Mercados de Energia Elétrica Experiência Internacional e o Modelo Brasileiro de
Comercialização de Energia
Enerlivre 2010 – Encontro de Negócios Entre os Agentes do Mercado de Livre Contratação de Energia
Luciano Macedo Freire Conselho de Administração 02/06/2010
Agenda
Mercados de Energia Elétrica
Experiência Brasileira
Considerações Finais
Experiência Norte Americana
Experiência Européia
Comparativo dos Mercados
Experiência Australiana
Por que inserir competição nos mercados de energia
elétrica ?
Aprimoramento do Equilíbrio Oferta x Demanda
Aumentar a eficiência das empresas
Redução dos custos ao consumidor final
Onde pode haver competição?
Competição na Geração Competição no Consumo
Competição na Comercialização
Transmissão e distribuição são monopólios naturais
Experiências distintas em diferentes países
Mercados de Energia Elétrica
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Experiências Pioneiras dos Países:
Chile (1982), UK (1989-90)
Países Escandinavos: Noruega:1991, Finlândia:1995,
Suécia:1996, Dinamarca :1999
Atualmente:
Mais de 100 países promoveram reestruturação com
desverticalização, privatização, introdução da competição e liberalização privatização
Membros da União Européia: Espanha, Alemanha, Itália,
Holanda, Portugal, etc.
Ásia: Austrália, Nova Zelândia, Japão, China, Coréia
América Latina: Colômbia, Argentina, México, Brasil
América do Norte: USA, Canadá
A energia elétrica e a Introdução da Competição
Resultados das Experiências de Reestruturação
Organização
Mercado Bilateral
Características
Negociação direta entre as partes
Vantagens:
Flexibilidade (volume, prazo, forma de pagamento, etc.)
Produtos customizáveis
Desvantagens:
Maior risco de crédito Baixa liquidez
Maior custo de transação Baixa transparência
Plataformas Eletrônicas para Negociação Bilateral
Maior Transparência
Menor Custo de Transação
Produtos e Contratos Padronizados
Liquidação por Câmaras de Compensação
Mercado Bilateral Organizado
Organização
Mercado em Bolsa
Características
Produtos padronizados
Exigência de garantias dos participantes
Rigidez nos procedimentos A bolsa é contraparte
garantidora
Vantagens:
Liquidez Transparência de preços Baixo risco de crédito
Diferentes possibilidades de formação de preço para o curto
prazo
Loose Pool - Bids
Interação entre oferta e demanda
Captura a disposição de venda/compra de
vendedores/compradores a um determinado preço
transmite sinais econômicos (via preço) aos compradores, que podem responder e influência no comportamento da demanda e do próprio preço
Leilões de quantidade e preço
Oferta
Demanda
$
Qtd
Despacho Físico é determinado pelo “despacho comercial”
Otimização econômica (pelo mercado)
Contratos com entrega física
Diferentes possibilidades de formação de preço para o curto
prazo
Tight Pool
Otimização se dá pelo despacho físico
das usinas
O despacho é definido de forma
centralizada, via processo de
otimização do custo de geração - CMO
O preço tem por base o CMO
Contratos Financeiros: a garantia do
suprimento é dada pelo sistema
Formação de Preço
Uniforme:
cada participante do leilão, seja ele comprador ou vendedor, paga ou recebe o mesmo preço pela energia preço marginal
Adotado pela maioria dos países (Ex. Nord Pool e PJM)
Discriminatório:
cada qual é remunerado pelo preço que declarou na sua oferta de
venda
Ex. Reino Unido
Por Região
Abrange uma determinada área (submercado) Ex. Nord Pool e Brasil
Por Barra
Ponto específico do sistema Forte sinal locacional
Ex. PJM
Mercados de Energia Elétrica
Agenda
Mercados de Energia Elétrica
Experiência Brasileira
Considerações Finais
Experiência Norte Americana
Experiência Européia
Comparativo dos Mercados
Experiência Australiana
Aspectos Gerais
Dois ambientes de contratação: ACR e ACL
Os contratos são puramente financeiros, o SIN se responsabiliza pela entrega física
O registro dos Contratos Bilaterais pode ocorrer “ex-post” àverificação da medição
Exigência de contratação de 100% da demanda
Exigência de comprovação de Lastro de Venda
Vendedores e consumidores estão sujeito à penalidade por falta de lastro e insuficiência de contratação apurados ao longo de 12 mesesProcesso de
Despacho de usinas do Brasil e
Formação do
Preço
Dados do Planejamento de Longo Prazo NEWAVE Séries de Afluências Previsão de Carga de Longo Prazo Função de Custo Futuro DECOMP Previsão de Carga Previsões Mensais e Semanais de Vazões Disponibilidade de Geração Térmica Custos de Operação CMO 5 anos 2 meses PLD •Sem restrições internas aos submercados •Preço Mínimo •Preço Máximo Curto Prazo Curto Prazo O processo de despacho das usinas no Brasil é centralizado,
