Solu¸
c˜
ao anal´ıtica com baixa regularidade do sistema que
governa o escoamento misc´ıvel em meios porosos
Ana Maria Bertone, C´esar G. de Almeida,
Faculdade de Matem´atica, Universidade Federal de Uberlˆandia, 3840-902, Uberlˆandia, MG
E-mail: anamaria@famat.ufu.br, cesargui@ufu.br.
Resumo: O modelo padr˜ao de deslocamento de dois fluidos misc´ıveis e incompress´ıveis ´e cons-titu´ıdo por duas equa¸c˜oes diferenciais parciais acopladas que resultam em um sistema n˜ao line-ar: uma equa¸c˜ao el´ıptica de segunda ordem para a press˜ao ´e acoplada a uma equa¸c˜ao de con-vec¸c˜ao-difus˜ao, dominada pela parte convectiva, para a concentra¸c˜ao de um dos fluidos. Em [2] mostramos a existˆencia e unicidade da solu¸c˜ao anal´ıtica para o problema do Tra¸cador Passivo. Neste caso, a equa¸c˜ao de convec¸c˜ao-difus˜ao ´e desacoplada da equa¸c˜ao el´ıptica. Usando este resultado mostramos a existˆencia de solu¸c˜ao para o sistema n˜ao-linear.
Palavras-chave: Escoamento misc´ıvel, meios porosos, sistemas el´ıpticos-parabolicos, condi¸c˜oes mistas de fronteira.
1
Introdu¸
c˜
ao
Considere um dom´ınio limitado Ω ⊂ R2 e um intervalo de tempo J = [0, T ], T > 0. O modelo para o deslocamento misc´ıvel incompress´ıvel da mistura de um solvente com concentra¸c˜ao c e ´
oleo, em um meio livre de efeitos gravitacionais, ´e dado pelo sistema (veja Russel e Wheeler (1983), [10])
∇ · u = q, u = −K(x)
µ(c) ∇p, (1)
φ∂c
∂t+ ∇· v = ˜cq, v = uc − D(u)∇c. (2)
A equa¸c˜ao (1) representa a conserva¸c˜ao de massa da mistura, enquanto a segunda representa a conserva¸c˜ao de massa da componente de solvente. A equa¸c˜ao (2) ´e frequentemente chamada de equa¸c˜ao da press˜ao; seus coeficientes dependem da concentra¸c˜ao do solvente. A segunda equa¸c˜ao, a da concentra¸c˜ao, ´e usualmente uma equa¸c˜ao parab´olica, dominada por convec¸c˜ao; seus coeficientes dependem da press˜ao, atrav´es da velocidade de Darcy, u = (u1, u2), que fornece a taxa volum´etrica de fluxo convectivo da mistura por unidade de ´area de se¸c˜ao transversal. As outras vari´aveis que aparecem nas equa¸c˜oes acima s˜ao: K(x), x = (x, y) pertencente a R2, - a permeabilidade absoluta da rocha, µ - a viscosidade do fluido que depende da concentra¸c˜ao do solvente, p - a press˜ao do fluido, φ = φ(x) - a porosidade do meio, q - a raz˜ao volum´etrica de fluxo total no po¸co de inje¸c˜ao e de produ¸c˜ao, ˜c - a concentra¸c˜ao de solvente especificada em um po¸co de inje¸c˜ao e a concentra¸c˜ao residente em um po¸co de produ¸c˜ao. O tensor de difus˜ao-dispers˜ao, D, ´e dado por:
D = D(u) = φdmI + dℓ |u| u2 1 u1u2 u1u2 u22 ! + dt |u| u2 2 −u1u2 −u1u2 u21 . (3)
Neste tensor, dm ´e o coeficiente de difus˜ao molecular, dℓ e dt s˜ao os coeficientes de dispers˜ao longitudinal e transversal, respectivamente.
Em um escoamento misc´ıvel, a vari´avel de maior interesse ´e a concentra¸c˜ao do solvente na mistura, c(x, t), 0 ≤ c ≤ 1. No caso de um escoamento com duas componentes, a viscosidade da mistura pode ser expressa em fun¸c˜ao da concentra¸c˜ao do solvente, assumindo que ela obedece a uma lei de potˆencia de ordem quatro:
µ(c) = {(1 − c) + (M )1/4c}−4µ
o; M = µo/µs, (4)
onde µs e µo s˜ao as viscosidades do solvente e do ´oleo, respectivamente. O parˆametro adimen-sional M ´e a raz˜ao de viscosidades. Quando M < 1, a fun¸c˜ao µ ´e crescente em [0, 1], tendo µo como m´ınimo; quando M > 1, a fun¸c˜ao µ ´e decrescente em [0, 1] e µs ´e o seu valor m´ınimo; como mostra a Figura 1.
