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Novas coleções egípcias particulares em Lisboa

Autor(es):

Araújo, Luís Manuel de

Publicado por:

Centro de História da Universidade de Lisboa

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/34993

Accessed :

26-Apr-2021 17:31:36

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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NOTAS E COMENTÁRIOS

tombs = necropolis insecurity; economic reasons: limited economic resources for coffins». De uma forma geral, a reutilização de sarcófagos é, também, consequência dos motivos apresentados.

A comunidade académica em geral e os interessados por assuntos do antigo Egipto em particular, que tiveram a oportunidade de assistir à sessão no Porto, ficaram certamente satisfeitos não só com tão profusa divulgação de conhecimentos relativos à problemática, como também pelo contacto com as várias aproximações, perspectivas e metodologias recentes da egiptologia na Europa.

João Camacho

NOVAS COLEÇÕES EGÍPCIAS

PARTICULARES EM LISBOA

Mais duas pequenas coleções egípcias particulares existentes em Lisboa foram recentemente apreciadas e analisadas, aqui se juntando às que já são conhecidas, e cujos objetos foram estudados e publicados nos últimos anos. É o caso dos acervos particulares de Miguel Barbosa, de Rui Assis Ferreira, de Sam Levy e de Fernando Freitas Simões, que são os mais significativos, ou a de Luís Teixeira da Mota, com seis objetos, entre outras mais pequenas, como a de Barahona Possolo, que possui três peças, ou apenas as que possuem duas peças, como a de Amaral Cabral, a de Sá Nogueira e a de Luís Manuel de Araújo, além de mais algumas só com uma. Recentemente tivemos conhecimento de outra coleção privada existente em Lisboa, com cerca de trinta objetos, cujo estudo em breve será levado a cabo, ficando por agora a apresentação dos objetos das coleções João Bilhim e João Xavier.

Coleção João Bilhim

A coleção João Bilhim possui com uma estatueta funerária de faiança azul, numa coloração vitrificada conhecida pelo nome de «azul de Deir el-Bahari», feita para a dama Gautsechenu, considerada como sendo filha do sumo sacerdote Menkheperré, casada com Tjanefer, terceiro sacerdote de Amon. O nome da defunta tem a delicada tradução de «Ramo de lótus», sendo aqui a forma sechenu o plural de sechen (lótus).

A altura desta estatueta é de 9,8 cm e a largura é de 3,7 cm, asse-melhando-se assim às dimensões de outras figurinhas conhecidas desta proprietária integradas noutros acervos nacionais e estrangeiros, públicos e privados.

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A estatueta apresenta a tradicional pose mumiforme dos chauabtis e uchebtis que foram produzidos ao longo do Terceiro Período Intermedário (XXI dinastia). Tem vestígios de traços a tinta negra no rosto, sugerindo os olhos e a boca, tendo desaparecido já a indicação das sobrancelhas e das orelhas, merecendo ainda destaque a negro a fita no cabelo e os dois alviões que a figurinha exibe nas mãos fechadas. Existem vestígios de pintura a negro nas costas da estatueta evocando o habitual saco de sementes que certas figurinhas do período transportam para os trabalhos agrícolas no Além.

Tal como noutros exemplares de coleções portuguesas e estrangeiras, a figurinha apresenta à frente, pintada a negro na posição vertical, uma inscrição hieroglífica onde alguns signos já desapareceram. Mas como o texto é bem conhecido por estar presente em muitos exemplares, é fácil reconstituir a totalidade da inscrição, onde se pode ler a frase «Que brilhe a Osíris Gautsechnu»:

Coleção João Xavier

A coleção João Xavier possui uma estatueta de pedra leve representando o deus Bés, que gozou de grande popularidade no antigo Egito, sobretudo a partir da Época Baixa. A técnica de fabrico revela uma modelação medíocre e a conservação em geral pode ser considerada razoável, mau grado as pequenas fraturas que apresenta na zona dos cotovelos, faltando uma parte do braço direito.

Com 13 cm de altura e 4 cm de largura, medida na zona da cintura (por ser a área mais proeminente da figura), datará provavelmente da Época Baixa ou da Época Greco-romana, podendo assim abranger um longo tempo para a sua produção (séculos VI-II a. C.). Ela é semelhante à estatueta de Bés existente no Museu Condes de Castro Guimarães, em Cascais, e a alguns exemplares do acervo do Museu Nacional de Arqueologia, e enfim, a mui- tos outros que integram muitas coleções egípcias por todo o mundo.

A iconografia segue as formas que são bem conhecidas nas repre-sentações desta popular divindade beneficente e protetora do lar: o corpo é atarracado, sugerindo a figura de um anão com as pernas arqueadas e os pés assentes sobre uma pequena base. O rosto, de maçãs salientes, está envolvido por uma farta barba-juba, onde sobressaiem os olhos largos e com as íris assinaladas, as espessas sobrancelhas, o nariz achatado e a boca, de onde sai a língua para fazer uma careta que é um dos traços típicos destas figuras. Um toucado de plumas cortadas a meio, decorado com incisões

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NOTAS E COMENTÁRIOS

oblíquas, adorna a cabeça de Bés, onde as orelhas aparecem apenas esbo-çadas. Os braços pendentes fazem com que as mãos se apoiem na barriga pouco rotunda, destaca-se nesta o umbigo com uma incisão arredondada e prolongada para cima, e em baixo um falo encorpado e pendente, com a glande bem delimitada, ladeado pelos testículos.

Fig. 1 – Estatueta funerária de Gautsechnu. Fig. 2 – Estatueta do deus Bés.

Bibliografia

Luís Manuel de ARAÚJO, Antiguidades Egípcias, Museu Nacional de Arqueologia, Lisboa: Instituto Português de Museus, 1993.

Luís Manuel de ARAÚJO, «Estatuetas funerárias», em dicionário do Antigo Egipto, Lisboa: Editorial Caminho, 2001, pp. 344-346.

J.-F. AUBERT e Liliane AUBERT, Statuettes Égyptiennes. Chaouabtis, ouchebtis, Paris: Librairie d’Amérique et d’Orient Adrien Maisonneuve, 1974.

Referências

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