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ABORDAGEM INTEGRADA DA NORMA REGULAMENTADORA (NR-36) NA PRÁTICAS DE CONTROLE DE QUALIDADE EM FRIGORÍFICOS

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Academic year: 2021

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ABORDAGEM INTEGRADA DA NORMA REGULAMENTADORA

(NR-36) NA PRÁTICAS DE CONTROLE DE QUALIDADE EM

FRIGORÍFICOS

Isabela de A. A. Fernades1, Raquel G. Gomes1, Edwin V. C. Galdamez1 1 Universidade Estadual de Maringá (UEM)

isabelaandrade_af@hotmail.com; rgutti02@bol.com.br; evcgaldamez@uem.br Resumo: As empresas de abate e processamento de carnes e derivados, vem tornando-se estratégicas para o desenvolvimento econômico-industrial, inovação de máquinas e equipamentos e incorporação na economia mundial. Entre as principais demandas das indústrias está a necessidade de realizar estudos e pesquisas sobre práticas que promovam a segurança e saúde do trabalhador. O objetivo do trabalho foi desenvolver uma abordagem integrada da Norma Regulamentadora 36 e Práticas de Controle de Qualidade em frigoríficos, aplicando duas abordagens científicas como a Revisão Sistemática e a Pesquisa Google. Os resultados obtidos foram a partir da sistematização do processo de implantação dos conceitos e práticas de qualidade, fundamental para garantir a importância dos conceitos e redução das resistências organizacionais relacionadas com o cumprimento da legislação pertinente de Saúde e Segurança do Trabalho. Nesse sentido, conclui-se que o trabalho cumpriu o objetivo quando abordado os requisitos mínimos para implantação da Norma Regulamentadora de segurança no trabalho (NR 36) em empresas de processamento de carnes (frigoríficos), bem como indicadores que facilitem o controle da Saúde e Segurança Trabalho.

Palavras-Chave: Segurança e Saúde do Trabalho; Frigoríficos; Sistematização do processo.

1. Introdução

No Brasil, o setor de agronegócios, especificamente, as empresas de abate e processamento de carnes e derivados, vem tornando-se estratégicas para o desenvolvimento econômico-industrial, inovação de máquinas e equipamentos e incorporação na economia mundial (OJIMA E ROCHA, 2005). Entre as principais demandas das indústrias está a necessidade de realizar estudos e pesquisas sobre

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práticas que promovam a segurança e saúde do trabalhador, a eficiência energética e a melhoria contínua das operações industriais de uma forma integrada.

No contexto industrial observa-se que uma das principais barreiras é a implantação da NR 36 (Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados), visto que requer um projeto de mudança organizacional e novo modelo de gestão, necessitando de demanda em intervenções individuais e/ou ações coletivas que reduzam a exposição aos riscos e garantam integridade do trabalhador (CERIGUELLI, 2013).

A NR 36 foi desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e passou a vigorar desde 18 de abril de 2013, é considerada como uma das principais iniciativas para garantir a segurança e saúde do trabalho em plantas frigoríficas (NR 36, 2015). A norma de segurança estabelece os requisitos mínimos para as atividades desenvolvidas na indústria, garantindo permanentemente a segurança, a saúde e a qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas demais NR’s como, por exemplo, NR 5, 6, 7, 9, 10, 12, 15, 17 e 35 (PINHEIRO, 2013).

Dessa forma, o objetivo do estudo foi propor uma abordagem para implantação dos requisitos mínimos de segurança no trabalho (NR 36) em empresas de processamento de carnes (frigoríficos) e práticas de controle da qualidade industrial, por meio dos resultados obtidos da pesquisa de campo e assim validar e caracterizar o processo de implantação da NR 36 – Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados.

2. Metodologia

Na primeira fase do estudo foi aplicado o método de Pesquisa Bibliográfica, referente à fundamentação teórica sobre Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e ISO 18001, Controle de Qualidade Industrial e a ISO 9001 (Sistema de Gestão Integrada). Para tanto foi realizada uma Revisão Sistemática a fim de sistematizar a bibliografia utilizada como referência para a construção da base teórica que desenvolvimento do estudo. O processo de revisão sistemática envolveu as fases de planejamento, execução e documentação dos resultados. No planejamento foi identificada a necessidade de uma revisão sistemática e desenvolvido um protocolo

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de pesquisa. Durante a execução foram identificados e selecionados trabalhos científicos como base de dados (Base Científica).

Em paralelo elaborou-se uma planilha de banco de dados de todos os frigoríficos dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais. Em seguida foi desenvolvido um instrumento de coleta de dados utilizado durante a pesquisa de campo (Formulário Google). Para elaboração do questionário foi utilizado como o base o modelo de sistema de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho (SST), OSHAS 18001 (2007) e ISO 9001 o qual fundamenta-se na melhoria continua por meio das políticas de SST, planejamento, implementação, operação, verificação e ação corretiva e finalizando com revisão do sistema de gestão. E por fim, o desenvolvimento da proposta utilizou-se a integração dos resultados, a NR-36 e o sistema OSHAS 18001.

