GRUPO DE APOIO À REFORMA AGRÁRIA - GARRA
VIVEIRO DE MUDAS FLORESTAIS COM ESPÉCIES DE
IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA E ECONÔMICA EM
ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA
Elaboração:
Biólogo Moisés da Luz
Acad. Matias Felipe E. Kraemer
Acad. Rodrigo Baggio
Responsáveis:
Prof. Jorge Alberto Quillfeldt
Depto de Biofísica, IB quillfe@ufrgs.br
Prof. Paulo Brack
Depto de Botânica, IB pbrack@adufrgs.ufrgs.br
Prof. Fábio Kessler Dal Soglio
Depto de Fitossanidade, FA fabiods@ufrgs.br
1. INTRODUÇÃO
As atividades agrícolas estão ligadas diretamente aos processos naturais do planeta, da mesma maneira que o humano, enquanto espécie, faz parte desse contexto ecológico. A humanidade vem se distanciando, por diversas razões, dos processos naturais, principalmente após a Revolução Industrial e ultimamente, com o intenso desenvolvimento da tecnologia eletrônica e de informática. Atualmente a maioria da população do planeta vive nas zonas urbanas. Por conseqüência, sua atividade agrícola passa a ignorar tais preceitos ecológicos, mesmo que para isso tenha que esquecer de suas próprias raízes culturais e conhecimentos adquiridos ao longo de milhares de anos.
A homogeneização e simplificação dos sistemas agrícolas atuais mostram-se incapazes de sustentar-se no tempo-espaço, na medida que dependem de insumos externos e proporcionam ambientes suscetíveis a pragas e doenças. Este cenário, por sua vez, gera maior dependência do agricultor às empresas fornecedoras destes insumos, produzindo um ciclo vicioso e excludente, de modo a abrir espaços para novos “milagres econômicos”, baseados em novas técnicas e variedades que irão novamente cair em desuso perante a próxima “moda econômico-tecno-cultural”. O resultado disso é o êxodo rural e a concentração de terras e de poder econômico.
Neste contexto, o retorno ao campo de famílias que perderam suas terras ou foram exploradas pelo modelo agrícola vigente, representa um novo ciclo de propostas buscando o planejamento de atividades agrícolas soberanas, do ponto de vista cultural, ambiental e social.
Surge então a demanda de agricultores assentados no Assentamento Herdeiros de Oziel Alves, em São Jerônimo-RS, para a estruturação de um viveiro de produção de mudas de espécies florestais nativas, servindo como alternativa para a subsistência das famílias e também como alternativa econômica e de recuperação ambiental. A idéia é que seja estabelecida uma atividade comunitária, onde os agentes envolvidos sejam beneficiados com a utilização das mudas no próprio assentamento e para a comercialização na região.
O acesso às mudas arbóreas de espécies nativas diversas, com poucos recursos econômicos, possibilita à comunidade o planejamento de sistemas produtivos complexos,
com enfoque tanto na alimentação como na produção madeireira e para usos diversos, que vem a confrontar com o atual modelo agrícola. Atualmente a situação da agricultura familiar ou de pequenas propriedades se agrava ainda mais, visto que alternativas deste tipo foram pouco ou quase nada desenvolvidas no Estado do Rio Grande do Sul, ao contrário, grandes empresas nacionais e multinacionais vieram ao Estado e optaram por plantar espécies exóticas em grandes extensões de terra, na forma de monoculturas. Além disso, essas plantações visam a produção de celulose para papel, sendo a maior parte para exportação. Ou seja, essas monoculturas de espécies exóticas, como Eucaliptus spp. e Pinus
elliottii, além de representarem um prejuízo enorme do ponto de vista ambiental e
paisagístico, não geram produtos para a alimentação das famílias e pela forma como estão sendo aplicadas, refletem o mesmo modelo econômico de concentração de renda nas mãos de grandes empresários e ao capital externo.
O projeto apresenta uma proposta para a construção e o desenvolvimento de um viveiro comunitário, que será discutida e reavaliada junto à comunidade, de maneira que todos os processos e atividades fiquem bem esclarecidos. O espaço do viveiro servirá como núcleo de biodiversidade e fonte de inspiração comunitária, para a construção de novos espaços, como hortos medicinais e paisagísticos.
2. OBJETIVOS
GERAL
• Implementação de um viveiro de essências florestais nativas. ESPECÍFICOS
• Produção de mudas florestais para serem utilizadas em recuperação ambiental; • Capacitação de agentes para a conservação e a utilização da agrobiodiversidade; • Formação de um núcleo de diversidade genética para uso na implantação e
desenvolvimento de sistemas agrícolas diversificados;
• Resgate da agrobiodiversidade e de técnicas de manejo de agroecossistemas diversificados;
• Promover ações de educação ambiental e humana;
• Alternativa de renda para os agricultores;
• Suprir outras demandas, como paisagismo, lazer, remédios caseiros e ciclos ecológicos.
3. JUSTIFICATIVAS
A construção de um viveiro para produção de essências florestais nativas no Assentamento Rural “Herdeiros de Oziel Alves”, no Município de São Jerônimo, justifica-se por criar uma série de precedentes para atividades educacionais, ambientais e de produção agrícola.
Essas atividades refletem na comunidade uma maior autonomia, com menos dependência do Mercado, através da diversificação de culturas e do trabalho comunitário, assim como a valorização histórico-cultural dos agentes/assentados envolvidos. Além disso, elas vêm confrontar o atual modelo de desenvolvimento econômico proposto pelo Agronegócio monocultural e exportador, que exclui e inviabiliza a produção familiar em pequena escala.
