• Nenhum resultado encontrado

como_as_pessoas_aprendem.pdf

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "como_as_pessoas_aprendem.pdf"

Copied!
31
0
0

Texto

(1)

C O

C O

N

N

S

S

E

E

L

L

H

H

O

O

N

N

A

A

C

C

I

I

O N

O N

A

A

L

L

D

D

E

E

P

P

E

E

S

S

Q U

Q U

I

I

S

S

A

A

D

D

O S

O S

E

E

S

S

T

T

A

A

D

D

O S

O S

U

U

N ID O

N ID O

S

S

(2)
(3)

D

Daad d ooss lntlnternacernaciioonnaaiiss d e d e CaCattalalooggaa,,aao o nana Pu bPu bllicica,a,ao ao ((CICIP)P)

(

(CCaammaar r aa BraBrassilileiraeira d d o o LLiivvr r oo,, S S p' p' BBrarasisill))

Co

Comomo asas ppeessoassoas s aa pre prennd d eemm:: cceer r ee b brroo, , mmeennttee, , exex p peer r ieienncciiaa ee eessccoolla/a/

J

Joohhnn DD.. Br  Br ananssf f oor r d d ,, AnnAnn LL.. B Brorowwn n ee R  R od od nneeyy R R .. CCoocckiking ng (o(orgrgaaninizazad d oor r eses));;

Comit

Comitee de Dde Deessenenvvololvvimenimentto o d d aa CiCieennccia ia d d aa Aprendiza Aprendizagegemm,, ComComiitete d d ee

P

Pesq esq uuiissaa d d aApaApr r endiendizzaaggemem ee da da Pr Pr atatiiccaa Ed Ed uucacacciioonnaall,, CoComimisssasaoo d d ee Ed  Ed uucaca,ao,ao

e

e CCiieenncciasias SSocociiaiaiss e e d d oo CoComm p por or ttaammeentnto,o, CCoonsnseellho ho NN a acciioonnaall d d ee  Pesqui  Pesquissaa

d ooss EEsstatad d ooss UUnniid d oos;s; tr tr aadudu,,aao o CCaarrllooss DaDavvid id  SzSzllak ak .. -- SSaaoo PauPaullo:o:  Edit  Editoraora

Se

Sennaacc  Sao P  Sao Paauulloo,, 22000077..

T

Tiitultuloo or or igigiinnaal:l: HHooww PePeopopllee LLeeaar r nn: : Br Br aiainn,, MMiinnd d ,, EExx p peer r iienence,ce, anand d 

Sc

Schhoolool --  Expan  Expand d eed d  EEd d itionition

B Bii bliogr  bliogr aaf f iiaa I ISBSBN N 979788--85-7385-735599--550077-9-9 1 1..ApApr r enend d iizzaaggeem m - - AAss p pectectosos sosociciaaiiss I

I.. B Br r ananssford ford ,,JJoohhn n DD.. IIII.. BroBrowwnn, , AAnnn n LL.. 2.

2. PPssicoicollogogiia a dda a aa p pr r eend nd izageizagemm

I

Illll.. CCocockingking,,   Rodn  Rodneyey R R ..

i

ind nd iiccee par par a a cacatitilogologo sissistetematmatiico:co:

1

(4)

A

A

p

p

r

r

e

e

n

n

d

d

i

i

z

z

a

a

g

g

e

e

m

m

:

:

c

c

i

ia e

a e

s

s

peculagao

peculagao

a

a

 ciencia

 ciencia

A

A  esse  essenncciiaa d d aa materia materia,, aass ori origegennss d d oo uniunivever r ssoo,, a a nnaaturezturezaa d d aa  ment  mentee humhumaanana:: aatr tr aavveess

dos

dos secsecululos, essassaos, essassaoo asas qu queestostoeses pr pr of of und und aass quque e eennvvololvever r aamm osos p peennsasad d oor r eses..AtAte e rerececentntee --m

meentnte,e, ccoompr mpr eeeend nd eer r  aa m meentntee -- assassiim m cocommoo 00 p peennssamameentonto e e aa a a pr  pr eendindizagezagem m popossssibibililii --t

taadodoss ppeella a mementntee -- eer r aa umumaa ttaar r efa aefa ardurduaa, , eemm ppaartrtee popor r cacauusasa d d aa f f aallttaa d d e e feferr rr aammeentntaas s d d ee

 p

 pesesquiquisa sa eef f icaicazzes.Aes.Atutuaalmlmenenttee,, 00mundomundo vviivve uma exe uma ex p pananssao ao eexx p pressivaressiva d d os esos esttuudodos s ccienien --tifi

tificos socos so br  br e a mene a mentte e ee 00cecer r ebroebro, , ssobrobre e os proos processcessosos d d ee ppenensasamementnto o e e aa pr  pr eendindizagezagemm,,

s

sobr obr e e osos pprocesrocesssos neos neur ur aaiiss ququee aacocontntececem em duduranrantete 00 p pensamenensamentto o e a e a aapprreenndidizagezagemm ee

s

sobobrere 00desenvodesenvollvviir r nneenntoto d d aa comp compeetteencincia.a. A

A r r evoevolucluc;:;:aoaonno esto estud ud o o dada mmententee   ocorr   ocorr iidda a nnaass wwttiimmaas s ttr r eses oouu q q uuaattroro d d ecaecad d as as tetemm

co

connsseq eq iiiieencnciiasas iimm p poortrtaantnteses ppaar r aa a a eed d uucaccac;:;:aoao..CoCommoo mmosostr tr aremoaremoss, , esestta a enentr tr aandondo eemm

fo

fococo umuma a nnoovva a tteeoor r iiaa d d aaaa pr  pr eendindizzaagegemm,, quque e cconduonduz z a a aabboor r d d agensagens   muit  muitoo dif dif eerentrenteses

d as encoas encontr ntr aad d asas   muit  muitas veas vezzeses nnaass  escolas a  escolas atutuaaiiss,, eem m r r eellac;ac;::aoaoaoao pproro j jeettoo d d o o ccurriurricculoulo,, dodo

en

enssiino no ee d d a a avavaaliliaacc;:a;:aoo..IIgguuaalmlmeentntee iimpomportrtaantente,, 00 cresccrescimimenenttoo d d asas ininvvestigacestigac;;:o:oeses

iintnteerdirdiscscipliniplinaar r es es ee  os no  os novvooss tiptiposos d d e e cocollaa bor  bor aacc;:;:oeoes s cciieentifintificcaas s ccoommeecc;:;:aar r aam a tornm a tornaar r 

mai

mais s vviissllvevel,l, sese  n  nao ao mamais is fafacicil d l d ee ppeer r cocor r rerer r ,, 00cacarnrnininho ho ququee llevaeva d d aa ppesesququisisa a babassiiccaa aa

 prati

 pratica ca eeduducaccacionionaall. . Tr Tr intinta a aannoos s aatr tr asas, , oos s eeducadoducador r ees s pprreessttavaavam m ppoouuca ca aatenctenc;;:aoao tra:aoao tra -- balho

 balho dodos s cciieentintisstatass cocoggnnitiitivvoos,s, e e ooss p pesesquiquissaadodor r eess d d oo''nnaascscenente te cacampmpo o d d a a cciieencia cogncia cogninittiivvaa

t

trara b baallhhavaavam m bbasasttaante nte afasafastadtadooss d d as saas sallasasd d e e aauullaa..AtuaAtuallmentemente,, ooss p pesesquiquisasadoredoress   cognitivo  cognitivoss

r

r

'

'

est

estaoao d d eed d iicancand d oo maimaiss  tempo  tempo aoao tr tr aa b baalhlho o ccom om prprofofeessssor or es,es, ttesesttaand nd o o e e rreefinandofinando ssuasuas

t

teoeoririas as eemm sasallasas de de auaulalass r r eaeaiiss, , oond nd e e popod d eemm vver er cocomomo os os d d iivveer r ssoos s aambimbieententes s ee aass

int

inteer r aacc;;::oesoesnnaass sasallasas d  d ee auaullaa iinnfluflueenncciiaam m aas s aapplilicacacc;:;:ooesesd d as as ssuuasas tteoeoririas.as.

H

Hoo j jee,, 00ququee ttaallvez svez see ja ja m maaiiss exextr tr aor aor d d ininaarriio o ssaao ao as s d d iivever r sas asas a b bor or d d aagegenns s ee ttececninicascas d d ee  p

 pesq esq uiuisasa quque forae foram m d d esesenenvvololvvid id as,as, e e a ma maaneiraneira ppeellaa ququaall cocommeecc;;:a:amma a coconnver ver gir gir  asasdedesscco-

o- b

(5)

agor a   sobre a a prend izagem e muito mais rica   do que   foi ate encio, e promete evoluir  consid er avehl1ente na pr oxima ger ayao. Por  exem plo:

• A pesquisa concernente a psicologia cognitiva ampliou a compreensao d a natureza

do d esem penho competente, assim como dos pr inci pios d a organizayao do co-nhecimento em que se baseiam nossas ca pacidad es para solucionar pro blemas em diversas ar eas, como matematica, ciencias,  literatur a, estudos sociais e histor ia.

• Os pesq uisador es do d esenvolvimento mostrar am q ue as cr ianyas mais novas tern uma boa compreensao dos principios basicos d a biologia e   da causalid ad e nsica, d os numeros, d as narr ativas e dos o bjetivos pessoais, e que   essas aptid oes tor nam  possivel a criayao d e cur r iculos inovad or es, q ue introduzem conceitos impor tantes  par a 0r aciocinio avanyad o em id ades precoces.

