• Nenhum resultado encontrado

Relatório de Estágio Profissional - "Aprender a Ser Professor Construindo um Clima de Aula Propício à Aprendizagem"

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório de Estágio Profissional - "Aprender a Ser Professor Construindo um Clima de Aula Propício à Aprendizagem""

Copied!
134
0
0

Texto

(1)

Aprender a Ser Professor Construindo um Clima

de Aula Propício à Aprendizagem

Relatório de Estágio Profissional

Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com vista à obtenção do 2º Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de

Educação Física nos Ensinos Básico e

Secundário ao abrigo do Decreto-Lei nº 74/2006 de 24 de Março e do Decreto-Lei nº 43/2007 de 22 de Fevereiro.

Orientador: Dr. Tiago Manuel Tavares de Sousa

Tiago Jorge Vieira Lourenço Porto, setembro de 2014

(2)

II

Ficha de Catalogação

Lourenço, T. J. V. (2014). Aprender a Ser Professor Construindo um Clima de

Aula Propício à Aprendizagem: Relatório de Estágio Profissional. Porto: T.

Lourenço. Relatório de Estágio Profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA , ESTUDANTE-ESTAGIÁRIO, DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL, CLIMA DA AULA.

(3)

III

Dedicatória

O Relatório de Estágio Profissional é dedicado a todos os meus entes queridos, desde a família aos meus PAIS e IRMÃOS, principalmente, porque sempre me apoiaram ao longo de todo este percurso. Não esqueço os meus AMIGOS que foram igualmente uma peça fundamental para a concretização deste documento.

(4)
(5)

V

Agradecimentos

Agradeço aos meus PAIS e IRMÃOS por toda a força que me deram durante todo o meu percurso académico, acreditando sempre nas minhas capacidades e vontade em querer sempre mais.

À Diana, por toda a paciência que teve comigo em situações de um stress acrescido, pelo enorme apoio e por me ter feito acreditar que podia fazer sempre melhor.

Aos meus AMIGOS por todo o apoio prestado em alguns momentos mais complicados.

Ao professor orientador da Faculdade, Tiago Sousa, pela enorme disponibilidade, apoio e conhecimentos transmitidos em todos os encontros, ajudando-me a ultrapassar algumas questões do processo de ensino-aprendizagem.

Ao professor cooperante, Óscar Teixeira, que desde o início do estágio se mostrou sempre muito prestável para qualquer situação e pela partilha de experiências que me foram enriquecendo a nível profissional.

Aos meus colegas de estágio, Frederico e Marco, por todo o apoio prestado, pela confiança e pelo espírito de equipa, levando-me a ultrapassar este desafio tornando-o mais “fácil”.

À Escola Básica Júlio Dinis, deixando um especial agradecimento ao grupo de Educação Física, por me terem acolhido de uma forma excecional, fazendo-me sentir que já fizesse parte deste grupo há muito tempo.

Aos meus alunos, que serão lembrados para sempre como sendo a minha primeira turma e única por todos os momentos que me proporcionaram.

(6)
(7)

VII

Índice

Dedicatória ... III Agradecimentos ...V Índice de Tabelas ... XI Índice de Anexos... XIII Resumo ... XV Abstract... XVII Lista de Abreviaturas ... XIX

1. INTRODUÇÃO ... 1

2. DIMENSÃO PESSOAL ... 5

2.1. O Realizar de um Sonho ... 8

2.2. O Estágio Profissional ... 10

2.3. Expectativas Iniciais do Estágio Profissional vs A Realidade... 11

3. ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 15

3.1. Enquadramento Legal do Estágio Profissional ... 17

3.2. Enquadramento Institucional do Estágio Profissional ... 18

3.2.1. A Escola como Instituição... 18

3.2.2. Escola Básica Júlio Dinis – Grijó ... 18

3.2.3. Núcleo de Estágio ... 20

3.2.4. A Minha Turma ... 21

4. REALIZAÇÃO DA PRÁTICA PROFISSIONAL ... 25

4.1. Área 1: Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem ... 27

4.1.1. O Ensino da Educação Física ... 27

4.1.2. Os Programas de Educação Física ... 29

4.1.2.1. Análise dos Programas de Educação Física ... 29

4.1.3. A Importância do Planeamento ... 30

4.1.3.1. Modelo de Estruturas de Conhecimento ... 32

4.1.3.2. Planeamento Anual ... 34

(8)

VIII

4.1.3.4. Plano de Aula ... 38

4.1.3.5. Os Meus Alunos ... 40

4.1.3.6. Os Níveis de Desempenho Para Uma Melhor Aula ... 41

4.1.4. Realização... 43

4.1.4.1. Controlo da Turma ... 43

4.1.4.2. Gestão ... 44

4.1.4.2.1. Gestão do Espaço e dos Materiais ... 45

4.1.4.2.2. Gestão dos Alunos ... 46

4.1.4.3. Instrução... 47

4.1.4.4. Modelos Instrucionais em Educação Física ... 50

4.1.4.4.1. Modelo de Instrução Direta ... 50

4.1.4.4.2. Modelo Desenvolvimental ... 52

4.1.4.4.3. A Aplicação do Modelo de Educação Desportiva: Uma Experiência Enriquecedora ... 54 4.1.5. Planeamento vs Realização ... 57 4.1.6. Avaliação ... 59 4.1.6.1. Avaliação Diagnóstica ... 60 4.1.6.2. Avaliação Contínua ... 60 4.1.6.3. Avaliação Sumativa ... 61 4.1.7. Competição vs Ganhar ... 64

4.1.7.1. “O Clima Social na Aula de Educação Física: Programa de Intervenção Baseado em Atividades Cooperativas e Não-Competitivas” 66 4.2. Área 2: Participação na Escola e Relações com a Comunidade ... 86

4.2.1. A Envolvência de Alunos, Pais e Professores ... 86

4.2.2. Outras Atividades Organizadas pelo Núcleo de Estágio ... 87

4.2.2.1. Dia do Atletismo ... 87

4.2.2.2. Torneio de Futebol – Professores vs Alunos ... 88

(9)

IX

4.2.2.3.1. O Voleibol em Contexto Escolar ... 89

4.2.2.3.2. Treino Funcional ... 89

4.2.2.4. Dia do Agrupamento ... 90

4.2.3. Desporto Escolar... 90

4.2.3.1. Corta-Mato Escolar... 91

4.2.3.2. Corta-Mato Distrital... 92

4.2.3.3. Modalidades vs Condições da Escola... 92

4.3. Área 3: Desenvolvimento Profissional ... 95

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 99

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...103 7. ANEXOS ... XXI

(10)
(11)

XI

Índice de Tabelas

Tabela 1: Legenda das escolhas mútuas ou recíprocas de um sociograma ... 74 Tabela 2: Cálculo dos índices de popularidade e de antipatia, no primeiro e segundo momento de recolha. ... 76 Tabela 3: Total de escolhas mútuas de cada aluno na terceira questão, no primeiro e segundo momento de recolha. ... 79 Tabela 4: Total de escolhas mútuas de cada aluno na quarta questão, no primeiro e segundo momento de recolha. ... 80

(12)
(13)

XIII

Índice de Anexos

Anexo I: Teste Sociométrico. ...XXIII Anexo II: Atividades motoras de carácter cooperativo e não-competitivo... XXIV

(14)
(15)

XV

Resumo

A elaboração deste documento, Relatório de Estágio, assumiu uma importância enorme, uma vez que me permitiu relatar, sustentado por autores de renome, tudo aquilo que foi vivenciado ao longo deste ano letivo (2013/2014), tendo sido uma longa jornada de formação inicial enquanto professor de Educação Física. De referir que a Prática de Ensino Supervisionada realizou-se na Escola Básica Júlio Dinis, sendo acompanhado pelo professor cooperante e pelo orientador pertencente à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. Relativamente à estrutura deste documento este encontra-se dividido em quatro capítulos: introdução – é mencionado aquilo que irá ser abordado; dimensão pessoal – é retratado o meu percurso de vida, o meu entendimento acerca do estágio profissional e as minhas expectativas iniciais; enquadramento da prática profissional – é caracterizada a escola, o meio envolvente, as condições materiais e os alunos em que realizei o estágio; realização da prática profissional – subdividida em três áreas de desempenho (Área 1 - “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”, onde é incluído um estudo de investigação-ação desenvolvido nas minhas aulas ao longo deste ano letivo; a Área 2 – “Participação na Escola e Relações com a Comunidade”; a Área 3 – “Desenvolvimento Profissional”); considerações finais – são apresentadas as ilações retiradas deste estágio e de perspetivas para o futuro.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, ESTUDANTE-ESTAGIÁRIO, DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL, CLIMA DA AULA.

