• Nenhum resultado encontrado

O CONCEITO DE PAISAGEM NA GEOGRAFIA DE DELGADO DE CARVALHO: ENTREMEIOS DE CONHECIMENTOS ESCOLARES E CIENTÍFICOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O CONCEITO DE PAISAGEM NA GEOGRAFIA DE DELGADO DE CARVALHO: ENTREMEIOS DE CONHECIMENTOS ESCOLARES E CIENTÍFICOS"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

CARVALHO: ENTREMEIOS DE CONHECIMENTOS ESCOLARES E

CIENTÍFICOS

DIEGO CARLOS PEREIRA

Licenciado em Geografia (UFTM), Mestre em Educação (UFTM) e Doutorando em Geografia (UNESP / Rio Claro) Professor de Geografia do IFGoiano / Campos Belos

diego-carlinho@hotmail.com

MARIANA BERNARDO MENON

Licenciada em Geografia (UFTM) e Mestranda em Geografia (UNESP / Rio Claro) menon.mariana@gmail.com

JOÃO PEDRO PEZZATO

Graduado em Geografia (UNESP / Rio Claro), Mestre e Doutor em Educação (USP) Professor do Departamento de Educação da UNESP / Rio Claro

jpezzato@rc.unesp.br

RESUMO: O OBJETIVO DESTE ARTIGO É IDENTIFICAR E COMPREENDER AS PERSPECTIVAS TEÓRICAS E EPISTÊMICAS DO CONCEITO DE PAISAGEM

CONTIDA NA OBRA DE DELGADO DE CARVALHO (1884-1980), ESTABELECENDO AS SUAS RELAÇÕES ENTRE OS CONHECIMENTOS ESCOLARES E CIENTÍFICOS. A PARTIR DE UM DENSO ESTUDO BIBLIOGRÁFICO, IDENTIFICAMOS QUE, PARA O GEÓGRAFO, A PAISAGEM ERA, ENTÃO, COMPREENDIDA ENQUANTO UMA CATEGORIA PARA A COMPOSIÇÃO DE SEU CONCEITO CENTRAL, A REGIÃO. CONSTATAMOS QUE AS SUAS CONCEPÇÕES TRANSITARAM ENTRE O POSSIBILISMO FRANCÊS E A INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA, O QUE RESULTAVA EM ALGUMAS OSCILAÇÕES DE SEU DISCURSO AO LONGO DO TEMPO. DO PONTO DE VISTA DA CONSTITUIÇÃO DA GEOGRAFIA ESCOLAR, APONTAMOS A INFLUÊNCIA DOS IDEÁRIOS LIBERAIS ESCOLANOVISTAS NA RENOVAÇÃO E MODERNIZAÇÃO DO ENSINO FRENTE A UMA GEOGRAFIA ESCOLAR ATÉ ENTÃO CONSERVADORA. EXEMPLIFICAMOS AS “EXCURSÕES GEOGRÁFICAS” ENQUANTO UM APARATO DIDÁTICO E CURRICULAR PARA O ENSINO DE GEOGRAFIA E A CONSEQUENTE VALORIZAÇÃO DA REALIDADE DO ALUNO COMO POTENCIALIZADORA DA LEITURA DA PAISAGEM.

PALAVRAS-CHAVE: DELGADO DE CARVALHO; CONCEITO DE PAISAGEM; HISTÓRIA DA GEOGRAFIA ESCOLAR.

RESUMEN: TENEMOS COMO OBJETIVO IDENTIFICAR Y COMPRENDER LAS PERSPECTIVAS TEÓRICAS Y EPISTÉMICAS DEL CONCEPTO DE PAISAJE EN LA OBRA DE DELGADO DE CARVALHO (1884-1980), ESTABLECIENDO SUS RELACIONES ENTRE LOS CONOCIMIENTOS ESCOLARES Y CIENTÍFICOS. POR MEDIO DE ESTUDIO BIBLIOGRÁFICO RELACIONADO A NUESTRAS INVESTIGACIONES, CONSULTAMOS TESIS, DISERTACIONES Y ARTÍCULOS SOBRE LA OBRA DE DELGADO, ASÍ COMO ALGUNOS TEXTOS DEL AUTOR. IDENTIFICAMOS LA RELACIÓN INTRÍNSECA QUE EL AUTOR HACE DEL PAISAJE COMO CATEGORÍA PARA LA COMPOSICIÓN DE SU CONCEPTO CENTRAL, LA REGIÓN. CONSTATAMOS QUE SUS CONCEPCIONES TRANSITARON ENTRE EL POSIBILISMO FRANCÉS Y LA INFLUENCIA NORTEAMERICANA. PUNTUAMOS LAS OSCILACIONES Y CAMBIOS A LO LARGO DEL TIEMPO EN EL DISCURSO DE DELGADO, ALEJÁNDOSE UN POCO DE LAS CONCEPCIONES DETERMINISTAS DEL POSIBILISMO GEOGRÁFICO. DESDE EL PUNTO DE VISTA DE LA CONSTITUCIÓN DE LA GEOGRAFÍA ESCOLAR, MOSTRAMOS LA INFLUENCIA DE LOS IDEARIOS LIBERALES DEL MOVIMIENTO “ESCUELA NUEVA” EN LA RENOVACIÓN Y MODERNIZACIÓN DE LA ENSEÑANZA FRENTE A UNA GEOGRAFÍA HASTA ENTONCES CONSERVADORA. SE EJEMPLIFICAN LAS “EXCURSIONES GEOGRÁFICAS” COMO APARATO DIDÁCTICO Y CURRICULAR PARA LA ENSEÑANZA DE GEOGRAFÍA Y LA CONSECUENTE VALORIZACIÓN DE LA REALIDAD DEL ALUMNO COMO POTENCIALIZADORA DE LA LECTURA DEL PAISAJE.

