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A casa delas: perfil das mulheres chefes de domicílios na Região Metropolitana de Campinas

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A casa delas: perfil das mulheres chefes de domicílios na Região

Metropolitana de Campinas

Carla Sabrina Favaro

Palavras-chave: Chefia Feminina, Arranjos Familiares e Domiciliares, Região Metropolitana de Campinas

Resumo

O fenômeno da chefia feminina e sua expansão, ainda hoje, são encarados por alguns segmentos das Ciências Sociais como um exemplo de desorganização e declínio dos padrões e valores familiares. Entretanto, pesquisas recentes têm mostrado que os domicílios chefiados por mulheres têm crescido em todos os setores sociais. Além disso, mostram também que, no Brasil, esses domicílios não são os mais pobres entre os pobres. Nesse sentido, o termo “feminização da pobreza” não se aplica a parte considerável dos domicílios chefiados por mulheres.

As mulheres chefes devem ser vistas como a referência mais importante de suas famílias e também como protagonistas de profundas transformações das relações intra-familiares. É também importante notar que o fenômeno da chefia feminina abrange uma variada gama de arranjos que vão desde os unipessoais, passando pelos monoparentais, ampliados até aqueles onde há a presença do cônjuge, mas a mulher é declarada a chefe.

Nesse sentido, o trabalho aqui apresentando tem como objetivo expor um pequeno perfil das mulheres chefes e de suas famílias na região metropolitana de Campinas. Entender como essas mulheres vivem, além de algumas características como perfil da idade, cor, escolaridade, ocupação, renda, número de filhos, entre outros aspectos, é muito importante para o próprio entendimento do fenômeno. O pano de fundo desta análise é fornecido pelos dados sobre chefia feminina provenientes do survey do projeto “Dinâmica Intrametropolitana e Vulnerabilidade sociodemográfica nas metrópoles do interior paulista: Campinas e Santos”, desenvolvido pelo NEPO/UNICAMP.

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A casa delas: perfil das mulheres chefes de domicílios na

Região Metropolitana de Campinas

Carla Sabrina Favaro

Introdução

Nos últimos 60 anos, analisar os arranjos familiares e domiciliares não tem sido uma tarefa incomum nas Ciências Sociais, mesmo possuindo um caráter bastante complexo. Seja do ponto de vista da sociologia, da antropologia ou da demografia, os estudos sobre família se desenvolveram muito nas últimas décadas, contribuindo com uma gama enorme de análises sobre o tema. Entretanto, pode-se dizer que estudar as famílias, no plural, não como um todo uniforme e homogêneo, e saindo das formulações generalizadoras de família, postas como “normais”, é relativamente recente, necessitando de uma maior expansão nas Ciências Sociais.

Mesmo encarando os arranjos familiares como estruturas dinâmicas e mutáveis, ainda é possível analisar a família como uma instituição, uma vez que nela se desenvolvem relações de gênero e geração, em um contexto de regras e expectativas de comportamento, tensões e direitos. Nesse sentido, Therborn (2006) mostra que é necessário entender a família como um espaço privilegiado de disputa entre sexo e poder, envolvendo membros e não membros dela, no interior de um sistema que abrange relações consanguíneas e de aliança. Dessa forma, então, para qualquer pessoa que tenha como objetivo analisar o grande universo que é são as famílias, é preciso, em primeiro lugar, entender que nele, a palavra diversidade é muito importante, e não pode vir acompanhada de graus de valoração taxando os diferentes tipos de melhores ou piores, organizados ou desorganizados, intactos ou incompletos.

E é nesse rico e diversificado contexto que a análise dos domicílios chefiados por mulheres se insere. O aumento da chefia feminina, segundo Safa (1999), tem sido um fenômeno mundial e em muitos países ainda é encarado como um exemplo de desorganização e queda dos valores familiares. Quando se entende que a chefia feminina é um fenômeno que engloba aspectos tanto socioeconômicos quanto culturais, pode-se entender de maneira mais clara seu crescimento e também seu estigma (Safa, 1999). Nesse sentido, destacar a diversidade dos arranjos domiciliares possíveis, além de ajudar a criar uma visão equilibrada das motivações e circunstâncias da chefia feminina, poderia criar uma maior tolerância a esse tipo de arranjo, que ainda é visto como uma minoria indesejável e anômica (Wartenberg, 1999).

