WEBINAR COVID-19
E SEUS IMPACTOS LEGAIS NO BRASIL
AS MEDIDAS DO GOVERNO NO
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
E SISTEMA DE PAGAMENTOS
1
MEDIDAS DO CMN E
BACEN PARA REFORÇAR
DEPÓSITOS
COMPULSÓRIOS
(CIRCULAR Nº
3.393/20)
No final de fevereiro de 2020, o Banco Central reduziu o percentual de
depósito compulsório sobre os recursos a prazo de 31% para 25%, como um primeiro esforço para reforçar a liquidez no sistema financeiro. Em 16 de março de 2020, houve uma nova redução, agora de 25% para 17%.
A redução libera recursos que ficavam depositados junto ao Banco
Central para a originação de novas operações de crédito. O regulador estima uma liberação de R$ 118 bilhões de reais com as medidas.
A medida é válida, em princípio, até o mês de dezembro de 2020, a
Em linha com as regras prudenciais internacionalmente recomendadas,
o LCR foi criado por meio da Circular nº 3.749/15, e tem por objetivo manter uma reserva mínima de ativos líquidos por parte de instituições financeiras classificadas como “S1” para absorverem choques em
cenários de estresse de liquidez.
O LCR representa a razão entre Ativos de Alta Liquidez (High Quality Liquidty Assets – HQLA) e total de saídas líquidas de caixa previstas
para um período de trinta dias.
O Banco Central passou a considerar o montante de reservas
compulsórias totais recolhidas junto ao Banco Central de 15% para 30% (i.e., aumento do numerador da razão), o que libera as instituições
financeiras de carregarem outros ativos líquidos de alta qualidade para o cumprimento do LCR. Segundo estimativas do regulador, esta medida deve liberar um volume de R$86 bilhões de caixa livre, o que também representa uma ferramenta de reforço de liquidez.
ÍNDICE DE
LIQUIDEZ DE
CURTO PRAZO
(CIRCULAR Nº
3.986/20)
A norma dispensa, temporariamente, a aplicação de dois critérios
que são usualmente considerados pelas instituições financeiras para provisionamento:
a contraparte não tem mais capacidade financeira para honrar
a obrigação nas condições pactuadas, conforme critérios da instituição; e
a renegociação de instrumentos financeiros que implique a
concessão de vantagens à contraparte em decorrência da deterioração da sua qualidade creditícia ou da qualidade creditícia do interveniente ou do instrumento mitigador.
A dispensa dos critérios acima indicados não é válida para
reestruturações de operações de crédito (i) já caracterizadas como ativos problemáticos na data de publicação da norma (i.e., 16 de março de 2020); e (ii) com evidências de ausência de capacidade financeira da contraparte para honrar a obrigação nas novas
condições pactuadas.
Segundo estimativas divulgadas pelo Banco Central,
aproximadamente R$ 3,2 trilhões de créditos seriam qualificáveis a se beneficiar dessa medida, cuja renegociação dependerá do
interesse e da conveniência de bancos e tomadores.
FLEXIBILIZAÇÃO
DA REGRAS DE
PROVISIONAMENTO
(RESOLUÇÃO Nº
4.782/20)
Reduziu-se alguns parâmetros de capital exigidos das instituições
financeiras com o intuito de expandir a capacidade de bancos
renegociarem operações de crédito e manter o fluxo de concessão de novas operações.
O Adicional de Conservação de Capital Principal (ACPConservação) foi
reduzido de 2,5% para 1,25% pelo prazo de um ano, o que amplia a folga de capital do SFN e reforça a capacidade das instituições de conceder empréstimos.
Após o período de um ano, o ACPConservação será gradualmente
reestabelecido até 31 de março de 2022 ao patamar de 2,5%. Segundo estimativas do regulador, tal medida tem capacidade de expandir a concessão de crédito em R$ 640 bilhões.
REDUÇÃO DO
ADICIONAL DE
CONSERVAÇÃO
DE CAPITAL
PRINCIPAL
(RESOLUÇÃO Nº
4.783/20)
O Banco Central passará a fazer Repo (compra com compromisso de
revenda) de títulos do tesouro nacional denominados em US$ de posse de instituições financeiras nacionais, com uma aplicação de deságio de 10% em relação aos preços de mercado e transferência de margem durante a vigência da operação sempre que a exposição for igual ou superior a US$ 500 mil.
