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2 FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DA TERRA. A representação da Terra pode ser feita por meio dos globos terrestres artificiais e dos mapas.

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APOSTILA DE GEOGRAFIA FÍSICA 1ª SÉRIE ENSINO MÉDIO PROF: MARCO ANTÔNIO FEDOCE

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CARTOGRAFIA

1 -ORIENTAÇÃO E COORDENADAS GEOGRÁFICAS

A procura de meios eficientes de não se perder durante as suas viagens fez com que o próprio homem primitivo estabelecesse certos critérios de orientação. Os astros foram os primeiros marcos para assinalar o caminho percorrido ou a percorrer por apresentarem constância em seus movimentos e nas posições assumidas no firmamento.

O termo orientação tem a sua origem na observação de que o movimento aparente do Sol se repete diariamente de Oriente para Ocidente. Além do Sol, foram pontos de referência muito usados a Lua, a Estrela Polar, o Cruzeiro do Sul e outros.

O Oriente está a Leste, ou nascente, e o Ocidente está a Oeste, ou poente. Quando abrimos os braços, ficando com o direito voltado para o nascente e o esquerdo para o poente, teremos a frente voltada para o Norte e as costas para o Sul.

Norte, Sul, Leste e Oeste são os pontos cardeais, cujas abreviaturas são: N –S – L – O, respectivamente. Para Leste usa-se, também, a inicial E; e para Oeste, W. Entre eles estão intercalados os pontos colaterais: Nordeste (NE), Sudeste (SE), Sudoeste (SO) e Noroeste (NO). Entre os pontos cardeais e colaterais estão os subcolaterais: Nor-Nordeste (NNE), Est-Nordeste (ENE), Es-Sudeste (ESE), Sudeste (SSE), Su-Sudoeste (SSO), Su-Sudoeste (SSO), Oes-Nordeste (ONO) e Nor-Oes-Nordeste (NNO).

Existe um desenho, chamado Rosa dos Ventos, que representa as diversas direções por meio dos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.

Apesar de existirem complicados aparelhos de orientação na atualidade, o principal ainda é a bússola, que possui uma agulha imantada que fica sempre apontada para o Norte. As coordenadas geográficas são as linhas que vemos em um mapa e que nos possibilita estabelecer a localização dos acidentes geográficos.

Quando as linhas existentes em um mapa ou em um globo terrestre artificial se encontram nos pólos, recebem o nome de meridianos. A distancia máxima de separação entre os dois meridianos fica exatamente no círculo equatorial. Os meridianos variam de 0º a 180º, estando dispostos a Leste e a Oeste de um meridiano inicial, que, geralmente, é o de Greenwich.

Rosa-dos-Ventos ou Rosa-dos-Rumos O meridiano de Greenwich, internacionalmente adotado como marco inicial, passa no subúrbio de Londres, o qual lhe empresta o nome e onde está o

principal observatório astrônomo da capitania britânica.

Os circuitos paralelos ao Equador recebem o nome de paralelos e vão diminuindo de tamanho à medida que se afastam do mesmo, até se transformarem em um simples ponto nos pólos. Os paralelos variam de 0º (linha equatorial) a 90º (pólos), estando dispostos ao Norte e ao Sul do Equador.

Tomando como base os meridianos e os paralelos, podemos localizar, com absoluta precisão, qualquer ponto em um mapa. Basta que saibamos qual é a latitude e a longitude do lugar.

Latitude é à distância, em graus, entre um ponto qualquer da Terra e do Equador. Pode ser latitude norte ou latitude sul, de acordo com o hemisfério em que o ponto se encontre. A latitude varia de 0º, no Equador, a 90º, nos pólos.

Longitude é à distância, em graus, de um ponto qualquer da Terra ao meridiano inicial (normalmente o de Greenwich) ou de 0º. Pode ser longitude leste ou longitude oeste, de acordo com a posição do ponto em relação ao meridiano inicial ou 0º. A longitude varia de 0º a 180º.

O Trópico de Câncer está a 23º 27’ 30’’ de latitude norte; e o Trópico de Capricórnio a 23º 27’ 30’’ de latitude sul. O Círculo Polar Antártico a 66º 32’ 30’’ de latitude sul.

Um ponto qualquer da Terra pode ser setentrional se estiver ao Norte de outro; e meridional se estiver ao Sul do outro.

Os dois hemisférios em que o Equador divide a Terra são os Hemisfério Norte, ou boreal, e Hemisfério Sul, ou austral. Um local situado a Oeste de um meridiano qualquer está a ocidente do mesmo; e um local situado a Leste, está a oriente.

Existe uma terceira coordenada geográfica, a altitude de um lugar, que é à distância do nível médio das águas do mar ao lugar, tomada a partir do local até o nível médio do mar, em sentido vertical.

2 – FORMAS DE REPRESENTAÇÃO DA TERRA

A representação da Terra pode ser feita por meio dos globos terrestres artificiais e dos mapas.

A maneira, mas exata de se representar a Terra em sua forma esférica é por meio do globo terrestre artificial.

Dentre as vantagens do globo artificial, temos:

• a possibilidade de uma visão de nosso planeta em sua verdadeira forma;

• uma visão de conjunto dos continentes, ilhas e principais acidentes geográficos do globo;

• maior facilidade na compreensão dos movimentos da Terra;

• um exato posicionamento dos meridianos e paralelos, com relação à área e às distancias da superfície do planeta.

Dentre as desvantagens do globo artificial, temos:

• a dificuldade no manuseio e transporte de um local para outro;

• seu alto custo;

• a impossibilidade da representação detalhada de um aspecto geográfico.

O mapa é a representação reduzida da superfície da Terra ou de parte dela.

A ciência que cuida da técnica da confecção dos mapas ou cartas geográficas tem o nome de Cartográfica.

Os povos mais antigos já tentavam fazer mapas rudimentares que servissem aos navegantes e às caravanas. As antigas civilizações da Europa se limitavam a fazer mapas da região do mar Mediterrâneo e de suas imediações. À medida que os conhecimentos do mundo se foram ampliando com os descobrimentos marítimos, os mapas foram sendo aperfeiçoados com o auxílio de um instrumento chamado astrolábio, que permitia a orientação por meio das estrelas.

O uso dos mapas está muito generalizado na atualidade, servindo de apoio não só à Geografia, ciência que mais se utiliza deles, mas, também, a Historia, à Política, à Engenharia, ao Turismo e a muitos outros setores da vida moderna.

Com o advento da fotografia aérea, os mapas tornaram-se mais precisos, pois a foto de uma região é transformada em mapa depois de analisada e comentada pelo cartógrafo, que irá selecionar os elementos necessários ao mapa que tem de fazer.

Outra forma de colher dados é o processo chamado de sensoriamento remoto que é o conjunto de técnicas que permitem obter informações sobre a superfície terrestre através de sensores instalados em satélites artificiais.

O geoprocessamento é o conjunto de tecnologias que permite a coleta e análise de informações sobre um determinado tema. Essas tarefas são executadas pelo sistema GIS (Geographical Information System)

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APOSTILA DE GEOGRAFIA FÍSICA 1ª SÉRIE ENSINO MÉDIO PROF: MARCO ANTÔNIO FEDOCE

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O Atlas é um livro que contém um grande

número de mapas de um país ou de todo o globo. Sendo a Terra de forma esférica, existe o problema de sua representação em um mapa, que tem a superfície plana. Existem várias maneiras de se fazer essa representação, tomando os meridianos e os paralelos como ponto de apoio. À maneira de se projetar os meridianos e os paralelos na superfície do papel damos o nome de projeção cartográfica, que não pode ser considerada perfeita, pois quanto maior for a superfície representada, maior será a sua deformação no mapa.

Existem inúmeras projeções cartográficas, as melhores são aquelas que procuram conservar pelo menos uma das qualidades fundamentais da superfície que se deseja reproduzir: eqüidistância, equivalência e isogonia. A eqüidistância é a qualidade de uma projeção manter a mesma relação de distância entre latitude de dois pontos da superfície da Terra. A equivalência é a correspondência entre a área representada e a área real. A isogonia é a propriedade de conservar os ângulos iguais aos existentes em um globo artificial quando se encontram os meridianos e paralelos.