PALABRAS CLAVE: DELGADO DE CARVALHO; CONCEPTO DE PAISAJE; HISTORIA DE LA GEOGRAFÍA ESCOLAR.

EL CONCEPTO DE PAISAJE EN LA GEOGRAFÍA DE DELGADO DE CARVALHO: ENTREMEZCLADOS DE CONOCIMIENTOS ESCOLARES Y CIENTÍFICOS

(2)

INTRODUÇÃO

Este texto está relacionado a uma produção conjunta e articulada à disciplina “Paisagem e

território discussões conceituais e aplicações em estudos culturais e interdisciplinares” do Programa

de Pós-graduação em Geografia da Unesp (Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”) em Rio Claro, São Paulo. Ao mesmo tempo, está também ancorado nos estudos de doutorado e mestrado, no âmbito da história da disciplina escolar de Geografia, desenvolvidos pelos autores. Dedicamo-nos a estabelecer um ensaio teórico onde contextualizamos um importante momento da constituição da Geografia Escolar e acadêmica brasileira, a primeira metade do século XX. As aproximações teóricas que pretendemos abarcar se delineiam a partir das relações entre os conhecimentos científicos e escolares sobre o conceito de paisagem na Geografia de Carlos Miguel Delgado de Carvalho (1884-1980), reconhecidamente um dos principais autores de livros escolares da disciplina no período citado.

Pontuschka et al. (2009) ressaltam a influência de Delgado de Carvalho e sua importância na consolidação da Geografia acadêmica e escolar desde a década de 1920. Delgado de Carvalho formou-se em universidades francesas e norte-americanas, e aqui no Brasil elaborou uma vasta obra de livros e manuais escolares que eram considerados os mais modernos em termos de Geografia no Brasil até então. Para as autoras (PONTUSCHKA et al., 2009), Delgado de Carvalho representava a influência de uma Geografia moderna, de origem francesa, cuja perspectiva se alinhava à diferenciação de áreas pelas regiões naturais. Além disso, do ponto de vista educacional, Romanelli (1984) aponta Delgado de Carvalho como um dos poucos intelectuais responsáveis pela inserção do movimento Escola Nova, de influência americana, no Brasil, e o representante da Geografia na discussão e elaboração do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932. Sob essas perspectivas, sua obra pressupõe, mesmo sob influência de uma Geografia tida como “clássica”, uma renovação nos métodos de ensino que se fundamentavam no pragmatismo

científico atrelado a concepções sociológicas e psicológicas na educação.

Já o conceito de paisagem, do ponto de vista acadêmico da sistematização da ciência geográfica, concentrou-se, na Geografia dita “tradicional”, em desenvolver uma perspectiva a partir da observação e da descrição de elementos naturais e humanos que compunham conjuntamente o meio. Nestas perspectivas tradicionais da Geografia, se sobressaíram as concepções do determinismo geográfico, em que os aspectos naturais condicionariam e determinariam os aspectos humanos na paisagem, e as concepções do possibilismo geográfico, em que os aspectos naturais da paisagem passam a ser considerados como elementos fornecidos para a modificação humana (RISSO, 2008).

A Geografia Tradicional, tanto alemã quanto francesa, pressupunham a paisagem sob o viés positivista e com forte influência naturalista, mesmo com o possibilismo considerando a ação humana, tendo o trabalho de campo como metodologia fundamental. Segundo Risso (2008), apenas nos anos de 1920 a Geografia passa a discutir os aspectos humanos como parte do conjunto da paisagem a partir dos estudos de Carl Sauer, precursor da noção de paisagem natural e paisagem cultural.