O objetivo dessa medida é dar liquidez ao mercado de títulos soberanos
brasileiros, de tal forma (i) a diminuir a volatilidade do mercado de
negociação desses títulos e (ii) a oferecer liquidez em US$ para bancos nacionais.
REPO DE TÍTULOS
SOBERANOS
DENOMINADOS
EM US$.
O Banco Central permitiu a realização de depósitos a prazo com
garantias especiais, que consistem em depósitos captados por instituições financeiras associadas ao FGC e que contêm garantia especial do FGC no valor máximo de até R$ 40 milhões.
Permitiu-se às instituições financeiras captar DPGEs em montante
equivalente ao patrimônio líquido ajustado (PLA), ou a diferença entre cinco vezes o PLA e o valor de referência de R$ 2 bilhões, sendo que, de forma global, a captação está limitada a R$ 2 bilhões.
DEPÓSITOS A
PRAZO COM
GARANTIAS
ESPECIAIS
(DPGES)
(RESOLUÇÃO Nº
4.799/20)
Conforme regras vigentes, 35% dos recursos captados por instituições
financeiras deveriam ser direcionados a operações de crédito rural, sendo calculados pela média aritmética dos saldos diários das LCA emitidas.
Para dar flexibilidade a instituições financeiras de menor porte, era
permitida a aplicação de um redutor de R$ 100 milhões no cálculo dos direcionamentos para aquelas instituições com Patrimônio de
Referência nível 1 (PR1) inferior a R$ 1,5 bilhões.
O CMN estabeleceu que até 31 de maio de 2021, instituições
financeiras com PR1 de até R$ 5 bilhões poderão aplicar uma dedução de R$ 500 milhões na base de cálculo dos direcionamentos obrigatórios.
Com tal medida, fica ampliado o rol de instituições financeiras que
poderão aplicar o redutor e elevar substancialmente o valor do redutor aplicado. Com efeito, espera-se que haja maior disponibilidade de recursos para a realização de diversas outras operações por referidas instituições.
FLEXIBILIZAÇÃO
NAS LETRAS DE
CRÉDITO DO
AGRONEGÓCIO
(RESOLUÇÃO
Nº 4.787)
O Banco Central fica autorizado a conceder empréstimos a bancos
múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas
econômicas com lastro em debêntures (títulos privados) de titularidade dessas instituições, adquiridas no mercado secundário após a entrada em vigor da norma, desde que determinadas condições previstas na norma sejam atendidas.
Além de serem garantidos pelas debêntures, os empréstimos serão
garantidos por recolhimentos compulsórios mantidos em contas
Reservas Bancárias, em montante equivalente a, no mínimo, o total das operações.
As operações estarão disponíveis para contratação pelas instituições
financeiras até 30 de abril de 2020 e poderão ser contratadas por um prazo de até 125 dias úteis, admitindo-se, a critério do Banco Central, uma prorrogação por até 125 dias úteis, observado o prazo total máximo de 359 dias corridos.
Taxa = Selic + acréscimo a ser negociado com o Banco Central.
EMPRÉSTIMO
COM LASTRO EM
DEBÊNTURES
(RESOLUÇÃO
Nº 4.786)
Permitiu-se que os bancos pertencentes ao segmento S1 aumentem o
volume de recompra de Letras Financeiras de emissão própria dos 5% atualmente permitidos para 20% de sua emissão.
Com essas medidas, o Banco Central espera fornecer mecanismos para
que as instituições financeiras possam atender à demanda por liquidez de seus papéis no mercado, projetando um potencial para recompra adicional na ordem de R$ 30 bilhões.
AMPLIAÇÃO DO
LIMITE DE
RECOMPRA DE
LETRAS
FINANCEIRAS
(RESOLUÇÃO
Nº 4.788/20)
Em razão de um tratamento fiscal não equitativo, instituições
financeiras são obrigadas a fazer um overhedge em relação aos investimentos detidos em sociedades estrangeiras para a condução de seus negócios no exterior.
Considerando a tributação do hedge, a instituição local contrata um
valor de hedge superior à efetiva exposição, de forma que,
considerando o valor líquido de tributos, a exposição do hedge esteja casada com a exposição da participação societária em entidade
estrangeira.
Estendeu-se o benefício anteriormente concedido às instituições
financeiras para que estas deixem de deduzir do Capital Principal os créditos tributários relacionados aos prejuízos fiscais decorrentes de operações de over hedge (operação vendida em moeda estrangeira).
A MP 930 tem o objetivo de eliminar a necessidade de overhege.
Tanto a variação cambial da parcela do investimento no exterior
quanto a variação cambial do respective hedge passam a fazer parte da base de cálculo do IRPJ e CSLL. A regra passa a ser válida a partir do exercício financeiro de 2021 na seguinte proporção: (i) 50% em 2021; e (ii) 100% em 2022.
OVERHEDGE DE
INVESTIMENTOS
EM PARTICIPAÇÕES
NO EXTERIOR
(RESOLUÇÃO
Nº 4784/20 E
MEDIDA
PROVISÓRIA 930)
Ao atuar nas operações de Mercado Aberto (Open Market) como
“doador” de recursos, com o objetivo aumentar a duração da liquidez das instituições financeiras, o Banco Central ampliou o prazo das operações compromissadas com lastro em títulos públicos federais (TPF) realizadas com instituições financeiras, em até um ano.
As operações compromissadas com lastro em títulos públicos federais
são operações pelas quais o Banco Central confere liquidez às
instituições financeiras, por meio da compra de títulos públicos federais de titularidade destas instituições, que se obrigam a recomprá-los, em condições previamente estabelecidas.
Assim, a extensão do prazo dessas operações compromissadas visa
trazer maior eficiência na precificação dos juros e melhor alinhamento frente à demanda por liquidez de curtíssimo prazo que os agentes do mercado terão no presente cenário econômico.
BC DOADOR DE
RECURSOS, DE
ATÉ 1 ANO, VIA
COMPROMISSADA
COM LASTRO
Ainda no contexto das operações de mercado aberto, os bancos são
obrigados a realizar ao final de cada dia o nivelamento de sua liquidez, ajuste fino visando equilibrar eventuais desequilíbrios momentâneos, pagando em certos casos uma taxa punitiva, o spread do nivelamento de liquidez.
Com o objetivo de possibilitar maior liquidez às instituições financeiras,
o Banco Central reduziu o referido spread de +65 pontos base (basis
points - bps) para + 10 pontos base (cada bp é equivalente a 0,01
ponto percentual).
O Banco Central entende que haverá mitigação do impacto do risco
operacional causado pelos efeitos do coronavírus na economia.
REDUÇÃO DO
SPREAD DO
NIVELAMENTO
DE LIQUIDEZ DE
+65 BPS PARA
+ 10 BPS.
O Banco Central fica autorizado a adquirir, apenas no mercado
primário, Letras Financeiras emitidas por determinadas instituições financeiras com garantia de ativos financeiros e valores mobiliários. A operação foi batizada como “Linha Temporária Especial de Liquidez – LTEL-LFG.
A medida é destinada apenas a bancos múltiplos, bancos comerciais,
bancos de investimento, caixas econômicas e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), titulares de Conta Reservas Bancárias.
A garantia exigida pelo Banco Central consiste em uma cessão
fiduciária de ativos financeiros ou valores mobiliários, sendo que, como garantia, serão aceitos os seguintes ativos financeiros ou valores mobiliários (os quais devem atender, ainda, determinados critérios estabelecidos pela regulamentação): (i) operações de crédito; (ii) operações de arrendamento mercantil; (iii) outras operações com característica de concessão de crédito; (iv) debêntures que não
tenham cláusula de subordinação ou conversão em ações e que não sejam emitidas por empresas financeiras ou por empresas direta ou indiretamente controladas por instituições financeiras ou controladoras de instituições financeiras; e (v) notas comerciais que não sejam
emitidas por empresas financeiras ou por empresas direta ou
indiretamente controladas por instituições financeiras ou controladoras
EMPRÉSTIMOS A
INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
MEDIANTE A
EMISSÃO DE LETRA
FINANCEIRA
GARANTIDA
(RESOLUÇÃO Nº
4795/20 E CIRCULAR
3.986/20)
Encargo Financeiro = Taxa Selic + 0,60% a.a. Limite máximo dentro
do conglomerado prudencial: 100% do PR.