(16)
(17)

XVII

Abstract

The elaboration of this document, Practicum Report, configured a great importance, since it allowed me to report, supported by renowned authors, all that was experienced throughout this school year (2013/2014), a long journey of training as pre-service Physical Education teacher. The Supervised Teaching held at the School Júlio Dinis, and it was monitored by the Cooperating Teacher and the Supervisor belonging to the Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. The structure of this document is divided into four chapters: introduction - mention of what will be treated; personal dimension - is pictured my life journey, my understanding about the internship and my initial expectations; framework of professional practice – is characterized the school, the environment, the material conditions and the students were I realized my practicum; achievement of professional practice - subdivided in three performance areas (Area 1 - "Organization and Management of Teaching and Learning", which is included a study of action-research developed in my class throughout this school year; Area 2 - "Participation in School and Relations with the Community "; Area 3 - "Professional Development"); Final considerations – which includes the conclusions of the internship and future perspectives.

KEYWORDS: PRACTICUM TRAINING, PHYSICAL EDUCATION, PRE-SERVICE TEACHER, PROFESSIONAL DEVELOPMENT, CLASSROOM CLIMATE

(18)
(19)

XIX

Lista de Abreviaturas

AC – Avaliação Contínua AD – Avaliação Diagnóstica AS – Avaliação Sumativa DE – Desporto Escolar

EBJD – Escola Básica Júlio Dinis EF – Educação Física

EP – Estágio Profissional

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto MD – Modelo Desenvolvimental

MEC – Modelo de Estruturas de Conhecimento MED – Modelo de Educação Desportiva

MEEFEBS – Mestrado de Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário

MID – Modelo de Instrução Direta NE – Núcleo de Estágio

OE – Orientador de Estágio PC – Professor Cooperante UD – Unidade Didática

(20)
(21)
(22)
(23)

3

O Relatório de Estágio Profissional (EP) foi elaborado no âmbito da unidade curricular EP I e II, do 1º e 2º semestres respetivamente, conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física (EF) nos Ensinos Básico e Secundário da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP).

O EP decorreu na Escola Básica Júlio Dinis (EBJD), situada na freguesia de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto. Ao longo deste ano letivo tive dois colegas de estágio que foram muito importantes nos momentos em que surgiram os obstáculos. De referir que, todo este percurso contou também com o acompanhamento do professor cooperante (PC) e do orientador de estágio (OE). Foi com uma turma do 9º ano de escolaridade que decorreu toda esta minha prática profissional, realizando desta forma toda a conceção, o planeamento, a realização e a avaliação. Tudo isto foi efetuado com o controle, principalmente, do PC e do OE. Através da constante supervisão por parte destes professores, esta teve como propósito fundamental permitir que o estudante-estagiário se desenvolva a nível profissional, tornando-se capaz de aplicar todos os conhecimentos adquiridos e, por conseguinte, responder à realidade concreta do ensino na escola.

Este documento pretende retratar tudo aquilo que foi vivenciado no decorrer deste ano letivo, aliando a este aspeto um suporte teórico por parte de autores de renome, procurando desta forma suportar tudo o que foi experienciado.

O Relatório de EP encontra-se organizado segundo cinco capítulos: (1) Introdução, onde apresento uma breve descrição do trabalho realizado; (2) Dimensão Pessoal, na qual é apresentado o meu percurso de vida, o entendimento acerca da definição de EP e as minhas expectativas iniciais confrontando-as com a realidade presenciada; (3) Enquadramento da Prática Profissional, onde é efetuada uma contextualização do estabelecimento de ensino; (4) Realização da Prática Profissional, organizado mediante as três áreas de desempenho (área 1 – organização e gestão do ensino e da aprendizagem; área 2 – participação na escola e relações com a comunidade; área 3 – desenvolvimento profissional), que através de vários subcapítulos foi realizada uma reflexão acerca de tudo o que foi idealizado, planeado, vivenciado

(24)

4

e avaliado ao longo deste ano letivo. De mencionar que, o último subcapítulo vai de encontro ao estudo de investigação-ação intitulado como “ O Clima Social na Aula de Educação Física: Programa de Intervenção Baseado em Atividades Motoras Cooperativas e Não-Competitivas”, cujo objetivo principal seria desenvolver as relações interpessoais da turma; (5) Considerações Finais, na qual são divulgados os momentos mais importantes deste EP e, consequentemente, as conclusões acerca deste período de estágio.

(25)
(26)
(27)

7

Começo este capítulo com a menção do trabalho árduo e das principais funções de um professor. Segundo Clark e Peterson (1986), toda a ação do professor está influenciada pelas suas conceções, realiza-se num contexto que oferece oportunidades e constrangimentos e vai sendo regulada pelo confronto com a prática. Esta é uma profissão em que é necessário saber lidar com a diversidade existente na escola, mas também, e, principalmente, deve contribuir para a formação integral de pessoas.

O papel de um professor é complexo, mas muito motivador. Pretende-se que um profissional da educação seja inovador, dinâmico, comunicativo e eficaz. Para além de ensinar e educar, este deve transmitir conhecimentos e incutir valores fundamentais nos alunos, como o respeito, a responsabilidade, entre outros. Outra função que deve ser mencionada vai de encontro ao desenvolvimento do espírito crítico – a reflexão –, da criatividade e da curiosidade em termos de aprendizagem. O professor deve ainda proporcionar aos seus alunos um ensino motivador, que confira um momento de aprendizagem e que consiga transformar o saber em saber fazer.

Apesar do referido anteriormente, um professor não deve mudar a sua maneira de ser, mas sim adaptar-se à realidade em que está inserido, moldando-se consoante o moldando-seu percurso e experiência de vida e de ensino. De acordo com Hargreaves (1998), os contextos em que o professor vai desenvolvendo a sua ação vão-se alterando, não só em virtude das mudanças que enfrentam ao longo dos anos letivos, como novos alunos, novos colegas ou até novas escolas, mas também pela própria natureza do sistema educativo. Ainda relativo ao mesmo propósito, Cunha (1989, p. 85) diz que “a história de vida de cada professor é própria e única, não havendo dados que permitem generalização a não ser de que a experiência de vida é fundamental no encaminhamento das pessoas”. Posto isto, o professor é uma pessoa que possui valores, uma identidade, uma história de vida! Aquilo que somos hoje reflete o nosso percurso de vida, ou seja, o modo de atuar de cada professor depende daquilo que já vivenciou.

(28)

8 2.1. O Realizar de um Sonho

Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida, que sempre que um homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos de uma criança.

(Gedeão, 1956) Neste ponto começarei por apresentar de uma forma breve o meu percurso de vida.

Nasci a 3 de Abril de 1991 no Porto e sou natural de Espinho.