• A pesquisa so br e a aprendizagem e a tr ansf er encia r evelou pr incipios   importantes  par a a estruturayao d as ex periencias d e aprendizagem, q ue permitem q ue a s pessoas

utilizem 0que a prend er am   em novos cenar ios.

• Os estudos d e psicologia social, d e psicologia cognitiva  e de antropologia evid enciam que tod a a pr end izagem acontece em cenarios que a presentam conjuntos especifi-cos de nor mas e ex pectativas cultur ais e sociais, e que esses cenir ios influenciam a a pr endizagem e a tr ansf er encia de maneira mar cante.

• A neurociencia comeya a fornecer pr ovas dos diver sos principios d e a prendizagem q ue surgiram a partir d a pesquisa de labor atorio, e esta mostrando   como a apren-dizagem modif ica a estrutur a nsica do cer e br o e, por  meio disso, a sua organizayao f uncional.

• Os estud os referentes ao   projeto e

a

avaliayao d os ambientes de a prendizagem, envolvend o a colabor ayao entr e psicologos e educadores cognitivos e de d esenvol-vimento, estao pr od uzindo conhecimento novo sobr e a natur eza d a a pr endizagem e d o ensino que   ocorr em em d iver sos cenar ios.Alem disso, os pesq uisador es estao d esco brind o maneiras de a pr ender  a partir da "sa bed or ia d a pr atica", gr ayas a pro-f essor es bem-sucedid os, q  ue   san ca pazes de partilhar  sua com petencia.

• As tecnologias emer gentes conduzem a criayao d e   muitas o portunid ades novas

-inimaginaveis alguns anos atr as - par a orientar  e intensif icar  a a prend izagem.

Todos esses d esenvolvimentos no estud o d a a pr endizagem d ao inicio a uma e poca em que a ciencia ganha nova r elevancia par a a pr atica. Em r esumo, 0investimento em

 pesquisa basica esta r etornando em aplicayoes pr aticas. Esses avanyOSna compr eensao de como os seres humanos a pr endem san particularmente im portantes q uando se levam em conta as mud anyas   naquilo q ue   se es pera d os sistemas ed ucacionais d o pais.

 Nos pr imeir os anos do seculo XX, a ed ucayao focalizava a aquisiyao d as ha bilid a-des d e letr amento: leitur a, escrita e c alculos basicos. Par a os sistemas ed ucacionais, a r egra   geral nao era tr einar  as pessoas par a pensar  e ler cr iticamente, par a se ex pressar  com clar eza e de modo   convincente, par a solucionar pr o blemas complexos de ciencias

(6)

e matematica. Ho je em d ia, esses as pectos do letr amento avanyado   sao exigidos d e q uase tod os, para q ue possam lid ar com sucesso com as com plexid ad es da vid a con-tempod nea.As exigencias d e qua1i£cayao para 0tr a balho aumentar am sensivelmente,

assim como a necessid ad e d e q ue as or ganizayoes e os tr a balhad or es mudem par a atend er  as pr essoes competitivas d o ambiente de   trabalho. A participayao consciente no pr ocesso d emocr atico tambem se tornou cad a vez mais com plexa, a med id a que 0

f oco d a-atenyao se d eslocou d o interesse local par a 0nacional e 0glo bal.

Acima d e tud o, as inf ormayoes e 0conhecimento crescem a ur n r itmo muito mais

acelerado do que jamais visto na hist6r ia d a humanid ad e.   Como sa biamente afir mou 0

 pr emio No bel Her  ber t Simon, 0significad o de "sa ber " mud ou: em vez d e ser  ca paz d e

lembr ar  e r e petir  inf ormayoes, a pessoa d eve ser  ca paz d e encontr a-las e usa-las.1Mais d o

que nunca, a magnitud e d o conhecimento   hurnano im ped e que ele se ja totalmente coberto pela ed ucayao; a jud aT os estudantes a desenvolver  as f er ramentas intelectuais e as estr ategias de a pr endizagem necessarias par a a aquisiyao d e conhecimento, permitind o que possam pensar  produtivamente so bre a hist6ria, a ciencia e a tecnologia, os f enome-nos sociais, a mater nitica e as al-tes,e uma conce pyao melhor d os o b jetivos da educayao.

o

entendimento bisico d os temas, inclusive so bre como estr utur ar  e formular q uestoes significativas acerca d e d iver sos t6 picos, contribui para que 0individuo tenha uma

com- pr eensao mais fund amental a r es peito dos princi pios d a a pr endizagem q ue pod em a jud i-1 0 a se tornal' urn a pr end iz vitalicio e ind e pend ente.

Foco:

pessoas, escolas e

0

 potencial d e a prend er 

A  bibliogr af ia cientif ica sobr e cogniyao, a pr end izagem, d esenvolvinlento, cultur a e cere bro e volumosa. Tr es d ecisoes de cunho organizacional, tomad as logo no inicio d os tr a balhos d a comissao, f or necer am 0ar ca bouyo par a 0nosso estud o e r ef letem-se

no conteudo d este livr o.

• Em   primeiro lugar , focalizamos princi palmente a pesq uisa so br e a a pr endizagem humana (aind a que 0estud o d a a prendizagem animal f or neya infor mayoes

par ale-las importantes), incluind o novos d esenvolvimentos d a neurociencia.

• Em segund o lugar , d emos urn enf oque es pecial a . pesquisa da a pr endizagem com im plicayoes par a 0 pr ojeto d e am bientes educacionais f or mais,   principalmente

 pr e-escolas, jar dins-d e-in!ancia, tod as as ser ies d o ensino medio (sistema

G-12)

e f aculd ad es.

1 H.A.   Simon, "Obser vations on the Sciences of Science Learning", d ocumento ela bor ado par a 0 Committee

on Developments in the Science of Learning for the Sciences of Science Lear ning: an Inter d isciplinary Discussion, d o De par tamento d e Psicologia d a Univer sidad e Car negie Mellon, 1996.

(7)

• Em terceiro lugar, e r elacionad o com 0segundo ponto, focalizamos a pesquisa que

a juda a investigar a possibilid ad e d e auxiliar todos os   individuos a alcanyar seu  pleno potencial.

As novas id eias sobre mod os d e facilitar  a a prendizagem - e so br e quem e r nais ca paz d e a prender  - pod em af etar muito a q ualid ad e d e vid a d as pessoas.Em momentos   diferen-tes da historia, os estudiosos d emonstr ar am pr eocupayao com 0fato d e que os ambientes

educacionais formais er am mais bem-suced idos em selecionar talentos   do que em d esenvolve-los.2 Muitas pessoas q ue apr esentar am dif iculd ad e na escola pod eriam ter

pr o-gr ed id o seas novas id eias sobr e praticas ef etivas de instruyao fossem conhecid as.Alem disso, com as novas praticas de instruyao, mesmo as pessoas que se ad equaram aos ambientes educacionais tr adicionais pod eriam ter   desenvolvido habilid ad es, conhecimentos e atitu-des que teriam incrementado significativamente suas realizayoes.

A pesquisa  da aprend izagem indica   que hi novas maneir as d e a pr esentar as mathias tradicionais para os estudantes, como matematica, ciencias, historia e literatura, e que essasnovas a bord agens   tornam possivel 0d esenvolvimento d e uma compreensao mais

 profund a d o assunto r elevante par a a maioria   das pessoas. Em es pecial,  a comissao esta inter essad a nas teorias e nos d ad os r elevantes   para 0d esenvolvir nento das novas

ma-neir as d e iniciar os estud antes nessas materias tr adicionais. A ex pectativa e   de que as novas a bor d agens possi bilitem q ue a maioria das pessoas d esenvolva, acer ca de temas ir nportantes, uma compr eensao q ue varie d e mod er ad a a prof und a.

Desenvolvimento cia ciencia cia aprendizagem

Este relatorio baseia-se na pesquisa iniciad a na  Ultima fase d o seculo XIX - a e poca historica em que se r ealizar am tentativas sistematicas d e estud ar  a mente   hurnana   por meio d e metod os cientificos.Antes disso,tal estud o er a territorio d a filosofia e d a teologia.Alguns dos trabalhos iniciais mais ir nportantes for am f eitos em Leipzig, no la bor atorio deWilhelm Wundt, que, com seus colegas, procurou submeter a consciencia   hurnana a uma analise  pr ecisa - principalmente pedindo par a que os pesquisados refletissem sobre seus processos

d e pensamento por meio da intros pecyao.

