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Variação Estacional de Preços e Quantidades Comercializadas de Cenoura nos CEASAs de Minas Gerais

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Academic year: 2021

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Variação Estacional de Preços e Quantidades Comercializadas de

Cenoura nos CEASAs de Minas Gerais

Pablo Forlan Vargas1; Leila Trevizan Braz2; Juliano Tadeu Vilela de Resende3; André

May2;Elaine Maria dos Santos3.

1UNESP – FCAV – Pós-graduando em Genética e Melhoramento de Plantas, Via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, 4884-900, Jaboticabal – SP, e-mail: pfvargas@fcav.unesp.br, 2UNESP – FCAV/Jaboticabal,

3UNICENTRO/PR.

RESUMO

Com o objetivo de avaliar a variação estacional de preços e as quantidades comercializadas de cenoura nos CEASAs/MG no período de 1995 a 2002, foi realizado um levanto nas seis unidades do CEASA/MG. Os valores foram convertidos da moeda nacional para o dólar norte americano através da cotação mensal (livre-venda) fornecida pelo Banco Central do Brasil correspondente aos anos, os dados foram submetidos à analise de variância e os valores médios foram comparados pelo teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade. Observou-se que há uma estabilidade na oferta do produto ao longo do ano e que a diferença observada no preço pago deve-se ao fato da cenoura ter uma maior procura durante o período de verão, ocasionado a flutuação de preço.

PALAVRAS-CHAVES: Caucus carrota, preços, ofeta ABSTRACT

Evaluated the price variation and the comercialized quantity in dollars of carrots in six CEASAs/MG

The objective of this research was evaluated the price variation and the comercialized quantity in dollars of carrots in six CEASAs/MG from 1995 to 2002. The carrot offer was stabled during the years and the highest consume during the summer increased th prices.

KEYWORDS: Daucus carrota, prices, offer

A cenoura (Daucus carota) é originaria da região do sudeste da Ásia, contudo foi na França e Holanda que iniciou a seleção que originou as cultivares de cor alaranjada. No Brasil ocupa o 5 lugar entre as olerícolas, ficando atrás da batata, tomate, cebola e alho. Em Minas Gerais os municípios maiores produtoras são Carandaí, Maria da Fé e São Gotardo. Até o inicio da década de 80, o plantio de cenoura se restringia ao período de outono-inverno, o que proporcionava épocas bem distintas de safra e entressafra e conseqüentemente altos preços (Resende et. al., 1994). As sementes eram importadas da

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Europa já que no Brasil não havia produção pois, é uma cultura exigente em frio para o florescimento. Atualmente a semeadura de outuno-inverno ainda é feita com cultivares de origem européia, como é o caso da Nantes e Forto, que são de origem Francesa e Holandesa respectivamente. A partir de década de 80 começou o melhoramento de cultivares visando resistência a Alternaria sp. e adaptadas ao cultivo de primavera-verão. Resultado deste trabalho foi a cultivar Brasília desenvolvida pela EMBRAPA/Hortaliça (CNPH), e a partir dela houve varias seleções realizadas por empresas publicas e privadas. O próprio CNPH na década de 90 lançou a cultivar Alvoradas que é uma cultivar com melhor qualidade interna, formato, melhor teor de caroteno, aumento da resistência aos nematóides e manutenção da resistência a queima-das-folhas. Portanto, com a entrada de cultivares para o plantio de primavera-verão espera-se um equilíbrio maior no valor pago e na oferta do produto, fato que não foi comprovado por Resende et. al. (1994).

As CEASAs são locais de concentrações de produtos horticolas, para comercialização em nível atacadista. Segundo Filgueira (2000), os preços pagos na fonte de produção, bem como aqueles praticados no varejo urbano, dependem das cotações do mercado atacadista. Assim quando ocorrem mudanças substanciais na oferta ou demanda de certo produto, um sensível mecanismo altera os preços no atacado, provocando altas ou baixas nos preços pagos na fonte ou no varejo. Estima-se que, atualmente cerca de 60% da quantidade de hortaliça consumida no país seja comercializada nessas centrais (Luengo & Junqueira, 1999). O desconhecimento do mercado pelos produtores pode levar a uma remuneração inferior ou mesmo a perda total da produção de acordo com Junqueira & Luengo (1999). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a variação estacional de preços e as quantidades comercializadas de cenoura nos CEASAs/MG no período de 1995 a 2003, fornecendo assim, subsídios a produtores e técnicos para o planejamento das atividades.

