Capítulo 7- Tempestades
Capítulo 7- Tempestades
Teoria de eletrificação em nuvens
As tempestades elétricas são
nuvens que geram pelo menos 1 raio
nuvens que geram pelo menos 1 raio
durante o seu ciclo de vida ou
São nuvens que produzem pelo
menos um reverso de polaridade no
menos um reverso de polaridade no
campo elétrico vertical tanto na
Características típicas da estrutura de cargas em tempestades: a q E r v 2 4 1 πε = a r E 2 4πε =
1800: cargas negativas dominam
1916-30: especulações sobre dipólo
elétrico
1752, Franklin 1752, Franklin
Tempestades negativas Tempestades negativas
1940: Observações com balões indicam
tripólos (Simpson e Scrase,1937 e Simpson e
Robinson,1940) onde a base da nuvem era
positiva.
1980: Centro negativo na mesma região
de temperatura
(
2 2)
3 2 1 z x qz Ez + − = πεTeorias de carregamento devem
explicar
características básicas
das
tempestades:
1) Duração elétrica média de ~30 min para uma
única célula convectiva;
2) Separação de cargas de vários milhões de
Volts;
Volts;
3) Carga deve estar concentrada entre as
4) Ter estrutura tripolar, com a
carga negativa
centrada entre os níveis de -10 e -20
oC
;
5) Geração de
cargas
está associada ao
processo de
formação da precipitação
;
6) Ter carga suficiente para haver uma
descarga
elétrica em ~20 minutos
após o aparecimento
elétrica em ~20 minutos
após o aparecimento
de partículas da ordem de alguns
milímetros
.
Teorias de eletrificação se dividem
em duas grandes categorias:
i) Processos de
precipitação
;
ii) Hipótese de carregamento por
TEORIA DA PRECIPITAÇÃO
É baseada nos processos de formação da precipitação:
colisões entre as partículas!!
((Julius Elster e Hans F. Geitel em 1885)Julius Elster e Hans F. Geitel em 1885)colisões entre as partículas!!
((Julius Elster e Hans F. Geitel em 1885)Julius Elster e Hans F. Geitel em 1885)Requerimentos:
Presença de um Campo Elétrico (para polarizar);
Colisões devem ser repelidas (sem coalescência);
As cargas se separam de acordo com o tamanho
As cargas se separam de acordo com o tamanho
das partículas ou temperaturas (para formar tripólo);
A transferência de cargas durante a colisão deve ser
rápida;
Deve ser rápido o suficiente para gerar campo
elétrico alto e um raio em ~20 min.
Dipolo Dipolo
Modelo de
Modelo de pprecipitaçãorecipitação (esquerda) sugere que a gravidade induz o
movimento descendente das gotas de chuva que são mais pesadas (granizo, e movimento descendente das gotas de chuva que são mais pesadas (granizo, e partículas de gelo como graupel). Consequentemente, elas colidem
com as partículas menores de água e de gelo que estão suspensas e caem mais
lentamente, formando assim a transferência de cargas positivas para as partículas menores e negativas para as mais pesadas.
TEORIA DA CONVECÇÃO
Grenet (1947), Vonnegut (1955, 1963), e Telford (1981)
O Campo Elétrico de bom tempo não polariza
O Campo Elétrico de bom tempo não polariza
Cargas provenientes de 2 fontes externas: ionosfera e sfc
Não explica camada negativa em região persistente
de temperatura!
IONOSFERA IONOSFERA + + --+ + -- --+ + + + + + ++ + + ---- -- -- --Q+ Q+ + +
E
E
+ + + + + +++ + + + + ++ + + + + + + + + + + ++ ++ + + + + + + + + + + + + + + + + + + ++ ++ + + + + -- --+ + ++ --+ + ++ --+ + --Q Q--+ + + + + + + + + + + + + + + + ++ + + ++ + + + + + +O Modelo de Convecção
O Modelo de Convecção
propõe que as correntes
ascendentes de ar quente
carregam cargas Positivas
(
liberadas pela superfície
(
liberadas pela superfície
da terra
) até o topo da
nuvem.
Já as cargas negativas,
produzidas pelos raios
cósmicos acima da nuvem
,
Williams, Earle R. "The electrification of
thunderstorms." Scientific American259.5 (1988):
88-cósmicos acima da nuvem
,
são atraídas para nuvem
pelas cargas positivas que sobem. Assim as cargas
negativas formam uma camada de blindagem no entorno
da nuvem. Finalmente as correntes descendentes
transportam as cargas negativas para baixo
thunderstorms." Scientific American259.5 (1988): 88-99.
