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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ABORDAGEM EXCLUSIVA AO UPSTREAM OFF-SHORE

Por: Cassio Fabiano Santos Dias

Orientador

Prof. Nelsom Magalhães

Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ABORDAGEM EXCLUSIVA AO UPSTREAM OFF-SHORE

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do Mestre – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Gestão no setor petróleo e gás. Por: Cassio Fabiano Santos Dias

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AGRADECIMENTOS

A todo corpo docente do curso de pós-graduação em Gestão no Setor Petróleo e Gás. Aos meus colegas de turma pelo apoio e incentivo. Ao Prof. Nelsom Magalhães pela orientação na confecção desse trabalho acadêmico.

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DEDICATÓRIA

Dedico essa monografia a minha filha Luma que faz da minha vida uma felicidade eterna.

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RESUMO

O presente trabalho aborda as etapas de exploração, perfuração de rochas e exploração de petróleo e gás, em meio submarino. Ao mesmo tempo, preocupa-se com a pouca disponibilidade de material em linguagem objetiva e por isso propõe uma abordagem clara de maneira a facilitar e divulgar o assunto entre profissionais não técnicos do segmento upstream.

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METODOLOGIA

Os métodos utilizados foram a leitura de livros, artigos de jornais e revistas, questionários entre colegas de turma e profissionais do segmento, coleta de dados com professores do curso, material acadêmico fornecido por professores, anotações de aula e pesquisa bibliográfica.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Exploração de óleo e gás 09

CAPÍTULO II - Perfuração de poços 12

CAPÍTULO III – Produção de óleo e gás 18

CONCLUSÃO 23

BIBLIOGRAFIA 24

ÍNDICE 25

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INTRODUÇÃO

Muitos são os procedimentos operacionais que levam a retirada do óleo e do gás do fundo do mar até sua disponibilidade nos tanques de armazenamento para que sejam posteriormente transportados. O referido trabalho se propõe a levar aos profissionais não técnicos do segmento de óleo e gás uma publicação baseada numa linguagem clara e objetiva sobre as etapas de exploração, perfuração e produção.

O primeiro capítulo trata da origem e formação do petróleo, bem como sua localização e métodos de pesquisa e sondagem.

A decisão de perfurar um poço ou mais em um campo submarino produtivo a partir dos dados obtidos na primeira etapa, seus principais equipamentos e posterior conclusão de seu revestimento fazem parte do segundo capítulo desse trabalho.

E por fim, equipar os poços, coloca-los em condição de produção de maneira a fazer com que os mesmos dêem o maior rendimento e eficiência possível com sua produção, são tratados no último.

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CAPÍTULO I

EXPLORAÇÃO DE ÓLEO E GÁS

O petróleo é um hidrocarboneto formado a partir de material orgânico e encontrado em rochas sedimentares. Para formação e acúmulo do petróleo nas rochas, é necessário que tenha havido uma seqüência de soterramentos. Em seguida, a pressão das rochas que compõe a bacia, mais a água retida fazem com que o óleo de desloque e se concentre no cume da formação geológica. Processo esse também conhecido como migração primária ou secundária.

1.1 – Petróleo e sua origem

As rochas são basicamente classificadas em: geradoras, migratórias, reservatórias e selante. O processo de geração de petróleo é resultado da captação da energia solar através da fotossíntese e transformação da matéria orgânica com o auxílio do fluxo de calor emitido a partir do interior da Terra. Já a migração desse óleo ocorre em função da expulsão da água das rochas geradoras, que levaria consigo o petróleo durante os processos de compactação e acumulação do óleo. Outra razão para a migração ocorrer, pode ser explicada por pequenas fraturas das rochas geradoras o que facilita o fluxo de óleo através de um meio de baixa permeabilidade, como exemplo pode-se citar as rochas argilosas. A migração se dá de forma mais fácil quando o fluxo de óleo percorre um caminho de rochas permeáveis e porosas. Após sua geração e posterior migração, o óleo passa ser acumulado em um tipo de rocha chamada reservatória. Essa por sua vez pode ter qualquer origem ou natureza, mas para que seja considerado um bom reservatório deve apresentar espaços vazios em seu interior, o que é caracterizado como

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porosidade. Além disso, é importante que esses espaços estejam conectados, o que caracteriza a permeabilidade. Exemplos de boas rochas reservatórias são os arenitos e calcarenitos. E por fim, para que o fluxo do óleo não termine em sua expulsão na superfície, é necessário que haja uma barreira de rochas impedindo esse caminho, ou seja, a rocha selante que tem como característica principal a impermeabilidade, possui essa função. Como bons exemplos desse tipo de rocha estão os folhetos e o sal.