cabendo ao ONS a definição de quais usinas irão gerar
Despacho de usinas do Brasil
Demanda SIN Oferta (MWm) Custo (R$/MWh) “CMO” Nuclear Carvão Gás Hidráulica Óleo Óleo Diesel
Despacho e Preço do MCP definidos pela
minimização dos custos de geração – despacho centralizado com base nos modelos computacionais
Agenda
Mercados de Energia Elétrica
Experiência Brasileira
Considerações Finais
Experiência Norte Americana
Experiência Européia
Comparativo dos Mercados
Experiência Australiana
Aspectos Gerais do Mercado Europeu
Não há um modelo de mercado padrão: a estrutura e
organização dos mercados são diferentes e apresentam distintos
estágios de maturidade
Consumidor pode vender energia e responde ao preço (demand
side bidding)
Não existe obrigação de contratação
Coexistência de vários ambientes de comercialização:
bilateral (OTC – Over the Counter)
plataformas eletrônicas
bolsas (PX - Power Exchanges) - física ou financeira
Produtos negociados: físicos e financeiros (instrumentos de
Contratação de longo prazo é voluntária (normalmente não
ultrapassam 5 anos) para proteção de riscos contra variações de
preço spot;
Formação de Preço de Curto Prazo (spot)
Reflete o equilíbrio entre oferta e demanda e a percepção de preço dos ofertantes;
Leilões de compra e venda de energia (volume e quantidade)
Tipos: dia seguinte (day ahead) / intraday / balanço
Despacho físico das usinas determinado pelo “despacho
comercial”
Mercado de carbono e Gás
Exemplo: Nord Pool
Tem início na Noruega em
1991
Adesão posterior:
Suécia Dinamarca Finlândia
Principais características
Separação da geração, transmissão, distribuição e comercialização
no varejo
Livre acesso ao sistema de transporte (transmissão e distribuição) Competição plena no varejo – todos consumidores são livres
As usinas e as respectivas quantidades despachadas são definidas
por mecanismo de Leilão (Ofertas de Compra e Venda), coordenado pelo Operador de Mercado
Operação com diferentes tipos de produtos
Benefícios da Integração:
Redução dos custos de transação
Redução dos custos de operação para os operadores do sistema/mercado e para os participantes do Mercado
Uso mais eficiente dos recursos de geração
Menor volatilidade dos preços
Aumento da competiçãoRumo ao Mercado Pan-Europeu
Desafios:
Coordenação da operação
Gerenciamento de congestionamentos na transmissão
Integração de regras de mercado
Planejamento coordenado da expansão: G & TAgenda
Mercados de Energia Elétrica
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Experiência Norte Americana
Experiência Européia
Comparativo dos Mercados
Experiência Australiana
Experiência Norte Americana
Considera-se como um marco para a reforma do setor elétrico nos
EUA a publicação, pelo Federal Energy Regulatory Comission – FERC, do “Energy Policy Act”
Estímulo a competição nos mercados de energia elétrica
Livre acesso aos sistemas de transmissão de energia Os estados americanos apresentam diferentes modelos de mercados
de energia elétrica, sendo algumas experiências consideradas como referências importantes para o desenvolvimento de mercado de energia:
PJM
Califórina
New England Coexistências de mercados altamente sofisticados com mercados puramenteExperiência Norte Americana
PJM coordena o mercado de energia elétrica nos estados americanos
de Delaware, Illinois, Indiana, Kentucky, Maryland, Michigan, New Jersey, North Carolina, Ohio, Pennsylvania, Tennessee, Virginia, West Virginia e no Distrito de Columbia
PJM
Responsável por:
coordenar a venda e acompra de energia no mercado de eletricidade
Realizar o balanço dasnecessidades dos supridores, consumidores
e outros agentes de mercado
Preço
Utiliza o Preço MarginalLocacional (LPM)
Experiência Norte Americana
PJM
Preço horário por barra é
calculado no dia anterior
ao de operação com base
nas ofertas (volume e
preço) de geração e
consumo
Day-Ahead
Market
Real-Time
Market
É um mercado no qual os
preços são calculados
para intervalos de cinco
minutos, baseados nas
condições de operação
do sistema
Agenda
Mercados de Energia Elétrica
Experiência Brasileira
Considerações Finais
Experiência Norte Americana
Experiência Européia
Comparativo dos Mercados
Experiência Australiana
As reformas no setor elétrico australiano podem se dividir em duas
fases
1ª fase – década de 90
Estabelecer competição no mercado de energia visando:
Aprimorar a eficiência nos investimentos, na produção e no uso das fontes de energia
Promover a eficiência energética e o desenvolvimento sustentável
Aumentar a produtividade e tornar a economia mais competitiva
