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COMBATE DE EPIDEMIAS UTILIZANDO CONTROLE EM MALHA FECHADA POR MEIO DO MÉTODO P-NARMAX

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COMBATE DE EPIDEMIAS UTILIZANDO CONTROLE EM MALHA FECHADA POR MEIO DO M ´ETODO P-NARMAX

Everthon de Souza Oliveira∗, Samir Angelo Milani Martins∗, Al´ıpio Monteiro Barbosa†, Erivelton Geraldo Nepomuceno∗

Grupo de Controle e Modelagem, Departamento de Engenharia El´etrica

Universidade Federal de S˜ao Jo˜ao del-Rei Pra¸ca Frei Orlando, 170, Centro, 36307-352

S˜ao Jo˜ao del-Rei, MG, Brasil

Programa de P´os-gradua¸ao em Engenharia El´etrica

Universidade Federal de Minas Gerais Av. Antˆonio Carlos, 6627, Pampulha, 31270-901

Belo Horizonte, MG, Brasil

Emails: everthonsol@yahoo.com.br, milani.martins@gmail.com, alipiomonteiro@yahoo.com.br, nepomuceno@ufsj.edu.br

Abstract— Several techniques for control of epidemics are investigated with mathematical models. The de-velopment of this models are contributing to the better dede-velopment of control strategies. This paper presents a methodology for a polynomial NARMAX model to predict the parameters of an epidemic. The identified model is used in proportional feedback control and applied in a epidemiological system.

Keywords— Epidemiological Modeling, Feedback Control, Polynomial NARMAX Model.

Resumo— V´arias t´ecnicas de controle de epidemias s˜ao investigadas por meio de modelos matem´aticos. O desenvolvimento de tais modelos est´a contribuindo para a elabora¸c˜ao de estrat´egias de controle mais eficazes. Este trabalho apresenta uma metodologia para a obten¸c˜ao de um modelo NARMAX polinomial para previs˜ao dos parˆametros de uma epidemia. O modelo previamente identificado ´e utilizado no controle proporcional, em malha fechada, de um sistema epidemiol´ogico.

Palavras-chave— Modelagem Epidemiol´ogica, Controle Malha Fechada, Modelos NARMAX Polinomial.

1 Introdu¸c˜ao

O controle e a preven¸c˜ao de doen¸cas infec-ciosas tˆem sido foco de estudo de diversos gru-pos de pesquisa em todo o mundo (Nepomuceno et al., 2006). Epidemias recentes tem motivado o crescente interesse nesta ´area da ciˆencia denomi-nada epidemiologia, como a gripe su´ına, a dengue (Caetano e Yoneyama, 2001), e tem sido objeto de estudo de v´arios pesquisadores que buscam o de-senvolvimento de modelos matem´aticos que pos-sam contribuir para a compreens˜ao e erradica¸c˜ao de doen¸cas infecciosas (Hethcote, 2000; Lamperti et al., 2007; Pereira et al., 2008).

Dentre os modelos matem´aticos desenvolvi-dos, o modelo compartimental SIR (Suscet´ıveis – Infectados – Recuperados) ´e um dos mais uti-lizados (Hethcote, 2000). O modelo SIR des-creve a epidemia como um sistema de equa¸c˜oes diferenciais que relaciona as parcelas da popula-¸

c˜ao contidas nos compartimentos S, I e R, de forma an´aloga `a modelagem da intera¸c˜ao entre part´ıculas segundo o princ´ıpio da a¸c˜ao de massas (Hethcote, 2000).

Entretanto, o modelo SIR n˜ao ´e capaz de ex-plicar a persistˆencia ou erradica¸c˜ao de doen¸cas in-fecciosas (Keeling e Rohani, 2002; Lloyd, 2001). A principal raz˜ao para isso ´e que o modelo SIR considera a distribui¸c˜ao de indiv´ıduos espacial e

temporalmente homogˆenea (Hethcote, 2000). Uma abordagem para lidar com a quest˜ao de popula¸c˜oes heterogˆeneas, estudado em ecologia, os chamados Modelos Baseados em Indiv´ıduos, MBI (ou IBM, do inglˆes Individual Based Model ) (Keeling e Grenfell, 2000; Grimm, 1999; Nepomu-ceno et al., 2006) est˜ao em crescente estudo. Se-gundo Grimm (1999), “cada indiv´ıduo ´e tratado como uma entidade ´unica e discreta que possui idade e ao menos mais uma propriedade que muda ao longo do ciclo da vida, tal como peso, posi¸c˜ao social, entre outras”.

