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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRÍ CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DO TRAIRÍ

CURSO DE GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA

JÁDILLA NATUANA DOS SANTOS ALVES

O DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO ADAPTATIVO EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS

SANTA CRUZ - RN 2017

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JÁDILLA NATUANA DOS SANTOS ALVES

O DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO ADAPTATIVO EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS

Artigo Científico apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia

Orientador:

Professor Dr. Klayton Galante de Souza

SANTA CRUZ - RN 2017

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JÁDILLA NATUANA DOS SANTOS ALVES

O DESENVOLVIMENTO DO COMPORTAMENTO ADAPTATIVO EM CRIANÇAS COM MICROCEFALIA POR ZIKA VÍRUS

Artigo Científico apresentado a Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovado em: _______ de _______________de 2017.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________ Nota:________ Prof. - Dr. Klayton Galante de Souza

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

________________________________________ Nota:_________ Especialista - Gentil Gomes da Fonseca Filho

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

_________________________________________ Nota_________ Prof. – Thaissa Hamana de Macedo Dantas

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, meu irmão e meu esposo, por todo o incentivo para que esse grande sonho se tornasse realidade. Vocês são meu porto seguro!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, ao meu Grandioso Deus, que me amparou nos momentos difíceis e me deu pessoas verdadeiras para estarem comigo na conclusão desse

grande sonho.

Agradeço aos meus pais, que fizeram do seu suor, o meu sonho realidade. Ao meu irmão e sobrinha, que mesmo com seu jeito diferente de amar, estiveram

comigo em todos os momentos.

Ao meu amado esposo, esse pelo qual estou conquistando esse sonho que não é só meu, e irei fazer de tudo para honrar nosso sonho de ser Fisioterapeuta. A minha avó Maria, que infelizmente não está presente de corpo, mas sei que está

muito feliz por tudo que vem acontecendo em minha vida.

A você, Deyse Cassiano, que me ajudou, se dedicou e esteve presente em todos os momentos de dificuldades e felicidades que a Universidade me proporcionou.

Aos meus sogros e cunhado, família que Deus escolheu a dedos para me presentear.

Meu orientador, Klayton Galante, por ter me feito perceber que são nas dificuldades que precisamos ser mais fortes e chegar ao nosso objetivo. Obrigada por tudo! A minha banca examinadora, Gentil Fonseca e Thaissa Hamana, por toda ajuda

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“Quando se sabe o que quer e se luta por isso, tudo se torna questão de tempo!”

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 9 MATERIAIS E MÉTODOS 11 DISCUSSÃO 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS 20 REFERÊNCIAS 23 APÊNDICES 25 ANEXOS 29

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Avaliação do comportamento adaptativo em crianças com Microcefalia por Zika Vírus

Jádilla Natuana dos Santos Alves Klayton Galante de Souza

RESUMO

Objetivo: Avaliar o desenvolvimento do Comportamento Adaptativo de crianças com

Microcefalia por Zika Vírus. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, analítico, desenvolvido a partir da análise dos dados antropométricos do nascimento, reavaliados no dia da avaliação, e aplicação da Comportamento Adaptativo, pela Escala de Bayley III para avaliação do desenvolvimento infantil. A amostragem foi composta por 8 crianças com diagnóstico confirmado de microcefalia por Zika Vírus da 5ª região de saúde do Rio Grande do Norte, das quais 6 são do sexo feminino e 2 do sexo masculino. Resultados: Observou-se que todas as crianças da amostra apresentam atraso no desenvolvimento do Comportamento Adaptativo, devido terem ficado abaixo da média esperada para a idade. De acordo com a análise comparativa dos dados da amostragem com o Cartão de Saúde da Criança (P50), as crianças de ambos os sexos também estão com algumas das variáveis do peso, estatura e perímetro cefálico abaixo da média esperada. Considerações finais: Tendo em vista as alterações observadas no presente estudo, observa-se a necessidade de maior capacitação de profissionais da saúde que atuam nos diversos atrasos que crianças com esse diagnóstico podem desenvolver, para assim, obter melhores resultados.

