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2012 Rio de Janeiro

10ª edição

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Todos os direitos reservados. Copyright © 2012 da Convicção Editora

Convicção Editora

Direção Geral Direção Geral

Sócrates Oliveira de Souza

Diretor Editorial Diretor Editorial

Macéias Nunes

Assistente Editorial Assistente Editorial

Sandra R. Bellonce do Carmo

Ilustrações

Ilustrações, por Hudson Silva Revisão

Revisão, por Adalberto Alves de Souza Capa e projeto gráfico

Capa e projeto gráfico, por Rogério de Oliveira Diagramação

Diagramação, por Jolsimar A. Oliveira

10ª edição: 2012 Tiragem: 3.000 Convicção Editora

Rua: Senador Furtado, 56 – Maracanã – Rio de Janeiro, RJ – CEP: 20270-020 (21) 2157-5557 - falecom@conviccaoeditora.com.br

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Rua: Gonzaga Bastos, 300 – Vila Isabel – Rio de Janeiro, RJ – 20541-015 (21) 21 2107-1818 – www.missoesnacionais.org.br

Junta de Missões Nacionais

Direção Executiva Direção Executiva Fernando Brandão Gerência Executiva de Gerência Executiva de Evangelismo e Discipulado Evangelismo e Discipulado

Nilton Antonio de Souza

Gerência Executiva de Gerência Executiva de Planejamento e Estratégia Planejamento e Estratégia Jeremias Nunes K44j

Key, Jerry Stanley

José da Silva, o pregador leigo / Jerry Stanley Key.-Rio de Janeiro: Convicção,2012.

120p. ; 23 cm. ISBN - 978-85-61016-33-3

1. Homilética. 2. Sermões --- Preparo. I. Título. CDD 251

Índices para catálogo sistemático : 1. Sermões: 252 2. Pregação: preparo : 251.01

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Apresentação

Muitos crentes brasileiros são pregadores por natureza. A divulgação

do evangelho os empolga e os torna ousados. Por isso, anos atrás houve a publicação de uma série de artigos na revista “O Cooperador”, publicada pelo então Departamento de Homens da Junta de Educação Religiosa e Pu-blicações. Os artigos foram escritos pelo pastor Jerry Stanley Key, que serviu como professor de homilética do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil de 1961 a 1996. A finalidade dos artigos era ajudar os pregadores leigos a se desenvolverem na arte do preparo e da pregação de sermões bíblicos. E da série de artigos nasceu este livro, que visava à mobilização do potencial masculino das igrejas. Dando asas à sua imaginação, o autor elaborou um estudo prático e fácil de ser entendido por aqueles que queriam aperfeiçoar sua transmissão do evangelho quando tinham a oportunidade de pregar em um lar, em sua igreja, ou em outro lugar ou igreja.

O método usado para introduzir os assuntos era a criação do persona-gem José da Silva, um membro de uma igreja, como muitas outras igrejas, que precisava aumentar o grupo de pregadores leigos. Este método caiu na graça das igrejas, e o livro foi muito bem recebido no Brasil inteiro. Tanto é que houve nove edições e 29.000 exemplares publicados. Foi um “best sel-ler” e um recurso que ajudou muitos pregadores leigos a se desenvolverem nesta arte de pregar. Nestes últimos anos muitos irmãos de igrejas em toda a parte têm dito que era preciso fazer algo e lançar uma nova edição do livro. Diante dos apelos e sentindo a necessidade mesma de estar disponível, o li-vro agora, depois de estar esgotado há bastante tempo, está sendo reeditado.

Como antes, agora o livro se torna um subsídio precioso àqueles que, não sendo chamados para servir como pastores ou missionários, foram agraciados por Deus com a facilidade da comunicação, e que atuam como pregadores leigos.

Que muitos possam fazer bom uso deste livro.

Pr. Fernando Brandão Diretor Executivo da JMN

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Sumário

PARTE I - O SERMÃO . . . 9

1 - O texto bíblico do sermão . . . 11

2 - O alvo ou objetivo do sermão . . . 17

3 - O assunto ou tema do sermão . . . 21

4 - Como organizar os pensamentos do sermão . . . 27

5 - A arte da introdução do sermão . . . 35

6 - A conclusão do sermão . . . 41

7 - Como fazer o apelo . . . 47

8 - O uso de material ilustrativo no sermão . . . 55

9 - O uso de bons hábitos na pregação . . . 61

10 - A preparação espiritual do pregador leigo . . . 67

PARTE II - SERMÕES ESBOÇADOS . . . 73

1. O homem que procura Jesus . . . 76

2. O maior fracasso na história da humanidade . . . 79

3. O homem que está em falta com Deus . . . 82

4. Nova vida para você . . . 84

5. O maravilhoso convite de Deus . . . 86

6. Jesus virá outra vez . . . 88

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PARTE III - ILUSTRAÇÕES EVANGELÍSTICAS . . . 93

1 - O pintor e o mendigo . . . 96

2 - Como o diabo trabalha . . . 97

3 - Desejável transformação . . . 98 4 - Na curva da morte . . . 99 5 - O milagre do evangelho . . . 100 6 - Encontro inevitável . . . 102 7 - Falsos profetas . . . 103 Verificação de aprendizagem . . . 105

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1. Vantagens no uso de um texto bíblico 2. Como escolher o texto

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12 / José da Silva, um pregador leigo

O TEXTO BÍBLICO DO SERMÃO

O pregador leigo naturalmente precisa de um bom texto para cada ser-mão que prega. O texto tem sido definido como a “passagem bíblica que serve de base para o sermão”. Essa passagem deve sempre fornecer a ideia ou verdade central do sermão. Muitas vezes as demais verdades empregadas no desenvolvimento da mensagem também serão encontradas nessa mesma passagem. (Para o esboço de um sermão desse tipo verifique o esboço “O Maravilhoso Convite de Deus” - pág. 79). Nunca se deve tomar um texto somente por pretexto, e logo se esquecer dele.

1. Vantagens no uso de um texto bíblico

Há muitas vantagens, tanto para o pregador como para os ouvintes, no uso de um texto para cada sermão:

1) O texto dá ao sermão a autoridade da Palavra de Deus, porque o pregador, antes de tudo, e sobretudo, deve pregar a Palavra! 2) O texto constitui a base e a alma do sermão.

3) Na pregação por textos, o pregador ensina a Palavra de Deus e leva o povo a conhecê-la. O texto ajuda o povo a cultivar o gosto pela Palavra de Deus.

4) Também o uso do texto ajuda os ouvintes a reter as ideias principais do sermão. As duas partes das nossas mensagens geralmente mais lembradas são as ilustrações e o texto.

5) O texto limita e unifica o sermão. Um bom texto nos ajuda no de-senvolvimento da nossa mensagem. É muito mais fácil pregar com texto do que sem texto.

6) Há milhares de bons textos na Bíblia. Portanto, conseguimos me-lhor variedade nas mensagens quando temos textos variados. Assim

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não ficamos à mercê das sugestões circunstanciais, com a mente voltando-se às suas velhas rotinas.

7) A pregação bíblica por textos ajuda na conversão de almas e no fortalecimento dos crentes, por ser a Bíblia a arma, a espada do Espírito Santo.

2. Como escolher o texto

Sem dúvida alguma, a escolha do texto é de grande importância. Quan-do é feliz nesta escolha, o pregaQuan-dor sente-se mais animaQuan-do e os ouvintes prestam melhor atenção às suas palavras.

Via de regra, o texto não deve ser extenso demais – normalmente um parágrafo das Escrituras é o bastante para um sermão edificante. Cinco a oito versículos nos parece o ideal. O uso de 20 a 30 versículos cria barreiras intransponíveis para o pregador, a não ser que se trate de passagem histórica, que o pregador esteja expondo e aplicando à situação contemporânea.

O texto deve ser bem claro. Exemplos: Salmo 1; Isaías 55.1-7; Marcos 10.17-27; Lucas 19.1-10; João 3.16-21; Atos 16.25-34.

O texto deve provocar a nossa imaginação de forma a prender nosso coração e mente. Procure novas ideias e textos. Mas também não se es-queça dos textos bem conhecidos, e não despreze os textos do o Antigo Testamento.

O assunto ou tema do sermão deve estar de acordo com o texto. Certo seminarista, tendo de pregar sobre as qualidades do lar, escolheu 2Timóteo 3.16 como texto: “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça.” A aplicação dele foi que o lar é proveitoso para ensinar e para corrigir. Como se pode notar, esse texto não tem qualquer relação com o lar ou a família. É claro que se refere às Escrituras Sagradas. O mais apropriado seria escolher passagens como Efésios 5.22-31.