Segundo Costa et. al. (2005), a preocupação com os domicílios chefiados por mulheres surgiu com o aumento desse tipo de arranjo, devido às mudanças no

Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, realizado em Caxambu- MG – Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008.

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comportamento social como, por exemplo, o aumento do número de separações e divórcios nas últimas décadas. Ainda segundo os autores, não há um padrão mundial de análise que associe chefia feminina e pobreza, apesar da grande difusão do termo “feminização da pobreza”, principalmente a partir do final de década de 1970. Dessa forma, qualquer tentativa de análise da pobreza somente em termos de renda é, no mínimo, insuficiente, uma vez que o fator gênero e toda sua subjetividade estão presentes nesse contexto. Ou seja, é importante não deixar de levar em consideração que há uma questão mais ampla que aquela que abrange gênero e pobreza, que é justamente a da desigualdade de gênero.

Nesse sentido, as mulheres chefes devem ser vistas como o ponto mais importante do funcionamento cotidiano dos lugares que chefiam e também como protagonistas de profundas transformações das relações no interior das famílias.

Quando se fala de chefia feminina, é necessário deixar muito claro que não se está lidando com um grupo homogêneo (Osório e Piola, 2002). Pelo contrário, tal grupo abarca uma gama enorme de arranjos, desde os domicílios unipessoais femininos, passando pelos monoparentais, até aqueles domicílios onde existe a presença masculina com ou sem filhos, mas a mulher é declarada chefe.

Diante da possibilidade de existência de todos esses arranjos, as motivações que as mulheres encontram para chefiar seus domicílios podem estar presentes na necessidade de sustentação familiar devido a mortes, separações ou divórcios, na opção de conceber ou criar filhos sozinha, ou mesmo na vontade pessoal de viver só. (Silva e Carbonesi, 2002).

Muitos trabalhos sobre as condições dos domicílios de chefia feminina brasileiros (Bilac, 2002; Costa et. al., 2005, IBGE, 2006; Lavinas, 2006) têm mostrado que esses lugares não são os “mais pobres entre os pobres” no Brasil, e atuam como fortes rechaçadores de estereótipos, já que mostram a viabilidade desse tipo de arranjo.

O presente trabalho, portanto, tem que objetivo traçar um pequeno perfil das mulheres que chefiam domicílios monoparentais na Região Metropolitana de Campinas, como uma tentativa de aprofundar ainda mais o entendimento do fenômeno, a partir do viés demográfico. Os dados para a execução desse objetivo são oriundos do survey do projeto “Dinâmica Intrametropolitana e Vulnerabilidade sociodemográfica nas metrópoles do interior paulista: Campinas e Santos”, desenvolvido pelo NEPO/UNICAMP. A coleta dos dados foi feita no segundo semestre de 2007. Atrelado a esse projeto há também o subprojeto “Vulnerabilidade sociodemográfica e famílias em regiões metropolitanas paulistas” que, por sua vez, garantiu todo o suporte para que esse artigo fosse confeccionado. No caso deste subprojeto, os objetivos são direcionados especificamente para a análise da família. Ele pretende investigar, nas Regiões Metropolitanas de Campinas e Santos, quais as características das unidades domésticas residentes nas zonas identificadas como sendo de maior vulnerabilidade sociodemográfica. Seguindo o enfoque de gênero, objetiva também analisar as diferenças entre domicílios de chefia feminina e masculina (Bilac, 2003). É, então, entrelaçado ao marco teórico do projeto citado acima que este artigo foi desenvolvido.

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Mulheres solteiras, separadas ou viúvas com filhos, tendo ou não parentes/agregados em casa; mulher solteira, separada ou viúva, sem filhos morando em casa, ou porque não os teve, ou porque adultos, já saíram de casa ou já faleceram, tendo ou não parentes e/ou agregados vivendo no domicílio; mulher solteira, separada ou viúva, morando sozinha, ou mulher casada chefiando a família mesmo tendo um marido ou companheiro em casa.