Diante desses contextos no âmbito da história da educação e da história do pensamento geográfico, são esses os principais questionamentos que traçamos para esse texto:

(a) Como é delineado o conceito de paisagem na obra de Delgado de Carvalho tendo em vista suas influências geográficas e educacionais?

(b) De que modo são estabelecidas as relações entre os conhecimentos científicos e os conhecimentos escolares sobre paisagem na obra de Delgado de Carvalho?

Expostos os questionamentos, assumimos que o objetivo central deste artigo é identificar e compreender as perspectivas teóricas e epistêmicas do conceito de paisagem na obra

(3)

de Delgado de Carvalho, estabelecendo as suas relações entre os conhecimentos escolares e científicos sobre o conceito que permearam a constituição da disciplina.

É importante frisarmos que, no âmbito da história das disciplinas escolares, consideramos, assim como Chervel (1990), que os conhecimentos escolares não são meras simplificações dos conhecimentos científicos produzidos na academia, ao contrário, pressupomos que eles (os conhecimentos escolares) estabelecem referências aos conhecimentos científicos, mas se constituem por objetivos e finalidades próprios ao ensino escolar e seus contextos, produzindo e (re) produzindo a cultura escolar.

Salientamos que não pretendemos tentar esgotar a temática, mas sim buscar contribuir para a sua problematização em âmbito científico. Este artigo busca provocar o debate a partir das possibilidades de leitura que a obra de Delgado de Carvalho possa suscitar tanto na sistematização da história da Geografia Escolar, quanto no âmbito de um dos conceitos mais caros à Geografia.

ASPECTOS METODOLÓGICOS

Este artigo se constitui como um ensaio teórico escrito a partir de uma pesquisa bibliográfica. Esta, por sua vez, foi norteada por questionamentos e conjecturas a respeito de um significativo recorte da história da Geografia Escolar e do desenvolvimento histórico do conceito de paisagem. Em segundo plano, este exercício teórico e bibliográfico está articulado com interfaces ao desenvolvimento das pesquisas de doutorado e mestrado dos autores.

Este artigo lança mão de um acervo teórico e conceitual a respeito do desenvolvimento do conceito de paisagem no âmbito da Geografia científica e de uma revisão bibliográfica sobre a história da Geografia Escolar no período de produção e atuação de Delgado de Carvalho. A título de análise, a nossa sistematização bibliográfica consultou teses, dissertações e artigos acadêmicos sobre a obra e influência de Delgado de Carvalho na Geografia Escolar a fim

de constituir um arcabouço de subsídios e indícios que permeiam a nossa leitura sobre o conceito de paisagem na obra do autor.

Acreditamos, assim como Ferreira (2002), que a revisão bibliográfica adquire uma relevância social e científica que permite acompanhar o desenvolvimento sistemático de literaturas especializadas, as transformações e inovações da construção teórico-prática das pesquisas. Ao mesmo tempo, a revisão bibliográfica possibilita a identificação dos limites e desafios do campo de estudo, suas restrições e lacunas que permitem a experimentação e problematização para as pesquisas.

O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO E ACADÊMICO DO CONCEITO DE PAISAGEM NA GEOGRAFIA CIENTÍFICA

Durante muitos séculos, a Geografia deteve inúmeras definições. Dentre elas, a definição de estudo da Terra, defendida por Kant (MORAES, 2007), que entendia a Geografia como uma ciência de síntese e essencialmente descritiva. Posteriormente, define-se Geografia como o estudo da paisagem, dos aspectos visíveis do real. Tantas outras definições foram elaboradas, elencando aspectos da região, de áreas, do espaço e mais recentemente, das relações do homem com o meio.

Mas é apenas no início do século XIX, que a Geografia, enquanto ciência, passa a ser sistematizada. A chamada “Geografia Tradicional” emerge como uma corrente de pesquisa geográfica, sendo basicamente fundamentada em princípios metodológicos e epistemológicos do positivismo, corrente dominante de todas as ciências neste período.

Foram as elaborações geográficas de Humboldth, Ritter e Ratzel, durante o processo de unificação da Alemanha, que alimentaram a sistematização da Geografia com questões de apropriação do território e questões do espaço. Posteriormente, emergem-se novas formulações com Vidal de La Blache, na França, que articula uma Geografia que justificasse o expansionismo territorial francês. Foram estes os principais teóricos que formaram as escolas tradicionais na ciência geográfica (MORAES, 2007).

(4)

O discurso a respeito da paisagem na Geografia Tradicional se concentrou na observação e na descrição de elementos naturais e humanos que a compunham conjuntamente. Nesta perspectiva, a Geografia Tradicional fundamentou-se nas concepções do determinismo geográfico, onde os aspectos naturais condicionariam e determinariam os aspectos humanos na paisagem, e as concepções do possibilismo geográfico, que visava à compreensão da influência do meio natural na formação da sociedade (RISSO, 2008).