V´arias t´ecnicas de controle de epidemias s˜ao investigadas por meio desses modelos (Agur et al., 1993; Nepomuceno et al., 2006; Oliveira et al., 2008). Essas t´ecnicas podem ser vistas como uma aproxima¸c˜ao das campanhas de vacina¸c˜ao de con-trole governamentais. Diferentemente do modelo SIR, o Modelo Baseado em Indiv´ıduos torna pos-s´ıvel a aplica¸c˜ao de um maior n´umero de t´ecnicas de controle inteligente, visto que o controle de uma doen¸ca pode ser determinado a partir das carac-ter´ısticas do indiv´ıduo.

Contudo determinar os parˆametros reais de uma epidemia n˜ao ´e uma tarefa trivial. Isso torna dif´ıcil a aplica¸c˜ao dessas t´ecnicas, uma vez que dependem desses parˆametros (Anderson e May, 1992; Hethcote, 2000). Cada uma das carac-ter´ısticas do sistema influencia na probabilidade p

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de um indiv´ıduo ser infectado ou n˜ao. Isso mostra a importˆancia de se encontrar essa probabilidade mas tamb´em a dificuldade de se determinar um modelo matem´atico que considere todos os parˆ a-metros nesse c´alculo. Neste trabalho ´e mostrada a importˆancia dessa probabilidade tamb´em para o c´alculo da vacina¸c˜ao a ser aplicada.

Com o objetivo de estimar o valor de p, utilizou-se a representa¸c˜ao matem´atica NARMAX ( Nonlinear AutoRegressive Moving Average with eXogenous input ) (Chen e Billings, 1989; Le-ontaritis e Billings, 1985) polinomial. Uma das grandes vantagens dos modelos NARMAX poli-nomiais ´e a facilidade com que certos tipos de co-nhecimentos podem ser extra´ıdos e incorporados (Aguirre, 2007).

Este trabalho prop˜oe a obten¸c˜ao de um mo-delo NARMAX polinomial para previs˜ao dos pa-rˆametros de uma epidemia, em particular o parˆ a-metro p, de forma on-line, a fim de se aplicar um controle baseado nos parˆametros encontrados.

A a¸c˜ao de controle implementada ´e aqui cha-mada de Proporcional-Narmax (ou P-NARMAX), uma vez que atua como um controle proporcional em malha fechada.

2 Conceitos Preliminares 2.1 Modelo Baseado em Indiv´ıduos

Nepomuceno e colaboradores (Nepomuceno et al., 2006) expressaram o MBI, no qual um in-div´ıduo ´e representado por

Im,t= [C1 C2 · · · Cn], (1)

em que m ´e o tamanho da popula¸c˜ao, t ´e o instante em que o indiv´ıduo apresenta um conjunto espe-c´ıfico de caracter´ısticas e Cn ´e uma caracter´ıstica

do indiv´ıduo. A primeira caracter´ıstica ´e o seu estado do ponto de vista epidemiol´ogico, ou seja, suscet´ıvel, infectado, recuperado. Outras carac-ter´ısticas podem ser a idade, o tempo de dura¸c˜ao da infec¸c˜ao, o sexo, a localiza¸c˜ao espacial ou quais-quer outras caracter´ısticas do indiv´ıduo considera-das relevantes. Para que a modelagem do sistema ocorra de modo satisfat´orio trabalhou-se com seis principais caracter´ısticas: o estado (suscet´ıvel, in-fectado ou recuperado) do indiv´ıduo; a idade cor-rente; a m´axima idade em que o indiv´ıduo viver´a; a localiza¸c˜ao espacial dos indiv´ıduos, o tempo em que o indiv´ıduo se encontra no estado infectante, o m´aximo tempo em que o indiv´ıduo permanece no estado infectante, ambos expresso em passos de integra¸c˜ao. Para maiores detalhes acerca das ca-racter´ısticas, veja (Nepomuceno et al., 2006). Por sua vez, uma popula¸c˜ao de indiv´ıduos ´e represen-tada por:

Pt= [I1,t I2,t I3,t · · · Im,t]T, (2)

em que Im,t ´e um indiv´ıduo no instante t e P ´e

uma matriz m × n.