Outro fator importante a considerar é a realização de um ciclo produtivo em conformidade com os ciclos ecológicos, de modo a haver recuperação, conservação e preservação dos recursos naturais, resultando na diminuição dos insumos agrícolas usados na produção agropecuária.
Com a ampliação do horizonte de novas possibilidades, os agentes envolvidos terão a possibilidade de perceberem diversos processos naturais e agrícolas, relacionando-os e desenvolvendo sua própria dinâmica, baseados em sua carga cultural.
Durante o processo de implementação, com atividades educacionais, a construção do viveiro será realizada com a participação da comunidade de forma que crianças e adultos sejam preparados para atuar e compreender todos os processos, aliando a teoria com a prática.
A valorização de espécies nativas e o acesso a essa biodiversidade, é de fundamental importância para a difusão e o desenvolvimento de uma agricultura menos agressiva ao ambiente e ao humano, com o planejamento e o desenvolvimento de sistemas agrícolas diversificados e que considerem a dinâmica sussecional de espécies na natureza.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
O bom andamento das atividades inerentes à dinâmica do viveiro depende, dentre outros fatores, de uma disponibilidade de ferramentas e utensílios básicos para a realização das diferentes atividades. Segue abaixo uma listagem destes onde estão inclusos os materiais para estruturação, uso cotidiano ou periódico e de consumo.
4.1 Materiais para a estruturação e construção do viveiro
• Sombrite 50%: 3 rolos de 3 metros de largura por 50 metros de comprimento cada; • 4 rolos de mangueira preta de 50 metros cada, para condução da água de irrigação; • 5 caixas de cotonetes para confecção dos bicos de aspersão;
• brita ou cascalho para cobertura dos caminhos;
• 11 moirões de eucalipto de 30cm x 3 m, para estrutura básica; • 45 escoras de 4 metros para complemento da estrutura;
• 62 costaneiras de 3,40 metros para estrutura do sombrite e das bancadas de germinação; • 10 Kg de pregos para uso geral;
• 20 Kg de arame queimado (2 mm) para sustentação do sombrite e uso geral; • 1 caixa d'água 1000 Litros para irrigação;
4.2 Materiais básicos para funcionamento do viveiro
• 2 pás de corte quadrado • 2 pás de concha de bico • 1 alicate • 1 martelo • 2 podões • 2 sachos • 2 facões • 2 enxadas • 2 enxadão • 2 ancinhos • 2 foices • 1 serrote • 2 regadores • 2 baldes 15L • 3 peneiras • 1 mangueira (30m) • 1 carrinho de mão • 1 pulverizador costal
• 2 luvas • 1 vassoura jardinagem
4.3 Material de consumo na produção de mudas
• Composição e preparo do composto 25% areia média;
25% composto orgânico; 50% solo, argisolo;
• Sacos plásticos de 15 x 25 cm para primeira repicagem das mudas; • Sacos plásticos de 35 x 40 cm para segunda repicagem;
4.4 Metodologia de intervenção na comunidade
O método a ser aplicado compreenderá o elo entre a teoria e a prática, onde o projeto será discutido junto com a comunidade, de modo que ela o execute de forma coletiva e autônoma. A ênfase deste projeto está na relação que será estabelecida com a comunidade do(s) assentamento(s) envolvido(s), visando consolidar e dar continuidade aos trabalhos e iniciativas, independente de eventual apoio institucional.
Em todas as atividades práticas haverá momentos de formação, que abordarão temas relacionados a essa prática, tais como planificação agroecológica das áreas, balanço energético das propriedades (reciclagem, ciclo ecológico), reconhecimento de plantas e de seus usos, trabalho coletivo, cooperativismo, manejo de agroecossistemas.
Primeiramente será feita uma apresentação do projeto juntamente com as pessoas envolvidas e colocada a importância da atividade de viveirismo dentro da comunidade. Será importante esclarecer tanto as potencialidades como as limitações e dificuldades de se produzir mudas com viabilidade agronômica.
A discussão do local onde será implantado o viveiro, também se faz necessária, até para que sejam levantados e analisados os diversos fatores relevantes a esse ponto.
A estruturação física do viveiro será construída em regime de mutirões, envolvendo todos os agricultores e estudantes interessados na proposta.
Com o viveiro potencialmente ativo, serão realizadas saídas a campo, organizadas pela comunidade e assessoradas por estudantes da UFRGS, para coleta de sementes e
identificação de matrizes na região. Além disso, serão realizados dias de capacitação dos agentes envolvidos, para a produção de mudas com qualidade.
4.5 Metodologia de intervenção na área
Juntamente com a comunidade buscar-se-á a realização de um zoneamento agroecológico das áreas potenciais para conservação e exploração sustentável das espécies.
Para a construção do viveiro, assim como na produção de mudas, a comunidade poderá aproveitar ou reciclar materiais já existentes no local.
O primeiro passo na estruturação física será a estruturação do viveiro propriamente dito e do horto de reprodução vegetativa. A fixação dos moirões para colocação do sombrite será a primeira atividade. A distância entre eles deverá ser de 4,5 metros. Fixada a estrutura, serão utilizadas costaneiras para ligar um moirão ao outro, formando quadrados de 4,5 m x 4,5 m.
Um arame de 2mm de diâmetro será cruzado entre os moirões opostos de cada vértice do quadrado, formando um “X”, que aumentará a rigidez da estrutura. O sombrite então será colocado por cima desta armação e ao seu redor, formando uma “parede” que poderá ser recolhida através do enrolamento do mesmo.
Devido a leve inclinação que possui o terreno, nos locais destinados aos canteiros, será feito um nivelamento para facilitar a disposição das mudas repicadas. Um dreno em forma trapezoidal preenchido com cascalho entre cada canteiro evitará o encharcamento do local.
As bancadas de germinação serão construídas com costaneiras ligando os moirões, além da colocação de escoras entre cada um, como mostra a figura 1c. As caixas de germinação serão feitas com caixaria de verduras recolhidas na cidade, forradas com lona preta. As figuras 1a e 1b mostram os detalhes dos padrões de estrutura a serem construídas para o viveiro e horto.
O fornecimento de água para a irrigação será inicialmente por gravidade visto que nas proximidades da área há açudes em cotas superiores. Posteriormente, conforme necessidade, será adicionada ao sistema uma moto-bomba para aumentar o fluxo de água, o que por enquanto não se faz necessário. Pode-se também optar por um sistema eólico ou que aproveite a própria gravidade para elevar uma maior quantidade de água.
Figura 1a: Vista lateral da estrutura a ser montada no viveiro
Figura 1b: Vista frontal da estrutura a ser montada no viveiro
Figura 1c: detalhe (vista superior) da construção das bancadas de germinação
5. DESCRIÇÃO DO VIVEIRO
O viveiro proposto consiste basicamente de três espaços contíguos: uma área sombreada com bancadas para germinação, outra área para produção de mudas a partir de propágulos vegetativos e germinação de espécies que exijam manejo diferenciado e uma terceira área-depósito destinada à adaptação e distribuição das mudas (figura 2).
4,5 m 4,5 m 4,5 m 3,0 m 4,5 m 4,5 m 4,5 m 3,0 m 4,5 m 4,5 m 4,5 m
Figura 2: Área de intervenção do projeto de viveiro
Área I: Espaço de produção e desenvolvimento inicial das mudas
A área para produção e desenvolvimento das mudas será sombreada com sombrite de 50%. Esta área possuirá 364,5 m2, sendo que 247,5 m2 serão destinados aos canteiros de desenvolvimento das mudas repicadas. Os outros 117 m2 serão áreas de trânsito de pessoas e implementos. Ao todo esta área atenderá uma demanda de aproximadamente 14.000 mudas em desenvolvimento.
A figura 3 ilustra a distribuição dos canteiros nesta área. Os caminhos serão cobertos por uma camada de 10 cm de brita.
Área I Área II Área III Horta Familiar Moradia Galinheiro
Figura 3: Organização dos canteiros no interior da área I
As bancadas para germinação das sementes estão localizadas entre as escoras de estrutura da mesma área, em forma de prateleiras com dois andares (figura 1b e 1c). O comprimento útil desta bancada será de 100 metros. As caixas de germinação terão dimensões de 0,7 metros de largura por 0,5 metros de profundidade e 0,4 metros de altura, possibilitando a colocação de pelo menos 120 destas nas bancadas.
Tomando-se um número médio de 150 sementes por caixa de germinação e considerando um taxa de germinação e sobrevivência no repique de 60%, poder-se-á produzir uma quantidade de aproximadamente 10.800 mudas simultaneamente nas bancadas de germinação.
O sombrite a ser utilizado será o que permite um sobreamento de 50% da luz solar incidente. Serão necessários 108 metros lineares na área do viveiro e mais 40,5 para a área contígua, totalizando 148,5 metros. Como este é vendido em rolos de 50 metros por 3 metros de largura, será preciso adquirir três rolos.
Área II: Horto de reprodução vegetativa
Esta área está inserida no espaço que hoje é destinado à horta familiar.
Neste local poderão ser produzidas mudas por propágulos vegetativos, como o método da estaquia, por exemplo. Também serão semeadas sementes de espécies que
4,5 m 4,5 m 4,5 m 4,5 m 3,0 m 1,5 m
precisem de cuidados especiais ou condições de luminosidade e irrigação diferenciados das que serão semeadas nas caixas de germinação.
No total são 182,25 m2 sendo que 127,5 m2 são destinados aos canteiros e 54,6 m2 para caminhos. O esquema geral desta área pode ser visto na figura 2, e a organização dos canteiros, na figura 4.
Figura 4. Organização dos canteiro na área de reprodução vegetativa
Área III: Está área está representada na figura 2 e servirá como área-depósito, com o
objetivo de adaptar as mudas ao plantio a campo. Esta adaptação consiste na diminuição da freqüência de irrigação e maior insolação, expondo a planta a condições mais próximas do ambiente natural.
Tabela 1. Lista das espécies nativas com respectivos nomes populares, famílias e uso preferencial.
Família Espécie Nome popular Uso preferencial
Anacardiaceae Lithraea brasiliensis Marchand aroeira-braba FRUT 2
Schinus molle L. aroeira-piriquita FRUT 2
Schinus terebinthifolius Raddi aroeira-vermelha FRUT 2
Annonaceae Rollinia sylvatica (St. Hil.) Mart. Araticum FRUT 1
Aquifoliaceae Ilex paraguariensis St. Hil. erva-mate FRUT 1
Araucariaceae Araucaria angustifolia (bert.) O. Kuntze Araucária FRUT 1
Arecaceae Butia capitata (Mart.) Becc. Butiá FRUT 1
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Gerivá FRUT 1
Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabr. cambará
Piptocarpha angustifólia Dus. vassourão-branco
Vernonia discolor (Spreng.) Less. vassourão-preto
Bignoniaceae Tabebuia pulcherrima Sandwith ipê-amarelo
Tabebuia heptaphylla (Vell.) Tol. ipê-roxo
Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. maria-preta
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. Ex Steud. louro-pardo
Cactaceae Cereus alacriportanus Pfeiff. tuna FRUT 1
Cannabaceae Trema micrantha (L.) Blume grandiúva
Celastraceae Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. cancorosa MED
Clusiaceae Garcinia gardneriana (Planch. Et Triana) bacupari
Combretaceae Terminalia australis sarandi-amarelo
Cunoniaceae Lamanonia ternata guaperê
Ebenaceae Diospyros inconstans Jacq. caquizinho-do-mato
Erythroxylaceae Erythroxylum argentinum O.E. Schulz Cocão FRUT 2
Euphorbiaceae Gymnanthes concolor Spreng. Laranjeira-do-mato
Sapium glandulatum (Vell.) Pax Pau-leiteiro
Sebastiania commersoniana (Baill.) Smith & Branquilho
Sebastiania schottiana sarandi-vermelho
Fabaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. grápia
Bauhinia forficata Link pata-de-vaca MED
Calliandra tweediei Benth. topete-de-cardeal
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) timbaúva
Erythrina crista-galli L. corticeira-do-banhado
Erythrina falcata Benth. corticeira-da-serra
Inga marginata Willd. ingá FRUT 1
Inga vera Willd. ingá FRUT 1
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá
Mimosa scabrella Benth. bracatinga
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan angico-vermelho
Senna bicapsularis fedegoso
Sesbania virgata (Cav.) Pers. cambai-amarelo
Lamiaceae Aegiphila sellowiana gaioleira
Vitex montevidensis Cham. tarumã-preto Lauraceae Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez canela-fedorenta
Ocotea puberula (Rich.) Nees canela-guaicá Malvaceae Luehea divaricata Mart. et Zucc. açoita-cavalo
Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. cangerana
Cedrela fissilis Vell. cedro
Trichilia claussenii C.DC. catiguá
Moraceae Ficus cestrifolia figueira-de-folha-miúda FRUT 2
Ficus luchnatiana figueirão FRUT 2
Sorocea bonplandii (Baill.) W.C. Burger et cincho
Myrsinaceae Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze capororocão FRUT 2
Myrsine umbellata capororocão FRUT 2
Myrsine coriacea capororoca FRUT 2
Myrtaceae Acca sellowiana Berg goiaba-da-serra FRUT 1
Campomanesia xanthocarpa O. Berg guabiroba FRUT 1
Eugenia involucrata cerejeira FRUT 1
Eugenia myrcianthes pêssego-do-campo FRUT 1
Eugenia pyriformis uvaia FRUT 1
Eugenia uniflora L. pitangueira FRUT 1
Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand guabiju FRUT 1
Myrciaria cuspidata O. Berg camboim FRUT 2
Myrciaria tenella camboim FRUT 2
Myrciaria delicatula camboim FRUT 2
Myrciaria trunciflora Berg jaboticaba FRUT 1
Psidium cattleyanum araçá FRUT 1
Opiliaceae Agonandra excelsa Griseb. - FRUT 1
Phytolaccaceae Phytolacca dioica L. umbu FRUT 2
Polygonaceae Ruprechtia laxiflora Meissner marmeleiro-do-mato FRUT 1, 2 Proteaceae Roupala brasiliensis Klotzsch carvalho-brasileiro
Rosaceae Prunus myrtifolia (L.) Urb. pessegueiro-do-mato
Rubiaceae Chomelia obtusa Cham. & Schltdl. rasga-trapo
Guettarda uruguensis Cham. et Schlecht. veludo FRUT 2
Randia armata (Sw.) DC. limoeiro-do-mato
Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-cadela
Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. mamica-de-cadela Salicaceae Banara parviflora (A.Gray) Benth. farinha-seca
Casearia decandra Jacq. guaçatonga FRUT 1
Casearia silvestris Sw. chá-de-bugre MED, FRUT 2
Salix humboltdiana salgueiro
Sapindaceae Allophylus edulis (A. St.-Hil.) Radlk. chal-chal FRUT 1
Cupania vernalis Cambess. camboatá-vermelho
Dodonaea viscosa vassoura-vermelha
Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco
Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum (Mart. et aguaí-açu FRUT 1
Chrysophyllum marginatum (Hook. et Arn.) aguaí-mirim FRUT 2
Pouteria gardneriana (DC.) Radlk. aguaí-de-beira-de-rio FRUT 2
Pouteria salicifolia aguaí-mata-olho FRUT 2
Syderoxylum obtusifolium coronilha FRUT 1
Solanaceae Solanum mauritianum fumo-brabo
Solanum pseudoquina coerana
Solanum sanctaecatharinae Dunal
Urticaceae Cecropia pachystachya Trec. embaúba FRUT 2
FRUT 1: potencial frutífera para o ser humano FRUT 2: frutífera para a fauna
6. SELEÇÃO DAS ESPÉCIES
6.1 Critérios de seleção
Os critérios utilizados para a seleção das espécies foram:
1 – Espécies arbustivas e arbóreas nativas, ou seja, com ocorrência natural no Rio Grande do Sul; 2 – Espécies de categorias sucessionais pioneira, secundária inicial e secundária tardia;
3 – Importância ecológica, tais como, frutífera para fauna, melífera, entre outras.
Cada uma das cerca de 90 espécies foi analisada segundo hábito, fenologia de flor e fruto, tipo de dispersão, categoria sucessional, tipo de fruto, viabilidade da semente, tipo de solo a ser utilizado e usos gerais. O sistema de classificação utilizado foi o de APG II e as espécies estão em ordem alfabética em relação à família.
Algumas espécies a serem produzidas com descrições mais detalhadas:
Lithrea brasiliensis – Anacardiaceae – Aroeira-braba
Hábito: arbóreo. Categoria sucessional: pioneira, secundária inicial Fenologia flor: set-out
Fenologia fruto: nov-mar. Tipo de fruto: carnoso
Dispersão: zoocórica. Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso
Usos: lenha, carvão, madeira (moirões, postes), pólen alergênico.
Schinus molle – Anacardiaceae – Aroeira-salso Hábito: arbóreo. Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: ago-nov
Fenologia fruto: dez-mar. Tipo de fruto: carnoso
Dispersão: zoocórica. Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso, cresce bem em solos degradados.
Usos: frutífera para a fauna, ornamental, medicinal, madeira (tornearia, moirões), alimentação (pimenta), melífera.
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: nov-mar
Fenologia fruto: dez-jul. Tipo de fruto: carnoso
Dispersão: zoocórica. Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso/humoso/pedregoso
Usos: frutífera para fauna, ornamental, melífera, medicinal, madeira (moirões), lenha.
Ilex paraguariensis – Aquifoliaceae – Erva-mate
Hábito: arbustivo/arbóreo Categoria sucessional: clímax no planalto Fenologia flor: out-dez
Fenologia fruto: jan-abr Tipo de fruto: baga Dispersão: zoocórica
Viabilidade da semente: baixa, deve-se estratificar por 4-7 meses, para completar sua maturação fisiológica. O frio também influência a germinação.
Solo: humoso/argiloso
Usos: Erva-mate para cultura do chimarrão, medicinal e frutífera para fauna (aves).
Araucaria angustifolia – Araucariaceae – Pinheiro-brasileiro ou Araucária Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira
Fenologia flor: polinização em set-out
Fenologia fruto: pinhas em abr-ago Tipo de fruto: semente (pinhão) Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: em torno de 120 dias Solo: humoso
Usos: frutífera, comercialização dos pinhões economicamente viável, espécie-chave dentro do ecossistema Floresta Ombrófila Mista (Mata com Araucária)
Butia capitata – Arecaceae – Butiá
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: out-dez
Fenologia fruto: fev-abr Tipo de fruto: carnoso
Solo: arenoso
Usos: frutífera e para fins ornamentais.
Syagrus romanzoffiana – Arecaceae – Jerivá
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: set-mar
Fenologia fruto: fev-ago Tipo de fruto: carnoso/fibroso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: longa Solo: humoso/arenoso
Usos: frutífera para fauna, medicinal e para fins ornamentais.
Gochnatia polymorpha – Asteraceae – Cambará
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira/secundária inicial Fenologia flor: out-dez
Fenologia fruto: dez-fev Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso/argiloso
Usos: adaptada a solos pobres e secos, sendo indicada à recomposição de áreas degradadas, melífera, ornamental, madeira (moirões) e medicinal.
Piptocarpha angustifolia – Asteraceae – Vassourão-branco
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira na Mata com Araucária Fenologia flor: ago-fev
Fenologia fruto: out-fev Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso/argiloso
Usos: rápido crescimento, indicada à recomposição de áreas degradadas.
Vernonia discolor – Asteraceae – Vassourão-preto
Fenologia flor: jul-set
Fenologia fruto: set-nov Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso/argiloso
Usos: rápido crescimento, indicada à recomposição de áreas degradadas.
Patagonula americana – Boraginaceae – Guajuvira Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira agressiva Fenologia flor: jul-nov
Fenologia fruto: out-fev Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: média? Solo: argiloso/arenoso
Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas, copa densa que favorece à nidificação das aves, madeira pesada e dura 780 kg/m³
Cecropia pachystachya – Cecropiaceae – Embaúba Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira
Fenologia flor: set-out
Fenologia fruto: jun-jul Tipo de fruto: carnoso
Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso/arenoso
Usos: frutífera para fauna, ornamental, medicinal.
Terminalia australis – Combretaceae – Sarandi-amarelo Hábito: arbustivo/arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: out-nov
Fenologia fruto: dez-mar Tipo de fruto:? Dispersão: ? Viabilidade da semente: Solo: arenoso/argiloso
Lamanonia ternata – Cunoniaceae – Guaperê
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira na Mata de Araucária Fenologia flor: out-fev
Fenologia fruto: jun-ago Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso/humoso
Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas por ser adaptada a terrenos secos e insolação direta. Melífera.
Diospyros inconstans – Ebenaceae – Caquizinho-do-mato Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: set-dez
Fenologia fruto: mar-mai Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: média Solo: arenoso
Usos: frutífera
Sapium glandulatum – Euphorbiaceae – Pau-de-leite Hábito: arbóreo
Categoria sucessional: pioneira em todos ecossistemas do sul Fenologia flor: set-nov
Fenologia fruto: jan-mar Tipo de fruto: seco Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:? Solo: qualquer
Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas, frutífera para fauna.
Sebastiania commersonianna – Euphorbiaceae – Branquilho Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: quase o ano inteiro, com intensidade de set-nov Fenologia fruto: set-mar Tipo de fruto: fruto seco
Solo: humoso
Usos: indicada à recuperação de matas ciliares.
Sebastiania schottiana – Euphorbiaceae – Sarandi-vermelho Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira
Fenologia flor: ago-set
Fenologia fruto: novembro Tipo de fruto: fruto seco
Dispersão: autocórica (“explosiva”) Viabilidade da semente: ? Solo: humoso
Usos: indicada à recuperação de matas ciliares, por ser fixadora de margens.
Erythroxylum argentinum – Erythroxylaceae – Cocão Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: ago-set
Fenologia fruto: nov-dez Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: média? Solo: arenoso/argiloso
Usos: frutífera para fauna
Casearia sylvestris – Flacourtiaceae – Chá-de-bugre Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: jun-ago
Fenologia fruto: set-nov Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:curta Solo: arenoso/argiloso
Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas, frutífera para fauna e melífera de inverno.
Apuleia leiocarpa – Leguminosae – Grápia
Hábito: arbórea Categoria sucessional: pioneira/secundária inicial Fenologia flor: ago-nov
Fenologia fruto: dez-fev Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: longa Solo: humoso
Usos: madeira de longa durabilidade, ornamental e melífera.
Bauhinia forficata – Leguminosae – Pata-de-vaca
Hábito: árvore Categoria sucessional: pioneira da Mata Atlântica Fenologia flor: out-jan
Fenologia fruto: jul-ago Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: longa Solo: humoso
Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas, ornamental (flores grandes e brancas) e medicinal (folhas).
Calliandra tweediei – Leguminosae – Topete-de-cardeal Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira
Fenologia flor: ago-fev
Fenologia fruto: out-nov Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: média Solo: humoso
Usos: ornamental
Enterolobium contortisiliquum – Leguminosae – Timbaúva Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira
Fenologia flor: novembro
Fenologia fruto: abr-jun Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: média Solo: arenoso
Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas, por seu rápido crescimento e tolerância à solos pobres. Frutífera para fauna. Frutos contêm saponina. Não produzem sementes todos os anos.
Hábito: arbórea
Categoria sucessional: pioneira de terrenos brejosos ou muito úmidos Fenologia flor: nov-dez
Fenologia fruto: fev-mar Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: média Solo: humoso
Usos: ornamental e melífera. Seu tronco rugoso favorece a colonização por epífitas.
Erythrina falcata – Leguminosae – Corticeira-da-serra Hábito: arbóreo
Categoria sucessional: secundária inicial, comum de áreas úmidas e início de encostas Fenologia flor: jun-out
Fenologia fruto: março Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: média Solo: humoso
Usos: ornamental, nectarífera, indicada à recuperação de matas ciliares.
Inga marginata – Leguminosae – Ingá-feijão
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira/secundária inicial Fenologia flor: jan-mar
Fenologia fruto: fev-mai Tipo de fruto: carnoso
Dispersão: zoocórica/hidrocórica Viabilidade da semente: curta Solo: argiloso
Usos: frutífera para fauna, comum em matas ciliares.
Inga vera – Leguminosae – Ingá-de-beira-de-rio
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: out-fev
Fenologia fruto: mar-abr Tipo de fruto: carnoso
Solo: humoso
Usos: frutífera para fauna, comum em matas ciliares.
Mimosa bimucronata – Leguminosae – Maricá Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: jan-mar
Fenologia fruto: mai-jun Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: hidrocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso
Usos: melífera, madeira para lenha (alto valor calorífico) e quebra vento.
Mimosa scabrella – Leguminosae – Bracatinga Hábito: arbóreo
Categoria sucessional: pioneira exclusiva da Mata de Araucária Fenologia flor: longo período, com intensidade de jun-ago Fenologia fruto: nov-jan Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: ? Solo: qualquer
Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas pelo seu rápido crescimento e por incorporar fósforo e nitrogênio através de seus nódulos radiculares. Melífera de inverno.
Parapiptadenia rigida – Leguminosae – Angico
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira/secundária inicial Fenologia flor: nov-dez
Fenologia fruto: jul-set Tipo de fruto: fruto seco
Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: média Solo: qualquer
Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas. Melífera, casca rica em tanino. Madeira durável e resistente.
Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: abr-mai
Fenologia fruto: jun-jul Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: autocórica Viabilidade da semente: longa Solo: humoso
Usos: ornamental e medicinal.
Sesbania virgata – Leguminosae – Cambaí Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: jan-fev
Fenologia fruto: fev-abr Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: hidrocórica Viabilidade da semente: média Solo: humoso
Usos: indicada à recomposição de áreas degradadas.
Ficus cestrifolia – Moraceae – Figueira-de-folha-miúda Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: ?
Fenologia fruto: mar-ago, mas muito variável Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta
Solo:arenoso/humoso Usos: frutífera para fauna.
Myrsine coriacea, M. umbellata, M. guianensis – Myrsinaceae – Capororoca Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira
Fenologia flor: variável
Fenologia fruto: jun-nov Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso/argiloso
Eugenia uniflora – Myrtaceae – Pitanga
Hábito: arvoreta Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: ago-out
Fenologia fruto: nov-jan Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso
Usos: frutífera para fauna e medicinal.
Psidium cattleyanum – Myrtaceae – Araçá
Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira comum nas restingas Fenologia flor: out-nov
Fenologia fruto: fev-mar Tipo de fruto: carnoso Dispersão:zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso/arenoso
Usos: frutífera, indispensável na recuperação de áreas degradadas.
Phytolacca dioica – Phytolacaceae – Umbu Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: set-nov
Fenologia fruto: jan-mar Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso
Usos: frutífera para fauna e ornamental. Indicada à recomposição de áreas degradadas devido ao seu rápido crescimento.