Figura 1: O gr´afico da fun¸c˜ao viscosidade µ(c).
Observe que, para o Problema do Tra¸cador Passivo, a equa¸c˜ao de convec¸c˜ao-difus˜ao ´e de-sacoplada da equa¸c˜ao el´ıptica, porque neste caso os fluidos considerados possuem a mesma viscosidade, portanto, M = 1.
Em uma parte da fronteira do reservat´orio (∂Ω), denotada por ΓN, ser´a considerada uma condi¸c˜ao de fluxo nulo, representando uma fronteira imperme´avel; na fronteira do po¸co de produ¸c˜ao, ΓD, ser´a utilizada uma condi¸c˜ao de Dirichlet. Assim, as condi¸c˜oes de fronteira s˜ao dadas por:
u · ν = 0, x ∈ ΓN, (5)
p = 0, x ∈ ΓD; (6)
(−D∇c) · ν = 0, x ∈ ∂Ω, t ∈ J, (7)
onde ν ´e o vetor unit´ario normal exterior a ∂Ω.
O modelo incompress´ıvel definido acima tem sido estudado amplamente do ponto de vista num´erico [5, 6, 7, 10]; em particular [11], onde o sistema desacoplado ´e estudado. Sob condi¸c˜oes de regularidade fraca, encontramos trabalhos como o do S¨oren et al [13]. Outras cita¸c˜oes im-portantes relacionadas `a existencia e `a unicidade da solu¸c˜ao do sistema acoplado, bem como algumas generaliza¸c˜oes deste modelo matem´atico, s˜ao: [4, 8, 9].
O objetivo deste trabalho ´e o de mostrar a existˆencia de solu¸c˜ao do sistema acoplado, con-siderando a velocidade u com baixa regularidade e supondo que a permeabilidade, K, pode se anular em conjuntos de medida nula de Lebesgue.
O artigo est´a organizado da seguinte forma. Na Se¸c˜ao 2, apresentamos a abordagem te´orica, fixamos as nota¸c˜oes e os espa¸cos para os quais ´e feita a formula¸c˜ao fraca do problema do valor
inicial e de fronteira, bem como o enunciado do resultado principal. Na Se¸c˜ao 3, provamos este resultado. Na Se¸c˜ao 4 ser˜ao feitas as conclus˜oes.
2
Abordagem te´
orica e resultado principal
Para este trabalho vamos considerar Ω ⊂ R2 um dom´ınio conexo com fronteira ∂Ω Lipshitz e tal que ∂Ω = ΓD∪ ΓN e ΓD∩ ΓN = ∅, sendo ΓD and ΓN subconjuntos unidimensionais de medida de Lebesgue positiva; os cl´assicos espa¸cos de fun¸c˜oes Lp(S), S ⊂ Ω e 1 ≤ p ≤ ∞ com norma
·p; os espa¸cos de Sobolev Wm,n(S), com m > 0 e n > 0, em particular os espa¸cos de Hilbert Wm,2(S) = Hm(S), m = 1, 2, e norma denotada por · Wm,n. Consideraremos, tamb´em,
o operador tra¸co γΓ : H1(Ω) → H
1
2(Γ), onde Γ ⊂ ∂Ω, e o espa¸co de Hilbert H− 1
2(Γ), dual
do espa¸co de Sobolev fracion´ario H
1 2
0(Γ). Finalmente, tamb´em ser˜ao considerados os espa¸cos Lp(J, W ) e C(J, W ) das fun¸c˜oes p-integr´aveis ou cont´ınuas de J no espa¸co W (veja [1, 12]).
Introduzimos para cada τ ∈ J, o espa¸co vetorial V = {p ∈ H1(Ω), γ
ΓDp = 0}. Definimos
D0 = {p ∈ V ; −div(K∇p) ∈ L2(Ω)} (veja [12]), para K uma fun¸c˜ao (peso) limitada, n˜ao negativa definida em Ω. Seja K = Kc,τ =
K(x)
µ(c(x,τ )), para cada c ∈ H2(Ω), 0 ≤ c ≤ 1. Verifica-se que o espa¸co vetorial V normado com a norma nK (neste caso, nK(ϕ) = RΩK|∇ϕ|2dx
1 2),
denotado por Vc,τ, cont´em o espa¸co vetorial V normado por nmin, que ´e a norma correspondente ao peso Kµ(x)
min, onde µm = min{µo, µs}. Denotamos por Vmin este espa¸co que verifica Vmin ⊂
T c,τ
Vc,τ, o que mostra que a interse¸c˜ao de todos esses conjuntos n˜ao ´e vazia. Esta interse¸c˜ao ser´a denotada por V. Finalmente, definimos D = {v ∈ V, −div(Kc,τ∇p) ∈ L2(Ω), ∀c, ∀τ }.
