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AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO AMBIENTE TÉRMICO NO DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE NA UFVJM

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AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DO AMBIENTE TÉRMICO NO DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE NA UFVJM

EVALUATION OF THE INFLUENCE OF THE THERMAL ENVIRONMENT ON THE PERFORMANCE OF BROILERS IN UFVJM

Bárbara M. C. Bento1 Maria Clara de C. Guimarães2

Etelvina F. Dias3 Gabriel M. Dallago4

RESUMO

Avaliou-se o comportamento da temperatura e umidade relativa interna e externa, o índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU), a carga térmica de radiação (CTR) e a sua influência no desempenho das aves levando em consideração os índices zootécnicos: consumo de ração, peso vivo, ganho de peso, conversão alimentar e mortalidade. O experimento foi realizado no período de 10/05/12 a 20/06/12 com aves da linhagem Cobb-500, criadas no galpão experimental da UFVJM – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Durante o período experimental foram realizadas medições manuais no início, meio e fim do galpão. Os dados foram analisados considerando seis períodos, onde cada semana representou uma fase de criação. Verificou-se que as temperaturas internas e externas estiveram a maior parte do tempo fora da zona de conforto, o mesmo aconteceu com os valores de umidade relativa interna e externa. O ITGU mostra a necessidade de correção do microclima para se obter condições ideais de conforto térmico durante o período de criação. Os valores de CTR estiveram dentro do considerado satisfatório a maior parte do tempo. A situação encontrada repercutiu no baixo desempenho das aves, como indicado pelos índices zootécnicos obtidos durante o experimento.

PALAVRAS-CHAVE: INSTALAÇÕES RURAIS. CONFORTO TÉRMICO. AMBIÊNCIA. ABSTRACT

1Departamento de Agronomia, Faculdade de Ciências Agrárias (FCA)/UFVJM, Diamantina – MG.

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Departamento de Agronomia, Faculdade de Ciências Agrárias (FCA)/UFVJM, Diamantina – MG.

3Departamento de Agronomia, Faculdade de Ciências Agrárias (FCA)/UFVJM, Diamantina – MG.

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Evaluated the behavior of the temperature and humidity inside and outside, the rate of black globe temperature and humidity index (BGHI), the radiant heat load (RHL) and its influence on production performance leading into account the indexes: feed intake, body weight, weight gain, feed conversion and mortality. The experiment was conducted from 05/10/12 to 06/20/12 with broilers Cobb-500, created in the experimental shed Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM, located in Diamantina-MG. During the experimental period there were manual measurements at the beginning, middle and the end of the shed. Data were analyzed considering six periods, where each week represented a phase of raising animals. It was found that the internal and external temperatures were most of the time outside the comfort zone, the same happened to the values of relative humidity inside and outside. The BGHI shows the need to fix the microclimate to obtain optimal conditions for thermal comfort during the rearing period. The RHL values were within the satisfactory most of the time. These circumstances are reflected in low productive performance, as indicated by the indexes obtained during the experiment.

KEY WORDS: RURAL FACILITIES. THERMAL COMFORT. AMBIENCE. INTRODUÇÃO

A produção de carne de frango no Brasil chegou a 113,058 milhões de toneladas em 2011, aproximando-se da China, hoje o segundo maior produtor mundial (UBABEF, 2012). Em inúmeras regiões do mundo, a eficiência na produção de frangos de corte é afetada pelo estresse calórico. Seu efeito é economicamente significante, apesar da duração variável desse estado de estresse, dependendo das condições ambientais. A temperatura corporal dos frangos aumenta com o consumo de alimentos, taxa de crescimento e eficiência alimentar (TEETER & BELAY, 1996, citado por SEVEGNANI et al., 2005).

O ambiente de criação em que as aves estão submetidas é um dos principais pontos responsáveis pelo sucesso da criação, sendo indispensável o estudo de tal ambiente, podendo determinar o sucesso ou o fracasso da atividade, principalmente devido aos problemas decorrentes do estresse calórico sofrido pelas aves, afetando seu crescimento, sua saúde e levando a situações extremas como altas taxas de mortalidade dos lotes. Dessa forma, de acordo com CASSUCE (2011) a temperatura em que o animal está exposto, tem função crucial em todas as respostas fisiológicas. Um animal que está inserido em um ambiente em que a temperatura se encontra fora da faixa de conforto necessita desviar energia de produção para manter sua temperatura corporal constante.