Propriedades elétricas da água
A água é uma molécula polar e tem momento de dipolo permanente ( p = 6.18 x 10-30 cm).
A cargas apresentam a seguinte configuração:
Q+ nos núcleos de H e Q- no de O.
A geometria molecular é angular e não linear. Se fosse linear, P = 0
•
Sob a ação de um Campo Elétrico, as
moléculas se alinham e formam um dielétrico.
•Isto implica em uma redução do Campo
Elétrico interno do hidrometeoro e um
aumento fora dele.
aumento fora dele.
Dielétricos Condutores
O
-H+ H+
O
Sob a ação de um campo elétrico temos que em um:
Dielétrico: as cargas polarizadas se aglutinam
Condutor: induz uma distribuição de carga na superfície
O -+ -+ -+ -+ -+ -+ O -H+ H+ - - - - O -H+ H+
Processos de Eletrificação das Nuvens
Processos de Eletrificação das Nuvens
Mecanismos de carregamento de cargas:
Pode haver a existência ou não de um Campo Elétrico para polarizar os hidrometeoros:
a)
a) Mecanismo Mecanismo IndutivoIndutivo: Sob a ação de um Campo Elétrico os
a)
a) Mecanismo Mecanismo IndutivoIndutivo: Sob a ação de um Campo Elétrico os hidrometeoros se polarizam.
Um hidrometeoro não carregado inicialmente quando sob a ação de um campo elétrico, pode induzir cargas de polaridade oposta na superfície do hidrometeoro, logo o hidrometeoro torna-se
polarizado. polarizado.
b)
Mecanismo Não Indutivo
Mecanismo Não Indutivo
:
não precisa de um Campo Elétrico;
c)
Mecanismo de Captura de Íons
Mecanismo de Captura de Íons
:
Íons gasosos são capturados por hidrometeoros;
Este processo pode distribuir sistematicamente as
cargas de uma polaridade em diferentes regiões de uma
tempestade. Logo, as regiões afetadas podem ter uma
carga resultante sem a necessidade de ter movimentos
adicionais no hidrometeoro
.
d) Mecanismo Indutivo de PartículaMecanismo Indutivo de Partícula--partículapartícula:
Interação a partir da colisão dos hidrometeoros ou a partir da quebra de hidrometeoros pequenos sob a superfície.
Já que cargas iguais e opostas estão dispostas nos hidrometeoros, Já que cargas iguais e opostas estão dispostas nos hidrometeoros,
temos que a medida que as partículas interagem e se separam as regiões irão permanecer eletricamente neutras até que os
hidrometeoros carregados negativamente começem a se mover dos que estão carregados positivamente.
Para que este mecanismo se torne importante, as forças de gravidade e empuxo devem agir na eletrificação das tempestades, ou seja, e empuxo devem agir na eletrificação das tempestades, ou seja, esta hipótese propõe que os hidrometeoros tenham velocidades terminais de queda diferentes (se aproximando da teoria de
Como a molécula de H
2O tem um momento de dipolo
permanente, um campo elétrico externo induz um
alinhamento das moléculas.
O alinhamento parcial no hidrometeoro causa um
O alinhamento parcial no hidrometeoro causa um
excesso de
Q-
na superfície de um lado e um excesso
de
Q+
no lado oposto da superfície ao longo da direção
do campo elétrico. Quando isso ocorre a
molécula
é
dita como
polarizada e
no caso da
água
temos um
O efeito de polarização é o de reduzir o campo elétrico dentro do hidrometeoro e aumentar fora dele, logo a densidade de carga σ
E
| |
E = σ q r 3ε 0 = σ qhidrometeoro e aumentar fora dele, logo a densidade de carga σq
induzida na superfície de um condutor esférico sob a ação de um campo elétrico constante poder ser expressa como:
r E q
3
ε
E
cos
θ
,σ
=
r
Onde θE,r é o ângulo formado pelo vetor do campo elétrico a partir da superfície aonde se quer calcular e ε é a constante dielétrica.
Para um dielétrico temos
Mas como εdielétrico da água é elevada (x 80), gotas de água são comumente tratadas como condutores quando se considera a
r E diel diel q E cos , 2 1 3 θ ε ε ε σ r + − =
indução de cargas através da presença de uma força elétrica.