Quanto ao meu percurso académico, considero que sempre fui um aluno empenhado e interessado na escola, tendo frequentado escolas locais desde o ensino primário até ao secundário. Quando chegou a altura de ingressar no Ensino Superior, a minha primeira opção foi EF, pois desde sempre gostei de Desporto, e como tal tirar um curso nesta área foi sempre um dos meus objetivos. Assim sendo, depois de me ter candidatado ao curso “Ciências do Desporto”

ingressei na Universidade de Trás-os-Montes e Alto-Douro (UTAD),

frequentando esta universidade durante um ano apenas, uma vez que solicitei transferência para a FADEUP. Após concluir a licenciatura na FADEUP, com a opção de Natação, candidatei-me para o Mestrado de Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (MEEFEBS) nesta mesma faculdade, conseguindo colocação, apesar do número elevado de candidatos. No momento da candidatura, tive de refletir bem sobre o que quereria para o futuro, pois o ensino foi sempre um dos meus sonhos, mas com os problemas que têm abalado o sistema educativo esta foi uma decisão algo complicada. Contudo, e indo de encontro ao famoso provérbio português, “quem corre por gosto não cansa”, quero com isto referir que uma pessoa motivada para o esforço de uma atividade desgasta-se menos na sua ação. É assim que penso todos os dias, tentando aproveitar tudo aquilo que mais gosto de realizar, sendo o ensino uma das minhas prioridades máximas. Após ter ingressado no mestrado, deparei-me com

(29)

9

um grande número de didáticas, fazendo-me sentir que é aquilo que quero fazer do meu futuro profissional, ser professor! Desta forma, optei por estagiar na EBJD – Grijó, que embora não tenha sido a minha primeira opção, fiquei bastante contente com tudo o que experienciei nesta instituição, levando daqui uma enorme “bagagem” para o futuro.

Relativamente às minhas experiências desportivas, foi-me incutido desde muito cedo a prática de exercício físico devido aos meus problemas de saúde e foi a partir deste momento que o Desporto começou a fazer parte da minha vida. Assim, iniciei a minha atividade desportiva desde muito cedo com natação, uma vez que é um desporto recomendado para pessoas que sofrem de asma (como é o meu caso). Sendo a natação o meu desporto de raiz, não devo também esquecer a minha breve passagem pelo futebol. Já durante a licenciatura, mais concretamente no último ano, realizei um estágio na equipa de natação do Futebol Clube do Porto (juvenis) e, simultaneamente, foi-me concedida a oportunidade de ser treinador de futebol no clube “Fintas” nos escalões petizes (sub-7) e traquinas (sub-9), localizado em Espinho. Após o término da licenciatura, comecei a treinar, na modalidade de natação, a equipa do Leixões Sport Club no escalão de pré-cadetes, estando também ligado à parte de ensino da natação. Um mês após ter iniciado, recebi um convite para ser treinador-adjunto do Sporting Clube de Espinho – Natação – no escalão de Absolutos, e não hesitei na mudança, isto porque ficava muito mais perto da minha residência, mas principalmente pelo facto de puder “abraçar” um projeto bastante mais ambicioso. Contudo, só permaneci uma época neste clube (2012/2013). É evidente que todas estas passagens contribuíram para a minha formação profissional e pessoal, constituindo experiências enriquecedoras. Isto porque, permitiu tornar-me mais autónomo e responsável no planeamento dos treinos, sendo também possível colocar em prática aquilo que aprendi até este momento na faculdade; já a nível pessoal foi bastante gratificante estar com atletas de diversos escalões, o que me possibilitou, de certa forma, ajustar a minha maneira de lidar com eles.

(30)

10 2.2. O Estágio Profissional

Como referido no documento das Normas Orientadoras do EP, “o EP entende-se como um projeto de formação do estudante com a integração do conhecimento proposicional e prático necessário ao professor, numa interpretação atual da relação teoria-prática e contextualizando o conhecimento no espaço escolar. O projeto de formação tem como objetivo a formação do professor profissional, promotor de um ensino de qualidade”1.

“Aprender a ensinar” é usualmente entendido como um processo de aquisição de conhecimento sobre o ensino (Carter, 1990). Nesta perspetiva, o estágio é visto como o espaço e o tempo para a aplicação na sala de aula da teoria, dos conhecimentos e das capacidades desenvolvidos na universidade. De acordo com esta conceção: a universidade desenvolve as capacidades e fornece a teoria e os conhecimentos; a escola proporciona o dispositivo onde esse conhecimento é aplicado e praticado; o estagiário esforça-se por integrar tudo isto (Britzman, 1986).

O EP é um momento de excelência de formação e reflexão, correspondendo a uma etapa fundamental no desenvolvimento profissional dos professores. Este constitui o contacto formal autónomo dos professores-estagiários com a realidade do ensino da EF. A prática docente, as atividades de dinamização e de integração na escola vão proporcionar ao estagiário uma experiência que condicionará a sua futura prática profissional.

Na minha opinião, este foi um ano de uma experiência única de formação e acompanhamento. Sendo, no entanto, o ano em que os estudantes-estagiários foram concomitantemente professores e alunos, tendo sido por vezes difícil de conciliar estes dois status simultaneamente.

Por tudo isto, o EP foi a etapa mais importante da minha formação enquanto docente, uma vez que foi nesta fase que os verdadeiros desafios e obstáculos surgiram, que embora se possa falar de alguns deles na teoria, colocá-los em prática é totalmente diferente.

1“Normas Orientadoras do Estágio Profissional” é um documento interno elaborado pela Doutora Zélia Matos para a unidade curricular Estágio Profissional da FADEUP, ano letivo 2013-2014.

(31)

11

2.3. Expectativas Iniciais do Estágio Profissional vs A

Realidade

Após o término do 1º ano do MEEFEBS, iniciei o EP na EBJD - Grijó. Apesar de toda a formação adquirida, foi este o momento que pude colocar em prática muitos dos conhecimentos obtidos, conseguindo aliar a componente teórica com a prática, de forma a conseguir ser um bom professor de EF.

No início deste ano letivo foi solicitada a elaboração do Projeto de Formação Individual onde, entre outros assuntos, foram mencionadas as minhas expectativas, que irei confrontar de seguida com a realidade encontrada. As expectativas, prenderam-se com o local de estágio, os colegas do Núcleo de Estágio (NE), o OE, o PC, o pessoal docente e não-docente e os alunos.

Em primeiro lugar, ao longo de todo este ano letivo pretendia alterar a “imagem” da EF, que é frequentemente vista como uma disciplina dispensável em comparação com as restantes, daí pretender realçar a sua importância através dos benefícios atribuídos.

No segundo ponto, tinha como intenção levar para a aula a minha energia e o gosto pela atividade física, com o intuito dos alunos perceberem a importância da prática desportiva, mas também conseguir chegar aqueles que não exercem nenhum desporto, tentando orientá-los para uma das modalidades existentes no Desporto Escolar (DE) adotadas pela escola.

Em terceiro lugar, esperava corresponder às expectativas dos alunos, bem como aos desafios por eles colocados. Desta forma, adotei uma atitude reflexiva relativamente ao meu trabalho, procurando sempre novas soluções de forma a satisfazer as minhas necessidades e, principalmente, dos alunos.

A realidade alcançada foi ao encontro das expectativas iniciais, referidas anteriormente. Este foi um ano muito difícil no que toca ao elevado nível de trabalho e exigência. Em contrapartida, a vontade, o espírito de sacrifício, a dedicação e a organização, foram aspetos muito importantes, fazendo-me “crescer” tanto a nível pessoal como profissional. Quanto à experiência ganha enquanto exerci o papel de professor, penso que esta ultrapassou o esperado,

(32)

12

pois sinto-me bastante contente com tudo o que foi realizado, uma vez que as oportunidades e as aprendizagens foram todas elas igualmente proveitosas.