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Segundo Moura (2001), os animais domésticos geneticamente desenvolvidos, como é o caso do frango de corte, possuem em geral uma capacidade moderada para se proteger das condições térmicas desfavoráveis. A maioria desses animais, em fase de produção, tem seu potencial de termorregulação melhor desenvolvido para reagir ao frio. Consequentemente, em ambientes onde a temperatura é crítica para ave, torna-se importante reduzi-la, através do controle do ambiente da edificação. Desta forma, serão alcançados benefícios para o acréscimo para produtividade das aves e consequente, benefícios econômicos aos produtores. Para que isso ocorra, o ambiente térmico das instalações deve ser bem dimensionado em seu projeto inicial, levando-se em conta os materiais de construção, a localização da estrutura na propriedade, sua geometria, sua orientação em relação ao sol, além da previsão da necessidade e instalação de equipamentos de resfriamento e aquecimento eficientes, que sejam utilizados de maneira adequada, e economicamente viáveis.

A melhor maneira de avaliar as condições térmicas do ambiente é através de índices térmicos. Dentre os índices mais utilizados, destaca-se o ITGU – Índice de Temperatura de Globo Negro e Umidade, proposto por BUFFINGTON et al. (1981). Ele é considerado o mais adequado para avaliar o ambiente térmico em que os animais estão expostos por combinar um maior número de fatores climáticos, como radiação, temperatura, umidade relativa e velocidade do ar (CASSUCE, 2011). Através dos índices zootécnicos é possível determinar o desempenho das aves. Os mais utilizados na avicultura é o consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar.

Assim, se propôs com esta pesquisa, avaliar o comportamento da temperatura e umidade relativa do ar de um galpão de frango de corte visando caracterizar o ambiente térmico, determinando as condições adequadas para melhor performance dos animais, com base nas faixas de bem-estar adequadas e a sua influência no desempenho produtivo das aves.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada no galpão avícola do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM campus JK, localizada no município de Diamantina – Minas Gerais, coordenadas de 18º15’ de latitude Sul e 43º36’ de longitude Oeste e altitude de 1.400 m.

O clima da região, de acordo com a classificação Koppen, é Cwb, temperado úmido. De acordo com a Figura 1, a instalação possui 342,85 m² de área, sendo 40,10 m de comprimento e 8,55 m de largura, sendo os primeiros 33,41 m² destinados ao banheiro,

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escritório e armazenamento de rações. O espaço restante é dividido em 46 boxes de 5,0 m² cada e 2 boxes de 3,41 m² e 4,65 m² com fechamentos em tela de arame, corredor central de 1,36 m de largura, pé direito de 3,82 m, beiral de 1,20 m e orientação sudeste – noroeste.

Sua construção é de alvenaria com cobertura de telha amianto, faces laterais possuem muretas de 0,42 m de altura, acima das quais foram colocadas telas de arame até a altura do telhado e cortinas de polietileno, com fechamento de cima para baixo que são acionadas manualmente. Não há nenhum tipo de sistema de acondicionamento térmico artificial.

A instalação apresenta boa localização e orientação, aproveitamento da ventilação natural e pé direito considerado eficiente tendo em vista o acondicionamento térmico natural. O experimento foi realizado no período completo de desenvolvimento dos animais, de 10/05/12 a 20/06/12, com aves da linhagem Cobb-500, alojadas em 48 boxes, sobre cama de maravalha, com média de 18 a 21 aves em cada.

Durante o período experimental foi fornecida água e ração ad libitum. A ração foi formulada de modo a atender as exigências nutricionais de cada fase de desenvolvimento, sendo utilizada ração farelada, misturada na fábrica de rações da UFVJM.