1.2 - Localizando Petróleo

O período de exploração do petróleo em determinado campo ocorre entre 3 à 5 anos. Sendo assim, envolve um longo e profundo estudo de dados geofísicos e geológicos das bacias sedimentares para determinar a provável localização do óleo uma vez não ser possível prever com exatidão mas os locais mais prováveis para sua ocorrência.

A prospecção do petróleo visa basicamente dois objetivos distintos: localizar dentro de uma bacia sedimentar as situações geológicas que tenham condição para acumulação de petróleo e, verificar dentre essas situações aquela que possui mais chance de conter petróleo. Dessa forma, são três os métodos utilizados visando atingir esses objetivos: métodos geológicos, métodos potenciais e métodos sísmicos.

Os métodos geológicos, elaboram mapas de geologia de superfície com o apoio de informações de outros mapas que consistem em fotografar o terreno utilizando um avião devidamente equipado voando com altitude, direção e velocidade constantes. Outro apoio vem da determinação do perfil geológico através também de fotos aéreas objetivando visualizar dobras, falhas e o mergulho das camadas geológicas. Além desses dados, pode-se acrescentar o estudo prévio realizado em um poço exploratório e também a análise das informações de origem paleontológica e geoquímica.

Os métodos potenciais utilizam-se da geofísica para obter informações sobre a estrutura e composição das rochas em subsuperfície. Dois são os

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métodos potenciais: a Gravimetria que abrange cinco fatores como latitude, elevação, topografia, marés e variações de densidade em subsuperfície; sendo essa última àquela que permite realizar estimativas sobre a espessura de sedimentos em uma bacia sedimentar e sobre a presença de rochas anômalas, além de prever a existência e altos e baixos estruturais. E também a Magnetometria que tem o objetivo de medir pequenas variações na intensidade do campo magnético terrestre como conseqüência da distribuição irregular de rochas magnetizadas em subsuperfícies.

Os métodos sísmicos podem ser divididos em refração e reflexão. O primeiro registra somente ondas refratadas com ângulo crítico e tem grande aplicação na área de sismologia. Na indústria de óleo e gás sua utilização foi mais intensa na década de 50, sendo atualmente bem mais restrita. O método sísmico de reflexão oferece alta definição das feições geológicas em subsuperfícies propícias à formação de petróleo através da geração de ondas elásticas que se propagam pelo interior da Terra, onde são refletidas e refratadas nas interfaces que separam rochas de diferentes constituições, e retornam à superfície onde são captadas por sofisticados equipamentos. É hoje o método mais utilizado pela indústria de petróleo.

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CAPÍTULO II

PEFURAÇÃO DE POÇOS

Para a etapa de perfuração de poços, conta-se com um navio sonda composto de motores, mesa rotativa, ganchos, cabos de aço, torre, bomba de lama, brocas, tubos de perfuração e dentre outros.

Logo após o início da perfuração, o volume de cascalho de rocha gerado a partir desse processo é muito grande. Dessa forma, para extraí-lo, utiliza-se uma lama especial que por efeito de pressão retira todo esse cascalho e inicia-se a produção. Outras funções dessa lama é resfriar a broca e também dar peso ao poço de maneira à manter a pressão interna do mesmo equilibrada evitando assim que uma produção não desejada seja iniciada antes do momento certo.

2.1- Equipamentos de Perfuração

Inicialmente, a apresentação e a decisão pela utilização dos equipamentos se fazem pela sustentação de cargas que é composta pelos seguintes itens: a Torre é uma estrutura de aço especial e em formato piramidal com o objetivo de oferecer um espaço vertical acima da plataforma de trabalho para permitir a execução das manobras. As Subestruturas são constituídas de vigas de aço especial montadas sobre a fundação ou base da sonda para criar mais espaço sob a plataforma, onde serão instalados os equipamentos de segurança do poço. As Fundações são estruturas fixas feitas em concreto, aço ou madeira e que ficam apoiadas sobre o solo firme oferecendo suporte aos movimentos da sonda. O Estaleiro tem o objetivo de

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permitir o manuseio e transporte de todas as tubulações, sendo composto de estruturas metálicas e localizado na parte posterior da sonda ou plataforma.