A definição de chefia é dada a partir da pessoa de referência, ou seja, é a pessoa responsável pela unidade domiciliar ou que é assim considerada pelos demais membros. De acordo com os dados do IBGE (2006), a chefia feminina, no Brasil, cresceu 35% nos últimos 10 anos, passando de 22,9% em 1995, para 30,6% em 2005, e ainda há uma maior expressividade entre as idosas (27,6%). Os dados referentes ao Brasil mostram que em 24,4% dos domicílios chefiados por mulheres havia a presença do cônjuge, 50,6% eram compostos somente por mãe e filhos e 17,5% eram unipessoais.

Para esse trabalho, foi definida como unidade principal de análise, as mulheres chefes de domicílios que não estão em união e que possuem filhos, ou seja, as monoparentais femininas. Uma outra estratégia adotada para a definição do perfil dessas mulheres foi a comparação com os dados das cônjuges que também possuem filhos. Dessa maneira, na Região Metropolitana de Campinas, 25,94% dos domicílios são chefiados por mulheres e destes, 50,67% são monoparentais, 29,56% unipessoais, 2,3% formados por casal e filhos e o restante dividido entre outros arranjos. Ou seja, os dados para a região sugerem uma proporção de domicílios chefiados por mulheres menor do que a média nacional.

Devido a maior expectativa de vida das mulheres em relação aos homens, o número de viúvas é maior do que de viúvos, fazendo com que o número de domicílios chefiados por mulheres em idade mais avançadas seja bastante expressivo. Mesmo em declínio, a participação relativa das idosas sozinhas no conjunto das famílias chefiadas por mulheres ainda é grande (Berquó, 2002; Bilac, 2002; Goldani, 2004; IBGE, 2006; Lavinas, 2006; SEADE, 2002). Neupert et al (1988) mostram que tal fenômeno pode ser explicado pela maior probabilidade das mulheres que se separavam, divorciavam ou que ficaram viúvas já possuírem um domicílio e, assim, assumirem a chefia.

Os dados encontrados para a Região Metropolitana de Campinas corroboram essas proposições. O Gráfico 1 abaixo mostra que, nas idades mais avançadas, há uma maior proporção de mulheres responsáveis por seus domicílios, vivendo em arranjos monoparentais, do que a das cônjuges com filhos.

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Gráfico 1

Distribuição Etária Percentual – Mulheres Cônjuges com filhos e Mulheres Chefes de Domicílios Monoparentais – RM Campinas, 2007

0 5 10 15 20 25 30 10-19 20-29 30-39 40-49 50-59 60-69 70-79 80 e + Cônjuges Chefes

Fonte: Tabulações Especiais do Projeto “Vulnerabilidade Sociodemográfica e Famílias – NEPO/Unicamp, 2007.

Berquó (2002) ainda mostra que as chefes monoparentais são mais jovens entre as chefes que vivem em outros tipos de arranjos domiciliares (como por exemplo, os arranjos unipessoais formados por viúvas) e mais velhas do que as que vivem com seus companheiros e filhos. A autora explica que tal fenômeno acontece porque geralmente as chefes monoparentais apresentam um ciclo vital mais desenvolvido, ou seja, elas já se uniram, tiveram filhos, separaram-se ou tornaram-se viúvas e não voltaram a se unir. Tudo isso, evidentemente, leva mais tempo.

O mesmo acontece com as idades do conjunto total das chefes e das cônjuges. Como já era esperado, as chefes se situam majoritariamente nos grupos de idade mais avançadas. Enquanto a maior proporção das cônjuges estão presentes no grupo etário de 30 a 59 anos, esse intervalo para as chefes é outro, ficando entre os 40 e 69 anos.

Esse maior nível de envelhecimento entre as chefes de domicílios não acontece freqüentemente com as mães solteiras, chefes de família, uma vez que geralmente são mulheres mais jovens com um filho e que nunca tiveram um domicílio. Nesse caso, essas mulheres permanecem, via de regra, na casa paterna. Segundo definição do Censo, como há outro núcleo de procriação no domicílio, a mãe e seu filho constituem uma outra família. Porém, essa divisão, segundo Bilac (1997) pode levar a uma subestimação do parentesco, uma vez que os dois núcleos de procriação são classificadas como duas famílias isoladas e não como uma família ampliada. A autora mostra ainda, para os dados relativos ao Nordeste e Sudeste urbanos, que parte considerável dos núcleos monoparentais estão incluídos na condição de

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família secundária em arranjos domésticos ampliados, baseados no parentesco próximo, que a classificação censitária denomina famílias conviventes2.