Foram feitas medições ao nível das aves, de temperatura de bulbo seco – Tbs (°C) e umidade relativa do ar (%), realizadas utilizando sensores acoplados a um sistema de aquisição de dados - dattalogers, da marca Homis® Modelo 1303, com leitura nos horários de 9, 15 e 21 horas, durante todo o período experimental.

Utilizando-se um anemômetro digital portátil, marca Instrutherm® Modelo AD-250, foi obtida a velocidade do ar (m/s) no interior da instalação e para a obtenção das temperaturas de globo negro - Tgn (°C) foram feitas três medições ao longo do dia, às 9, 15 e 21 horas, utilizado um termômetro de mercúrio inserido no centro de uma esfera oca de cobre, com 0,15cm de diâmetro e 0,50 mm de espessura, pintada externamente com tinta preta fosca. Todas as medidas foram realizadas em cinco pontos: dois pontos em cada extremidade e um ponto no centro do galpão.

A partir dos dados coletados, foi utilizado o programa Gráfico Psicrométrico Digital – GRAPSI - 6.0 para obter os valores de temperatura de ponto de orvalho – Tpo (°C). A partir de então, foi calculado os índices de temperatura de Globo Negro e Umidade – ITGU e Carga Térmica Radiante - CTR. O ITGU, proposto por Buffington et al. (1981) , foi obtido com o uso da seguinte expressão:

Em que: Tgn = temperatura de globo negro, ºC; Tpo = temperatura do ponto de orvalho, ºC.

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A CTR que, em condições de regime permanente, expressa a radiação total recebida por animal de todos os espaços ou partes da vizinhança, foi determinada pela equação de Stefan-Boltzmann, segundo Esmay (1974) citado por Santos (2006):

Em que: CTR = carga térmica radiante, W.m-2;

σ = constante de Stefan-Boltzmann, 5,67x10-8

W.m-2.K-4; TRM = temperatura radiante média, K.

A TRM foi determinada com o uso da equação apresentada a seguir:

Em que: v = velocidade do ar (m.s-1); Tbs = temperatura de bulbo seco, K.

Os dados foram analisados considerando seis períodos, onde cada semana representou um período. Tais valores mensurados foram relacionados com os índices zootécnicos: Ganho de peso (GP), consumo de ração (CR), conversão alimentar (CA) e taxa de mortalidade, obtidos durante o experimento, a fim de se avaliar o efeito do ambiente no desempenho das aves.

RESULTADOS

Em pesquisa conduzida com o objetivo de determinar as faixas de conforto térmico para frangos de corte, Cassuce (2011) concluiu que os valores ideais de temperatura para estas aves são de 31,3°C na primeira semana de criação, de 26,3º a 27,1°C na segunda e para as demais semanas de 22,5º a 23,9ºC.

A umidade relativa do ar considerada ideal para melhores índices de desempenho produtivo em aves encontra-se na faixa entre 50 e 70% (TINÔCO, 1998 citado por CASSUCE, 2011).

De acordo com Oliveira et al., (2006), os valores de ITGU confortáveis para aves de corte com uma semana de vida, estão incluídos na faixa entre 81,3±0,31; para a segunda semana de vida é de 77 e na terceira semana em diante 74,9±1,65.

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Para esta instalação avícola, cujo utiliza telhas de cimento amianto, a CTR recomendada é de até 515,4 W m-2 (ROSA, 1984). Os valores de temperatura interna (Ti) e externa (Te), umidade relativa do ar interno (URi) e externo (URe), além dos valores do índice de temperatura de globo negro e umidade (ITGU) e da carga térmica de radiação (CTR) do interior da instalação foram analisados e avaliados por semanas de criação das aves.

Primeira Semana: Através da análise dos dados da figura 1, constatou-se que a URi

apresentou valores maiores do que a URe, embora ambas apresentaram valores acima do ideal. No período de 9:00 às 15:00h, a Ti esteve abaixo da Te e entre 15:00 e 21:00h a temperatura interna foi maior que a externa, estando as duas com valares inferiores do recomendado. Os valores médios de ITGU encontrado foram 74,0 às 9h, 74,8 às 15h e 71,2 às 21h, vê-se que todos os horários apresentaram valores inferiores ao recomendado. As médias dos valores de CTR foram 456,2 W m-2, 467 W m-2 e 444,2 W m-2 nos respectivos horários avaliados, sendo esses satisfatórios.

