UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
GRUPO FOCAL
Profa. Me.GRACIELA RODRIGUES
O QUE É?
Técnica de coleta de dados qualitativos (única,
associada ou complementar).
Ênfase na interação do grupo com o próprio grupo motivadas pelo mediador/moderador.
“os participantes fazem perguntas uns aos
outros e explicam suas posições de forma recíproca” (MORGAN apud MARQUES, 2006, p. 39).
O QUE É?
observação participante entrevista aberta GF (Morgan, 1997)
O QUE É?
“são basicamente entrevistas em grupo, cujo
objetivo principal reside na interação do grupo, e não no mero intercâmbio de perguntas entre o pesquisador e os integrantes do grupo” (MARQUES; ROCHA, 2006, p.39). “A essência do grupo focal consiste justamente
na interação entre os participantes e o pesquisador, que objetiva colher dados a partir da discussão focada em tópicos específicos e diretivos (por isso é chamado grupo focal)” (IERVOLINO; PELICIONI, 2001, p. 116).
O QUE É?
“pequenos grupos de pessoas reunidas para avaliar conceitos ou identificar problemas” (CAPLAN, 1990 apud DIAS). “[...] uma entrevista coletiva que busca
identificar tendências. A maior busca é compreender, não inferir nem generalizar” (COSTA, 2009, p. 181).
O QUE É?
“Não se trata, propriamente de uma
coleta, como se o dado ali estivesse à espera
de ser capturado, mas sim de
captar os significados que emergem no „aqui e agora‟ da situação de pesquisa, à medida que os participantes refletem e discutem sobre o tema proposto” (GUI, 2003, p. 139).NOMENCLATURAS
Entrevista grupal/em grupo.
Entrevista coletiva.
HISTÓRICO
1926 - trabalho de Bogartus, nas CiênciasSociais, com entrevistas grupais.
1941 - Ciências Sociais - Robert Merton;
1946 - durante a 2ª Guerra Mundial, foi usada
por Merton & Kendall, para investigar o potencial de persuasão da propaganda de guerra para as tropas;
HISTÓRICO
1950 – Área Marketing - Paul Lazarafeld;
1980 - Área da saúde - entender as atitudes de
doentes, o uso de contraceptivos e para avaliar a interpretação da audiência em relação às mensagens da mídia (MORGAN, 1997; VEIGA; GONDIM, 2001);
1990 - expressivo o aumento de pesquisas utilizando esta técnica de coleta de dados;
APLICAÇÕES
Verificar como as pessoas avaliam uma experiência, ideia ou evento. Como definem um problema e quais suas
opiniões, sentimentos e significados encontram-se associados ao objeto de investigação.
Planejamento a avaliação de programas em
APLICAÇÕES
Se presta a uma variedade de fenômenos nos quais o objetivo é conhecer a receptividade do grupo sobre um assunto, serviço ou produto. Na área de Marketing seu uso visa “identificar
tendências, preferências, hábitos e percepções do consumidor” (idem, p. 182).
Na educação: avaliar projetos, políticas públicas, levantar necessidades do contexto escolar e docente, receptividade de métodos, técnicas e recursos. Interfaces e softwares.
GF e ENTREVISTA GRUPAL
•diretivo no grupo - relação é diádica a análise é o sujeito no grupo •unidade de análise do grupo focal, é o próprio grupo • facilitador do processo de discussão • Influências na formação de opiniões MODERADOR ENTREVISTADOR
POR ONDE COMEÇAR?
Alguém viu Nasrudin procurando alguma coisa no chão. “O que é que você perdeu Mullá?”perguntou-lhe.
“Minha chave” respondeu o Mullá. Então os dois se ajoelharam para procurá-la. Um pouco depois o sujeito perguntou:
“Onde foi exatamente que você perdeu essa chave?” “Na minha casa”.
“Então por que está procurando por aqui?”
POR ONDE COMEÇAR?
Planejamento da pesquisa:OBJETIVO
MODERADOR
POR ONDE COMEÇAR?