As concepções da Geografia Tradicional influenciaram o modo de pensar a Geografia a partir de uma “neutralidade científica”, que dominou o pensamento geográfico focado na observação, na descrição e no domínio técnico da relação homem-natureza, sem levar em consideração o social. O racionalismo e o positivismo passaram a dominar o trabalho dos geógrafos e o meio ambiente se tornou uma doutrina dominante. A análise da paisagem passou a ser feita a partir da seleção de certos atributos, como o clima, o relevo e a drenagem, sendo examinados como causa e efeito, sem qualquer associação mais complexa (SAUER, 1998).

Consideramos Sauer como um dos precursores de uma nova forma de pensar a análise geográfica da paisagem. O geógrafo norte-americano expressou um pioneirismo ao apontar para a necessidade de uma Geografia que buscasse entender as relações da paisagem com os elementos culturais. Esta perspectiva contrapôs-se a uma análise estritamente ambientalista da paisagem, algo que, conforme afirma Risso (2008), ajudou na diferenciação entre a “paisagem natural” e a “paisagem cultural”.

Com efeito, em um texto originalmente publicado em 1925, o papel de Sauer (1998) neste desenvolvimento teórico-conceitual revelou-se inovador, pois ele já defendia um ponto de vista que buscava compreender os processos sociais e as transformações na/da paisagem em sua conjuntura de relações e sistemas entre os elementos naturais e humanos que a constitui. Para o autor, a Geografia deveria assumir a responsabilidade do estudo acerca dessas áreas por se dedicar em determinar as conexões de

seus fenômenos e suas ordens de forma crítica. Suas ideias apontavam para uma análise de forma associada e conectada dos fenômenos da paisagem, criticando a forma de análise da Geografia Tradicional, que atribuía maior ênfase à observação de áreas e à inter-relação entre os fatos para a descrição. Aliás, ressaltando a interdependência dos fenômenos em área, o autor afirmou que eles não estão simplesmente reunidos, mas sim conectados. Caberia, então, à Geografia analisá-los de forma associada, inter-relacionada para, de forma científica, descobrir as conexões e ordens dos fenômenos. Dessa forma, a paisagem é um todo que não pode ter suas partes consideradas separadamente, e que, além disso, estão sujeitas a desenvolvimento, mudança e transformações constantes.

A posição de Carl Sauer (1998) desmistifica o teor apenas natural do determinismo alemão sobre a paisagem e se contrapõe ao possibilismo geográfico e sua centralização nos estudos sobre região. Para o geógrafo, é preciso pensar a paisagem como conceito e categoria central nos estudos geográficos, pressupondo que a cultura seja um dos elementos que estruturam a paisagem. Por outro lado, é importante destacar que a noção de desenvolvimento de Sauer (1998) é carregada por uma ideia de superioridade de algumas culturas em relação a outras, premissa que o fazia negar o processo histórico e reafirmar a influência positivista.

Para Carl Sauer, a associação dos fatos de um lugar origina o conceito de paisagem, sendo assim, ele considera a paisagem enquanto “uma área composta por uma associação distinta de formas, ao mesmo tempo físicas e culturais” (SAUER, 1998, p. 23), que têm sua estrutura e função determinadas por formas integrantes e dependentes. E continua dizendo que “a paisagem geográfica é uma generalização derivada da observação de cenas individuais” (Ibid., p. 24), ou seja, toda paisagem tem sua individualidade, em relação a outras paisagens ou em relação às suas formas. O fato é que uma “definição de paisagem como única, desorganizada ou não relacionada, não tem valor científico” (Ibid., 1998, p. 25).

(5)

O conteúdo a ser analisado na paisagem é determinado por interesses pessoais, o que sugere que o interesse está direcionado na parte da paisagem que diz respeito a nós, seres humanos, pois “somos parte dela, vivemos com ela somos limitados por ela e a modificamos” (SAUER, 1998, p. 29). O autor defendia a existência de uma Geografia baseada na união dos elementos físicos e culturais da paisagem. Para ele, não havia uma soma desses elementos fragmentados, havia sim uma integração, ou seja: não havia qualquer possibilidade de um dualismo na paisagem.

Assim, o geógrafo norte-americano desenvolveu um método específico para a análise da paisagem: o estudo morfológico. Este método se apoia em três postulados:

1. Os elementos componentes da paisagem

são chamados de “formas”;

2. As formas de diferentes paisagens podem

ser “homólogas”; e

3. Os elementos podem ser dispostos em

sequência de desenvolvimento.

A partir das formas, para o autor, é possível classificar os elementos naturais, humanos e culturais que constituem a paisagem de maneira integrada. Mas cabe ressaltar que apesar de suas inovações, essas formas são elementos do ponto de vista apenas estrutural, pois ignora o processo, a dinâmica subjetiva na paisagem, voltando-se apenas para uma descrição das transformações da paisagem, sem fazer relações.

Essa revisão teórica-conceitual nos sugere uma série de pressupostos que contextualizam, do ponto de vista dos conhecimentos científicos, o desenvolvimento e as noções constituintes do conceito de paisagem. Essas reflexões auxiliam-nos no exame da obra de Delgado de Carvalho em suas relações ao desenvolvimento do conceito de paisagem na Geografia Escolar.

ENTREMEIOS DO CONCEITO DE PAISAGEM: ENTRE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O ESCOLAR NA OBRA DE DELGADO DE CARVALHO

Ao considerar, hoje, a obra de Delgado de Carvalho como o centro de uma análise, bem como o conceito de paisagem naquele momento, é preciso ter como aspecto central o pressuposto de que a sua obra introduziu uma renovação na Geografia Escolar, superando o conservadorismo da Geografia memorizante e de conteúdos por nomenclatura (PONTUSCHKA et al., 2009). Ainda é preciso ressaltar, conforme afirma Albuquerque (2011), que sua contribuição transformou o discurso e a produção didática e curricular na Geografia Escolar, apesar de, na prática, ter sofrido resistências e, até hoje, muitas de suas preocupações não foram alcançadas no ensino de Geografia.

De uma maneira geral, existe uma clareza conceitual na obra de Delgado que estabelece o conceito de “região natural” como o cerne da análise geográfica e como síntese geográfica para o ensino, conforme apontam Pontuschka et al. (2009), Albuquerque (2011) e Rocha (2009). O que nos interessa em nossa leitura para este artigo são os entremeios que o conceito de “região natural” permite dizer sobre o conceito de paisagem e de território, com ênfase no primeiro.

Delgado entende seu conceito central como:

A ‘região natural’ é uma subdivisão mais ou menos precisa e permanente que a observação e a investigação permitem criar numa área geográfica estudada, no intuito de salientar a importância respectiva das diferentes influências fisiográficas, respeitando o mais possível o jogo natural das forças em presença e colocando a síntese assim esboçada sob o ponto de vista especial do fator humano nela representado (CARVALHO, 1944, p. 13).

Neste sentido, o conceito de ‘região natural’, para Delgado, estabelece uma forte presença dos elementos naturais da paisagem no condicionamento da representação dos fatores

(6)

humanos na mesma. Representando os ideais da Geografia moderna ou clássica, o autor afirma em sua obra que o conceito de região natural supera a Geografia de nomenclatura de outrora, quando a ciência geográfica deixou de ser descritiva e passou a ser também explicativa, servindo como “uma imagem composta, uma síntese esboçada que vai servir de cenário à ação do homem” (CARVALHO, 1944, p. 16).

Albuquerque (2011) afirma que Delgado entendia a finalidade do ensino de Geografia a partir da relação entre a terra e o homem – para ele a paisagem – que compunha o todo regional. A descrição e caracterização da paisagem na Geografia Escolar passam por adaptações seriadas de acordo com o nível de aprendizagem do aluno, e sua compreensão deveria ser de uma escala menor para uma escala maior. Ou seja, de certa maneira, o pensamento de Delgado era de que a região natural dimensionava a síntese da relação homem/natureza, e é por isso que entendemos a paisagem como um entremeio conceitual na obra do autor.

Ferraz (1994), que analisou os discursos na obra de Delgado, afirma que o método da ‘região natural’ possuía uma intrínseca relação com o conceito de paisagem, já que permitia o pensar enquanto partes que integralizariam um todo regional. As paisagens eram os elementos base para a análise e composição de fatores comuns para a divisão regional. Nesse caso, sobressaiam os elementos naturais da paisagem como propulsores da ação e reação humana na paisagem, produzindo características comuns e compondo as regiões.

Desta forma, o conceito de paisagem na obra de Delgado de Carvalho considerava o meio ou a natureza como elemento constante e a ação humana como elemento variável, de acordo com as adaptações humanas ao meio. Como o meio é considerado permanente, Delgado considerava que o homem é a “equação social” da paisagem pela sua capacidade criativa e características de mobilidade e evolução através do tempo. A paisagem tenta compreender “de que modo o meio age sobre o homem e de que modo o homem reage ou se adapta” (FERRAZ, 1994, p. 133). Assim, a relação

homem/natureza devia refletir os pressupostos de objetividade e controle dos dados geográficos.

Analisando essa conjuntura em que se desenvolve o método e os conceitos geográficos na obra de Delgado, é possível contextualizar suas influências claras do possibilismo francês e sua centralização no conceito de região. Sauer (1998), em texto originalmente publicado em 1925 nos Estados Unidos, já realizava a crítica ao uso da paisagem como categoria secundária na análise geográfica do possibilismo francês, sobretudo por seu uso generalista e indiscriminado para arranjar o conceito de região. Para o autor, a relação de causalidade atribuída pelo possibilismo à paisagem restringia a análise sem observar as especificidades de seus elementos.