Figura 1: Valores médios de temperatura e umidade relativa do ar interna e externa, na primeira semana de vida das aves, em função da hora do dia, e representação da faixa de umidade relativa do ar ideal e temperatura de máxima tolerância: Galpão de frango de corte da UFVJM.

Segunda Semana: Nesta semana, nos horários de 9:00 às 12:00h a URi esteve menor que a URe e de 12:00 às 21:00h a URi ficou menor que a URe, ambas fora do ideal. (Figura 2)

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Figura 2: Valores médios de temperatura e umidade relativa do ar interna e externa, na segunda semana de vida das aves, em função da hora do dia, e representação da faixa de conforto de temperatura e umidade: Galpão de frango de corte da UFVJM.

Com relação às temperaturas do ar, de 9:00 às 15:00h a Ti apresentou valores inferiores a Te, situação revertida no período de 15:00 às 21:00h, entretanto, ambas ficaram fora da faixa tida como ideal. Encontraram-se os valores médios de 62,1, 71,1 e 66,4 para o ITGU nos horários avaliados, sendo menores do que o recomendado. Os valores de CTR foram 423,6 W m-2, 438,2 W m-2 e 413,6 W m-2 e, como na primeira semana foram adequados. (Figura 2)

Terceira Semana: O valor de URi foi inferior a URe no período de 9:00 às 12:00h, de acordo com a figura 3. A partir de então, a URe passa a ser menor que a URi e fica dentro da faixa tida como ideal no período de 12:00 às 21:00h, situação essa que não ocorre com os valores da URi. A Ti permaneceu dentro da faixa ideal no período de 11:00 às 12:00h e de 15:00 às 17:00h. A Te foi maior do que a Ti durante 9:00 às 15:00h, ficando inferior a ela após esse tempo e permanecendo dentro da faixa ideal apenas no período de 15:00 às 16:00h. Os valores médios de ITGU encontrados nos respectivos horários de 9, 15 e 21h foram 70,7, 74,9 e 67,4 e constatou que ficaram dentro da faixa ideal entre os horários de 11:00 às 17:00h. Teve-se 432,3 W m-2, 459,3 W m-2 e 417,9 W m-2 os valores encontrados para CTR nos horários analisados, e todos estavam dentro do limite aceito.

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Figura 3: Valores médios de temperatura e umidade relativa do ar interna e externa, na terceira semana de vida das aves, em função da hora do dia, e representação da faixa de conforto de temperatura e umidade: Galpão de frango de corte da UFVJM.

Quarta Semana: De acordo com a figura 4, a URe foi maior que a URi entre 9:00 às 12:00h e menor de 12:00 às 21:00h, permanecendo dentro da faixa ideal entre às 13:00 e 16:00h. A URi foi menor que a URe das 9:00 às 12:00h e permaneceu maior de 12:00 às 21:00h e em nenhum momento ficou dentro da faixa ideal. A Te apresentou valores maiores que a Ti entre 9:00 e 17:00h e menores entre 18:00 e 21:00h, ficando dentro da faixa de conforto das 16:30 às 17:30h. A Ti ficou dentro da faixa de conforto durante o período que se estendeu entre 12:00 e 13:00h e 16:00 e 17:00h. Obtiveram-se como valores de ITGU, nos respectivos horários, 69,5, 75,1 e 66,5 concluindo se que permaneceram dentro do limite aceito durante o período de tempo compreendido entre 12:00 e 17:00 e no restante do tempo analisado ficaram fora do aceito. Já para a CTR, 429,4 W m-2, 462,3 W m-2 e 412,2 W m-2 foram os resultados obtidos e a partir de então foi possível constatar que durante as horas avaliadas ele permaneceu dentro dos limites aceitos.

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Figura 4: Valores médios de temperatura e umidade relativa do ar interna e externa, na quarta semana de vida das aves, em função da hora do dia, e representação da faixa de conforto de temperatura e umidade: Galpão de frango de corte da UFVJM.