Planejamento da pesquisa:ROTEIRO DE DISCUSSÃO
Pontuação de tópicos;
Questões chaves;
Tempo por questão;
POR ONDE COMEÇAR?
PARTICIPANTES
POR ONDE COMEÇAR?
ORGANIZAÇÃO
O grupo focal é composto por 6 a 12
participantes.
Estes participantes são selecionados por
apresentar certas características em comum que estão associadas ao tópico que está sendo pesquisado.
O grupo ter características homogêneas com
relação ao assunto a ser debatido ou ao foco da pesquisa. Ex.: nível de escolaridade, condição social, funcionários de uma mesma empresa.
ORGANIZAÇÃO
A busca de homogeneidade em algumas
características pessoais não deve implicar na busca de homogeneidade da percepção do problema (IERVOLINO; PELICIONI, 2001).
Sua duração típica é de 1 a 2 horas
aproximadamente.
Local: neutro, acessível, silencioso. Disposição
em círculo dos participantes.
Ambiente agradável de espera sem antecipar o
ORGANIZAÇÃO
Explicitação das regras do grupo focal (GONDIM, 2002)
Só uma pessoa fala de cada vez;
Evitam-se discussões paralelas para que todos
participem;
Ninguém pode dominar a discussão;
MODERADOR
1. Solicitar esclarecimento ou aprofundamento de
pontos específicos;
2. Conduzir o grupo para o próximo tópico
quando um ponto já foi suficientemente explorado;
3. Estimular a participação, equilibrada, de todos
os participantes;
VANTAGENS E DESVANTAGENS
Pode servir de complemento a outrosinstrumentos de pesquisa, inclusive na pesquisa quantitativa;
Baixo custo, rapidez com que o grupo focal
fornece dados válidos e confiáveis (IERVOLINO & PELICIONI, 2001);
Afirma-se também que as discussões do grupo
pode gerar comentários mais críticos do que as entrevistas (ROBINSON, 1999);
VANTAGENS E DESVANTAGENS
A crença de que os grupos de foco são menosonerosos do que a realização de entrevistas individuais é menos clara, depende muito do projeto de pesquisa (BERG, 1998).
Os participantes formam suas opiniões ouvindo
os demais, (des)contruindo suas posições iniciais a partir das discussões no grupo. Este aspecto é muito importante na análise dos dados a partir do GF.
TÉCNICA PONTOS FORTES PONTOS FRACOS
Grupo Focal
Baixo custo e resposta rápida
Flexibilidade na aplicação
Eficientes para obter informações qualitativas a curto prazo Eficiente para esclarecer questões complexas no desenvolvimento de projetos
Adequado para medir o grau de satisfação das pessoas envolvidas
Exige
facilitador/moderador com experiência
para conduzir o grupo
Não garante total anonimato
Depende da seleção criteriosa dos
participantes
Informações obtidas não podem ser generali-
zadas
Fonte: MCMILLAN, J. H. SCHUMACHER (1997) apud BARBOSA, Eduardo. Instrumentos de
coleta de dados em pesquisas educacionais. Disponível em:
http://serprofessoruniversitario.pro.br/m%C3%B3dulos/metodologia-da-pesquisa/instrumentos-de-coleta-de-dados-em-pesquisas-educacionais.
OBSERVAÇÕES
“em qualquer método que se adote, érecomendado convidar cerca de 20% a mais de pessoas do que realmente será necessário para a condução de cada grupo focal para se prevenir contra ausências inesperadas de participantes”
(MORGAN, 1988 apud IERVOLINO;
PELICIONI, 2001, p.117 );
possível domínio no grupo de algumas
pessoas, e uma possível reação negativa ao moderador pelos participantes;
NO ROTEIRO EVITAR:
Questões longas, complexas; Questões nas quais as respostas podem ser
dadas com uma ou duas palavras, tipo sim ou não;
Iniciar por questões muito específicas ao tema; As questões “chaves” devem ser deixadas para
NO ROTEIRO EVITAR:
Ex.:se o objetivo for conhecer a satisfação do público frente ao um programa de TV, a pergunta “por que você gosta do programa? Deve ficar para o final.“É importante ordenar os temas de modo a evitar a indução a resposta”.