A geração de energia é outro importante sistema presente e composto por fontes sondas. As fontes em geral são os motores à óleo diesel, entretanto, para os campos de produção de gás utiliza-se turbinas à gás como fonte de energia. Uma terceira fonte alternativa é a energia elétrica de redes públicas, mais utilizada quando em operações de elevado tempo da sonda.

O sistema de movimentação de cargas permite a movimentação das colunas de perfuração, de revestimento e outros equipamentos. Seus principais componentes são: o Guincho que recebe a energia mecânica necessária para movimentação de cargas através da transmissão principal. O Bloco de Coroamento que fica localizado no topo da torre e suporta todas as cargas que são transmitidas à ele pelo cabo de perfuração. A Catarina que fica suspensa pelo cabo de perfuração e através de suas polias fica ligada às polias do Bloco de Coroamento. Na parte inferior da Catarina localiza-se o Gancho, este responsável por amortecer e evitar que os movimentos de cargas atinjam a Catarina. O Cabo de Perfuração é um cabo de aço especial que passa por todo sistema de movimentação e é responsável pelo tracionamento do mesmo. O Elevador tem o objetivo de movimentar elementos tubulares, ou seja, tubos de perfuração e comandos.

O sistema de rotação tem o objetivo de fornecer movimento rotatório para a coluna de perfuração que estará diretamente ligado à broca. Seu conjunto é formado pela Mesa Rotativa que transmite rotação à coluna de perfuração, pelo Kelly que faz a ligação entre a Mesa e a coluna, o Swivel que possui a importante missão de separar os itens giratórios dos estáticos, o Top Drive e o Motor de Fundo que substituem a utilização da mesa rotativa e do Kelly pois permitem maior produção no processo de perfuração.

O sistema de circulação tem o objetivo de tratar o fluido de perfuração que chega na broca através da coluna de perfuração e retorna pelo espaço anular de volta à superfície. A injeção do fluido é feita pelas Bombas de Lama. Já o tratamento do fluido consiste em adicionar produtos químicos ou processos físicos para eliminar sólidos e o gás que retornam com o fluido.

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O sistema de segurança é basicamente constituído pelos Preventores. Esses são formados por um conjunto de válvulas que permitem o fechamento do poço em caso de possibilidade de um retorno indesejado de óleo ou outro fluido proveniente do poço. Não controlar esse retorno indesejado significa ter a expulsão desse óleo na superfície. Os Preventores ficam localizados na cabeça do poço assim como outros equipamentos que permitem a ancoragem e vedação das colunas de revestimento na superfície: Cabeça de Revestimento, Carretel de perfuração, adaptadores, Carrtel Espaçador e acessórios.

O sistema de monitoração é composto por manômetros, indicador de peso sobre a broca, indicador de torque, tacômetro e etc. Os registros, controles e combinações obtidos com os resultados medidos ao longo do processo de perfuração dão mais eficiência ao mesmo.

2.2- Perfurando um Poço

Em função da necessidade em atacar uma diversidade muito grande de formações rochosas, é demandada da broca uma quantidade de energia muito grande na forma de rotação e peso sobre a mesma. Essa energia provoca ruptura e desagregação da formação rochosa na forma de cascalhos que serão removidos do poço e transportados até a superfície através do fluido de perfuração, como mencionado anteriormente.

Sendo assim, o processo de perfuração conta, primeiramente, com os comandos. Esses são tubos em aço forjado, usinados, bastante pesados linearmente devido a grande espessura de sua parede. Tem a função de manter o peso sobre a broca e a rigidez da coluna. A união entre os trechos é feita por conexões rosqueáveis, devendo ainda seguir as normas API.

A tubulação pesada, possui as mesmas características dos tubos de comando, entretanto tem como função principal realizar uma transição de rigidez entre os comandos e os tubos de perfuração, diminuindo a possibilidade de falha por fadiga do metal.

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Os tubos de perfuração são de aço sem costura, tratados internamente com aplicação de resinas de maneira a diminuir o desgaste interno e a corrosão, tendo em suas extremidades conexões cônicas soldadas ao seu próprio corpo.

