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Transporte Ethernet 100 Gb: Preparando a Rede para Serviços de Banda Larga

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Transporte Ethernet 100 Gb: Preparando a Rede para Serviços de Banda Larga

Este tutorial apresenta o padrão Ethernet, que está se tornando a solução preferida para introduzir serviços novos e múltiplos de transmissão de dados, e a próxima taxa de bits para o transporte usando o protocolo IP será 100 Gigabit Ethernet (100 GbE).

Este tutorial foi produzido a partir do White Paper “100 Gb Ethernet transport: preparing the highway for high bandwidth services”, de Dezembro de 2008, elaborado pela Ericsson.

Categoria: Banda Larga

Nível: Introdutório Enfoque: Técnico

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Transporte Ethernet 100 Gb: Introdução

O padrão Ethernet está se tornando a tecnologia de transporte de pacotes de dados mais popular e está alcançando taxas de bits cada vez maiores. A partir da taxa de bit atual de 10 GbE, o grupo de trabalho responsável pela padronização do sistema óptico entregará em breve as especificações para as taxas de bits de 40 GbE e 100 GbE. Esses padrões permitirão a interoperabilidade de produtos e proporcionarão um mercado maior para os fornecedores, tendo como resultado preços potencialmente mais baixos e adoção em grande escala.

A principal motivação para o padrão 100 GbE é a necessidade de maior capacidade de agregação de múltiplos serviços, como IPTV, ou VoD, nos equipamentos de borda e de agregação das redes. Os requisitos de grande largura de banda para os serviços podem mudar os padrões de tráfego e podem exigir a distribuição de algumas funções de rede, deslocando-as cada vez mais para os equipamentos de borda ou mesmo para o equipamento que serve o usuário final.

As interfaces de alta velocidade vão reduzir o custo por bit e melhorar a eficiência operacional, simplificando o projeto dos equipamentos de rede e reduzindo o número de comprimentos de onda a serem gerenciados.

A interface física dos sistemas 100 GbE promoverá um impacto na transformação das redes com o objetivo de minimizar as mudanças de arquitetura nas camadas de transporte. Dentro da rede de transporte, as interfaces 100 GbE terão taxa nominal de transporte de 100 Gbit/s, sendo que a taxa exata em Gbit/s deve variar de acordo com os detalhes específicos de cada aplicação.

A taxa de 100 Gbit/s pode ser adotada e implementada na rede óptica de diferentes maneiras, dependendo dos serviços especiais a serem ofertados. Espera-se que a taxa de 100 Gbit/s deva coexistir com as taxas de 40 Gbit/s e 10 Gbit/s na mesma rede.

Os formatos avançados de modulação na interface da linha física devem proporcionar um desempenho óptico semelhante às atuais redes 10 GbE. A escolha da técnica de modulação precisa levar em conta a configuração da rede, o desempenho óptico necessário, e a maturidade das tecnologias que já possuem custo otimizado, tais como a tecnologia CMOS (Complementary Metal–Oxide–Semiconductor) avançada.

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Transporte Ethernet 100 Gb: Motivação e Requisitos Motivação e Requisitos para 100 GbE

O padrão 100 Gb Ethernet irá desempenhar um papel fundamental na conectividade de uma rede multi-serviços, transportando tráfego entre switches e roteadores de alta capacidade sem alterar drasticamente a arquitetura da rede como um todo.

O crescimento significativo do tráfego IP nas redes de acesso em banda larga, nas redes e servidores corporativos, nas redes dos provedores de serviços e nas redes de transporte óptico está dobrando a banda do backbone de Internet a cada período de 12 a 18 meses [1].

O crescimento da largura de banda do backbone das operadoras é desencadeado por uma ampla gama de serviços oferecidos aos assinantes residenciais, de telefonia celular e corporativos. A introdução de serviços triple-play, onde as aplicações da Internet são agrupadas pelos Provedores de Serviços (Internet Service Providers – ISP) em pacotes de serviços, aumentou a demanda de largura de banda para aplicações como a navegação na web, os jogos on-line (on-line-gaming), os serviços de Voz sobre IP (Voice Over IP), bem como os serviços interativos e personalizados TV de alta definição: IPTV, VoD (Video on Demand) e vídeo conferência.