Logo
Se integrarmos a densidade de carga sobre um hemisfério, temos
qcondutor o qdieletric
σ
σ
=
∫
=
=
Area
d
d
rdr
q
=
σ
Area
=
∫
σ
d
θ
d
ϕ
rdr
q
σ
qσ
qθ
ϕ
23
E
r
q
r
πε
=
Efeito da Camada Elétrica Dupla
•
Esta hipótese assume que existe uma
•Esta hipótese assume que existe uma
camada elétrica dupla entre as interfaces da
De acordo com Fletcher (1962, 1968), temos que
termodinamicamente as moléculas de água se
orientam com seus vértices negativos para fora na
superfície da água pura com o ar.
Quando a separação de cargas ocorre entre as gotas,
temos que na maioria das vezes, mais cargas da
região externa da gota são removidas da camada
dupla do que as internas
.
Consequentemente temos um excesso de cargas
internas que está sendo deixada para trás após a
colisão entre os hidrometeoros
Mecanismos que podem causar a separação de cargas
nesta configuração:
•
Bolhas de CO
2no líquido ou no gelo.
Uma bolha emerge para a superfície
e se rompe, as gotículas que escapam
e se rompe, as gotículas que escapam
levarão as cargas da parte mais
externa da camada, deixando um
excesso de cargas que residem na
parte interior.
•
Fricção entre 2 superfícies de gelo com diferentes
propriedades.
Se uma partícula retira mais cargas da camada
superior do que da camada inferior da outra partícula,
uma carga resultante poderá ser transferida da camada
externa.
Efeito Termo-Elétrico:
Na água, algumas moléculas se separam em
Cátions
H+
e Anions
OH-.
Cátions
H+
e Anions
OH-.
Como estes elementos tem diferentes mobilidades,
eles terão
diferentes taxas de difusão
ao longo de um
gradiente térmico
.
Portanto existirá uma
separação de cargas
de acordo
com
o gradiente de temperatura
imposto na formação
com
o gradiente de temperatura
imposto na formação
A
mobilidade na fase líquida é muito pequena
, porém
no
gelo
a
mobilidade do Cátion (H+) é muito maior que
a do Anion. (OH-).
Então se houver um
gradiente de temperatura ao logo
de um pedaço de gelo
, os
íons H+
se difundirão mais
rápido
para a parte mais
fria
do gelo,
deixando uma
resultante de cargas negativas na região mais quente
.
H
OH
H
+OH
O efeito termo-elétrico no gelo é relativamente demorado quando se leva em consideração o tempo das colisões.
Portanto, não é um fator dominante se as partículas trocarem cargas durante as colisões.
Por outro lado podemos pensar como um processo de
acoplamento, onde o efeito termo-elétrico é auxiliado pelas colisões.
Por exemplo:
• Granizo coletando gotas de água super-resfriada e • Granizo coletando gotas de água super-resfriada e
cristais de gelo; ou
a) Considere um granizo e ou um graupel caindo em
uma nuvem com água super-resfriada e pequenos
cristais de gelo
Durante a
colisão do granizo com os cristais de gelo
, a
superfície do granizo estará mais quente que a dos
cristais de gelo
, porque temos a liberação de calor
latente durante o congelamento das gotículas de água
super-resfriada que colidem com o granizo.
Durante o tempo que o cristal colide e entra em contato com a superfície do granizo, o granizo se tornará carregado
negativamente e o cristal positivamente (H+ migrarão para a
parte mais fria).
E quando os cristais de gelo deixam o granizo, eles irão reter as
E quando os cristais de gelo deixam o granizo, eles irão reter as
cargas positivas e se a velocidade terminal for menor que a
velocidade da corrente ascendente do ar na nuvem eles serão transportados para a parte superior da nuvem.
Já os granizos se tornam negativos e como têm velocidade terminal maior irão para a parte inferior da nuvem.
Este processo pode levar a um carregamento da ordem de Este processo pode levar a um carregamento da ordem de
b) Assumindo granizo precipitando sobre gotículas
Quando gotículas de água super-resfriada se congelam sobre a superfície do granizo, uma grande quantidade de lascas pequenas de gelo podem ser lançadas no ar. (conhecida como produção
Para o nosso exemplo de carregamento, considere que a gotícula de água super-resfriada ao colidir com o granizo está em uma
segunda fase de congelamento sobre a superfície do gelo, logo aumentando a espessura para dentro.