Alguns acessórios também fazem parte do sistema e auxiliam o procedimento de perfuração. Auxiliam em diversos momentos, seja no içamento, em conexões entre brocas ou na conexão da tubulação. Além disso, dão rigidez à coluna, permitem maior controle sobre a trajetória do poço, aumentam o diâmetro de um trecho de poço e absorvem vibrações verticais produzidas pela coluna de perfuração. Há ainda as chaves flutuantes com o objetivo de fornecer torque necessário às uniões da coluna, as cunhas que mantem a coluna suspensa na mesa rotativa, e o colar de segurança que como o nome já diz é um equipamento de segurança que evita a queda da coluna.

As brocas são equipamentos que promovem a ruptura e desagregação das rochas ou suas formações. O estudo das brocas, seu desempenho e assuntos relacionados ao seu funcionamento são considerados um dos mais importantes fatores na perfuração de poços de petróleo. Elas tanto podem ser consideradas como sem partes móveis ou com partes móveis. Aquelas sem partes móveis têm uma incidência menor de falhas e podem ser confeccionadas em aço, diamante natural ou diamante sintético. Aquelas com partes móveis podem ter de um a quatro cones, sendo as brocas tricônicas, as mais utilizadas em função da eficiência apresentada e menor custo inicial. O mecanismo desse tipo de broca possui ações de raspagem, lascamento, esmagamento e erosão.

Os fluidos de perfuração auxiliam na perfuração na medida em que garantem que a operação ocorra de forma rápida e segura. Têm em sua composição misturas complexas de sólidos, líquidos, produtos químicos e gases. Dentre muitas de suas funções, pode-se citar a limpeza do fundo do poço, remoção e transporte dos cascalhos gerados na perfuração até a superfície, estabilização das paredes do poço, contenção do influxo de fluidos indesejáveis, resfriar e lubrificar a coluna de perfuração e a broca.

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O processo de perfuração é caracterizado pela ação do peso e da rotação da broca enquanto o fluido de perfuração circula, sendo assim, algumas operações são fundamentais para o sucesso da perfuração, tais como o Alargamento que consiste em se perfurar o poço com uma broca de diâmetro maior que a utilizada para sua perfuração, a Conexão que tem por objetivo acrescentar um novo trecho de tubo de perfuração à coluna, a Manobra que visa retirar toda a coluna de perfuração para realização de troca ou manutenção de broca. E também, ao término do Revestimento do poço, a sonda desloca-se para novo local para iniciação de mais uma outra operação de perfuração, para isso a mesma precisa ser desmontada e montada novamente e essa etapa é conhecida como DMM, desmobilização movimentação e mobilização.

2.3- O Revestimento do Poço

O Revestimento de poço de petróleo tem algumas funções, sendo uma delas a de isolar formações com diferentes fluidos e pressões, evitando que ocorra interfluxo (fluxo de hidrocarboneto de uma formação de maior pressão para uma formação de menor pressão contendo água ou gás, por exemplo). Um projeto comum de poço submarino inclui revestimentos de 30", 20", 13 3/8" e 9 5/8" com extremidade superior no leito marinho e um revestimento tipo liner, que visa revestir o trecho inferior do poço, de 7" com extremidade superior próxima a extremidade inferior do 9 5/8". Todos estes revestimentos são cimentados para garantia do isolamento das diferentes formações com exceção do 30", que pode ser cimentado, cravado ou jateado. Caso o revestimento de 30" seja cimentado, a perfuração desta fase é comumente feita com uma broca de 26" seguida de um alargador de 36". Para os demais revestimentos utilizam-se brocas de 26", 17 1/2", 12 1/4" e 8 1/2", respectivamente. A Cimentação destes revestimentos em ambiente off-shore é uma operação crítica pois se utilizam diversos aditivos e os principais riscos são de a consistência da pasta de cimento ser muito acelerada e isto causar uma prisão da coluna de cimentação ou a pega ser muito retardada causando

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um possível fluxo de hidrocarbonetos por perda de hidrostática durante a cimentação. Após a perfuração das fases e Cimentação dos seus respectivos revestimentos é preciso completar o poço.