A demanda é ainda alimentada pelo aumento da penetração da banda larga na rede, bem como pela disponibilidade de outros métodos de acesso móvel de banda larga, tais como o Wi-Fi, o WiMAX, o HSPA (High Speed Packet Access) e, em breve, o LTE (Long Term Evolution). A convergência das redes fixas e móveis para compor a arquitetura Full Service Broadband (Serviços Banda Larga) [2,3] vai aumentar ainda mais a necessidade de interfaces de alta velocidade na rede de agregação e no núcleo da rede. O armazenamento virtual (baseado em rede) é outro serviço que provavelmente será solicitado por usuários de vídeo de alta definição (High Definition – HD), demandando maior largura de banda também no sentido do uplink.

As principais motivações para o uso de maior largura de banda nos data centers e nos sistemas de computação empresarial são o comércio eletrônico, a comunicação pela Internet, os sistemas de computação de alto desempenho e a distribuição de conteúdo de entretenimento. Para estas aplicações, a largura de banda de servidores está crescendo um pouco mais lentamente do que a do núcleo da rede e das aplicações de agregação de data centers, como mostra a figura 1. O resultado foi um aumento no número de conexões físicas, com todos os problemas de administração associados.

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Figura 1: Crescimento de banda na rede em relação à Lei de Moore para a computação em servidores, e etc. [1]

Com o domínio crescente de serviços Ethernet, o uso de 100 Gbit/s é o próximo passo natural para a escolha da taxa de dados. Hoje, a conectividade é provida principalmente pelas interfaces 10 GbE nas redes das operadoras. Embora a necessidade de aumento da rede possa ser atendida através do uso de várias conexões 10 Gb paralelas, estas podem apresentar baixa eficiência no nível de pacote, já que os roteadores efetuam o balanceamento constantemente de pacotes de tamanho diferentes para as diversas interfaces. As interfaces e o transporte 100 GbE vai ajudar a atenuar os problemas de aumento e dimensionamento da capacidade das redes.

A tecnologia de transporte 100 GbE pode aumentar a capacidade das fibras ópticas e, portanto, vai oferecer uma alternativa para evitar as implantações de novas fibras, com um impacto mínimo sobre outros aspectos da rede. O uso de 100 GbE proporcionará uma oportunidade para reduzir o número de tipos de interface, bem como para reduzir a latência da rede e o número de comprimentos de onda gerenciados. Outro fator é a possibilidade de reduzir a emissão de CO2 através de uma redução na quantidade de interfaces.

O primeiro uso para o 100 GbE será na interconexão em alta capacidade entre switches e roteadores, especialmente nos pontos de comutação de Internet (Internet Exchanges – IXC), nos Provedores de Serviços de Internet (Internet Service Providers – ISP) e Pontos de Presença (PoP) para roteadores de núcleo (core routers).

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Transporte Ethernet 100 Gb: Impacto das Redes Impacto das Redes 100 Gbit/s

A rede irá manter uma estrutura multi-camadas durante a transição para uma rede baseada em pacotes de dados para serviços Ethernet mais flexíveis.

O padrão Ethernet 100 Gbit/s é um passo fundamental para aumentar a capacidade da conexão para transportar as demandas de tráfego crescente descritas anteriormente, e vai se deparar com aplicações na maioria das áreas de rede, ou seja, redes locais – LAN, redes WAN e pontos de interconexão de Internet (IXC). Segundo alguns relatórios de mercado [4], os sistemas 40 Gb começaram a ser implantados de forma significativa em 2007, enquanto que o 100 GbE deverá estar disponível a partir de 2010, com alguma maturidade em 2012.