3. Resultados e Discussão

Na pesquisa de campo, dos 687 estabelecimentos frigoríficos distribuídos nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais, foi possível localizar 258, dos quais 100 são de São Paulo, 47 do Paraná, 47 do Rio Grande do Sul, 32 de Santa Catarina e 32 de Minas Gerais. No entanto, muitos dos frigoríficos dispõem filiais em diversas cidades desses estados, as quais possuem a mesma gestão de segurança do trabalho, reduzindo o número de respostas para 114. O questionário era composto por 14 questões, as quais as três primeiras era relacionada ao porte da empresa, área de atuação e tipo de carne animal em que atuavam, respectivamente, as demais questões eram direcionadas ao Sistema de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho. Após um mês e meio de disponibilidade para respostas na plataforma de questionários Google, foram obtidas 53 respostas (Figura 1).

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Figura 1 – Respostas obtidas na pesquisa Google (Fonte: FERNANDES, 2016)

Com base no questionário aplicado as empresas têm-se que é importante definir os profissionais responsáveis pela segurança e saúde do trabalho, uma vez que existem funções e autoridades para garantir que o sistema de gestão da SST seja estabelecido, implementado e mantido em conformidade com os requisitos da Norma de Segurança no Trabalho; com isso assegurar que os relatórios relacionados ao desempenho do sistema de gestão da SST são analisados pelos superiores da empresa para análise e empregados como base para a melhoria do sistema de gestão da SST. Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), que atuam nas atividades dos profissionais integrantes do mesmo são essencialmente prevecionistas, O SESMT compõe Técnico de Segurança, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Ergonomista. De todos os entrevistados apenas 26,4% possuem todos os profissionais em uma equipe SESMT, equipe a qual é essencial para a promoção da segurança nos estabelecimentos frigoríficos e que atuam em consonância com a CIPA.

Para que a segurança do trabalho seja de fato eficiente é necessário que ela tenha uma independência em sua atuação, possuindo sua própria ligação ao organograma da empresa, porém denota –se que ainda 62,3% das industrias tem o setor de segurança do trabalho vinculada ao Recursos Humanos no organograma, e

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apenas 20% a Diretoria Produtiva e 17% a Diretoria Administrativa, o que muitas vezes reflete na falta de ações preventivas por parte da gestão de segurança do trabalho. Nesse sentido, cada área do organograma possui seu papel fundamental na execução da Gestão de Segurança do Trabalho, de acordo com a intensidade (grau de importância), as que possuem alta intensidade na gestão de segurança do trabalho são os técnicos de segurança do trabalho, engenharia de segurança do trabalho, atuando na ergonomia e medicina do trabalho, seguidos do que possuem média intensidade como o setor de recursos humanos, compras, manutenção e financeiro. Os que possuem média intensidade atuam como suporte para que a segurança seja efetiva, isto é, recrutamento de colaboradores, promoção de treinamentos, compras de equipamentos, autorização e realização de manutenção, entre outros.

Não menos importante tem-se que uma ação fundamental para segurança é a comunicação, principalmente a comunicação interna entre os vários níveis e funções da organização para avaliação de riscos e planos de ações. Assim, espera-se como prática organizacional para o Planejamento, análise, revisão e gerenciamento de riscos a utilização de reuniões, seja reuniões do SESMT, do CIPA, dos técnicos de segurança e de gerenciamento de segurança do trabalho.

O gerenciamento de EPI deve ser empregado na Gestão de Segurança do trabalho, de modo a proteger os colaboradores contra os possíveis riscos dos locais de trabalho e, ao mesmo tempo, deve dar proteção contra as condições de trabalho incômodas e desagradáveis, sendo necessária a verificação da utilização dos mesmos pelos colaboradores, para avaliar seu uso e no caso da não utilização pelos colaboradores, é necessário aplicar uma ação corretiva muitas vezes na forma de advertências para que não torne-se hábito a despreocupação com o EPI.

Em paralelo, a inspeção constitui-se na análise cuidadosa de suas ferramentas e equipamentos de trabalho, com o propósito de constatar e identificar riscos que poderão transformar-se em causas de acidentes do trabalho e também com o objetivo prático de tomar ou propor medidas que impeçam a ação desses riscos. A inspeção antevê os possíveis acidentes, e quando repetidas, alcançam resultados como favorecimento da formação e o fortalecimento da essência prevencionista que os colaboradores precisam possuir, dessa forma, é essencial o gerenciamento de inspeção em todos os setores produtivos, seja o inspecionamento

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de extintores, máquinas, lâmpadas de emergência, bombas de hidrante, trava-quedas, inspeção comportamental e outros. No entanto, ainda há empresas que não possuem gerenciamento de inspeção.

