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COLÉGIO XIX DE MARÇO Educação do jeito que deve ser 2ª PROVA PARCIAL DE PORTUGUÊS

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Academic year: 2021

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(1)

2016

2ª PROVA PARCIAL DE PORTUGUÊS

Aluno (a): Nº

Ano: 9º Turma: Data: 14 / 06 /16 Nota:

Professor(a): Letícia Silva Valor da Prova: 30 Pontos Orientações gerais:

1) Número de questões desta prova: 11

2) Valor das questões: Abertas (4): 4,0 pontos cada. Fechadas (7): 2,0 pontos cada. 3) Provas feitas a lápis ou com uso de corretivo não têm direito à revisão.

4) Aluno que usar de meio ilícito na realização desta prova terá nota zerada e conceituação comprometida.

5) Tópicos desta prova:

- Estudo dos poemas de Manoel de Barros - Figuras de linguagem

- Orações Subordinadas Substantivas, adjetivas e adverbiais reduzidas e desenvolvidas - Versificação

1ª Questão:

Manoel por Manoel

Eu tenho um ermo enorme dentro do olho. Por motivo do ermo não fui um menino peralta. Agora tenho saudade do que não fui. E com essa senectez atual me voltou a criancês. Acho que o que faço agora é o que não pude fazer na infância. Faço outro tipo de peraltagem. Quando era criança eu deveria pular muro do vizinho para catar goiaba. Mas não havia vizinho. Em vez de peraltagem eu fazia solidão. Brincava de fingir que pedra era lagarto. Que lata era navio. Que sabugo era um serzinho mal resolvido e igual a um filhote de gafanhoto. Cresci brincando no chão, entre formigas. De uma infância livre e sem comparamentos. Eu tinha mais comunhão com as coisas do que comparação.

Porque se a gente fala a partir de ser criança, a gente faz comunhão: de um orvalho e sua aranha, de uma tarde e suas garças, de um pássaro e sua árvore. Então eu trago das minhas raízes crianceiras a visão comungante e oblíqua das coisas. Eu sei dizer sem pudor que o escuro me ilumina. É um paradoxo que ajuda a poesia e que eu falo sem pudor. Eu tenho que essa visão oblíqua vem de eu ter sido criança em algum lugar perdido onde havia transfusão da natureza e comunhão com ela. Era o menino e os bichinhos. Era o menino e o sol. O menino e o rio. Era o menino e as árvores. a) Por que o poeta sente saudade do que não foi? Justifique sua resposta com elementos do texto. _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________

COLÉGIO XIX DE MARÇO

Educação do jeito que deve ser

(2)

b) O que é ser criança na visão do poeta? _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ c) Explique a seguinte afirmação: “Porque se a gente fala a partir de ser criança, a gente faz comunhão”.

_______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2ª Questão: Releia o fragmento abaixo para responder à questão.

“Por motivo do ermo não fui um menino peralta. Agora tenho saudade do que não fui.” A classificação da oração em destaque é:

a) Subordinada substantiva subjetiva. b) Subordinada substantiva objetiva direta. c) Subordinada substantiva objetiva indireta. d) Subordinada substantiva completiva nominal. e) Subordinada substantiva predicativa.

3ª Questão:

Bernardo é quase árvore Silêncio dele é tão alto que os passarinhos

ouvem de longe

E vêm pousar em seu ombro. Seu olho renova as tardes.

Guarda num velho baú seus instrumentos de trabalho 1 abridor de amanhecer

1 prego que farfalha 1 encolhedor de rios - e 1 esticador de horizontes.

(Bernardo consegue esticar o horizonte usando 3 fios de teias de aranha. A coisa fica bem esticada.) Bernardo desregula a natureza:

Seu olho aumenta o poente.

(Pode um homem enriquecer a natureza com a sua incompletude?)

Manoel de Barros, in 'Livro das Ignorãças', 1993 - XI (3ª parte - Mundo Pequeno) pg. 17

a) Classifique a oração em destaque no poema acima.