Figura 2: Ecossistema das cadeias de abastecimento (supply chains)

O ecossistema de oferta e demanda é apresentado na figura 2. Na futuras redes WAN, as redes públicas das operadoras deverão manter-se organizadas em múltiplas camadas, com uma camada de conexão física (em fibra ou rádio), uma camada de comutação de circuitos (por exemplo, unidades de dados ópticas ODU – Optical Data Unit e / ou comutação de comprimentos de onda), e múltiplas subcamadas provendo serviços IP e Ethernet. As arquiteturas de rede não devem mudar fundamentalmente e manterão as tecnologias orientadas a conexão para o planejamento de capacidade e também as topologias em anel ou malha (ring ou mesh) para manter a eficiência do tráfego.

Embora possa haver um conjunto de diferentes tecnologias para implementar as camadas de comutação de pacotes, a tecnologia Ethernet será a principal tecnologia de interface física e de formato de transmissão para as conexões de alta velocidade sobre comprimentos de onda ou diretamente em fibra.

A multiplexação e a comutação no nível de transporte (nível ODU) continuarão a ser necessárias para a flexibilidade operacional (manutenção e gerenciamento de serviços) e de carregamento ideal dos meios de transmissão (sobre comprimentos de onda ou fibra). Além disso, o encapsulamento OTU (Optical Transport Unit) provê correção de erro (Forward Error Correction – FEC), e os esquemas de modulação previstos suportam longas distâncias de transmissão e melhora na eficiência espectral, provendo, portanto, uma melhor utilização de fibra óptica, em comparação com os esquemas de transmissão paralela “n x 10 Gbit/s”. A flexibilidade continuará a ser fornecida pela agilidade dos ROADM (Reconfigurable Optical Add-Drop

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Multiplexer) no nível de comprimentos de onda.

Há uma série de maneiras para que o 100 GbE possa ser implantado na rede, dependendo das circunstâncias e infra-estrutura específicas de cada operadora. As operadoras têm que evoluir a partir das circunstâncias que envolvem as redes existentes, e, obviamente, todas as implantações devem suportar algumas das infra-estruturas atuais. No entanto, o grau de suporte depende da estratégia de implantação adotada e será influenciada pelos fatores econômicos, que devem incluir considerações que vão além da camada óptica, e da expectativa e crença de cada operadora no crescimento futuro do tráfego e da alteração de seus padrões. O transporte em 100 Gbit/s é fascinante, mas tem como desafio garantir um desempenho adequado. O desempenho no que diz respeito aos erros de bit (bit-error) na transmissão em 100 Gbit/s é mais suscetível às deficiências de transmissão e mais exigente no que se refere ao ambiente de operação, se comparado com transmissão de 40 Gbit/s. Para manter as vantagens econômicas esperadas, qualquer solução utilizada deve ser limitada em termos de complexidade e de custos adicionais. Por outro lado, novos sistemas 100 GbE podem ser implantados desde o início em fibras separadas em paralelo com os sistemas WDM existentes, de tal forma que a compensação de dispersão, a amplificação e a regeneração podem ser projetadas para atender às características da transmissão 100 GbE. A localização destes componentes será ainda limitada pelos dutos físicos e pelos bueiros. Tais sistemas podem multiplexar 10 Gbit/s e 40 Gbit/s em 100 Gbit/s através de novos transponders, a fim de substituir os enlaces existentes e liberar fibras para outras implantações.

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Transporte Ethernet 100 Gb: Padronização Esforços de Padronização

A padronização e o desenvolvimento de recomendações são pré-requisitos fundamentais para a ampla aceitação e aprovação da tecnologia 100 GbE.

Há três principais órgãos envolvidos na padronização de tecnologias 100 GbE: IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), ITU-T (Telecommunication Standardization Sector for the International Telecommunication Union), e OIF (Optical Internetworking Forum).

Em resposta à demanda crescente por banda larga descrita anteriormente, o Grupo de Trabalho IEEE 802.3 criou o grupo de estudo Higher Speed Study Group – HSSG em julho de 2006, que posteriormente se tornou o grupo de trabalho IEEE 802.3ba 40GbE/100 GbE Task Force, em janeiro de 2008. A Ericsson tem participação ativa nesse grupo. O objetivo é produzir normas e recomendações para as taxas de dados 40 GbE e 100 GbE em meados de 2010.