Faça a escolha de textos que tenham objetividade para os ouvintes, que falem à situação em que o nosso povo esteja vivendo.

De sua leitura e estudo da Palavra de Deus o pregador leigo deve fazer e guardar uma lista de bons textos, para não ter de gastar muito tempo na

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14 / José da Silva, um pregador leigo

procura de um texto quando receber convite para pregar. Assim terá mais tempo para dedicar à preparação do próprio sermão. Alguns textos, além dos já mencionados, que servem bem para sermões, são os seguintes: Salmo 23; Salmo 51.1-13; Isaías 53.1-7; Mateus 22.41-46; Mateus 25.24-30; Mateus 27.15-26; Marcos 10.17-22; Lucas 10.25-37; Lucas 12.15-21; Lucas 13.1-5; Lucas 14.16-24; Lucas 15.1-7; Lucas 15.11-24; Lucas 16.19-31; Lucas 18.9-14; Romanos 10.8-13; Romanos 12.1-2; Efésios 2.1-10; Hebreus 12.1-3; Apocalipse 22.17 e muitos outros.

3. O uso devido do sermão

Na preparação do sermão deve haver bastante cuidado no uso do texto, para não ser usado como mero pretexto daquilo que se quer dizer! Estude bem a fraseologia e o contexto da passagem (aquilo que vem antes e depois), usando comentários bíblicos, se p ossível. Seria interessante fazer o estudo do texto em várias versões da Bíblia, tais como: (1) Bíblia Devo-cional de Estudo, Tradução de João Ferreira de Almeida, Versão Revista e Corrigida; (2) Bíblia Almeida Século 21; (3) A Bíblia Sagrada, Versão Revi-sada da Tradução de João Ferreira de Almeida, de Acordo com os Melhores Textos; (4) A Bíblia Viva, (5) e outras versões que o próprio pregador gostar de usar. A leitura assim muitas vezes ajuda o pregador a entender melhor certas ideias do texto.

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O ALVO OU OBJETIVO DO SERMÃO

Todo sermão deve ter um alvo ou objetivo. Este é o primeiro requisito do sermão eficaz. O alvo ajuda a determinar o assunto ou o tema do sermão. Também ajuda na seleção das ideias que o pregador queira, e, ainda, controla a sequência das ideias. O sermão não poderá ser claro e inteligível para os ou-vintes, se o próprio pregador não souber aonde quer chegar com a pregação, ou finalidade do sermão que tem em mente.

Quando o pregador está procurando uma passagem bíblica em que basear sua mensagem, deve sempre pensar nos possíveis alvos. Muitos ser-mões não são interessantes porque lhes falta um alvo claro, positivo. Talvez a primeira consideração do pregador leigo, quando começa a pensar sobre sermão, deva ser: “Que desejo que Deus opere nos corações dos meus ou-vintes com este sermão? Que efeito eu gostaria que este sermão produzisse no pensamento e na vida do povo?” Portanto, é bom ter em mente a resposta que se deseja por parte da congregação, isto é, o que se quer alcançar como resultado do sermão. Um exemplo: num sermão baseado em João 3.16, com o tema “A Necessidade do Novo Nascimento”, é obvio que o pregador quer evangelizar os não crentes por intermédio de sua mensagem, mas deve especificar ainda mais. Nessa passagem o pregador quer ajudar os perdidos a receber o novo nascimento como o único meio ou caminho de salvação, mas este alvo só poderá ser alcançado quando se mostrar quão necessário é o novo nascimento. E, enquanto o pregador estiver preparando a sua mensa-gem, sempre estará pensando no alvo.

O alvo é sempre bem formulado em termos de efeito do sermão na expe-riência dos ouvintes. Isso é muito importante! O pregador não apenas prega a verdade, mas também busca decisões, e espera que os ouvintes mudem certas atitudes depois de ouvirem as mensagens.

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1. A definição do assunto do sermão 2. A necessidade de um assunto 3. Características de um bom assunto 4. Anunciando o assunto aos ouvintes

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O ASSUNTO OU TEMA DO SERMÃO

Como nasce um sermão? Quando se descobre a ideia que se quer pre-gar. Na maioria das vezes essa ideia nasce relacionada com uma passagem das Escrituras Sagradas. Por exemplo, o pregador está lendo a Palavra de Deus e encontra uma passagem, como João 3.1-21, que ele quer usar como texto, e falar sobre o novo nascimento.

Porém, a ideia do sermão também nasce, às vezes, sem ter um texto bíblico estabelecido. Isso acontece, por exemplo, quando o pregador quer falar sobre uma doutrina, como a fé, a graça, o céu, ou o inferno. Logo no iní-cio de sua preparação, o pregador leigo deve combinar ou “casar” o assunto do seu sermão com um texto da Palavra de Deus. Senão, ele estará falando da sua própria sabedoria e não da sabedoria de Deus!

1. A definição do assunto do sermão

Que é assunto e como defini-lo? Assunto ou matéria é aquilo de que se trata no sermão. É a ideia central do sermão. É o nome próprio da mensagem que Deus coloca no coração do pregador.

2. A necessidade de um assunto

Uma das fraquezas da pregação atual é que os assuntos nem sempre são formulados com precisão. Precisamos trabalhar mais para refinar os nossos assuntos. Quando uma criança nasce, recebe um nome e conserva esse nome durante toda a sua vida. Não devemos cair no erro de uma tentativa de comunicação com os ouvintes, sem dizer-lhes o que temos a transmitir.

Uma editora não publicaria um livro sem título. As revistas capricham nos títulos dos seus artigos para conseguir mais vendas. Certa vez uma re-vista de circulação mundial aproveitou o título sensacional de um artigo, para despertar o interesse dos leitores: “Não cometerás adultério.” O artigo

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era o resumo de um sermão pregado numa igreja evangélica na América do Norte, e despertou grande interesse por se tratar de um problema de âmbito universal.

Certo jornal publicou uma entrevista com um executivo do mundo do cinema. Entre outros assuntos, veio à tona o problema de dar às produções cinematográficas títulos adequados, para despertar o interesse público. O título é meio caminho para o sucesso.

Será que tudo isso tem aplicação na arte de pregar? É claro que sim! O pregador deve empregar todo o esforço para conseguir o melhor assunto ou tema possível, pois muitas vezes é o assunto que fixa o sermão na mente dos ouvintes.

3. Características de um bom assunto

O assunto ou tema deve ser preciso e exato. Ele deve obedecer aos limi-tes do sermão. Se anunciamos que vamos falar sobre “As bênçãos na vida do dizimista”, não devemos gastar muito tempo falando sobre as objeções que alguns levantam quanto a dar o dízimo.

O assunto deve ser claro e simples, colocado em termos bem conhecido pelos ouvintes. A simplicidade e a clareza são forças poderosas na pregação da Palavra.

O assunto deve ser interessante. Eis alguns exemplos: 1) “A grande pergunta da vida”;

2) “O Cristo perdido”;

3) “O bom samaritano do século vinte e um”; 4) “Quando as tragédias se tornam triunfos”; 5) “A grandeza do amor de Deus”;

6) “A mais importante das estruturas de base” (um sermão sobre o novo nascimento, pregado durante a época em que se falava muito em estruturas).

O assunto deve ser expresso em termos de hoje e não de ontem. Isso é muito importante. Em vez de falar sobre “A vida de João Batista”, é melhor usar o seguinte assunto: “As características de um grande servo de Deus”.

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O assunto deve ser específico, e não geral. É melhor falar sobre “O sig-nificado do novo nascimento” do que sobre o assunto mais geral, “O novo nascimento”. Outro exemplo: “As bem-aventuranças de um lar feliz” é me-lhor do que apenas falar sobre “O lar”, que é um assunto demasiadamente generalizado para se esgotar em um só sermão.

O assunto deve ser oportuno e de acordo com a necessidade dos ouvin-tes; deve ser breve (normalmente apenas 2 a 7 palavras); e deve ser formula-do, via de regra, com as próprias palavras do pregador. Exemplo: em vez de falar sobre o assunto “Recebereis poder” seria melhor falar sobre o mesmo assunto, mas usando o tema: “O poder de Deus para a igreja de hoje”.