TABELA COMPARATIVA
FATOR GRUPO FOCAL ENTREVISTA INDIVIDUAL
Interação no grupo A interação está presente e estimula novas idéias. Não há interação no grupo, já que a entrevista se dá apenas entre o entrevistado e o entrevistador. Pressão do grupo A pressão do grupo pode desafiar e gerar o pensamento dos participantes. Não há pressão do grupo.
TABELA COMPARATIVA
FATOR GRUPO FOCAL ENTREVISTA INDIVIDUAL Competição Os participantes competem pelo tempo. Cada participante tem menos
tempo para expor sua opinião do que
em uma entrevista individual.
Não há qualquer competição. O
entrevistado tem todo o tempo
disponível para expor suas idéias ao
entrevistador.
Influência As respostas podem ser “contaminadas” pela opinião de outros participantes. Não há influência de outras pessoas.
TABELA COMPARATIVA
FATOR GRUPO FOCAL ENTREVISTA INDIVIDUAL Assunto controverso Alguns participantes podem se sentir constrangidos na presença de várias pessoas desconhecidas.
Desde que se sinta à vontade com o
entrevistador, é mais fácil falar sobre
assuntos controversos com uma única
pessoa. Cansaço do
entrevistador
Como seu papel é mais passivo, é possível conduzir mais de uma entrevista de grupo focal sobre um único assunto. A condução de inúmeras entrevistas individuais pode ocasionar fadiga e aborrecimento.
TABELA COMPARATIVA
f
FATOR GRUPO FOCAL ENTREVISTA INDIVIDUAL Quantidade de informações Uma quantidade relativamente grande de informações pode ser obtida em um curto espaço de tempo e a um custo relativamente reduzido.
Pode-se obter uma grande quantidade de informações. Porém, isso demanda
muito mais tempo e custos mais altos.
Agenda da reunião
Pode ser difícil
conciliar a agenda de tantas pessoas.
É muito mais fácil agendar entrevistas individuais.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
IERVOLINO, S.A.; PELICIONI, M.C.F. A utilização do grupo
focal como metodologia qualitativa na promoção da saúde. Rev Esc
Enf USP, v. 35, n.2, p.115-21, jun, 2001.
ROBINSON, N. 'The Use of Focus Group Methodology - with
Selected Examples from Sexual Health Research', Journal of
Advanced Nursing, 29, 4, p.905-9143, 1999.
BERG, B. L. (1998), Qualitative Methods for the Social Sciences, Boston, MA, Allyn and Bacon.
WESTPHAL, MF, BOGUS, CM, FARIA, MM. Grupos focais:
experiências precursoras em programas educativos em saúde no Brasil. Bol Oficina Sanit Panam, v.120, n.6,1996.
MARQUES, Ana; ROCHA, Simone M. A produção de sentidos nos
contextos de recepção: em foco o grupo focal. Revista
Fronteiras-estudos midiáticos, São Leopoldo, v. 3, n. 1, p. 38-53, jan./abril. 2006.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
GIOVANAZZO, Renata. Focus Group em pesquisa qualitativa:
fundamentos e reflexões. Administração On-line, v. 2, n. 4,
out./Nov./dez. 2001.
DIAS, Cláudia Augusto. Grupo Focal: técnica de coleta de dados em
pesquisas qualitativas. Disponível em:
http://gustavogamorim.googlepages.com/Grupofocal.pdf.
Acesso em: 13 de outubro de 2009.
GONDIM, Sônia Maria. Grupos focais como técnica de investigação
qualitativa: desafios metodológicos. Revista Paidéia, v.12, n.24,
2002.
GUI, Roque. Grupo focal em pesquisa qualitativa aplicada: Intersubjetividade e construção do sentido. Revista Psicologia: