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Rev. Educação Matemática em Revista - FAMPER, Ampére, v.3, n. 01, p , edição especial ISSN

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Rev. Educação Matemática em Revista - FAMPER, Ampére, v.3, n. 01, p.119 – 124, edição especial. 2016. ISSN 2359-5213

LUDICIDADE MATEMÁTICA: O ENSINO - APRENDIZAGEM ATRAVÉS DOS JOGOS E DAS BRINCADEIRAS

Tamiris Ceolin1 Patrícia Donadel 2

Resumo: Este artigo reflete sobre a importância da ludicidade no ensino da matemática, tanto nas séries iniciais quando nos anos finais do Ensino Fundamental. Estimular o aluno a aprender matemática de forma lúdica pode ser uma estratégia de apoio ao professor que trabalhando dessa forma não está somente abordando conceitos matemáticos básicos, mas sim consegue promover no educando um amplo desenvolvimento dos sentimentos de ser capaz e ir muito mais além do seu conhecimento. Na primeira parte do artigo aborda-se o conceito de ludicidade no geral, logo após observar-se os vínculos existentes entre a matemática e a ludicidade no ambiente escolar, e por fim busca-se apresentar os benefícios de ensinar matemática através das propostas pedagógicas a cerca da ludicidade.

Palavras-chave: Ludicidade, matemática. Aprendizagem. Educação matemática.

1. INTRODUÇÃO

No discurso da teoria inatista, acreditava-se que o indivíduo era estático perante ao desenvolvimento do conhecimento. A mente da criança seria então como uma folha em branco, na qual se escreveria o que se quisesse. Era o tipo de ensino empirista, centrado na memorização do conteúdo e não no raciocínio e na interpretação. Ensino que muitas vezes se tornava cansativo e desinteressante, levando, na maioria das vezes, à anulação do pensamento divergente e da criatividade, à massificação. Assim surge a ludicidade no campo da matemática, um método mais concreto do ensino-aprendizagem dessa disciplina que causa espanto em muitas pessoas, as quais preferem distância da mesma ao invés de tentar desvendar os seus mistérios, que por sinal são uns dos mais complexos do mundo e da vida humana.

Através deste contexto surge um método chamado de ludicidade matemática que aborda os problemas em forma de jogos ou brincadeiras, um modo mais atrativo e estimulante para os alunos e uma estratégia de apoio no ensino no professor. Na primeira parte do artigo buscou-se abordar sobre o conceito de ludicidade, o que ela significa e o porquê de ter

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Acadêmica do oitavo período do curso de Matemática da FAMPER- Faculdade de Ampére.

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surgido, após isso, foi abordado sobre os vínculos existentes entre a Matemática e a ludicidade, como elas juntas podem ajudar na melhora do ensino-aprendizagem, e por fim buscou-se apresentar os benefícios que o lúdico trás, tanto para o aluno quanto para a disciplina de Matemática.

2. A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA VIDA ESCOLAR

Na atividade lúdica para que possa haver um bom aproveitamento, deve-se propiciar ao sujeito momentos de encontro consigo e com o mundo, momentos de fantasia, de alegria, e principalmente de assimilação do conhecimento em questão. Muitas vezes o jogo foi entendido como uma forma de negligência, por ser visto apenas como um passatempo e não um meio alternativo para o ensino-aprendizagem, que neste caso, faz com que o aluno se motive a buscar mais conceitos e aplicações práticas relacionadas ao conteúdo.

2.1 Conceito de Ludicidade

A palavra ludicidade deriva de ludus, que significa jogo, ou brincadeira. No vocabulário latino o significado de lúdico mistura muitas ideias, dentre elas podemos observar diversão e passatempo, ou ainda o exercício de uma tarefa que misture diversão com um método de ensino-aprendizagem.

Quando ouvimos ou falamos sobre ludicidade o que nos vem logo à mente é o jogo, mas a ludicidade não se restringe apenas ao ato de jogar, ou brincar, e sim abrange um amplo leque de conceitos e atividades que podem nos ajudar muito no ato de ensinar. Para a professora especialista Almeida (2002).

são lúdicas as atividades que propiciem a vivência plena do aqui-agora, integrando a ação, o pensamento e o sentimento. A ludicidade exige uma predisposição interna, o que não se adquire apenas com a aquisição de conceitos, de conhecimentos, embora estes sejam muito importantes.