Antes, porém, da etapa de Completação, é necessário conhecer e determinar as características desse novo poço formado bem como sua viabilidade econômica. Para isso, a operação de Perfilagem se faz necessária. Os perfis de poços são usados principalmente na prospecção de petróleo e de água subterrânea. Têm sempre como objetivo principal a determinação da profundidade e das características de um reservatório com hidrocarbonetos ou um aqüífero. Para fazer a Perfilagem em um poço são usadas diversas ferramentas (sensores) acopladas a sofisticados aparelhos eletrônicos. Estes sensores são introduzidos nos poços, registrando, a cada profundidade, as diversas informações relativas às características físicas das rochas e dos fluidos em seus poros. As ferramentas medem e registram propriedades que podem ser elétricas, radiativas ou acústicas. Com os sensores elétricos, por exemplo, detecta-se a condutividade (resistividade) das rochas. Este método é também conhecido como Geofísica de Poço.

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CAPÍTULO III

PRODUÇÃO DE ÓLEO E GÁS

Com a conclusão da etapa de perfuração do poço, é necessário deixá-lo em condições de operação, de forma segura e econômica, durante sua vida produtiva. Ao conjunto de operações destinadas a equipar o poço para produzir óleo ou gás, denomina-se Completação.

3.1- Equipando o Poço

A Completação de poços consiste no conjunto de serviços efetuados no poço desde o momento em que a broca atinge a base da zona produtora de produção. Este é um conceito operacional da atividade, note que a cimentação do revestimento de produção, ou seja o que entra em contato com a zona produtora é, por esta definição, uma atividade de Completação. Por outro lado a melhor definição seria: a de transformação do esforço de perfuração em uma unidade produtiva completamente equipada e com os requisitos de segurança atendidos, pronta para produzir óleo e gás, gerando receitas.

Para que a Completação de um poço seja iniciada é necessário que o mesmo esteja estabilizado, ou seja, não esteja dando sinais de nenhuma produção indesejada de óleo. Essa produção indesejada, também conhecida como Kick, ocorre devido ao desequilíbrio hidrostático entre o óleo contido na rocha e o fluido de perfuração. Para seu controle é necessário que o fluxo de óleo naquele momento não desejado, seja desviado para fora do poço e aumentando o peso do fluido de perfuração para reestabilizar a pressão. Para os casos mais graves e de difícil controle é possível a utilização de um recurso extremo que visa criar um poço paralelo àquele em Kick, para que nesse novo

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poço seja injetado um tipo de lama afim de dificultar o fluxo do óleo da rocha para dentro do primeiro poço. Quando o Kick está fora de controle, costuma-se dizer que o poço está em blowout.

Com o propósito de criar comunicação entre o interior do poço e as rochas geradoras de óleo, perfura-se o revestimento utilizando-se explosivos, especialmente fabricadas para esse objetivo. Essa operação é conhecida como Canhoneio e a explosão dessas cargas gera jatos de alta energia que atravessam o revestimento de cimento e ainda podem penetrar até 1 metro adentro da formação rochosa, criando assim os canais de fluxo de óleo das rochas para o interior do poço.

As cargas de explosivos especiais são descidas no poço dento de canhões, que são cilindros de aço com furos nos quais se alojam as cargas. Estando o canhão posicionado em frente ao trecho determinado, um mecanismo de disparo é acionado para detonar os explosivos. Os canhões podem ser descidos dentro do revestimento através de um cabo que fica enroscado na própria coluna de tubos ou através da própria coluna de produção.

Os canhões convencionais têm diâmetro maior dos que podem ser descidos através da coluna de produção, e por isso permitem o uso de cargas maiores, com maior poder de penetração. Alguns parâmetros relacionados a geometria de Canhoneio tem influência no índice de produtividade do poço, tais como: densidade dos jatos, penetração dos jatos, defasagem entre jatos, folga entre o canhão e o revestimento, além do diâmetro do furo criado.

A coluna de produção é constituída basicamente por tubos metálicos, onde são conectados os demais componentes. É descida pelo interior do revestimento de produção e possui algumas finalidades básicas tais como conduzir os fluidos produzidos até a superfície protegendo assim o revestimento, permitir a instalação de equipamentos e possibilitar a circulação de fluidos.

Uma coluna de produção pode ter uma cauda permanente que permite, numa futura intervenção, retirar apenas a parte superior e manter isolados os intervalos que sofreram o Canhoneio. A cauda permanente consiste de ferramentas instaladas abaixo da junta telescópica. O projeto de

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uma coluna de produção é em função de uma série de fatores: localização do poço, sistema de elevação, características corrosivas ou abrasivas do óleo a ser produzido, necessidade de contenção de areia, vazão da produção e etc. e ainda considerar os aspectos de segurança, técnico, operacional e econômico.