Palavras-chave: Microcefalia. Zika Vírus. Desenvolvimento Infantil. Perímetro

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INTRODUÇÃO

A microcefalia congênita é vista como o desenvolvimento anormal do cérebro que pode resultar em danos neuropsicomotores em recém-nascidos, sendo uma consequência da redução do perímetro cefálico (≥ 2). Entre suas causas, estão infecções congênitas, anormalidades cromossômicas e exposição a álcool e drogas durante o período intraútero. Além destas, as fusões prematuras dos ossos cranianos também podem levar ao desenvolvimento da microcefalia1,2.

As consequências dependem da gravidade das anormalidades cerebrais instaladas que podem variar de leves a graves atrasos no desenvolvimento, podendo incluir até mesmo quadro de paralisia cerebral. Experimentos recentes demonstraram que em crianças com microcefalia são encontradas malformações corticais, redução no número de células e da espessura da camada cortical, desenvolvendo atrasos no crescimento, restrição intrauterina, menor comprimento e altura do crânio e diâmetro biparietal. Em decorrência disso, as crianças acometidas podem apresentar disfunções de habilidades motoras grossas, observados no déficit no controle cervical, na sedestação, na deambulação, e em alterações na motricidade fina, como manipulação de objetos com a pinça dos dedos1,3,4.

No ano de 2015 foi identificado um surto do Zika vírus (ZIKV), arbovirose transmitida pelo vetor Aedes aegipyt, apresentando sintomas semelhantes à dengue. Coincidentemente, em setembro do mesmo ano, foi identificado um aumento considerável no número de casos confirmados de microcefalia por infecções congênitas no Nordeste brasileiro. Estudos realizados para investigação de possível relação apontou a identificação da presença do RNA viral no líquido amniótico. Em estudo posterior, realizado com 35 recém-nascidos com microcefalia, entre agosto e outubro de 2015, revelou que as mães de todas as crianças viveram ou visitaram áreas afetadas pelo ZIKV durante a gestação1,5.

No último Boletim Epidemiológico publicado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte em agosto de 2017, foram notificados 512 casos suspeitos de microcefalia: quatro foram de nascimentos ocorridos em 2014, 336 são de nascimentos ocorridos em 2015, 151 são de nascimentos ocorridos em 2016, 15 em 2017, e os demais estão entre os abortos e óbitos fetais intra uterinos (OFIU). Os

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casos notificados foram distribuídos em 95 municípios do estado, dos quais 126 estão em investigação, 147 foram confirmados e 239 foram descartados 11.

Para confirmação da microcefalia, é realizada a medição do perímetro cefálico, realizado a partir da região occipital (acima da orelha e sobre a sobrancelha), seguindo tabelas padronizadas contidas na Caderneta da Criança do Ministério da Saúde, onde crianças típicas apresentam circunferência da cabeça 32cm, e crianças com microcefalia apresentam perímetro cefálico 32cm (com redução desvios padrões). Caso haja redução do perímetro cefálico, são realizados exames de imagem para confirmação ou exclusão da suspeita6,7.

O desenvolvimento do comportamento adaptativo, que pode estar afetado em crianças ou adultos com atraso no desenvolvimento, tem obtido um importante papel no estudo de pessoas com diagnósticos que desenvolvam distúrbios relacionados. Definição mais recente dos distúrbios de aprendizagem inclui inteligência prática e conceitual, assim como dificuldades nas interações sociais. O termo habilidades sociais refere-se à existência de diferentes classes de comportamentos sociais no repertório do indivíduo para lidar de maneira adequada com as demandas das situações interpessoais2,8.

O Comportamento Adaptativo constitui os comportamentos, pensamentos e emoções promotores das suas adaptações no contexto da vida. Faz-se presente nos fatores psicológicos e ambientais, a fim de desenvolver estratégias que levem a sua satisfação decorrente das mudanças do meio em que vive9.

