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Código Civil - CC - L Parte Especial. Livro I Do Direito das Obrigações. Título III Do Adimplemento e Extinção das Obrigações

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Código Civil - CC - L-010.406-2002 Parte Especial

Livro I

Do Direito das Obrigações Título III

Do Adimplemento e Extinção das Obrigações Capítulo I

Do Pagamento Seção V

Do Tempo do Pagamento

Art. 331. Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.

Art. 332. As obrigações condicionais cumprem-se na data do implemento da condição, cabendo ao credor a prova de que deste teve ciência o devedor.

Art. 333. Ao credor assistirá o direito de cobrar a dívida antes de vencido o prazo estipulado no contrato ou marcado neste Código:

I - no caso de falência do devedor, ou de concurso de credores;

II - se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro credor;

III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.

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Parágrafo único. Nos casos deste artigo, se houver, no débito, solidariedade passiva, não se reputará vencido quanto aos outros devedores solventes.

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Capítulo II

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Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.

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Art. 335. A consignação tem lugar:

I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;

III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;

IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.

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Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.

Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.

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Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.

Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.

A ação de consignação em pagamento foi julgada procedente e, por isso o devedor (que foi quem propôs a ação, e a venceu) já não pode mais levantar o depósito (pois o dinheiro já não é mais dele - ele pagou com esse dinheiro ao credor - e a sentença vale como recibo) mesmo que o credor consinta (queira o levante). O devedor só pode levantar esta quantia se além do consentimento do credor, houver também o consentimento de todos os demais devedores e também dos fiadores (pois eles também são responsáveis por esta obrigação e, portanto, também arcam com suas consequências).

-GRAVAÇÃO-31:33- Exemplo:

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Contrato de locação realizado entre Victor (locador), Lu e Rô (locatários) e Ju (fiador).

Rô tentou pagar o aluguel para o Victor (aluguel que é do Rô + Lu) em R$ 1000 e o Victor recusou.

Rô pode ir ao banco mas foi direto ao judiciário. Rô ganhou. A sentença vale como recibo. O Victor leva o dinheiro e o Rô leva o recibo.

Após vencer, Rô quer levantar o dinheiro de volta. Rô acha que o Victor tinha razão, mesmo que ele tenha ganhado a ação. Rô conversa com Victor e eles entram em acordo, fazem outro contrato. Porém, se Rô levantar o dinheiro, volta a situação anterior, ou seja, considera-se que o pagamento não foi efetuado. Não tendo sido efetuado o pgto, Victor pode cobrar do Rô, mas também da Lu e da Ju.

Desta forma, se o Rô levanta o dinheiro, o Rô abre mão de um direito seu, mas também põe em risco o direito da Lu e da Ju.

Os motivos de o devedor querer levantar o dinheiro, mesmo após vencer, são diversos. O que se deve entender, entretanto, não é porque o devedor poderia querer levantar o dinheiro, mas deve-se entender o motivo de o devedor poder ou não poder levantar esse dinheiro.

Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.

De acordo com o artigo anterior, o credor não pode concordar com o levante do dinheiro (depósito consignado) pelo devedor – mesmo que este devedor tenha ganhado a ação judicial – sem a concordância também dos demais devedores e fiadores (já que estes também respondem pela obrigação).

No entanto, se isto ocorrer (se o credor permitir o levante do dinheiro pelo devedor que ganhou a ação sem a concordância dos demais devedores e fiadores) este credor perde todos os privilégios e garantias, e exonera os demais devedores.

Exemplo:

Rô (devedor) promove ação contra Victor (credor) e Victor contesta, recusando o dinheiro consignado; ou Rô deposita o dinheiro (consigna no banco) e Victor aceita ou recusa.

Se após estas situações (Victor, o credor, aceitar ou recusar), Victor autoriza o levantamento do dinheiro por Rô, Victor perde todos os seus privilégios e garantias (caso se abra mão de coisa litigiosa – coisa sobre a qual se briga – que estava reservada para si mesmo perde-se os direitos sobre ela – não adianta chorar depois!) e os demais devedores são exonerados (pois não é justo que os demais devedores arquem com responsabilidades de uma ação não permitida pela lei e que possa os prejudicar).

Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.

Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está (p.e. tantas

cabeças de gado, tendo sido contratada a entrega no local onde se encontram), o credor deve ir receber. Se o credor não vai receber o devedor consigna em ação.

O depósito de dinheiro pode ser feito no banco, mas o depósito de imóvel ou corpo certo a ser entregue em determinado lugar o juiz manda o oficial de justiça ir neste local, avaliar a coisa e lavrar auto de depósito. A coisa continua com o devedor e ele é nomeado depositário. O depositário deve conservar a coisa mantendo-a útil. Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.

Em obrigação de dar coisa incerta (coisa não individualizada, determinada apenas em gênero e quantidade), esta coisa precisa tornar-se certa antes de haver o cumprimento da obrigação. Para tornar-se certa a coisa precisa ser escolhida entre muitas outras. Essa escolha é, em regra (no silêncio), direito do devedor, mas pode ser acordada para que seja do credor (deve estar expresso no contrato para a escolha pertencer ao credor).

Neste artigo, se ocorrer esta segunda hipótese (o direito de escolha pertencer ao credor), ele será citado para este fim (será citado para realizar a escolha).

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No entanto, se o credor não realizar esta escolha após citado ele perde este direito. Esta coisa, então, é escolhida pelo devedor.

Caso a coisa desta obrigação seja imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no lugar em que está, devem ser observadas as regras do art. anterior.

Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.

A coisa depositada é conservada pelo depositário para que se mantenha no melhor estado possível. Ocorre a ação judicial de consignação. Caso o devedor vença (seu pedido era que o credor recebesse o depósito, configurando-se o pagamento e, consequentemente, fosse dado fim a obrigação) o credor é dono da coisa depositada. Caso o credor vença (requerendo a recusa da coisa em depósito como forma de pagamento à obrigação) o devedor é dono da coisa. Se o depositário (devedor) tiver despesas com o mantimento da coisa depositada, elas serão cobradas do dono desta coisa (credor).

Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.

Obrigação litigiosa é aquela que é objeto de litígio, de demanda judicial. Ex1: Lu e Victor brigam para saber de quem é o crédito. Ex2: Num divórcio o casal briga na divisão de bens. Ex3: Sócios entram em divergência sobre a divisão de suas quotas.

Se o devedor sabe que a obrigação é litigiosa e mesmo assim decide pagar, deve pagar em consignação. O dinheiro ou coisa fica lá depositado, e quem ganhar pega! Pagou bem.

Se o devedor sabe que a obrigação é litigiosa (ele está vendo que está acontecendo esta briga) e mesmo assim decide pagar, mas escolhendo um dos supostos credores para fazer-lhe o pagamento, correndo o risco de pagar mal (e aí pode ter que pagar duas vezes).

Se o devedor não souber que a obrigação é litigiosa e paga, paga de boa-fé, portanto o pagamento é aproveitado, pois quem paga de boa-fé paga bem.

Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.

No artigo anterior há a hipótese em que o devedor sabe da briga e então consigna.

Neste artigo a lei autoriza que qualquer um dos credores peça que o devedor deposite (devedor não sabe da briga entre os credores, então a lei autoriza os credores a cientizarem o devedor disso). Garantia para os credores.

Capítulo III

Do Pagamento com sub-rogação

Sub-rogar é substituir. Sub-rogação consiste na substituição de uma coisa por outra (sub-rogação real) ou de uma pessoa por outra (sub-rogação pessoal).

Nas hipóteses em que um terceiro pode pagar a dívida, este terceiro pode ser interessado ou desinteressado, caso este último em que ele efetuará o pagamento em seu nome (doação) ou em nome do próprio devedor. Caso o terceiro seja interessado, ele substituirá o devedor na relação obrigacional.

Pode-se imaginar, para melhor entendimento da matéria, que o devedor é um guerreiro medieval armado e pronto para lutar com o credor. O terceiro, que não pertencia ao duelo, substitui o devedor (que vai embora) e, por isso, fica com suas armas.

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No pagamento com sub-rogação ocorre a substituição de um credor por outro, por imposição da Lei (sub-rogação Legal, Art. 346) ou do contrato (sub-(sub-rogação convencional, Art. 347).