Outros parˆametros do modelo utilizados aqui s˜ao γ (a taxa de recupera¸c˜ao da doen¸ca), µ (taxa de mortalidade da popula¸c˜ao), β (probabilidade de infec¸c˜ao em um contato), Tv (per´ıodo de

vaci-na¸c˜ao) v (taxa de vacina¸c˜ao).

Outras caracter´ısticas do modelo e as pre-missas epidemiol´ogicas adotadas encontram-se em (Nepomuceno et al., 2006).

2.2 Modelos NARMAX polinomiais

A Identifica¸c˜ao de Sistemas n˜ao-lineares por meio de modelos NARMAX polinomiais ´e deta-lhadamente apresentada em Aguirre (2007). Os modelos NARMAX polinomiais (Leontaritis e Bil-lings, 1985) s˜ao modelos auto-regressivos com m´ e-dia m´ovel utilizados na identifica¸c˜ao de sistemas e podem ser descritos por:

y(t) = Fl([y(t − 1), · · · ,y(t − ny),

u(t − 1), · · · ,u(t − nu),

ξ(t − 1), · · · ,ξ(t − nξ)]) + ξ(t) (3)

em que Fl´e uma fun¸ao n˜ao-linear de grau l, y(t),

u(t) e ξ(t) representam a sa´ıda, a entrada e a m´ e-dia m´ovel, respectivamente. ny, nu e nξ s˜ao os

m´aximos atrasos correspondentes.

Os modelos NARMAX polinomiais s˜ao mo-delos pseudo-lineares (momo-delos n˜ao-lineares com grande capacidade de implementa¸c˜ao em algorit-mos iterativos). Al´em disso, permitem com rela-tiva facilidade a extra¸c˜ao de informa¸c˜oes anal´ıticas do modelo, tais como curva e ganho est´atico.

Para identificar um sistema, s˜ao necess´arias cinco etapas descritas em (Aguirre, 2007), a saber:

1. Teste Dinˆamico e Coleta de Dados.

2. Escolha da Representa¸c˜ao Matem´atica a ser Utilizada

3. Determina¸c˜ao da Estrutura do Modelo 4. Estima¸c˜ao dos Parˆametros

5. Valida¸c˜ao dos Modelos

Os parˆametros do modelo NARMAX foram obtidos pelo m´etodos dos m´ınimos quadrados (MMQ) que garantem, sobre a massa de dados de identifica¸c˜ao, parˆametros que minimizam o erro de predi¸c˜ao.

A valida¸c˜ao foi feita por meio do ´ındice RMSE (raiz quadrada da m´edia dos erros quadr´aticos), que quantifica a qualidade do modelo. Mode-los devem apresentar ´ındice menor que a uni-dade, para que apresentem erro de predi¸c˜ao in-ferior `aquele obtido utilizando a m´edia da s´erie temporal. Esse ´ındice pode ser calculado como:

(3)

RMSE = q PN k=1(y(k) − ˆy(k))2 q PN k=1(y(k) − ¯y)2 , (4)

em que ˆy(k) ´e a simula¸c˜ao livre do sinal, ¯y ´e o valor m´edio do sinal medido y(k) e N ´e o n´umero de amostras existentes nos dados de valida¸c˜ao.

3 Metodologia

Para aplica¸c˜ao da t´ecnica de controle foi necess´ario utilizar um sistema-teste. Como na literatura tˆem-se poucos dados reais detalhados de epidemias, adotou-se o MBI, expressando o modelo SIR (Nepomuceno et al., 2006) para tal. A proposta deste artigo ´e criar um controle que considere a probabilidade de um indiv´ıduo ser infectado. Baseado nessa probabilidade ´e calculada a taxa de vacina¸c˜ao adequada para erradica¸c˜ao de maneira otimizada da epidemia. A seguir ´e dada uma defini¸c˜ao matem´atica dessa probabilidade.

Defini¸c˜ao (Probabilidade de infec¸c˜ao): Em cada instante de tempo existe uma probabilidade p de um indiv´ıduo suscet´ıvel ser infectado. Essa proba-bilidade depende de in´umeros fatores como taxa de infectados - i - (raz˜ao entre o n´umero de infec-tados e a popula¸c˜ao total), taxa de suscet´ıveis - s - (raz˜ao entre o n´umero de suscet´ıveis e a popu-la¸c˜ao total), forma de contatos, entre outras ca-racter´ısticas do sistema. Contudo, o n´umero de novas infec¸c˜oes no instante presente est´a direta-mente ligado `a probabilidade do instante anterior. Pode-se definir formalmente como sendo:

p(t) = i(t) − i(t − 1)

s(t − 1) (5)

em que p ´e a probabilidade de infec¸c˜ao, i ´e o taxa de infectados, s a taxa de suscet´ıveis e t ´e o ins-tante considerado.