Mesmo com a produção norte-americana já apontando novos rumos na discussão da paisagem ao mesmo tempo em que as ideias de Delgado começavam a ser divulgadas e praticadas no Brasil, é importante salientar que a Geografia brasileira ainda não tinha um corpus científico estabelecido. Nesse sentido, a transformação discursiva e curricular que Delgado trouxera ao País já havia possibilitado avanços científicos e escolares na constituição da disciplina e, mais tarde, dos cursos superiores em Geografia.

Mas também é preciso salientar que algumas mudanças ocorreram no discurso de Delgado sobre a Geografia e o conceito de paisagem ao longo do tempo. Brito (2012), por exemplo, ao realizar um estudo sobre a sociologia na obra do autor, verifica uma sensível mudança já no final dos anos 1930, afirmando que “a Sociologia tende a ser uma ciência das interações humanas condicionadas pela cultura e não mais um estudo de ‘forças sociais’ de instintos ou de desejos” (p. 20). Quer dizer, apesar da consideração de que se mantém em sua obra o positivismo oriundo do possibilismo, Delgado passou a interpretar os aspectos sociais pela cultura e não mais pelas forças sociais que reagiam ao meio, no caso da paisagem. Ferraz (1994) também corrobora em sua análise com essa perspectiva de mudança ao longo do tempo no discurso de Delgado sobre a paisagem.

(7)

Vale ressaltar que Sauer (1998), já em 1925, passou a defender o estudo da paisagem por uma dupla dimensão: a paisagem natural e a paisagem cultural. Não é possível estabelecer uma mudança diretamente ligada a Sauer na obra de Delgado de Carvalho, no entanto, é importante salientar o contato muito próximo que o autor tinha com a Geografia e com as ciências sociais nos Estados Unidos, o que conjecturamos que possa tê-lo influenciado direta ou indiretamente.

É importante considerar também, no âmbito da história da disciplina escolar de Geografia no Brasil, que a obra de Delgado e essa concepção de paisagem de influência possibilista atrelada à região permearam uma cultura escolar de moldes positivistas no ensino de Geografia da época. Conforme os livros didáticos e as propostas curriculares de Delgado foram aceitas e implementadas nas escolas do país, a Geografia moderna levava um cunho cientificista para as escolas em superação aos moldes conservadores dos conteúdos nomeclaturais.

Essa concepção moderna de paisagem entremeada na obra de Delgado estava diretamente relacionada ao contexto da Escola Nova no Brasil e com a relação da ciência com os conteúdos escolares. Para a pedagogia dita moderna, o cientificismo, o pragmatismo e o positivismo eram caros e necessários à educação pelas necessidades de modernização do país na época (ROMANELLI, 1984).

Com essa necessidade, entendia-se que o dito “moderno” se relacionava com a superação dos moldes conservadores até então vigentes no ensino, substituindo-o pelos moldes liberais pautados numa noção do que era entendido como ciência até então. Assim, em relação à obra de Delgado de Carvalho:

é nas suas proposições para o ensino secundário que podemos compreender melhor a relação que ele estabelecia entre a ciência de referência e a Geografia Escolar. Ele compreendia essa última como a dimensão prática da primeira. De modo que consegue adotar uma abordagem

da ciência de referência, sem deixar de considerar inclusive os saberes dos alunos da escola secundária. Constituindo,

assim, uma produção que tinha cunho científico, porém também considerava as condições preestabelecidas para os alunos. (ALBUQUERQUE, 2011, p. 28).

Desse modo, acreditamos que no entremeio entre os conhecimentos científicos e os conhecimentos escolares na obra de Delgado de Carvalho, o que se sobressai como aspecto e produção da cultura genuinamente escolar é o teor prático que se pretendia alcançar com a educação geográfica. Afinal, era claro que a escola primária e secundária não buscava a formação de pequenos geógrafos, mas ao assumir os pressupostos do positivismo científico, a Geografia de Delgado considerava os aspectos sociais e psicológicos da aprendizagem – típicos da Escola Nova – e produzia Geografias escolares por meio da concepção de que a prática em sala de aula era a relação escolar estabelecida com a ciência de referência.

Este teor “prático” do ensino que era proposto tanto pela pedagogia moderna como pela própria Geografia moderna de Delgado de Carvalho nos leva a pensar sobre a sua metodologia das “Excursões Geográficas”, que, para nós, expressa a maior representação e presença do conceito de paisagem na Geografia Escolar proposta pelo autor.