Existem requisitos diferentes para os enlaces Ethernet de curta distância usados nos data centers e redes corporativas, em comparação com o tráfego das redes de transporte óptico de longa distância. Os enlaces Ethernet das redes locais (LAN) normalmente possuem um canal único ponto-a-ponto, onde o custo está relacionado com as despesas de investimentos (Capital Expenditures – CAPEX) e as interfaces, portanto, tendem a ser paralelas (através de fibra óptica ou WDM) para garantir que os transceptores sejam simples e de baixo custo.

Inicialmente, o meio físico das interfaces IEEE 40 GbE e IEEE 100 GbE será implementado através do uso de uma camada física paralela que agrupa múltiplas pistas através de uma metodologia de fragmentação ou separação. Os requisitos para a subcamada de codificação física (Physical Coding Sublayer – PCS) e para o protocolo de agrupamento de pistas (lane bonding protocol) incluem delimitação de quadros (frames delineation), transições de pulsos de relógio (clock transitions), limpeza (deskew) das múltiplas vias, e suporte para a contagem futura de vias.

Para minimizar a contagem de pistas da interface elétrica paralela entre o chip MAC / PCS e o módulo óptico 100 GbE, a interface será baseada em tecnologia SerDes de (Serializer/deserializer) alta velocidade. A escolha inicial será uma interface de 10 pistas (10-lane) rodando a cerca de 10 Gbit/s por via, sendo cada uma similar à interface XFI (10 Gigabit serial electrical interface) desenvolvida para 10 GbE. Com a evolução da tecnologia CMOS, tal interface se tornará mais será mais estreita (menor contagem de pistas) e mais rápida. Atualmente, o Optical Internetworking Forum (OIF) está desenvolvendo uma norma para uma interface elétrica comum de entrada e saída (Common Electrical I/O – CEI) de 25 Gbit/s sobre circuito impresso (CEI-25) que poderia ser usada para transportar 100 Gb na configuração 4 x 25 Gbit/s.

Os objetivo atuais da IEEE 802.3ba Task Force incluem as especificações de camada física para o PMD óptico (Polarization Mode Dispersion) que suporta a operação 100 Gbit/s por:

Pelo menos 40 km em fibra monomodo (Single-Mode Fiber – SMF); Pelo menos 10 km em fibra monomodo (Single-Mode Fiber – SMF); Pelo menos 100 m em fibra multi-modo OM3 (Multi-Mode Fiber – MMF).

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Para enlaces de curto alcance em fibras MMF 850-nm, considera-se o uso de transmissores VCSEL e divisão espacial de multiplexação de canais 10 x 10 Gbit/s sobre cabo chato de fibras OM3. A aplicação considerada é a interconexão interna de bastidores (racks) ou entre bastidores, com distâncias de até 100m.

As tecnologias de camada física de rede local (LAN) de 100 GbE que foram aprovadas pelo IEEE no final de 2008 para aplicações SMF são baseadas no uso de transmissores na faixa de 1310 nm utilizando quatro canais WDM de 25 Gbit/s cada. Para o alcance de 40 km em fibra SMF, será necessário o uso de um amplificador óptico semicondutor (Semiconductor Optical Amplifier – SOA). As aplicações LAN que usam fibra SMF com alcance de 10 km são predominantemente usadas em data centers e redes corporativas, e aquelas com alcance de 40 km são usadas em aplicações de interconexão de switches de agregação Metro Ethernet.

No entanto, as soluções acima não são susceptíveis de serem utilizadas em interfaces de transporte óptico, onde a transmissão óptica é multi-canal, e ocorre através do uso de WDM denso (Dense Wavelength Division Multiplexing – DWDM). Neste caso, existem muitos enlaces seriais na mesma fibra, e são usados formatos de modulação espectralmente eficientes para permitir maior número de bits transmitidos por cada comprimento de onda óptico.