Para achar uma solu¸c˜ao do sistema de equa¸c˜oes que governa o escoamento misc´ıvel em meios porosos, resolvemos em primeira instˆancia o problema desacoplado, considerando-se M = 1. Para isso, usaremos, para a concentra¸c˜ao, o espa¸co
C(u) = {c ∈ H2(Ω), 0 ≤ c ≤ 1, verificando (7) no sentido de H−12(∂Ω)}.
Faremos a seguir as defini¸c˜oes de solu¸c˜ao fraca para o Tra¸cador Passivo, 2.1, e de solu¸c˜ao fraca para o sistema acoplado, 2.2.
Defini¸c˜ao 2.1 Seja Q = L2(Ω) × L2(Ω). A tripla (p, u, c) ∈ D0 × Q × C ´e uma solu¸c˜ao fraca de (1)-(2), considerando µ(c) = 1 e q = q(x), com as condi¸c˜oes de fronteira (5)-(6)-(7), se
[p] RΩK∇p · ∇v =RΩqv, para todo v ∈ V normado por nK;
[c] c ∈ C(J, H2(Ω)), c(t) ∈ C, dcdt(·, t) ∈ H2(Ω) para todo t ∈ J e ψ ∈ H2(Ω) verifica dc dt(t), ψ + Z Ω (D(u)∇c(t) · ∇ψ − c(t)∇ψ · u − c(t)qχΩPψ)dx = (qχΩI, ψ),
onde (·, ·) denota o produto interno em H2(Ω). Defini¸c˜ao 2.2 O par (p∗
, c∗
) ∈ D × W1,1(Ω × J) ´e uma solu¸c˜ao fraca de (1)-(2), com as condi¸c˜oes de fronteira (5)-(6)-(7), se
[p∗ ] Z Ω K(x) µ(c∗(x, t))∇p ∗ (x, t) · ∇v(x, t)dx = Z Ω q(x, t)v(x, t)dx, para todo v ∈ V; (8)
[c∗ ] R J (dcdt∗(t), ψ)dt +R J R Ω (D(u∗ (t))∇c∗ (t) · ∇ψ(x) − c∗ (t)∇ψ(x) · u∗ (t) − c∗ (t)q(t)χΩPψ(x)) dx dt =R J (qχΩI, ψ)dt, para toda ψ ∈ H 2(Ω); (9) u∗
ser´a definido na Se¸c˜ao 3. Assumimos as seguintes hip´oteses:
(h1) O dom´ınio Ω ⊂ R2 possui as propriedades j´a definidas anteriormente e existem ΩI e ΩP, subconjuntos de Ω com medida de Lebesgue positiva, que representam os po¸cos de inje¸c˜ao e produ¸c˜ao do reservat´orio, respectivamente.
(h2) Existem duas contantes positivas k0 e k1 tais que k0 ≤ K(x) ≤ k1 q.t.p. x ∈ Ω. (h3) A fun¸c˜ao q pertence a L∞(J; L2(Ω)) e para cada ψ ∈ H2(Ω) tem-se qχΩIψ ∈ L
1(J; H2(Ω)), onde χΩI ´e a fun¸c˜ao caracter´ıstica do conjunto ΩI.
O seguinte teorema de existˆencia e unicidade foi provado para o sistema desacoplado (veja [2, Thm 2.1].
Teorema 2.1 Sob as hip´oteses (h1)-(h2) e supondo q = q(x), a equa¸c˜ao el´ıptica (1) com condi¸c˜oes mistas de fronteira, (5)-(6), tem uma ´unica solu¸c˜ao fraca n˜ao trivial (p, u), no sentido (2.1)-[p]. Para a velocidade u, usando (h3) e considerando c0 ∈ C, a equa¸c˜ao (2), com a condi¸c˜ao de fronteira (7), tem uma ´unica solu¸c˜ao fraca no sentido de (2.1)-[c].