Relativamente à minha turma, uma das grandes razões pela qual me dediquei tanto neste estágio, centrei a minha atenção em desenvolver o processo de aprendizagem dos meus alunos e na inclusão de valores para o seu enriquecimento sociocultural. De referir que, na primeira aula apliquei um questionário à turma de forma a conhecer melhor os alunos. Após a sua análise constatei que tinha de lidar com alguns elementos de forma diferente, devido ao seu historial académico. Ao longo deste ano letivo, tive de me adaptar à turma (característica importantíssima num professor) de forma a obter respostas adequadas e imediatas, tal como sugere Galvão (2002, p. 67) na seguinte afirmação: “Conhece os seus alunos e adapta o ensino às suas necessidades, incorporando a experiência do aluno ao conteúdo e incentivando a sua participação”.

Apesar da minha localidade ser próxima do local onde estagiei, não conhecia a instituição em si, mas sim o ambiente rodeante, que não era propriamente positivo. No entanto, fiquei positivamente surpreendido pelos alunos, docentes e funcionários que encontrei. Fui muito bem acolhido por todos, que se demonstraram sempre muito recetivos, disponíveis e com simpatia para ajudar. Importa ainda salientar a relação mais próxima que construí com o gabinete de EF, sendo a convivência com os restantes professores mais esporádica, devido ao trabalho que era necessário ser feito.

Quanto aos professores do grupo de EF, todos eles se mostraram disponíveis para o esclarecimento de dúvidas, para uma troca de ideias acerca das suas aulas, bem como aos eventos propostos pelo NE, correspondendo assim às expectativas previamente definidas.

Em relação aos orientadores, estes têm como papel fundamental, direcionar cada estudante-estagiário para o caminho certo, refletindo com ele sobre todo o processo de ensino-aprendizagem. Desta forma, no que toca ao que esperava do PC e do OE, estes corresponderam ao pretendido, demonstrando-se sempre disponíveis para o esclarecimento de dúvidas e permitiram-me evoluir através da transmissão de feedbacks. Como é claro,

(33)

13

houve um maior convívio com o PC, tendo o seu apoio sido indispensável para a minha evolução como professor, uma vez que era bastante sincero nos

feedbacks emitidos acerca de todas as minhas atuações nas aulas, desde

gestão de tempo de aula à escolha de exercícios. Já o OE, nos poucos contactos que tivemos, foi possível retirar conclusões das suas observações igualmente importantes, isto porque a sua observação era muito mais profunda, destacando pormenores que poderiam fazer diferença na dinamização da aula. Tudo isto vai de encontro ao que refere Nóvoa (1992), quando destaca que a partilha de vivências e conhecimentos constituem contextos de formação recíproca, nos quais cada professor é chamado a desempenhar, simultaneamente, a função de formador e formando, sendo o diálogo essencial para a produção de conhecimentos resultantes da prática pedagógica.

A construção do conhecimento pedagógico de conteúdo não é um processo simples e fácil. Feiman-Nemser e Buchamann (1986, 1987) consideram que os estagiários, sem o apoio dos orientadores, raramente conseguem transitar do pensamento académico para o pensamento pedagógico, ou seja, de um pensamento acerca do ensino focado nos professores e no conhecimento disciplinar para um pensamento centrado nas diferentes características e necessidades dos alunos. Sozinhos, revelam-se incapazes de analisar criticamente as conceções acerca dos alunos, da aprendizagem e do conhecimento em que se baseiam para tomar decisões instrucionais, bem como as razões das suas decisões relativas a situações específicas de sala de aula.

Uma das principais consequências da dificuldade em lidar com múltiplos aspetos do pensamento pedagógico de conteúdo revela-se na gestão da sala de aula. O conceito de gestão de sala de aula pode ser entendido como o processo de estabelecimento e de manutenção de ordem social que permita o ensino e a aprendizagem (Doyle, 1986). Geralmente, este conceito é imediatamente entendido pelos estagiários como disciplina, ou seja, o lidar com comportamentos desviantes que perturbam o processo de ensino-aprendizagem (Zuckerman, 2000). No entanto, o conceito de gestão de sala de aula inclui muitos outros aspetos – por exemplo, o estabelecimento de rotinas –

(34)

14

relacionados com o envolvimento dos alunos em atividades de aprendizagem e não apenas com as situações de indisciplina.

Relativamente aos meus colegas de estágio, esperava conhecê-los melhor de forma a estabelecer um bom grupo de trabalho, que permitisse ultrapassar todas as adversidades e obstáculos em equipa e assim conseguir concretizar todos os objetivos propostos. E foi exatamente isto que se passou, tendo sido criado uma dinâmica de grupo muito positiva, havendo total apoio por parte de ambos os colegas.

Um ponto bastante positivo do estágio foi a relação que consegui estabelecer com alunos, colegas e professores. A cooperação, fruto de um relacionamento diário, ajudou-me a encarar o estágio como uma experiência positiva na qual não se concretizaram algumas expectativas negativas previamente construídas, nomeadamente a falta de tratamento igual aos restantes professores, visto que somos estudantes-estagiários.

As dificuldades sentidas durante o estágio devem ser encaradas como um recurso de formação em contexto de prática, que bem desmontado nas suas causas e propostas de solução, contribui decisivamente para o enriquecimento do conhecimento pedagógico de conteúdo e pode constituir o início de um desenvolvimento profissional marcado pela autoconfiança na resolução de eventuais problemas. A supervisão destas situações fornece ao estagiário o apoio de retaguarda necessário a um crescimento autónomo catalisado pela reflexão (Garcia, 2008, p. 20).

Este foi um ano de uma profunda aprendizagem, tendo absorvido todos os conselhos/ensinamentos provenientes do OE, do PC, dos colegas de estágio, dos professores de EF, mas principalmente dos alunos, que foram os principais mentores de todo o meu processo de formação.

Em síntese, toda a formação teórica da etapa inicial da minha formação académica foi indispensável para que conseguisse realizar um bom trabalho neste ano de estágio. No entanto, é importante referir que só com o trabalho em “campo” é que se podem observar determinados aspetos que não se aprende na teoria, sendo necessário colocar em prática aquilo que somos para pudermos agir de acordo com todas as condicionantes.

(35)

3.

ENQUADRAMENTO DA PRÁTICA

PROFISSIONAL

(36)
(37)

17

3.1. Enquadramento Legal do Estágio Profissional

A estrutura e funcionamento do EP considera os princípios decorrentes das orientações legais nomeadamente as constantes do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro e têm em conta o Regulamento Geral dos segundos Ciclos da Universidade do Porto (UP), o Regulamento geral dos segundos ciclos da FADEUP e o Regulamento do Curso de Mestrado em Ensino de EF.

O EP é uma unidade curricular inserida no plano de estudos do MEEFEBS, funcionando nos terceiro e quarto semestres do mesmo. Estes dois semestres destinam-se à prática de ensino supervisionado, onde a cada NE lhe é atribuído um PC para supervisionar todas as aulas e orientar o percurso de cada estudante-estagiário ao longo do ano letivo. Refira-se que em cada núcleo é atribuído uma turma a cada estudante-estagiário.

Segundo as Normas Orientadoras do EP, este visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão2. Assim, esta é a oportunidade que todos os estudantes

têm de vivenciar na prática muito daquilo que aprenderam na teoria.

De acordo com as Normas Orientadoras do EP, as competências profissionais, associadas ao ensino da EF e Desporto com qualidade, reportam-se ao Perfil Geral de Dereportam-sempenho do Educador e do Professor (Decreto-lei nº 240/2001 de 17 de agosto) e organizam-se nas seguintes áreas de desempenho: I. Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem; II. Participação na Escola; III. Relação com a comunidade; IV. Desenvolvimento profissional3.

Tal como é mencionado no Regulamento da Unidade Curricular EP do Ciclo de Estudos Conducente ao Grau de Mestre em Ensino de EF nos Ensinos Básico e Secundário da FADEUP, esta instituição possui protocolos de

2“Normas Orientadoras do Estágio Profissional” é um documento interno elaborado pela Doutora Zélia Matos para a unidade curricular Estágio Profissional da FADEUP, ano letivo 2013-2014.