4. O anúncio do assunto aos ouvintes

O pregador precisa informar os seus ouvintes sobre aquilo que ele vai falar. Quantas vezes temos ouvido um pregador que não anunciou o seu assunto, e não sabíamos o tema de que ele estava tratando até quase o fim da mensagem. Quando o pregador anuncia o seu assunto, não há qualquer confusão por parte dos ouvintes.

O assunto pode ser anunciado assim: “Nosso assunto de hoje é...”, “O título do sermão que Deus tem colocado em meu coração para esta hora é...”; “Gostaria que pensássemos hoje sobre...”, etc.

Conclusão

As ideias para sermões são as mais variadas. Faça o possível, amigo pre-gador leigo, para descobrir assuntos dignos que possam ajudar os seus ser-mões a serem mais bem entendidos e mais interessantes. E lembre-se tam-bém que, quando o pregador anuncia o assunto do seu sermão aos ouvintes, ele tem o compromisso solene de desenvolver aquele assunto.

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1. Qualidades do sermão bem organizado 2. Sugestões para melhorar os esboços

3. Análise de um esboço, aplicando algumas das sugestões acima 4. O número de divisões

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28 / José da Silva, um pregador leigo

COMO ORGANIZAR OS PENSAMENTOS

DO SERMÃO

Um dos passos mais importantes na preparação de um sermão é a boa organização dos pensamentos que vão ser apresentados. A mensagem mal organizada é difícil de entender. Por outro lado, uma mensagem bem organizada e que pode ser seguida, ponto por ponto, até terminar num clímax satisfatório, é sempre uma inspi ração e uma ajuda para nossa vida espiritual.

Quando o pregador leigo descobrir o seu texto bíblico, o objetivo e o assunto ou tema que vai pregar, deve começar a pensar em como organizar melhor as ideias que serão apresentadas. É mais fácil preparar a mensagem quando dividimos o nosso assunto em vários pontos. Essas divisões não pre-cisam ser muitas. Duas, três ou quatro bastam.

Alguém pode perguntar: “Mas como descobrir essas divisões do nosso assunto?” Podemos fazer um estudo pormenorizado do texto, anotando as ideias principais da passagem. Essas ideias, por sua vez, vão nos ajudar a pensar em outras. Deve-se apresentar uma das ideias mais interessantes no começo da mensagem e se deve terminar com um desafio. Já temos dito que é necessário incluir algumas ilustrações para tornar o sermão mais interessan-te e mais claro.

1. Qualidades do sermão bem organizado

As qualidades essenciais de um sermão bem organizado são: unidade, ordem lógica, proporção e progresso.

UNIDADE – Alguém disse que muitos sermões são semelhantes aos dicioná-rios – com ideias interessantes e observações importantes, mas sem um fio de pensamento para ligá-las. Para haver unidade, os pontos devem desenvolver o assunto ou tema, cada um ocupando o seu devido lugar. O sermão deve ter uma ideia central e harmonia no desenvolvimento dessa ideia.

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ORDEM LÓGICA – um filósofo observou certa vez que os bons pen-samentos são abundantes, mas a arte de organizá-los não é nada fácil! Normalmente um sermão ou qualquer discurso alcança seu objetivo e é eficaz na proporção que é bem organizado, com ideias claras e ordem lógica.

PROPORÇÃO – Esta é outra qualidade essencial de um sermão bem orga-nizado. Quando falamos em proporção estamos nos referindo à porção de tempo de cada divisão de ideias. Por exemplo, uma dona de casa que vai dividir um bolo, o faz proporcionalmente. Pensaríamos que algo estaria des-coordenado se uma das fatias fosse maior que a metade do bolo. Da mesma forma, quando um ponto do sermão ocupa quase todo o tempo, a distribui-ção deixa de ser proporcional e harmoniosa.

PROGRESSO – O bom sermão deve marchar para o seu alvo com uma in-tensidade crescente. Progresso é o movimento dos pensamentos em direção ao alvo. “Cada divisão, subdivisão, e até ilustrações e explicação, tem de apontar como uma flecha na direção do alvo especifico, e em ordem de interesse crescente.”

Se o esboço tiver essas quatro qualidades: unidade, ordem lógica, pro-porção e progresso, e se o assunto ou tema discutido for importante e inte-ressante, o sermão alcancará êxito.

2. Sugestões para melhorar os esboços

1) O assunto deve abranger o pensamento de todas as divisões ou pontos, todos.

2) Cada divisão do esboço deve discutir uma faceta distinta do assun-to.Uma das fraquezas mais comuns em muitos sermões é que as di-visões têm praticamente o mesmo significado, porém em palavras diferentes. Por isso há muita repetição em nossos sermões.

3) Nenhuma divisão pode ser igual ou equivalente ao assunto. (Um pedaço de bolo não pode ser igual ao bolo todo!)

4) As divisões devem ser organizadas em ordem lógica e de interesse crescente, para que o sermão possa ter um bom clímax. Assim, o último ponto deve ser o mais interessante e persuasivo.

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30 / José da Silva, um pregador leigo

5) As divisões devem ser formuladas de tal forma que sejam o mais interessante possível. Um famoso esboço de um sermão pregado sobre a parábola do bom samaritano, com o título “Três Filosofias de Vida”, mostra essa qualidade:

(a) O que é teu é meu; vou tomá-lo (filosofia dos ladrões) (b) O que é meu é só meu; vou guardá-lo (filosofia do

sacerdo-te e do levita)

(c) O que é meu é teu; vamos repartir (filosofia do bom sama-ritano).

6) Cada ponto, se for subdividido, terá de ter pelo menos duas subdi-visões.

7) As partes que chamamos de introdução e conclusão, bem como as ilustrações, não devem ser enumeradas no esboço.

8) As divisões devem ser formuladas de tal forma que haja significado para os ouvintes hoje. Depois de ter estudado a passagem que que-remos usar como texto para a nossa mensagem, devemos notar o ensino, as possíveis divisões para o nosso sermão, fazendo a devida aplicação aos nossos dias. Por exemplo: O Salmo 51 é uma passa-gem das mais conhecidas. A primeira parte nos mostra como Davi reconheceu e confessou seu pecado contra Deus. Acompanhe com sua Bíblia aberta. A primeira ideia, portanto, é a confissão com o consequente pedido de perdão. Depois Davi quis receber novamen-te a alegria da salvação que gozara annovamen-tes do seu pecado (Verifique os versículos 7 a 12). No versículo 13, Davi promete fazer algo para Deus quando for perdoado. Ele diz que ensinará aos transgressores os caminhos de Deus, e que por intermédio do seu testemunho os pecadores se converterão a Deus. O assunto de uma mensagem ba-seada nessa passagem poderia ser: “O crente e seu pecado”, ou, “Do pecado ao perdão”, com as seguintes divisões:

(a) Quando o crente peca, deve confessar os seus pecados a Deus (vv. 1-6);

(b) Quando o crente confessa os seus pecados, recebe o per-dão de Deus (vv. 7-12);

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(c) Quando o crente recebe o perdão de Deus, testemunha desse perdão recebido (vv. 13-17).

Esse assunto e esboço têm aplicação à vida de todos os ouvintes. Um assunto assim é muito mais interessante do que um assunto histórico, como “O perdão de Davi”, ou “Quando Davi foi perdoado”. 9) Tome cuidado para não desviar as divisões (pontos do assunto

es-colhido). Um autor dá os seguintes exemplos: O primeiro é de um sermão baseado em 2Coríntios 7.10, com o assunto: “O arrepen-dimento verdadeiro”. O pregador começa assim: ”Vamos ver algu-mas ideias erradas sobre o arrependimento”. Ele faz a exposição de algumas dessas ideias, e realmente não entra na discussão sobre o arrependimento verdadeiro. Neste caso, o assunto dele seria: “Tipos de falso arrependimento”, em vez daquele anunciado.

O segundo exemplo é de um sermão baseado em João 8.32, com o assunto “A verdade vos libertará”. O esboço consiste de dois pontos:

(a) O que é a liberdade? (b) O que é a verdade?

Neste caso, o pregador simplesmente não chegou a desenvolver o assunto, somente deu uma definição das palavras do assunto. Essa definição deveria ser feita na introdução ao sermão em foco. Outro esboço mais expressivo do mesmo assunto – “A verdade vos libertará”:

(a) A verdade aponta-nos o nosso pecado.

(b) A verdade mostra-nos como somos escravos do nosso pecado. (c) A verdade aponta-nos o Libertador, o Filho de Deus.