Nosso principal resultado ´e o seguinte
Teorema 2.2 Seja µ definida como na Eq. (4) e c0 ∈ C. Ent˜ao sob as hip´oteses (h1)-(h3), o sistema acoplado (1)-(2), com as condi¸c˜oes de fronteira (5)-(6)-(7) , tem uma solu¸c˜ao fraca no sentido da defini¸c˜ao 2.2.
3
Demonstra¸
c˜
ao do Teorema 2.2
Considere o sistema de equa¸c˜oes (1)-(2), com as condi¸c˜oes de fronteira (5)-(6)-(7), no caso particular em que o termo fonte ´e dado por q = q(x, 0), o coeficiente da equa¸c˜ao (1) ´e da forma
K(x)
µ(c0(x)) e o dado inicial da equa¸c˜ao (2) ´e c0(x). Utilizando o teorema 2.1, este problema possui
uma ´unica solu¸c˜ao fraca: a tripla press˜ao, velocidade e concentra¸c˜ao nos respectivos espa¸cos descritos na defini¸c˜ao 2.1. Chamemos esta solu¸c˜ao (p1, u1, c1). A seguir, vamos considerar uma fam´ılia de parti¸c˜oes Π1 = {0, T } ⊂ Π2 = {t0 = 0, t1, t2 = T } ⊂ . . . ⊂ Πn= {t0 = 0, t1, . . . , tn= T }, n ∈ N, n ≥ 2, tal que a norma |Πn| tende para zero quando n tende a infinito. Para cada parti¸c˜ao Πn associamos a fun¸c˜ao cΠn que ser´a a justaposi¸c˜ao da solu¸c˜ao c1 para t ∈ [t0, t1], denotando esta solu¸c˜ao como cΠn
1 , com as seguintes fun¸c˜oes: para t ∈ [t1, t2] consideramos a solu¸c˜ao do sistema desacoplado, onde o termo fonte ´e q = q(x, t1), o coeficiente da equa¸c˜ao (1) ´e
K(x) µ(cΠn1 (x,t1))
e o dado inicial da equa¸c˜ao (2) ´e cΠn
1 (x, t1) de forma que cΠ1n(x, t1) ∈ C. Denotemos esta solu¸c˜ao como cΠn
2 . De forma an´aloga, por indu¸c˜ao, para t ∈ [ti−1, ti], achamos a solu¸c˜ao cΠn
i . A sequˆencia de fun¸c˜oes µ ◦ cΠn, n ∈ N ∗
, pertence a L∞(Ω × J) pois 0 < µm≤ µ ◦ cΠn ≤ µM, onde µM = max{µo, µs}. Portanto existe uma fun¸c˜ao h ∈ L∞(Ω × J), n˜ao identicamente nula, e uma subsequˆencia de µ ◦ cΠn tal que
lim n→∞ Z Ω×J µ ◦ cΠnL = Z Ω×J hL, para toda L ∈ L1(Ω × J).
Em particular, tomando L = 1, obtemos que lim n→∞ Z Ω×J µ ◦ cΠn = Z Ω×J h, ou seja kµ ◦ cΠn− hk L1(Ω×J)→ 0, quando n → ∞.
Pelo teorema [3, Teorema IV.9], a menos de subsequˆencia, temos que µ◦cΠn(x, t) → h(x, t) q.t.p.
(x, t) ∈ Ω × J. Assim, do fato que µ ´e um homeomorfismo de [0, 1] em [µm, µM], conclu´ımos que cΠn(x, t) → µ−1◦ h(x, t) q.t.p. (x, t) ∈ Ω × J. Denotemos µ−1◦ h = bc.