3“Regulamento da Unidade Curricular Estágio Profissional” é um documento interno elaborado pela Doutora Zélia Matos para a unidade curricular Estágio Profissional da FADEUP, ano letivo 2013-2014.

(38)

18

cooperação com um vasto número de escolas dos ensinos básico e secundário , nos quais se estabelecem as condições para a realização do EP. A orientação da prática de Ensino Supervisionada é realizada por um docente da FADEUP (OE), em colaboração com um professor da escola cooperante, designado como PC.

3.2. Enquadramento Institucional do Estágio Profissional 3.2.1. A Escola como Instituição

A escola é a instituição na “qual se concretiza o direito à educação, que se exprime pela garantia de uma permanente ação formativa orientada para favorecer o desenvolvimento global da personalidade, o progresso social e a democratização da sociedade” (Assembleia da República, 2005, cap. I).

Segundo Freitas (2000), compete igualmente à escola “formar cidadãos críticos, reflexivos, autónomos, conscientes dos seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vivem, preparados para participar na vida económica, social e política do país e aptos a contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. A função básica da escola é garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores necessários à socialização do indivíduo”.

Na mesma linha de pensamento, Durkheim (1952, pp. 29-32) diz que “o objetivo da educação deve ser adquirir, na maior medida possível, os conhecimentos que ajudem, com mais eficácia, a desenvolver a vida individual e social sob todos aspetos, limitando-se a eliminar aqueles que concorram menos eficazmente para este desenvolvimento”.

3.2.2. Escola Básica Júlio Dinis – Grijó

A EBJD está inserida no Agrupamento de Escolas de Júlio Dinis, situada na freguesia de Grijó (10 578 habitantes), pertencente ao concelho de Vila Nova de Gaia.

No que se refere às habilitações literárias da população, cerca de 20% da população não tem qualquer tipo de habilitações literárias, sendo que a maioria

(39)

19

da população (60%) tem como habilitações o Ensino Básico. O índice de desemprego da freguesia é elevado, situando-se nos 18,24%. O setor terciário absorve o maior número de empregados, sendo residual o número de indivíduos com emprego no setor primário. A taxa de atividade situa-se em 47,64%.

O Agrupamento de Escolas Júlio Dinis – Grijó foi constituído no ano letivo 2002/2003, recebendo jovens das freguesias de Sermonde e Seixezelo e inclui os seguintes estabelecimentos de ensino:

 Jardim de Infância de Vendas;

 Jardim de Infância de Murraceses;

 Escola Básica do 1° Ciclo com Jardim de Infância de Stº António;

 Escola Básica do 1° Ciclo com Jardim de Infância de Asprela;

 Escola Básica do 1° Ciclo com Jardim de Infância de Loureiro;

 Escola Básica do 1° Ciclo de Corveiros;

 Escola Básica do 1° Ciclo de Murraceses;

 Escola Básica do 1° Ciclo de Vendas;

 Escola Básica do 2° e 3° Ciclos Júlio Dinis - Grijó.

A EBJD é constituída por uma estrutura física de um edifício uni bloco, constituído por dois pisos. A área envolvente ajardinada é um espaço cuidado, agradável e acolhedor. Para além das 24 salas de aula a escola dispõe de: 2 salas específicas de Ciências Naturais e Física e Química; Equipamentos informáticos – 2 salas de TIC; 3 salas de E.V./E.T., 1 sala de E.V., 1 sala de E.T.; Ginásio; Biblioteca; Reprografia; Sala de trabalho dos professores; Gabinete de atendimento dos Diretores de Turma; Direção; Bufete dos alunos; Bufete dos Professores; Cantina/Refeitório.

No que respeita às infraestruturas desportivas, a escola dispõe de dois espaços exteriores (campos em alcatrão e em relvado sintético) e um espaço no interior. O espaço exterior é composto por uma pista de atletismo, um campo de andebol, um de futebol 11 (campo pertencente ao Estádio Municipal de Grijó, com o qual a escola possui protocolo), três campos de basquetebol, 4 campos de voleibol e uma caixa de areia para saltos de atletismo. No entanto, é importante referir que as respetivas marcações se encontram sobrepostas e

(40)

20

como tal não é possível realizar todas as modalidades simultaneamente. Neste espaço exterior, existem dois campos de futebol de 5 sem medidas oficiais. Em relação ao espaço interior, encontra-se marcado com um campo de voleibol e

um de basquetebol sem medidas oficiais, onde são lecionadas

preferencialmente modalidades como a ginástica, judo e desportos de raquete, devido às dimensões reduzidas do ginásio.

Quanto ao corpo docente, este é constituído por 10 educadores do Ensino Pré-escolar, 26 professores do 1º Ciclo, 26 do 2º Ciclo, 33 do 3º Ciclo e 3 da Educação Especial. Já os alunos perfazem um total, em todas as escolas, de 1323, sendo 584 os que estudam na EBJD.

Os assistentes técnicos são 10 (três reclassificados, mas a exercer outras tarefas) onde se inclui uma coordenadora técnica. Dos 35 assistentes operacionais seis encontram-se de Junta Médica e nove são CEI’s – Centro de Emprego de Vila Nova de Gaia.

3.2.3. Núcleo de Estágio

O segredo de um grande sucesso está no trabalho de uma grande equipa.

(Margarida, s.d.)

O NE de EF foi constituído por três estudantes-estagiários, um PC da escola e um OE da FADEUP. Nós, estudantes-estagiários desenvolvemos a nossa prática letiva no 3º Ciclo. No meu caso particular, a prática letiva foi desenvolvida com uma turma do 9º ano.

Em relação aos meus dois colegas de estágio, no início do ano letivo estava algo reticente visto não os conhecer bem. Contudo, com o passar do tempo consegui estabelecer uma excelente relação de amizade e de trabalho. Todos os momentos que passámos juntos, como os intervalos, tardes e manhãs de trabalho foram pontos positivos deste ano letivo, pois conseguimos potenciar o que cada um tinha de melhor, desenvolvendo assim o nosso trabalho em grupo. Tivemos muitas tarefas de grupo, permitindo assim a cada um exprimir a sua opinião, partilhar os seus conhecimentos ou até mesmo ajudar o colega que estava com mais dúvidas em relação à metodologia a aplicar na sua turma. De

(41)

21

um modo geral, o meu NE conseguiu superar todos os problemas e desafios que foram aparecendo com o decorrer do tempo.

Em relação ao PC, este assume, a meu ver, um papel preponderante na formação inicial de futuros profissionais para a docência. Assim sendo, esta foi a pessoa que me acompanhou mais em todo este EP, estando diariamente em contacto comigo. Foi ele que contribuiu para o meu desenvolvimento profissional, “incutindo-me” os princípios e valores que caracterizam um professor competente. Resumindo, o PC, além de ter assumido a função de orientador de todo o processo de estágio, funcionou como um modelo a seguir.

(...) o meu Núcleo de Estágio no início teve algumas dificuldades acerca do que teria fazer, mas conseguimos ultrapassá-las com a ajuda do Professor Cooperante que nos tem apoiado imenso em todo o trabalho realizado (...)

(Reunião do Núcleo de Estágio com o Orientador de Estágio – 07/10/2013)

Quanto ao OE, é de referir a importância de todas as reuniões realizadas na FADEUP, estabelecendo assim, uma ligação entre esta instituição e a escola onde decorreu o meu EP. Foram encontros que permitiram estabelecer contacto com outros núcleos, também orientados pelo mesmo professor, e possibilitaram a partilha de experiências e de opiniões. Foi bastante importante ter um orientador tão competente para pudermos partilhar tudo o que realizamos e vivenciamos. As suas observações realizadas em contexto escolar também foram imprescindíveis, apontando-me soluções para colmatar alguns erros que transpareciam para quem observava, o que me permitiu evoluir continuamente na prática pedagógica.