Promover o crescimento econômico e o bem estar da população 2ª fase – a partir de 2003
Novas leis, instituições e estrutura de governança para o mercado de energia
Promover a interconexão de sistemas, a competição e o investimento
Criar condições para um futuro mercado nacional de energia Western Australian Wholesale Market
Operado por IMO – Independente Market Operator
Início de operação em setembro de 2006
Atende a região sudoeste do paísExperiência Australiana
Atualmente a Austrália conta com dois
mercados de energia elétrica
National Electricity Market (NEM)
Incialmente operado pelo National Electricity Market Management Company Limited (NEMMCO)
Início de operação em 1998
Atende a costa leste do país
A partir de 1o de Julho de 2009 teve início asoperações do Australian Energy Market Operator (AEMO), integrando os mercados de energia elétrica e gás natural na costa leste australiana
Experiência Australiana
Western Australian Wholesale Market x National Electricity Market Western Autralian Wholease
Market
Conta com um Mecanismo de Capacidade
Não conta com despacho nodal ou modelo de transmissão
Preço do mercado de curto prazo formado por oferta
Conta com mercado ex-ante (contratos bilaterais), day-ahead e balanço final
Contratos bilaterais entre Agentes National Electricity Market
Não conta com um Mecanismo de Capacidade
Conta com despacho nodal ecomplexo modelo de transmissão
Preço do mercado de curto prazo formado por oferta
Baseado somente em mercado de real-time
Contratos futuros com função de hedgeAgenda
Mercados de Energia Elétrica
Experiência Brasileira
Considerações Finais
Experiência Norte Americana
Experiência Européia
Comparativo dos Mercados
Comparativo de Mercados
Mercado Preço por oferta Preço por Modelo Preço por Região Preço por barra Resposta da Demanda Brasil √ √ Nord Pool √ √ √ PJM √ √ √ WAWM √ √ √ NEM √ √ √
Mercado Mercado Spot Real-TimeMercado Contratos Bilaterais CapacidadReserva de e Mercado Serviços Ancilares Brasil √ √ √ Nord Pool √ √ √ √ √ PJM √ √ √ √ √ WAWM √ √ √ √ √ NEM √ √ √
Comparativo de Mercados
Mercado Mercado Livre
Brasil Consumidores Especiais ≥ 500 kWConsumidores Livres ≥ 3 MW Demais consumidores são cativos Nord Pool Todos consumidores são livres
PJM Todos consumidores são livres (?) WAWM Todos consumidores são livres
NEM Todos consumidores são livres
Mercado TransmissãoDireitos de Contratos Futuros Diversidade de Instrumentos Financeiros Brasil √ Nord Pool √ √ PJM √ √ √ WAWM √ √ NEM √ √ √
Benchmarking para o Mercado Brasileiro
Regulatório
Número de atos regulatórios/ano
Número de resolução de conflitos/ano
Mercado
Índice de liquidez
Volatilidade
Tarifa/PIB
Capacidade instalada
Consumo/PIB
Preço/PIB industrial
Encargos/custo total energia
Meio ambiente
Índice de energia limpa: G_fontes renováveis/G_total
MWh gerado/emissão CO2Preço Spot
Fonte: Nord Pool e CCEE
http://www.nordpoolspot.com/reports/systemprice/Post.aspx
2010
Cotação do Euro: 1 EUR = 2,24 R$
Benchmarking para o Mercado Brasileiro
Índice de Liquidez ou Taxa de Rotatividade de Contratos (churn rate) no Mercado Europeu e no
Brasil
Fontes: OFGEM - Liquidity in the GB wholesale energy markets / CCEE
Brasil
Benchmarking para o Mercado Brasileiro
Liquidez no Mercado Europeu em 2007
Total de energia comercializada em 2007 em contratos realizados no mercado OTC e nas bolsas de energia na Europa.
Fontes: ECORYS - Review and analysis of EU wholesale energy markets / CCEE
Benchmarking para o Mercado Brasileiro
Montantes Transacionados e Consumidos [TWh]
Consumo 2.700
Transações OTC 6.300
Transações Bolsa – Futuros 1.100
Transações Bolsa – Spot 800
Total Transacionado 8.200
Liquidez (Transação/Consumo) 3,04
Montantes Transacionados e Consumidos [TWh]
Consumo 81
Transações – curto e longo prazos 209
Liquidez (Transação/Consumo) 2,6
Liquidez no Mercado Brasileiro em 2007
Uma forma de medir a liquidez no mercado elétrico é a comparação entre os volumes de energia negociados e o consumo físico.
Agenda
Mercados de Energia Elétrica
Experiência Brasileira
Considerações Finais
Experiência Norte Americana
Experiência Européia
Comparativo dos Mercados
Experiência Australiana
Considerações Finais
Há diferentes desenhos de mercado e diferentes
graus de maturidade ao redor do mundo
Predominância de formação do preço do mercado
de curto prazo por oferta
Carga tem papel “ativo”
Considerações Finais
Aprimoramentos do Mercado Brasileiro
Formação do preço
Participação dos consumidores como agentes “ativos”
Organização do mercado
Bolsa
Plataforma eletrônicas
Desenvolvimento de produtos financeiros
Simplificação das regras
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