Perto d a vir ad a do seculo, sur gia uma nova escola d e behaviorismo. Em reayao a subjetivid ad e   inerente d a   intr os pecyao, os   behavioristas sustentavam que 0estud o

cientifico d a psicologia devia r estr ingir-se ao estudo dos comportamentos   observaveis e as cond iyoes dos estimulos que os controlavam. Urn artigo   muito   influente, publica-d o por  John B. Watson em   1913, fornece ur n vislumbr e do cr einfluente, publica-d o behaviorista:

(8)

[...) tod as as escolas de psicologia, exceto a do behavior ismo,   afirmam q ue a "consciencia" constitui assunto d a psicologia. 0 behaviorismo, ao contr ar io,

sustenta que 0assunto d a psicologia humana

e

0compartamento ou as ativid a-des d o ser humano. 0 behavior ismo assever a que a "consciencia" nao

e

um conceito d efinivel, nem utilizavel;trata-se simplesmente d e outr a palavr a par a 0

termo "alma", usado em tem pos mais antigos. Desse mod o, a antiga psicologia

e

  dominad a par um ti po sutil d e filosofia religiosa3

Recor r endo a tr adiyao empirica, os behavioristas conceituar am a a pr end izagem

como 0 pr ocesso d e esta belecer  conexoes entr e os estimulos e as reayoes. Conside-r avam que a motivayao par a a pr end er  er a d esencad eada pr inci palmente por  im pul-50S,como a f ome, e pela pr esenya de cer tas for yas exter nas, como recom pensas e castigos.4

 No estud o behaviorista classico d e Ed ward  1. Thor ndik e, alguns gatos f amintos tinham d e a pr ender  a puxar ur n barb ante pendur ad o numa "caixa q ue br a-ca beya" a f im d e a brir  uma porta par a   esca par  e conseguir  alimento. Como

e

q ue os gatos a prend iam a esca par  d es5a maneira? Segund o a conclusao d e Thornd ik e, nao

e

q ue os gatos pensavam numa forma de esca par  e entao a colocavam em pr atica; em vez disso, nvolviam-se num comportamento de tentativa e er ro (ver quadr o

1).

 As vezes, urn gato puxava acidentalmente 0 bar  b ante enquanto br incava e a por ta se a bria, permi-tindo sua fuga. Mas esse evento nao parecia prod uzir  ur n

  insight 

nO gato, pois, q uando r ecolocad o na caixa, 0 f elino nao puxava ir nediatamente 0 bar  bante par a   esca par.

Em vez disso, os gatos a pr endiam d e pois de diver sas ex periencias de tentativa e err o.O argur nento d e Thor nd ik e er a   que as recompensas ( por exem plo, alimento) aumentavam a f or ya d as conexoes entr e estimulos e r eayoes. Entao, 0que par ecia ser 

f enomenos complexos de soluyao d e pr o blemas, como 0ate de esca par  d e uma caixa complicad a, podia ser  ex plicad o sem   a recorr encia a eventos mentais ino bser vaveis, como 0 pensamento.

 A limitayao do behaviorismo inicial pr ovinha d o seu foco so br e as cond iyoes d e

estimulos o bser vaveis e os comportamentos associad o5 com   essascond iyoes.Essa orien-tayao dif icultava 0 estudo de fenomenos como compreensao, r aciocinio e pensamen-to - f enomenos d e im porr ancia vital par a a ed ucayao. Com 0 tempo, 0 behaviorismo r adical (muitas vezes chamad o d e " behaviorismo com be maiusculo") deu lugar  a uma f orma mais moder ad a de behavior ismo (" behavior ismo com be minusculo"), que pr eser vou 0 rigor cientif ico d a utilizayao do compor tamento como d ado, mas

J J . B.Watson, "Psychology as a BehavioristViews It", em Ps }' chological R ev iew , nO 20, 1913, p. 1.

4 Por exemplo, E. L. Thor nd ike, E d ucat ional Ps }' cholog } \ vols. 1 e 2 ( Nova Yor k : Columbia Univer sity Press, 1913);

(9)

tambern admitiu hip6teses sobr e estados "r nentais" internos, quando estas se tor navam necessarias par a a ex plicayao d e diver sos f enornenos.5

QU ADRO 1

 A aprendizagem do gato

"Quando colocado na caixa, 0gato mostra sinais evidentes de desconforto e

r evela0desejo de escapar do conf inamento. Tenta f or gar a passagem atraves

de qualquer aber tura;   arranha e morde a tela   de arame; enf ia as patas por  alguma aber tura e ar ranha tudo que alcanga [...] Nao pr esta muita atengao a comida do lado de f ora; par ece simplesmente que esta lutando par a escapar  da prisao [...]. Ao ar ranhar toda a caixa em sua luta impulsiva, 0gato

pr ovavel-mente vai agarr ar 0barbante, 0lago ou 0botao e assim abr ir  a porta.

Gradual-mente, todos os outr os impulsos malsucedidos desaparecerao, e 0impulso

especffico, que  levou ao ato  bem-sucedido,   ficara estampado   pelo prazer re-sultante. Ate que, depois de muitas tentativas, 0gato,   quando posta na caixa,

agarra imediatamente 0botao ou 0lago de maneira decisiva."6

 No final d a  decad a d e 1950, a cor n plexid ade de cornpreend er os seres humanos e seus ambientes ficou cad a vez rnais evid ente, e urn   novo campo erner giu: a ciencia cognitiva. Desd e 0inicio, a ciencia cognitiva abordou a apr endizagern d e   urna

pers- pectiva rnultidisciplinar , incl~oa antropologia, a lingiiistica,   a filosofia, a psicologia d oaesenvolvimento, a ciencia d a c~rnputayao, a neurociencia e diver s os r amos da- psicologia.7  Novas ferr ar nentas ex per irnentais, r netod ologias e r nodos   de postular

te-orias perrnitirarn que os cientistas corneyassern estudos   serios a res peito do

funciona-Por  exem plo, C. L. Hull, Principles of Behavior  (Nova Yor k: A ppleton-Centur y-Cr ofts, 1943); K . W S pence, "Theor etical Interpretations of Lear ning" ,em F A. Moss,C ompar at ive P s ycho log y( NovaYork:Pr entice-Hall, 1942). 6 E. L.Thor nd ik e, Ed ucat ional Psycholog y, cit., p. 13.

7 D.A. Norman, "Twelve Issues f or  Cognitive Science", em  Cognitive Sc ience , nQ 4, 1980, T hing s T hat  lV lak e U s

Sm art: Di f end ing H umanAt t ributes in t he Age o f the M achine ( Nova Yor k :Ad d ison- Wesley, 1993);A. Newell & H. A. Simon, Hu man Pr oblem Solving (Englewood  Clif fs: Pr entice-Hall, 1972).

(10)

:nento mental:   para testar  suas teorias em vez de sim plesmente es pecular  sabr e a :?ensamento e 0a prendizado,8 e, nos   Ultimos anos, par a d esenvolver 

in sight s

sa bre a

:..Tn pordncia dos contextos sociais e cultur ais de a prendizagem.9 A introduc;ao de

:netodologias rigorosas de pesquisa q ualitativa proporcionou per s pectivas sabr e a apren-illzagem que complementam e emiq uecem as tr ad ic;oes d a pesquisa ex per imental. 10

Um dos marcos   da nova ciencia d a a pr end izagem e a enf ase na a   rend i01g~ll].

~ntendime~!£. Intuitivamente, a entend imento e bom, mas e d i£cil estud a-lo d o  _ onto de vista cientifico. Ao mesmo tempo,   as estudantes   geralmente tem poucas

o portunidades de entender  au d ar  sentido a cer tos to picos,   pais d iversos curnculos nf atizam mais a memoria q ue a entend imento. Os livr os escolares estao   repletos d e :aros  que as estud antes tem   de n1.emorizar, e a maior par te d os testes avalia sua capa-cid ade de r ecor dar as fatos.Ao estud ar sabr e veias e ar ter ias, por  exem plo, as  estud an--es devem lembrar que as arterias sao mais es pessas que as veias, sao mais elasticas e conduzem a sangue do corac;ao a tod as as par tes do corpo, enquanto as veias condu-zem 0sangue d e volta ao cor ac;ao. Uma questao na prova sabre essa info,rmac;ao pod e

se a presentar d a seguinte maneir a:

1. As arterias

Ver , por  exem plo,]. R .Anderson, "Acq uisition of  Cognitive Sk ill", em Psy chologica l Rev iew , nO89, 1982, "Sk ill Acquisition: Compilation of Weak-Method  Pr o blem Solutions", em Ps ychological Review , nQ 94,  1987;A. D. d eGr oot, T hought  and  C hoic e i I/  C hes s (Haia: Momon, 196 5) ,iV  f ethod olog y: F Olll /d at iol/ s r!f  b ljer el/ ce al / d  Resear ch in t he Behavior al S cience s ( NovaYork /Haia: Mouton, 1969);A. Newell & H.A. Simon, H  I  /m an Problem S olvil/g , cit.;K .A. Er icsson & N. Char ness,"Exl'er r  Pelf or mance: Its Structur e and Acquisition", em A merican Psychologist  , nO49, 1994.

• Por  exem plo, B. Cole, "Character izing   On-Line Communication: a Fir st Ste p", documento apresentado na r euniao anual da American Educational R esear ch Association, Nova York , 8 a 12 d e a br il de 1996;]. Lave, C ognit ion in Pr act ice :i'v1.ind,lV  Ia t hematics, a l / d  C ult llr e in Every d a y Li f e (Cambridge: Cambr idge Univer sity Pr ess, 1998);]. Lave&E.Wegner , Si tuated  Learn il1g: Le ,git illIat e Peri phera l P ar ticip at ion (NovaYork : Cambr idge University Pr ess, 1991); B. R ogoff , A pp re llfice shi p ill Think illg: C ognitive D evelopment  ill S ocia l COllt e xt  ( Nova Yor k : Oxford 

Univer sity Pr ess, 1990);B. R ogof f et al. , "Guid ed  Par tici pation  in Cultur al Activity byToddler s and Car egiver s", em M Ollogra phs r!f th e S ociety for  Res ear ch ill Child  Developm en t  , 58 (7), serie nO236, 1993.

