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TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BODERLINE E O MANEJO QUALIFICADO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

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1Acadêmico do 3° Período de Enfermagem CESCAGE – Ponta Grossa – PR. E-mail:

gabrielreiencke@hotmail.com.

2Acadêmica do 3° Período de Enfermagem CESCAGE – Ponta Grossa – PR. E-mail:

dehpascoal56@gmail.com.

3Acadêmica do 9° Período de Enfermagem CESCAGE – Ponta Grossa – PR. E-mail:

jaineleticia_pabis@hotmail.com.

4Acadêmica do 3° Período de Enfermagem CESCAGE – Ponta Grossa – PR. E-mail:

lucianeienke@hotmail.com.

5Acadêmica do 3° Período de Enfermagem CESCAGE – Ponta Grossa – PR. E-mail:

miihvozivoda15@gmail.com.

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS – CESCAGE www.cescage.edu.br/publicacoes/journalofhealth

23ª Edição Volume I / Jan – Jul / 2020 ISSN 2178 – 3594

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BODERLINE E O MANEJO QUALIFICADO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

Gabriel Reinecke1

Debora Pascoal dos Passos2

Jaine Leticia Pabis3

Luciane Terezinha Ienke4

Milena Aparecida Vozivoda Avelar5

RESUMO: Os transtornos mentais representam uma taxa muito alta de doenças incapacitantes na atualidade, considerando os efeitos nas relações sociais dos indivíduos acometidos. Um destes transtornos que possui alta dificuldade de manejo, é o Transtorno de Personalidade Boderline, caracterizado por uma desordem emocional, da autoimagem e da capacidade social e afetiva. Neste sentido, considerando as características comportamentais desgastantes deste transtorno e a dificuldade de manejo dentro dos serviços de saúde destes pacientes, este trabalho tem por objetivo identificar as principais características do TPB, como manifestações clínicas e sociais, diagnóstico, tratamento e desenvolvimento de uma assistência de enfermagem de qualidade quando do contato com estes indivíduos. Foram incluídos no estudo artigos em língua portuguesa, durante a pesquisa foram encontrados 15 artigos que abordaram o tema, assim foram selecionados 7 artigos pesquisados nos meses de Abril e Maio de 2020. Portanto, pode-se concluir que TPB um distúrbio mental agressivo e debilitante quanto a manutenção da qualidade de vida do indivíduo acometido, além de provocar a alteração comportamental social, implicando numa condição agravada de dificuldade de relações interpessoais, o que exige da sociedade o conhecimento sobre este transtorno como modo de alívio do desconforto pessoal do portador.

PALAVRAS-CHAVE: TRANSTORNO DE PERSONALIDADE, TRANSTORNO BODERLINE, ENFERMAGEM.

BODERLINE PERSONALITY DISORDER AND QUALIFIED NURSING CARE MANAGEMENT

ABSTRACT: Mental disorders represent a very high rate of disabling diseases today, considering the effects on social relations of affected individuals. One of these disorders that has high management difficulty is the Boderline Personality Disorder, characterized by an emotional disorder, self-image and social and affective capacity.

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In this sense, considering the stressful behavioral characteristics of this disorder and the difficulty of management within the health services of these patients, this work aims to identify the main characteristics of BODD, such as clinical and social manifestations, diagnosis, treatment and development of quality nursing care when in contact with these individuals. Portuguese language articles were included in the study, during the research 10 articles were found that approached the subject, thus 4 articles were selected in April and May 2020. Therefore, we can conclude that TPB is an aggressive and debilitating mental disorder regarding the maintenance of the quality of life of the affected individual, in addition to causing a social behavior change, implying an aggravated condition of difficulty in interpersonal relationships, which requires society to know about this disorder as a way of relieving the personal discomfort of the bearer. KEYWORDS: PERSONALITY DISORDER, BODERLINE DISORDER, NURSING.

1 INTRODUÇÃO

Transtornos de Personalidade (TP), são condições extremamente custosas para o ambiente de saúde, considerando a dificuldade de manejo destes pacientes dentro das

instituições, causadas pela

instabilidade de relações interpessoais pelo paciente e pela falha de capacitação dos profissionais os atendem.

Dentro dos TP’s, um dos principais distúrbios mentais que costumam trazer consigo uma bagagem de manutenção dificultosa, é o Transtorno de Personalidade Boderline (TPB), que é caracterizado por um padrão difuso de instabilidade interpessoal, na autoimagem, e nos afetos, e que por vezes vem acompanhado de impulsividade acentuada em muitos contextos.

De acordo com Cavalheiro e Melo (2016), o termo Boderline, foi primeiramente utilizado em 1938 por Stern, mas foi somente em 1999 que o distúrbio foi categoricamente identificado com um transtorno mental, e pode então emergir em um diagnóstico, pois anteriormente a esta data, era considerado parte das

psicoses dos transtornos

esquizofrênicos.

Os portadores de TPB, possuem

comumente, comportamentos

autodestrutíveis, com elevadas taxas de suicídio e uma alta taxa de internações hospitalares dentro da psiquiatria (FUNKLER; et al, 2017).

Considerando a dificuldade de manejo dos portadores deste distúrbio, o presente trabalho tem por objetivo identificar as principais características do TPB, como manifestações clínicas e sociais, diagnóstico, tratamento e desenvolvimento de uma assistência de enfermagem de qualidade quando do contato com estes indivíduos.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos publicados nos últimos 3 anos, caracterizada como uma pesquisa exploratória com abordagem qualitativa. Adotou-se como critérios de inclusão de artigos originais, publicados nas bases de dados Scieloe Google Acadêmico. Os descritores foram citados obedecendo à base de pesquisa DeCS- Descritores em Ciência da Saúde, e são eles: Transtorno de Personalidade, Transtorno Boderline, Enfermagem. O período de coletas de dados foi nos meses de Abril e Maio de 2020.

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Foram incluídos no estudo artigos em língua portuguesa, durante a pesquisa foram encontrados 15 artigos que abordaram o tema, porém foram excluídos todos os que não atenderam os critérios de inclusão. Assim, foram selecionados 7 artigos. A apresentação dos resultados e análise dos dados obtidos foi realizada de forma descritiva, de modo a viabilizar a aplicabilidade da revisão elaborada, e fornecer subsídios para a capacitação de profissionais por meio do conhecimento do TPB.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O TPB é o transtorno de personalidade mais prevalente dentro do ambiente clínico psiquiátrico, representando 20% dos pacientes em tratamento dentro de centros de saúde,

além de apresentar que

aproximadamente 5,9% das pessoas em geral tenham este distúrbio. Este transtorno repercute num severo prejuízo funcional, e uma alta taxa de utilização de serviços de saúde, visto a

demanda desenfreada

medicamentosa, internações

hospitalares e uso de psicoterapias exclusivas (AGNOL; et al, 2019).

Dentro da medicina, esses pacientes são comumente identificados como “difíceis”, por apresentarem

comportamento desafiador,

manipulador, são mais exigentes e perturbadores, quando observando algumas consequências das suas ações que costumam apresentar, como acessos de impulsividade imotivada, instabilidade humoral, tendências tediosas variáveis, comportamentos briguentos e conflituosos quando

contrariados ou censurados

(FUNKLER; et al, 2017).

3.1 O DIAGNÓSTICO E OS FATORES DE RISCO

O diagnóstico estabelece dois principais subtipos de TPB, o tipo impulsivo, classificado de acordo com a presença de instabilidade emocional e descontrole de impulsos e o tipo boderline, caracterizado por distúrbios da autoimagem, perturbações de metas e escolhas internas (sexualidade), relações intensas e instáveis e comportamentos autodestrutivos. Geralmente do TPB vem acompanhado de comorbidades como transtornos de humor, transtornos de ansiedade e ainda uso de substâncias psicoativas (CAVALHEIRO; MELO, 2016).

É importante ressaltar, que como a maioria dos transtornos mentais, o TPB sofre influência de alguns fatores de risco para o seu desenvolvimento como o fator genético, compreendendo uma hereditariedade de 40% dos casos; fator biológico com alteração do eixo hipotálamo-hipofisário causando aberturas e liberações neurológicas favoráveis a sua ocorrência; abuso físico, sexual ou negligência, considerados elementos importantes em qualquer distúrbio mental, estes fatores estão relacionados com o desenvolvimento de traumas e consequente dificuldade de manejo comportamental, assim como a exacerbada atenção dos pais pelos filhos portadores, e inversamente na ausência de vínculo emocional destes, também pode acarretar o TPB; e a disfunção familiar, com ausência dos pais, separação, apego desorganizado, entre outras (STUMPF, et al, 2016).

O diagnóstico de TPB, envolve a identificação da presença de alguns dos sinais comportamentais, como já descritos anteriormente, ou seja, a detecção só é definida pelo exame clínico, e de acordo com a tabela

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descrita por Stampf et al (2016), são sinais de TPB:

Tabela 1: Critérios diagnósticos para o Transtorno de Personalidade Boderline.

Fonte: Stampf; et al, 2016.

Apesar dos portadores de TPB utilizarem muito os serviços de saúde,

este distúrbio é comumente

subdiagnosticado e frequentemente não tratado, devido a falha na identificação dos sinais e a presença de comorbidades mentais associadas. 3.2 A TERAPIA COMPARTILHADA

Para Finkler, Schafer e Wesner (2017), o tratamento de TPB envolve medicações como antipsicóticos, antidepressivos e estabilizadores de humor, considerando individualmente os sintomas de cada paciente, e o mais importante fator terapêutico, são as

psicoterapias, como a comportamental dialética, com ensino da regulação emocional intensa; a psicoterapia baseada em mentalização, que é a reflexão de cada indivíduo na percepção de seus sentimentos e atitudes; a de transferência, que envolve o significado da ação de cada

paciente em suas relações

interpessoais; e a terapia do esquema, que reestrutura a composição do pensamento.