Assim tem-se a probabilidade ocorrida no ins-tante anterior (t). Por´em ´e necess´aria a proba-bilidade do instante atual (t + 1) para prever a porcentagem da popula¸c˜ao a ser vacinada.

Para obter o valor de p em um instante futuro, utilizou-se o modelo NARMAX polinomial. 3.1 Obten¸c˜ao do Modelo NARMAX polinomial

Para a obten¸c˜ao da estrutura do modelo NARMAX polinomial, utilizou-se a t´ecnica de taxa de redu¸c˜ao de erro em conjunto com o crit´ e-rio de informa¸c˜ao de Akaike. A priori, para aplica-¸

c˜ao dessas t´ecnicas, foram definidos como m´aximo atraso para as vari´aveis de entrada e sa´ıda t = 2 e 2 como sendo o grau de n˜ao-linearidade do mo-delo. Como o MBI ´e estoc´astico, os dados s˜ao dis-tintos em cada simula¸c˜ao. Com isso, simulou-se o

MBI duas vezes, sendo coletados dados distintos para identifica¸c˜ao e valida¸c˜ao do modelo. Tam-b´em pode-se afirmar que os dados utilizados para identifica¸c˜ao e valida¸c˜ao do modelo s˜ao distintos dos dados utilizados para a aplica¸c˜ao da a¸c˜ao de controle proporcional.

Como entrada do modelo, utilizou-se a taxa de indiv´ıduos infectados.

3.2 A¸c˜oes de Controle

A id´eia do controle ´e baseada na rela¸c˜ao exis-tente entre a probabilidade de infec¸c˜ao e na neces-sidade de vacina¸c˜ao da popula¸c˜ao. Pode-se afir-mar que, se n˜ao h´a chance do indiv´ıduo ser in-fectado, n˜ao h´a necessidade de vacin´a-lo. Por um outro lado, se ´e grande a chance de ser infectado, ´e grande a necessidade de imuniz´a-lo. Pode-se en-t˜ao, fazer uma aproxima¸c˜ao linear entre a proba-bilidade de infec¸c˜ao e a taxa de vacina¸c˜ao.

Neste trabalho analisou-se a vacina¸c˜ao pul-sada. O controle por pulso ´e um m´etodo de oti-miza¸c˜ao n˜ao-linear. O projeto de vacina¸c˜ao por pulso consiste em vacinar a popula¸c˜ao em per´ıo-dos espec´ıficos ao longo de um intervalo de tempo de interesse. Considerou-se que a vacina¸c˜ao por pulso possua per´ıodo constante e intensidade va-ri´avel (v), durante o tempo estudado.

O valor da constante de proporcionalidade k foi obtida simulando o sistema para v´arios valores de k e escolhido a melhor op¸c˜ao que minimizasse o custo da erradica¸c˜ao da epidemia, levando em conta parˆametros como extin¸c˜ao ou n˜ao da do-en¸ca, instante de extin¸c˜ao e quantidade de vaci-nas. A constante k varia pouco entre epidemias distintas, sendo que o mesmo pode ser mantido constante, sem perda significativa da eficiˆencia do m´etodo. Na Se¸c˜ao 4 ´e apresentado um estudo com os valores de k.

Ap´os determinado o valor dessa constante ´e estabelecida uma rela¸c˜ao entre a probabilidade de infec¸c˜ao prevista pelo modelo NARMAX polino-mial e a porcentagem de vacina¸c˜ao dos indiv´ıduos suscet´ıveis da seguinte forma:

v(t) = kp(t), (6)

em que v ´e a taxa de vacina¸c˜ao a ser aplicada no instante t, k ´e a constante de proporcionalidade, dada em Suscetveis/Inf ectados e p ´e a probabi-lidade de infec¸c˜ao prevista.

3.3 Diagrama do sistema de controle

O diagrama apresentado na Figura 1 mostra o controle proporcional–NARMAX em malha fe-chada proposto neste trabalho.