Em meio ao grande número de casos confirmados de microcefalia por ZIKV no Nordeste brasileiro e conhecendo os demais comprometimentos que crianças com esse diagnóstico podem desenvolver, viu-se a necessidade de analisar os principais déficits no desenvolvimento do comportamento adaptativo, utilizando a escala de Bayley III, para que profissionais da saúde, mais especificamente os fisioterapeutas que atuam diretamente com esses possíveis atrasos de desenvolvimento, possam ampliar seus conhecimentos na área e desenvolver melhores estratégias de atuação.

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O estado do Rio Grande do Norte é composto por 167 municípios que se encontram organizados em 8 regionais de saúde. Na 5ª Região de Saúde, foram confirmados 9 casos de microcefalia por ZIKV distribuídos por 7 municípios (Bom Jesus, Jaçanã, Japi, Santa Cruz, Santa Maria, São José do Campestre e Tangará) , que representam 33,3% dos municípios que compõem a região de saúde11.

Tendo em vista a representatividade dos casos de microcefalia nos municípios da 5ª Região de Saúde, o presente estudo mostra-se válido dada a necessidade dos profissionais de saúde estarem cientes dos impactos no desenvolvimento infantil que a alteração provoca nos indivíduos acometidos.

O objetivo do presente estudo foi avaliar o desenvolvimento adaptativo de crianças com diagnóstico confirmado de microcefalia por ZIKV na 5ª Região de Saúde e fornecer informações que possam auxiliar no manejo de condutas propostas de forma adequada para essas crianças.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal, observacional, analítico. Os critérios de inclusão foram: crianças com diagnóstico confirmado de microcefalia por ZIKV, residentes da 5ª região de Saúde do RN, com idade entre 12 a 24 meses. Os critérios de exclusão foram: crianças com diagnóstico de ZIKV sem causa de infecção congênita, crianças que não residem mais na 5ª região de saúde.

FIGURA 1 - Fluxograma referente aos casos confirmados de microcefalia por ZIKV no Brasil,

Nordeste, Rio Grande do Norte e 5ª URSAP (Unidade Regional de Saúde Pública), enfatizando a amostra final do estudo e os casos excluídos.

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Fonte: Boletim Epidemiológico da semana 28/2017 para os dados do Brasil e do Nordeste, e o Boletim Epidemiológico do mês 08/2017 para o RN e 5ª URSAP.

Este estudo levou em consideração os critérios éticos da Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisa (CEP) FACISA com Parecer: 2.283.193, e anuência pela 5ª URSAP RN, pelo HUAB, pela Secretarias Municipais de Saúde e Jaçanã, Japi, Santa Cruz, São José do Campestre, Serra de São Bento e Tangará assim como assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).

Os instrumentos utilizados para obtenção dos dados foram: questionário socioeconômico, dados da Caderneta da Criança e os dados antropométricos (perímetro cefálico, peso e estatura) e a avaliação do comportamento adaptativo pela Escala de Bayley III.

A Escala de Bayley III foi criada com intuito de avaliar o desenvolvimento infantil no seu estado particular, sendo aplicada nas mais diversas anormalidades a fim de identificar os graus de acometimento de crianças com prováveis atrasos no desenvolvimento. Ao ser aplicada, está subdividida em cinco domínios: Cognição, Linguagem, Motor (grosso e fino), Social-emocional e Comportamento adaptativo. Os três primeiros domínios são observados com a criança em situação de teste e os

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dois últimos são observados por meio de questionários preenchidos pelos pais ou cuidadores10,11.

O Ministério da Saúde implantou a Caderneta de Saúde da Criança (CSC) em 2005 para substituir o Cartão da Criança, e reúne o registro dos mais importantes eventos relacionados à saúde infantil, como os indicadores do crescimento e desenvolvimento12.