MATERIAL E MÉTODOS

Para realização deste trabalho foram utilizados dados levantados em todas as 6 unidades do CEASA de Minas Gerais. Essas unidades correspondem a Unidade de BH/Contagem, Uberlândia e Uberaba/Triangulo Mineiro, Juiz de Fora/Região da Mantiqueira, Caratinga e Governador Valadares/Vale do Rio Doce. Estudou-se a quantidade comercializada e a variação de preços durante o período de 1995 e 2003. Os preços médios mensais estão expressos em dólar por Kg, conforme Junqueira et. al. (2000). Os valores foram convertidos da moeda nacional para o dólar norte americano através da cotação mensal (livre-venda) fornecida pelo Banco Central do Brasil correspondente aos anos de 1995 a 2003. Os dados

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foram submetidos à analise de variância e os valores médios foram comparados pelo teste de Skott Knott, ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Entre os anos de 1995 a 2002 não houve diferenças estatísticas na comercialização mensal de cenoura nos CEASAs/MG (tabela 1), entretanto quando analisamos a variação anual (tabela 2) o ano de 2001 foi o que obteve maior volume comercializado com 4561,62/t, diferindo estatisticamente dos demais. O ano de 1995 teve o menor volume nos anos analisados com 3440,70/t, este foi estatisticamente inferior aos demais. Os anos de 2002, 2000, 1999, 1998 e 1997 não diferiram estatisticamente entre si, porém, foram superiores ao ano de 1996.

Tabela 1 – Variação mensal da quantidade (1.000 Kg) de cenoura comercializado nos

CEASAs/MG, no período de 1995 a 2002. UEMG/Passos, Agronomia. 2003. Meses 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Média janeiro 3483,3 9 3602,5 0 3468,2 0 4309,7 2 4329,9 4 4594,1 8 4780,6 4 4076,3 3 4080,6 1a fevereiro 2921,1 4 3206,3 5 3252,4 2 4233,9 0 3651,6 8 4375,5 1 4262,2 4 3266,2 9 3646,1 9a março 2763,3 1 4202,8 7 3898,8 6 4603,2 2 4584,0 5 4086,0 4 4446,2 8 3510,3 6 4011,8 8a abril 3254,5 5 3844,0 5 4346,5 2 3705,3 2 3887,8 2 3749,0 7 4595,2 3 3831,5 3 3901,7 6a maio 3686,4 7 3862,4 9 4340,6 3 3771,7 7 4063,5 0 3848,9 0 4646,7 2 4369,4 7 4073,7 4a junho 3246,0 1 4072,0 9 3908,6 5 4042,7 6 4261,5 0 3794,2 1 4359,9 1 4405,2 5 4011,3 0a julho 3681,6 9 3814,6 6 4296,4 5 3904,1 4 3618,3 9 3898,9 3 4517,6 2 4564,5 5 4037,0 5a agosto 3878,1 3 3496,9 5 3986,5 7 3950,5 9 3863,6 4 4173,0 8 4375,7 1 4265,8 1 3998,8 1a Setembr o 3429,3 3 3434,3 8 4106,6 5 4359,3 7 3692,0 7 3590,5 3 4654,1 7 4330,8 1 3949,6 6a outubro 3694,3 1 4213,1 4 4341,6 0 4152,8 9 4188,7 9 3936,1 8 4995,1 9 4964,8 6 4310,8 7a novembr o 3630,0 3 3554,2 1 4563,6 1 4291,5 9 4122,5 9 4005,2 5 4474,0 3 4406,3 7 4130,9 6a

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dezembr o 3620,0 5 3883,6 4 4734,7 4 4549,4 2 4564,4 3 4318,3 7 4631,7 5 4494,0 5 4349,5 6a

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade.

Coeficiente de Variação (%) = 7,57

Tabela 2 – Variação anual da quantidade (1.000 Kg) de cenoura comercializado nos

CEASAs/MG, no período de 1995 a 2002. UEMG/Passos, Agronomia. 2003. Anos jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez Média

1995 3483 2921 2763 3255 3686 3246 3682 3878 3429 3694 3630 3620 3440,7 0d 1996 3602 3206 4203 3844 3862 4072 3815 3497 3434 4213 3554 3884 3765,6 1c 1997 3468 3252 3899 4347 4341 3909 4296 3987 4107 4342 4564 4735 4103,7 4b 1998 4310 4234 4603 3705 3772 4043 3904 3951 4359 4153 4292 4549 4156,2 2b 1999 4330 3652 4584 3888 4064 4261 3618 3864 3692 4189 4123 4564 4069,0 3b 2000 4594 4376 4086 3749 3849 3794 3899 4173 3591 3936 4005 4318 4030,8 5b 2001 4781 4262 4446 4595 4647 4360 4518 4376 4654 4995 4474 4632 4561,6 2a 2002 4076 3266 3510 3832 4369 4405 4565 4266 4331 4965 4406 4494 4207,1 4b

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade.