I,) F.Erick son, "Qualitative Method s in R esear ch on Teaching", em H al/ d book  r!f  R esea r ch 01 1 T eachin g ( NovaYork : MacMillan, 1986); M. Hanmler sly & P Atkinson, E t hnogr aphy: Pr illcip les alld  Pr act ice s (Lond r es: Tavistock, 1983); S. Heath, "Ethnography in Ed ucation: Def ining the Essential", em P Gilmor e eA. Gilmor e (or gs.), Childr ell I  I  I  a lld  Q I  / t  r!f S chool (Washington: Center  for  Applied  Linguistics, 1982);Y. S. Lincoln &E. G. Guba,  N at ur alis tic I  I  / qllir  y (Beverly Hills: Sage, 1985); C. Mar shall & G. B. Rossman, D es igning Qualita t ive Resea r ch (Thousand  Oak s: Sage, 1955); M. B. Miles &A. M. Huberman, Qualit ative Data A / wl ysis: a S our ce book  r! f New  M eth od s ( New bur y Park : Sage, 1984);]. S pr ad ley, Th e E t llllogra phic I  I  / te r vi ew ( Nova York : Har cour t, Br ace, Javanovich, 1979).

(11)

 b. conduzem 0sangue que e bom beado pelo cora<;ao.

c. sao menos elasticas que as veias. d. Alternativas a e b

e. Alternativas b e c

A nova ciencia d a apr endi~agem nao nega que os fatos sao importantes Rara 0

 pen~~e~t;;-e'-; soh.t<;-io-d ~~ problemas.

A

pesquisa sobre a competencia em'i;;;;s como xadrez,   hist6ria,   ciencias e matematica demonstra que as capacidades dos especialistas para 0 pensamento e a solu<;ao dos problemas dependem muito de urn

rico corpo de conhecimentos sobre 0  assunto.11  No entanto, a pesquisa tambem

revela com clareza que 0"conhecimento utilizavel"   nao e 0mesmo que uma

sim- ples lista de fatos desconexos. 0   conhecim~1!to _.dos especialistas esta associ~Q.o _ e organizado em torno de conceitos importantes (por exemplo, a segunda lei do .movimento de Newton); e~ongi~!onalizado" a es p~cificar os contextos,em que

e aplicavel; sustenta 0entendimento e a transferencia (a outros contextos) e nao

apenas   a capacidade de recordar. _ 

I' .

Por exemplo, as pessoas que conhecem bem veias;r earterias sabem mais do que os fatos mencionados   acima: tambem entendem, por q ue ~s veias e as arterias apresentam  propriedades especificas. Sabem que 0sangue bombeado do cora<;ao sai em jorros e

que a elasticidade das arterias ajuda a acomodar as mudan<;as de pressao. Sabem que 0

sangue bombeado pelo cora<;ao precisa subir  ( para 0cerebro), assim como descer , e

que a elasticidade d e uma arteria permite que ela fimcione como valvula unidirecional, que se fecha no termino de cadajorro e impede 0sangue de refluir. Como entendem

, ~s rela<;oes entre atestr htura;e ~ fun<;ao d as veias e arterias, e muito provavel que essas . ' pessoas sejam cap~zes de usar 0que aprenderam para solucionar problemas novos. Elas

mostram indicios de transferencia. Por exemplo,   imaginemos que alguem seja solici-tado a projetar   uma arteria artificial.Teria de ser elastica? Por que? Ou por que nao? 0 entendimento a respeito d as razoes r elativas as peculiaridades das arterias sugere que a elasticidade pode nao ser necessaria; talvez 0 problema possa ser solucionado com a

cria<;ao de urn conduto resistente 0 bastante para suportar a pressao dos jorros do

cora<;ao e tambem para funcionar como valvula unidirecional.   0 conhecimento das veias e arterias nao assegura uma res posta   para a questao referente ao projeto, mas ajuda a pensar em alternativas que   nao ocorr em facilmente a uma pessoa que apenas memoriza fatos.12

11   POl'exemplo,W G. Chase & H.A. Simon, "Perce ption   in Chess", em C ogl1itive Psychology , nO31, 1973; M.T. H. et  aI ., "Categor ization and  R epresentation of  Physics Pr oblems by Ex per ts and Novices", em C ogl1itive S elm ce , nQ 5, 1981;A. D. d e Gr oot, T hought a l1d  C hoi ce il1 C hess , cit.

(12)

 Aprendizagem: da especulaf ;Cto

a

ciencia

.,I

. . . . . . • •. , . . • . . .

A enf ase  no entendimento leva a uma das princi pais caracteristicas da nova ciencia d a .• r endizagem: 0f oco nos processos d o conhecinlentoY Os ser es humanos sao vistos

.::omoagentes guiados por  -;; b jetivo;'-

g ' -l ie

  proc~ -mforma<;:oesde mod o ativo. Chegar n

1 d uca<;:aofor mal com uma sene d e conhecinlentos, ha bilid ad es, cren<;:ase conceitos

:; evios, que inf luenciam significativarnente 0que per cebem sobr e 0ar n biente e 0mod o

.::omoQrganizam e inter  pretam essa per ce p<;:ao.Isso, por  sua vez, inf luencia suas ca pacid ad es e record a<;:ao,raciocinio, solu~ao d e pr o blemas e aq uisi<;:aod e novo conhecinlento.

Mesmo os r ecem-nascidos sao a prendizes ativos, q ue tr azem cer to ponto de vista :-ar a 0am biente de a pr endizagem. 0 mundo em q ue entr am nao e uma conf usao d e

~ os e burburinhos, em que cad a estimulo e igualmente saliente.14 Em vez d isso, 0

-er e br o d e urn r ecem-nascid o d a pr iorid ade a certos   tipos d e infor ma<;:oes:a lingua, os conceitos basicos ref erentes aos numeros, as pro pried ad es fisicas e 0movimento d  e

o b jetos animados e inanimados. No senti d o mais ger al, a visao contempod nea a ;:es peito d a a prend izagem e que as pessoas   elabor am 0novo conhecinlento e 0

enten-d imento com base no q ue ja sa bem e naquilo em q ue acred itam.15 0 classico livro :nfantil Peixe e pei xe ilustr a esse ponto (ver  q uadro 2).

Uma extensao 16gica d a visao d e q ue 0novo conhecinlento deve ser  ela borado a

 _ ar tir do conhecimento existente e que os pr of essores precisam pr estar  aten<;:aoaos ~ntendimentos incompletos, as cren<;:asfalsas e as inter  pr eta<;:oes ingenuas d os concei-'os q ue os a prend izes tr azem consigo so br e deter minado assunto.Assim, os prof essores -em d e partir dessas id eias, par a a jud ar os alunos a alcan<;:arurn entend inlento mais mad uro. Se as id eias e as cr en<;:asiniciais   dos alunos sao ignor ad as, a com preensao que

les desenvolvem pod e ser  muito dif erente da que era pr etendid a pelo pr ofessor. Consid eremos 0desafio d e tr a balhar  com   crian<;:asque acr editam q ue aTerr a e plana,

e a tentativa   de ajud a-Ias   a entender que e esf erica. Quando se afirma q ue a Terr a e r edond a, as crian<;:asinlaginarn 0 planeta como uma panq ueca e nao como urna esfer a.16

.; Por exemplo,J. Piaget,  Success and  U llderstand ing (Cam br idge: Har var d University Pr ess, 1978); L. SVygotsk y,  M ind in S ociety : th e D w elo pm ent  of  t he H ig her  P syc hological P rocesses (Cam br idge: Har var d  Univer sity Pr ess,

1978).

:; W James, P r inciples of  P s ycholog y ( Nova Yor k : Holt, 1890) .

., Por exem plo, P Co b b, "Theories   of Mathematical Lear ning and Constructivism: a Per sonal View",   artigo a pr esentado em simposio so br e tend encias e per s pectivas d a educayao matematica, realizado pelo Institute of  Mathematics d a Univer sid ade de K lagenfur t, Austr ia, 1994; J. Piaget, T he O r ig ills of  I nt elligen ce in Child r en

( Nova York : International Univer sities Press, 1952), T he C hild a nd   R eal ity :   Problem s of  G enet ic P sycholog y ( Nova Yor k: Gr ossman, 1973), T he Language an d T houg ht o f   the C  hild  (Londr es: Routled ge &K egan Paul, 1973), The

G ra s p of  C O rlS ciousness (Lond r es: R outled ge &K egan Paul, 1977), S uccess  a n d U nd erstand ing , cit.; L. SVygotsk y, T h o ug h t a nd  La'lguage (Cambr id ge: MIT Pr ess, 1962), Mind  ill S ociety , cit.

16 S.vosniad ou &W EBr ewer ,"The Conce pt of the Earth's Sha pe:a  Stud y of Conceptual Change in Child hood ", tr a balho ela bor ado para 0R ead ing Stud y Center da Univer sid ade de Illinois, 1989.

(13)

Se enta~ se

 di z

para elas que e r edond a   como uma esf er a,as crianyas interpretam a nova infor mayao sobr e uma Terr a esferica dentr o d a sua visao d e Terr a plana,   conce bendo uma   superficie plana como uma panqueca d entro ou no alto d e uma esf era, com seres humanos de pe sobr e a panqueca.A maneira pela qual as crianyas elabor am seus novos conhecir nentos e guiad a   pOl'urn mod elo d a Terr a que a s a jud e a ex plicar como podem ficar d e pe ou caminhar  so br e sua super ficie, e uma Terr a esf erica nao se encaixa no seu mod elo mental. Como em

Pei xe

e

pei xe,

tud o 0que as crianyas escutam incorpor a-se a

visao pr eexistente.