T < 0
T ~ 0
A parte interna da superfície desta casca está em contato com a água líquida, logo T ~ 0oC e a externa está se resfriando com a
Conseqüentemente teremos um gradiente de
temperatura alongo desta casca de gelo, o que pelo
efeito
termo-elétrico
irá causar um
aumento de Q+ na
parte externa da superfície
(mais fria)
Então a medida que as lascas de gelo se quebram,
predominantemente da parte externa da casca de
gelo, elas irão
carregar
as cargas
positivas
e irão
Deslocamentos das estruturas do gelo:
Buracos, cavidades ou deslocamentos (“Calombos”) no gelo apresentam estruturas entrelaçadas e criam redes de cargas associadas às moléculas.
Estes buracos/calombos se movem no gelo e transportam cargas. A concentração destes calombos (água super-resfriada que se
congela espontaneamente por contato) aumenta com a diminuição da temperatura.
Potencial de Contato:
Processo análogo ao potencial de contato entre 2 metais, ou seja, diferença de potencial e fluxo de corrente entre dois metais.
diferença de potencial e fluxo de corrente entre dois metais.
Sendo que neste caso, diferentes formações de gelo podem criar diferentes potenciais. Por exemplo, cristais de gelo formados por congelamento e não congelamento.
Observações indicam que a superfície do gelo congelado (rimed) tem potencial de contato negativo relativo ao não congelado. A magnitude do potencial de contato aumenta com a diminuição da magnitude do potencial de contato aumenta com a diminuição da temperatura para ~ -20oC e depois se mantém estável.
Camada Quase-Líquida
Além da camada elétrica dupla, alguns pesquisadores
tais como Faraday (1860) e mais recentemente Baker
tais como Faraday (1860) e mais recentemente Baker
e Dash (1994) sugeriram que a interface entre gelo e
ar é realmente uma camada quase-líquida, mas com
característica típica de gelo.
Analogia segue a seguinte fase de transição:
Analogia segue a seguinte fase de transição:
Baker e Dash estudaram a troca de massa (molécula de água) entre partículas com diferentes espessuras na camada quase-líquida.
Partículas com camadas superficiais mais espessas devem ter
massa para as partículas com uma camada superficial mais fina,
massa para as partículas com uma camada superficial mais fina,
ou seja, o transporte pode ser visto como:
Temperatura Talta Tbaixa
Exemplo:
2 partículas com camadas quase-líquidas
diferentes ou espessuras distintas colidem
As diferentes espessuras da camada quase-líquida podem ter As diferentes espessuras da camada quase-líquida podem ter acontecido devido a forma de crescimento por deposição das
partículas. Uma vez que ocorre colisão e separação, as partículas com camadas mais espessas perdem massa para as partículas que crescem mais devagar, deixando assim para as partículas que crescem mais rápido um excesso de cargas positivas (+).
Captura de Íons (Seletivo),
Wilson 1929
A medida que os hidrometeoros precipitam em um
ambiente com um Campo Elétrico, eles se tornam
ambiente com um Campo Elétrico, eles se tornam
polarizados;
E ao caírem em relação aos íons que se movem
sob a influência do vento e do Campo Elétrico,
alguns íons serão capturados e outros repelidos.
Os íons de mesmo sinal, tais como na parte
Os íons de mesmo sinal, tais como na parte
inferior dos hidrometeoros serão repelidos, e os
íons de sinal oposto seriam atraídos e capturados.
Para este mecanismo funcionar, o movimento dos íons associados ao Campo Elétrico tem que ser menor que a velocidade dos hidrometeoros. Se a velocidade de deriva
Capturado Capturado Capturado Capturado Repelido Repelido
velocidade dos hidrometeoros. Se a velocidade de deriva dos íons for maior que a Velocidade terminal da partícula precipitante, os íons de mesma polaridade do que a parte inferior do hidrometeoro podem ser capturados na parte superior do hidrometeoro. Dessa maneira ambas as polaridades podem ser capturadas.