3 – PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS

A projeções cartográficas existentes podem ser agrupadas em três grandes grupos: cilíndricas, cônicas e azimutais.

A projeções mais empregadas em Cartografia são as projeções cônicas. Imaginemos a esfera coberta com um cone circular cujo eixo coincida com o da Terra e que se projetem, sobre a superfície desse cone, os meridianos e paralelos da esfera. Os mapas feitos em projeção cônica terão os meridianos em linha reta e os paralelos em linhas curvas. As projeções cônicas quase sempre são equivalentes.

As projeções cilíndricas são feitas a partir de um cilindro que envolve a esfera, tendo ao centro o eixo terrestre. Os meridianos e paralelos que são projetados no cilindro aparecerão nos mapas em linhas retas. A projeção cilíndrica mais conhecida é a do Mercator, projeção isógona que tem grande inconveniente de apresentar, de maneira exagerada, as superfícies localizadas em altas latitudes, fazendo com que regiões como a Groelândia apareçam muitas vezes maior. Nas projeções cilíndricas, não podem figurar as regiões polares.

A projeção azimutal desenvolve a superfície terrestre sobre um plano que se imagina tangente à esfera num ponto da mesma. Os pontos mais usados são os pólos. Os paralelos são representados por círculos concêntricos e os meridianos em linhas retas. É uma projeção isógona. À medida que nos afastamos dos pólos, a superfície terrestre é representada com grande deformação.

Uma projeção muito usada para representar a Terra é o Planisfério de Molleid, em que os paralelos são linhas retas dispostas de maneira que as zonas contidas dentro deles são equivalentes. Os meridianos são linhas curvas. O Planisfério de Molleid é muito usado para representar os fenômenos climatológicos e biológicos.

• Cilíndricas: projeção dos paralelos e meridianos em um cilindro envolvente posteriormente planificado

• Azimutais: projeção da superfície terrestre num plano. É a mais utilizada para representar as regiões polares

4 - ESCALA PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CARTOGRAFIA

Quanto maior for o MAPA, maior será a ESCALA

Escala é o nome que damos àquela proporção que às vezes aparece junto aos mapas. Por exemplo, a notação 1:100.000 (lê-se um para 100 mil) significa que o mapa é 100 mil vezes menor do que o original e que cada medida na carta corresponderá a um tamanho 100 mil vezes maior na realidade. Se a distância entre duas cidades no mapa é de um centímetro, na realidade será de 100 mil centímetros, o que corresponde a mil metros ou a um quilômetro. Muitas vezes, os alunos têm dificuldade em fazer a conversão de centímetros para quilômetros ou o contrário. Se você estiver nessa situação, peça ajuda urgentemente ao seu professor.

Uma grande confusão ocorre quando as questões de vestibular cobram quais os tipos de escala mais adequados para representar um fenômeno em níveis de detalhes diferenciados. Por exemplo, para representar algumas ruas no mapa de uma cidade da América, precisamos de escala maior ou menor do que aquela utilizada para representar apenas os países do continente americano? Se o raciocínio matemático não for o seu forte, anote a seguinte regra prática: quanto maior o mapa, maior é a escala, portanto, quanto menor o mapa, menor a escala. Com base nisso, pense da seguinte maneira. Para enxergar detalhes, como as ruas de uma cidade em um mapa da América, ele deve ser maior do que o mapa onde esse nível de detalhe não interessa, onde só a observação dos países do continente já é suficiente. Se o que mostra as ruas é maior, então sua escala é maior do que a

do outro onde as ruas não são visíveis. Resumindo: se o mapa é maior, vemos mais detalhes, e a escala é maior. Se o mapa é menor, vemos menos detalhes, e a escala é menor.

Chamamos de escala a relação existente entre as distâncias reais do terreno e as distâncias que figuram nos mapas. A escala se refere sempre às medidas lineares, não existe, na escala, relação de superfície ou de volume.

Nos mapas, a escala está representada por uma fração ordinária, cujo denominador é a redução da medida real.

A escala gráfica é um segmento de reta dividido em diversas partes, como se fosse uma régua, em que cada parte representa uma distância em quilômetros. Para avaliar as distâncias reais, basta usar uma régua e comparar as distâncias do mapa com as do seguimento de reta.

Exemplificando o uso prático da escala numérica, podemos dizer que a escala 1:5 000 000 significa que cada centímetro do mapa representa 5 000 000 de centímetros na escala na distância real; isso é o mesmo que dizer 50 000 metros ou 50 quilômetros. Observe-se que, para transformar um centímetro em quilômetros, foram cortados cinco zeros no número da escala.

Na escala 1: 350 000 000, cada centímetro do mapa representa a distância real de 3 500 km. Na escala 1: 150 000, cada centímetro do mapa representa a distância real de 1,5 km.

A escala de um mapa irá determinara a quantidade de fatos que nele será representado. De acordo com a escala, os mapas podem ser divididos em várias categorias:

a- planos e plantas de cidade traçam-se à escala máxima de 1:10 000, caso em que 10 metros equivalem a 1mm, permitindo a representação, com bastante exatidão, de contornos e proporções, de pontos de pequenas dimensões: casas, ruas praças etc;

b- mapas topográficos são feitos em escala entre 1: 20 000 e precisão de contorno, mas é impossível representar a largura de uma estrada ou acidentes menores;

c- os mapas de escala entre 1 : 200 000 são denominados mapas coreográficos e podem representar uma parte considerável da superfície terrestre e se deter em muitas de suas particularidades;

d- acima de 1 : 1 000 000, os mapas são denominados mapas geográficos e servem para representar a superfície terrestre em suas linhas mais fundamentais, realçando o mais importante e essencial, deixando de lado tudo aquilo que comprometa a sua clareza.

Um problema muito freqüente ocorre quando, dado um tipo de escala, é necessário transforma-la em outro tipo. Para isso temos a fórmula geral:

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ESCALA (E) = DISTÂNCIA NO MAPA (d)

/ DISTÃNCIA REAL (D)

Assim quando se quiser encontrar a distância no mapa, utiliza-se a seguinte fórmula: d = E x D, e, D = d/E para calcular a distância do terreno ou distância real .

5 - CONVENÇÕES E LEGENDAS

Além das escalas gráfica ou numérica que existem em um mapa, a um canto, os mapas apresentam umas legendas com as convenções nele usadas. De um modo geral, as convenções de um mapa não variam muito de um para outro (convenções topográficas).

Em quase todos os mapas, as planícies estão representadas pela cor verde, os planaltos, pelo amarelo, e as montanhas por um marrom que escurece de acordo com a altitude. Da mesma forma, o azul serve para representar os lagos, rios, mares e oceanos. O fundo do mar é representado por diversas tonalidades de azul, que escurece nas partes mais profundas e clareia nas partes mais rasas.Evidentemente, nos mapas em preto e branco serão usadas outras convenções.

Os símbolos de um mapa, apesar de serem quase sempre os tradicionais, podem ser modificados por um cartógrafo, o qual pode, inclusive, criar novos símbolos, daí a necessidade que temos de observar a legenda do mapa sempre que vamos usá-lo.

6 - FORMA, DIMENSÕES E MOVIMENTOS DA TERRA

O problema da forma da Terra, que tanto preocupava os antigos sábios e que foi objeto de muita controvérsia, inexiste na atualidade. A forma esférica da Terra pode ser provada de várias maneiras, sendo a mais direta a fotografia de nosso planeta, tirada a bordo de naves espaciais.

A Terra é achatada nos pólos com o raio equatorial 21,3 km maior que o raio polar. A sua forma é um elipsóide de revolução.

Para certos cientistas, a Terra possui uma forma especial chamada geóide.

O raio equatorial mede 6 378 km. O raio polar mede 40 076 km. A superfície da Terra é de 510 milhões de km2. A superfície dos continentes é de 148 milhões de km2, com 29.2%. A superfície dos oceanos, de 362 milhões de km2, com 70.8%.