Esse livro e ir nportante nao a penas par a crianyas, mas par a a pr endizes de tod as as idad es. Por exemplo, estudantes   do cur so superior muitas vezes d esenvolvem crenyas sobre os f enomenos f isicos e biol6gicos que se encaL"Camem suas eAr  periencias, mas nao se encaixam nas ex plicayoes cientificas d esses f enomenos.   Essas id eias pr econce bi-d as devem ser  tr atapr econce bi-d as a :f im de q ue os estud antes mud em suas cr enyasY

Peixe

e

peixe

Peixe

e

  peixe18 descr eve um peixe muito inter essado em apr ender  0que

acontece   na terr a. No entanto,   nao pode explor ar a terra, pois s6 consegue respirar   na agua. Ele faz amizade com um gir ino, que se toma uma ra e, no f im, sai da agua para visitar a terra, Algumas semanas depois, a ra volta para a lagoa e relata 0que viu. Descreve todos os tipos de coisas,   como

passa-ros, vacas e pessoas, 0 livr o mostr a os desenhos das r epresentagoes do peixe para cada uma dessas descr igoes: cada representagao

e

 uma forma semelhante ao peixe, ligeiramente adaptada par a se a justar as descrigoes da r a:  as pessoas sac imaginadas como peixes que andam sabre as cau-das, as passar os sao peixes com asas, as vacas sao peixes com uber es. Essa hist6r ia ilustra tanto as oportunidades cr iativas como os riscos iner en-tes ao fato de que as pessoas constr oem a novo conhecimento com base no seu conhecimento   presente.

17 Por  exemplo,J. Confrey,"A R eview of R esear ch on Stud ent Conceptions in Mathematics, Science Pr ogr amming",

em C. B. Cazd en (or g.), Rev ie w o f  Research ill Educat ion , n" 16 (Washington: American Ed ucational Resear ch

Association, 1990);]. P. Mestr e, "Cognitive As pects   of Lear ning and  Teaching Science", em S.]. FitzsimnIDons &

L. C.K er  pelman (orgs.), T eac her Enhallce lllel' lt  jo r Elelllel1tar  y and  S ec on d m y S  cie nce a nd  iV  I athematics : S t atu s , I ss ues , m ld 

Pr oblem s (Arlington: National Science Foundation, 1994); J. A. Minstr ell, "Teaching Science   for Under stand ing",

em L. B. R esnick  &L. E. Klo pfer  (orgs.), T oward the Tllillkin g   Curriculum : Cur r ent C ognit ive Res ear ch (Alexandria:

Association for Super vision and Cur r iculum Develo pment, 1989); L. C. Moll & E. F. R edish,

"Disci pline-S pecif ic Science Ed ucation and Educational R esear ch: the Case of  Physics", d ocumento ela bor ado para 0

Committee on Develo pments in the Science of Lear ning for the Sciences of  Science Learning: an Interd isciplinar y

Discussion, d o Depar tamento d  e Psicologia   da Univer sidad e Car negie Mellon, 1996.

18 L. Lionni, F is h I s F ish ( Nova Yor k : Scholastic Pr ess, 1970). [A tr adu<;:ao em portugues d esse livro foi publicad a

(14)

Uma concel?yao incorr eta   muito comum com res peito is  teorias "construtivistas" do :unhecimento (isto e, de que 0conhecimento existente e utilizado para construir  novo

:onhecimento) e que os .t:r ofessoresnunca devem dizer aos alunos nad a diretamente, mas :.::n pre permitir  que eles construam 0conhecin1ento por  si mesmos. Essa per s pectiva

:onf unde a teor ia d a ped agogia (ensino) com a teor ia do conhecimento.   Os constr utivistas :onsideram q ue tod o conhecimento e constr uido a partir d o conhecimento pr evio, ind e-?Wdentemente d e como 0 aluno e ensinado19 - mesmo a aud iyao d e uma aula ex positiva

·olve iniciativas ativas de constr uyao do novo conhecimento. Pei xe e peixe e as tentativas

3 .f : ensinar as cr ianyas que aTerr a e r edond a r evelan1por que as aulas ex positivas,por  si s6s,

::-eq iientemente nao   funcionam. Algumas vezes, no entanto, ger almente d e pois q ue as  _  oas tentar am primeiro lid ar  sozinhas com as quest6es, 0"ensino ex positivo" pod e

~. cionar muito bem.20 Contudo, os pr ofessor es ainda pr ecisam pr estar  atenyao is

inter -~r ay6es dos alunos e for necer or ientayao   quand o   necessar io.

Muitos d ados com provam que a apr endizagem melhor a q uando os pr ofessor es d ao ~~nyao ao conhecimento e as crenyas tr azid as pelos   alunos   para a sala d e aula, q uand o :..::ilizamesse conhecimento como ponto d e partid a par a a nova instr uyao e q uando =:!onitoram as mud anyas d e concepyao dos alunos a med id a que a instruyao evolui. Por 

::),.cm plo,alunos d a 5" ser ie d e uma escola de suburbio, que r ece ber am instr uyao em

=':::ca.!::a::ada n~ investigay~o, saem-se melhor nos pr o blemas conceituais de f isic~ q ue

Y  ~"'  ,

~ill10Sd o 22 e 32 anos d o ensino med io, no mesmo sistema escolar, ensinados pelos

=:!'todos convencionais. Um segund o estudo, comparand o alunos d a 6" a 8" ser ie de :::na escola em ar ea urbana com alunos d e fisica d o 22e 32anos do ensino medio de uma

:scola situad a no suburbio, tambem mostrou que os estud antes mais jovens, ensinados ?d o   metodo investigativo, possuiam un1 melhor dominio dos pr incipios fund amentais .:....f isica.2] Os novos curnculos para cr ianyas muito novas tam bem mostraram resultad os

~ uito promissor es:   por exemplo, um novo metodo para 0ensino d a geometr ia a judou

~yas d a 1" serie a representar e visualizar   formas   trid imensionais com um resultado ?e su perou as ha bilid ades d e um grupo compar ativo d e estud antes d e  uma impor tante :..:..-uversid ad e.22De modo sinlllar , crianyas novas for am ensinadas a  demonstr ar for mas

:nais complexas de generalizay6es geometr icas iniciais e de gener alizay6es cientif icas.23

Por  exem plo, P. Cob b, "Theories of  Mathematical Learning and Constr uctivism", cit.

- Por  exemplo, D. L. Schwar tz &J . D. Br ansf or d , "A Time for Telling", em C ognit ion and  I nst ru ct ion , 16(4), 1998.

- B.YWhite &J . R. Fr ed r ick son, T he T hink er T ools I nquir  y P r oject : J V laki ng S cient i fic I n qu il y Acce ss ibl e t o S t ud ent s

( pr inceton: Center  f or  PelformanceAssessment, Educational Testing Ser vice, 1997), "Inq uir y, Mod eling, and  Metacognition: Mak ing Science Accessible to All Students", em C ognition and S cience , nQ 16,1998.

- = R. Lehrer & D. Chazan, Desig ni n g Lea rn i ng En vi r o nm e n ts fo r Developi ng U  nd e r s t an di ng if Ge o me t r y a n d S p a ce

(Mahwah: Er lbaum, 1998), N ew Dir ec tions for T each il1g and  Lear ning G eO l1let l } / (Hillsd ale: Erlbaum, 1998). - R . Lehr er &D. Chazan, Des ignin g LeaY lling E ' 1v ir onl1lentsfor  D ev elo ping U lld er sta nd ing if Geomet ry and Space , cit.;

(15)

Os novos desenvolvin'lentos na ciencia d a aprendizagem tambem destacam a im- portancia de ajud ar as pessoas a assumir  0controle da sua propria a prendizagem.

Considerado importante 0entendimento, as pessoas devem aprenCler a-i"dentificar 

quando entendem e quando precisam d e mais inf orma<;:oes. Que estr ategias podem utilizar para avaliar se entendem 0que   outr a pessoa quis dizer ? Que tipos d e  

compro-va<;:oespr ecisam para acreditar em d eterminad as asser<;:oes?Como podem elabor ar  suas proprias   teorias sobr e os fenomenos e testa-las com eficacia?

Diversas atividades importantes que d ao sustenta<;:aoa  aprendizagem ativa foram estudadas sob 0titulo de "metacogni<;:ao", um topico discutido com mais detalhes nos

capitulos 2 e 3. A metacogni<;:ao ref er e-se a capacidad e d e uma pessoa de preyer  0

 proprio desempenho   em diversas tar ef as ( por exemplo,   ate que ponto ela e ca paz de se lembr ar d e diversos estimulos) e d e monitor ar seus niveis atuais d e dominio e com- preensao.24 0 ensino de praticas   compativeis com a abordagem metacognitiva d a

aprendizagem inclui praticas   que focalizam a cr ia<;:aod e sentido, a auto-avalia<;:ao e a r eflexao sobre 0que   funciona e 0que pr ecisa ser melhorado. Essas praticas revelar am

aumentar  0grau em que os alunos   transf er em sua apr endizagem par a novos cenarios

e eventos.25

pj< vVl'

( > t.