O fracionamento, promovido por esta classificação censitária da família ampliada em duas ou mais famílias independentes, conduz à sobrestimação da chefia feminina de grupos monoparentais isolados. Bilac (2002) evidencia ainda que na região Sudeste, 65% das famílias secundárias com necessidades básicas insatisfeitas são chefiadas por mulheres e ¾ desse percentual corresponde a categoria filha do chefe do domicílio no qual reside, ou seja, não são núcleos isolados.

Quanto aos anos de estudo, percebe-se que as chefes monoparentais, na Região Metropolitana de Campinas, têm menos anos de estudo do que as cônjuges que possuem filhos. As chefes são em maior número entre aquelas que não têm nenhum ano de estudo (13,06%), entre as que possuem entre 1 e 3 anos (13,50%) e entre as que possuem de 4 a 6 anos (32,45%), enquanto para as cônjuges essas proporções caem para 5,47%, 8,25% e 30,80%, respectivamente. Já entre as que possuem anos de instrução maior do que 7 anos, a situação se inverte, as cônjuges estão em maior proporção em todos as categorias, como mostra o gráfico abaixo, exceto no grupo que possuem mais 16 anos de estudo, quando as chefes aparecem com uma pequena diferença em relação as cônjuges, 2,74% contra 2,65% das últimas. A menor escolaridade das chefes também pode se relacionar com o fato delas serem mais velhas do que as que são apenas cônjuges.

Gráfico 2

Distribuição Percentual dos Anos de Estudo - Mulheres cônjuges com filhos e mulheres chefes de domicílios monoparentais – RM Campinas, 2007 (%)

0 5 10 15 20 25 30 35 0 1 a 3 4 a 6 7 a 9 10 a 12 12 a 15 16 e + Cônjuges Chefes

Fonte: Tabulações do Projeto “Vulnerabilidade Sociodemográfica e Famílias NEPO/Unicamp, 2008.

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Bilac (2002) define como conviventes, aquelas famílias que possuem, no mínimo, duas pessoas cada, dividindo um mesmo domicílio.

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Já a variável cor apresenta padrões relativamente parecidos entre as cônjuges e as chefes monoparentais.

Gráfico 3a

Distribuição Percentual da cor - Mulheres cônjuges com filhos – RM Campinas 2007

Branca 62,82% Preta 7,66% Parda 29,51%

Branca Preta Parda

Fonte: Tabulações Especiais do Projeto “VulnerabilidadeSociodemográfica e Famílias – NEPO/Unicamp, 2007

Gráfico 3b

Distribuição Percentual da cor - Mulheres chefes de domicílios monoparentais – RM Campinas 2007 (%)

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Branca 67,20% Preta 4,90% Parda 27,70% Amarela 0,20%

Branca Preta Parda Amarela

Fonte: Tabulações Especiais do Projeto “Vulnerabilidade Sociodemográfica e Famílias – NEPO/Unicamp, 2007

A maioria das mulheres analisadas são brancas (62,8% das cônjuges e 67,2% das chefes), seguidas pelas pardas (29,5% e 27,7%, respectivamente) e pretas (7,6% e 4,9%).

A religião também segue o mesmo padrão entre cônjuges e chefes, com predominância da religião católica, seguida pelas evangélicas. As outras religiões não tiveram proporção significativa. A dimensão de católicas entre as cônjuges é 61,5%, um pouco menor do que entre as chefes, com 65,59%. A população feminina total também apresenta o mesmo padrão, com 61,9% de católicas e 27,7% de evangélicas.

Gráfico 4

Distribuição por Religião entre Mulheres Cônjuges com filhos e Mulheres Chefes em Domicílios Monoparentais – RM Campinas, 2007 (%) 0 10 20 30 40 50 60 70

Católica romana Evangélica (crente)

Outras Sem religião

Cônjuges Chefes

Fonte: Tabulações Especiais do Projeto “Vulnerabilidade Sociodemográfica e Famílias – NEPO/Unicamp, 2007

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Um outro importante fator que pode auxiliar bastante no entendimento da chefia feminina é a natureza das uniões anteriores das chefes. Como o objetivo do artigo é analisar o perfil da chefia feminina em domicílios monoparentais, para a análise foi considerado, obviamente, as últimas uniões das mulheres chefes, enquanto para as cônjuges foram consideradas as uniões atuais.

