado
livro, a transição, não sódo
seu formato,mas também
do
seu
modo
de produção. Até então, os textoseram
selecionados, compilados, reproduzidos edisseminados pelos bibliotecários,
A
esta fasedo
livro, Araújochamou
de Livrodos
Bibliotecários.
Para ser produzido
no novo
formato (códice), a partir desta época, o livropassa a ser elaborado nas oficinas dos mosteiros, chegando, então, a fase do Livro
dos
Monges.
Nesta fase, passou-se a dar maior importância aos detalhes de qualidade editorial das obras.O
Monge
Bento
de Núrsia (480-549) foi o responsável pelomovimento
sistemático
da
editoração medieval.Nos
mosteiros, as oficinas editoriaiscompostas
pormonges
e noviços produziam trabalhos de compilação de manuscritos, transcrição,ilustraçãoe cópias a serem distribuídas, principalmente, na
comunidade
religiosa.Com
a invençãodo
papel e da xilogravura, novidades introduzidasno
finaldo
séc. XIII aoXV,
o pergaminho e os manuscritos, até então suporte e processo de escrita,7
Livro feito de folhas costuradas ou juntas, substituindo o antigo formato dos rolos de papiro (Grande
respectivamente, aos
poucos
vãodando
espaço aonovo
suporte e aosnovos
processosde
produção.A
difusão da tipografia foi fundamental para encerrar completamente a erados manuscritos,
em
função da rapidez eaumento
da produçao* incrementada pelatecnologia da imprensa.
Na
evoluçãodo
livro, este período foi conhecidocomo
o do Livro
dos lmpressores.
A
passagem do
Livro dosMonges
para o dos Impressoresou
do manuscritopara o impresso é considerada, por
Emanuel
Araújo,como
um
passo importantena
históriado
livro:Aceita-se como ponto pacíñco que a partir de Johann Gutemberg (c. 1400-
1468?), que superou a arte da xilotipia
com
a invenção dos tipos móveis, surgiuaprofissão do “impressor`. Ora, os pioneiros do livro impresso foram, na realidade,
mais do que simples “impressores`, na medida
em
que tiveram de buscarelementos destinados a facilitar a leitura, substituindo a riqueza intrínseca dos
manuscritos por
uma
qualidade diferente, a da paginação. (p.46)A
partirdo
séculoXVI
surgem
as primeiras casas publicadorasou
editoras, ea partir
do
século XVIII,com
a Revolução Industrial e oaumento
da produção de livros, asfunções de tipógrafo
ou
impressor e livreiro se separam.A
medida
que a produção de livrosfoi aumentando,
também
aumentaram
as exigências por produtos de melhor qualidadetécnica, de
modo
a superar a qualidadedo
manuscrito. Para atingir esta qualidade, agilizaro
processo de transformação
do
manuscritoem
composição
tipográfica e manter o texto omais fidedigno possivel e visualmente agradavel, surgiu a figura
do
editor.Durante o
século
XIX,
esta função era exercida pelos filólogos.O
surgimento da profissão de Editormarcou
época na história da construçãodo
livro, considerada porEmanuel
Araújocomo
o períododo
Livro dos Editores, sobreo
O
horizonte semântico da palavra “editor” chegou, assim, a dilatar~se de formapolissêinica para quase todas as áreas dos modernos meios de comunicação, sempre
com
sentidos especializados: editor de som, editor deVT
(= vídeo-tape)etc.
No
âmbito restrito da produção de livros, contudo, “editoração” poderiadefinir-se hoje no Brasil como o conjunto de tarefas do editor, que consistem basicamente
em
supervisionar a publicação de originais ein todo 0 seu fluxo pré-industrial (seleção, normalização) e industria_l (projeto gráfico, composição,
revisão, impressão e acabamento), (idem, p. 54).
O
processo de evoluçãodo
texto edo
livro, enquantomeio
de comunicação,é
marcado
pela busca da qualidade da interface texto~leitor.Em
conseqüência daprodução
industrial e
do
desenvolvimento tecnológico nas artes gráficas, foram surgindo osprofissionais especializados
em
normalização, projeto gráfico, ilustração entre outros, a fimde preservar as qualidades intrínsecas
do
livro. Inicialmente trabalhandocom
ferramentasconvencionais
como
pranchetas, esquadros e normógrafos, hoje,com
a ajudado
computador
e softwares especializados, este profissional passou a ser conhecidocomo
designer gráfico.
A
preparação de originais, atualmente, contacom
ferramentas tecnológicasque vão desde a
produção do
texto digital, sua edição, apresentação, até a difusão virtual.Dependendo
da qualidade da informação edo
gostodo
leitor, o texto poderá seramplamente
impressoou
nunca vir a se transformarem
papel.No
âmbito dos sistemas de recuperação da informação (SRÍ) das bibliotecasvirtuais, possiveis a partir dos suportes digitais e das novas tecnologias de
comunicação
(Internet), os designers gráficos, apoiando-se nos principios ergonômicos para interação
humano-computador,
são os responsáveis pela qualidade da interface dos SRI's.Sua
preocupação básica é planejar interfaces amigáveis, de forma a garantir a eficácia
do
desempenho
dos usuarios, proporcionando~lhesuma
interação corn o texto na tela, tãoboa
especialistas quanto para iniciantes, atendendo basicamente as reais necessidades
dos
usuarios, respeitando o nivel de instrução e as habilidades de cada
um
com
recursostecnológicos.