O aparecimento do fluido na superfície pode ser induzido por válvulas de injeção de gás, pelo flexitubo, pela substituição do fluido da coluna por outro mais leve ou por Pistoneio, que são as formas de aliviar a pressão hidrostática do fluido existente na coluna de produção.

Os dois primeiros métodos trabalham com a gaseificação do fluido do interior da coluna como forma de diminuir sua hidrostática. No primeiro, o gás é injetado inicialmente no espaço anular, passando posteriormente para o interior da coluna, de forma controlada, através de válvulas especiais. No segundo método, o gás é injetado por um tubo flexível descido pelo interior da coluna de produção. O Pistoneio consiste na retirada gradativa do fluido do poço, através de um pistão descido a cabo.

Quando o poço não tem condições de produzir, inicia-se o procedimento no equipamento de elevação artificial e efetuam-se testes para verificar a eficiência dos equipamentos. Um teste inicial de produção é sempre realizado para medir a vazão de produção e avaliar o desempenho do poço, para que se possam realizar os ajustes necessários.

Para que a produção seja iniciada, é necessário contar-se com os equipamentos responsáveis pela ancoragem da coluna de produção, pela vedação entre a coluna e o revestimento de produção e pelo controle do fluxo de fluidos na superfície. Existe uma série de equipamentos padronizados que constituem os diversos sistemas de cabeça de poço, para Completação de poços. A Cabeça de Produção é um carretel com dois flanges e duas saídas laterais. Quando a Cabeça de Produção é instalada, o flange inferior fica apoiado na cabeça do revestimento de produção e o flange superior recebe a Árvore de Natal com sua Base Adaptadora. Em uma das saídas laterais é conectada a linha injeção de gás, e na outra a linha de matar, para um possível amortecimento do poço. A Árvore de Natal é o equipamento instalado no fundo do mar e composto por um conjunto de válvulas tipo gaveta, com

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acionamento hidráulico e manual, por um conjunto de linhas de fluxo e por um sistema de controle interligado a um painel localizado na plataforma de produção e ainda, possui como finalidade permitir o fluxo de óleo no poço de forma controlada. As válvulas gaveta possuem a função de fechamento do poço, controle do fluxo e re-direcionamento do mesmo. A necessidade de possuírem acionamento hidráulico ou manual é em função da necessidade em se dispor de duas fontes independentes para fechamento do poço.

3.2- Produção no Poço

O óleo é a parte do hidrocarboneto que permanece no estado líquido quando a mistura é levada para superfície. Quando se diz que um poço está produzindo com uma vazão de 100m³ std/dia de óleo, está se dizendo que da mistura líquida que está saindo diariamente do reservatório através daquele poço, os 100m³ permanecem no estado líquido na superfície. Esta é uma maneira muito prática de exprimir os volumes, em primeiro lugar, porque as medições são feitas na superfície e. em segundo lugar, porque é esse volume que interessa comercialmente. Mesmo que a mistura de hidrocarboneto nas condições de reservatório estivesse toda no estado gasoso, ainda assim seria possível obter líquido nas condições de superfície. Esse líquido obtido a partir do gás natural é mais conhecido pela sigla LGN (liquido do gás natural).

O gás produzido é o resultado da composição de três partes. Uma parte vem dos hidrocarbonetos que nas condições de temperatura e pressão do reservatório, já se encontram no estado gasoso e que tem o nome e gás livre. A segunda parte é o gás que sai de solução do óleo, ou seja, os hidrocarbonetos que se encontram dissolvidos no óleo nas condições do reservatório e se vaporizam quando a mistura é levada para as condições de superfície. A terceira parte é o gás que se encontra dissolvido na água nas condições do reservatório. Geralmente essa parcela é desprezível, não entrando nos cálculos das produções.

Além dos hidrocarbonetos, a produção de água é bastante comum. A quantidade de água produzida vai depender das condições em que ela se

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apresenta no meio poroso. Apesar da água estar sempre presente nos reservatórios, nem sempre sua quantidade é suficiente para que ela se desloque. Isso dependerá do tipo de rocha e dos fluídos nela contidos. A água produzida também pode ter origem em acumulações de água, chamados aqüíferos, que podem estar próximos às formações que contém hidrocarbonetos, ou poder ser em razão de água injetada em projetos anteriores que visavam aumentar produção do óleo.