____________________________________________________________________________ b) Identifique a figura de linguagem presente na imagem: “Silêncio dele é tão alto que os passarinhos ouvem de longe.”

(3)

c) O personagem possui outro olhar em relação à natureza. Que olhar é esse e o que provoca essa nova visão?

______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________ 4ª Questão: Produção de texto

Inserido em uma das grandes reservas de natureza preservada do planeta, a poesia de Manoel de Barros, sem em nenhum momento ter um discurso ambiental ou ecológico, faz a maior defesa possível da preservação do meio ambiente ao defender que a vida verdadeira se dá pelo fim da fronteira entre homem e mundo (“ficar parado diante de uma coisa até sê-la”), de sua postura de superioridade e controle do mundo, como se dele não fizesse parte. Enfim, o ideal de ser árvore. É o que se pode perceber no fragmento abaixo:

Bernardo é quase árvore.

Silêncio dele é tão alto que os passarinhos ouvem de longe.

E vêm pousar em seu ombro. Seu olho renova as tardes.”

Manoel de Barros, em O livro das ignorãças.

Este outro modo de se relacionar com o mundo valoriza a sensibilidade e propõe uma vida mais pura, longe do consumismo e das exigências competitivas do mundo do capital em que o ter é mais importante do que ser (“Catar coisas inúteis garante a soberania do Ser” – “O catador”).

Com base na leitura dos poemas de Manoel de Barros, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o seguinte tema: Preservação ambiental X Consumismo. É possível ao homem contemporâneo viver de forma mais simples e, em contato com a natureza, sem destruí-la?

OBSERVAÇÕES:

Não se esqueça de atribuir um título ao seu texto. A redação NÃO será corrigida se for entregue a lápis. Escreva entre 20 a 30 linhas.

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(4)

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A menina apareceu grávida de um gavião A menina apareceu grávida de um gavião.

Veio falou para a mãe: O gavião me desmoçou. A mãe disse: Você vai parir uma árvore para a gente comer goiaba nela.

E comeram goiaba.

Naquele tempo de dantes não havia limites para ser.

Se a gente encostava em ser ave ganhava o poder de alçar

Se a gente falasse a partir de um córrego a gente pegava murmúrios.

Não havia comportamento de estar. Urubus conversavam auroras. Pessoas viraram árvore. pedras viraram rouxinóis.

Depois veio a ordem das coisas e as pedras têm que rolar seu destino de pedra para o resto dos tempos.

Só as palavras não foram castigadas com a ordem natural das coisas.

(5)

a) Transcreva do poema duas orações subordinadas que exprimem circunstância de condição. _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________

b) Classifique as orações transcritas no item anterior.

_______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________ c) Reduza as orações e indique qual a forma nominal utilizada para reduzi-las.

_______________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________

Leia o poema abaixo para responder às questões 06 e 07. O menino que carregava água na peneira

Tenho um livro sobre águas e meninos Gostei mais de um menino

que carregava água na peneira. A mãe disse

que carregar água na peneira

Era o mesmo que roubar um vento e sair correndo com ele pra mostrar aos irmãos.

A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água

O mesmo que criar peixe no bolso. O menino era ligado em despropósitos

Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos. A mãe reparou que o menino

Gostava mais do vazio Do que do cheio.

Falava que os vazios são maiores E até infinitos.

Com o tempo aquele menino Que era cismado e esquisito

Porque gostava de carregar água na peneira

Com o tempo descobriu que escrever seria o mesmo que carregar água na peneira.

BARROS, M. de. Exercício de ser criança / bordados de Antônia Zulma Diniz, Ângela Marilu e Sávia Dumont sobre desenhos de Demóstenes Vargas. Rio de Janeiro: Salamandra, 1999 (fragmento).

6ª Questão:

O texto e os bordados inventam uma realidade mágica e uma estética do corpo em movimento. Esses elementos expressivos mostram algumas características de linguagem:

I. Possibilidades plásticas da linguagem escrita.

II. Aproximação do mundo mágico com o mundo real pela metáfora da água na peneira.

III. Literatura e arte visual como expressões dos conhecimentos que caracterizam o mundo infanto-juvenil.

(6)

São características de linguagem evidenciadas no texto apenas: a) I e II.

b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV.