2.1
Da
nota
de rodapé ao
hiperlink
A
interatividadecom
sistemas virtuais de informação inseridos pelas redesde
computadores têm
acarretado profundas modificaçõesno
modo
de vida e de trabalho,afetando, inclusive, o
comportamento
das pessoas.Sao
comuns
os problemascom
adolescentes e adultos “fissurados”
em
videogames, jogos eletrônicos e bate-papona
internet, transformando-sedo, muitas vezes,
em uma
espécie de vicio. Turkle, op. cit.exemplifica a
mania
das interações virtuais,ou
“cultura da simulação”-
como
achama -
ao citar o dilema de
um
adolescenteque
se encontra entre o real e o virtual, às duas horasda manhã,
numa
sala de computadores, jogando/interagindo nosMUD's8
sem
conseguirsair dele e, pensando:
Neste
MUD
estou a descontrair-me, a fazer conversa de chacha (sic.). Neste outroMUD,
entreinuma
guerra de lança-charnas. Neste último, estounuma
de sexo dapesada. Ando a viajar entre os
MUDs
eum
trabalho de casa de fisica que vou terde entregar amanhã de manhã, às 10 horas.(p. 17).
Do
mesmo
modo,
a sociedade esta se adaptando edependendo
dos recursoseletrônicos
que
virtualizam as operações e as suas próprias ações, utilizando-os para gerirsua vida.
A
popularização dos computadores domésticos e as facilidades decomunicação
adistância, introduzidas pelo uso de redes
como
a Internet,tem
contribuído paraque
tais8 Os
MUDs
(Multi User Domains) são jogos interativos,
em
que os participantes desempenham papéis noespaço virtual, podendo navegar, conversar e constmir novos mundos. As janelas do computador permitem
mudanças
ocorram. Bancos, lojas, escolas, universidades relações de amizade, casamentos,estão sendo possíveis por
meio
de contato virtual.A
virtualizaçao nao acontece necessariamentecom
o uso de recursostecnológicos de última geração; para Pierre
Levy
(1996), os nossos sentidostêm
sidovirtualizados durante toda a evolução dos meios de comunicação, afirmando que:
[...] o telefone para a audição, a televisão para a visão, os sistemas de
telemanipulaçoes para o tato e a interação sensório-motora, todos esses
dispositivos virtualizam os sentidos (p. 28)
[...] os operadores mais desterritonalizados, mais desatrelados de
um
enraizamento espaço-temporal preciso, os coletivos mais virtualizados e
virtualizantes do mundo contemporâneo são os da tecnociência, das finanças e
dos meios de comunicação(p. 18).
O
usodo computador
como
ferramenta de virtualizaçãodo
texto, trouxeuma
nova forma
de leitura, tornando-a mais dinâmica, ágil e de maior acessibilidade,embora
muitos não aceitem, pelo
menos
os resistentes ànova
tecnologia.Com um
únicoequipamento, é possivel ter acesso a sons, imagens e movimentos, proporcionando diversas
sensações (leitura/interação), tanto visual e auditiva,
como
a sensório-motora.Na
interaçãocom
hipertextos, os hiperhnks e os recursos de hipermídia,permitem
ao leitor acessos as diversas partesdo
texto, e simultaneamente, consultar fontes externas (sites).Nos
livros, os atalhos para localizar a informação (hiperlinks/âncoras), sãofeitos por
meio
de notas de rodapé, índices remissivos, sumários, referências bibliográficas,listas de fotos, de figuras etc, cujo acesso e o toque dos dedos nas páginas referenciadas.
De
acordo
com
Ribeiro e Juca (2000), nanova forma
de interaçãocom
o hipertexto, a leiturapassa a ser
em
cadeia, o texto extrapola os limites fisicos da página e o acesso àinteração
com
o texto virtual,Lévy
(idem) consideraque
isto só ocorrequando
a percepçãohumana
capta as informações:O
virtua.l só eclode com a entrada. da subjetividade humana no circuito, quandonum mesmo
movimento surgem a indeterminação do sentido e a propensão dotexto a significar, tensão que
uma
atualização, ou seja, uma interpretação, resolverá na leitura.[.._] a digitação e as novas formas de apresentação do texto só nos interessam
porque dão acesso a outras maneiras de ler e de compreender (p. 40).
De
acordocom
opensamento
de Lévy, a informação enquantoarmazenada
na
memória do
computador, são apenas dados disponíveis ao público. Esta só sevirtualizara,
conforme
o autor,quando
acessada, interpretada e avaliada pelo usuário,quanto à relevância para sua pesquisa.
3.
O
processo de
busca
e
recuperação da informação
e a
qualidade
da
interface
Na
perspectiva da virtualização da informação, a oferta de SRIS9 disponiveisna internet cresce
em
proporções geométricas, demodo
que,em
pouco tempo
de existênciada rede, já é possivel obter acesso,
em
grande parte gratuito, às principais fontesde
informação
do mundo.
Esta grande oferta provoca competição entre os provedores, fazendode
modo
a prevalecer o melhor serviço e o melhor preço. Paralelamente, crescetambém
ointeresse das pessoas por acesso a serviços virtuais de informação, comércio eletrônico e
comunicação, sendo atraídos
também
pela interatividade proporcionada pela rede.Diante da
demanda
eem nome
da democratização da informação, osprovedores
apóiam
seus argumentos para conquistar usuários, vencer os concorrentes egarantirem seu espaço na grande teia (rede).
Um
desses argumentospode
ser notadono
9
Yahoo, Cadê, Google, Altavista etc. são alguns dos sistemas de recuperação da informação na internet mais