Alguns reservatórios, após serem submetidos a uma intensa produção de forma natural, começam a apresentar uma queda de rendimento nessa mesma produção. É então que o Método de Recuperação entra em ação. Trata-se de uma série de processos que visam à obtenção de uma recuperação adicional e que tentam interferir nas características do reservatório que possam favorecer a retomada da produção desejada. Ao se injetar um fluído em um reservatório com o objetivo de deslocar o óleo para for dos poros da rocha, tem-se um processo chamado como Método Convencional de Recuperação. O fluído injetado deve empurrar o óleo para fora dos poros e ao mesmo tempo ocupar o espaço deixado à medida que o óleo vai sendo expulso. Os principais tipos de injeção são injeção na base, injeção no topo e injeção em malhas, e os principais tipos de fluido são a água subterrânea, água de superfície, água do mar, água de produção e o gás de produção ou gas-lift. Esse último é um método de elevação artificial que utiliza a energia contida em gás comprimido para elevar o óleo até a superfície. É um método bastante utilizado e muito propício para poços que produzem fluidos com alto percentual de areia, além de demandar investimentos baixos para poços profundos.

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CONCLUSÃO

Ofereceu uma abordagem abrangente dos pontos relevantes das etapas de exploração e pesquisa quanto à localização do óleo, perfuração e revestimento de poços equipando os mesmos e a produção do óleo e gás.

Tornou-se um material de grande auxílio, principalmente quando tratou do uso de equipamentos, ferramentas e instrumentos de auxílio às realizações dos procedimentos.

Embora a linguagem clara tenha sido o principal objetivo, não isentou-se da utilização de termos bastante usuais, em alguns momentos, em língua estrangeira, uma vez sendo estes inerentes a essa indústria.

Curiosidades e assuntos nem sempre tratados pelos meios convencionais de comunicação e imprensa também estão presentes nessa obra, cumprindo com o objetivo de se aproximar da linguagem coloquial.

Com a conclusão desse trabalho, muitos profissionais terão tido a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos, utilizando o mesmo para aplicação prática em sua rotina de trabalho ou mesmo tomando como ponto de partida para desenvolverem sobre um dos temas apresentado com mais detalhamento.

A promissora indústria do petróleo, em especial na etapa de exploração e produção de óleo e gás em ambiente submarino, tem obrigado as empresas a buscarem profissionais em outros segmentos para comporem seus quadros de pessoal. Nesse sentido, dispor de um material didático utilizando-se de uma linguagem objetiva e clara, direcionada ao público não técnico, foi proposta dessa obra.

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BIBLIOGRAFIA

CARDOSO, Luiz Cláudio. Petróleo – Do Poço ao Posto. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

CORRÊA, Oton Luiz Silva. Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2000.

LAROSA, Marco Antônio; AYRES, Fernando Arduini. Como Produzir uma

Monografia. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

ROSA, Adalberto José; CARVALHO, Renato de Souza; XAVIER, José Augusto Daniel. Engenharia de Reservatórios de Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2002.

THOMAS, José Eduardo. Fundamentos de Engenharia do Petróleo. Rio de Janeiro: Interciência, 2001.

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GLOSSÁRIO

API, American Petrolium Institute – Instituto internacional que trata dos

interesses relacionados à indústria de petróleo e gás.

Blowout – Expulsão, explosão indesejada.

Gas-lift – Elevação de gás. Método utilizado para injetar gás em um poço e

assim, aprimorar a pressão no interior do mesmo.

Kick – Chute, coice. Pressão inesperada e fora de controle ocorrida no poço.

Liner – Guia.

off-shore – Operações relacionadas à indústria de petróleo e gás e realizadas

em alto mar, fora da costa.

upstream – Segmento da indústria de óleo e gás que corresponde às etapas

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I EXPLORAÇÃO DE ÓLEO E GÁS 9

1.1 – Petróleo e sua origem 9

1.2 – Localizando petróleo 10 CAPÍTULO II PERFURAÇÃO DE POÇOS 12 2.1 – Equipamentos de Perfuração 12 2.2 – Perfurando um poço 14 2.3 – O Revestimento do poço 16 CAPÍTULO III PRODUÇÃO DE ÓLEO E GÁS 18 3.1 – Equipando o poço 18 3.2 – Produção no poço 21 CONCLUSÃO 23 BIBLIOGRAFIA 24 GLOSSÁRIO 25 ÍNDICE 26

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