7ª Questão: As orações em destaque no poema “O menino que carregava água na peneira” classificam-se, respectivamente, em subordinada:

a) Adjetiva restritiva, substantiva objetiva indireta, substantiva objetiva direta. b) Adjetiva explicativa, adjetiva restritiva, substantiva objetiva indireta.

c) Adjetiva restritiva, substantiva objetiva direta, substantiva objetiva direta.

d) Substantiva objetiva direta, substantiva objetiva direta, substantiva objetiva direta. e) Substantiva completiva nominal, adjetiva restritiva, adjetiva restritiva.

8ª Questão:

Borboletas Borboletas me convidaram a elas.

O privilégio insetal de ser uma borboleta me atraiu.

Por certo eu iria ter uma visão diferente dos homens e das coisas. Eu imaginava que o mundo visto de uma borboleta

Seria, com certeza, um mundo livre aos poemas. Daquele ponto de vista:

Vi que as árvores são mais competentes em auroras do que os homens. Vi que as tardes são mais aproveitadas pelas garças do que pelos homens. Vi que as águas têm mais qualidade para a paz do que os homens.

Vi que andorinhas sabem mais das chuvas do que os cientistas.

Poderia narrar muitas coisas ainda que pude ver do ponto de vista de uma borboleta. Ali até o meu fascínio era azul.

Manoel de Barros

A propósito do poema acima, coloque (V) ou (F) para as afirmativas abaixo. Em seguida, assinale a alternativa correta.

I – Pode-se considerar este poema um soneto por possuir o mesmo número de sílabas poéticas em todos versos. ( )

II – Em “Borboletas me convidaram a elas” identifica-se a figura de linguagem prosopopeia ou personificação. ( )

III – Há quatro orações subordinadas adverbiais comparativas. ( ) IV – A oração em destaque no poema está na forma reduzida. ( ) a) V,V,V,F.

b) F,V,F,F. c) F,F,V,V. d) F,V,V,F. e) V,F,F,F.

Leia o poema abaixo para responder às questões 09 e 10. Creme

Sucuri pegou bezerro E deu um forte abraço nele.

Foi se enrolando se enrolando no corpo Do bezerro

Foi apertando o abraço apertado Até quebrar todo osso do bezerro.

(7)

O bezerro virou parece um creme. Eu estava perto.

Eu assisti.

O silêncio do bezerro nem mexia. Depois a cobra engoliu o creme.

9ª Questão:

A figura de linguagem que se pode identificar na oração em destaque no poema acima é: a) Eufemismo.

b) Catacrese. c) Metáfora. d) Prosopopeia. e) Metonímia.

10ª Questão: Ainda com relação ao poema “Creme”, identifique a alternativa CORRETA. a) O primeiro verso possui sete sílabas poéticas.

b) Não há verbo na forma nominal.

c) Não há sequência de ações, pois há somente uma ação.

d) Pode-se dizer que o poeta considera o acontecimento algo diferente. e) Os verbos “assisti” e “estava” são verbos de ligação.

11ª Questão: Quando eu nasci

O silêncio foi aumentando. Meu pai sempre entendeu Que eu era torto

Mas sempre me aprumou.

Passei anos me procurando por lugares nenhuns. Até que não me achei – e fui salvo.

Às vezes caminhava como se fosse um bulbo.

Analise as afirmações e, em seguida, assinale a soma das alternativas verdadeiras. 01- O poema inicia-se por uma oração subordinada adverbial temporal. ( )

02 – Ao reduzir a oração “Quando eu nasci” obtém-se: “Ao nascer”. ( )

08 – Em: “Às vezes caminhava como se fosse um bulbo” temos uma oração subordinada substantiva subjetiva. ( )

16 – Em: “Meu pai sempre entendeu que eu era torto”. A oração em destaque classifica-se em subordinada substantiva objetiva direta.

a) 11. b) 19. c) 24. d) 27. e) 10.

Referências

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