Os dados do gráfico 5 mostram que 58,0% das cônjuges e 63,34% das chefes vivem ou viveram em casamentos realizados no civil e no religioso. Já os casamentos realizados só no civil apresentam menor percentagem, novamente, as chefes em maior proporção, com 19,69% casadas no civil contra 16,9% das cônjuges. É interessante notar que as cônjuges são a maioria quando se trata de uniões consensuais, aparecendo com 22,3% contra 15,35% das chefes. Diante desse quadro, é possível concluir que, na Região Metropolitana de Campinas, as chefes fizeram maior uso da formalidade, na última união, do que as cônjuges nas uniões atuais. Entretanto, é necessário destacar que os dois grupos fazem ou fizeram grande uso das uniões formais, como é possível perceber através do gráfico.

Gráfico 5

Distribuição Percentual da Natureza da união atual ou última - Mulheres cônjuges com filhos e mulheres chefes de domicílios monoparentais – RM Campinas, 2007

0 10 20 30 40 50 60 70

Casamento civil Casamento religioso Casamento civil e religioso União consensual Cônjuge Chefes

Fonte: Tabulações Especiais do Projeto “Vulnerabilidade Sociodemográfica e Famílias – NEPO/Unicamp, 2007

Em relação ao número de uniões das mulheres, os dois grupos analisados tiveram majoritariamente uma união, 91,9% das cônjuges e 92,2% das chefes de domicílio. Somente 7,9% das primeiras e 5,36% das segundas tiveram duas uniões. O número de mulheres que teve mais de 3 uniões é muito pequeno.

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Já quando se analisa a variável estado civil é importante frisar, primeiramente, que ela não engloba as uniões consensuais, pois estas não configuram forma legal perante o Estado. Dessa maneira, as pessoas unidas consensualmente estão divididas entre todas as categorias da variável estado civil, uma vez que, por exemplo, uma pessoa unida consensualmente, mas que nunca oficializou qualquer união, é considerada, legalmente, solteira. Da mesma maneira, uma pessoa que desfaz uma união formal, mas não oficializa esta dissolução e contrai uma nova união, consensual, é considerada legalmente casada, mas relacionada à primeira união. Nesse sentido, pode-se concluir que essa variável não ajuda muito a compreender a situação conjugal dos brasileiros, já que deixa de lado uma gama importante das uniões que não são oficializadas, sejam elas atuais ou já desfeitas.

Os dados mostram que as chefes analisadas encontram-se, majoritariamente, no grupo das viúvas, enquanto as cônjuges estão no grupo das casadas no civil e religioso.

Tabela 1

Distribuição Percentual do Estado Civil - Mulheres cônjuges com filhos e chefes monoparentais – RM Campinas, 2007

Mulheres

Estado Civil Cônjuges Chefes

Solteiras 16,80 17,38 Casadas Civil 19,90 1,52 Casadas Religioso 4,30 - Casadas Civil/Religioso 55,60 3,65 Viúvas 1,20 43,35 Divorciadas 0,80 13,51 Separadas/Desquitadas 1,40 20,59 Total 100,00 100,00

Fonte: Tabulações Especiais do Projeto “Vulnerabilidade Sociodemográfica e Famílias” – NEPO/Unicamp, 2007.

Como já foi posto acima, o fato das mulheres chefes serem mais idosas do que as mulheres cônjuges propicia uma maior possibilidade delas aparecem em maior número entre as viúvas. Como a tabela 1 mostra, há considerável disparidade entre os estados civis das chefes e das cônjuges. Enquanto a maior parte das cônjuges são casados no civil e religioso, somente 3,6% das chefes apresentam essa situação. Já entre as viúvas a situação se inverte, 43,35% das chefes são viúvas, contra somente 1,2% das cônjuges.