O pagamento com sub-rogação é “a transferência dos direitos do credor para aquele que solveu a obrigação ou emprestou o necessário para solvê-la. A obrigação pelo pagamento extingue-se; mas, em virtude da

sub-rogação, a dívida, extinta para o credor originário, subsiste para o devedor, que passa a ter por credor, investido nas mesmas garantias, aquele que lhe pagou ou lhe permitiu pagar a dívida” (Clóvis Beviláqua)

Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do devedor comum;

Lu (devedor) – Ro e Victor (credores)

Se o Victor paga o que Lu deve ao Ro, o Victor entra no lugar do Ro perante a Lu. Lu devia ao Ro. Victor paga ao Ro a dívida da Lu. Lu passa a dever ao Victor.

Victor era credor de $500 de Lu, mas sem nenhuma garantia. Ro era credor de $1000 de Lu, mas com garantias. Victor paga ao RO a dívida de Lu, substitui Ro perante Lu assumindo suas garantias (garantias de Ro) para cobrar o todo ($1500).

Isso é uma cessão de crédito (a vontade do devedor é irrelevante) Entra a questão da solvência. Ver se Lu é ou não solvente.

II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;

Sub-rogação legal.

Ro é proprietário de um imóvel. Como proprietário ele pode usar, gozar, reivindicar e dispor. Usando seu direito de dispor, Ro dá o imóvel como garantia ao Banco.

O imóvel torna-se hipotecado, mas ainda pode ser vendido. Se eu puxar a matrícula aparece lá que o imóvel está

hipotecado.

O Banco é o credor hipotecário.

Se alguém comprar essa pessoa vira adquirente hipotecário. Lu compra a casa. Lu é adquirente hipotecária da casa.

Se o Ro não pagar o adquirente hipotecário (Lu) pode perder a casa. Para Lu é melhor perder, ou pagar para o Ro e não perder? Lu paga e se sub-roga na pessoa do credor (hipotecário, Banco).

Depois de pagar esta dívida que era do Ro, Lu vai cobrar dele.

Há também a possibilidade de Lu comprar a casa em parcelas (5 parcelas, p.e.) e, as ultimas 2 parcelas Lu paga somente após o Ro pagar para o Banco, somente após o vencimento da dívida do ex-dono com o Banco (isto deve ser acordado). Então, se o Ro não pagar o Banco Lu paga, e não paga a parcela com o Ro (pq já pagou a dívida dele com o Banco).

Lu paga para Ro em 5 parcelas de 100mil. A dívida de Ro vence com o Banco. Lu paga as 2 últimas para o Banco. Não paga mais nada para o Ro.

compensa _ _ __ Lu Ro

$$$

Ro hipoteca casa para o Banco Ro vende a casa para Lu

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O adquirente hipotecário (quem comprou o imóvel hipotecado) pode pagar a dívida da hipoteca e se sub-rogar nesses direitos.

III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Fiador paga e depois corre atrás do devedor.

Art. 347. A sub-rogação é convencional:

I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; Característica/conceito

II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.

Mutuante (terceiro que empresta ao devedor) – Mutuário (devedor que pega emprestado).

Mutuante diz: “eu empresto desde que você expresse que os direitos que ela tinha perante você eu vou ter”.

Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito. obvio

Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.

obvio

Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.

Ju tem para receber 10 mil. Eu me sub-rogo e digo: “com 8 resolve?”. Ela aceita. Eu só posso cobrar 8 do devedor.

Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.

Ju tem 10 para receber do Carlos. Ro paga 5, Ju quita 5 (pgto parcial)...Ro se subroga em 5 (é credor do Carlos em 5), agora Carlos tem 2 credores de 5.

Este artigo diz que a Ju tem preferência para receber (Ju deve receber antes do Ro). Capítulo IV

Da Imputação do Pagamento

Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.

Se eu tiver mais de uma obrigação para cumprir eu vou imputar o pagamento, escolher o pagamento. O devedor escolhe a obrigação que vai pagar; o devedor imputa o pagamento.