O valor máximo de carga que pode ser acumulado em um hidrometeoro, desde que a velocidade terminal do
hidrometeoro seja maior que a velocidade de deriva dos íons, pode ser expressa por:
2 max
12
E
r
q
→
=
πε
onde ε é a permissividade elétrica da substância, e “r” é o raio da gota
• Os hidrometeoros nas camadas de
região negativa capturam íons
(-), os quais tendem a aumentar a carga (-) nesta região de dipolo. carga (-) nesta região de dipolo.
• As partículas da região superior
positiva devem capturar íons
positivos (+), uma vez que eles são carregados para cima pelas
correntes ascendentes e os íons (+) correntes ascendentes e os íons (+) são deslocados para baixo devido a velocidade de deriva.
• Entretanto, nas Tempestades,
como a concentração de íons é insuficiente para uma captura
“seletiva” de íons, não temos uma contribuição substancial para o contribuição substancial para o desenvolvimento do Campo
Elétrico.
• Por outro lado, abaixo da base
da nuvem a concentração de íons pode ser alta devido aos pontos pode ser alta devido aos pontos de descarga.
Se os processos seletivos de captura de íons são considerados a partir das condições iniciais como as encontradas em “bom tempo” (100-200 V/m),
simulações numéricas sugerem que o campo elétrico pode chegar até ~ 10 kV/m, o que é muito pequeno quando comparado com medidas em tempestades
(~ 100 kV/m (~ 100 kV/m).
Este mecanismo é observado em nuvens
eletrificadas fracamente, logo se conclui que não eletrificadas fracamente, logo se conclui que não devem produzir relâmpagos.
Carregamento indutivo a partir de
partículas que rebatem
Este mecanismo também é conhecido como
mecanismo indutivo de partícula-partícula.
mecanismo indutivo de partícula-partícula.
Este processo baseia-se em um grau de
polarização prévia devido a existência de um
Campo Elétrico ambiente.
O grau de polarização é diretamente
proporcional à força aplicada pelo campo
proporcional à força aplicada pelo campo
elétrico
.
•A transferência de carga entre 2 hidrometeoros carregados é
bem complicado, pois a indução de cargas em cada
hidrometeoro é modificado com a aproximação de um outro hidrometeoro.
Em princípio as gotas de chuva ao colidirem com as
gotículas de nuvem, transferem cargas da seguinte forma:
(a) A partícula de nuvem (amarela negativa) recebe cargas positivas a partir da base da camada das partículas da positivas a partir da base da camada das partículas da chuva
(b) A partícula que rebate carrega uma carga positiva
resultante, ou o sinal da carga da base das partículas grandes;
Vários autores sugerem que o aumento de cargas nestas partículas pode ser descrito por:
pequeno grande R E peq AQ BQ R E dq = + − → , 2 1 cos 4πεγ θ Termo
Termo IndutivoIndutivo Magnitude do Campo Elétrico Ambiente
Ângulo formado entre o vetor do “E” e o ponto de
= →
E
=
θ
Ângulo formado entre o vetor do “E” e o ponto de impacto na superfície da partícula grande=
R E ,
θ
Qpequeno carga da partícula pequena (carga já existente)
A, B e γ são parâmetros de escala. 2 2 2 2 1 ; γ = = grande peq R B R R R A 2 2 2 2 1 1 γ γ + + grande peq grande peq R R R R Rpeq/Rg de 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 γ1 π2/2 3.9 3.10 2.55 2.06 π2/6 γ2 π2/6 1.36 1.21 1.11 1.04 1.0 γ2 π /6 1.36 1.21 1.11 1.04 1.0 γ em função de Rpeq/Rgde
Analisando a dependência angular. Ponto de impacto impacto pequeno grande R E peq AQ BQ R E dq = + − → , 2 1 cos 4πεγ θ
Neste mecanismo indutivo temos uma dependência na separação das particulas após as colisões.
Se existe coalescência, não há um aumento no EE.
Se o EE aumenta, a polarização dos hidrometeoros cresce, Se o EE aumenta, a polarização dos hidrometeoros cresce, o que favorece a separação de cargas.
Neste sentido podemos questionar:
A Coalescência aumenta com o ângulo.
Então como isso pode afetar o aumento de dQ?
Se diminui, existe uma baixa probabilidade de coalescência e uma alta probabilidade de separação.
R E ,
θ
dq
coalescência e uma alta probabilidade de separação. Se aumenta, existe uma alta probabilidade de
coalescência e baixa separação, ou seja, a probabilidade de separação de partículas decresce.