Para o autor, a excursão geográfica:

consiste a preparar o estudante a compreender a sua posição individual, relativa a um ambiente mais próximo, dando-lhe o sentido da direção, do quadro geográfico imediato visível e próximo invisível, além do horizonte. É o dom de se orientar e de pensar geograficamente. Tornar a viagem e a excursão cheias de significação e de ensinamentos é uma das mais preciosas funções da educação (CARVALHO, 1941, p. 97).

Pressupondo a posição relativa dos alunos à paisagem, Delgado expõe seu posicionamento

(8)

oriundo da Geografia clássica de uma paisagem relativa à ideia de quem a vê, a interpreta. De certo modo essa concepção de paisagem é praticada na Geografia Escolar, constituindo-se historicamente como uma produção cultural da disciplina. Essa metodologia das excursões geográficas pressupõe que os professores “(...) devem estar alertas o espírito geógrafo-estudante e sua capacidade de observar, de apreciar a paisagem, de notar os significados das cousas no horizonte” (CARVALHO, 1941, p.98).

Ao abordar as excursões geográficas, Delgado expõe novamente os seus ideais possibilistas frente à interpretação da paisagem no ensino de Geografia, pressupondo o meio como condicionante da ação humana. Nesse sentido, o objetivo das excursões geográficas, para o autor, seria intrínseco à apreensão da paisagem pelo aluno, pois tem a intenção de “(...) dotá-lo de uma faculdade de ver e observar, de se ambientar topograficamente, isto é, de interpretar as paisagens geográficas” (CARVALHO, 1941, p. 100).

O autor fazia menção ao chamado “estudo das comunidades” como forma de abordar a Geografia humana nas paisagens a partir das excursões geográficas, vendo as suas alterações e adaptações no meio físico. Essas interpretações da paisagem, segundo o autor, pressupõem que interpretar a paisagem é ver as diferenças, mas, sobretudo, enxergar o que é comum, que se repete na paisagem, a fim de uma sistematização regional. Obviamente que, do ponto de vista metodológico, as excursões geográficas não eram nenhuma novidade, pois eram oriundas da tradição do trabalho de campo na Geografia científica que, segundo Risso (2008), já era constituída desde a sistematização da ciência na Alemanha no século XIX. O que se deve ressaltar, a partir da obra de Delgado de Carvalho, é que até então, nenhuma metodologia nesse sentido tinha sido pensada para a Geografia Escolar no Brasil, com pressupostos teóricos e didáticos que superavam a Geografia Escolar então vigente, baseada na memorização e nas nomenclaturas.

Essa preocupação com a paisagem, sobretudo a partir da relação com as excursões geográficas, é uma clara articulação e

movimentação teórica entre os campos de conhecimento que Delgado transitava: a Geografia francesa e norte-americana, as ciências sociais e a pedagogia moderna, ambas também de forte influência norte-americana.

É evidente, a partir da obra de Delgado e de suas proposições para o estudo da paisagem por meio das excursões geográficas, a necessidade escolanovista de que o processo de aprendizagem comece com o despertar do interesse do aluno, pois “o contacto com a realidade determinaria, por si só, o início de todo um processo de aprendizagem” (CARVALHO, 1941, p. 98).

Esta concepção de influência escolanovista permeia a Geografia Escolar até os dias atuais, enquanto discurso curricular, dos livros didáticos e, até certo modo, das práticas de professores ao tratarem de conceitos como paisagem e lugar, em que as realidades dos alunos e o interesse dos mesmos por essa realidade são, reconhecidamente, pilares da cultura escolar da disciplina.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Buscamos, com esse artigo, identificar e compreender as perspectivas teóricas e epistêmicas do conceito de paisagem na obra de Delgado de Carvalho, estabelecendo as suas relações entre os conhecimentos escolares e científicos sobre o conceito que permeou a constituição da disciplina.

Por meio de revisão bibliográfica, entendemos que as nossas reflexões tenham nos levado a algumas leituras possíveis sobre o conceito de paisagem na obra do autor. Identificamos a relação intrínseca que Delgado faz da paisagem como um dos aportes ou categorias para a composição de seu conceito central, a região. Foi possível estabelecer as raízes epistêmicas do conceito em sua obra, que se situa em meio ao trânsito entre o possibilismo francês e a influência norte-americana. Nossa leitura possibilitou, também, uma reflexão sobre as oscilações e mudanças ao longo do tempo no discurso de Delgado, que se afastou sensivelmente das concepções deterministas do possibilismo geográfico.