O volume de nosso planeta é de 1 083 320 000 000 de km3. O peso da Terra é de, aproximadamente, 6 sextilhões de toneladas.

Dentre os 14 movimentos que a Terra possui, os dois mais importantes são: rotação e translação.

O movimento de rotação é executado de Oeste para Leste, em torno de um eixo imaginário, que tem, nos pólos, os seus dois extremos. Este movimento tem duração de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos; dá origem aos dias e às noites e a um movimento aparente do céu, dirigindo de Leste para Oeste, fazendo com que o Sol pareça deslocar-se no espaço, de Leste para Oeste, o que levou os antigos a acreditarem que a Terra fosse o centro do Universo. O dia solar tem 24 horas.

O movimento de translação é executado pela Terra em torno do Sol e tem a duração de 365 dias, 5 horas e 50 segundos, dando origem ao ano solar. A cada quatro anos, para acertar essas horas excedentes, é acrescentado um dia ao mês de fevereiro - e o ano recebe o nome de bissexto.

A órbita da Terra em torno do Sol é ligeiramente elíptica. No dia 2 de janeiro de cada ano, a Terra está em periélio, a distância mais próxima do Sol: 147 100 000 km. No dia 5 de julho, está no afélio, a maior distância do Sol: 152 100 000 km.

O eixo da Terra está inclinado em relação ao plano de sua órbita, também chamada eclíptica, em 23º 27’ 30’’. Uma importante conseqüência da inclinação do eixo em relação ao plano da órbita são as estações do ano, que se sucedem nessa ordem: verão , outono, inverno e primavera.

Quando o Sol corta o Equador e os dias e noites têm a mesma duração em toda a Terra, temos os equinócios da primavera e do outono, que se verificam a 21 de março e 23 de setembro.

Nos pontos em que o Sol está mais afastado do Equador, temos os solstícios de verão e inverno, que se verificam a 21 de junho e 21 de

dezembro. Nos solstícios, existe grande desigualdade entre os dias e as noites em quase todo o nosso planeta.

No Hemisfério Sul, que é a partir da Terra que se encontra ao sul do Equador e em que se encontra a maior parte do território brasileiro, as estações do ano estão assim distribuídas:

• Verão – de 21 de dezembro a 20 de março; • Outono – de 21 de março a 20 de junho; • Inverno – de 21 de junho a 22 de setembro; • Primavera – de 23 de setembro a 20 de dezembro.

No Hemisfério Norte, as estações do ano são ao contrário do sul:

• Verão – de 21 de junho a 22 de setembro; • Outono – de 23 de setembro a 20 de dezembro; • Inverno – de 21 de dezembro a 20 de março; • Primavera – de 21 de março a 20 de junho.

Posição da Terra quando do solstício de dezembro e de junho

7 -PARA CADA FUSO, UMA HORA. Que horas são?

Rigorosamente falando, para cada ponto da superfície terrestre haverá uma resposta para a pergunta, pois a indicação das horas depende da posição em que estamos em relação ao Sol. Para que todos utilizassem um sistema horário uniforme, foram adotados, desde o final do século XIX, os fusos horários. Assim, a Terra foi dividida em 24 fusos correspondentes às 24 horas do dia e limitados por meridianos que distam 15 graus um do outro.

O observatório inglês de Greenwich passou a sensibilizar o primeiro meridiano internacional ou meridiano referencial, que equivale a zero grau de longitude.

A contagem das horas começa aí e a hora de Greenwich foi adotada como

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padrão, base do horário legal convencionado e

adotado em todo o mundo.

As terras situadas a oeste do meridiano de Greenwich têm horários atrasados em relação a ele, ocorrendo o contrário nas terras situadas a leste. Para cada fuso, contamos uma hora de atraso ou adiantamento. Por exemplo, se em Greenwich é meio dia, a 15 graus de longitude oeste serão 11 horas e a 15 graus de longitude leste serão 13 horas.

7.1 NOÇÕES BÁSICAS:

1. A cada 15° de longitude, temos um fuso horário ou uma hora: 15° = 1h (da mesma forma, 1° = 4 minutos).

2. O movimento de rotação da Terra dá-nos a noção de sucessão das horas, possibilitando a definição de qual dos hemisférios (Oeste ou Leste) estará adiantado ou atrasado com relação às horas.

3. Para se calcular distâncias, em graus, entre dois lugares, podem acontecer duas situações:

PRIMEIRO CASO – Se os dois lugares estiverem no mesmo hemisfério, devemos subtrair a longitude maior da longitude menor, por exemplo:

Exemplo:

30° é a distância entre A e B. Essa distância deverá ser convertida para horas: 30° = 2 horas

SEGUNDO CASO – Se os dois lugares estiverem em hemisférios diferentes, devemos somar as longitudes. Assim, teremos: 30° é a distância entre X e Y. Essa distância deverá ser convertida para horas: 30° = 2 horas

Exemplo:

4. Para transformar distância em grau para horas temos uma tabela que pode ser construída de modo simples. Basta colocar os múltiplos de 15 de um lado e de outro o correspondente a cada hora.

Além da tabela, é possível converter grau para hora de diversas formas, entre as quais temos: a) Multiplica-se a distância encontrada por 4 e divide-se por 60: o processo consiste em transformar grau em minuto (multiplicando-se por 4) e os minutos em hora (quando se divide por 60).

Aplicações

01. (hora inteira) Quando na cidade A (15° W) for 10 horas, que horas serão, nesse mesmo instante, na cidade (B) localizada em 45°E? SOLUÇÃO:

Convertendo grau para hora:

RESPOSTA:

02. (horas e minutos) Dois lugares separados por 68° de longitude terão diferença horária de?

Observação:

.

No Planeta Terra, temos 24 horas ou 24 fusos horários distribuídos pelos dois hemisférios (Oeste e Leste). Por convenção, o início da contagem das horas faz-se no meridiano de Greenwich (GMT).

Na tabela seguinte, temos o quadro dos fusos:

OUTRAS NOÇÕES IMPORTANTES: 1. A LID (Linha Internacional da Data) não coincide com o meridiano de 180°, pois ela sofre desvios para que não corte qualquer área habitada.

2. HORA DA CHEGADA: HC = HS + TV Explicações:

a) HC: hora da chegada (é o que se procura determinar).

b) HS: hora simultânea (diferença entre o local de partida e o de destino).

c) TV: tempo de viagem. Aplicações

(tempo de viagem): Um trem parte da cidade A (15°W) às 14 horas com destino à cidade B (30°E). Sabendo-se que o tempo de viagem foi de 4 horas, qual a hora da chegada?

3. LIMITES DAS DATAS – Há dois lugares estratégicos onde temos a mudança das datas no Planeta.

a) A Linha Internacional da Data (LID). b) No fuso onde for meia-noite.

4. De modo geral, há sempre duas datas no globo terrestre. Porém há somente um caso em que todos os fusos estão na mesma data: quando em Greenwich for meio-dia. 5. Cruzando-se a LID do Hemisfério Oriental para o Hemisfério Ocidental, podemos retroceder uma data no calendário.

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6. Como a LID divide o fuso de 180° em duas

metades, dois lugares situados na área de abrangência desse fuso podem apresentar hora igual, mas datas diferentes.

7. Há, no planeta Terra, 24 fusos horários, sendo 11 fusos inteiros e um semifuso para cada lado.

a) O fuso de Greenwich e o de 180° apresentam uma metade para cada hemisfério.

8. “É importante lembrar que existem os fusos teóricos e os práticos. Os primeiros seguem exatamente o traçado dos meridianos. No entanto uma série de conveniências locais leva a alguma adaptação dos fusos, fazendo que

estes não coincidam com os meridianos e apresentem-se, em certos casos, bastante distorcidos. São os fusos práticos” (Duarte, Paulo Araújo. Fundamentos de Cartografia.UFSC. p. 74. 1994.)

7.3 FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS

Pela posição geográfica do Brasil, totalmente na parte ocidental do Planeta, e por sua grande dimensão no sentido Oeste-Leste, nosso País apresenta 4 fusos horários, estando todos atrasados em relação ao meridiano de Greenwich.