O transporte 100 GbE através de redes principais (core networks) metro, regionais e de longa distância exige normas para encapsulamento de sinais desses clientes. As técnicas de encapsulamento disponíveis são Generic Framing Procedure (GFP) direto e Optical Transport Network (OTN).

A ITU-T padronizou a OTN para ser uma plataforma de transporte óptico para uma ampla gama de sinais digitais do cliente. Além disso, a OTN oferece:

O benefício de uma estrutura de pacote do tipo “digital wrapper” para operação, administração e manutenção (OAM) de redes de grande porte (carrier-grade);

Correção de erro (Forward Error Correction – FEC) para maior alcance e margem; Comutação de proteção para alta disponibilidade.

Atualmente a ITU-T está ampliando a hierarquia OTN para acomodar 100 GbE, como está representado na arquitetura de referência na figura 3. Em paralelo com o desenvolvimento das normas 100 GbE do IEEE, a ITU-T está desenvolvendo uma nova unidade de transporte óptico, chamado OTU4, para o transporte transparente de 100 GbE em um único canal. A taxa de bits total acordada é de cerca de 112 Gbit/s, constituída pela codificação 64B/66B e pelo quadro e correção de erro FEC da OTN, a partir do payload (carga útil de dados) do 100 GbE.

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Transporte Ethernet 100 Gb: Principais Tecnologias Principais Tecnologias Habilitadoras

Formatos de modulação avançada, correção de erros (FEC) de próxima geração e tecnologia de semicondutores de alta velocidade são as principais tecnologias para alavancar o 100 GbE sobre a infra-estrutura de transmissão de 10G e 40G existente.

Em comparação com as taxas de linhas de 10 Gbit/s, o transporte de 100 GbE exige um aumento de dez vezes da relação sinal-ruído de recepção, a fim de obter o mesmo desempenho de erro de bits (bit-error) quando se utiliza a mesma técnica de transmissão. Isto vem em conjunto com o aumento da sensibilidade às deficiências de transmissão das fibras ópticas, incluindo a dispersão dos modos de polarização (fator de dez) e a dispersão cromática (fator de 100).

A transmissão DWDM paralela (multiplexação inversa) de quatro canais de 25 Gbit/s ou dez canais de 10 Gbit/s na grade de comprimentos de onda do ITU-T pode facilmente manter o desempenho de redes ópticas de hoje de 10 Gbit/s, mas não é tão eficiente na utilização do espectro em comparação com 100 Gbit/s. Os critérios técnicos para uma interface de transporte de 100 Gbit/s adequada são: ruído óptico, tolerância às deficiências de transmissão da fibra e eficiência de largura de banda. A implementação de formatos de modulação avançados sobre a interface de linha física é um meio promissor para proporcionar desempenho semelhante ao de redes 10 Gb. Esses formatos permitirão a manutenção da densidade do canal atual e proporcionarão melhorias na tolerância ao ruído e nas distorções induzidas na fibra.

Outra melhoria pode ser introduzida pela próxima geração de correção de erros (FEC). Sistemas avançados de codificação podem aproximar-se do limite teórico (o chamado limite de Shannon) à custa de um aumento do overhead do sinal e da taxa de dados correspondente, possivelmente além dos valores acordados nas recomendações.

Diferentes princípios físicos serão empregados para adaptar formatos de modulação de alto desempenho adequados para obter o alcance otimizado e a eficiência na largura de banda das interfaces de transporte 100 GbE, como está representado na figura 4:

Figura 4: Ferramentas e opções para a transmissão em 100 Gbit/s Conforme mostra a figura, serão utilizadas as seguintes ferramentas:

Modulação: a modulação em fase melhora a tolerância de sensibilidade a ruído, em comparação com sistemas tradicionais de amplitude modulada. Também mais do que um bit pode ser codificado em um