Inicialmente foi realizado uma capacitação com profissional apto a aplicar a Escala de Bayley III com os pesquisadores. O recrutamento das crianças, foi através do contato do pesquisador com o responsável pela criança por telefone para explicar o propósito do estudo e colher a assinatura do Termo de Coleta Livre e Esclarecido (TCLE) e Autorização do Termo de Imagem. Após o consentimento dos responsáveis, foi realizado um agendamento para a avaliação na Clínica Escola de Fisioterapia da FACISA, ou em suas residências, de acordo com a preferência dos responsáveis. O pesquisador proporcionou um ambiente calmo, seguro e tranquilo para realização da avaliação e filmagens da mesma.

Para a avaliação segura e adequada, a criança deveria apresentar bom estado geral, bem como estar ausente de doenças que poderiam comprometer a segurança e a confiabilidade da avaliação. Na vigência dessas alterações, a avaliação seria inviabilizada, onde ocorreria o agendamento de uma nova avaliação no mês em curso. O método de avaliação é não invasivo com estimação de 90 minutos para aplicação.

A avaliação iniciou com a aferição das medidas antropométricas, do perímetro cefálico, peso e estatura, seguindo com a coleta das medidas registradas na Caderneta da Criança com os dados do nascimento. Após essas avaliações iniciais, a Escala de Bayley III começou a ser aplicada por 4 examinadores cada um em uma função diferente, sendo alternado as tarefas. O Comportamento Adaptativo é aplicado de forma que o cuidador pontua as habilidades adaptativas que a criança realiza quando necessário.

Os dados foram analisados utilizando-se o programa estatístico SPSS (versão 20.0). Foi realizada estatística descritiva com distribuição de frequência, medidas de tendência central e dispersão. A normalidade de todas as variáveis numéricas foi testada pelo teste Shapiro Wilk. A correlação das variáveis de interesse foi

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observada a partir do teste não paramétrico de Correlação de Spearman e para os paramétricos, o de correlação de Pearson. O nível de significância adotada foi p<0,05, com intervalo de confiança de 95%.

RESULTADOS

A amostra estudada foi composta por oito crianças com idade média de 21,14 meses, sendo 6 do sexo feminino (75%) e 2 do sexo masculino (25%). Houve predominância de crianças com a cor da pele branca (62,5%), com idade gestacional média de 39,84 semanas.

Abaixo serão listados os dados coletados no dia do nascimento pela CSC e os dados coletados no dia da avaliação, mostrando o P50 de acordo com a Caderneta, para a idade em cada uma das avaliações e sexo.

Tabela 1 - Dados clínicos da população amostral, com média e desvio padrão das variáveis avaliadas

do sexo masculino. Variáveis Nascimento Media (DP) P50 média (nasc.) Avaliação Média (DP) P50 média (ava.) Peso (kg) 3,0 (282,843) 3,2 10,1 (862,670) 12,2 Perímetro Cefálico (cm) 31 (1,41) 33 - 36 41 (2,828) 47 - 50,5 Estatura (cm) 47.5 (0,707) 50 80,1 (1,636) 88

Fonte: Caderneta de Saúde da Criança. DP= Desvio padrão, Nasc= nascimento, Ava= avaliação, P50= média alcançada por 50% de uma determinada população. O N foi de 2 do sexo masculino. Os

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dados do nascimento foram colhidos através do CSC, já os outros dados foram avaliados pelos pesquisadores do estudo no momento da avaliação.

A tabela mostra a média do peso, perímetro cefálico e estatura do nascimento das crianças do sexo masculino versus os dados da avaliação, comparando com o gráfico do crescimento da CSC (em anexo), onde o peso atual está um pouco abaixo do ideal, o PC está com redução desde o nascimento até a avaliação, e a estatura estava discretamente abaixo no nascimento e muito abaixo do P50 na avaliação.