3.2.4. A Minha Turma

A caracterização da turma no início do ano letivo foi fundamental, uma vez que permitiu conhecer cada um dos alunos, seja no sentido de detetar problemas e antecipar resoluções, seja como forma de potenciar capacidades ou elevar aspirações. Por conseguinte, os dados recolhidos, através de fichas individuais entregues a cada elemento, permitiram-me aceder a um maior número de

(42)

22

informações, permitindo evitar certos riscos de insucesso por incompreensão da realidade na qual os alunos estão inseridos. Isto, porque é necessário para nós, enquanto educadores, ajudar os alunos a viver melhor e a ter acesso a um ensino cada vez mais adequado às suas características, trabalhando para a individualidade de cada um. Desta forma, permitir-nos-á uma melhor gestão de todo o processo de ensino-aprendizagem.

Assim, fiquei responsável durante todo este ano letivo por uma turma do 9º ano, composta por 28 alunos, sendo que uma aluna possuía Necessidades Educativas Especiais e, como tal, não comparecia às aulas de EF. Assim, a turma era constituída por 27 elementos: 8 do sexo masculino e 20 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 13 e os 16 anos de idade.

A faixa etária anteriormente mencionada é uma fase importante e algo complicada, pois é o momento em que estes jovens entram na adolescência. Ou seja, apesar das grandes modificações no tamanho, corpo e das capacidades físicas, as transformações mais acentuadas e características desta fase da vida, são as que se referem aos aspetos reprodutivos. Segundo Borges et al. (2003), o período maturacional do adolescente é considerado importante na avaliação dos indicadores de saúde e de desenvolvimento. No género masculino, os primeiros indícios das transformações da pubescência consistem, entre outros, no crescimento dos órgãos genitais. Já nas raparigas, o marco principal da maturidade sexual feminina é o início da menstruação ou menarca. Após ter constatado a idade da turma, tive imediatamente a perfeita noção de que poderia passar por algumas situações algo novas para mim, principalmente com as raparigas, como é o caso da menarca. Este poderia ser um fator com o qual teria que lidar ao longo deste ano letivo, isto porque, poderia ser um motivo, por exemplo, para não realizar a aula.

Resultados importantes dos inquéritos a serem mencionados vão para o tipo de problemas de saúde encontrados, mais concretamente asma e desvio na coluna. Em relação ao primeiro ponto os alunos que possuíam esta anomalia estavam devidamente medicados e controlados; quanto ao segundo aspeto, tive de ter cuidado na escolha dos exercícios para estes alunos, mais especificamente na modalidade de ginástica.

(43)

23

Outra conclusão obtida a partir desta caracterização prende-se com os hábitos desportivos e alimentares. Em toda a turma apenas 10 elementos praticavam pelo menos uma modalidade (fora do contexto escolar) e 22% afirmavam que não consideravam ter bons hábitos alimentares. Mediante estes resultados procurei intervir junto da turma, nomeadamente: incentivar a prática de desporto, inclusive no DE; sensibilizar os alunos através de uma aula teórica, lecionada por mim, acerca de hábitos de alimentação saudáveis, de modo a que no futuro adotem comportamentos igualmente saudáveis.

É de referir que, além destes questionários, consultei os registos biográficos de cada um, no sentido de obter mais informações. Posto isto, pude constatar a existência de alguns episódios de indisciplina relatados em anos anteriores, que se fizeram sentir ao longo de todo o ano, levando-me muitas vezes a refletir no final de cada aula sobre aquilo que poderia fazer ou então se estava a fazer algo de errado.

Em relação às aulas de EF, e indo de encontro ao referido anteriormente, a turma demonstrou em certos momentos empenho e dedicação ao longo deste ano letivo. Foi visível a aptidão que alguns alunos tinham para o desporto, ao contrário dos outros que compensavam mais pelo seu esforço. Assim sendo, tive de me adaptar às diversas situações, com o propósito de concretizar todo o processo de ensino-aprendizagem. Deste modo, tentei sempre proporcionar ao máximo novas aprendizagens de modo a obter uma turma mais empenhada e motivada para as minhas aulas.

(44)
(45)

4.

REALIZAÇÃO DA PRÁTICA

PROFISSIONAL

(46)
(47)

27

Desde o início considerei o EP como sendo a etapa mais importante na minha formação enquanto docente, pois é neste momento que os verdadeiros desafios e obstáculos nos surgem à frente. Como tal, é sempre necessário muita perseverança, muito esforço, empenho e dedicação para superar este ano algo complicado, mas sem dúvida alguma, de muita aprendizagem.

Numa fase inicial, o EP foi marcado pela difícil transição de aluno para professor, pois embora continuasse a ser aluno na FADEUP, passei também a ser professor-estagiário na EBJD. Segundo Lima (2004, p. 95), “a fase inicial da docência configura-se como um período de aprendizagens intensas e de grandes dificuldades, de modo que superá-las e conseguir permanecer na profissão implica mesmo um verdadeiro processo de sobrevivência”.

Ao longo deste período de estágio, estabeleci objetivos e metas passíveis de serem concretizados nas diferentes áreas de desempenho. Desta forma, neste capítulo, irei discorrer sobre este assunto, analisando e refletindo todo o caminho percorrido ao longo deste ano.

4.1. Área 1: Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem

Segundo as Normas Orientadoras do EP, a área 1 engloba a conceção, o planeamento, a realização e a avaliação do ensino. Esta tem como objetivo construir uma estratégia de intervenção, orientada por objetivos pedagógicos, que respeite o conhecimento válido no ensino da EF e conduza com eficácia pedagógica o processo de educação e formação do aluno na aula de EF4.

4.1.1. O Ensino da Educação Física

Embora a EF seja uma disciplina de largos horizontes, um dos objetivos dos programas de EF, está relacionado com as questões de saúde, uma vez que

promover o gosto pela prática regular das atividades físicas é o objetivo mais

saliente. Este pretende que os alunos ganhem competências para praticarem desporto e serem ativos de forma autónoma. No entanto, a ideia de que a EF é

4“Normas Orientadoras do Estágio Profissional” é um documento interno elaborado pela Doutora Zélia Matos para a unidade curricular Estágio Profissional da FADEUP, ano letivo 2013-2014.

(48)

28

apenas um lugar de saúde é um embuste. Ora, na introdução do Programa Nacional de EF pode ler-se:

“A conceção de Educação Física seguida neste plano curricular (conjunto dos programas de EF) vem sistematizar esses benefícios, centrando-se no valor educativo da atividade física pedagogicamente orientada para o desenvolviment o multilateral e harmonioso do aluno.

Assim, essa conceção pode definir-se como «a apropriação das habilidades técnicas e conhecimentos, na elevação das capacidades do aluno e na formação das aptidões, atitudes e valores (‘bens de personalidade’ que representam o rendimento educativo), proporcionadas pela exploração das suas possibilidades de atividade física adequada – intensa, saudável, gratificante e culturalmente significativa».5”

Completando a ideia anteriormente exposta, pode-se perceber que os horizontes da EF vão muito para além da promoção de estilos de vida saudável. Esta disciplina visa efeitos educativos globais e o desenvolvimento específico nas matérias desportivas.

O Currículo Nacional de EF é um documento elaborado pelo Ministério da Educação, organizado para cada ciclo de Ensino: 1º Ciclo; 2º Ciclo; 3º Ciclo; Ensino Secundário/Cursos Profissionais. Desta feita, constitui um guia para a ação dos professores, determinando competências comuns a todas as áreas e por área, e normas de referência para a definição do sucesso em EF. Importa salientar que este planeamento de EF, elaborado para todas as escolas, tem que ser ajustado à realidade do estabelecimento de ensino. Cruzando estes dois planeamentos surge o plano anual de EF da escola, com os conteúdos a lecionar, a sua articulação vertical e horizontal, bem como os objetivos da disciplina.