O educador deve ter sempre um objetivo por trás de cada atividade lúdica que quer desenvolver com a sua turma, por vezes sua maior intenção deve estar entre promover exercícios diferenciados de interação entre os alunos, que prenda a atenção da sala e que também proporcione a eles um melhor entendimento de um conteúdo especifico que durante a explicação teórica possa ter ficado vago.

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As atividades lúdicas devem proporcionar prazer quando executadas e o máximo de aproveitamento. Luckesi (2003) define a atividade lúdica como aquela que propicia a “plenitude da experiência” em quem a prática, já que em quase todos os momentos a atividade lúdica se caracteriza como uma atividade divertida juntamente com a experiência de plenitude que ela possibilita a quem vivencia seus atos, na qual o indivíduo se desenvolve por inteiro.

Essas atividades consistem em exercícios físicos sadios que propiciam um relaxamento intelectual, desapego de sentimentos negativos e agressivos e propiciam a uma maior autoestima e sentimento de segurança em relação a algo que até então despertava incerteza. A atividade lúdica se bem pensada pode abranger o campo interdisciplinar, visto que em atividades pedagógicas bem planejadas podemos trabalhar a interdisciplinaridade em uma mesma turma sem problema algum.

Nas últimas décadas as atividades lúdicas estão muito utilizadas nos currículos, então é importante ressaltar que as atividades lúdicas não se reduzem apenas a jogos ou brincadeiras de caráter infantil, devemos aceitá-las como auxiliadoras no desenvolvimento do processo educacional e intelectual das crianças, se revela uma educação enriquecedora para todos os envolvidos direta e indiretamente, os alunos devem ter oportunidades para desenvolverem e colocarem em prática os conhecimentos adquiridos durante a aula. Entregar-se a atividade despreocupadamente, assim aproveitando ao máximo os conceitos que quer ser passado através do lúdico é a melhor forma de se obter um aproveitamento máximo do que se quer transmitir.

2.2 A matemática e a ludicidade

As noções matemáticas surgem através de situações do cotidiano, porém não são percebidas rapidamente, pois podem passar despercebidas aos olhos dos educadores e, principalmente, dos educandos. Ao longo da vida a humanidade se depara com situações que exigem grande capacidade de criar, improvisar e buscar caminhos diferentes para a resolução de problemas, nesse contexto é que se pensa em profissionais polivalentes, que tenham habilidade e experiência suficientes para enfrentar o dia-a-dia.

É necessário tornar o ambiente escolar em um lugar agradável ao aluno e que favoreça a aprendizagem dos educandos, proporcionando um acesso amplo a diversos tipos de materiais. O contato com esses objetos deve ter a orientação do professor, pois as noções

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matemáticas não estão no material e sim nas relações que a criança estabelece. Dessa forma, ele deve criar oportunidades para que os educandos possam construir conceitos matemáticos.

É imprescindível direcionar o aluno a pensar nas múltiplas relações que podem ser estabelecidas entre os objetos com os quais trabalha. Várias situações do cotidiano escolar podem ser trabalhadas matematicamente como, por exemplo, os nomes dos alunos, que podem ser classificados com a quantidade de letras que têm. Borin (2002), em suas contribuições para o ensino da matemática enfatiza em sua obra que “o jogo tem um papel muito importante no desenvolvimento de habilidades de raciocínio como organização, atenção e concentração, aspectos esses necessários para a aprendizagem matemática.”

O jogo tem sido apresentado como alternativa para a utilização do lúdico no ensino da matemática, uma vez que muitos apontam a mesma como uma disciplina normalmente ensinada sem atrativos, levantando a problemática do fracasso escolar encontrada em muitas turmas. O espaço físico da sala de aula é como um ponto que deve ser melhorado, pois auxilia muito no ensino-aprendizagem dos conceitos matemáticos na teoria e na prática.

A sala de aula matematizada deve apresentar objetos para o aluno manusear, contar agrupar, enfim, estabelecer relações entre eles que remetam os conceitos aprendidos a serem utilizados no mundo lá fora, sem contar que é importante que todo o material esteja acessível aos alunos de modo a facilitar o seu manuseio. Depois das atividades práticas, é necessário que o professor discuta com sua turma os processos que eles utilizaram na solução dos problemas propostos e a origem das práticas que foram utilizadas no desenvolvimento da atividade.

2.3 Benefícios de ensinar matemática através da ludicidade

Com relação à matemática, jogos que possuem regras possibilitam ao educando construir relações qualitativas e lógicas, agem no desenvolvimento da socialização, aprender a raciocinar, a questionar seus erros e acertos, bem como comemorar suas vitórias de forma saudável e aceitar suas derrotas como forma de reconhecer erros e aperfeiçoar seu conhecimento em busca de mais acertos. Para Piaget (1977), “toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras.”

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Diversas são as referências feitas ao uso do jogo no ensino de matemática. Os jogos têm sido utilizados no ensino da Matemática com as intenções de ensinar os conteúdos de forma que os mesmos se tornem mais compreensíveis e de forma mais agradável, isto é, com intencionalidade educativa, na tentativa de superar o fracasso escolar. Nas suas contribuições Kishimoto (2003) afirma que “o jogo tem a finalidade de desenvolver habilidades de resolução de problemas, possibilitando ao aluno a oportunidade de estabelecer planos de ação para atingir seus objetivos, executar suas jogadas e avaliar sua eficácia nos resultados.”

Com a utilização do lúdico nunca se está perdendo tempo. Com eles, os alunos aprendem a aprender, a estudar, investigar, tomar decisões, analisar as condições. É importante que os alunos se conscientizem de que isso não é apenas um entretenimento, mas que implica a sua responsabilidade, respeito, uma vez que não se trata de passar algum tempo brincando, mas de aprender de forma divertida, e o máximo possível que puder tirar de aproveitamento. Segundo Piaget (1971).

a criança que joga desenvolve suas percepções, sua inteligência, suas tendências à experimentação, seus instintos sociais. Brincando e jogando, ela aplica seus esquemas mentais à realidade que a acerca. Jogar contribui para a formação intelectual da criança, para a construção do pensamento formal capaz de manipular o raciocínio.

Não restam dúvidas de que as atividades lúdicas envolvem muito mais os alunos durante a aula, além disso, dão aos educandos a oportunidade de participar, se envolver e expressar seus pensamentos e conhecimentos durante o tempo disponível para atividade em questão.

3. CONCLUSÃO

A utilização do lúdico é considerada uma das tendências mais atuais da educação matemática no Brasil, onde o rendimento dos alunos nesta disciplina ainda é muito baixo. A ludicidade chega até os planos de ensino dos professores como uma forma de melhorar o rendimento do aluno em sala de aula, chamar sua atenção para o concreto e demonstrar o quanto a matemática é simples, útil e fácil de ser compreendida.

Acredita-se que esse tipo de atividade envolve os alunos e pode, inclusive, fazer com que eles venham a gostar e, consequentemente, interessar-se por questões matemáticas, pois além de tornar as aulas mais interessantes, a ludicidade contribui para fazer o aluno pensar

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produtivamente, colocando-os diante de situações novas, e fazendo-os enxergar aplicações da matemática.

Ao longo da história da humanidade, sabe-se que o homem buscou a criação de uma infinidade de métodos matemáticos que pudessem resolver seus problemas. Hoje, diante das mais variadas mudanças proporcionadas pelo avanço tecnológico, faz-se necessário cada vez mais a existência de indivíduos criativos que possam criar novos métodos a fim de socializar novos conhecimentos.

Portanto, o indivíduo deve estar preparado para se adaptar as mais variadas situações para poder exercer suas atividades com sucesso. Cabe ao professor de matemática proporcionar, por meio de situações de ensino-aprendizagem, essas habilidades aos estudantes.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Anne. Ludicidade como instrumento pedagógico. Disponível em <http://www.cdof.com.br/recrea22.htm>. Acesso em: 05 de mai. 2016.

BORIN, Júlia. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. São Paulo: IME/USP, 2002.

KISHIMOTO, Tizoko Morchila. Jogo, brinquedo e a educação. São Paulo: Cortez, 2003. LUCKESI, Cipriano Carlos. Desenvolvimento dos estados de consciência e ludicidade.

Disponível em:

<http://www.biossintese.psc.br/textos_artigos/Desenvolvimento_consci%C3%AAncia_ludici dade_cipriano_luchesi.pdf>. Acesso em: 05 de mai. 2016.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

______. O julgamento moral da criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977.

SANTOS, Santa Marli Pires dos. O Lúdico na Formação do Educador. 6ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.

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