A tabela 2 mostra a média do peso, perímetro cefálico e estatura do nascimento das crianças do sexo feminino x os dados da avaliação, comparando com o gráfico do crescimento da CSC. Observa-se que o peso está um pouco abaixo da média na avaliação, o PC estava reduzido no nascimento, porém, na avaliação está dentro do esperado e a estatura apresentou abaixo da média apenas na avaliação.

Tabela 2 - Dados clínicos da população amostral, com média e desvio padrão das variáveis avaliadas

do sexo feminino. Variáveis Nascimento Média (DP) P50(nasc.) Avaliação Média (DP) P50(Ava.) Peso (gramas) 2610.00 (448.161) 3,2 9245.00 (481.721) 11,4 Perímetro Cefálico (cm) 31 (1.581) 33-36 47.00 (4.174) 47-50,5 Estatura (cm) 47 (4.174) 49 78.50 (3.230) 86,5

Fonte: Caderneta de Saúde da Criança. DP= Desvio padrão, Nasc=nascimento, Ava= avaliação, P50= média alcançada por 50% de uma determinada população. O N foi de 6 do sexo feminino. Os dados do nascimento foram colhidos através do CSC, já os outros dados foram avaliados pelos pesquisadores do estudo no momento da avaliação.

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O Comportamento Adaptativo, é definida como a forma que a criança se adapta e se ajusta frente aos estímulos, está relacionada também com as interações interpessoais. Sua importância no desenvolvimento foi observada e inserida na Escala de Bayley III como forma de avaliar suas interações com transtornos do desenvolvimento2,10.

As crianças do estudo apresentaram atraso no desenvolvimento do Comportamento adaptativo avaliado pela Bayley III. Para chegar a essa afirmação, as crianças deveriam atingir a linha da média 7 para ser considerada com o desenvolvimento esperado, porém, nenhuma das 8 crianças conseguiram alcançá-la, como mostra a Figura 2.

Figura 2- Pontuação composta do Comportamento Adaptativo

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DISCUSSÃO

Os dados clínicos da população amostral avaliada no estudo, observamos as comparações entre médias ao nascer consideradas próximas ao ideal (P50) para o sexo masculino, e as encontradas nos sujeitos avaliados na amostra, pela Caderneta da Saúde da Criança.

Quanto ao peso e a estatura ao nascer, é possível observar que os sujeitos estudados apresentaram em média 0,185 kg menos que o P50 médio e 2,5 cm a menos de estatura em relação ao ideal estimado para uma criança saudável do sexo masculino. Em relação ao perímetro cefálico observa-se uma redução entre 2 e 5cm, que significa uma redução em média de 11,7% em relação ao perímetro cefálico médio considerado normal.

Em relação à tabela 2, que traz os dados clínicos da população amostral avaliada no estudo, relativos ao sexo feminino, observamos também as comparações entre as médias ao nascer consideradas próximas ao ideal (P50) e as encontradas nos sujeitos avaliados.

Observa-se que com relação ao peso ao nascer os sujeitos estudados apresentaram em média 0,590 kg menos que o P50 médio, uma redução de 18,4% em relação ao ideal, e 2 cm a menos de estatura em relação ao ideal estimado para uma criança saudável do sexo feminino. Em relação ao perímetro cefálico observa-se uma variação de 2 a 5cm a menos em relação ao ideal, repreobserva-sentando uma redução em torno de 8,8% em relação ao P50.

Apesar de ambos os sexos apresentarem uma média menor de peso ao nascer em comparação com a média ideal P50, não podemos considerar as crianças como baixo peso ao nascer. Tendo em vista que a idade gestacional média dos sujeitos estudados foi de 39,84 semanas, todos são classificados como termo.

O recém-nascido a termo é todo aquele cuja idade gestacional é de 37 a 42 semanas, e o pré-temo, é todo aquele que nasce com menos de 37 semanas. A classificação utilizada sobre peso divide-se em: baixo peso ao nascer (abaixo de

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2.500 gramas), esta categoria é por sua vez dividida em: muito baixo peso ao nascer (menos de 1.500 gramas) e moderado baixo peso ao nascer (de 1.500 a 2.499 gramas)13,14.