Quinta Semana: Analisando a figura 5, os valores de URe foram maiores que URi entre 9:00 e 19:00h, sendo igualados no período de 19:00 às 21:00h. A URe não permaneceu em nenhum momento dentro do limite aceito, quadro esse que não ocorreu com a URi, onde os valores obtidos situaram-se dentro da faixa preconizada como ideal entre 12:00 e 17:00h. A respeito do comportamento da temperatura do ar pode-se afirmar que a Te foi maior que a Ti entre 9:00 e 19:00h, ocorrendo uma discreta redução a partir das 20:00h que permaneceu até as 21:00h, tornando-a menor que Ti. Entre 11:00h e 15:00h a Te permaneceu dentro da faixa ideal de temperatura e a Ti não ficou dentro do ideal em nenhum momento durante a quinta semana no período de horas analisado. Encontrou-se para ITGU os valores de 67,3 às 9:00h, 70,1 às 15:00h e 63,8 às 21:00h e, durante toda a avaliação, ficou fora da faixa ideal. Para a CTR os valores médios obtidos foram de 417,9 W m-2 às 9:00h, 772,5 W m-2 às 15:00h e 399,6 W m-2 às 21:00h e permaneceu fora do valor tido como ideal para instalações com cobertura de telha de cimento amianto apenas entre 10:00 e 20:00h.

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Figura 5: Valores médios de temperatura e umidade relativa do ar interna e externa, na quinta semana de vida das aves, em função da hora do dia, e representação da faixa de conforto de temperatura e umidade: Galpão de frango de corte da UFVJM.

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Figura 6: Valores médios de temperatura e umidade relativa do ar interna e externa, na sexta semana de vida das aves, em função da hora do dia e representação da faixa de conforto de temperatura e umidade: Galpão de frango de corte da UFVJM.

Pode-se concluir com a figura 6, que os valores de URe foram menores que URi durante todo o período avaliado na sexta semana e permaneceram dentro do limite aceito entre 12:00 e 21:00h. A URi foi maior que a URe e ficou dentro limite aceito somente no intervalo de tempo entre 13:00 e 15:00h. Os valores de Ti ficaram abaixo do limite considerado ideal durante todo o tempo analisado e foram inferiores a Te de 9:00 às 18:00h, a partir de então a Te foi inferior a Ti no espaço de tempo compreendido entre 18:00 e 21:00h. Embora a Te apresentasse valores superiores a Ti elas ficaram acima do limite aceito, permanecendo dentro dele apenas no período compreendido entre 15:30 às 16:30h. Obteve-se para ITGU, nos horários avaliados respectivamente, 67,1, 72,3 e 63,5 e, assim como na quinta semana, ficaram fora da faixa preconizada como ideal todo o tempo avaliado. Já para a CTR os valores obtidos foram 1077,1 W m-2, 1255,7 W m-2 e 401,0 W m-2, a partir de então conclui-se que somente entre 20:30 e 21:00h os valores obtidos foram os tidos como ideais.

Índices Zootécnicos: Os índices zootécnicos obtidos de consumo de ração, peso vivo,

ganho de peso e conversão alimentar, obtidos ao longo do experimento estão dispostos na tabela 1 e foram analisados por meio da comparação com os valores indicados pela tabela internacional de desempenho dos frangos de corte da linhagem Cobb 500 (Tabela 2).

Tabela 1 – Índices zootécnicos do período experimental

Idade (dias) Consumo de

ração (g/dia) Peso vivo (g)

Ganho de peso (g/dia) Conversão alimentar 7 --- 163,8 --- --- 14 64,8 435,9 38,4 1,672 21 99,2 840,2 57,6 1,711 28 158,9 1348,7 72,4 2,142 35 157,9 1886,9 77,0 1,999 42 159,2 2347,3 65,7 2,283

Tabela 2 – Tabela de desempenho dos frangos de corte da linhagem Cobb 500 - Adaptada do manual Cobb (2012).