'Imaginemos tr es prof essores cujas pr aticas influenciam a ca pacidade dos alunos de

aprender a assumir  0  contr ole da sua propria apr endizagem.26 0 objetivo do professor 

A e fazer os  alunos pr oduzirem trabalhos;   ele r ealiza isso por   meio d a supervisao e do controle d a quantidad e e d a qualidade do trabalho feito pelos   alunos. 0 foco esta nas atividades,   que podem variar d esd e aquelas tr adicionais propostas nos   livros escolares ate os mais mod ernos   projetos da er a es pacial. 0   professor  B assume

a responsabilida-in the Science Classroom", em TI le J our nal o f t he Learning S ciences , 4(2),1995; B.Warren &A. Roseber y, "This Question IsJustToo,Too Easy:Perspectives f rom the Classroom on Accountability in Science", em L.Schauble

&R . Glaser  (orgs.), C ontr ibutions o f  Illstruct iolla l I nnovation t o U n d ers ta nding Learning   (Mahwah: Er lbaum, 1996).

24 Por  exemplo, A. L. Brown, "The Development of Memor y: Knowing, K nowing about K nowing, and 

K nowing How   to Know", em H.W R eese (or g.) , Advance s il l C hild  Develo pm ent  and  Behavior  , vol. 10 (Nova York : Academic Press, 1975);]. H. Flavell, "Metacognitive Aspects of Problem-Solving", em L. B. R esnick 

(or g.), The N a t  ur e of Intelligence (Hillsdale: Er l baum, 1973).

25 Por exem plo,A. S.Palincsar &A. L. Brown, "R eciprocal Teaching of Comprehension Monitoring Activities" ,

em C ognit io n a nd   I nstmct ion, nQ 1,1984; M. Scardamalia et al. , "Teachability of  R ef lective Processes in Written Composition", em C ognitive S cimce , vol. 8, 1984; A. H. Schoenfeld, "Problem Solving in the Mathematics Curr iculum: a R e port,   Recorrunend ation and Annotated  Bibliography", em M athematical Association o f  America  N ot es , nQ 1, 1983, N  I athell1atical Problell1 S olv in g (Orlando: Academic Press, 1984), "On Mathematics as Sense

Making: an Informal Attack   on the Unf or tunate Divor ce of  Formal and  Informal Mathematics", em J. E Voss et  al. (orgs.), I  II[o nl1 al Reasollin g a nd   E ducatioll (Hillsd ale: Er l baum, 1991).

26 M. Scar d amalia &C. Bereiter , "Higher  Levels of Agency  for Childr en in Knowledge-Build ing: a Challenge for  the Design of New Knowledge Media", em J ou1' l1a lo f th e Lea r ning S ci ence s , nQ 1,1991.

(16)

d e  por aq uilo q ue os estud antes a pr endem enquanto r ealizam suas atividades. 0 pro-:- ssor 

 C

f az 0mesmo, mas com 0o bjetivo adicional de continuamente   transferir mais

d o   processo de a pr end izagem par a os estud antes. Se visitarmos as salas de aula, nao ?od eremos d istinguir de imed iato os tr es   tipos d ~r eTUma d as -coisas que ··eremos sac os alunos trabalhand o em grupos par a a produc;:ao d e vid eos   ou apresen-:ac;:oesmultinl.idia. Provavelmente, ver emos 0 professor passand o d e grupo em grupo

 _ara verificar como as coisas estao ind o e res ponder  as duvid as. Em poucos dias, no ~ntanto, as  difer enc;:as entr e os pr of essores A e   B ser io evidentes. 0 professor A se :ocaliza   inteir amente no processo d e pr oduc;:ao e seus  produtos - se os alunos estao ~nvolvidos, se todos estao obtendo tr atamento satisfator io e se estao prod uzind o bons ua balhos.   0 professor B tambem pr esta atenc;:aoa tudo isso, mas observa tambem 0

ue os alunos estao a pr end endo d  a ex periencia e toma pr ovid encias para assegurar  q ue   eles process em 0conteudo em vez de a penas lidarem COlTla ex posic;:ao.Porem,

 _ ara perce bermos a dif erenc;:aentr e os professor es Bee, precisaremos voltar a historia o pr o jeto d e   prod uc;:ao de nl.idia. 0 que 0ocasionou? Foi concebido d esde 0inicio

-omo ativid ade de a pr end izagem ou sur giu d as proprias   iniciativas d os alunos d e ~la bor ar em 0conhecimento? Em urn notavel exemplo d e uma sala d e aula de urn

 _ r ofessor 

C,

os alunos, que vinham estud ando baratas e haviam a pr end id o   muito da :eitura e cia o bser vac;:ao,q uiser am par tilhar  seus conhecimentos com 0r esto da esco1a;

a id eia d e   prod uzir urn video sur giu dessa finalidad eY

Por tanto, naquilo que parece ser  a mesrna ativiciad e d e a pr endizagem, as difer enc;:as ?resentes sac pr ofund as. Na sala d e aula d o pr ofessor A, os alunos escio a prendendo algo =o bre pr oduc;:ao d e n1.idia,mas essa ativiciad e pod e estar impedind o a a pr endizagem d e outras coisas. Na sala de aula d o professor B, ele esta trabalhand o par a assegurar  q ue os o b jetivos educacionais   originais cia ativiciad e se jarn satisfeitos, que ela nao se deterior e :lUm mer o exer cicio de produc;:ao d e n1.id ia.Na sala de aula  do pr of essor  C, a pr od uc;:ao

e n1.idia e r esultado continuo e d ireto cia a prendizagem que ganha corpo com   essa ?r od uc;:ao.A maior  parte do tr a balho do pr ofessor  C foi f eita antes mesmo d e sur gir a

id eia de pr od uzir a n1.idia,e prossegue agor a a penas como a jud a para os estud antes nao  per d erem d e vista seus objetivos enq uanto executam 0 pr o jeto.

Esses tres prof essor es hipoteticos -  A, Bee - sac mod elos a bstratos que, natural-mente,  so em parte corr es pondem a pr of essores reais, e em alguns d ias mais  do que em outros. No entanto,f or necem vislumbres importantes d as conexoes entr e os o bjetivos

a apr end izagem e as pr aticas de ensino q ue pod em inf luenciar  a   capacid ad e d os alunos de r ealizar  esses objetivos.

T   M. Lamon et al. ,"Technologies of Use and Social Inter action in Classroom Knowled ge   Building   Communities",

artigo a pr esentad o em simposio sobr e a pr endizagem coo per ativa com 0auxilio d e computad or , l-ealizadopeJa European

(17)

o

'1

vs

Em tod os as cam pos,   a nova ciencia da apr end izagem estl con'leyand o a produzir  conhecimentos par a melhorar significativamente a capacidad e d as pessoas d e se torna-rem aprendizes ativos, empenhados em entender assuntos complexos e mais bem pre pa-r ados para transfer ir  a q ue apr enderam a novas problemas e cenar ios. Fazer  isso aconte-cer e urn gr ande desaf io, mas nao e im possivel. 28 A emer gente ciencia d a aprendizagem

enfatiza a im porcincia de re ensar  a ue e ensinado, a maneir a d e ensinar e a mod o de  _ avaliara apr end izagem. Essas id eias sao de;~~volvid as ~~

l~~go

deste li~~ --- ..,

Este livro sintetiza a base cientif ica da aprend izagem. Entre as realizac;:oescientif icas, inclui-se a entend imento mais amplo acerca: (1) da memoria e da estr utur a   do conheci-mento; (2) do raciocinio e da soluc;:aode pr o blemas; (3 ) dos fundamentos iniciais d a a pren-dizagem; (4) d os pr ocessosr egulator ios q ue regem a aprendizagem,incluindo a metacogniyao; e (5) de como a pensamento simbolico emerge da cultura e da comunidad e do a prendiz. De nenhuma maneira, essascaracteristicas essenciais da proficiencia a pr end ida med em a profundidade da cognic;:aoe da apr end izagem humanas. 0 q ue se aprend eu sa br e as  principios que guiam alguns as pectos da aprend izagem nao constitui ur n quadr o com- pleto dos pr incipios q ue gover nam todos as   dominios d a apr end izagem. As bases

cientif icas, embora nao su perficiais em si, representam apenas urn myel su per ficial do entendimento com pleto d o assunto. Somente alguns   dominios da a prend izagem fo-r am investigados em   prof und idade, tal   como se ve neste livro,   e areas novas e emer -gentes, como as tecnologias interativas, estao desafiando as gener alizayoes pr ovenien-tes dos estud os de pesquisa mais antigos.29

A

  medida que a s cientistas avanc;:am no estudo da a pr endizagem, sur gem novas  pr ocedimentos e metod ologias d e pesq uisa q ue, provavelmente, mod ificarao as suas

atuais conce pc;:oes teor icas como e a caso da pesq uisa de modelac;:ao computacional. 0 tr a balho cientif ico a br ange urn vasto conjunto d e assuntos relativos a   cogniyao e a

neurociencia na a pr endizagem, na memoria, na linguagem e no d esenvolvimento cognitivo. Os estud os sa br e   processan'lento paralelo d istribuido,   par exem plo, conside-r am que a apr endizagem ocone par meio d a adaptac;:aodas conexoes entre as neur onios envolvid os.3°  A pesquisa destina-se ao desenvolvin'lento de modelos computacionais

28   Por exemplo, R . F Elmor e et 0 1. , Rest r ucturing in t he C la ssroom: T eaching , Learn ing, and  S chool Olgani zat ion (Sao Fr ancisco: Jossey-Bass, 1986).