O Brasil é um país muito extenso: de leste para oeste tem aproximadamente 4320 km. Além disso, ele possui algumas ilhas no oceano Atlântico, que ficam a 1100 Km do litoral. Não é possível estabelecer apenas um horário num território tão grande. Por isso, existem, no Brasil, quatro fusos horários.

O primeiro deles, com a hora mais adiantada, abrange as ilhas de Fernando de Noronha, Trindade, Martim Vaz e Penedos de São Pedro e São Paulo. Este fuso está duas horas atrasado em relação à hora de Londres, isto é, a hora do fuso inicial, por onde passa o meridiano de Greenwich.

O segundo fuso é o mais importante, porque determina a hora oficial do país, a hora de Brasília: abrange todos os estados litorâneos e também Goiás, Tocantins e Minas Gerais. O estado do Pará é o único que ficou cortado ao meio por esse fuso. Os outros estados possuem todo o seu território situado nele. Em relação à hora do meridiano de Greenwich, esse fuso apresenta um atraso de três horas.

O terceiro fuso horário abrange os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, a porção

oeste do Pará, Roraima, Rondônia e a maior parte do estado do Amazonas. Está quatro horas atrasado em relação à hora em Londres e uma hora em relação a Brasília.

O quarto e último fuso horário do Brasil compreende a parte ocidental do Amazonas e o estado do Acre. Está cinco horas atrasados em relação à hora de Greenwich e duas horas em relação a Brasília.

8 – A REPRESENTAÇÃO DO RELEVO TERRESTRE

Curvas de Nível: são isoípas,ou seja, linhas que unem pontos de igual altitude na superfície representada. Entre elas existem intervalos iguais, que podem ser de 10,20,30,40 metros, e assim por diante. O intervalo entre as curvas é chamado de eqüidistância.

Perfil topográfico: é a inserção do solo com o plano vertical que passa naquela direção. O perfil de determinada região possibilita perceber os altos e baixos do relevo no corte horizontal da carta que representa a região.

É possível traçar o perfil topográfico de uma área pelas curvas de nível, os perfis mostram por que utilizam uma escala horizontal e uma escala vertical, desse modo, podemos ter a noção da altura e dos aspectos gerais do relevo.

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GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

1 - ESTRUTURA DA TERRA

A terra é um planeta de composição variada, apresentando, em sua estrutura, elementos sólidos, líquidos e gasosos. A esses elementos, nas últimas etapas de sua formação, vieram juntar-se elementos

biológicos, o conjunto de seres vivos, passando a constituir a biosfera.

Depois de vagar pelo espaço por tempo incalculável, a Terra começou a se resfriar e passou a ter uma superfície sólida, envolvida por uma camada de gases, e um interior incandescente, extremamente denso e com temperaturas elevadíssimas.

Devido à impossibilidade de uma observação direta do interior do planeta, os cientistas chegaram a conclusões a respeito de sua composição por meio de fenômenos como:

a- grau geométrico, que é o crescente aumento da temperatura à medida que uma perfuração se encaminha para o interior da Terra, na proporção de 1º C para cada 30 a 40 metros de profundidade média; nas planícies, o aumento do grau geotérmico é mais lento que nas montanhas;

b- a propagação das ondas de um terremoto, indicando o tipo de estrutura que está a atravessar (quanto mais densa é a camada, maior será a velocidade de propagação das ondas vibratórias de um terremoto);

c- as elevadas temperaturas em que se encontram os gases e a lava expelidos pelos vulcões.

O estudo das rochas mais antigas leva a crer que o surgimento da crosta da Terra aconteceu há cerca de 4 600 000 000 de anos.

Atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra, mantida pela atração da gravidade. A composição da atmosfera varia de acordo com a distância em que um de seus pontos se encontre da superfície do planeta, dando

origem às diversas camadas: troposfera, estratosfera e ionosfera.

A atmosfera é essencial à vida humana, animal e das plantas, não tendo sido constatada a existência de camada gasosa semelhante a ela em nenhum dos planetas conhecidos.

Hidrosfera é a parte líquida da Terra, incluindo todas as águas dos oceanos, lagos e rios, assim como as águas subterrâneas que existem na litosfera.

Nos oceanos está concentrada a maior parte da água da hidrosfera, os quais cobrem, aproximadamente, 71% da superfície da Terra, com uma profundidade média de 4 000 metros.

A litosfera é a camada sólida da Terra. Está subdividida em crosta e parte superior do manto.

A crosta está subdividida em SIAL e SIMA. A camada granítica, ou SIAL, é constituída essencialmente por quartzo e silicatos aluminosos, dando origem às grandes massas continentais. A camada basáltica, ou SIMA (também chamada de SALSIMA por alguns autores), é uma rocha constituída, essencialmente, por mistura de silicatos (gesso magnesiano e aluminocálcio). O fundo dos oceanos é constituído por basalto, camada rochosa que também se encontra abaixo das massas continentais.

Por estar já solidificada, integra a litosfera. A espessura máxima que a litosfera pode atingir é cerca de 700 Km, cifra que corresponde à profundidade máxima em que os sismógrafos já registraram a formação de

terremotos, fenômeno que só se verifica em meio sólido, a parte superior do manto.

Barisfera é a porção central profunda da terra, presumivelmente composta de metais ou mineral pesado. Está subdividida em manto e núcleo.

• Manto – O manto é a camada de 1 200 quilômetros de espessura que envolve o núcleo. Está dividido em duas partes: a estereosfera, camada mais interiorizada do manto e que está em contato com o núcleo; acima da estereosfera, está a astenosfera, camada de consistência plástica, formada por uma rocha chamada peridotito, constituída de silicato de ferro e magnésio. Alguns autores chamam o manto de SIMA, denominação que preferimos dar à camada basáltica que integra a crosta terrestre.

• Núcleo – Provavelmente, o núcleo central da Terra é uma gigantesca esfera de ferro derretido, contendo níquel e outros elementos, com cerca de 6 500 quilômetros de diâmetro. O núcleo é, também, denominado NIFE devido à sua constituição: níquel (Ni) e ferro (Fe).

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Período Cambriano: Primeiros Vulcões

Período Jurássico: Grandes répteis, os dinossauros.

Período Terciário: Formação das montanhas,... Período Quartenário: Homo sapiens , os dias de hoje.

Dica: Para decorar as eras geológicas use a oração de macete:

Cadê MEu PALEtó PReto, ARnaldo? Rochas: Quanto mais velhas, mais duras; Minerais: Quanto mais velhos, melhores; Animais: Quanto mais novos, mais evoluídos;

2 - A LITOSFERA E AS PLACAS TECTÔNICAS

Depois de muitos estudos, os cientistas concluíram que a litosfera é composta por vários pedaços ou placas, tanto nos continentes quando no fundo dos oceanos. Essas porções da crosta terrestre são chamadas de placas tectônicas.

A análise dessas placas mostrou que elas se deslocam constante e lentamente. Na verdade, é um deslocamento quase imperceptível,

conhecido como derivados continentes ou deriva continental.

Depois de descobrir esse deslocamento das placas que formam a litosfera, os cientistas concluíram que há milhões de anos existiu um único e imenso continente na superfície da Terra e não como conhecemos hoje: Ásia, África, Europa, América, Oceania e Antártida.

Existe um encaixe quase perfeito entre as costas da América e da África, que foram unidos num passado distante. Além disso, os cientistas

encontraram outras semelhanças entre a parte oriental da América do Sul e a parte ocidental da África:

• semelhanças geológicas – tipos de rochas, de terrenos;

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• e também entre restos de animais e vegetais

do passado.

Com isso, foi possível provar que essas duas porções de continente foram uma só no passado geológico da Terra.

A mesma análise feita para a África e para a América do Sul se repetiu para as outras massas continentais. E foi a partir dessas análises que os cientistas formularam a teoria da deriva continental, defendendo a existência de um supercontinente, rodeado por um único oceano.