R E ,
θ
dq
Condições para que o mecanismo
indutivo seja eficiente:
Partículas que colidem devem se separar;
Partículas que colidem devem se separar;
Tempo de contato entre as partículas que
colidem dever ser longo o suficiente para que
as cargas se transfiram de uma superfície a
outra;
Os processos indutivos são somente considerados
importantes para precipitações congeladas e com a presença de gotas super-resfriadas, ou seja, regiões com fase mista
ativa (BWF)
Nesta situação existe um Campo Elétrico significativo Nesta situação existe um Campo Elétrico significativo para que haja uma polarização.
Aufderman e Johnson (1972) sugeriram que as colisões entre graupel e gotas em regiões com E ≥ 10 kV/m poderiam
ser importantes para manter as tempestades eletrificadas
(a cada ~ 1000 colisões somente de 1-10 rebatem).
(a cada ~ 1000 colisões somente de 1-10 rebatem).
Resumidamente temos que o mecanismo indutivo deve agir para sustentar Campos Elétricos Altos, mas estes
Mecanismo não indutivo
Qualquer mecanismo que não requer uma
polarização sob a ação de um Campo Elétrico
polarização sob a ação de um Campo Elétrico
pode ser considerado um mecanismo não
Descrição empírica do mecanismo
de graupel e gelo
Medidas em laboratório de
Takahashi, Saunders,
Jayaratne, Avila, Reynolds
mostraram que
Jayaratne, Avila, Reynolds
mostraram que
transferência de carga tem dependência com:
a) polaridade das gotículas
b) conteúdo de água líquida (LWC)
c) tamanho e polaridade dos cristais de gelo;
c) tamanho e polaridade dos cristais de gelo;
d) velocidade de impacto e;
Takahashi (1978)
encontrou que a magnitude e o sinal da carga
depositada no graupel
dependia da temperatura e do LWC, e o tamanho da do LWC, e o tamanho da gota liquida não tinha
nenhum efeito quando o LWC era mantido
Transferência de
Cargas + Cargas
-Mais tarde, Jayaratne et al. (1983) e Keith e Saunders (1990) mostraram que o carregamento também
dependia do tamanho dos cristais de gelo que colidiam dependia do tamanho dos cristais de gelo que colidiam com o graupel, como da velocidade de impacto e das partículas contaminantes presentes nas gotas de água (CCN). Note que o aumento na taxa transferência de cargas por colisão diminui com o crescimento do cristal de gelo.
Avila e Pereyra (2000):
Por fim, em estudo semelhante ao de Takahashi mas com controle do tamanho das gotículas (d) e dos cristais de gelo na câmara de nuvem, mostra que existe uma uma dependência com dd das
gotículas
Resultados de experimento em laboratório:
Takahashi (1978), Saunders et al. (1991),
Jayaratne (1983), Avila e Pereyra (2000).
Resumo Takahashi:
a) baixo LWC: graupel carrega (+) a) baixo LWC: graupel carrega (+)
para todas T;
b)
alto LWC: graupel carrega (+)para todas T;
c)
médio LWC: graupel carrega (-)para T < -8oC.
para T < -8 C. Resumo Saunders:
a) graupel carrega (+) ou (-) para qualquer T, depende do LWC.
Carregamento durante o derretimento
Dinger e Gunn (1946) e Magono e Kiknch (1965)
Em princípio o gelo fica carregado positivamente quando Em princípio o gelo fica carregado positivamente quando está derretendo.
Pensa-se que a camada externa da película de água que
estoura, carrega cargas negativas da dupla camada
elétrica da água derretida. Isto implica que as partículas
de gelo ficam com um excesso de Q+.
A quantidade de carga adquirida durante o derretimento é maior quando há mais bolhas de CO2. Entretanto, a
quantidade e até mesmo a polaridade da carga transferida é dependente das impurezas presentes na água.
Outros mecanismos
Os hidrometeoros líquidos ganham carga negativa durante o crescimento por condensação e positiva durante a
evaporação. evaporação.
Neve adquire carga positiva quando cresce por
congelamento e carga negativa quando sublima ou fica estável.
Gotas de água que respingam (Efeito de Leonard, 1892; ou queda d’água) tornam-se positivas e as pequenas que se rebatem ficam negativas.
se rebatem ficam negativas.
Obs: Nenhum destes efeitos consegue gerar cargas suficientes como as observadas em tempestades