Nota-se também que o número de solteiras entre os dois grupos de mulheres analisadas é relativamente parecido, porém, é possível concluir que enquanto as cônjuges estão fundamentalmente presentes entre as casadas (no civil e religioso ou só no civil) e entre as solteiras, as chefes estão mais presentes entre as viúvas e separadas/desquitadas e, em grau menor, entre as solteiras e divorciadas. É possível concluir então que, para o caso da Região

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Metropolitana de Campinas, a proporção de viúvas, 42,40%, ainda tem um peso bastante significativo na composição do estado civil das chefes monoparentais, seguida pelas separadas/divorciadas/desquitadas, com 20,59% dos casos.

Já em relação ao número de filhos que as chefes e cônjuges possuem, as tabulações sugerem que a maioria das cônjuges e das chefes, 36,2% e 27,6% respectivamente, possui 2 filhos. Ainda é possível notar que a proporção de cônjuges com um filho (36,2%) é maior do que o das chefes (27,6%). As chefes apresentam um número médio de filhos (3,3) maior do que as cônjuges (2,5). Esses números, por sua vez, são maiores do que a média brasileira de 2,1 filhos por mulher.

Gráfico 6

Distribuição Percentual do Número de filhos nascidos vivos – Mulheres cônjuges e Mulheres Chefes de domicílios monoparentais – RM Campinas, 2007

0 5 10 15 20 25 30 35 40 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 e + Cônjuges Chefes

Fonte: Tabulações Especiais do Projeto “Vulnerabilidade Sociodemográfica e Famílias” – NEPO/Unicamp, 2007

Apesar das chefes possuírem maior número de filhos nascidos vivos do que as cônjuges, o número de pessoas por domicílio é menor entre as primeiras, com 2,9 pessoas em média, enquanto as cônjuges apresentam 4,1 pessoas em seus domicílios. Esse menor número de pessoas nos domicílios chefiados por mulheres pode ser explicado pelo fato de não terem a presença do cônjuge assim como pela grande ocorrência de domicílios unipessoais entre mulheres mais idosas. Diante desse quadro, pode-se dizer que a média de pessoas por domicílios, na Região Metropolitana de Campinas, é relativamente baixa.

Há também a predominância de domicílios com somente um núcleo de procriação tanto naqueles chefiados por mulheres quanto nos com chefia masculina com filhos, 98,5% dos

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um dos filhos) aparecem com menor freqüência nos domicílios da RMC, na qual há a predominância de arranjos familiares mais simples, do tipo família conjugal isolada ou monoparental. A ampliação da família, quando ocorre, se dá mais freqüentemente pela agregação de parentes avulsos.

Mesmo com o foco da análise presente nos arranjos monoparentais que apresentam esse enorme número de domicílios compostos somente por um núcleo de reprodução, é importante ressaltar que as famílias conviventes e os domicílios complexos no contexto da chefia feminina, merecem uma atenção especial.

Quanto à configuração dos domicílios complexos, Bilac (2002) além de mostrar que tais domicílios são frutos de estratégias familiares para amenizar as dificuldades, como a agregação de filhos (as), netos (as), genros e outros parentes, mostra também que eles são muito importantes para as famílias monoparentais femininas. Nota-se que nesse momento falasse de famílias e não de domicílios chefiados por mulheres. Nesse contexto, a autora chama a atenção para um fator muito importante que muitas vezes não é levado em conta na formulação de políticas públicas dirigidas a este público-alvo. É muito claro que o tipo de arranjo mãe com filhos, no qual a mulher é a única provedora do domicílio é bastante diferente daquele no qual a mãe e filhos estão incluídos em um grupo mais amplo, com a presença de outros adultos.

Seguindo nessa linha, a autora evidencia que quando não se leva em conta as unidades complexas na análise da chefia feminina, pode existir uma valorização inexata da teses sobre a feminização da pobreza. Nesse sentido, Bilac (2002) realizou uma análise das rendas per capita domiciliares e familiares desses domicílios e concluiu que grande parte das famílias chefiadas por mulheres que não possuíam nenhuma renda ou renda muito baixa são segundos ou terceiros núcleos em contextos de famílias conviventes. Dessa maneira, deve ser levado em consideração que tais mulheres não vivem sozinhas com seus filhos e que, provavelmente, devam receber algum tipo de apoio de pais ou filhos que dividam o mesmo domicílio.