A forma atual da crosta terrestre, com os continentes e oceanos que conhecemos, data de mais ou menos 10 milhões de anos. Mas, com o tempo, ele deverá se modificar. Dados científicos indicam, por exemplo, que daqui a alguns milhões de anos, a África e a América do Sul estarão bem mais distantes uma da outra do que atualmente. Isso porque ano a ano esses continentes deslocam- se alguns milímetros.

Com o tempo, esse super continente, denominado Pangéia, foi se rompendo e pedaços de terras emersas foram se distanciando uns dos outros. Um movimento produzido pelas forças internas da Terra teria provocado esse distanciamento.

Assim, cada grande porção de terras emersas deu origem a um continente. O movimento no interior da Terra começou há, aproximadamente, 200 milhões de anos e continua até os dias de hoje.

Acabamos de descrever a chamada teoria da deriva dos continentes, que surgiu há três séculos. Ela é o resultado da observação de semelhanças entre o litoral da África e o da América do Sul, que se iniciou com as grandes expedições e descobrimentos dos séculos XV e XVI.

2.1 -Surge uma nova teoria

A partir de 1950, muitas pesquisas foram feitas no fundo dos oceanos, em grande parte com o objetivo de descobrir riquezas minerais. Com isso, o homem aumentou muito o seu conhecimento sobre a crosta terrestre.

Assim, surgiu a teoria das placas tectônicas, que, na verdade, é um aprimoramento da antiga teoria da deriva continental. Segundo essa nova teoria, bastante aceita nos dias de hoje, a litosfera é formada por várias porções ou placas.

E sobre essas placas encontram-se os continentes e os assoalhos dos oceanos. Todas as placas flutuam sobre o manto, por serem muito mais rígidas, ou seja, mais sólidas.

Entre outras palavras, estas são as principais placas tectônicas:

• Placa Euro-Asiática, predominantemente continental, apesar de incluir parte do Atlântico norte.

• Placa Africana, que inclui a África e parte do Atlântico Sul.

• Placa Norte-Americana, que abrange parte do Atlântico Norte e quase toda a América do Norte.

• Placa Sul –Americana, que inclui a América do Sul e parte do Atlântico Sul.

• Placa Antártica, que inclui o continente Antártico e uma imensa área oceânica.

• Placa Indo-Australiana, que abrange boa parte do oceano Índico e da Oceania.

• Placa Norte-Pacífica, predominantemente oceânica.

• Placa Sul-Pacífica, a oeste da América do Sul, predominantemente oceânica.

O estudo dessas placas é muito importante para compreendermos fenômenos naturais que ocorrem na litosfera, como a formação das altas cadeias de montanhas e os abalos sísmicos (terremotos e maremotos).

De forma simplificada, podemos dizer que as elevadas montanhas se formaram a partir do choque ou do encontro violento de duas placas tectônicas.

Também os terremotos e os maremotos são abalos gerados pelo encontro de duas placas. As áreas situadas no ponto de encontro de duas placas são as mais sujeitas a terremotos e vulcões.

2.2 - A tectônica de placas

A tectônica de placas, ou seja, o movimento das placas tectônicas é a grande responsável pelos fenômenos que acontecem no interior da Terra: os terremotos ou sismos, as erupções vulcânicas e a formação das grandes cadeias de montanhas. Desses três importantes fenômenos naturais resultam algumas formas de relevo do nosso planeta.

É importante você saber que existe uma profunda relação entre as cadeias montanhosas, os vulcões e os abalos sísmicos. Em outras palavras, é nas áreas de contato entre duas placas tectônicas que se localizam os vulcões e ocorrem os terremotos.

Quando duas placas tectônicas se aproximam, geralmente se forma uma bacia sedimentar na profundidade, mais conhecida como geossinclinal. No momento em que as placas se encontram, os terrenos mais leves, que estavam no fundo da geossinclinal, se erguem e se dobram. Este dobramento das duas extremidades de cada placa se deve à maleabilidade dos terrenos sedimentares.

É por causa dessa maleabilidade que eles, apesar de se alterarem intensamente, não se rompem.

Como resultado do erguimento e do dobramento dos terrenos, formaram-se as grandes cadeias montanhosas que existem hoje. Foi assim que surgiram:

• a cordilheira dos Alpes, na Europa; • a cordilheira dos Andes, na América do Sul;

• as montanhas Rochosas, na América do Norte;

• a cadeia do Atlas, na África;

• e a cadeia de montanhas do Himalaia, na Ásia.

Além das cadeias montanhosas, nas áreas de contato entre duas placas tectônicas, formaram-se, também, arcos insulares, isto é, ilhas em forma de arco, mais ou menos alinhadas entre si. Nos Alpes, nos Andes, nas montanhas Rochosas, nas cadeias do Atlas e do Himalaia,

predominam as montanhas de dobramento, ou seja, áreas de relevo acidentado. Por isso, essas montanhas têm as altitudes mais elevadas da Terra.

Muitas vezes aparece outra forma de relevo em áreas de montanhas de dobramento. São os planaltos de estrutura complexa. Esses planaltos resultam do soerguimento de terrenos das montanhas de dobramento, que já estavam totalmente planos por causa do desgaste externo, isto é, pela ação de água, do gelo etc.

É preciso lembrar que as erupções vulcânicas não ocorrem só na terra. Ocorrem, também, nos oceanos. São as chamadas erupções submarinas. A pequenas profundidades, elas são explosivas. Nesse caso, cinzas e fragmentos de lavas atingem elevadas altitudes e se tornam visíveis. Um exemplo é o aparecimento da ilha vulcânica de Surtsey, na Islândia, em 1963. A maiores profundidades, a pressão da água oceânica não permite erupções explosivas. Nos dois casos, a água faz as lavas esfriarem rapidamente.

Nas áreas onde ocorreram erupções vulcânicas, forma-se planaltos basálticos. É por isso que essas área são, geralmente, bastante povoadas. Os solos que resultam na decomposição das rochas vulcânicas são muito férteis, o que sempre atraiu o homem em sua luta pela sobrevivência. Isso explica, também, porque até hoje existem áreas bastante povoadas nas proximidades de vulcões, como na região de Mérapi, na Indonésia.

No Brasil, não há mais vulcões em atividade. As ilhas de São Pedro, São Paulo, Fernando de Noronha, Abrolhos e Trindade foram as últimas vulcânicas no litoral do oceano Atlântico.

Entre o fim da era mesozóica e o começo da Menozóica, isto é, no período Terciário, o território brasileiro foi muito atingido por erupções vulcânicas. A área mais atingida vai desde Minas Gerais (onde se destaca o vulcanismo de Poços de Caldas) até o Rio Grande do Sul. Nessa parte do Brasil encontra-se a maior área coberta por lavas basálticas expelidas por erupções vulcânicas de todo o mundo: aproximadamente 1 000 000 km2. Os solos dessa região se caracterizam por apresentar elevada fertilidade natural.

Além de tornar os solos naturalmente férteis, as áreas vulcânicas também apresentam outras manifestações importantes. Algumas dessas manifestações são indispensáveis para a vida de certos grupos humanos. É o caso dos gêiseres, fontes que expelem água quente a intervalos regulares. Entre eles destacam-se os gêiseres:

• da Islândia, muito importantes porque são aproveitados para aquecer residências e estufas, onde se pratica a agricultura.

• do Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos;

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• e das ilhas dos Açores, em Portugal.

3 - OS GRANDES GRUPOS DE ROCHAS Você já sabe que as rochas entram na constituição da superfície terrestre.

Elas influem na formação dos solos e nas formas de relevo: montanhas, planaltos, planícies etc.. São muito úteis nas construções e sua desagregação traz conseqüências significativas para o espaço geográfico.

As rochas resultam da agregação ou união natural de um ou mais minerais, entre ele o vidro vulcânico e a matéria orgânica. Materiais ainda não consolidados, ou seja, que ainda não se solidificaram, como a areia e a argila, da qual fazemos o barro, também são considerados rochas.

De acordo com a sua origem, as rochas podem ser divididas em três grupos principais:

• ígneas ou magmáticas; • sedimentares; • e metamórficas.

