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Palavras-chave: Quaternário costeiro; nutrientes; corpo lagunar; poluição antrópica;

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II Reunión sobre el Cuaternário de América del Sur

ANÁLISE DE NUTRIENTES PRESENTES NA LAGUNA DE IGUAPE, MUNICÍPIO DE AQUIRAZ/CEARÁ ANALYSIS OF THE PRESENT NUTRIENTS IN THE IGUAPE LAGOON,

IN THE MUNICIPAL DISTRICT OF AQUIRAZ/CEARÁ

Sandro Rios Silveira a,1 Loreci Gislaine de Oliveira Lehugeur b,2 Carla Maria Salgado Vidal Silva c,3

Maria Marlúcia Freitas Santiago c.4

a Mestrando Programa de Pós-Graduação em Geologia/UFC 1sandrochemi@yahoo.com.br

bDocente Departamento de Geologia/UFC 2lehugeur@secrel.com.br

cDocente Departamento de Física/UFC 3carla@física.ufc.br

4marlucia@fisica.ufc.br

RESUMO

A determinação dos nutrientes presentes na laguna de Iguape, estado do Ceará, foi realizada por meio da análise dos nutrientes amônia, nitrito e nitrato As coletas de água para análise foram realizadas em pontos previamente delimitados, obedecendo a sazonalidade climática do estado do Ceará, período de estiagem e chuvoso, e as variações de maré, baixa-mar e preamar. As amostras foram analisadas no laboratório de Física da Universidade Federal do Ceará de acordo com Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1992). Para amônia foi utilizado o espectrofotômetro com comprimento de onda de 415 nm, sendo que para nitrito esse comprimento foi de 520 nm e para nitrato a espectrofotometria foi com NITRAVER. No período de estiagem, baixa-mar, somente um ponto apresentou concentração de amônia na ordem de 0,50 mg/L, não detectada na preamar. No período chuvoso na baixamar o valor mínimo detectado correspondeu a 0,07 mg/L e o máximo a 2,25 mg/L. O resultado das análises de nitrito, presente em todas as amostras, apresentou o valor mínimo de 0,39 mg/L no período de estiagem, preamar, e máximo de 4,06 mg/L período chuvoso, baixa-mar. O nitrato no período de estiagem apresentou valores significantemente superiores no período chuvoso com concentração mínima de 0,46 mg/L no período de estiagem, preamar, e máximo de 20,17 mg/L no mesmo período, baixa-mar. Os resultados obtidos foram comparados com a Resolução Nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que cita que para águas salinas da Classe 1, o valor máximo permitido para os nutrientes: amônia é de 0,4 mg/L, nitrito 1,0 mg/L e nitrato 10,0 mg/L. Valores superiores ao da Resolução encontrados nas análises denotaram poluição antrópica antiga e recente na laguna, principalmente, devido a presença de lixões e esgotos domésticos localizados na margem do corpo lagunar.

Palavras-chave: Quaternário costeiro; nutrientes; corpo lagunar; poluição antrópica; ABSTRACT

The determination of the nutrients which are present at the Iguape lagoon, in the state of Ceará, was done with the ammonia, nitrite and nitrate analysis. The water samples for analysis were taken from predetermined areas, obeying the season and climate of the state of Ceará, drought and rainy season, and the tide variation, low tide and high tide. The samples were analyzed at the Physics Laboratory at the Federal State University of Ceará according to the Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1992). For ammonia a spectrophotometer was used with wavelength of 415 nm, however for nitrite this length was 520 nm and for nitrate the spectrophotometry was done with NITRAVER. During the drought period, low tide, only one point presented the ammonia concentration in the order of 0,50 mg/L, which was not detected in high tide . During the rainy season in low tide the minimum detected value corresponded to 0,07 mg/L and the maximum to 2,25 mg/L. The analysis results of the nitrite, which was present in all samples, presented the minimum value of 0,39 mg/L during the drought period, high tide, and maximum of 4,06 mg/L during the rainy season, low tide. The nitrate in the drought period presented significantly superior values during the rainy season with minimum concentration of 0,46 mg/L during the drought period, high tide , and maximum of 20,17 mg/L during the same period, low tide. The obtained results were compared to Resolution Nº 357/2005 of the Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) which reports that for saline water Class 1, the maximum allowed value for these nutrients are: ammonia 0,4 mg/L, nitrite 1,0 mg/L and nitrate 10,0 mg/L. Values which were found in the analysis were superior to the resolution denoting ancient and recent anthropic

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pollution in the lagoon, especially, due to the presence of domestic sewer, garbage disposals which are located at the at the lagoon shore.