29 PM.   Greenf ield  & R. R ., C ock il1g , I nt eract ing w ith Vid eo ( Nonvood :Ablex, 1996).

30 J. L. McClelland  et al. ,"Why   There Ar e Complementar y Learning Systems in Hip pocampus and Neocor tex: lnsights from the Successes and Failures of Connectionist Mod els of  Learning and Memor y", em Psychological

(18)

:::'c-iicitos,a

 f im

d e r ef inar  e am pliar os princi pios basicos, assim como a plicar  os mod elos '!Uestoes d e pesq uisa substantivas por meio de ex periencias behavioristas, simulac;:oes -; :- omputad or , imageamento f uncional d o cere br a e anilises rnatematicas.   Portanto,

555estud os estao contribuind o para a mudanc;:a tanto da teor ia como d a pr atica. Os

:: '0 mod elos tambem incluem a a prend izagem na id ad e adulta, par a   acrescentar  uma

c::nensao impor tante a base d o conhecimento cientifico.

 R eview , nO102, 1985; D. C. Plaut et  a I . , "Und er standing Normal and  Impair ed Wor d  R ead ing: Com putational Pr inciples in Quasi-R egular  Domains", em P sy cholog ical R eview , nO 103, 1996; Y   Munk ata, "R ethink ing Inf ant K nowledge: towar d an Adaptive Pr ocess Account of Successes and Failur es in O b ject Permanence Task s",em P syc hological Revie w , nQ104,1997;]. L. McClelland &M. Chappell, "Familiar ity Br eed s Differentiation:

a Subject-Lik elihood Ap proach to the Eff ecr s of Ex perience in Recognition Memor y", em P sy chological  R eview , n O 105,1998.

H. M.Wellman, T he Child ~ T heory   of Min d  (Cam bridge: MIT Pr ess, 1990).

..

S.Car ey &R . Gelman, T  I  ,e E  pig enesis if  M illd: E ssays on Bio logy alld C ognit ion (Hillsd ale:Ed  baum, 1991).

H. Gardner , T h e U n s chooled  lV  I ind : H ow   Childr en T h in k, alld  H ow S chools Shou ld T  each ( Nova Yor k: Basic Book s, 1991).

(19)

elaborem ou contestem a compreensao inicial.James Minstrell, professor de nsica do ensino medio, descreve esse processo da seguinte maneira:

'-A~-e~~i-;;;d ~~

alu~~s-sobre mecanica saGcomo fios de algodao, alguns ) soltos, outros frouxanlente entrelac;ados.Pode-se ver a instruc;ao como uma ajuda para os estudantes desemaranharem os fiosindividuais da crenc;a,classifica-los e depois tranc;a-crenc;a,classifica-losnum tecido de compreensao mais completa. Em vez de / rejeitar a importancia de uma crenc;a,~~professores podem f~zer melhor, aju-! dando os alunos a dlferenClar suas Idelas presentes e mtegra-las em crenc;as

l

conceituais mais semelhantes as dos cientistas.34

o

entendimento que as crianc;as trazem

a

  sala de aula ja pode ser muito influente nas primeiras series escolares. Por exemplo,   verificou-se que algumas crianc;as se agar-ravam a suas ideias preconcebidas de que a Terra era plana, imaginando uma Terra redonda com 0   formato de uma panqueca.35  Nesse caso, a construc;ao de urn novo

entendimento e orientada por urn modelo da Terra que ajude a crianc;a a explicar  como as pessoas conseguem ficar de pe ou caminhar em sua superncie. Diversas crianc;as tern dificuldade de desistir da ideia de que urn oitavo e maior do que urn quarto, pois oito e maior do que quatro.36 Se as crianC;asfossem lousas em branco, seria

I;adequado falar para elas que a Terra

e

  redonda ou que urn quarto e maior que urn

\oitavo. Mas,  como ja tern ideias sobre aTerra e sobre os numeros, essas ideias devem ser 

!I\tratadasdiretamente, a fim de transforma-las ou expandi-las.

Para os~~ndizes de t~d ~s as ida-?es, e importante expandir a compreensao exis-tente e elabora-la:Drver sas exper ienci~ de pesquisa demonstram a permanencia da compreensao preexistente entre estudantes mais veIhos, mesmo depois do ensino de urn novo modelo que contradiz a compreensao ingenua. Por exemplo, em urn estudo com alunos de nsica de faculdades de elite e de orientac;ao tecno16gica, Andrea DiSessa  pediu que eles usassem urn jogo eletronico, que exigia 0controle de urn objeto

simulado no computador, denominado Dynaturtle, de modo que acertassem urn alvo, fazendo isso com urn minimo de velocidade de impacto.37 0 jogo foi apresentado aos

 participantes.Antes de comec;ar, os estudantes fizeram urn teste pratico, envolvendo a aplicac;ao de alguns golpes, com urn pequeno taco de madeira, numa bola de tenis sobre uma mesa. 0 mesmo jogo eletronico foi usado por crianc;as do ensino funda-mental. DiSessa constatou que ambos os grupos de alunos fracassaram totalmente. 0

34 J . Minstrell, "Teaching Science for Understanding",   cit.

35   S.vosniadou &W F.Br ewer , "The Conce pt   of the   Earth's   Shape", cit.

36 R. Gelman & C. R. Gallistel,TIle C hild ' s Ul1de rstal1di l1gof N umber  (Cambr id ge: Har vard University Press, 1978). 37 A. DiSessa, "Unlearning Aristotelian Physics: a  Stud y of K nowledge-Base Learning", em C og l1itive S cience,

(20)

-':--0 teria exigid o uma d emonstrayao d e que compreendiam as leis do movimento

- - _ -ewton. Apesar de sua formayao, os estud antes de fisica do ensino superior ,   como .::ianyas  do ensino   fund amental,   apontar am 0Dynaturd e movel dir etamente para 0

. sem levar em conta a f or ya cinetica. Uma analise poster ior  d o d esempenho de

 _ _ .1 universitar ia   que participou do estud o r evelou que ela conhecia as formulas e as

 _  :::--ed ades fisicas per tinentes; no entanto, no contexto d o jogo, recaiu na sua con-: ~o tosca d e como funciona 0mundo fisico.

~r ud antes   de diver sas id ades per sistem em suas crenyas d e que as estayoes

SaGcausa-=- _

ela distancia d a Terra ao Sol e nao pela inclinayao d a Terr a,   ou de que   urn objeto ~-: d o ao ar tern, atuando sobre si, tanto a for ya d a gravid ade como a farp d a mao que ;.... messou, a pesar  d a instmyao em contr ar iO.38 Para que a compreensao cientifica

 _ 'r ua a compr eensao ingenua, os alunos pr ecisam r evelar  esta Ultima e ter  a oportu-:.: e de perce ber  em que pont~ ~Ja ~ def iq eI]l~:.- -- -- - - - -

-..-.

---

-- P.lr a 0d esenvolv im en to d a compet encia n um a a rea d  e investiga f ao , os estudantes devem: (a )

~5suir    u m a b ase s6 lid a d e conhecim ento   fact ual , (b ) en t end er osfa to s e as id eia s no conte xto iu arc aboufo conceitual, e (c ) OI ganizar  0 conhecim e nt o a fim d e facilitar  a re cupera f a O e a

.• plic afa O.

:::.sse principio ad vem d a pesquisa   que ,c-9.IDp.ar a0Q.~se~ peqho-.d os ~s pecialistas e

- : .?.Eincipiantes, e d a pesquisa sobre a a pr endizagem e a tr ansfer encia. Os es pecialis-inde pendentemente do campo, sempre r ecorrem a uma base d e   informayoes --=,lamente estmtur ad a; eles nao SaGa penas " bons pensadar es" ou " pessoas

inteligen-··. A. capacid ade de plane jar uma   taref a, d e per ceber padroes, de gerar  ar gumentos e

 _-.cayoes r azoaveis, d e f azer analogias com outros pr o blemas esta mais intimamente ~:r elayada com 0conhecimento f actual do que se acreditava antes .

.Y1as0conhecimento d e   urn gr and e conjunto d e  fatos d esconexos nao e suflciente.

= - ; . . . . .... desenvolver  competencia numa ar ea d e investigayao, os estud antes precisam ter

opor- _ "d ad es de a prender e compr eend er.A compr eensao   profunda do assunto transforrna a - rr nayao f actual em conhecimento utilizavel.Urna dif er enyaacentuad a entre 0es pecialista

=

pr incipiante e que 0dominio dos conceitos pelo es pecialista mold a seu entendimento

 _ ~-- peito da nova inforrnayao: permite   que per ceba padroes, r elacionamentos ou discre-: cias que nao SaGevid entes para os principiantes. Os es pecialistas nao necessariamente : em uma   memoria geral melhor que a das outras pessoas. No entanto, seu entendi--ento conceitual per mite que extr aiam d a inf orrnayao   urn nivel de significado que nao e

= - - - : ente para os principiantes, e isso os ajud a a selecionar e lembrar inforrnayoes   relevantes.

es pecialistas tambem SaGca pazes d e acessar fluentemente 0conhecimento, pois sua

'vl..H. Schneps &PM. Sadler , A Privat e Univer se , vid eo, De partamento de Educac,:aoCientif ica d o Har vard -Smithsonian Center  for Astr ophysics,Washington,Annen bergl CPE, 1987;]. Clement, "Stud ents' Pr econce ptions in Intr oductor y Mechanics", em  Amer ican J ourn al o f  Physics , nQ 50, 1982_ 

(21)

compr eensao do assunto permite q ue r a pid amente id entiliquem 0que e importante. POl'

isso,sua atenc;:aonao e onerad a com   eventos complexos.