3.1 - Rochas ígneas ou magmáticas Ígnea se refere ao fogo e magmática vem de magma, material em estado de fusão encontrado nas profundezas da litosfera.

As rochas magmáticas podem resultar:

• da solidificação do magma, rocha fundida que vai esfriando lentamente no interior da Terra, tanto nos continentes quanto nos oceanos, até endurecer e transformar-se em rocha;

• do magma que é lançado pelos vulcões, em forma de lava, para a superfície da Terra.

Quando o magma se solidifica no interior da crosta terrestre, formam-se rochas magmáticas intrusivas ou plutônicas. Quando ele é expelido pelos vulcões, as lavas solidificadas transformam-se em rochas magmáticas extrusivas ou vulcânicas.

Entre as rochas ígneas intrusivas, a mais comum é o granito, formando pelos seguintes minerais: mica, feldspato e quartzo. Esse tipo de rocha é encontrada em muitas áreas do mundo e do Brasil, como, por exemplo, na serra do Mar e na Serra da Mantiqueira.

Entre as rochas ígneas intrusivas ou vulcânicas, a mais comum é o basalto, presente em grandes quantidades no sul do Brasil.

3.2 - Rochas sedimentares

Resultam do desgaste que as rochas ígneas e as rochas metamórficas sofrem ao longo do tempo geológico. Esse material erodido, isto é, que sofreu erosão ou desgaste, é transportado pela água ou pelo vento e se acumula em algumas áreas ou ambientes, que também recebem detritos orgânicos. A esse acúmulo de

detritos e materiais trazidos pelas águas ou pelos ventos damos o nome de sedimentação.

Essas rochas se apresentam em camadas, uma acima da outra, as mais baixas são de formação mais antiga e as de cima são mais recentes. Possuem tons ou cores variadas, algumas mais claras e outras mais escuras. As camadas superiores pressionam as inferiores e, depois de muitos anos, elas se solidificam, transformando- se em rochas.

Entre as rochas sedimentares destacam-se o arenito (resultado da solidificação da areia), o calcário, o carvão mineral, o varvito, o argilito e outras.

3.3 - Rochas metamórficas

São aquelas que resultam da transformação que as rochas magmáticas e as rochas sedimentares sofrem, principalmente em função da temperatura e da pressão. Como exemplo de rochas metamórficas, podemos citar o mármore (que resulta da cristalização do calcário), o gnaisse (resultado das mudanças do granito) e outras.

3.4 - O ciclo das rochas

Aparentemente as rochas são estáveis, isto é, não mudam. Mas elas sofrem modificações com o decorrer do tempo geológico, que é o tempo do nosso planeta. Na verdade, todos os tipos de rochas sofrem a ação dos elementos que provocam desgaste (temperatura, ventos) e se transformam. Por exemplo, rochas ígneas podem se tornar sedimentares, rochas sedimentares podem se tornar metamórficas, assim como a solidificação do magma, principalmente das

lavas vulcânicas, pode criar novas rochas ígneas. A essa ligação entre as rochas e as mudanças que elas costumam sofrer com o tempo damos o nome de ciclo das rochas.

Para você entender melhor o ciclo das rochas, vamos descrever suas etapas mais detalhadamente. Numa primeira etapa, o magma esfria e se solidifica, dando origem às rochas ígneas ou magmáticas. Já vimos que esse esfriamento pode ocorrer tanto no interior da litosfera como na superfície, quando há extravasamento das lavas vulcânicas. Com o

tempo, as rochas ígneas vão se alterar, pela erosão – o que dará origem a rochas sedimentares – ou por mudanças de pressão – o que vai originar as rochas metamórficas. O processo de erosão ou desgaste das rochas é complicado e envolve diversos momentos. O primeiro deles é o intemperismo ou meteorização das rochas. Esse intemperismo, que desgasta e destrói as rochas, pode ser de dois tipos: físicoe químico.

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4 - AS FORMAS DO RELEVO E A IDADE DA

TERRA

As desigualdades existentes na superfície da Terra dão origem às diversas formas de relevo. As formas básicas do relevo terrestre são: planícies, planaltos, montanhas e depressões.

Chamamos de altitude a altura de qualquer ponto na superfície da Terra em relação ao nível do mar, tomando como base o nível intermediário entre a maré baixa e a maré alta.

As planícies são regiões do globo planas ou suavemente onduladas, de natureza sedimentar, quase sempre de baixa altitude, de formação relativamente recente e limitada por aclives. Em uma planície, o processo de depósito de sedimentos é maior que o da erosão.

Quanto à origem, as montanhas podem ser: vulcânicas; de dobramento; de falhas.

a- Montanhas vulcânicas – São produto das atividades vulcânicas ou ígneas. Dentre elas, estão algumas das montanhas mais conhecidas do mundo: Vesúvio e Etna, na Itália; Fuji, no Japão; e o Popocatepetl, no México. Algumas ilhas são cadeias montanhosas de origem vulcânica submersas no oceano e que surgem, na sua superfície, como ilhas: Canárias, Aleutas e Havaí.

b- Montanhas de dobramento – É o tipo mais comum de montanha e se origina do deslocamento da crosta. As dobras que formam as montanhas resultam de compressão das camadas de rocha por forças horizontais.

c- Montanhas falhas – Originam-se de falhas da crosta terrestre. As montanhas de falhas aparecem sempre junto com as de dobramento, sendo impossível separá-las. Em certos casos, uma montanha apresenta dobras, falhas e vulcanismo a um só tempo.

As maiores montanhas da Terra apresentam um grande número de dobras e falhas: Andes, Alpes Rochosas e Himalaia.

As montanhas novas, que tiveram sua origem no período terciário, são as mais elevadas e as que apresentam encostas mais íngremes.

As cadeias de montanhas são montanhas jovens, que se originaram no período terciário e formam uma unidade contínua.

Os picos mais elevados da terra estão em cadeias montanhosas: o Everest, na cadeia do Himalaia, é o ponto mais alto do globo, com 8882 m de altitude; o Aconcágua, com 6 959 m.

O Brasil, como país de formação geológica muito antiga, não apresenta nenhuma cadeia de montanhas.

A cordilheira é uma reunião de várias formações montanhosas e de forma alongada, enquanto que os maciços montanhosos são montanhas antigas, que se originaram nas primeiras eras geológicas, constituídas por rochas eruptivas ou metamórficas, que já foram parcialmente destruídas pela erosão. O trabalho da erosão faz com que os maciços montanhosos apresentem, quase sempre, cumes arredondados e declives suaves. O aspecto de um maciço montanhoso costuma ser bastante confuso, devido às ramificações que apresentam. No Brasil, as ramificações de maciço montanhoso recebem o nome de Serra.

As depressões, no estudo do relevo, são áreas continentais localizadas em nível inferior ao do mar ou ao das regiões circunvizinhas. Elas podem ser absolutas ou relativas.

As depressões absolutas estão localizadas em um nível inferior ao do mar. São importantes depressões absolutas: Mar

Morto, com 395 m abaixo do nível do mar, na Palestina; Vale da Morte, com 84 m abaixo do nível do mar nos Estados Unidos.

As depressões relativas estão acima do nível do mar, mas apresentam uma posição altimétrica inferior à das terras que lhes são contíguas. A região atravessada pelo rio Reno, na fronteira da França com a Alemanha, é uma depressão relativa.

Quanto à localização, as planícies podem ser classificadas em marítimas e continentais.

As planícies marítimas, ou litorâneas, localizadas junto aos oceanos e mares, são conseqüência de depósitos marítimos e mesmo aluvianos. A planície litorânea, existente no Brasil, é uma planície marítima que recebe nome locais, como Baixada Fluminense e Baixada Santista. Também pertence a esse tipo a grande planície no litoral atlântico da América do Norte. As planícies continentais costumam ser áreas muito extensas, estando incluídas, nessa classificação, a planície amazônica e a do pantanal mato-grossense.

Quando as planícies são formadas por fragmentos de rochas e restos de plantas e animais depositados, pelos rios, nas partes mais baixas de seu curso, são denominadas aluviais ou fluviais.