3. Análise de um esboço

Gostaria que o leitor fizesse uma crítica do seguinte esboço, usando

como base as sugestões mencionadas acima: Assunto: A salvação, dom de Deus

Texto: Efésios 2. 8,9

Esboço: 1) A salvação não vem das obras. 2) A salvação é dom de Deus.

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3) Jesus morreu para nos salvar. 4) Cornélio não foi salvo pelas obras.

Será que há unidade nesse esboço? Uma rápida observação nos mos-trará o seguinte: A primeira divisão está de acordo com o assunto, mas a segunda é equivalente ao assunto, quando deveria tratar de apenas uma de suas facetas. A terceira divisão não foi extraída do assunto, muito embora contenha base bíblica. A quarta divisão nos parece mais uma ilustração que mesmo um ponto. A conclusão a que se pode chegar é que esse esboço não divide nem desenvolve o pensamento do assunto.

Outro exemplo mais bem baseado no mesmo texto: Assunto: A salvação pela graça

Texto: Efésios 2:.8,9

Esboço: 1) A salvação pela graça não depende das obras. 2) A salvação é dom de Deus.

3) A salvação é alcançada pela fé.

4. O número de divisões

Não há número ideal de divisões, ou pontos, para um sermão. Devemos usar tantas divisões quantas forem necessárias para desenvolver o assunto e o texto de maneira adequada. Há, porém, fortes razões para que o número de pontos seja relativamente pequeno. Normalmente um sermão tem entre duas e cinco divisões principais.

5. Como anunciar as divisões

O pregador deve anunciar as divisões principais, porque os ouvintes precisam saber como está progredindo o sermão. Pode-se usar o método tradicional de introduzir as divisões: “Em primeiro lugar”, “Em segundo lugar”, etc. Ou se pode usar um método mais indireto: “Uma das ideias que encontramos no texto lido é...” (e segue-se a declaração da divisão em foco).

Não é necessário chamar a atenção para as subdivisões da mensagem, e, sim, somente para as divisões principais.

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1. A finalidade da introdução

2. Características de uma boa introdução 3. Coisas a evitar na introdução

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A ARTE DA INTRODUÇÃO DO SERMÃO

O sermão é constituído de três partes: Introdução (ou Exórdio), Corpo e Conclusão (ou Peroração). Todas as três partes são importantes, mas quere-mos focalizar a primeira delas.

Certo autor diz que “não se pode exagerar a importância do bom início”. É importante que o pregador atraia a atenção dos ouvintes desde o co-meço da sua mensagem, e que mantenha esse interesse até o fim.

1. A finalidade da introdução

A introdução deve provocar interesse e despertar a atenção dos ouvin-tes. Esse interesse não será independente, mas servirá para conduzir os ou-vintes ao assunto que está sendo tratado no sermão. Para despertar a atenção dos ouvintes é necessário que comecemos com alguma coisa que interesse a eles, que digamos alguma coisa relacionada à vida deles.

A introdução prepara a mente dos ouvintes, para que possam compre-ender o assunto do sermão e as ideias a serem desenvolvidas no corpo do sermão. Ela ajuda a captar a simpatia do povo.

2. Características de uma boa introdução

Há várias características de uma boa introdução, sem as quais ela não pode atingir a finalidade que se propõe. Note as seguintes:

Deve ser pertinente ao assunto. A introdução deve apresentar algum pensamento muito ligado ao assunto do sermão. Um exemplo deste ponto é o grande sermão do apóstolo Paulo, quando pregou sobre “O deus desco-nhecido”, em Atos 17. Ele começou falando sobre o altar dedicado ao deus desconhecido, e fez a aplicação de tal maneira que deixou uma impressão profunda. Algumas pessoas creram em Cristo (Atos 17.22-34).

Deve ser breve e proporcional. Normalmente a introdução não deve ocupar mais de 15% do tempo do sermão. Uma senhora disse que o

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tor da igreja dela levava tanto tempo preparando a mesa que ela perdia o apetite antes de comer. Muitos pregadores gastam a maior parte do tempo na introdução, e têm pouco tempo para o corpo do sermão. Devemos ser concisos e breves em tudo que temos a dizer. Para que a i ntrodução possa ser breve, é necessário limitar o material usado nela a um só pensamento.

Deve ser clara e simples. Devemos evitar ideias confusas, palavras difí-ceis de serem entendidas, sentenças compridas, etc. O pregador não deve ser pretensioso, querendo mostrar-se grande orador ou i ntelectual.

Deve ser interessante. Não podemos despertar o interesse dos ouvin-tes se não nos esforçamos, preparando introduções interessanouvin-tes. Para que o pregador tenha introduções com estas características apresentadas é ne-cessário preparar bem essa parte do sermão, que é vital. “Uma introdução improvisada apresenta-se quase sempre, imprecisa, obscura e hesitante. E isso impressiona mal os ouvintes.” Mas uma introdução com as qualidades acima mencionadas é uma grande ajuda à pregação, o que trará honra para o nosso Senhor Jesus Cristo e levará almas a Ele.

3. Coisas a evitar na introdução

Há algumas coisas que precisam ser evitadas na introdução. Entre elas estão as seguintes:

As desculpas. Geralmente as desculpas impressionam muito mal os ouvintes e criam uma atitude adversa ou negativa em relação à mensagem. Quando há desculpas na introdução há falta de firmeza e de segurança necessárias para um bom começo. O pregador nunca deve apresentar des-culpas por si mesmo, por uma preparação inadequada, por enfermidade ou indisposição física, ou qu alquer outra sorte de acontecimento. Quando apresentamos tais desculpas estamos preparando nossa derrota antes de terminar a introdução.

Um pregador começou uma mensagem: “Este distinto auditório mere-ce ouvir um pregador à altura e não um pobre, muito atribulado e humilde servo de Deus como este que vos fala. Todavia, pela dificuldade de conseguir um outro, e pela pena que tive do pastor Fulano, eis-me aqui para vos abor-recer por alguns minutos. Creio que, dizendo os meus pensamentos mal

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ali-38 / José da Silva, um pregador leigo

nhavados, estarei apenas reproduzindo os vossos pensamentos.” O pregador leigo deve ter o cuidado de nunca começar assim, usando tais expressões de falsa modéstia, fazendo comparação com “os mais dignos”.

Deve-se evitar prometer mais do que o sermão encerra. Não é bom começar com alguma ideia dramática ou tão impressionante que o corpo do sermão se torne fraco em comparação. A introdução não deve ser tão fervorosa a tal ponto que se torne impossível manter o ritmo desenvolvido no início da mensagem. Alguém, ao ouvir um sermão desse tipo, fez essa ob-servação: “O pregador começou por fazer um alicerce para um arranha-céu, mas acabou construindo apenas um galinheiro!”.

Deve-se evitar o uso de argumentos e ideias que vão aparecer mais tarde na mensagem. É um erro fatal usar na entrada da casa uma pedra da qual precisaremos mais tarde na construção das paredes. Somente um perito pode prender a atenção depois de ter explicado tudo que ele pensa em dizer mais tarde na sua mensagem.

Deve-se evitar sobrecarregar a introdução com muito material. Isso é seme-lhante àquele que tenta remar num barco com toda a carga pesada na proa. Tal-vez a melhor maneira de se evitar isso seja a introdução com apenas uma ideia.

Devem-se evitar piadas que somente fazem o povo rir. O humor, se usado, é melhor no desenvolvimento do sermão, e não na introdução ou na conclusão. Devemos deixar as histórias jocosas e piadas mais para os palha-ços, que têm o seu “ganha-pão” nisso!

4. Vários métodos na preparação de boas introduções

Há vários métodos que podem ser usados pelo pregador para introduzir os seus sermões. Alguns desses métodos são os seguintes:

A introdução textual. Uma fonte do conteúdo pode ser o texto ou o contexto, especialmente se o significado do texto precisa ser explicado para que possa ser entendido. Esse tipo de introdução pode incluir uma explica-ção e aplicaexplica-ção do contexto ou fundo histórico do texto.

O assunto ou tema do sermão pode fornecer material para a introdu-ção. Um pregador falou certa vez sobre “A igreja dos meus sonhos”. Come-çou o sermão falando dos sonhos que tivera quando criança e jovem. Depois

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disse que os seus sonhos passaram a ser sobre a igreja de Cristo. No corpo do sermão falou sobre as qualidades que tinha a igreja dos seus sonhos, fazen-do aplicação à sua própria igreja. Esse tipo de introdução serve muito bem quando o pregador trata de alguma necessidade ou problema atual.