Há um rol de ativos financeiros que não são elegíveis a serem dados
em garantia na LTEL-LFG, incluindo, entre outros, crédito rotativo, ativos considerados problemáticos, operações em cobrança judicial ou cujo devedor esteja em recuperação judicial, operações vinculadas a repasses do BNDES.
A concessão de empréstimo é condicionada à autorização da Diretoria
do Banco Central.
EMPRÉSTIMOS A
INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
MEDIANTE A
EMISSÃO DE LETRA
FINANCEIRA
GARANTIDA
(RESOLUÇÃO Nº
4795/20 E CIRCULAR
3.986/20)
A norma faculta a reclassificação de operações de crédito
renegociadas no período entre 1 de março de 2020 e 30 de setembro de 2020 para o nível de risco que estavam classificadas em fevereiro de 2020.
O objetivo é evitar o aumento de provisões. O aumento de provisões
impacta o capital regulatório, o que afeta, consequentemente, a
capacidade de as instituições financeiras realizarem novas operações de crédito.
A medida não se aplica a operações com atraso superior a 15 dias na
data de 29 de fevereiro de 2020.
RECLASSIFICAÇÃO
DE OPERAÇÕES DE
CRÉDITO E
FLEXIBILIZAÇÃO
DAS REGRAS DE
PROVISIONAMENTO
(RESOLUÇÃO
Nº 4.803/20)
A norma reduz o requerimento de capital para operações de crédito
com pequenas e médias empresas.
O Fator de Ponderação de Risco – FPR passa de 100% para 85%, o
que liberaria, segundo o regulador, um volume de R$ 3,2 bilhões para a originação de novas operações de crédito e de R$ 228 bilhões para reestruturações.
A medida é válida para novas operações ou operações reestruturadas
firmadas entre 16 de março e 31 de dezembro de 2020.
OPERAÇÕES DE
CRÉDITO PARA
PEQUENAS E
MÉDIAS
EMPRESAS
(CIRCULAR
Nº 3.998/20)
2
MEDIDAS DO CMN E
BACEN PARA
DIRECIONAMENTO
DOS RECURSOS
Ampliou as formas pelas quais as SCDs poderão financiar suas
operações. Até então, essas instituições podiam obter recursos pela cessão de crédito somente para instituições financeiras, FIDCs com cotas detidas por investidores qualificados e companhias
securitizadoras que também distribuíssem ativos securitizados a investidores qualificados.
Com as recentes alterações introduzidas, as SCDs poderão: (i) utilizar
os recursos oriundos de repasses do BNDES como forma de obtenção de funding para suas operações; e (ii) ceder os créditos relativos a suas operações fundos de investimento de forma geral (não apenas FIDCs), mantida a obrigação de que as cotas dos fundos sejam detidas por investidores qualificados.
O regulador espera que as SCDs sejam um importante canal de
direcionamento do crédito para pequenas e médias empresas e empresários individuais.
ALTERAÇÃO NA
NORMA QUE
TRATA DAS
FINTECHS DE
CRÉDITO
(RESOLUÇÃO
Nº 4784/20)
O CMN regulamentou a concessão de empréstimos do Programa
Emergencial de Suporte a Empregos - PESE, criado pela Medida
Provisória 944/2020. Com objetivo de preservar empregos, o PESE abrirá uma linha de crédito emergencial de R$ 40 bilhões para financiar, por dois meses, a folha de pagamentos de pequenas e médias empresas (PME).
O Banco Central permitiu que as instituições financeiras que participarem
do PESE deduzam o valor por elas financiado do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo.
O PESE abrange empresários, empresas e cooperativas (exceto as de
crédito) com receita bruta anual superior a R$ 360 mil e igual ou inferior a R$ 10 milhões.
As instituições financeiras participantes poderão conceder operações de
crédito no âmbito do programa até 30 de junho de 2020, observada a taxa de juros de 3,75% ao ano (SELIC atual). As PMEs terão carência de seis meses para começar a pagar e um prazo de 30 meses para pagamento, totalizando 36 meses.
A cobertura do PESE se restringirá à parcela dos salários até o valor de
dois salários-mínimos. As empresas beneficiárias, em contrapartida, não
PROGRAMA
EMERGENCIAL
DE SUPORTE A
EMPREGOS - PESE
(RESOLUÇÃO
Nº 4800/20)
Os recursos virão do Tesouro Nacional (85%) e das instituições
financeiras participantes (15%). Em caso de inadimplemento, as perdas serão absorvidas pelo Tesouro e pelas instituições financeiras
participantes nessa mesma proporção.
A União, por meio do Tesouro Nacional, aportará até R$ 34 bilhões no
BNDES, que atuará como agente financeiro da União no PESE. Seguindo a proporcionalidade, as instituições financeiras aportarão até R$6 bilhões no PESE.
As instituições financeiras poderão observar as suas políticas de crédito e
poderão considerar eventuais restrições em cadastro de proteção de crédito.
Empresas com pendências no INSS não poderão se valer do benefício do
PESE, nos termos do parágrafo terceiro do art. 195 da Constituição Federal.
As instituições financeiras participantes ficarão responsáveis pela
cobrança de inadimplentes, inclusive da parcela do Tesouro Nacional.
PROGRAMA
EMERGENCIAL
DE SUPORTE A
EMPREGOS - PESE
(RESOLUÇÃO
Nº 4800/20)
3
MEDIDAS
PREVENTIVAS
ADOTADAS PELA
CMN E BACEN
O CMN vedou temporariamente (i) a distribuição de dividendos e juros
sobre o capital próprio acima do dividendo obrigatório; (ii) a recompra de ações (com exceção para recompra de ações realizadas em bolsa ou balcão até o limite de 5% do total das ações emitidas); (iii) o
aumento da remuneração de administradores das instituições
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central; (iv) antecipação de pagamento dos itens anteriores.
As vedações serão aplicadas aos pagamentos referentes às
datas-bases compreendidas entre a data da entrada em vigor da norma (i.e., 6 de abril de 2020) e 30 de setembro de 2020 e aos pagamentos a serem realizados durante a vigência da norma. Pagamentos
referentes ao exercício de 2019 não são alcançados pela restrição.
Os montantes retidos não podem constituir obrigação futura nem
serem vinculados de qualquer forma a pagamentos de dividendos no futuro, garantindo assim a disponibilidade de reservas pelo período de incidência das vedações.
VEDAÇÃO
TEMPORÁRIA À
DISTRIBUIÇÃO DE
DIVIDENDOS E
AUMENTO DA
REMUNERAÇÃO DE
ADMINISTRADORES
(RESOLUÇÃO
N. 4.797)
4
ARRANJO DE
PAGAMENTOS E
MEDIDAS ADICIONAIS
DE PROTEÇÃO AO
RECEBEDOR FINAL
A norma tem o objetivo assegurar proteção legal mais clara e expressa
ao fluxo financeiro decorrente de transações de pagamento ocorridas no âmbito de arranjos de pagamento no Brasil.
A norma expandiu as proteções mencionadas aos recursos recebidos por
todos os participantes de arranjos de pagamento e destinados ao pagamento do usuário final recebedor (estabelecimento comercial).
PATRIMÔNIO DE
AFETAÇÃO DO
DIREITO DE
CRÉDITO
(MEDIDA
PROVISÓRIA 930)
5
MEDIDAS
A primeira delas consiste na suspensão do prazo para amortização de
empréstimos por prazo máximo de 6 meses.
Estima-se que a medida suspenderá pagamentos de R$19 bilhões e de
R$11 bilhões em operações indiretas e diretas, respectivamente. As parcelas suspensas serão capitalizadas no saldo devedor e
redistribuídas nas parcelas remanescentes.
BNDES operacionalizará o processo de financiamento de folha de
pagamento de PMEs (desembolso de funding do Tesouro Nacional).
SUSPENSÃO DO
PRAZO PARA
AMORTIZAÇÃO
DE EMPRÉSTIMOS
O BNDES transferirá cerca de R$20 bilhões do Fundo de PIS/PASEP
para o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
O BNDES destinará R$5 bilhões em crédito para micro, pequenas e
médias empresas, por meio da ampliação da modalidade de crédito
denominada “BNDES Crédito Pequenas Empresas”, que passará a valer para empresas com até R$300 milhões de faturamento anual, valor
máximo de até R$70 milhões por operação e prazo de 5 anos para amortização (com 24 meses de carência).
CRÉDITO
PARA PEQUENAS
E MÉDIAS
6
MEDIDAS ADOTADAS
PELA CAIXA
A Caixa Econômica Federal anunciou o corte na taxa de juros de novas
operações de empréstimo e crédito.