As planícies são, geralmente, de grande importância para a vida humana devido à fertilidade de seus solos, à facilidade de circulação e à presença de cursos d’água numerosos. Existem, no globo, planícies que concentram milhões de pessoas, como as planícies aluviais dos rios Amarelo, Ganges, Pó e Mississipi, e a planície marítima oriental, que concentra a maior parte da população dos Estados Unidos da América.

Planaltos são regiões do globo, planas ou suavemente onduladas, constituídas de rochas sedimentares, localizadas em altitudes quase sempre mais elevadas que as das planícies; são delimitadas por escarpas íngremes e o processo de degradação (erosão) supera o de agradação (acumulação). Os rios de planalto correm sempre em vales profundos e de pouca largura.

Os planaltos costumam apresentar serras em seu interior, como a Serra de Baturé, no Planalto Nordestino. Pelo menos uma das bordas dos planaltos é sempre muito escarpada, como a Serra do Mar, no Planalto de Sudoeste.

O baixo planalto são áreas planas ou levemente onduladas, situadas a baixa altitude, mas com um desnível bem acentuado em relação às regiões vizinhas.

Na Amazônia, o baixo planalto apresenta uma nítida diferença em relação às terras de várzeas.

A vida humana nos planaltos costuma ser mais difícil que nas planícies, por serem aqueles menos férteis, de difícil acesso e circulação prejudicada pela presença de vales fluviais profundos. Existem, contudo, planaltos densamente povoados, como o do México.

As montanhas são regiões de grande altitude que se destacam, no relevo, pelos elevados picos e encostas íngremes.

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5 -AS PRINCIPAIS FORMAS DE RELEVO

5.1- Relevo, o modelado da superfície terrestre

Observando a parte superficial da litosfera, isto é, o terreno sobre o qual vivemos, sobre o qual construímos cidades e estradas, vemos que ele apresenta formas variadas. Ao conjunto de formas variadas da superfície da Terra damos o nome de relevo.

Podemos afirmar que o relevo é o modelado da superfície terrestre. Por quê? Porque ele é constituído das áreas mais altas, áreas mais baixas, terras planas, terras acidentadas, que modelam, isto é, dão uma forma à paisagem da superfície terrestre. Vamos estudar a seguir as principais formas de relevo.

5.2 - As montanhas

São as formas elevadas do relevo, que se destacam por apresentar altitudes superiores às regiões vizinhas. As montanhas mais elevadas são as que resultam de desdobramentos, isto é, de forças internas (em geral, do encontro de placas tectônicas), que provocaram enormes dobras nas rochas, dando origem a cadeias de montanhas.

Tanto nos continentes quando no fundo dos oceanos existem montanhas de desdobramentos. São as chamadas montanhas jovens ou típicas, que surgiram no período Terciário (era Cenozóica). Podemos citar como exemplo de montanhas de desdobramentos:

• os Alpes, na Europa;

• a cadeia dos Andes, na América do Sul; • as montanhas Rochosas, na América do Norte;

• o Himalaia, na Ásia, que tem as maiores altitudes do planeta.

Existem outros tipos de montanha, embora com menores altitudes. Podemos destacar:

• as montanhas vulcânicas, isto é, resultantes de vulcões;

• as montanhas constituídas por blocos falhados, isto é, por áreas que sofreram dobramentos e ruptura ou falhas nas rochas, tendo uma parte ficado erguida acima da outra (no Brasil, as serras da Mantiqueira e da Bocaina têm essa origem).

Existem, também, as montanhas originadas do menor desgaste de rochas de uma área, que, por serem mais resistentes, ficaram com maiores altitudes do que as áreas vizinhas. São montanhas que levaram milhões de anos para se formar.

5.3 - As planícies

São áreas baixas e planas, onde há sedimentação, isto é, acúmulo ou deposição de sedimentos. As planícies geralmente ficam ao lado e abaixo dos planaltos e das montanhas, que são áreas onde predomina a erosão. Podem ter

várias origens: vales fluviais (de rios), sedimentos trazidos pelos ventos, pelas geleiras, pelo entulhamento de lagos etc. Por serem em geral áreas baixas, as planícies costumam dar origem a depressão, isto é, regiões que ficam deprimidas ou rebaixadas em relação às regiões vizinhas.

Quando uma depressão fica abaixo do nível do mar, dizemos que ela é absoluta. Um exemplo de depressão absoluta é o Mar Morto, na Ásia, localizado a 396 m abaixo do nível do mar. O mar Morto é a área de menor altitude doscontinentes e ilhas.

Quando a depressão fica acima do nível do mar, mas abaixo das áreas vizinhas, dizemos que é relativa.

5.4 - O relevo do Brasil

No relevo brasileiro predominam as baixas altitudes. Existe uma mistura de planaltos e planícies, sendo que os planaltos ocupam as maiores áreas. Não existem, portanto, altas cadeias de montanhas.

Como o Brasil não fica próximo de nenhum encontro de placas tectônicas, não houve, aqui, choque entre elas nem a formação dos enormes desdobramentos, que deram origem às principais cadeias de montanhas do mundo.

As cadeias de montanhas que existem no Brasil são relativamente baixas, bastante antigas e desgastadas pela erosão. Situam-se nas partes mais elevadas dos planaltos, geralmente nas bordas ou escarpas. Por isso, são chamadas de serras.

• Planaltos cristalinos: situados em terrenos cristalinos, ou seja, onde predominam rochas ígneas e metamórficas, de origem bem antiga. São planaltos cristalinos:

– O Planalto Central, localizado no centro do país.

– O Planalto Nordestino, que fica na parte nordeste do país;

– As serras e planaltos do leste e sudeste, como a serra do Mar, a serra da Mantiqueira, o planalto Paulista, o planalto Mineiro e outros.

• Planaltos sedimentares: situados em terrenos sedimentares. São eles:

– os baixos planaltos na Amazônia, que ficam ao redor da planície formada pelo rio Amazonas;

– o planalto Maranhão –Piauí, situado a leste dos planaltos sedimentares da Amazônia;

– e o Planalto Meridional, situado no sul do país e de origem vulcânica; formado por rochas ígneas, principalmente basalto.

Estas são altitudes do território brasileiro: • cerca de 41% possui altitudes entre 0 e 200 m;

• 37% entre 200 e 500m; • 14,7% entre 500 e 900 m;

• e apenas 7,3% têm altitudes superiores a 900 m.

Somente um ponto do país tem mais de 3000 m de altitude, é o pico da Neblina, com 3014 m,

situado próximo à fronteira do estado do Amazonas com a Venezuela. Isso mostra bem como são relativamente baixas as altitudes do nosso país. Para você ter uma idéia, saiba que as áreas de montanhas jovens ou terciárias, como os Alpes, o Atlas, os Andes, possuem, normalmente, altitudes superiores a 4000 m. Alguns pontos da cordilheira do Himalaia chegam a ter mais de 8000 m.

No Brasil, predominam os planaltos. Eles ocupam cerca de três quartos do nosso território, sendo que o restante são planícies. Existem 3 grandes conjuntos de planícies no Brasil;

• Pantanal Mato-Grossense, situado no centro-oeste do país (nas fronteiras com a Bolívia e o Paraguai), o Pantanal Mato-Grossense é uma região muito sedimentada pelo rio Paraguai e seus afluentes e lagos;

• Planície Amazônica é a área do vale do Rio Amazonas, margeada por planaltos sedimentares;

• Planícies costeiras ou litorâneas, terrenos com acúmulos de sedimentos trazidos pelo mar, pelos rios que desembocam no litoral e, às vezes, pelo vento.

Os planaltos brasileiros podem ser divididos em 2 grupos:

Tanto a origem das formas de relevo como as modificações que elas sofrem com o tempo são resultantes de forças internas e externas da Terra.

As forças internas são aquelas que veem no interior do planeta e que deram origem às rochas mais antigas: as rochas ígneas ou magmáticas. Também chamadas de agentes internos, elas dão origem aos vulcões, aos terremotos, aos dobramentos etc.