 Na maior ia d as ar eas de estud o do sistema educacional G-12, os estud antes come-c;:amcomo   principiantes; tern id eias inf ormais sobr e 0o bjeto d e estudo e difer em na

quantid ad e d e   informac;:ao adquirid a. A tarefa da educac;:aopod e ser  vista como a de mover os estudantes na direc;:aode uma compreensao mais formal (ou maior compe-tencia). Isso exigira tanto ur n aprofund amento d  a base   de informac;:ao como 0

desen-volvimento d e

1 !1 !1

  arca bouc;:o'COnceiJual par a aquele assunf o.

Podemos usar   a geograf ia para ilustrar  a maneira pela q ua l a competencia se organiza em tor no de princi pios q ue sustentam 0 entendimento. Ur n aluno pod e

a prend er a pr eencher ur n ma pa pOl' meio d a memorizac;:ao d e estados, cid ad es,  paises, ete. e completar a tarefa com alto nlvel d e exatid ao. Mas, se as   fronteir as forem r emovid as, 0 pr o blema se torna   muito mais   diflcil. Nao ha conceitos que

ap6iem as  informac;:oes   do estud ante.   Urn especialista, que sa be   que as fr onteiras muitas vezes se estabelecer am porque f enomenos naturais (como   montanhas ou mass as aquatic as) separ aram as pessoas, e que gr andes cid ades f r eqiientemente sur gi-r am em Iocais que permitiam 0comercio Uunto a rios, grand es lagos e por tos

costeir os), ter a facilmente urn d esempenho melhor q  ue 0 pr incipiante. Quanto

mais d esenvolvid a a compr eensao conceitual d as necessid ad es d as cid ades e d a base d e r ecur sos que atr aem as pessoas para elas, mais significativo se torna 0ma pa. Os

estud antes pod em se tornar mais com petentes se a inf ormac;:ao geogr afica ensinad a for inser id a no arca bouc;:o conceitual a propriad o.

Uma d escoberta fund amental na liter atura do a pr endizado e d a tr ansferencia e que a organizac;:ao d a inf ormac;:ao num   arca bouc;:o conceitual per mite maior "tr ansf er ~n-cia"J;to e, possibilita q ue 0estud ante a pliq ue 0q ue foi a prendid o em novas situac;:oes

e que aprend a informac;:oes af ins mais rapidamente (vel' quad ro 3).0 estud ante q ue a prend eu d ad os   geogr af icos relativos asAmericas num ar ca bouc;:o conceitual   abor d a a tar efa d e a prend er  a geograf ia d e outr a par te d o planeta com questoes, id eias e ex pec-tativas que a jud am   a oriental' a aquisic;:ao de nova informac;:ao. A compr eensao da imporr ancia geogr af ica d o rio Mississippi pr e para 0ter reno par a que 0aluno entenda

a   importancia   geogr afica   do rio Nilo. Alem disso, a   medid a que os conceitos sac r eforc;:ad os,0estud ante transf ere 0a pr endizado par a alem da sala d e aula, obser vando

e pesquisand o, por  exemplo, as car actensticas geogr af icas d e uma cid ade visitad a que a jud em a ex plicar  sua localizac;:aoe tamanho.39

39 K .J. Holyoak , "Analogical Think ing and  Human Intelligence", em R.J. Ster nber g (ar g.), Advances in the

Ps ycholog y g H ulIlan I ntellig ence ,vol. 2. (Hillsd ale:Er l baum, 1984);L. R . Novick &K .J. Holyoak ,"Mathematical Pr oblem Solving by Analogy", em J ournal of E  x perim en t al Psychology : Leam ing, J  \ ! I enw ry and  C ognition,  17(3), maio d e 1991.

(22)

ClIla abordagem " meta cogn£tivaJ ) d a £ nst nt  fa O pod e   ajudar  05 estudant es a apr en d e r a

assu-. r 0 controle da sua pr o pr ia apre nd iza gem p Ol'  m eio da d i fini fa o dos objet ivos d a

a prendi-:;: .;;em e d o monit or amento do seu progresso em alcanfa-los.

a pesquisa com es pecialistas, solicitad os a verbalizar  seu pensamento enq uan- _Dalhavam, r evelou-se que eles monitor avam sua pr opr ia   compreensao com

cui-- . anotando quando sua compr eensao exigia inf orma<;:oes ad icionais, se a nova ::::-:na<;:aoer a compativel com 0que

 ji

 sa biam, e quais analogias pod iam ser inferidas

. :azer  progredir seu entendimento. Essas ativid ades d e monitor amento   metacog-vsaG urn impor tante elemento d o que se designa com pet encia ad a pta t£ va.~ o

Lanr;amento de   dardos sob a agua

Em um  dos mais f amosos estudos iniciais que compar ava os efeitos entre a

apren-dizagem de um procedimento e a aprendizagem com entendimento, dois grupos

de cr ian9as praticaram lan9amento de dardos num alvo mergulhado na   agua,41 Um gr upo r ecebeu exp1ica98.0 a r espeito da ref ra98.0   da luz, que tor na ilus6r ia a

localiza98.0 apar ente do alvo, 0outro gr upo   apenas pr aticou 0 lan9amento de

dar do, sem exp1ica98.0, Ambos os gr upos se saf r am igualmente bem na tarefa

pratica, envolvendo um alvo situado a 30 centimetr os de pr of undidade, Mas 0

gr upo que f oi instr uf do sobr e 0 pr incipio abstr ato se saiu muito melhor  quando

ransf erido par a uma situa98.0 em que 0 alvo estava   colocado a apenas 10

 centf -metros de   prof undidade, Como entendeu 0 que estava fazendo, 0 gr upo que

r ecebeu instrU98.0   sobre a r ef r a98.0 da luz p6de a justar   seu compor tamento a

nova tar ef a,

Como a metacogni<;:ao muitas vezes assume a   forma d e uma conver sa   interior , - ~emos facilmente su por que os  individuos desenvolver ao 0d ialogo   inter ior sem

- -:-end er d e ninguem.   No entanto, diver sas estr ategias q ue usamos par a pensar

ref le--=::1 normas cultur ais e metodos d e inquir i<;:ao.42A pesquisa d emonstrou que as

crian-" G. Hatano &K . Inagak i, "Two Cour ses of Ex per tise", em H. Stevenson et a t. (or gs.), C hild Dev elo pm ent and 

Ed ucat ion in J apan ( Nova York :W   H. Fr eeman, 1986).

Descr ito em C. H.Judd , "The R elation   of Special Tr aining to Gener al Intelligence", em E d ucat ional Review,

:Y ' 36, 1908'ver  a re plica conceitual d e G. Hend rick son &W H. Schr oed er , "Tr ansf er  of Training in Lear ning

:0Hit a Su bmer ged  Target", em J our nal o f E d uca tiollal Ps ychology , n" 32, 1941.

~ E. Hutchins, C ognit ion in the Wild  (Cambridge: MIT Pr ess, 1995); S.Brice-Heath, "Towar d  an Ethnohistor y of  Wr iting in Amer ican Ed ucation", em M. F.Whiteman (arg.) , W r it illg: t he N a t  ure , Deve lo plilent  , and 

Teaching o jW rit t en C O Ill/ 11unication,vol. 1 (Hillsd ale: Er l baum, 1981), I  M l ys w it h l; J  I or ds: Lallguage, Lif e a /1 d  f ;V ork  ill Comm unit ies a nd C lassr oom s (Cambr idge: Cambrid ge Univer sity Pr ess, 1983);]. H. Suina &L. B. Smolk in, "Fr om Natal Cultur e to School Cultur e to Dominant Society   Cultur e: Su p por ting Tr ansitions for  Pue blo Ind ian Students", em P. M. Gr eenfield  &R. R . Cocking (orgs.), C ross-C~tltl/ral R o ot s o f  M illorit)'    Child   D eve lo pm ent  (Hillsd ale: Erl baum, 1994).

Referências

Documentos relacionados

Respaldar a Estratégia, aprovar o Plano de Ação sobre e-Saúde e apoiar sua consideração nas políticas, planos e programas de desenvolvimento, assim como nas propostas e

Fazendo-se comparação entre os dois partidos pode- mos concluir que os candidatos inscritos pela ARENA tendem mais para o exercício de funções governamentais,

[r]

• Agora, a tabela de resumo mostra as estatísticas da sua escola, mais as das duas escolas que você selecionou. A quarta coluna mostra a taxa média de utilização das três

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGOS DA LEIS TOCANTINENSES NS. REAJUSTE DE SUBSÍDIOS DE SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS. IRREDUTIBILIDADE DE

Métodos de controle da microbiota que afeta a qualidade do leite UHT A qualidade do leite UHT é influenciada pela qualidade bacteriológica da matéria-prima na fonte de produção,

Em alguns espaços, no meio daquele solo de acordeão, parece-me haver uma fusão entre o tango e o funaná… Para além disso, este disco prima pela continuidade

A parcela do valor da operação de alienação de participação societária passível de determinação em razão do implemento de condição suspensiva integra o preço de