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símbolo, o que melhora a eficiência de largura de banda do formato. A modulação quaternária (QPSK ou 4-QAM) oferece desempenho similar em relação ao ruído de chaveamento de mudança de fase binário simples, mas os formatos de ordem superior (por exemplo, 16-QAM) comprometem o alcance do sinal, embora permitam maior eficiência de largura de banda. Ao reduzir a largura de banda necessária, esquemas de modulação multinível são mais tolerantes às deficiências físicas (PMD e CD). Recepção Coerente: um alcance mais longo é obtido através de receptores coerentes, e estes também podem ser utilizados para permitir a compensação eletrônica de PMD e CD. Em contraste com as realizações ópticas puras do início dos anos 90, os avanços na tecnologia de semicondutores permitiram chegar a um receptor de tecnologia estável, mas exigem conversão analógica-digital de alta velocidade seguida de processamento de sinal digital (DSP) avançado. Recepção coerente é inerentemente sensível a polarização, e é normalmente combinada com multiplexação por divisão de polarização.

Multiplexação por Divisão de Polarização (Polarization Division Multiplexing – PDM): o espaço de polarização é utilizado para reduzir pela metade a largura de banda do sinal e representa um facilitador para o espaçamento de canal estreito. Melhora consideravelmente a tolerância contra distorções da fibra sem impacto direto sobre o desempenho de ruído. Se combinado com a recepção coerente, a de-multiplexação de polarização é realizada no domínio digital por um DSP. Os rastreadores de polarização óptica utilizados para de-multiplexar os sinais são mais uma alternativa válida que fornece interoperabilidade com a transmissão DPSK ou DQPSK dos sistemas de 10 Gbit/s e 40 Gbit/s.

Múltiplas Portadoras: outros benefícios são alcançados pela transmissão de várias subportadoras em uma portadora de maior freqüência. Como se sabe a partir do domínio de rádio, a modulação de subportadora (Subcarrier Modulation – SCM) envia dados para várias subportadoras de banda estreita, provendo boa eficiência espectral, tolerância à distorção, e resistência a não-linearidades. Em uma implementação óptica, várias subportadoras moduladas podem ser transmitidos num único canal da grade ITU-T, conhecido como multiportadora WDM. Isso move o esforço de implementação para o potencialmente econômico domínio das microondas. A modulação OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing) na camada óptica será uma versão de largura de banda muito eficiente em termos de SCM. A OFDM tem uma viabilidade comprovada e alta densidade espectral em aplicações bem conhecidas, tais como LAN sem fio e transmissão de vídeo digital. Para adotar esse formato na camada óptica, ele tem que ser adaptado às altas taxas de dados e à natureza não-linear do canal óptico.

Compensação de Distorção Eletrônica (Electronic Distortion Compensation – EDC): a equalização digital de deficiências de transmissão aumenta a robustez dos formatos de transmissão, quando mistura diferentes formatos de dados. A natureza linear dos sistemas de recepção coerente permite a adição de compensação eletrônica dos efeitos da fibra no DSP. A distorção também pode ser compensada no domínio digital para subportadora e sistemas OFDM ópticos.

As etapas de implementação de soluções para coincidir com o desempenho de 10 Gbit/s são resumidas na figura 5.

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Figura 5: Passos para a solução 100 Gb corresponder ao desempenho de 10 Gb

A combinação de diferentes princípios resulta em uma série de candidatos promissores a formato de modulação para o transporte no padrão 100 GbE. A relação típica entre custo e desempenho pode potencialmente levar a mais do que uma solução para atender diferentes cenários de rede e tipos de aplicações. Um resumo das tecnologias disponíveis, juntamente com o estado atual da sua maturidade, é apresentado na figura 6.

Figura 6: Síntese de tecnologias atuais para a solução 100 Gbit/s

A disponibilidade de componentes ópticos integrados é crucial para a criação de subsistemas que sejam compactos, de fácil fabricação, e eficientes em custo. O esforço de implementação necessário para o desenvolvimento da tecnologia selecionada, tais como receptores coerentes e DSP para processamento de sinais eletrônicos, irá influenciar a disponibilidade da solução final.