A ocasião pode fornecer material para a introdução. Esse método de co-meçar o sermão é muito oportuno e válido, especialmente quando o sermão é pregado numa época de um feriado ou em ocasião que forneça a ideia para o assunto do sermão.

Uma ilustração pode servir bem para introduzir um sermão. A ilustração evangelística “Como o Diabo trabalha” (pág. 88) foi usada certa vez para introduzir um sermão sobre “O perigo do amanhã”. Este é um dos melhores tipos de introdução.

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1. A importância da conclusão 2. Características da boa conclusão

3. Alguns erros a serem evitados na conclusão 4. Vários tipos de conclusão

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42 / José da Silva, um pregador leigo

A CONCLUSÃO DO SERMÃO

Conclusão, também chamada peroração, é aquela parte do sermão que tem o propósito de levar o assunto tratado a um fim adequado. O ideal é que a conclusão relacione permanentemente a verdade pregada à vida dos ouvintes.

1. A importância da conclusão

A conclusão é a parte do sermão que talvez receba menos atenção na sua preparação do que qualquer outra parte. Muitas conclusões são monóto-nas e fracas. E isso apesar do fato de a conclusão ser considerada a parte mais importante do sermão, com exceção do texto! “Em qualquer obra literária, escrita ou de oratória, nada há que tenha tanta importância como o princípio e o fim.” O que acontece nos últimos minutos do sermão é de suma impor-tância para o seu êxito. O pregador pode começar bem e discutir o assunto de maneira admirável, mas se não terminar bem, é disso que os ouvintes vão se lembrar! Se as primeiras impressões são as mais notáveis, as últimas, mui-tas vezes, são as mais duradouras. Muitos sermões sobem como um foguete e também descem da mesma forma. Isso porque o pregador não tem forças para continuar no mesmo ritmo que começou. Alguém disse que o sermão “deve ser como um rio, que tem forças cada vez mais aumentadas”.

Se devemos começar o sermão com alguma coisa interessante, também é necessário terminar com poder, levando ou ouvintes a quererem fazer a vontade de Deus. “Uma conclusão desanimada deixará os ouvintes desani-mados. Uma conclusão confusa deixará os ouvintes confusos. Uma conclu-são animada e clara deixará os ouvintes animados e prontos para seguirem o caminho marcado com o alvo do sermão.” O pregador leigo deve ter todo o cuidado ao preparar a conclusão para as suas mensagens. Ele sabe que, como o construtor nunca pensaria em construir um edifício sem ter em mãos a planta completa, o pregador precisa ter em mente como vai terminar o ser-mão, antes de começar a pregá-lo. Portanto, devemos pensar como terminar o sermão da forma mais eficiente possível.

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A melhor maneira de preparar a conclusão é voltar a pensar sobre o objetivo especifico que se tem em mente, a razão pela qual se quer pregar o sermão. O ouvinte precisa saber aquilo que o pregador quer que ele faça, à luz das verdades apresentadas na mensagem. Deve haver aplicação dessas verdades à vida dos ouvintes ao longo do sermão todo; mas a conclusão é o clímax da aplicação, como o é da mensagem toda. Nenhum sermão está terminado até que seja gravado no coração e na consciência dos ouvintes, fazendo-os sentir alguma coisa que possa modificá-los.

2. Características da boa conclusão

A conclusão vem do assunto do sermão e deve ser, até certo ponto, necessária ao assunto que o pregador está discutindo. A conclusão deve ter-minar a discussão da maneira mais natural, própria e adequada. Ela deve ser a conclusão do sermão todo, e não apenas do ponto final ou da última ideia apresentada. Ela deve ser pessoal, o ponto alto da relação íntima entre o pre-gador e os ouvintes. A conclusão deve ter vida, deve mostrar o calor da alma daquele que está pregando. “A nota final deve vibrar de amor e compaixão.” A conclusão deve ser clara e específica. Nela o pregador dará mais ênfase às

ideias positivas do que às negativas.

A conclusão deve ser proporcional e breve. O pregador não deve pregar um segundo sermão na conclusão! Ela ocupará normalmente dez a quinze por cento do tempo do sermão, ou seja, três a cinco minutos.

3.Alguns erros a serem evitados na conclusão

Há certos erros um tanto comuns entre nós quanto à conclusão. Vamos notar alguns, para evitá-los.

A conclusão não deve introduzir pensamentos novos. Estes fazem parte da discussão ou corpo do sermão, o que vem antes da conclusão. Se o pre-gador começar a apresentar ideias novas na conclusão, dará a impressão de que está começando outra mensagem.

O pregador não deve dar a impressão de que vai logo terminar. As fra-ses como “por último”, “finalizando” e “em conclusão” devem ser usadas com muito cuidado. Nunca se deve usar uma expressão dessas mais de uma

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vez. Recentemente certo pregador disse: “Estamos chegando ao fim de nossa mensagem”. Porém continuou pregando mais uns quinze minutos. Depois daquela frase indicando o fim do sermão houve muita inquietação e movi-mento, porque psicologicamente o sermão estava terminado para os ouvintes. Nunca se deve pedir desculpas na conclusão. Se é ruim pedir desculpas no começo do sermão, é muito pior no fim.

O pregador deve evitar o esgotamento físico. Sempre deve deixar algu-ma força de reserva.

Nunca se deve mexer com alguma coisa, tal como relógio, óculos, etc. Isso tira a atenção daquilo que está sendo dito.

O pregador deve evitar as piadas na conclusão. Esta é a parte mais séria do sermão.

Conclusões barulhentas devem ser evitadas. O barulho é um mau subs-tituto para ideias poderosas e certas.

O pregador não deve ficar preso a quaisquer anotações, esboço ou ma-nuscrito no fim do sermão.

4. Vários tipos de conclusão

É bom que o pregador aproveite diferentes tipos de conclusão, não ter-minando todos os sermões da mesma maneira. Examinemos agora alguns tipos de peroração ou conclusão.

Um dos melhores tipos de conclusão é com uma recapitulação, ou re-sumo, das ideias principais do sermão. Uma conclusão assim dá aos ouvintes uma última oportunidade de refletir sobre os vários pontos discutidos. “A introdução mostra aos ouvintes para onde irão; a conclusão, aonde foram.” Este método é mais útil quando pregamos sobre alguma doutrina ou verda-de, para que os ouvintes gravem melhor os pontos principais do argumento. É o método mais fácil de concluir um sermão, mas por isso não se deve abu-sar dele. O pregador deve uabu-sar de variedade.

Um outro tipo de conclusão é aquele em que o pregador faz uma apli-cação final à vida dos ouvintes. A conclusão deve sempre ter elementos de aplicação e de desafio, porque é a parte do sermão cujo objetivo tem

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ção mais diretamente à vida dos ouvintes. A última parte do sermão precisa mostrar aquilo que o ouvinte deve fazer à luz da verdade apresentada na mensagem. “Ao contrário do que acontece com um ensaio ou uma confe-rência (não religiosa), o sermão deve conduzir à ação, mesmo que seja só no coração do pregador.” Como exemplo de aplicação prática nessa parte do sermão, ver a conclusão da parábola do profeta Natã, quando estava falando perante o rei Davi (2Sm 12. 7-14).

A conclusão também pode ser o apelo à decisão, em que um grande esforço é feito para alcançar o coração, a consciência e a vontade do ouvin-te. É muito oportuno o apelo direto para que a verdade pregada seja aceita. Conta-se que, quando o grande pregador inglês pastor Charles Spurgeon pregava, era como se cada ouvinte sentisse Deus falando com ele. Ver a con-clusão do sermão de Josué, em Josué 24.14,15, que é um apelo claro, direto e muito oportuno.

Muitas vezes o melhor tipo de conclusão é uma ilustração que esclareça a verdade central da mensagem. Este método pode ajudar muito a produzir o efeito desejado, iluminando o assunto e conduzindo os ouvintes a uma decisão. Porém o pregador deve usar todo o cuidado na escolha da ilustração a ser empregada na conclusão. Normalmente essa ilustração deve ser relati-vamente breve, focalizando a atenção naquilo que o pregador quer que os ouvintes façam.

Há vários tipos de conclusão: uma exortação dirigida aos crentes, es-timulando-os à ação; um reforço do texto, voltando à ideia do texto e seu fundo histórico, etc.

Na preparação da conclusão o pregador talvez queira usar elementos de mais de um dos tipos acima descritos, e isso é perfeitamente cabível.