Esses dados contradizem o estudo sobre a microcefalia no Brasil em 2016 que aponta que o coeficiente de prevalência de baixo peso (235,1 por 100 mil) foi maior do que no grupo com peso adequado ao nascer15.

Em relação a tabela 1, o que se observa na avaliação atual dos sujeitos do sexo masculino é que o retardo no desenvolvimento persiste. Os sujeitos apresentam em média 2,080 kg a menos em relação ao ideal para a idade avaliada, além de 7,85 cm a menos na estatura média. Quanto ao perímetro cefálico é observado uma variação de 6 a 9,5 cm a menos na média dos sujeitos do sexo masculino em relação ao P50 médio esperado para a avaliação de uma criança saudável.

Da mesma forma, na tabela 2, o que se observa em relação a avaliação atual dos sujeitos do sexo feminino é que, apesar do retardo quanto ao peso e a estatura persistir, o mesmo quase desaparece completamente com relação ao perímetro cefálico.

Quanto ao peso, a tabela apresenta que os sujeitos do sexo feminino avaliados apresentam uma redução de 2,205 Kg em relação ao P50 da avaliação ideal, enquanto que em relação a estatura essa diferença é de 8 cm a menos em relação ao esperado para uma criança saudável do sexo feminino para a mesma idade. Em relação ao perímetro cefálico essa diferença está entre 2 e 5cm para menos em relação ao ideal esperado.

Comportamento adaptativo é o campo comportamental mais complexo e importante do desenvolvimento devido às suas interações com os outros campos. O comportamento adaptativo está relacionado a forma como a criança se adapta e se ajusta às demandas para a ação intencional subjacente à percepção. Envolve a organização das respostas frente aos estímulos, às relações entre objetos, e a decomposição e reintegração das partes do todo de maneira significativa.

Inclui-se como comportamento adaptativo os ajustes sensório-motores que se subordinam às coordenações durante o contato com objetos e situações, como por

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exemplo a coordenação de olhos e mãos para alcançar e manusear objetos; e a capacidade de explorar alternativas para solucionar problemas práticos de maneira a facilitar os processos adaptativos para o ganho funcional do comportamento16.

Na figura 2, temos o gráfico resultante da avaliação do comportamento adaptativo através da Escala de Bayley III. Para ser considerado satisfatório a pontuação deve estar em torno de 70 ou mais. O que observamos nos indivíduos analisados e que nenhum dos sujeitos conseguiu atingir a média mínima para ser considerada satisfatória. As médias dos sujeitos avaliados encontram-se entre 45 a 61, ou seja, de 12,8% a 35,8% a menos que a média esperada, sendo que 37,5% dos sujeitos encontram-se com pontuação abaixo de 50, 50% entre 50 e 60, e apenas 12,5% correspondendo a 61.

Aponta-se na literatura que, o atraso global do desenvolvimento (AGDPM) e o déficit intelectual (DI), estabelecidos como incapacidade precoce, resultam de um funcionamento intelectual subnormal que apresenta origem durante o desenvolvimento em decorrência de inúmeras causas, afetando não apenas nos indivíduos com microcefalia. Os distúrbios do neurodesenvolvimento apresentam prevalência de aproximadamente 3% no mundo ocidental, variando conforme a gravidade17.

O resultado inferior ao esperado como limite normal para a avaliação do comportamento adaptativo não é característico apenas dos indivíduos com microcefalia. Observa-se resultados em um grupo de transtornos do neurodesenvolvimento denominados Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGDs), Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDs) ou transtornos do Espectro do Autismo18.