É importante ressaltar que a partir da reforma psiquiátrica, a terapia medicamentosa não é e nem deve ser a única forma de manejo de pacientes com TPB, tão pouco a frequência de

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internações hospitalares deve ser considerada somente, mas sim a

utilização concomitante das

psicoterapias individuais e grupais, a medida em que o desenvolvimento do diálogo, é importante na constituição de relações pessoais para os portadores (STUMPF; et al, 2016).

3.3 O MANEJO QUALIFICADO

De acordo com Agnol et al (2019), o atendimento da equipe de saúde frente a este distúrbio, deve ser de forma integralizada com abordagem

humanizada, considerando a

dificuldade de manejo destes pacientes dentro das instituições de saúde.

O princípio que rege a Enfermagem é a responsabilidade de se solidarizar com as pessoas, os grupos, as famílias e as comunidades, objetivando a cooperação mútua entre os indivíduos na conservação e na manutenção da saúde. Assim, a assistência de enfermagem, assim como a de outros profissionais, deve se basear na escuta qualificada avaliando as singularidades e diversidades de cada caso, promovendo um ambiente acolhedor para a aproximação do paciente do serviço de saúde, o que favorece a continuidade do tratamento e ainda define o serviço como um espaço de proteção (CASSIANO, 2015).

Simoni, Benetti e Bittencourt (2018), acreditam no acompanhamento

terapêutico como modalidade

terapêutica muito eficaz no aumento da adesão do paciente ao tratamento, pois o enfermeiro pode reconhecer os limites dos pacientes e assegurar um tratamento que seja possível de ser realizado pelos mesmos. Nesse tipo de abordagem, o enfermeiro poderá atuar principalmente no modelo e estímulo para o paciente.

O enfermeiro, juntamente com a equipe multidisciplinar deve elaborar um plano de cuidados singular para cada paciente com TPB, identificando

as principais demandas do

cliente/paciente, promovendo a prestação da assistência qualificada (SILVA, 2018).

É importante ressaltar que a equipe deve manter-se sempre em postura ética e limitadora, visto as condições comportamentais do TPB, e também vale enfatizar que o papel da equipe é de mediadora e incentivadora, a medida em que deve impulsionaro protagonismo da família e do paciente no manejo do transtorno.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo permitiu a exploração bibliográfica das características e condições do TPB, com a abordagem das principais

manifestações clínicas, os

comportamentos desenvolvidos pelo portador, considerando também o diagnóstico e a importância da avaliação criteriosa para a definição de TPB.

Foi possível identificar a atuação dos profissionais de enfermagem no manejo do transtorno boderline, sempre valorizando a escuta qualificada e a abordagem individual e singular dos pacientes portadores.

Portanto, pode-se concluir que TPB um distúrbio mental agressivo e debilitante quanto a manutenção da qualidade de vida do indivíduo acometido, além de provocar a alteração comportamental social, implicando numa condição agravada de dificuldade de relações interpessoais, o

que exige da sociedade o

conhecimento sobre este transtorno como modo de alívio do desconforto pessoal do portador.

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5 REFERÊNCIAS

AGNOL, E.C.D.; et al. Cuidado de

enfermagem às pessoas com

transtorno de personalidade borderline na perspectiva freireana. Rev. Gaúcha Enferm. v.40, 2019.

CASSIANO, A.P.C. Transtorno de borderline: compreensão dos alunos de enfermagem de uma instituição de ensino superior. FEMA, 2015.

CAVALHEIRO, C.V.; MELO, W.V. Relação terapêutica com pacientes borderlines na terapia comportamental dialética. Psicologia em Revista. v. 22. n. 3. p. 579-595, 2016.

FINKLER, D.C.; SCHAFER, J.L.;

WESNER, A.C. Transtorno de

personalidade borderline: Estudos

brasileiros e considerações sobre a DBT. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva. v.19. n.3.p.274-292, 2017.

SIMONI, L. BENETTI, S.P.C.; BITTENCOURT, A.A. Intervenções do Terapeuta Psicanalítico no Processo Psicoterapêutico de uma Paciente com

Transtorno de Personalidade

Borderline. Trends Psychol. v. 26. n 3. p. 1499-1512, 2018

SILVA, I.C. Transtorno de

personalidade borderline. Unisepe, 2018.

STUMPF, B.P.; CRUZ, L.L.P.; ROCHA, F.L. Transtorno de personalidade borderline: o paciente difícil na prática médica. Rev. Bras. Clin. Terap. SNC. v.1. n. 1, 2016.

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