O importante, porém, é que, qualquer que seja o tipo da conclusão, ela deve ser preparada com muito cuidado. A conclusão pode inutilizar ou salvar todo o resto do discurso. Por isso precisa ser bem preparada e nunca feita de improviso, o que dará a impressão de que o sermão foi interrompido sem terminar.

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1. Por que fazer apelo

2. Características do apelo que atinge seu objetivo 3. Como variar os métodos usados no apelo 4. Conselhos finais

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48 / José da Silva, um pregador leigo

COMO FAZER O APELO

Alguém definiu o apelo como “uma chamada concreta à decisão por Cristo, depois de uma exposição clara do evangelho”. É um convite para viver de acordo com a vontade de Deus, tal como esta foi apresentada no sermão.

O sermão em si deve ser um apelo ao coração de todos os ouvintes. Mas isso não quer dizer que o pregador leigo não deva fazer um apelo para uma manifestação pública de decisão ao lado de Cristo. O sermão evangelístico fica incompleto e deixa a desejar quando o pregador termina a sua mensa-gem sem fazer um apelo direto ao coração do ouvinte não crente.

1. Por que fazer apelo

Há varias razões que fazem do apelo, ou chamada a uma manifestação pública e concreta, parte necessária à pregação evangelística. Notemos algu-mas delas:

O apelo é bíblico. Ele tem suas bases oriundas nas Escrituras Sagradas. A Bíblia está cheia de exortações e apelos ao povo para tomar posição ao lado de Deus. João Batista sempre apelava para decisões públicas (Mt 3.5,6). Os pecadores precisam fazer uma confissão pública de sua fé em Cristo (Mt 10.32,33). As seguintes passagens são suficientes para comprovar que o ape-lo é bíblico: Êxodo 32.36; Josué 24.15; Isaías 55.1-6; Marcos 5. 25-34 (eis aqui um caso digno de nota, no qual Jesus exige da mulher um testemunho público). At 2.40; At 3.19; At 19.8,26; At 20.20,31; At 26:28, At 28:23, Rm 10.10; Ap 22.17.

O apelo é histórico. Grandes evangelistas e pastores ao longo dos sécu-los têm feito do apelo parte integrante de sua pregação. Ver as biografias de Wesley, Whitefield, Finney, Moody, Spurgeon, Billy Graham, etc.

O apelo é lógico e natural. Ele é o clímax do sermão. A razão óbvia pela qual buscamos criar um ambiente espiritualmente favorável é para que resultados em decisões se materializem.

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Por exemplo: se um homem fosse pescar e, depois de muita despesa e tempo gasto, pegasse um grande peixe, e com muito esforço conseguisse trazê-lo para perto dele, será que permitiria que o peixe escapasse? Ou será que um pescador lançaria sua rede e depois abandonaria os peixes que nela caíssem? Ou será que um fazendeiro prepararia a terra, semearia a boa se-mente, cuidaria das tenras plantas que aparecessem e, na hora da ceifa, dei-xaria tudo apodrecer? Da mesma maneira, não há nada mais lógico e natural do que o pregador fazer o apelo ao chegar à conclusão de sua mensagem.

O apelo é psicológico. A emoção da hora vai passar. O homem sem Cristo precisa fazer a sua decisão enquanto o Espírito Santo está tocando fortemente em seu coração. Há quem diga que não é bom tomar qualquer decisão sob a influência da emoção. Mas a verdade é que nenhuma das grandes decisões da vida é tomada sem emoção. Seria possível um moço abordar pela primeira vez o assunto de casamento com a namorada sem es-tar influenciado pelas emoções? Do mesmo modo, Deus usa o sermão evan-gelístico para tocar nas emoções, aspirações e desejos do ouvinte não crente!

O apelo é prático. É prático por diversas razões:

1) É prático porque permite a identificação dos interessados e dos no-vos convertidos. Muitas vezes a pessoa que faz uma decisão pública não tem compreensão bastante para fazer uma decisão real. Mas a sua decisão pública facilita a sua identificação, e ela pode ser levada, por meio de melhores informações e explicações, a ter uma verda-deira experiência de salvação. Ao mesmo tempo, uma vez a pessoa realmente convertida e identificada, a igreja pode acompanhá-la melhor em sua vida espiritual.

2) É prático porque permite a decisão pública, como demonstração da decisão tomada no íntimo, vem fortalecer a fé e é o começo de um bom testemunho. O apelo ensina o novo crente a não se envergo-nhar de sua nova fé em Cristo. O testemunho público o ajudará a vencer as inibições, e é o primeiro passo no testemunho de sua fé. 3) Também o apelo é prático porque, quando uma pessoa se decide,

abre o caminho para outras pessoas mais tímidas fazerem suas deci-sões ao lado de Jesus.

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50 / José da Silva, um pregador leigo

4) Finalmente, o apelo é prático porque é motivo de inspiração para a igreja. Todos nós, que somos crentes, conhecemos a sensação de gozo ao ver outras pessoas se decidindo ao lado de Cristo em reuniões de caráter evangelístico. Quando há decisões, a igreja ex-perimenta um novo impulso. Nada mais natural, porque a igreja vive para fazer discípulos.

Uma senhora humilde foi convidada a falar num dos pontos de prega-ção de sua igreja. Deu seu testemunho e falou sobre uma passagem bíblica. Depois deu uma oportunidade aos ouvintes não crentes para que aceitassem a Cristo como Salvador. Ela ficou muito contente quando duas pessoas se decidiram. Se aquela senhora, com poucos recursos, pôde fazer assim, que podem fazer os nossos irmãos pregadores leigos com a ajuda de Deus?

2. Características do apelo que atinge seu objetivo

Há certas características que corroboram a eficiência do apelo. Note-mos as seguintes:

O apelo deve ser claro e especifico. Certa vez um pastor fez o ape-lo numa grande reunião evangelística num ginásio coberto, e este foi tão confuso e vago que muitas pessoas que já eram crentes levantaram a mão! Os ouvintes precisam entender o que o pregador quer que eles façam, e a maneira pela qual devam expressar publicamente sua decisão (levantando a mão, indo à frente, etc.).

O apelo deve ser breve, não se abusando da boa vontade dos ouvintes quando ninguém está se decidindo. Porém, não se deve parar o apelo se há pessoas se decidindo.

O apelo deve ser baseado no ponto ou argumento mais forte do ser-mão. Se o sermão é sobre o novo nascimento, o apelo deve ser baseado nessa ideia. Se versou a respeito do arrependimento, o apelo deve ser ligado à ideia proeminente da mensagem.

Deve-se fazer o apelo no espírito de oração e dependência do Espírito San-to. Esta é a hora mais séria do culSan-to. Todos os ouvintes devem estar em oração durante o apelo. O pregador não pode converter ninguém! Somente o Espírito Santo de Deus pode convencer “o mundo do pecado, da justiça e do juízo”

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(João 16.8). “Assim é que, em nossos apelos, devemos depender do Espírito e não da lógica de nossos argumentos ou do fervor de nossas exortações”.

O apelo deve ser feito no espírito de fé e confiança. O otimismo é con-tagiante. O pregador deve ter fé que Deus vai abençoar a semente lançada (Is 55.11; Sl 126.6).

O apelo deve ser positivo, sugerindo aos ouvintes o que precisam fazer, e não aquilo que eles não devem fazer.

O apelo deve ser feito com cortesia e sem coação. O pregador nunca deve baratear o evangelho, usando truques e outros métodos que não con-vêm. Uma das razões por que muitos crentes reagem contra apelos para decisões visíveis é justamente o fato do abuso de alguns pregadores.

Certo pregador estava pregando numa série de conferências em um dos nossos colégios e não estava conseguindo os resultados esperados. No último dia, quando poucos alunos haviam se decidido, o conferencista mostrou ao auditório a sua máquina fotográfica e disse que iria tirar a fotografia de todos os decididos. Continuou com o apelo, e muitas crianças “fizeram decisões”. Alguém já observou: “Fazer apelo é como procurar frutos numa árvore; se balançarmos normalmente, caem os maduros; mas se insistirmos demais, caem também os verdes.”

O pregador deve apelar aos motivos; tais como o desejo de felicidade, o desejo para ter uma vida melhor, o desejo de ser bom, o desejo de ter segurança, o desejo de ser liberto dos pecados, o desejo de exercer uma influência benéfica, a necessidade de unir os lares a Cristo e à igreja, etc.

O apelo deve ser feito com espírito compassivo. Devemos nos expressar como se apelássemos a uma questão de vida ou morte, o que realmente o apelo é. Devemos amar as almas com intensa compaixão. O apelo deve ser feito com toda a nossa sinceridade.