Key words: Coastal quaternary; nutrients; lagoon; anthropic pollution; INTRODUÇÃO

O Brasil apresenta uma extensa área costeira, sendo que o mar representa uma importante fonte de alimento, emprego e energia. Dessa forma, as questões relacionadas aos oceanos assumem importância fundamental para o povo brasileiro. A sustentabilidade dos recursos marinhos estão diretamente associados com a exploração dos recursos pesqueiros por meio da pesca artesanal, do turismo e das comunidades tradicionais da orla marítima – folclore, tradições, estilo de vida. Entretanto, a “vulnerabilidade” desse patrimônio sócio-ambiental “está ameaçada” pela falta de planejamento na ocupação e nas ações das atividades humanas.

A presença de lixões e de efluentes domésticos às margens de reservatórios superficiais, rios, lagoas, lagunas infelizmente é freqüente. Essas ações tendem a degradar os recursos hídricos sendo responsáveis pela presença na água de elementos nocivos à saúde, dentre eles dependendo de suas concentrações os nutrientes amônia, nitrito e nitrato.

A zona litorânea do estado do Ceará caracterizada, também, pela presença de uma laguna e lagoas costeiras, apresenta parte desses ecossistemas poluídos pela ação antrópica.

A área determinada para a realização da pesquisa correspondeu à laguna de Iguape, situada no município de Aquiraz, costa leste do Estado do Ceará, compreendida entre as coordenadas geográficas (N) 9565200 e (N) 9563600 e (E) l576800 e (E) 579200 Universal Transversa Mercador (UTM) (Figura 1).

A escolha da área deveu-se ao fato de estar inserida em região que vem apresentando intensa ocupação urbana, com implantação de casas de moradia e de veraneio nas margens da laguna. O conhecimento das características geológicas e ambientais da área tornou-se importante para verificar sua capacidade de suporte aos impactos ambientais provenientes dessa ocupação desordenada.

A pesquisa teve como objetivo analisar a qualidade da água da laguna de Iguape tendo como referência as concentrações de nutrientes presentes em suas águas na forma de Amônia (NH3,) Nitrito (NO2-) e Nitrato (NO3-), em pontos previamente determinados (Figura 1).

Figura 1 – Localização da área estudada e localização dos pontos de coleta. Fonte: Gloogle Earth. METODOLOGIA

A determinação dos nutrientes amônia, nitrito e nitrato realizadas nas amostras coletadas na laguna de Iguape obedeceram a sazonalidade climática do estado do Ceará sendo dessa forma realizadas no período de estiagem e chuvoso, de acordo com as variações de maré, baixa-mar e preamar. A primeira visita ao

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local de estudo ocorreu em Setembro 2007 com reconhecimento da área e aferição de profundidade e condutividade elétrica, para que houvesse a escolha dos pontos de coleta.

A partir dos pontos de amostragem (ver figura 1), foram feitas duas coletas sendo uma no período de estiagem em dezembro de 2007 e outra realizada em junho de 2008, no período chuvoso. As coordenadas de cada ponto de amostragem foram medidas em UTM, obtidas utilizando um GPS (Global Positioning System), de marca Garmim.

As amostras foram analisadas no Laboratório de Hidroquímica do Departamento de Física da Universidade Federal do Ceará de acordo com Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (APHA, 1992).

As curvas de calibração elaboradas para os diferentes tipos de determinações espectrofotométricas, mostram coeficientes de correlação da ordem de 0,99. Para amônia utilizou-se no espectrofotômetro o comprimento de onda de 415 nm, sendo que para nitrito esse comprimento foi de 520 nm e para nitrato a espectrofotometria foi com NITRAVER.

Ao lado da cromatografia iônica, a qual há três décadas era considerada como a técnica preferível na determinação simultânea de vários íons (inclusive nitrato), a espectrofotometria é hoje amplamente usada na determinação de nitrato, devido principalmente à simplicidade da instrumentação e aos baixos investimentos. Além disso, a cromatografia iônica apresenta limitações quando aplicada em matrizes complexas, tais como as que apresentam alta força iônica, ou as que contêm quantidades significativas de matéria orgânica, que pode ser irreversivelmente adsorvida pela coluna de separação. Estes problemas podem ser mais facilmente eliminados ou contornados quando se usa espectrofotometria (Gal; Frenzel; Möller, 2004).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Nutrientes

Os compostos de nitrogênio são nutrientes para processos biológicos. São tidos como macronutrientes, portanto, depois do carbono, o nitrogênio é o elemento em maior proporção em células vivas. Quando descarregado nas águas naturais juntamente com o fósforo e outros nutrientes presentes nos despejos, provocam o enriquecimento do meio tornando-o mais fértil e possibilitam o crescimento em maior extensão dos seres vivos que os utilizam, especialmente as algas, o que é chamado de eutrofização (CETESB/SP, 2008).

As principais fontes de nitrogênio nos corpos hídricos podem ser de origem natural ou artificial. De origem natural, cita-se o ar atmosférico, os processos de erosão do solo, as águas superficiais “runoff”, as excreções animais, decomposição de animais e vegetais e o material dissolvido ou suspenso nas chuvas. De origem artificial, citam-se as emanações dos diferentes tipos de óxidos nitrogenados lançados na atmosfera através de diversos processos industriais e automotivos e os compostos nitrogenados lançados ao solo sob a forma de fertilizantes que podem terminar sendo arrastados pelas enxurradas para um corpo hídrico. Estes lançamentos artificiais são, sem sombra de dúvida, os mais perigosos, ás vezes, os mais significativos (Esteves, 1992).

As tabelas 1 e 2 informam, respectivamente, os valores em mg/L dos compostos nitrogenados encontrados na forma de amônia, nitrito e nitrato, relativos as duas coletas, realizadas no período de estiagem e chuvoso na baixa-mar e preamar.

Tabela 1 - Concentrações de amônia, nitrito e nitrato em mg/L no período de estiagem na laguna de Iguape. (ND= Não detectado; BM=baixa-mar; PM=preamar).

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Tabela 2 - Concentrações de amônia, nitrito e nitrato em mg/L no período chuvoso na laguna de Iguape.(ND = Não detectado; BM=baixa-mar; PM=preamar).

No meio aquático, o nitrogênio pode ser encontrado nas seguintes formas: Nitrogênio Molecular (N2), Nitrogênio Orgânico (dissolvido ou em suspensão), Amônia (NH3), Nitrito (NO2-) e Nitrato (NO3-). Em Limnologia, quando se encontra referência sobre a concentração de amônia, associa-se a duas formas de nitrogênio amoniacal (NH3 e NH4+) (Esteves, 1988).

Amônia

A amônia é a forma relativamente instável de nitrogênio. Em condições de aerobiose é convertida a nitrito (NO2-) e posteriormente a nitrato (NO3-).

No período de estiagem, nas coletas realizadas na baixa-mar, somente o ponto P7 apresentou uma concentração de amônia de 0,50 mg/L, para os demais pontos da laguna não foi detectado amônia e na preamar não foi detectado amônia em nenhum dos pontos. (Tabela 1).

No período chuvoso o comportamento em relação à concentração de amônia foi contrário ao período de estiagem, pois, somente no ponto P7 não foi detectado amônia, sendo que nos demais pontos houve uma variação expressiva. Na baixamar o valor mínimo detectado foi de 0,22 mg/L no ponto P9 e o valor máximo de 1,95 mg/L no ponto P1 (tabela 2 e figura 2).

Na preamar em todos os pontos foram detectados amônia, sendo que o valor mínimo de 0,07 mg/L foi evidenciado em P6, P8 e P9 e o máximo de amônia encontrado foi de 2,25 mg/L no ponto P2. (tabela 2 e figura 2).

Figura 2 – Distribuição da concentração de Amônia (NH3) em mg/L, ao longo da laguna de Iguape para o período chuvoso, baixa-mar e preamar.

No período de estiagem a não detecção de amônia verificada para todos os pontos exceto o ponto P7, se deve principalmente a diminuição de aporte de esgotos domésticos que são mais evidenciados no período de chuvas. Outro fator que deve ser considerado para a ausência de amônia é a alta salinidade das águas da laguna, pela falta de precipitação e altas taxas de evaporação, gerando um balanço hídrico negativo favorecendo uma maior salinidade das águas da laguna, conduzindo a uma maior solubilidade de amônia.

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Segundo Escouto (1996) em seu trabalho, “Análise de nutrientes presentes nas águas e sedimentos do estuário do rio Ceará”, confirma que com um aumento da salinidade, a concentração de amônia diminuiu no estuário do rio Ceará a medida que os pontos se aproximavam do mar.

No período chuvoso a presença de amônia em todos os pontos é evidenciada pela contribuição da pluviosidade no aporte de matéria orgânica e esgotos a céu aberto, observados em vários pontos da laguna, provenientes das casas de veraneio nas margens do canal de deságue e de residências fixas que rodeiam a laguna.

Na baixa-mar no período chuvoso, houve uma oscilação de máximos e mínimos na concentração de amônia, não estabelecendo uma regularidade. Verifica-se que a poluição pontual por despejos domésticos seja a causa de maiores picos de amônia, sendo que no ponto P1 localizado no mar, houve a máxima concentração, devido principalmente ao aumento de pessoas que procuram esse ponto para recreação durante esse período.

Na preamar verifica-se um declínio na concentração de amônia em direção a laguna, com maiores valores nos pontos P2 e P3, evidenciando que como nesse período a salinidade é menor na região da laguna devido ao aporte de água das chuvas, entende-se que o fator preponderante não é a salinidade e sim uma poluição pontual, que favorece à hidrólise da uréia proveniente de esgotos das casas de veraneio, somados à acumulação da urina de animais que circulam no entorno da laguna.

Outros parâmetros que contribuem para uma elevação nos teores de amônia são altos valores de turbidez e pH evidenciados no período chuvoso, comprovados por Massari (2004) quando estudou teores de nitrogênio na lagoa da Precabura - litoral leste do estado do Ceará.

O ponto P7 no período de estiagem apresentou uma concentração de amônia de 0,5 mg/L, representando fonte de poluição recente, caracterizada pelo lançamento de esgoto domésticos na laguna próximo ao ponto de coleta. Segundo a resolução CONAMA Nº 357, de 2005, para águas da classe 1, o valor máximo de amônia tolerado é de 0,4 mg/L, sendo que no ponto P07 o valor encontrado foi de 0,5mg/L.

No período chuvoso, na baixamar, somente os pontos P3 e P9, além do ponto P7 que não foi detectado, apresentaram valores inferiores ao máximo de 0,4 mg/L de amônia permitido pela resolução CONAMA Nº 357/2005, sendo que os demais pontos tiveram seus valores além do permitido com valor máximo de 2,48 mg/L. Na preamar os pontos P6, P7, P8 e P9, apresentaram seus valores abaixo do limite de 0,4mg/L de amônia, estabelecido pela resolução CONAMA Nº 357/2005, os demais pontos estiveram acima do estabelecido pela resolução, sendo que oponto P2 apresentou a maior concentração 2,25 mg/L.

Nitrito

O nitrito é a forma intermediária de oxidação do nitrogênio, tanto na oxidação da amônia para nitrato como na redução do nitrato para nitrito.

De forma diferente em relação á amônia, o teor de nitrito encontrado no período de estiagem foi mais significativo, pois em todos os pontos foram detectados nitrito tanto na baixa-mar quanto na preamar (Tabela 1e figura 3).

No período de estiagem, na baixa-mar o valor mínimo detectado em relação a nitrito foi de 0,39 mg/L nos pontos P2 e P4, com máximo de 0,87mg/L no ponto P6 e na preamar os valores mínimos e máximos encontrados foram de 0,35 mg/L no ponto P2 e 1,42mg/L em P7 (tabela 1 e figura 3).

Figura 3 – Distribuição de Nitrito (NO2-) em mg/L, ao longo da laguna de Iguape para o

No período chuvoso, na baixamar, o valor mínimo de nitrito encontrado foi de 0,43mg/L em P6 e máximo de 4,06 mg/L no ponto P3 e na preamar o valor mínimo encontrado foi de 0,47mg/L no ponto P7 e máximo de 1,39mg/L nos pontos P3 e P4 (tabela 2 e figura 4 )

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Figura 4 – Distribuição de Nitrito (NO2-) em mg/L, ao longo da laguna de Iguape para o período chuvoso na baixa-mar e na preamar.

Verificou-se que no período chuvoso houve uma maior concentração de nitrito nos cinco primeiros pontos de coleta, referentes ao mar e ao canal de deságue da laguna, sendo que no período de estiagem a partir do ponto P6 em direção à laguna as concentrações de nitrito foram sensivelmente maiores. Dos 18 pontos amostrados no período de estiagem, na baixa-mar e preamar apenas os pontos P6, P7 e P8 tiveram seus valores superiores ao período chuvoso, mostrando a superioridade em termos de concentração de nitrito durante o período chuvoso.