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Transporte Ethernet 100 Gb: Considerações finais

O desenvolvimento de interfaces 100 GbE tanto para o núcleo da rede e como para a borda da rede apresenta vários desafios tecnológicos. O interesse pelo transporte no padrão 100 GbE ocorre devido a seus benefícios para o gerenciamento da rede (redução de custos de operação – OPEX) e otimização dos recursos (redução de investimentos – CAPEX).

Os benefícios reais ocorrerão sobre o custo total de propriedade, considerando que o tráfego inicial sobre as interfaces 100G potencialmente terá um acréscimo de preço em comparação com as soluções paralelas disponíveis. A seleção de tecnologias maduras de interface de transporte que são adequadas e otimizadas para os cenários específicos de rede será economicamente vantajosa. Uma solução única não serve para todas as aplicações de rede.

Ao mesmo tempo em que as operadoras implantam os sistemas 100 Gbit/s, as normas desse padrão ajudarão a alinhá-las para a prestação eficiente de serviços Ethernet, permitirão uma melhoria geral da qualidade dos serviços e uma melhor sustentabilidade ambiental, reduzindo as emissões de dióxido de carbono.

Referências

[1] Ethernet Alliance, agosto de 2007. [ZDnet.com]. Overview of Requirements and Applications for 40 Gigabit and 100 Gigabit Ethernet. Disponível em:

http://whitepapers.zdnet.com/abstract.aspx?docid=377715 Acessado em 2 de dezembro de 2008

[2] Ericsson AB, Junho de 2008. Full Service Broadband Architecture. Disponível em: http://www.ericsson.com/technology/whitepapers/broadband/fsb_architecture.shtml Acessado em 2 de dezembro 2008

White Paper traduzido e publicado como tutorial Teleco. Disponível em: http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialarqbb/Default.asp

[3] Ericsson AB, Novembro de 2007. Full Service Broadband Metro Architecture. Disponível em: http://www.ericsson.com/technology/whitepapers/broadband/FSB_metro_architecture.shtml Acessado em 2 de dezembro 2008

White Paper traduzido e publicado como tutorial Teleco. Disponível em: http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialfsbb/Default.asp

[4] Light Reading Inc. Heavy Reading, Volume 5, Número 15, novembro 2007. The Future of Optical Transport Networks: 40G and the Road to 100G. Disponível em:

http://www.heavyreading.com/details.asp?sku_id=1973&skuitem_itemid=1059&promo Acessado em 2 de dezembro 2008

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Transporte Ethernet 100 Gb: Teste seu entendimento

1. Quais são as principais motivações para o uso de maior largura de banda nos data centers e nos sistemas de computação empresarial?

O comércio eletrônico. A comunicação pela Internet.

Os sistemas de computação de alto desempenho. A distribuição de conteúdo de entretenimento. Todas as alternativas anteriores.

2. Qual das alternativas abaixo não representa uma das funcionalidades oferecidas pela OTN, como resultado do esforço de padronização da ITU-T?

Uma estrutura de pacote do tipo “digital wrapper” para operação, administração e manutenção (OAM) de redes de grande porte (carrier-grade).

Uso de antenas de ganho variável, de acordo com as condições de propagação do meio. Correção de erro (Forward Error Correction – FEC) para maior alcance e margem. Comutação de proteção para alta disponibilidade.

3. Qual das alternativas abaixo representa o conjunto de ferramentas utilizado no desenvolvimento das interfaces de transporte 100 GbE?

Modulação em Amplitude, Recepção Coerente, Multiplexação por Divisão de Polarização (Polarization Division Multiplexing – PDM) e Múltiplas Portadoras.

Modulação em Fase, Recepção Coerente, Multiplexação por Divisão de Polarização (Polarization Division Multiplexing – PDM) e Múltiplas Portadoras.

Modulação em Fase, Recepção Coerente, Multiplexação por Divisão de Frequência (Frequency Division Multiplexing – FDM) e Múltiplas Portadoras.

Modulação em Fase, Recepção Coerente, Multiplexação por Divisão de Polarização (Polarization Division Multiplexing – PDM) e Portadora Única.

Referências

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