(4)

NARMAX K SISTEMA p(t-1) v(t) i(t) p(t-2) i(t-2) p(t) i(t-1)

Figura 1: Representa¸c˜ao do sistema de controle P–NARMAX em malha fechada.

A partir dos valores de entrada do modelo NARMAX, ´e calculado a probabilidade de infec-¸

c˜ao. Esse valor ´e multiplicado pela constante k e determinado o valor da taxa de vacina¸c˜ao a ser aplicada no sistema. Ap´os aplicada a vacina¸c˜ao, os valores de i e p s˜ao atualizados, fechando a ma-lha do sistema.

Varias transi¸c˜oes influenciam no valor de p, contudo, foi considerado apenas uma. Essa me-dida pode gerar valores incoerentes, tais como va-lores negativos de p. Por´em, ainda assim garante um bom resultado e uma correla¸c˜ao entre a taxa de vacina¸c˜ao e a probabilidade de infec¸c˜ao. Para garantir a a¸c˜ao de controle adequada, considera-se que para p < 0 a vacina¸c˜ao ser´a v = 0. Por outro lado, quando o produto k × p > 1, a vacina¸c˜ao ser´a saturada em 100 % da popula¸c˜ao.

4 Resultados e Discuss˜oes

A Figura 2 mostra a dinˆamica do sistema-teste sem qualquer a¸c˜ao de controle. Nota-se que a epidemia entra em estado de endemia, ou seja, estabiliza-se sem erradicar.

Figura 2: Dinˆamica do sistema usado sem ne-nhuma a¸c˜ao de controle. Os parˆametros usados foram γ = 301; µ =601; N = 1000 e β = 0,2.

A Figura 3 mostra a a¸c˜ao de controle pulsada, com per´ıodo de vacina¸c˜ao Tv= 10.

Figura 3: Dinˆamica do sistema usado com a a¸c˜ao de controle pulsado com taxa de vacina¸c˜ao cons-tante. Os parˆametros utilizados foram γ = 301; µ =601; N = 1000 ; β = 0,2; Tv= 10 e v = 0,4.

Utilizando a metodologia abordada, obteve-se um modelo NARMAX para a probabilidade de infec¸c˜ao, conforme Equa¸c˜ao 7.

p(t) = 2,6939i(t − 1)p(t − 1) + (7) +0,0254p(t − 2) − 0,0174i(t − 1) + −2,6204i(t − 2)p(t − 1) + −4,5038p(t − 2)2+ 0,0016i(t − 2) + −4,0500p(t − 1)2+ +6,7208p(t − 2)p(t − 1) + +4,4770i(t − 1)p(t − 2) + 0,0059 + +0,0381i(t − 2)2+ −4,2017i(t − 2)p(t − 2) + −0,0354i(t − 1)2+ 0,0908p(t − 1),

em que p ´e a probabilidade de infec¸c˜ao, i ´e a taxa de infectados (raz˜ao entre o n´umero de infecta-dos e o tamanho da popula¸c˜ao) e t ´e o instante considerado.

Figura 4: S´eries temporais da probabilidade de infec¸c˜ao. Em azul os valores reais de p e em ver-melho os valores previstos.

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Para valida¸c˜ao do modelo utilizou-se o ´ındice RMSE. O valor encontrado foi de 0,6938, o que in-dica que o modelo ´e adequado para predi¸c˜ao desta s´erie.

Tabela 1: Escolha de qual valor de k utilizar. O valor do tempo de extin¸c˜ao ´e dado em passos de integra¸c˜ao, sendo que o mesmo pode ser em anos, meses, ou dias, dependendo da epidemia em ques-t˜ao.

Extin¸c˜oes Tempo de Vacinas extin¸c˜ao (m´edia) (m´edia) k = 5 4/10 1126,75 684,00 k = 10 8/10 573,67 751,50 k = 15 10/10 432,50 450,10 k = 20 10/10 339,10 433,00 k = 25 10/10 346,30 503,80 k = 30 10/10 325,00 519,30 k = 35 10/10 330,20 592,30 k = 40 10/10 326,30 663,50 k = 45 10/10 304,10 660,30 k = 50 10/10 303,00 690,20

A decis˜ao de qual valor de k ser´a escolhido ´e um problema multi-objetivo. Deseja-se minimizar concomitantemente o tempo de extin¸c˜ao da do-en¸ca e a quantidade de vacinas aplicada. Contudo, tais objetivos s˜ao inversamente proporcionais. O que se pode fazer ´e escolher uma solu¸c˜ao que pos-sua um compromisso m´utuo entre os funcionais em quest˜ao.