Se devo aluguéis dos 3 últimos meses (fev, março e abril), então quando eu for pagar eu escolho o aluguel de que mês quero quitar.

Quando há pluralidade de obrigações o devedor aponta qual ele quer extinguir.

Se o devedor paga o mês de abril presume-se que ele pagou o mês anterior também (março). Mas essa é uma presunção relativa. O credor pode fazer prova em contrário. Mas se não conseguir vale a presunção.

Se estiver no contrato que o vencimento de uma parcela acarreta o vencimento das demais parcelas, ele pode não receber.

O credor só pode recusar se estiver no contrato. Pluralidade de obrigações líquidas e vencidas. Vencidas: já houve o vencimento.

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Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.

O direito de imputar que é do devedor, se ele não exerce o credor pode exercer e, feito isto, o devedor não pode reclamar dolo e violência.

- Você me obrigou: coação

- Você me enganou: dolo (ex: o devedor acha que está pagando 1 mês mas o credor está cobrando outro) - Eu me enganei: erro

Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.

Se eu adimpli o principal, eventuais penalidades (como multa e juros) não recaem sobre mim. Mas se eu não paguei o principal essas penalidades recaem sobre mim.

O que eu pago primeiro sai dos juros que eu devo, e não do principal. O que eu for pagando primeiro eu subtraio dos juros. E, assim, eu fico pagando juros para sempre.

O inverso pode ser acordado, então aumenta juros mas diminui o principal. Eu acabo de pagar o principal e então começo a pagar os juros até chegar em zero.

Não pode haver anatocismo (cobrança de juros sobre juros), e isso existe no mundo prático. Se eu processar o banco eu ganho. Aquilo que é cobrado a maior eu tenho a chance de receber em dobro.

Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.

O devedor não imputou (ele tem esse direito), nem o credor fez a imputação: silencio tanto do devedor quanto do credor.

Ro deve 300 p/ Ju, 200 p/ Lu e 500 p/ Victor.

Paga a mais onerosa caso todas vençam ao mesmo tempo.

Se não forem todas ao mesmo tempo paga a mais antiga primeiro. Capítulo V

Da Dação em Pagamento

A dação consiste em o devedor satisfazer a obrigação com uma prestação diversa da originária.

É requisito para que possa ocorrer a dação a anuência do credor, aceitar coisa por outra ou coisa por fato (o credor não é obrigado a aceitar outra coisa mesmo que mais valiosa).

Havendo dação há extinção da obrigação.

Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida. O credor pode consentir ou não. Se ele não consentir então ele exige a coisa originária.

Se a anuição do credor ocorre no momento da celebração do contrato não é dação, é uma obrigação alternativa. Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.

Os contratos podem ser gratuitos (como a doação) ou onerosos. Todos os contratos, mesmo que gratuitos, geram obrigação. No caso da doação, a pessoa que vai doar é devedor, a pessoa que vai receber é credor. No entanto, não há contraprestação (a obrigação não é onerosa da parte dela), então, “cavalo dado não se olha os dentes”.

Caso o devedor solicite a dação e o credor aceite, p.e., trocar cavalo por burro como objeto da obrigação, então “burro dado também não se olha os dentes”.

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Pouco importa se na obrigação originária está estipulada o preço da coisa.

É relevante saber se aquilo que foi dado em pagamento (a coisa dada em pagamento é o objeto que substituiu o originariamente acordado) tem preço estipulado ou não.

Então, se o burro tinha preço estipulado, mesmo sendo doação é como se fosse compra e venda. E, na compra e venda eu posso reclamar se tiver vícios, podendo, assim, desfazer o negócio ou pedir indenização por perdas e danos (“burro comprado pode-se olhar os dentes”).

Correntes doutrinárias divergem quanto a natureza jurídica deste instituto. Alguns dizem que é dação mas que sofre influencia da compra e venda. Outros dizem que deixa de ser dação.

Art. 358. Se for Título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão. Dação de título de crédito é cessão.

Eu devo para Carlos uma coisa, mas ele concorda em aceitar uma promissória (que eu tenho em relação ao Luiz) em vez da coisa. A promissória é um título. Eu que era credo do título, agora é o Carlos.