Salix humboltdiana – Salicaceae – Salgueiro-criolo
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira de solos úmidos Fenologia flor: set-nov
Fenologia fruto: dez-jan Tipo de fruto: carnoso
Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso
Usos: ornamental e indicada à recomposição de matas ciliares por ser fixadora de margens.
Cupania vernalis – Sapindaceae – Camboatá-vermelho Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: abr-set
Fenologia fruto: out-dez Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:curta Solo: arenoso/argiloso
Usos: frutífera para fauna e melífera.
Dodonaea viscosa – Sapindaceae – Vassoura-vermelha Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira
Fenologia flor: ago-set
Fenologia fruto: nov-dez Tipo de fruto: carnoso Dispersão:anemocórica Viabilidade da semente: curta Solo: arenoso
Usos: indicada na recuperação de áreas degradas. Medicinal.
Matayba eleagnoides – Sapindaceae – Camboatá-branco Hábito: arbóreo Categoria sucessional: secundária inicial Fenologia flor: out-nov
Fenologia fruto: dez-jan Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:curta Solo: argiloso/arenoso
Usos: frutífera para fauna.
Chrysophylum marginatum – Sapotaceae – Aguaí Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: jan-abr
Fenologia fruto: jul-out Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta
Solo: argiloso
Usos: indicada na recuperação de áreas degradadas.
Pouteria salicifolia – Sapotaceae – Mata-olho Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: out-dez
Fenologia fruto: mar-abr Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:? Solo: humoso
Usos: frutífera para fauna. Indicada na recomposição de matas ciliares por ser fixadora de margens.
Solanum mauritianum – Solanaceae – Fumo-bravo Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: nov-abr
Fenologia fruto: dez-mai Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: curta Solo: humoso
Usos: frutífera para fauna. É indicada para recuperação de áreas degradadas.
Solanum pseudoquina – Solanaceae – Coerana Hábito: arbórea Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: set-dez
Fenologia fruto: abr-mai Tipo de fruto: baga carnosa Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:curta Solo: argiloso
Usos: frutífera para fauna e melífera. Rústica, de rápido crescimento, sendo indicada para recuperação de áreas degradadas.
Luehea divaricata – Tiliaceae – Açoita-cavalo
Hábito: arbóreo Categoria sucessional: pioneira/secundária inicial Fenologia flor: jan-mar
Fenologia fruto: abr-jun Tipo de fruto: fruto seco Dispersão: anemocórica Viabilidade da semente: média Solo: qualquer
Usos: melífera e indicada para recuperação de áreas degradadas e matas ciliares.
Trema micrantha – Ulmaceae – Grandiuva Hábito: arbórea Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: set-nov
Fenologia fruto: fev-abr Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente: longa Solo: argiloso
Usos: frutífera para fauna e melífera. De rápido crescimento, sendo indicada para recuperação de áreas degradadas.
Aegiphila sellowiana – Verbenaceae – Gaioleira Hábito: arvoreta Categoria sucessional: pioneira Fenologia flor: dez
Fenologia fruto: jan-fev Tipo de fruto: carnoso Dispersão: zoocórica Viabilidade da semente:? Solo: qualquer
Usos: frutífera para fauna. De rápido crescimento, sendo indicada para recuperação de áreas degradadas.
6.2 Análise dos períodos de coleta de sementes
Com os dados fenológicos das espécies elencadas para serem multiplicadas no viveiro, torna-se possível programar saídas a campo para coleta de sementes. Através de uma prévia identificação e cadastro de plantas matrizes, pode-se ter uma rastreabilidade quanto à origem e características fenológicas das plantas multiplicadas, além de aspectos como a variabilidade genética (quantidade de indivíduos que fornecem as
sementes) e adaptabilidade a ambientes diversos. A tabela e o gráfico 1 mostram a distribuição da frutificação das espécies ao longo do ano.