Participação feminina no mercado de trabalho

A questão da inserção das mulheres no mercado de trabalho é um ponto muito importante no contexto das chefes, uma vez que pode acarretar, também, alterações nos padrões de reprodução, com a diminuição da fecundidade, além de abalar a hierarquia interna das famílias, pois a mulher surge como a grande (e em muitos casos, a única) fonte de rendimento. Quanto à organização interna do domicílio, a mulher aparece com uma grande sobrecarga de trabalho e responsabilidades, já que tem que conciliar uma tríplice jornada: trabalhar fora, cuidar da casa e dos filhos. Nas palavras de Lavinas (2006, p. 82)

Constata-se assim que as mulheres mudaram, e também as famílias, mas o que não parece ter mudado é o compromisso e a responsabilidade que têm as mulheres para com as crianças e dependentes idosos – ou seja, para com a esfera familiar -, qualquer que seja o tipo de família em que se encontrem inseridas. A sobrecarga é evidente, pois assumem sozinhas grande parte do ônus, se pessoas de referência, ou comprometem as chances de crescimento profissional, se cônjuges.

Dessa forma, a chefia feminina também está associada a uma maior participação das chefes no mercado de trabalho e seus baixos salários são compensados pelo uso mais

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intensivo do trabalho feminino (González de la Rocha, 1999). A suposta vulnerabilidade que as mulheres carregam, devido aos salários mais baixos em relação aos masculinos, é compensada por estratégias coletivas de geração de renda. Ainda nesse sentido, Barros et al (1997) evidenciam que os baixos rendimentos per capita que em muitos casos são encontrados nos domicílios de chefia feminina não se devem ao excessivo número de dependentes, mas aos baixos salários das mulheres.

Com relação às atividades fora de casa, para o Brasil, as chefes apresentam taxas maiores do que as cônjuges, 76% contra 65% das últimas. Segundo dados do IBGE (2006), a taxa de mulheres chefes entre as ocupadas, 49,8%, é maior do que da população feminina ocupada, 42,7%, representado uma diferença de 7,1 pontos percentuais.

Os dados da Região Metropolitana de Campinas apresentam menor participação no mercado de trabalho, tanto das cônjuges quanto das mulheres chefes.

Os dados mostram que, entre as cônjuge com filhos, 38,2% declararam que tinham trabalho regular ou ocasional, caindo para 37,46% no caso das chefes monoparentais. A tabela 2 mostra que mais da metade dessas mulheres, cônjuges e chefes, não trabalham porque não o fazem normalmente, e não por falta de emprego. O desemprego aberto, por sua vez, atinge somente 6,7% das cônjuges e 4,4% das chefes, sugerindo um maior nível de desemprego entre as primeiras.

Tabela 2

Distribuição Percentual da PIA – Mulheres cônjuges com filhos e chefes monoparentais – RM Campinas, 2007

Mulheres Participação no Mercado de Trabalho Cônjuges Chefes

Sim, de forma regular ou ocasional (porque apareceu serviço)

38,2 37,46

Não, mas tinha trabalho (interrupção temporária, férias)

2,4 1,94

Sim, mas estava de aviso prévio 0,2 0,16

Sim, mas em caráter excepcional (porque sobrou tempo dos afazeres domésticos)

0,3 -

Não, porque não tinha trabalho (o serviço acabou, perdeu)

6,7 4,41

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Total 100 100 Fonte: Tabulações do Projeto “Vulnerabilidade Sociodemográfica e Famílias” – NEPO/Unicamp, 2008.

Os dados apresentados acima diferem dos obtidos nacionalmente, pois sugerem menor participação das chefes no mercado de trabalho quando comparado com as cônjuges. Esse fato talvez possa estar relacionado à maior idade das chefes, ou seja, elas são mais idosas do que as cônjuges e o fato delas aparecerem entre as que não trabalham não quer dizer que elas nunca o tenham feito, mas que já se retiraram da PEA.

Entre as mulheres que trabalham, as chefes de domicílio possuem maior jornada de trabalho semanal do que as cônjuges. Enquanto as cônjuges trabalham em média 40,57 horas por semana, as chefes trabalham um pouco mais, 42,13 horas. Isso mostra que além das mulheres chefes sem cônjuge assumirem a total responsabilidade quanto ao cuidado da casa e dos filhos, sua jornada semanal de trabalho ainda é maior. Quanto à renda do trabalho principal, as chefes apresentam uma renda mediana, R$ 600,00, maior do que as cônjuges, R$ 550,00.