Coeficiente de Variação (%) = 7,57

Com relação aos preços médios mensais (Tabela 3), os meses que o produtor obteve melhores preços foram de janeiro a maio, que foram estatisticamente superiores aos demais. Quando analisados anualmente, o maior valor encontrado pelos produtores foram de 1995 a 1998 (Tabela 4). No ano de 2001 a cenoura obteve seu menor valor (US$ 0,11), que foi inferior estatisticamente do restante.

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Tabela 3 – Preços médios mensais em US$/Kg de cenoura comercializado nos

CEASAs/MG, no período de 1995 a 2002. UEMG/Passos, Agronomia. 2003. 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 Média janeiro 0,45 0,46 0,44 0,32 0,24 0,17 0,17 0,24 0,31 a fevereiro 0,65 0,46 0,61 0,32 0,22 0,19 0,13 0,27 0,35 a março 0,81 0,35 0,42 0,40 0,18 0,27 0,14 0,34 0,36 a abril 0,65 0,45 0,34 0,56 0,24 0,38 0,13 0,31 0,38 a maio 0,35 0,37 0,22 0,59 0,20 0,31 0,13 0,17 0,29 a junho 0,25 0,22 0,19 0,29 0,14 0,19 0,10 0,10 0,18 b julho 0,16 0,30 0,23 0,18 0,17 0,16 0,09 0,08 0,17 b agosto 0,20 0,37 0,29 0,21 0,24 0,18 0,11 0,10 0,21 b setembro 0,26 0,31 0,29 0,20 0,23 0,22 0,09 0,11 0,21 b outubro 0,24 0,22 0,27 0,18 0,15 0,24 0,07 0,08 0,18 b Novembr o 0,23 0,27 0,32 0,19 0,13 0,24 0,08 0,09 0,19 b Dezembr o 0,32 0,35 0,30 0,26 0,15 0,19 0,14 0,12 0,22 b

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade.

Coeficiente de Variação (%) = 33,58

Tabela 4 – Preços médios mensais em US$/Kg de cebola comercializado nos CEASAs/MG,

no período de 1995 a 2002. UEMG/Passos, Agronomia. 2003.

Anos Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média 1995 0,45 0,65 0,81 0,65 0,35 0,25 0,16 0,20 0,26 0,24 0,23 0,32 0,38a 1996 0,46 0,46 0,35 0,45 0,37 0,22 0,30 0,37 0,31 0,22 0,27 0,35 0,34a 1997 0,44 0,61 0,42 0,34 0,22 0,19 0,23 0,29 0,29 0,27 0,32 0,30 0,32a 1998 0,32 0,32 0,40 0,56 0,59 0,29 0,18 0,21 0,20 0,18 0,19 0,26 0,30a 1999 0,24 0,22 0,18 0,24 0,20 0,14 0,17 0,24 0,23 0,15 0,13 0,15 0,18b 2000 0,17 0,19 0,27 0,38 0,31 0,19 0,16 0,18 0,22 0,24 0,24 0,19 0,22b 2001 0,17 0,13 0,14 0,13 0,13 0,10 0,09 0,11 0,09 0,07 0,08 0,14 0,11c 2002 0,24 0,27 0,34 0,31 0,17 0,10 0,08 0,10 0,11 0,08 0,09 0,12 0,16b

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott e Knott, ao nível de 5% de probabilidade.

Coeficiente de Variação (%) = 33,58

Conclui-se que há uma estabilidade na oferta do produto ao longo do ano, que a diferença observada no preço pago, deve se ao fato da cenoura ter uma maior procura durante o período de verão, ocasionado a flutuação de preço.

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LITERATURA CITADA

FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV, 2000. 402 p.

JUNQUEIRA, A. M. A.; OLIVEIRA, A. T.; SILVA, A. C. B. Origem, volume e preço de alface comercializadas na CEASA/DF nos últimos cinco anos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 40., 2000, São Pedro. Resumos... São Pedro: SOB, 2000.

JUNQUEIRA, A. H. & LUENGO, R. F. A. Mercado de hortaliças no Brasil. Brasília: EMBRAPA/CNPH, 1999. 7p. Circulara Técnica.

LUENGO, R. F. A & JUNQUEIRA, A. H. Distribuição de hortaliça no Brasil. Brasília: EMBRAPA/CNPH, 1999. 7p. Circulara Técnica.

RESENDE, F. V.; GONÇALVES, W. M.; RESENDE, L. V.; RESENDE, J. T. V., Variação estacional de preços do alho no mercado atacadista de Belo Horizonte-MG. In: CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO, 7., 1994, Lavras. Resumo... Lavras: ESAL

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