Por meio da tabela 4, escolheu-se k = 20, pelo fato do mesmo apresentar um compromisso m´utuo entre o tempo m´edio de erradica¸c˜ao da doen¸ca e a quantidade de vacina gasta para tal.

Uma vez determinado o valor de k, pode-se obter o valor de v, por meio da equa¸c˜ao 6, que varia com o valor previsto da probabilidade de in-fec¸c˜ao. Para uma compara¸c˜ao entre os m´etodos, a Figura 5 mostra a taxa de vacina¸c˜ao para controle pulsado com v constante e a taxa de vacina¸c˜ao do m´etodo proposto.

A Figura 5 mostra a simula¸c˜ao Monte Carlo da dinˆamica da doen¸ca para o valor de k escolhido.

Figura 5: Dinˆamica do sistema usando controle pulsado P-NARMAX em malha fechada. Os pa-rˆametros usados foram γ = 301; µ = 601; N = 1000; β = 0,2; Tv= 10 e v = 0,4, em que γ ´e a taxa de

recupera¸c˜ao da doen¸ca, µ ´e a taxa de mortalidade da popula¸c˜ao, β ´e a probabilidade de infec¸c˜ao em um contato e Tv= 10 ´e o per´ıodo de vacina¸c˜ao.

A evolu¸c˜ao da taxa de vacina¸c˜ao ´e mostrada na Figura 6.

Figura 6: Evolu¸c˜ao da taxa de vacina¸c˜ao. Em ver-melho, valores referentes ao controle P-NARMAX em malha fechada e em azul, t´ecnica de vacina¸c˜ao pulsada com taxa constante.

Utilizando a abordagem do controle pulsado, com taxa de vacina¸c˜ao cont´ınua, obteve-se uma extin¸c˜ao da doen¸ca em todos os casos simula-dos (simula¸c˜ao Monte-Carlo). O valor m´edio do tempo de extin¸c˜ao da doen¸ca, para essa aborda-gem ´e de 408, dado em passos de integra¸c˜ao. O valor m´edio da quantidade de vacinas para essa abordagem foi de 523 vacinas, para uma taxa de vacina¸c˜ao de 40%;

A nova t´ecnica proposta minimizou a quanti-dade de vacinas em 17,21% e o tempo de extin¸c˜ao em 16,89%. Mostrou-se eficiente tamb´em pela li-vre escolha do valor da constante de

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proporciona-lidade k.

Outro ponto importante ´e o fato da n˜ao ne-cessidade de um modelo matem´atico da epidemia para a aplica¸c˜ao de controle. Somente s˜ao ne-cess´arios dados estat´ısticos da epidemia, para a identifica¸c˜ao e valida¸c˜ao do modelo NARMAX, e posterior aplica¸c˜ao de controle.

5 Conclus˜oes

Neste trabalho implementou-se um controle proporcional em malha fechada por meio de um modelo NARMAX polinomial em um sistema epi-demiol´ogico. Utilizando o modelo NARMAX po-linomial, calculou-se a probabilidade de um indi-v´ıduo ser infectado, de acordo com o n´umero de infectados e suscet´ıveis no sistema. Baseado no valor de probabilidade previsto, foi poss´ıvel apli-car a a¸c˜ao de controle.

Uma vantagem do m´etodo proposto ´e que ´e preciso conhecer apenas os dados estat´ısticos so-bre a epidemia (n´umero de indiv´ıduos suscet´ıveis, infectados e n´umero total de indiv´ıduos) n˜ao sendo necess´ario conhecer os parˆametros da epidemia.

Esse m´etodo ainda possibilita a otimiza¸c˜ao no gasto com vacinas. No caso da vacina¸c˜ao pulsada convencional, por exemplo, o valor da taxa de va-cina¸c˜ao ´e fixa, vacinando ora desnecessariamente, outrora aqu´em do necess´ario.

Pesquisas futuras versam sobre a obten¸c˜ao de novos m´etodos para a determina¸c˜ao da constante de proporcionalidade k. O modelo NARMAX en-contrado pode ser reajustado utilizando dados es-tat´ısticos reais de epidemias, proporcionando uma melhor efic´acia numa poss´ıvel aplica¸c˜ao direta.

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