Segundo Escouto (1996), as principais fontes de nitrito, assim como de amônia, são os despejos das águas residuárias industriais e domiciliares.

De acordo com Alves e Cruz (1994), as principais fontes de nutrientes no estuário do rio Poxim, são os despejos domésticos e industriais, e que as mesmas são relativamente constantes, devendo, portanto, as concentrações mais baixas, ocorrerem no período de elevado fluxo fluvial, evidenciando-se, assim, que o fluxo fluvial pode ser um dos fatores que influenciam na concentração dos nutrientes em um estuário. Não existe aporte fluvial na laguna de Iguape, entretanto, é no período chuvoso que se verificam as maiores concentrações de nitrito, devido ao aumento de escoamento superficial dos efluentes domésticos em direção a laguna.

A resolução Nº 357/2005 do CONAMA estabelece um teor máximo de nitrito em águas da classe 05 da ordem de 1,0 mg/L, para os pontos coletados na laguna de Iguape no período de estiagem apenas o ponto P7 com concentração de 1,42 mg/L está fora dos limites aceitáveis, no período chuvoso, os pontos P1, P2, P3 e P4, estão com valores superiores aos estabelecidos pela resolução CONAMA 357/2005, ressaltando o ponto P3 que atingiu a concentração de 4,06 mg/L, bem superior ao limite tolerado.

Nitrato

Considera-se o nitrato como a forma de nitrogênio indicativo de poluição principalmente de origem antrópica que ocorreu no ecossistema hídrico a certo tempo, ou seja, uma poluição “antiga” sendo o nitrato o produto final no processo de oxidação do nitrogênio.

No período de estiagem, na baixamar, todos os pontos indicaram nitrato com exceção do ponto P3 que não foi detectado, o valor mínimo encontrado refere-se ao ponto P4 com 1,83mg/L e o valor máximo foi de 20,17 mg/L no ponto P6. (tabela 1 e figura 5).

Na preamar para o mesmo período, somente nos pontos P1, P2 e P5 não foi detectado nitrato, sendo que o valor mínimo encontrado foi de 0,46 mg/L nos pontos P3 e P4 e o valor máximo detectado foi de 14,92 no ponto P8 (tabela 1 e figura 5).

Figura 5 – Distribuição de Nitrato (NO3-) em mg/L, ao longo da na laguna de Iguape para o período de estiagem na baixa-mar e na preamar.

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No período chuvoso na baixamar os pontos P6, P7, P8 e P9 não apresentaram nitrato em suas análises, o valor mínimo detectado de nitrato foi de 1,37 mg/L no ponto P2 e valores máximos foram detectados no ponto P3 de 12,55mg/L (Tabela 2 e figura 6).

Na preamar não foi detectado nitrato nos pontos P6, P7e P9, o mínimo encontrado de nitrato ocorreu no ponto P8 com concentração de 1,37 mg/L e máximo de 8,79 mg/L no ponto P3 (Tabela 2 e figura 6).

Figura 6 – Distribuição de Nitrato (NO3-) em mg/L, ao longo na laguna de Iguape para o período chuvoso na baixamar e na preamar.

Verificou-se um comportamento contrário nas estações de coleta durante os períodos de estiagem e chuvoso, pois uma maior concentração de nitrato foi verificada no período de estiagem nos pontos P6, P7, P8 e P9 referentes a região da laguna e no período chuvoso as maiores concentrações ocorreram em P1, P2, P3, P4 e P5.

No período de estiagem as maiores concentrações de nitrato ocorreram na baixa-mar, superior a preamar, comprovando uma menor concentração quando há entrada de água proveniente da maré, devido a solubilidade do nitrato. Os maiores índices no período de estiagem ocorrem na região da laguna, onde a incidência de esgotos domésticos em vários pontos é fator significante na formação desse nutriente a longo prazo.

No período chuvoso a diluição do nitrato pelas águas das chuvas na região da laguna é evidenciado através da ausência ou da baixa concentração desse nutriente em alguns pontos, evidenciando que o carreamento de matéria orgânica que ocorre no entorno da laguna no período de chuvas não interferem na concentração desse nutriente de imediato e sim, nas concentrações principalmente de amônia e consequentemente de nitrito como visto anteriormente.