Considerações Finais

Diante de todo o quadro exposto até aqui, fica claro que a configuração da chefia feminina, especialmente os arranjos monoparentais, na Região Metropolitana de Campinas não é um fenômeno que foge dramaticamente dos padrões nacionais.

As chefes que vivem em arranjos monoparentais na região são mulheres mais velhas do que as cônjuges, majoritariamente brancas, católicas, que estudam, em média, de 4 a 6 anos, assim como as cônjuges com filhos. Ainda moram em domicílios com majoritariamente um núcleo de reprodução, como as cônjuges, porém, o número de pessoas por domicílio é menor.

Elas possuem uma maior carga semanal de trabalho, mas participam menos do mercado de trabalho na condição de empregadas, provavelmente porque a proporção de aposentadas entre as chefes seja grande. Entretanto, a renda mediana do trabalho principal das chefes é maior do que das cônjuges.

Os dados também mostram que as chefes monoparentais estão em maior número entre as viúvas e, quando unidas, fizeram grande uso da união formal, resultando assim, em um número considerável de mulheres chefes divorciadas e separadas.

Entretanto, quando não há a presença masculina, de acordo com Neves (1985), a chefia feminina não pode ser entendida como uma negação da necessidade do matrimônio. Ela muitas vezes é resultado da violência familiar e da presença de companheiros que não ajudam as mulheres na manutenção financeira do domicílio. Nesse sentido, a opção pela monoparentalidade surge como uma forma que as mulheres encontram para ter maior autonomia. Segundo Bilac (1991) e Oliveira (1995), a possibilidade de sobrevivência da mulher sem a presença de pais, companheiros ou filhos adultos, abre a possibilidade de uma maior “autonomização”, fazendo com que as mulheres formem ou encontrem outros núcleos de interesse ou redes de sociabilidade apoiadas em vínculos não conjugais. De acordo com o Cepal (2004, p.25)

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(...) las chefaturas femininas pueden tener aspectos positivos, y no solo vinculados con la pobreza, como un menor sometimiento al ejercicio de la autoridad marital, una mayor autoestima por parte de la mujer, más libertad para elegir un compañero ocasional o para la constituición de una pareja, o eliminación del abuso fisico y emocional, un patrón de gasto más eqüitativo y orientado hacia la nutrición y la educación, y acesso al apoyo social y comunitário, o sea, al capital social (Bridge Development Gender, 2001; Feijoó, 1998). Estos aspectos ayudan a debilitar el concepto de las jefaturas femininas como sinônimo de pobreza y además muestran que la pobreza se relaciona con elementos subjetivos, ya que aun cuando estos hogares puedan ser más pobres en términos de ingresso, las mujeres jefas de hogar pueden sentirse menos vulnerables (Chant, 2003). CEPAL, 2004, p. 25.

É preciso também não esquecer, como coloca Goldani (2004), que a chefia feminina além de constituir-se em maiores opções de escolhas para as mulheres, também é resultado da falta de opções para muitas. De acordo com os dados sobre o Brasil, as famílias monoparentais foram as que mais saíram da pobreza nos últimos anos, porém as desigualdades segundo cor, ciclo vital e região ainda se mantém. Os dados mostram que viver no nordeste brasileiro, não ser branco e estar na fase de expansão do ciclo vital são fatores que trazem maiores dificuldades para as famílias monoparentais chefiadas por mulheres (Goldani, 2004).

Uma análise mais aprofundada dos domicílios chefiados por mulheres também se apresenta muito importante, porque justamente mostra de maneira muito clara como, nesses contextos, a mulher não assume o papel que foi pré-definido a ela em uma sociedade com traços marcadamente patriarcais como a brasileira. Seja porque foi abandonada pelo companheiro, ou porque decidiu viver só ou somente com filhos e\ou agregados ou também porque, mesmo com a presença de um companheiro, se coloca com a principal responsável pelo seu domicílio.

Então, nesse sentido, entender como a mulheres chefes se organizam e se articulam sem a marcada autoridade masculina permitirá sem dúvida um maior entendimento das transformações que vêm ocorrendo nas famílias brasileiras.

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Referências

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