As forças externas são aquelas que provêm do clima ou dos seres vivos, como, por exemplo, as chuvas, a variação da temperatura, os rios, os ventos etc.

Também chamadas de agentes externos, elas, em geral, diminuem lentamente as diferenças entre as formas de relevo, desgastando as áreas elevadas e acumulando detritos nas partes mais baixas.

Quando numa área há rochas com baixa resistência (que se desgastam rapidamente) e com alta resistência (que pouco se desgastam), os agentes externos acabam provocando desníveis. Isso porque, com o tempo, as rochas resistentes vão formando um relevo de maiores altitudes (planaltos ou até montanhas) em relação às áreas vizinhas.

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6 - OS AGENTES CRIADORES E

MODIFICADORES DO RELEVO 6.2 Tectonismo

O movimento das placas tectônicas traz, em sua dinâmica, resultados que podem ser observados na superfície. Os terremotos, o vulcanismo, as rochas dobradas e falhadas são exemplos claros de que toda a crosta esteve submetida a tais esforços e que eles continuam atuando até os dias de hoje. Esses movimentos são denominados tectônicos e são classificados em dois tipos:

a) Orogênese – O movimento orogenético é relativamente rápido e, quando se manifesta, geralmente deforma, dobrando e falhando as camadas rochosas. Os terremotos são os movimentos orogenéticos mais rápidos de que se tem conta. Associados ao vulcanismo, correspondem a sinais anteriores ou posteriores de um tectonismo orogenético mais amplo. A

orogênese propriamente dita é a elevação de uma vasta área dando origem a grandes cadeias de montanhas. Assim, os terremotos e o vulcanismo andino são sinais posteriores ao levantamento da grande cadeia de montanhas que são os Andes. Ao contrário, o vulcanismo e os sismos da faixa que vai de Java ao Japão são sinais precursores de uma grande cadeia de montanhas que se elevará naquela área.

b) Epirogênese – Os movimentos epirogenéticos caracterizam-se por serem lentos, abrangerem áreas continentais e não terem competência para deformar (não produzem falhas ou dobras) as estruturas rochosas. O movimento epirogenético não está associado nem ao vulcanismo, nem aos sismos. Ao contrário, é de ocorrência mais comum em áreas relativamente estáveis da crosta terrestre, sendo característicos das bacias sedimentares intracratônicas. A epirogênese atinge áreas de dimensões continentais formando arqueamentos, intumescências ou abaciamentos de grandes conjuntos montanhosos. Os arqueamentos podem ser maiores num ponto e

menores noutros, como podem ser levantamentos num lugar e abaixamentos em outros. A lentidão desses movimentos dificulta o seu conhecimento, carecendo-se também de um ponto de referência fixo que possibilite a mensuração da extensão da epirogênese.

Assim, podemos distinguir a orogênese para as áreas instáveis e a epirogênese para as áreas estáveis da crosta terrestre" 6.2.1 As falhas

“Quando essas forças são exercidas verticalmente sobre as camadas de rochas resistentes e de pouca plasticidade, os blocos continentais podem fraturar-se, deslocar-se, sofrer levantamentos ou abaixamentos constituindo as falhas, ou seja, as diversas rupturas e desnivelamentos das camadas do relevo. Esses movimentos verticais são chamados de epirogenéticos”. (Coelho, Marcos A. e Terra, Lygia. Op. cit. p. 83).

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6.2.2 As dobras

“Quando as pressões são exercidas de forma horizontal sobre as camadas de rochas mais elásticas, provocam o encurvamento das camadas rochosas, os dobramentos ou dobras, podendo formar montanhas e cordilheiras. Os movimentos horizontais são chamados de orogenéticos. Uma dobra é formada de duas partes: a côncava ou sinclinal e a convexa ou anticlinal” (Coelho, Marcos A. e Terra, Lygia. Op. cit. p. 83).

6.2.3Vulcanismo

“É o processo pelo qual o magma flui do interior da Terra até a crosta terrestre. Abrange os vulcões e as intrusões magmáticas (penetração do magma em rochas da crosta terrestre e sua solidificação em virtude das menores temperaturas na superfície da Terra): batólito, lacólito, dique, sill e neque”. (Adas, Melhem. Panorama Geográfico do Brasil: contradições, impasses e desafios socioespaciais. Moderna p. 230. 1998).

6.3 - Os terremotos

Os terremotos ou abalos sísmicos são movimentos que fazem a terra tremer durante alguns segundos ou até mesmo alguns minutos. Quando são intensos, podem ser percebidos pelo homem e chegam a causar grandes estragos, principalmente nas cidades.

Mas, em geral, são percebidos por meio de registros feitos por um aparelho chamado sismógrafo.

Os terremotos acontecem, geralmente, nas zonas orogenéticas, porque os locais da superfície terrestre onde eles se iniciam, os chamado epicentros, situam-se nesta faixa do planeta. Os locais no interior da crosta terrestre onde se originam os terremotos são chamados hipocentros ou focos.

6.3 - Foco e epicentro

O local abaixo da crosta onde o terremoto é produzido chama-se foco, e o ponto sobre a superfície, vertical ao foco, é o epicentro. Segundo Popp, “vibrações menores da superfície da Terra são ocasionadas por desmoronamento do teto de cavernas, especialmente nas regiões calcárias. Pequenas vibrações são sentidas também nas regiões situadas próximo de barragens que sofreram represamento recente das águas. A exploração da água subterrânea em regiões sedimentares também tem provocado novas acomodações superficiais, notadamente onde se processa um abaixamento do lençol freático”. (Coelho, Marcos A. e Terra, Lygia. Geografia geral: o espaço natural e socioeconômico. Moderna, 2001. p.88.)

6.4 - ÍNDICES DA INTENSIDADE E OCORRÊNCIA ANUAL DE TERREMOTOS

Causas:

a) Desmoronamentos internos. b) Erupções vulcânicas.

c) Tectônicas: é nas bordas das placas tectônicas que ocorrem os maiores e mais violentos terremotos.

6.4 - Os terremotos no Brasil Na década de 1980, tivemos notícia de alguns terremotos no Brasil, principalmente nos estados de Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia e Rio de Janeiro. Normalmente, são abalos sísmicos que atingem, no máximo, o grau 6 da escala Richter. Mas, em 1872, um violento terremoto no município de Serra, em Mato Grosso, provocou um grande número de mortes.

Estudos sobre a geologia (rochas, idade dos terrenos etc.) e as atividades sísmicas do país demonstraram que o Brasil, ao contrário do que se pensava, não está a salvo dos terremotos.

O território brasileiro fica numa área geograficamente estável, longe das zonas de encontro das placas tectônicas, onde ocorre a maioria dos terremotos e vulcanismos da Terra. Mas aqui existem inúmeras falhas geológicas, ou seja, imensos blocos de rocha quebrados ou partidos. E essas falhas podem dar origem a instabilidades.

7 - OS AGENTES EXTERNOS E O RELEVO

Você já sabe que as formas de relevo sofrem intenso desgaste à medida que a água, o gelo, o vento e os seres vivos atuam sobre o terreno. Estes causam erosão nas partes mais elevadas e transportam os detritos, acumulando-os nas porções mais baixas da crosta terrestre.

Por causa desse trabalho de erosão (desgaste), transporte e sedimentação (deposição), a água, o gelo, o vento e os seres vivos são chamados de agentes externos modificadores do relevo. 7.1 - Principais agentes externos: a) Intemperismo – É o conjunto de processos químicos, físicos e biológicos (ação da água, do vento, do calor, do frio e dos seres vivos) que provoca o desgaste e a decomposição das rochas. Podem ser físicos e químicos.

Físico – A desintegração e a ruptura das rochas inicialmente em fendas, progredindo para partículas de tamanhos menores, sem, no entanto, haver mudanças na composição química. Exemplos de processos físicos de meteorização: a) Congelamento da água. b) Variação de temperatura. c) Decomposição esferoidal. d) Esfoliação. e) Destruição orgânica.

Químico – Realizam-se em presença da água e dependem da ação de

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