3. Como variar os métodos usados no apelo

O pregador deve variar os métodos usados no apelo para não cair na rotina. Eis algumas possibilidades, que, entretanto, não esgotam o assunto:

1) Pode-se pedir aos que aceitam a Cristo como Salvador que levantem uma de suas mãos.

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52 / José da Silva, um pregador leigo

2) Pode-se pedir aos que estão se decidindo que fiquem em pé, en-quanto os outros ouvintes permanecem assentados.

3) Também pode-se pedir que os decididos venham à frente.

4) Pode-se apelar àquelas pessoas que têm aceitado a Cristo há algum tempo, porém sem dar a sua profissão de fé, que reafirmem a deci-são de seguir a Cristo.

5) Pode-se fazer um apelo progressivo, perguntando quantas pessoas estão querendo as orações do povo de Deus. Depois da oração em favor daqueles que levantaram a mão, o apelo continua. Uma adver-tência: Este método não deve ser usado como “truque”.

6) Pode-se usar um versículo bíblico, tal como Provérbios 28.13 (“O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia”), e depois prosseguir com o apelo.

7) No fim do apelo, pode-se pedir a qualquer pessoa que, por qualquer motivo, não haja feito a sua decisão publicamente na oportunidade, que fique para conversar com o pregador depois, recebendo melho-res esclarecimentos.

4. Conselhos finais

1) Devemos ajudar o povo a reconhecer o apelo como um elemento básico nos cultos evangelísticos, quer sejam realizados em pontos de pregação, congregações ou cultos da igreja.

2) É sempre bom ter um grupo de pessoas preparadas para lidar com os decididos, dando literatura (folhetos, um exemplar de um Evangelho ou do Novo Testamento), orando com eles e dando informações a respeito da igreja, o horário dos trabalhos, etc.

3) Também os decididos devem ser visitados o mais breve possível. 4) O pregador deve procurar sempre novas ideias a respeito de como

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1. Fontes de boas ilustrações

2. Características de boas ilustrações 3. Outras sugestões

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56 / José da Silva, um pregador leigo

O USO DE MATERIAL

ILUSTRATIVO NO SERMÃO

Um dos pontos mais fracos na pregação hodierna é a falta do uso de bom material ilustrativo nos sermões. Muitas mensagens, contendo forte ali-mento, deixam de atingir o coração dos ouvintes, passando como que por cima da cabeça, devido à falta de ilustrações que trariam luz e entendimento à verdade exposta.

O material ilustrativo é semelhante a uma janela, que tem por finalidade deixar a luz entrar e iluminar a sala. As ilustrações permitem que os ouvintes vejam em suas mentes as verdades apresentadas no sermão. Elas despertam a atenção, explicam as verdades e fortalecem os argumentos apresentados, auxiliam os ouvintes a reter as ideias do sermão, tocam nos sentimentos e proporcionam descanso mental para os ouvintes. Sim, o bom material ilus-trativo faz tudo isso!

Os pregadores bíblicos usaram muitas ilustrações. O Senhor Jesus sem-pre tinha uma boa história para iluminar as verdades que ensinava ao povo. Ninguém pode deixar de ser impressionado pelo drama da história do bom samaritano. Os grandes pregadores neotestamentários, como Pedro, Paulo, Estêvão e outros empregavam boas ilustrações em suas mensagens.

Uma das partes do sermão mais apreciadas é a parte das ilustrações. Elas são a vida da mensagem; esclarecem aquilo que sem elas ficaria obscuro,

re-contam ao ouvinte, em termos de experiência, a verdade bíblica já exposta. Portanto, é de suma importância que o pregador leigo empregue bom mate-rial ilustrativo nos seus sermões, assim tornando-os mais claros.

1-Fontes de boas ilustrações

As fontes de boas ilustrações são muitas. Nós encontramos material ilus-trativo em todos os lugares:

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Jerry Stanley Key / 57

• A própria Bíblia é um verdadeiro tesouro de ilustrações para o pre -gador leigo. As parábolas e histórias das Escrituras são uma grande força na pregação. O povo gosta de histórias que vêm da Bíblia. • Encontramos material ilustrativo em nossas leituras diárias de jor

-nais, revistas, livros, etc.

• Há muito material ilustrativo na história geral e na história eclesiástica. • A letra de um hino é umas das maiores fontes de ilustrações. • Muitas vezes ouvimos uma ilustração de outro pregador, que deve

-mos anotar para usar no futuro.

• Experiências pessoais, que vêm por intermédio da própria observação • Prestar atenção aos acontecimentos cotidianos são fontes de muito

valor. Além de tudo, o pregador pode falar da sua própria experi-ência de salvação, dando testemunho daquilo que ele mesmo tem experimentado em sua vida.

Como estamos vendo, o campo não tem limites. Realmente há ilustra-ções em todos os lugares.

O material ilustrativo existe em toda a parte. Precisamos ficar sempre com a mente e a imaginação abertas, para que possamos aproveitar ao má-ximo os incidentes que podem servir como ilustrações para as nossas men-sagens.

Encerramos nosso estudo sobre o material ilustrativo no sermão ci-tando a Palavra de Deus. O profeta Habacuque estava ansioso, querendo receber a mensagem do Senhor para anunciar ao povo. Em Habacuque 2.2 encontramos o seguinte: “Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão, e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo.” Esta é a nossa responsabilidade. Tornar tão clara a nossa mensagem, de forma que os ouvintes possam entender e levar a mensagem a outrem!

2 – Características de boas ilustrações

Entre as características de boas ilustrações se destacam as seguintes: • Elas devem ser simples, e o pregador não deve encobrir a verdade

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58 / José da Silva, um pregador leigo

• Elas devem ter unidade de pensamento com o tema que estamos pregando.

• Elas devem ter movimento ou progresso. • Elas devem fornecer fatos de interesse humano. • Elas devem estar cheias de vida.

• Elas devem ser aplicadas à verdade que está sendo ilustrada. • E elas devem ter um ponto alto ou um clímax.

3– Outras sugestões

É bom que o pregador leigo tenha algum sistema para guardar as boas ilustrações que ele encontra com o passar do tempo. Pode escrever os pontos essenciais num caderno de ilustrações, usando um caderno comum para este fim. Também pode usar uma espécie de álbum. Alguns pregado-res gostam de colocar as ilustrações em envelopes. Mas, qualquer que seja o método usado, o pregador deve seguir um sistema ou método para que não perca o material muito útil para sermões que ele encontra quase que constantemente.

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1. Usar linguagem simples e clara 2. Procurar usar o próprio estilo

3. Falar de tal forma que todos possam ouvir 4. Falar diretamente aos ouvintes

5. Falar com o corpo todo 6. Falar com convicção 7. Falar com entusiasmo 8. Falar com amor 9. Ser breve

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62 / José da Silva, um pregador leigo

O USO DE BONS HÁBITOS NA

PREGAÇÃO

Um fator muito importante na comunicação da mensagem do evangelho é a maneira como falamos quando temos a incumbência de pregar. Todos nós já ouvimos vários tipos de pregador e orador: alguns interessantes, outros fracos e sem nenhum brilho; alguns falando com ideias breves e claras, outros demorando muito em expressar o que querem dizer; alguns com uma mensagem vital, outros sem nada para dizer, usando palavras destituídas de sentido, valor e clareza.

Pense um momento. Como podemos ser mais atraentes ao proferir ou apre-sentar as mensagens? O nosso desejo, por certo, é prender a atenção dos ouvintes para que ganhem o máximo daquilo que Deus tem colocado em nosso coração. Quais são alguns bons hábitos que o pregador leigo deve mostrar na sua fala?

1- Usar linguagem simples e clara

O nosso Senhor Jesus Cristo, embora Deus-Homem, falou em termos cla-ros e perfeitamente compreensíveis para o povo comum. Ele poderia ter usado uma linguagem profunda e difícil. Mas escolheu palavras simples para o povo. Se ele é nosso exemplo em todas as coisas, devemos segui-lo nessa parte.

2- Procurar usar o próprio estilo

Não deve o pregador imitar ninguém, deve ser natural e usar a própria personalidade que Deus tem lhe dado. Especialmente quanto ao tom de voz que usa ao falar, o pregador deve usar o seu próprio tom habitual.