Todos estes aspetos foram analisados e debatidos no início e ao longo do ano letivo, em conformidade com o grupo de EF da EBJD. Desta forma, foram alterados os conteúdos a serem abordados em algumas modalidades, bem como os critérios de avaliação no domínio da condição física.

(49)

29

4.1.2. Os Programas de Educação Física

O Ministério da Educação concretiza os programas com o intuito de haver uma equidade de conteúdos a lecionar a nível nacional. Contudo, é da responsabilidade do docente analisar e interpretá-los, adaptando-os às condições da escola, de forma a ir de encontro aos objetivos estipulados. Assim, um programa de EF deve responder às questões e necessidades dos alunos, tendo em conta a diferenciação que existe, e é normalmente influenciado pelos valores da comunidade onde a escola está inserida (Siedentop et al., 1986). O programa é também afetado pelas infraestruturas e pelos equipamentos existentes no estabelecimento de ensino.

De acordo com Siedentop et al. (1986), os programas de EF têm os seus efeitos e fazem a diferença no desenvolvimento pessoal do sucesso do aluno. Consequentemente, os professores de EF necessitam de efetuar uma introspeção sobre os efeitos que os programas têm nos nossos alunos. De um modo geral, o professor de EF deve considerar cuidadosamente quatro importantes questões no que diz respeito ao desenvolvimento de objetivos para um programa de EF: 1 - ênfase nos resultados; 2 - compromisso com a igualdade e qualidade; 3 - fazer um mínimo de coisas corretas; 4 - socializar os alunos levando-os a assumir o papel de participantes (Siedentop et al., 1986).

Em síntese, sou da opinião que para que um programa tenha qualidade em EF, este deve focar-se na aprendizagem do aluno como principal objetivo.

4.1.2.1. Análise dos Programas de Educação Física

No que toca às modalidades coletivas abordadas no 9º ano de escolaridade, o voleibol e o basquetebol foram as que mereceram maior atenção da minha parte devido ao não cumprimento do programa. Isto, porque os alunos apresentavam muitas dificuldades, tanto a nível motor, execução das habilidades motoras, como cognitivo, desconhecimento de regras importantíssimas das modalidades. Para tal, foi aplicado para o basquetebol (3 x 3, em meio-campo) as formas básicas de jogo (FBJ), enquanto para o voleibol (1 x 1 e 2 x 2) as etapas de jogo. Desta forma, o programa foi reajustado face ao nível de desenvolvimento inicialmente identificado nesta turma. Contudo, o modo como os conteúdos foram lecionados permitiu uma aprendizagem mais enriquecedora

(50)

30

para a turma, uma vez que não faz sentido ensinar novos conteúdos sem os mais básicos estarem consolidados.

Em relação à lecionação de andebol, optei por jogos mais reduzidos (GR + 4 x 4 + GR) em detrimento dos estipulados (GR + 6 x 6 + GR) no programa de EF. Tomei esta decisão devido ao nível de jogo evidenciado pela turma, tanto a nível técnico como tático, uma vez que esta situação de jogo era algo complexa e levaria a que não houvesse um jogo relativamente fluído ou então levava a que muitos elementos não tocassem sequer na bola.

Quanto às modalidades individuais, no atletismo é de realçar o facto de serem apresentadas várias especialidades desta modalidade, enfatizando demasiados pormenores técnicos, as quais a meu ver, não são passíveis de ser abordadas todas no mesmo ano letivo. Assim sendo, foi necessário adaptar tendo em vista a uma aprendizagem motora mais eficaz por parte dos alunos.

Relativamente à ginástica (solo e acrobática), e de acordo com o programa, a realização de uma sequência de elementos técnicos no solo é uma estratégia eficaz para levar os alunos à prática da modalidade, aumentando a sua motivação. No entanto, ao longo das aulas é necessário moldar, visto que existem alunos que não conseguem efetuar uma sequência completa, tendo que a realizar de uma forma individual. De referir que, no programa existem determinados elementos algo desfasados das capacidades coordenativas e condicionais apresentadas pelos alunos: rondada, rolamento à retaguarda com passagem por apoio facial invertido e posição angular. Neste caso, considero que o programa está um pouco utópico quando propõe estes elementos como fundamentais.

4.1.3. A Importância do Planeamento

O planeamento a meu ver constitui um ponto fundamental para lecionar as aulas. Em primeiro lugar, devido ao facto da sua conceção e estruturação consistir num processo pessoal, íntimo e mental por excelência; e, em segundo lugar, pelo facto do planeamento ser o processo pelo qual os professores aplicam os programas escolares, cumprindo a função de os desenvolver e de os adaptar ao contexto escolar - características da população escolar, do meio evolvente e do estabelecimento de ensino (Januário, 1996).

(51)

31

Segundo Mascarenhas (1995), o planeamento em EF é de extrema importância, pelo facto de:

 Permitir reduzir a incerteza e a ansiedade;

 Ter utilidade, sobretudo em professores principiantes e/ou em início de carreira e em professores estagiários, pois permite dissipar algumas das dificuldades. Por essa razão, pensam previamente quais as etapas, os momentos e qual a organização da aula, aumentando assim, a sua segurança na aula;

 Permitir uma estruturação e visualização prévia da intervenção, que, por sua vez, permitirá ao professor estar mais apoiado, organizado e seguro na aula. Assim, os professores ficam mais capazes face aos alunos, às suas capacidades e reações, pelo facto de já terem previsto determinados acontecimentos no planeamento;

 Permitir simular a ação e corrigir eventuais erros no decurso desta;  Prever os limites de atuação de alguns fatores, tais como a disposição

momentânea dos alunos e outros acontecimentos (por exemplo: as condições climatéricas);

 Ser a intencionalidade da ação docente, isto é, ser o processo mental que liga o pensamento e a ação, permitindo desse modo ligar ou adaptar o programa virtual às características do cenário em que estão presentes;  Facilitar a comunicação e o trabalho de grupo entre professores, pelo

facto do plano ser explícito (aparece escrito);  Permitir a participação dos alunos.

Pese embora tenha apresentado todos estes princípios do planeamento, não os utilizei na sua íntegra. Contudo, permitiram-me perceber o quão é importante planear nesta disciplina. Planear permite uma perceção acerca do que se vai passar na aula, tanto ao nível da organização/escolha das atividades como ao nível da segurança. Após da elaboração do planeamento, é possível constatar se existe continuidade dos exercícios estipulados e se vão de encontro aos objetivos estipulados previamente, ou seja, se não existe muitas paragens na aula, quer para arrumar o material quer para explicar ou até mesmo a disposição da turma.

(52)

32

Relacionando o planeamento com a caracterização inicial da turma, depara-se com uma ligação intrínseca entre estes dois conceitos. Ou seja, para que um planeamento seja eficaz temos de conhecer a realidade dos alunos com que nos deparamos nas nossas aulas. Assim, esta caracterização inicial permite ao professor de EF conhecer os seus interesses, historial médico e académico, hábitos alimentares e desportivos, entre outros. Estes aspetos são de extrema importância para sabermos lidar com os nossos discentes da forma mais correta, mas também para efetuar um planeamento ajustado à realidade da turma. Posso, então, afirmar que esta caracterização foi uma “peça” fulcral para o êxito obtido com os meus alunos. Contudo, importa salientar o papel do Diretor de Turma que providenciava nas reuniões de Conselho de Turma informações desconhecidas para muitos dos professores, como o ambiente familiar e socioeconómico em que os alunos estavam envolvidos.

Desta forma, foram mencionados aspetos de aproveitamento e comportamento da turma em global e de cada aluno individualmente, o que é extremamente importante para que os professores tenham uma pequena ideia sobre a turma, bem como dos alunos que certamente perturbarão mais as aulas, podendo assim adotar já de início estratégias para poder ter um melhor controlo sobre a turma. Em específico foram mencionados alunos que ficaram retidos em anos anteriores, com faltas disciplinares, com NEE (Necessidades Educativas Especiais), com doenças relevantes e por fim que necessitam de acompanhamento pedagógico/psicológico.