Houve uma cessão mas não deixou de ser dação.

Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.

Ro deve a Paula 1 carro e paga com uma moto (dação).

Se a moto tem preço estipulado, regras da compra e venda, duas correntes se é ou não é dação.

Ro recebe o recibo, a obrigação extingue. Mas a Paula perde a coisa em virtude de ação judicial (evicção – evicto foi quem perdeu, evictor é quem ganhou), p.e., em virtude de ação de usucapião promovida por Victor.

Ou seja, Ro deu a Paula como pgto uma coisa que não era dele.

Então volta ao estado anterior ao pgto. A obrigação torna a existir e, pode ocorrer uma nova dação. Capítulo VI

Da Novação

Há uma obrigação: credor e devedor vinculados (imaginar que estão amarrados por uma corda). Havendo cessões ou assunções permanece a mesma obrigação (mesma corda/vínculo).

Cria-se uma nova obrigação (trocando-se a corda com o intuito de por fim, extinguir, a obrigação antiga). A novação ocorre (tipos):

- trocando-se a coisa (novação objetiva) - trocando-se as pessoas (novação subjetiva)

- troca devedores (passiva) - troca credores (ativa) Art. 360. Dá-se a novação:

I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior; II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;

III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este.

Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.

Como saber se é ou não novação:

- Dação (troca de coisa na mesma obrig) ≠ Novação (troca de coisa em nova obrig) - Pode ser também um mero reajuste/aditamento do contrato (que difere da novação)

- O animus de novar deve ser inequívoco (claro, indiscutível) expresso ou tácito, sob pena de entender-se como permanência da obrig. originária.

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- É novação ou confirmação - Se for tácito o juiz que decide.

- De qualquer forma, deveria ser inequívoco.

- Se o contrato não diz nada: entendimentos jurisprudenciais diversos.

- Estar expresso no contrato que a obrigação originária se extingue. Se o contrato diz que é, é! Se o contrato diz que não é, não é!

- “Este termo configura uma novação” - “Este termo não configura uma novação”

Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.

Há também outros tipos de novação subjetiva passiva: Há novação subjetiva passiva por:

- delegação: o devedor delega, consinte em passar a bola (ele passa a bola)

- expromissão: o devedor não delega, ele é expulso da obrigação (passam a bola por ele).

Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.

Gravação

Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.

Acessórios e garantias, p.e., terceiros (como fiador). Se não estipular no novo contrato, não dá para aproveitar.

-GRAVAÇÃO-01:20-

A segunda parte é óbvia. Não posso fazer gentileza com as coisas dos outros!

Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferências e garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados.

Mesma coisa do artigo anterior.

As pessoas que não participam do (novo) contrato/obrigação não participam e pronto (mesmo que tenham participado do anterior).

Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal.

Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas.

Capítulo VII Da Compensação

Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.

Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.

Art. 370. Embora sejam do mesmo gênero as coisas fungíveis, objeto das duas prestações, não se compensarão, verificando-se que diferem na qualidade, quando especificada no contrato.

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Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.

Art. 372. Os prazos de favor, embora consagrados pelo uso geral, não obstam a compensação.

Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: I - se provier de esbulho, furto ou roubo;

II - se uma se originar de comodato, depósito ou alimentos; III - se uma for de coisa não suscetível de penhora.

Art. 374. A matéria da compensação, no que concerne às dívidas fiscais e parafiscais, é regida pelo disposto neste Capítulo. (Revogado pela L-010.677-2003)

Art. 375. Não haverá compensação quando as partes, por mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de renúncia prévia de uma delas.

Art. 376. Obrigando-se por terceiro uma pessoa, não pode compensar essa dívida com a que o credor dele lhe dever.

Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.

Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar, não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à operação.

Art. 379. Sendo a mesma pessoa obrigada por várias dívidas compensáveis, serão observadas, no compensá-las, as regras estabelecidas quanto à imputação do pagamento.

Art. 380. Não se admite a compensação em prejuízo de direito de terceiro. O devedor que se torne credor do seu credor, depois de penhorado o crédito deste, não pode opor ao exeqüente a compensação, de que contra o próprio credor disporia.

Referências

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