Dada uma parti¸c˜ao Πn e τ ∈ Πn, seja (p∗, u∗, c∗), de acordo com a defini¸c˜ao 2.1, a solu¸c˜ao fraca de (1)-(2), com µ(c) = µ(bc(x, τ)), q = q(x, τ) e condi¸c˜oes de fronteira (5)-(6)-(7). Assim, dado u∗
(x, τ ) = K µ(bc(x,τ))∇p
∗
(x, τ ) ∈ L2(Ω) × L2(Ω) existe (veja [2]) a fun¸c˜ao c∗
(τ ) solu¸c˜ao de (2) com dado inicial bc(x, τ) ∈ C. Sabendo que c∗
(x, τ ) = bc(x, τ), tem-se que Z Ω K µ(c∗(τ ))∇p ∗ (τ )) · ∇vdx = Z Ω K µ(bc(τ))∇p ∗ (τ )) · ∇vdx = Z Ω q(τ )vdx, para todo v ∈ V e (10) dc∗(τ ) dt , ψ +R Ω (D(u∗ (τ )∇c∗ (τ ) · ∇ψ − c∗ (τ )∇ψ · u∗ (τ ) − c∗ (τ )q(τ )ψχΩP)dx = (q(τ )χΩI, ψ), para toda ψ ∈ H 2(Ω). (11)
Fixada ψ ∈ H2(Ω) denotamos por A∗
ψ(ti−1) a express˜ao `a esquerda da igualdade em (11) para τ = ti−1 e definimos a fun¸c˜ao escada Sψn=
n P i=1
A∗
ψ∆i sendo ∆i = ti− ti−1. Temos de (11) que
Sψn= n X
i=1
(q(ti−1)χΩI, ψ)∆i. (12)
Por hip´otese, a express˜ao `a esquerda de (12) ´e integr´avel e assim temos que existe o limite de n
P i=1
(q(ti−1)χΩI, ψ)∆i quando a norma da parti¸c˜ao tende para zero e esse limite ´e
R J
R Ω
q(t)ψ(x). Isto demonstra que existe o limite da parte direita da igualdade (12); logo a Eq. (9) ´e satisfeita. Desta forma, o par (p∗, c∗) ´e solu¸c˜ao fraca do sistema acoplado no sentido da defini¸c˜ao (2.2).
4
Conclus˜
ao
Acreditamos que a abordagem te´orica desenvolvida em nosso trabalho possibilitar´a a constru¸c˜ao de novos m´etodos num´ericos, os quais contribuir˜ao para o desenvolvimento de pesquisas na ´area de escoamentos em meios porosos. Esta abordagem ´e mais construtiva que as apresentadas nos trabalhos de Feng (1995, [8]) e de Chen e Ewing (1999, [4]), porque utiliza a solu¸c˜ao de problemas lineares (Tra¸cador Passivo) para obter uma solu¸c˜ao do problema n˜ao linear.
Agradecimentos
Os autores agradecem `a FAPEMIG pelo aux´ılio financeiro cocncedido para a participa¸c˜ao no congresso.
Referˆ
encias
[1] R.A. Adams, “Sobolev spaces”, Academic Press, 1975.
[2] A.M. Bertone, C.G. Almeida, Revisited to a Miscible Displacement Model in Heterogeneous Poreous Media, International Journal of Applied Mathematics, 24 (5) (2011) 675-683.
[3] H. Brezis, “Analyse Fonctionnelle”, Masson, Paris, 1983.
[4] Z. Chen and R. Ewing, Mathematical Analysis for Reservoir Models, SIAM J. Math. Anal., 30 (1999) 431-453.
[5] J. Douglas and J.E. Roberts, Numerical methods for a model for compressible miscible displacement in porous media, Math. Comp., 41 (1983) 441-459.
[6] J. Douglas, J.E. Roberts e M.F. Wheeler, Approximation of the pressure by a mixed method in the simulation of miscible displacement in porous media, R.A.I.R. Anal. Num., 17 (1983) 17-33.
[7] R.E. Ewing, and H. Wang, A summary of numerical methods for time-dependent advection-dominated partial differential equations, Journal of Scientific Computing, 128 (2001) 423-445.
[8] X. Feng, On existence and uniqueness results for a coupled system modeling miscible dis-placement in porous media, J. Math. Anal. Appl., 194 3 (1995), 883-910.
[9] X. Feng, Recent developments on modeling and analysis of flow of miscible fluids in porous media, Fluid flow and transport in porous media: mathematical and numerical treatment, Contemp. Math., 295 (2002), 229-240.
[10] T.F. Russel, and M.F. Wheeler, Finite Element and Finite Difference Methods for Contin-uous Flows in Porous Media, Frontiers in Applied Mathematics-SIAM, “The Mathematics of Reservoir Simulation”, (1983) 35-106.
[11] P.H. Sammon, Numerical approximation for a miscible displacement inporous media, SIAM J. Numer. Anal., 23 (1986) 505-542.
[12] R.E. Showalter, “Hilbert space Methods for Partial Differential Equations”, E.J.P.D.E Monograph 01, 1994.
[13] S. Bartels, M. Jensen and R. Muller, Discontinuous Galerkin Finite Element Convergence for Incompressible Miscible Displacement Problems of Low Regularity, SIAM J. Numer. Anal., 47 (2009) 3720-3743.