(Reflexão sobre a 1ª Reunião de Conselho de Turma do 9ºA)

De uma forma conclusiva, pode-se afirmar que se um professor deseja ser eficaz no seu trabalho deve planear e com antecedência, pois se houver algum aspeto a ser melhorado, o docente ser capaz de analisá-lo para que a sua aula seja mais proveitosa tanto para ele, mas fundamentalmente, como para os seus discentes.

4.1.3.1. Modelo de Estruturas de Conhecimento

Na organização e gestão do ensino e da aprendizagem foi utilizado o Modelo de Estruturas de Conhecimento (MEC) proposto por Vickers (1990), o qual tem como principal finalidade ajudar na planificação por parte do professor de EF acerca daquilo que irá encontrar ao longo do ensino de uma modalidade

(53)

33

aos seus alunos. Assim, este modelo é importante para analisar, decidir e aplicar os conhecimentos, tendo em conta o contexto no qual o professor se encontra inserido. Portanto, a realização deste instrumento deve ser feita de uma forma bastante cuidadosa e metódica.

Para seguir toda uma lógica de progressão, o MEC apresenta-se como um documento que requer uma conexão entre a planificação e metodologia de ensino à matéria a lecionar, pelo que é um instrumento passível de ser alterado, conforme a imprevisibilidade que o professor irá encontrar no terreno.

O MEC está dividido em 8 módulos que servem como uma estratégia ao professor para melhorar a eficácia do seu ensino, sendo portanto necessária toda uma organização que sustente a aplicação no terreno:

 Módulo 1 (Estrutura do Conhecimento) – diz respeito às categorias transdisciplinares do conhecimento: habilidades motoras, fisiologia do treino e condição física, cultura desportiva e conceitos psicossociais;  Do Módulo 2 ao 8 está inserido o conhecimento processual, isto é, todo o

procedimento que se realiza desde a análise do contexto à aplicação prática nas aulas:

 Módulo 2 – Análise das Condições de

Aprendizagem/Envolvimento;  Módulo 3 – Análise dos Alunos;

 Módulo 4 – Determinação da Extensão e Sequência dos

Conteúdos;

 Módulo 5 – Definição dos Objetivos;  Módulo 6 – Configuração da Avaliação;

 Módulo 7 – Desenho das Atividades de

Aprendizagem/Progressões;

 Módulo 8 – Aplicação (Unidades Didáticas, Planos de aula, Planeamento Anual).

Estes 8 módulos são desencadeados por 3 fases: Análise, Decisões e Aplicação.

Na fase da Análise, tem-se em consideração todo o tipo de conteúdo programático a ser abordado durante o ano letivo, para isso é dada especial atenção ao material, condições de segurança, nível dos alunos, no fundo a todo

(54)

34

o contexto em que o docente se insere de modo a conseguir tomar a decisão mais acertada.

A fase de Decisão implica definir uma sequencialidade lógica da matéria que vai lecionar, tendo em conta o que foi analisado anteriormente (módulos 1, 2 e 3) é importante e indispensável decidir eficazmente, definindo objetivos, revelando as melhores formas de avaliação e criando progressões que se ajustem ao nível dos alunos para a modalidade específica.

A fase de Aplicação refere-se às unidades didáticas (UD), planos de aula e planeamento anual. Estes podem estar sujeitos a alterações, pois a evolução dos alunos nem sempre corresponde ao esperado, poderá ser demasiado positiva ou negativa, pelo que terá de existir da parte do professor uma capacidade para prever possíveis imprevistos durante o ano letivo.

Resumindo, este modelo é fundamental para o desenvolvimento profissional, pois para além de abranger muitas das funções do professor, serve também como um guia de ensino.

4.1.3.2. Planeamento Anual

O plano anual é o primeiro nível de planeamento “que procura situar e concretizar o programa de ensino no local e nas pessoas envolvidas” (Bento, 1998, p. 59).

No início do ano letivo realizei uma caracterização da turma, tal como foi referido anteriormente, e consultei o programa nacional de EF com o intuito de puder constatar os conteúdos que poderiam ser abordados neste ano letivo. Consequentemente, permitiu-me efetuar o planeamento anual, que possibilitou delinear um plano global acerca da minha intervenção educativa enquanto docente. Ou seja, selecionei o número de aulas para as modalidades a abordar, obedecendo a um roulement das instalações desportivas, já definido em anos anteriores pelo grupo de EF da escola. Defini os objetivos a serem concretizados, fundamentalmente, pelos alunos ao nível das capacidades, das habilidades, dos conhecimentos e das atitudes. Por último, analisei o número efetivo de horas disponíveis para a disciplina de EF durante todo o ano escolar e procedi à marcação de todas as atividades escolares que integram o Plano Anual de Atividades (feriados, visitas de estudo e eventos).

(55)

35

Este planeamento anual é um documento que permite ao professor ter uma visão global acerca de todo o processo de ensino-aprendizagem. Contudo, um bom professor não tem que seguir rigorosamente este plano, mas sim adaptá-lo às circunstâncias surgidas, como por exemplo, a evolução positiva ou negativa dos alunos, levando à necessidade de ajustar aquilo que tinha sido previamente definido.

De referir que a planificação das modalidades a abordar foi a seguinte:  1º Período: atletismo e andebol;

 2º Período: ginástica (acrobática e solo) e basquetebol;  3º Período: voleibol.

A opção das matérias resultou da intenção que os alunos vivenciassem tanto desportos individuais como coletivos, quer a nível de diferenciação das exigências motoras de cada, quer a nível dos valores intrínsecos de cada prática. As matérias foram distribuídas de forma semelhante entre períodos, ou seja, alternando sempre entre desportos individuais e coletivos, à exceção do 3º período em que o tempo foi escasso e como tal foi apenas abordada uma modalidade coletiva, que permite desenvolver o espírito de equipa dos alunos e também o facto de a questão da motivação ser bastante importante.

4.1.3.3. Planeamento da Unidade Didática

De acordo com Bento (1998), as UD’s são partes fundamentais do programa de uma disciplina, na medida em que apresentam quer aos professores quer aos alunos, etapas claras e bem distintas de ensino e aprendizagem. Segundo este autor, é nesta fase que decorre a maior parte do planeamento e da docência do professor, e é aqui que deve ser explorada a sua criatividade.

Sempre fui da opinião que o planeamento de uma UD não se deve centrar única e exclusivamente nos conteúdos a ser lecionados para uma determinada modalidade, mas também em desenvolver a personalidade de cada aluno. Assim, uma das tarefas a que me propus foi adaptar as atividades aplicadas nas aulas ao escalão etário, bem como às características motoras da turma, isto porque nem todos se encontravam no mesmo patamar de aprendizagem motora.

Referências

Documentos relacionados

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

62 daquele instrumento internacional”, verifica-se que não restam dúvidas quanto à vinculação do Estado Brasileiro à jurisdição da Corte Interamericana, no que diz respeito a

O teste de patogenicidade cruzada possibilitou observar que os isolados oriundos de Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Manaquiri e Iranduba apresentaram alta variabilidade

Presidente--- Para Deliberação:Aprovado por maioria com a abstenção do Vereador António Moreira.--- Remeter à Assembleia Municipal para apreciação e votação.--- Ponto 4

Excluindo as operações de Santos, os demais terminais da Ultracargo apresentaram EBITDA de R$ 15 milhões, redução de 30% e 40% em relação ao 4T14 e ao 3T15,

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Esta pesquisa discorre de uma situação pontual recorrente de um processo produtivo, onde se verifica as técnicas padronizadas e estudo dos indicadores em uma observação sistêmica