As maiores concentrações foram evidenciadas nos pontos iniciais próximos ao mar e na região do canal da laguna, podendo está relacionado a poluição antrópica já existente na região do canal, proveniente dos esgotos das casas de veraneio e mesmo de nitrato de origem marinha através de processos naturais. Segundo a resolução Nº 357/2005 do CONAMA o limite de nitrato para as águas da classe 5 é de 10mg/L, sendo que no período de estiagem os pontos P6, P7, P8 e P9 tiveram seus valores superiores ao estabelecido, evidenciando o ponto P6 que teve no período de baixa-mar uma concentração na ordem de 20,17 mg/L de nitrato, os demais pontos estiveram com suas concentrações dentro dos limites aceitáveis. CONCLUSÃO

A analise da qualidade da água na laguna de Iguape, tendo como referência as concentrações de nutrientes presentes em suas águas na forma de Amônia (NH3) Nitrito (NO2-) e Nitrato (NO3-), evidenciaram a presença desses compostos durante a baixa-mar e preamar nos período chuvoso e de estiagem.

A amônia no período de estiagem só foi detectada, na baixa-mar, no ponto P7 com valor de 0,50 mg/L, correspondendo a um tipo de poluição pontual recente, por meio de esgotos domésticos, nos demais pontos devido a alta salinidade houve diluição da amônia. No período chuvoso, a amônia só não foi detectada no ponto P7, com valor mínimo de 0,07 mg/L e máximo de 2,25 mg/L na preamar, devido o carreamento de efluentes doméstico para o corpo lagunar que ocorre intensamente nesse período.

O resultado das análises de nitrito identificou sua presença em todos os pontos tanto no período de estiagem quanto chuvoso, sendo que as maiores concentrações ocorreram no período chuvoso com mínimo de 0,35 mg/L e máximo de 4,06 mg/L. Os altos valores foram devido ao aumento de despejo das águas residuárias domiciliares, que estão próximos aos locais de coleta.

Em relação a nitrato no período de estiagem os valores foram significantemente superiores no período chuvoso com concentração mínima de 0,46 mg/L e máxima de 20,17 mg/L. Valores máximos

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provenientes da presença de lixões e esgotos domésticos, principalmente na margem do corpo lagunar indicaram ação antrópica antiga na área.

Segundo a Resolução Nº 357/2005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) para águas salinas da Classe 1, o valor máximo permitido para os nutrientes: amônia é de 0,4 mg/L, nitrito 1,0 mg/L e nitrato 10,0 mg/L. Valores superiores ao da Resolução encontrados nas análises denotam poluição antrópica antiga e recente na laguna.

AGRADECIMENTOS

Ao laboratório de Hidroquímica da Universidade Federal do Ceará, que tornou possível as análises físico-químicas e a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico (FUNCAP), pelo financiamento dessa pesquisa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, J.P.H., CRUZ, M.C.P. 1994. Ciclo Anual de Nutrientes no Estuário do Rio Poxim(SE). Anais Associação Brasileira de Química.v43(1-2), p65-69.

APHA, American Public Health Association. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 1992. 18. ed..

CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. 2008. Monitoramento das parias. São Paulo.

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente. RESOLUÇÃO CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005 Publicada no DOU nº 53, de 18 de março de 2005, Seção 1, páginas 58-63.

ESCOUTO, F. 1996. Análise de Nutrientes Presentes nas Águas e Sedimentos do Estuário do Rio Ceará. Dissertação de Mestrado. Pós- Graduação em Engenharia Civíl, Departamento de Engenharia Civíl, Universidade Federal do Ceará, 87p.

ESTEVES, F.A. Fundamentos de Limnologia. Rio de Janeiro: Interciência: FINEP, 1988. Paginação irregular.

ESTEVES, P.C.D. 1992. Variação Sazonal da Qualidade da água na Laguna de Maricá, Rio de Janeiro. Dissertação de Mestrado. Instituto de Geoquímica, Universidade Federal Fluminense, 163p.

GAL, C., FRENZEL, W., MÖLLER, J. Re-Examination of the Cadmium Reduction Method and Optimisation of Conditions for the Determination of Nitrate by Flow Injection Analysis. Microchimica Acta, Germany, v. 146, p. 155, 2004.

MASSARI, S.C.S. Avaliação das Condições Ambientais da Lagoa da Precabura-Litoral Leste do Estado do Ceará. Dissertação de Mestrado. Pós-Graduação em Geologia, Universidade Federal do Ceará, 2004, 99p.

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