Evidencia-se também, estudos que indicam anormalidades no padrão de crescimento cerebral de crianças autistas, que assim como na microcefalia, tendem a exibir uma circunferência craniana menor que a média ao nascimento, entretanto entre as idades de um e dois meses e de seis a quatorze meses, os mesmos apresentam crescimento acelerado e excessivo da cabeça17,18.

Aponta-se o fato de que distúrbios do neurodesenvolvimento, com avaliação da capacidade adaptativa abaixo da média esperada para crianças saudáveis, tendem a se constituir em um problema de saúde não resolvido com enorme

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impacto socioeconômico, assim como afetar desenvolvimento do indivíduo afetado e a vida da respectiva família, produzindo para além do alto custo financeiro inerente a problemática, o impacto emocional e social na vida familiar17.

A dependência constante e a longo prazo do sujeito portador, e a necessidade de adaptação da família a uma realidade diferente da imaginada tende a levar aos parente próximos – pais, irmãos ou cuidadores – a um estresse crônico, além de outros fatores, também pela estigmatização social17.

Em um estudo comparativo para analisar a diferença do Comportamento Adaptativo entre crianças pré termo com Paralisia Cerebral (PC), crianças pré termo sem PC, e crianças a termo, observou-se que tanto em crianças pré termo com PC, quanto em crianças pré termo sem PC, os escores foram significativamente menores se comparadas com as crianças a termo, quanto ao Comportamento Adaptativo19..

Percebeu-se, durante a realização da pesquisa, um número reduzido de estudos que possam ser abordados de maneira comparativa entre Comportamento Adaptativo em crianças com microcefalia e crianças acometidas com outros tipos de retardo no neurodesenvolvimento, como os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGDs), Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (TIDs), transtornos do Espectro do Autismo e em especial a Paralisia Cerebral. A quantidade escassa de estudos que utilizaram a Bayley III em crianças com microcefalia assim como sua comparação com outros retardos no neurodesenvolvimento, fazem desse estudo pioneiro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista todas as alterações no desenvolvimento de crianças com microcefalia por ZIKV, observa-se a importância de promover maiores capacitações profissionais para atuarem de forma adequada em cada uma dessas alterações.

No que se diz respeito ao Comportamento Adaptativo, essas crianças mostraram uma evolução inadequada para a idade. Assim, percebe-se a importância dos profissionais da saúde buscarem um conhecimento mais amplo dessas crianças

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para obter evoluções não só no âmbito do desenvolvimento motor, mas sim de uma forma biopsicossocial para ampliar os resultados.

Sugere-se a continuidade desse estudo em outras regiões de saúde do Rio Grande do Norte, para avaliar o desenvolvimento do Comportamento Adaptativo em crianças com diagnóstico confirmado de microcefalia por ZIKV, em comparação ao desenvolvimento de indivíduos com microcefalia ocasionadas por outras causas, já que esse acometimento tornou-se mais frequente não só na 5ª região de saúde, mas sim em todo o Rio Grande do Norte.

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ABSTRACT

Objective: To evaluate the development of Adaptive Behavior of children with

Microcephaly by Zika Víruse. Methodology: This is a cross-sectional, analytical study, developed from the analysis of anthropometric data of the birth, reassessed without evaluation, and application of Adaptive Behavior, by the Bayley III Scale to assess child development. Sampling was composed of 8 children with confirmed diagnosis of microcephalus by Zika Virus of the 5th health region of Rio Grande do Norte, where 6 are female and 2 male. Results: It was observed that all children in the test were sent for delay in the development of Adaptive Behavior, due to being below the expected average for the age. According to a comparative analysis of the sample data with the Child Health Card (P50), as children of both sexes also have the best variables of weight, height and cephalic perimeter below the expected average. Final considerations: Considering the association observed in the present study, it is observed the need for a greater capacity of health professionals who act on the various delays that children with this diagnosis can develop, in order to obtain better results.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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REGRAS PARA FORMATAÇÃO DO ARTIGO, SEGUNDO AS NORMAS DA REVISTA

Referências

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