A CEF também anunciou a suspensão, por um período de 60 dias, da
exigibilidade do pagamento de empréstimos concedidos, inclusive financiamentos habitacionais.
REDUÇÃO DOS
JUROS E
SUSPENSÃO DA
EXIGIBILIDADE
DE EMPRÉSTIMOS
7
FLEXIBILIZAÇÃO
DE OBRIGAÇÕES
SOCIETÁRIAS
A Medida Provisória 931, de 30 de março de 2020 (“MP
931”) flexibilizou o cumprimento de algumas obrigações
societárias, a saber:
Prazo para realização de AGO/Assembleia de Sócios: a MP 931 prevê que
a data limite para realização de assembleia geral ordinária/assembleia de sócios fica postergada pelo prazo de 7 (sete) meses a contar do término do respectivo exercício social.
Participação a distância em AGs/Assembleia de Sócios: (i) para as
sociedades reguladas pelas disposições do Código Civil e para as
companhias fechadas sujeitas a Lei n.º 6.404/76, a MP 931 prevê que os sócios/acionistas poderão participar a distância das respectivas reuniões e/ou assembleias, de acordo com a regulamentação a ser emitida pelo DREI; (ii) para as companhias abertas, a MP 931 prevê que a CVM poderá
autorizar a realização de assembleia digital.
FLEXIBILIZAÇÃO
DE OBRIGAÇÕES
SOCIETÁRIAS
A Medida Provisória 931, de 30 de março de 2020 (“MP
931”) flexibilizou o cumprimento de algumas obrigações
societárias, a saber:
Alteração na alçada de aprovação de matérias de competência da AG/CA: a
MP 931 prevê que (i) assuntos urgentes de competência da AG poderão, ad
referendum, ser aprovados pelo Conselho de Administração;
(ii) independentemente de reforma estatutária e até que a respectiva
assembleia mencionada no item (1) acima seja realizada, o Conselho de Administração ou Diretoria poderão declarar dividendos, nos termos do artigo 204 da Lei n.º 6.404/76.
Suspensão/alteração de demais prazos previstos em Lei: a MP 931 autoriza
a CVM a prorrogar os prazos previstos na Lei n.º 6.404/76 para companhias abertas durante o exercício de 2020, incluindo a data de apresentação das Demonstrações Financeiras;
FLEXIBILIZAÇÃO
DE OBRIGAÇÕES
SOCIETÁRIAS
A Medida Provisória 931, de 30 de março de 2020 (“MP
931”) flexibilizou o cumprimento de algumas obrigações
societárias, a saber:
Registro de atos nas Juntas Comerciais: a MP 931 prevê que (i) enquanto
durarem as medidas restritivas ao funcionamento normal das Juntas
Comerciais decorrentes exclusivamente da pandemia da COVID 19, o prazo de 30 (trinta) dias para arquivamento de atos sujeitos a registro perante as juntas comerciais (art. 36 da Lei 8.934/94) passará a contar a partir do
momento em que as juntas comerciais reestabelecerem a prestação regular dos seus serviços. Essa regra é válida apenas para os atos assinados a partir de 16 de fevereiro de 2020; e (ii) a exigência de arquivamento prévio
de ato para a realização de emissões de valores mobiliários e para outros negócios jurídicos fica suspensa a partir de 1º de março de 2020 e o
arquivamento deverá ser feito na Junta Comercial respectiva no prazo de trinta dias, também contado da data em que a junta comercial restabelecer a prestação regular dos seus serviços.
A CVM lançou audiência pública para regulamentar as assembleias
inteiramente digitais. De um lado, a CVM tem a preocupação de observar a legislação societária e, de outro lado, possibilitar a adoção de sistemas neutros. O sistema eletrônico utilizado deve assegurar a possibilidade de manifestação e visualização dos documentos apresentados, bem como a
FLEXIBILIZAÇÃO
DE OBRIGAÇÕES
SOCIETÁRIAS
MUITO
OBRIGADO
Bruno Balduccinibbalduccini@pn.com.br Jose Luiz Homem De Mellojhmello@pn.com.brFernando M. Del Nero Gomes
R. Hungria, 1.100 01455-906 São Paulo - SP t. +55 (11) 3247 8400 R. Humaitá, 275 16°andar 22261-005 Rio de Janeiro - RJ t. +55 (21) 2506 1600
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