3- Falar de tal forma que todos possam ouvir

Um dos principais problemas de muitas pessoas que falam em público é o de serem ouvidas ou entendidas. Às vezes o volume ou força de voz não é suficiente para que os que estão mais afastados possam ouvir sem dificuldade.

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O pregador precisa pronunciar distintamente cada palavra. Alguns fa-lam depressa demais, quase em ritmo de metralhadora. Devemos tomar o máximo cuidado com a articulação ou enunciação de nossas palavras.

4- Falar diretamente aos ouvintes

Normalmente não temos problemas em falar aos nossos vizinhos ou a ou-tros crentes de nossa igreja. Falamos com amigos sem nenhum embaraço. Do mesmo modo, quando falamos a um grupo é mais fácil, se considerarmos os ouvintes como amigos, falando-lhes em tom de conversa. Não devemos nunca causar a ideia de que somos superiores a eles. Devemos olhar às várias partes da congregação, procurando falar como se tivéssemos algo de pessoal para zer a cada ouvinte. Os olhos podem ser usados como uma espécie de

“segun-da voz”. Assim manteremos uma comunicação direta com os nossos ouvintes.

5- Falar com o corpo todo

Se a pregação é uma espécie de “conversa animada”, devemos utilizar as nossas mãos para dar ênfase àquilo que dizemos. Se a mensagem estiver cheia de vida, não teremos muito problema em reforçar as nossas palavras com gestos.

Todo pregador representa o Rei dos reis. Deve apoiar-se em ambos os pés e permanecer ereto, com um pé à frente do outro, por ser mais confor-tável. De quando em vez, enquanto está falando, deve mudar de posição.

6- Falar com convicção

Convicção é uma característica dos grandes pregadores de todos os tempos. Para alcançarmos êxito na pregação, muito depende da convicção com que falamos. Uma das fontes principais de popularidade e magnetismo pessoal no púlpito é uma convicção inabalável, um alvo definido.

O ex-presidente Wilson, dos Estados Unidos da América do Norte, dis-se, certa vez, que “onde há fogo, aí os homens levarão seus lampiões para serem acesos”. Um auditório responde ao pregador que fala com convicção. Se não temos esta qualidade, seremos como “o metal que soa ou o sino que tine”. É impossível convencer alguém de alguma coisa em que nós mesmos não cremos!

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64 / José da Silva, um pregador leigo

7- Falar com entusiasmo

O entusiasmo é uma outra qualidade que está ligada à convicção. O entusiasmo ajuda muito a qualquer palestra ou sermão. Esta qualidade é atraente e contagiante. Entusiasmo por parte do pregador gerará entusiasmo

nos ouvintes.

Devemos mostrar o nosso entusiasmo em nossa voz, expressão facial e também em nossa maneira de falar. Se vale a pena pregarmos a nossa men-sagem, valerá também sermos entusiasmados com ela. Se os professores e as pessoas que fazem palestras se entusiasmam ao proferir aulas e palestras, quanto mais nós, que temos a Boa-Nova de salvação e perdão para os nossos ouvintes!

8- Falar com amor

Que prazer é ouvir algumas pessoas falarem! O rosto delas parece radiar

o gozo, a paz e o amor do Senhor. É fácil prestar atenção àquilo que dizem. Sentimos o amor de Deus quando falam. Como têm uma atitude simpática e não de condenação ou superioridade! Sigamos o exemplo dessas pessoas, e não o exemplo negativo de algumas que falam sem manifestar o amor e a compaixão do nosso Mestre.

9- Ser breve

Se temos cinco minutos para falar, no culto ao ar livre, não devemos ir além do tempo designado. Se vamos pregar num ponto de pregação, é melhor que a nossa falta esteja em falar menos. É melhor deixar os ouvintes com o desejo de ouvir mais, do que deixá-los preocupados com a hora em que vamos terminar. A mensagem breve tem uma oportunidade melhor de alcançar êxito do que aquela que é cansativa.

10- Pregar no poder do Espírito

O apóstolo Paulo assim escreveu em 1Coríntios 2.4,5: “A minha lingua-gem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabe-doria, mas em demonstração do Espírito e de poder; para que a vossa fé não

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se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.” Portanto, o alvo do pregador e de sua pregação está à nossa frente. Devemos sempre procurar pregar com poder. Só assim é que teremos o êxito que todos nós almejamos.

Foram estes os conselhos que o irmão José ouviu na aula que o pastor João lhe ministrou. Que os nossos prezados irmãos pregadores os utilizem

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1. O preparo do coração 2. Oração e preparo espiritual

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68 / José da Silva, um pregador leigo

A PREPARAÇÃO ESPIRITUAL DO

PREGADOR LEIGO

Deve o pregador leigo depender de si mesmo? Falará ele de si mesmo? Pregará a sua própria palavra? Não! Ele é um instrumento de Deus. Um arauto. Uma voz. E só isso! As nossas mensagens devem ser preparadas na presença de Deus e com a ajuda de Deus. Porque a mensagem não é nossa, e, sim, dele!

A pregação é mais do que uma palestra; não são apenas algumas pa-lavras humanas faladas durante alguns minutos. A pregação representa uma vida. O sermão verdadeiro tem vida. O sermão brota e frutifica na mente do pregador, porque tem vida. O sermão é santo, porque o homem é santo em sua vida de crente. Por isso o pregador deve chegar ao momento da pregação já tendo cuidado do preparo espiritual.

Se nós vamos comunicar a verdade de Deus aos homens, devemos ou-vir a voz de Deus e nos preparar em comunhão com ele. Mas como pode-mos cultivar a espiritualidade? Este é o problema por excelência do crente, especialmente o problema do pregador do evangelho. O sucesso do seu esforço dependerá da sua espiritualidade.

Como a comida é necessária ao desenvolvimento do corpo, do mes-mo mes-modo a vida espiritu al depende da alimentação do espírito. A “pedra de esquina” da pregação da Palavra de Deus é a vida devocional do pre-gador. A palavra positiva do profeta Zacarias ainda está em vigor: “Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exér-citos” (Zc 4.6).

1 - O preparo do coração

Um coração preparado é mais importante do que um sermão prepara-do. Um coração realmente preparado fará um sermão preparaprepara-do. Alguém disse: “Gênio, cérebro, brilhantismo, força, dons naturais não salvam. O evangelho derrama-se através dos corações.”

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Um dos erros mais sérios e mais comuns na pregação hodierna é o de colocar em nossas mensagens mais pensamentos do que oração, mais cére-bro do que coração! A nossa necessidade é a preparação do coração. Ainda é verdade: “Um sermão que contenha mais cérebro do que coração, não terá eficácia nos ouvintes... A oração faz do pregador um pregador de cora-ção. A oração põe o coração do pregador na mensagem; a oração coloca a mensagem do pregador no seu coração.”

2 - Oração e preparo espiritual

A mensagem só pode ser poderosa se sua preparação é marcada com oração fervorosa ao Deus Altíssimo.

A oração tem sido chamada de chave ou segredo da preparação. Sem a oração nenhuma mensagem prevalecerá. Não queremos desprezar o es-tudo, mas se o pregador tem usado os seus talentos ao máximo em estudar a Palavra de Deus e na preparação de sua mensagem, deve completar a sua preparação nos seus joelhos, buscando a unção de Deus. “A oração dá inte-ligência, traz sabedoria, alarga e fortalece a mente. O recinto secreto é um perfeito professor e escola para o pregador. O pensamento não só é ilumina-do e aclarailumina-do na oração mas o pensamento nasce na oração.”

O grande pastor batista inglês Spurgeon disse, certa vez:“Não há nada que possa substituir a oração na vida do pregador: nem a cultura recebida nem as vastas bibliotecas. Quanto maior for a familiaridade com a corte do céu, tanto melhor realizará a sua função na terra.

“Mediante a oração a sós com Deus crescemos em graça, aumentamos em fé e chegamos a ser poderosos em palavras e atos.

“Na preparação da mensagem, de joelhos na presença do Senhor, obte-remos a direção sábia e, em resposta aos nossos clamores sinceros, ele pertará as ideias, esclarecerá a mente e revelará a sua vontade... A presença de Deus é o melhor gabinete de estudo. Ali novos pensamentos brotarão do texto como rios... Empregando diligentemente a oração para penetrar nas pro-fundidades da Palavra de Deus, como se emprega a ferramenta para explorar a mina, achareis veios tão ricos de metal precioso que vos assombrareis.

“Ninguém terá mais influencia sobre os homens do que aqueles que lu-tam em secreto com Deus. Não existe melhor eloquência do que a do

Referências

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