Tabela 1: Quantidade de espécies frutificando ao longo do ano
v A 0 5 10 15 20 25 Qtde. Espécie SEMENTES Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Gráfico 1: Distribuição de frutificação ao longo do ano
7. ESTUDO ECONÔMICO 7.1 Orçamento
FERRAMENTAS Qtdade custo unitário Total
pá de corte quadrado 2 17,90 35,80 pá de concha de bico 2 17,90 35,80 alicate 1 25,00 25,00 martelo 1 15,00 15,00 podões 2 8,90 17,80 sachos 2 14,00 28,00 facões 2 12,00 24,00 enxada 2 16,90 33,80 enxadão 2 14,90 29,80 ancinho 2 9,50 19,00 foice 2 12,00 24,00 serrote 1 25,00 25,00 regador 2 16,00 32,00 balde 15L 2 3,50 7,00 peneira 3 15,00 45,00
mangueira (30m) 1 58,90 58,90
carrinho de mão 1 77,00 77,00
pulverizador costal 1 203,00 203,00
luvas 2 4,50 9,00
vassoura jardinagem 1 12,00 12,00
Custo parcial ferramentas 756,90
Área germinação/repicagem sombrite (3 m largura x 50m) 3 422,26 1266,78 mangueira preta (50m) 4 35,00 140,00 cotonetes 10 3,00 30,00 brita ou cascalho 12 22,00 264,00 areia média (m3) moirão 30cm X 3 m 11 15,00 165,00 costaneiras 62 1,40 86,80 sarrafo 5x7 6,79 escora 3m 3,00 escora 4m 45 4,00 180,00 pregos (Kg) 10 8,00 80,00 arame queimado (Kg) 20 10,60 212,00
caixa d'água 1000 Litros 1 255,00 255,00
Custo parcial estrutura 2679,58
material de consumo (30000 mudas)
composto orgânico (m3) 35 26,25 918,75
areia média (m3) 35 12,42 434,70
Solo, Argisolo (m3) 53
sacos plásticos (15x25cm) mil 30 18,13 543,90 sacos plásticos (35x40cm) mil 3 140,73 422,19
Custo parcial para 30.000 mudas 2319,54
Custo Total 5756,02 7.2 Cálculos Área (m2) células 20,25 viveiros (m2) 18 364,5 canteiros (m2) 247,5 caminhos (m2) 117 sacos mudas
diâmetro (cm) altura (cm) área (m2) Qtde viveiro Qtde germin. Vol(m3) milh
8 15 0,005024 49264 36276 0,7536 10 20 0,00785 31529 23217 1,5700 15 25 0,017663 14013 10318 4,4156 20 30 0,0314 7882 5804 9,4200 25 40 0,049063 5045 3715 19,6250 35 40 0,096163 2574 1895 38,4650
sombra horto germinação 9 182,25
canteiros (m2) 127,575
espaços (m2) 54,675
sombrite viveiro (metro linear) 108
sombrite horto 40,5
sombrite total 148,5
Brita cobertura piso total 364,5 36,45
canteiros 247,5 24,75
caminhos 117 11,7
Espaço Bancadas germ. (m) 4 100
caixa de muda (0,7 m x 0,5 m) 120 92,4 espaços (m) 7,6 Qtde sementes 150 18000 Taxa sobrevivência s/r/m* 60% 10800 *semente/repicagem/muda mudas Substrato (m3) 132,47 areia - 30% 33,12 composto orgânico - 30% 33,51 argisolo - 40% 66,23 7.3 Balanço Econômico
custo estrutura em três anos 0,126 custo variável insumos 0,085 preço mercado muda 1 ano: R$ 1,50 preço mercado muda 4-8 anos: R$ 6-8,00
Despesas (R$) 3 anos 5 anos
Qtde. mudas produzidas 30000 50000
estrutura 3436,48 687,30 manutenção (30%) 1030,94 206,19 mão-de-obra (R$400,00)1 28800,00 48000,00 material consumo 2319,54 3865,90 imprevistos (30%) 695,86 1159,77 total 36282,83 53919,15
total, sem mão de obra 7482,83 5919,15 Receita (R$)
venda mudas 45000,00 75000,00
mínimo esperado2 24188,55 35946,10 Custo unitário da muda (R$) 1,21 1,08 Saldo (R$)
retorno financeiro líquido 8717,17 21080,85 retorno financeiro comunitário 37517,17 69080,85 1- Um empregado com salário de R$400,00 totalizando,
com encargos e 13º, uma despesa mensal de R$800,00;
2- Mínimo de vendas esperado para compensar despesas;
8. PROPOSTA DE EXPANSÃO DA ATIVIDADE
Para a continuidade e ampliação da estrutura de produção de mudas, estão propostos novos viveiros com o mesmo padrão de construção, porém com uma área de 486 m2 que representa uma área útil de 330 m2, possibilitando a produção de 18600 mudas. O custo ficaria em torno de R$ 3.500,00 cada. Como o retorno financeiro no final do quinto ano seria de aproximadamente R$ 21.000,00 torna-se viável a expansão.
Os custos de construção do galpão para guardar ferramentas e outros materiais não foram considerados neste projeto porque a comunidade já se organizou nesse sentido e estará construindo tal estrutura para uso diverso.
9. CRONOGRAMA
2007 2008
ATIVIDADES MAR - MAI JUN - JUL AGO - OUT NOV - DEZ JAN - MAR
Apresentação do projeto a comunidade X Zoneamento das áreas-alvo agroecológicas X Planejamento da construção do viveiro X Planejamento das coletas de sementes X
Sensibilização da comunidade ao projeto X X X X
Implantação do viveiro X
Plantio de sementes para produção de mudas X X X X X
Plantio definitivo nas áreas de interesse X X X
Formação ambiental da comunidade X X X
2007 2008
10. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. Nova Odessa, SP. Instituto Plantarum, Vol. 1 e 2, 4ª ed. 2002;
BRACK, P. (et. al) Árvores e arbustos na vegetação natural de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. IHERINGIA, ser. Bot., Porto Alegre, nº51(II), p.139-166, out.1998.
IRGANG, B.E.; BACKES, P. Mata Atläntica. As Árvores e a Paisagem. 1. ed. Porto Alegre: Paisagem do Sul, 2005. 393 p.
BACKES, P.; IRGANG, B. E. Árvores cultivadas no sul do Brasil. 1. ed. Porto Alegre: Paisagens do Sul, 2004.
IRGANG, B. E.; BACKES, P. Árvores do Sul. 1. ed. Santa Cruz do Sul: Instituto Souza Cruz, 2002. v. 1. 326 p.
FLORIANO, E.P. Armazenamento de sementes florestais, caderno didático nº 1, 1ª. ed. Santa Rosa, 2004. 10p.
FLORIANO, E.P. Germinação e dormência de sementes florestais, Caderno Didático nº2, 1ª. ed. Santa Rosa, 2004. 19 p. il.
SECRETARIA DA AGRICULTURA. Viveiros, instruções para instalação. Estado do Rio Grande do Sul, Depto. Recursos Naturais Renováveis. 1980. 48 p.