(9)

Do ponto de vista da constituição da Geografia Escolar, apontamos a influência dos ideários liberais escolanovistas na renovação e modernização do ensino frente a uma Geografia até então conservadora, baseada nas nomenclaturas e na memorização. Reconhecemos também os aspectos do conceito de paisagem que, a partir da obra de Delgado, passaram a ser reconhecidos culturalmente como conteúdos na disciplina escolar de Geografia - muitos presentes, de certa forma, até hoje nas propostas curriculares e nos livros didáticos. Exemplificamos a renovação que significou a metodologia das excursões geográficas como articulação teórica e metodológica da Geografia e da pedagogia modernas, enquanto aparato didático e curricular para o ensino de Geografia e a consequente valorização da realidade do aluno como potencializadora da leitura da paisagem.

Ao mesmo tempo, ao longo das reflexões, procuramos deixar claros os pressupostos da relação entre os conhecimentos acadêmicos e escolares na obra de Delgado, pois, apesar do cientificismo e pragmatismo valorizados no movimento escolanovista, a obra do autor produz sentidos culturais diferentes para os conhecimentos científicos, considerando aspectos sociais e psicológicos dos alunos na construção dos conhecimentos escolares.

Reforçamos aqui que este texto teve um caráter de ensaio teórico, buscando elaborar reflexões que contribuam para um debate científico sobre a constituição da disciplina escolar de Geografia, em especial a partir da obra de Delgado de Carvalho, não tendo a intenção de esgotar a temática ou de estabelecer verdades absolutas sobre o conceito de paisagem e sua história na Geografia Escolar.

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Maria Adailza Martins de. Dois momentos na história da Geografia Escolar: a Geografia clássica e as contribuições de Delgado de Carvalho. Rev. Bras. Educ. Geog., v. 1, n. 2, p. 19-51, jul./dez., 2011.

CARVALHO, Carlos Miguel Delgado de. Uma concepção fundamental da Geografia moderna: “a região natural”. Boletim Geográfico,

Rio de Janeiro, IBGE, v. 2, n. 13, p. 9-17, abr. 1944. Transcrições de: ______. Methodologia do ensino geographico. Petropolis: Vozes, 1925. 222 p. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/colecao_digital_publicacoes.php>. Acesso em: 10 ago. 2009. CARVALHO, Delgado de. A excursão geográfica. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro: IBGE, v. 3, n. 4, p. 864-873,

out./dez. 1941. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/colecao_digital_publicacoes. php>. Acesso em: 10 ago. 2009. CHERVEL, André. História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. Teoria & Educação, Porto Alegre,

n. 2, p. 177-229, 1990.

FERRAZ, Cláudio Benito Oliveira. O discurso geográfico: a obra de Delgado de Carvalho no contexto da Geografia brasileira – 1913 a 1942. 164 f. Dissertação (Mestrado em Geografia)-FFLCH, USP, 1994.

FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. As pesquisas denominadas “Estado da Arte”. Educação & Sociedade, ano XXIII, n. 79,

p. 257-272, ago. 2002.

MORAES, Antônio Carlos Robert. Geografia: Pequena História Crítica. 21ª ed. São Paulo: Annablume, 2007.

PONTUSCHKA, N. N.; PAGANELLI, T. I.; CACETE, N. H. Para ensinar e aprender Geografia. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2009.

RISSO, Luciene C. Paisagens e cultura: uma reflexão teórica a partir do estudo de uma comunidade indígena amazônica. Espaço e Cultura (UERJ), v. 23, p. 67-76, 2008.

ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da. Por uma Geografia moderna na sala de aula: Rui Barbosa e Delgado de Carvalho e a renovação do ensino de Geografia no Brasil. Mercator, Revista de Geografia da UFC, ano 08, n. 15, 2009.

(10)

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil. 5ª ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1984.

SAUER, C. O. A morfologia da Paisagem. In: CORRÊA, R. L; ROSENDAHL, Z. (Org.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p.12-74.

Referências

Documentos relacionados

Para analisar as Componentes de Gestão foram utilizadas questões referentes à forma como o visitante considera as condições da ilha no momento da realização do

O Documento Orientador da CGEB de 2014 ressalta a importância do Professor Coordenador e sua atuação como forma- dor dos professores e que, para isso, o tempo e

Afinal de contas, tanto uma quanto a outra são ferramentas essenciais para a compreensão da realidade, além de ser o principal motivo da re- pulsa pela matemática, uma vez que é

No Estado do Pará as seguintes potencialidades são observadas a partir do processo de descentralização da gestão florestal: i desenvolvimento da política florestal estadual; ii

Na experiência em análise, os professores não tiveram formação para tal mudança e foram experimentando e construindo, a seu modo, uma escola de tempo

Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Universidade de Brasília, 2007. A organização como fenômeno psicossocial: notas para uma redefinição da psicologia organizacional e

Por fim, na terceira parte, o artigo se propõe a apresentar uma perspectiva para o ensino de agroecologia, com aporte no marco teórico e epistemológico da abordagem

Este dado diz respeito ao número total de contentores do sistema de resíduos urbanos indiferenciados, não sendo considerados os contentores de recolha