Percebe-se também a importância do treinamento como uma função de apoio aos setores da organização, sua essência não está mais somente para a preparação técnica, mas também para o desenvolvimento de competências comportamentais que auxiliem as pessoas a desenvolverem suas atividades da forma mais eficaz possível, trazendo com isso, um crescimento para o colaborador, que adquire novos conhecimentos e desenvolve suas habilidades e para a empresa, que alcança o sucesso com uma força de trabalho mais segura e confiante, podendo desenvolver-se de forma mais competitiva e destacada no mercado. O treinamento pode envolver líderes, terceiros, novos colaboradores e principalmente operadores de máquinas, demonstrando ações preventivas como treinamento de brigada de incêndios, direção defensiva, evacuação de emergência e de plano de segurança obrigatório. Porém ainda existe uma parcela de frigoríficos (5,7%), que ainda não possuem gerenciamento de treinamentos.

O gerenciamento das medições tem como objetivo avaliar o ambiente de trabalho, procurando promover a qualidade ambiental para os trabalhadores seja avaliação da iluminância, ruído ocupacional, ambiente térmico, qualidade do ar, dentre outros. Para isso, é importante cadastrar as medições para ter um parâmetro evolutivo ou para evidenciar as que necessitam de uma maior preocupação. Para essa etapa é importante a implantação do Programa de Prevenção de Piscos Ambientais (PPRA), assim como planos de ações e ações corretivas para medições não conformes.

A Ergonomia, ou também conhecida como Fatores Humanos está relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. Tem-se importância a implantação da ergonomia para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, controle de pausas, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.

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Por fim, o gerenciamento da segurança consiste em praticar métodos que auxiliem na prevenção de acidentes como promoção de campanhas de segurança e saúde do trabalho, inspeção, manutenção, plano de ação, programas de gerenciamento de riscos, reuniões e treinamentos. Exemplos de medidas de verificação e análise para a Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho podem ser documentos relacionados aos acidentes típicos ou de trajetos; auditoria comportamental; boletim de ocorrência; causas de acidentes; gastos com EPI; Incidente; porcentagem de ações aplicadas pelo PPRA; quase acidente; registro CAT; relatórios e treinamentos.

A partir dos resultados adquiridos pelo questionários foi elaborado um painel de indicadores (Figura 2) para indicar os pontos a serem melhorados no controle da Saúde e Segurança do Trabalho por meio dos gerenciamentos e assim atuar na prevenção de riscos de acidentes. Para isso, estabeleceu-se indicadores, processos, métricas e periodicidades para direcionar os responsáveis por monitorar, no entanto, as metas colocadas como exemplos são metas que a alta gestão e os processos vinculados aos indicadores devem estabelecer em conjunto.

Figura 2 – Indicador de Gerenciamento de EPI (Fonte: FERNANDES, 2016)

A aplicação do painel de controle pode permitir uma percepção do desempenho futuro através da coleta de dados relevantes e pertinentes, permitindo uma projeção de cenários baseados em atividades passadas, bem como a explanação de estratégias em medidas, metas e iniciativas para empresa.

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4. Considerações finais

Sabe-se que as organizações devem determinar, documentar, implementar, manter e melhorar continuamente um Sistema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho (GSST). Porém, ainda hoje existem organizações que não possuem todos os gerenciamentos necessários para sua efetividade, falhando não somente na divisão dos papéis da gestão, mas também em medidas de verificação e análise da mesma. Logo, conclui-se que o trabalho cumpriu seu objetivo ao propor uma abordagem para implantação dos requisitos mínimos de segurança no trabalho (NR 36) em empresas de processamento de carnes (frigoríficos), bem como indicadores que facilitem o controle da SST.

5. Referências

CERIGUELI, M. J. Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho em empresas de

Abate e Processamento de Carnes e Derivados. Editora LTR. São Paulo. 2013.

FERNANDES, I. A. A. Uma abordagem Integrada da Norma Regulamentadora (NR-36) e Práticas de

Controle de Qualidade em Frigoríficos. Relatório Final. PIBIC/CNPq-FA-UEM. Orientador: Edwin Vladimir Cardoza Galdamez. 2016, 64p.

NR 36 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE ABATE E

PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS. Normas Regulamentadoras. Ministério do

Trabalho e Emprego (MTE). 2013. Disponível em:

<http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3DCADFC3013E237DCD6635C2/NR-36%20(atualizada%202013).pdf> Acesso em: 01 Março 2016.

PINHEIRO, M. A nova norma regulamentadora NR 36. Disponível

em:<http://www.sistemaambiente.net/monica_pinheiro/monica_pinheiro_a_nova_norma_regulamenta dora_nr_36.htm>. Acesso em: 01 Março 2016.

OJIMA, A. L. R. O.; ROCHA, P.. Desempenho logístico e inserção econômica do agronegócio da

soja: as transformações no escoamento da safra In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 43., 2005. Ribeirão Preto. Anais...., Ribeirão Preto, 2005.

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