Idade (dias) Consumo de

ração (g/dia) Peso vivo (g)

Ganho de peso (g/dia) Conversão alimentar 7 --- 179,0 29,0 0,844 14 63,0 475,0 51,0 1,000 21 109,0 938,0 74,0 1,179 28 162,0 1531,0 92,0 1,362 35 215,0 2217,0 101,0 1,549 42 228,0 2953,0 109,0 1,691

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Aves criadas em ambiente onde a temperatura encontra-se abaixo do ideal utilizam grande parte da energia provinda da alimentação para a produção de calor na tentativa de manter sua temperatura constante, o que reflete em menor ganho de peso e eficiência alimentar (MEDEIROS, 2005).

Comparando-se as tabelas 1 e 2 chegou-se à conclusão de que o desempenho das aves ficou abaixo do esperado, pois os índices obtidos nas semanas de criação foram inferiores aos esperados para as aves. Durante o experimento, em grande parte do tempo o ambiente mostrou-se desfavorável às aves, pois os valores de ITGU obtidos estavam abaixo da faixa ideal, assim como a temperatura do ar, fato esse que possibilita compreender a razão do baixo desempenho produtivo.

Segundo CASSUCE (2011), quando as aves não são mantidas em ambientes termicamente adequados nos primeiros dias de vida, as mesmas não são capazes de recuperarem-se nas seguintes fases de criação. Assim, esta também pode ser uma possível justificativa para os índices zootécnicos obtidos ao longo do experimento, uma vez que os animais foram expostos a temperaturas abaixo do ideal durante toda a primeira e segunda semana de vida.

A cama utilizada no galpão também exerce influência sobre o desempenho dos animais e, segundo BARRO (1994), a mortalidade esperada para as aves criadas em cama de maravalha é 4,37%. O índice de mortalidade obtido foi 2,46%, que é abaixo do valor esperado, sendo este o único índice positivo.

Dessa forma, fica claro que o galpão merece atenção para futuras melhorias no que diz respeito ao sistema de acondicionamento térmico artificial, a fim de promover um ambiente adequado nas horas mais frias do dia, pois a temperatura e a umidade relativa do ar interferiram negativamente no desempenho das aves.

CONCLUSÃO

Com base nos resultados, verificou-se que as temperaturas internas e externas estiveram à maior parte do tempo fora da zona de conforto, o mesmo aconteceu com os valores de umidade relativa interna e externa. O ITGU mostra a necessidade de correção do microclima para se obter condições ideais de conforto térmico durante o período de criação enquanto que s valores de CTR estiveram dentro do considerado satisfatório a maior parte do tempo.

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A situação encontrada repercutiu no baixo desempenho produtivo das aves, como indicado pelos índices zootécnicos obtidos durante o experimento e indica que o galpão merece maior atenção para possíveis melhorias nas estruturas de fechamento como cobertura, forro e cortinas, além da necessidade de implementar um sistema de acondicionamento térmico artificial efetivo.

AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e ao Programa de Apoio ao Ensino de Graduação (PROAE) pelo financiamento da pesquisa.

REFERÊNCIAS

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Manejo de Frangos. Campinas: Fundação APINCO de Ciências e Tecnologias Avícolas,

1994, p 21 - 40

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CASSUCE, D.C. Determinação das faixas de conforto térmico para frangos de corte de

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Cobb. Suplemento: Desempenho e Nutrição para Frangos de Corte Cobb500. 14p. 2012. Disponível em: <http://www.cobb-vantress.com/docs/default-source/cobb-500-guides/cobb500_bpn_supp_portugues.pdf?sfvrsn=2> Acesso em: 12/08/2013;

MEDEIROS, C.M.; BAÊTA, F.C.; OLIVEIRA, R.F.M.;, TINÔCO I.F.F; ALBINO, L.F.T.; CECON, P.R. Efeitos da temperatura, umidade relativa e velocidade do ar em frangos de

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UBABEF – União Brasileira de Avicultura. Relatório anual, São Paulo: UBABEF, p.19.

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<http://www.ubabef.com.br/files/publicações/41c30a0f46702351b561675f70fae077.pdf> Acesso em: 12/08/2013.

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