Maratona de Cartas
O maior evento de direitos humanos organizado anualmente pela
Amnistia Internacional no último trimestre. Durante esta altura
milhões de pessoas em todo o mundo assinam cartas em prol de
indivíduos e comunidades em risco. Em Portugal escolhemos 4
casos e, durante esta altura, recolhemos o máximo de assinaturas
possível.
Chamar a atenção para estes casos, o que poderá resultar numa
melhoria das condições de pessoas e comunidades em risco.
Centenas de prisioneiros de consciência, como Aung San Suu Kyi,
já foram libertados graças à Maratona de Cartas.
O que é a
Maratona?
Qual é o
objetivo?
Maratona de Cartas
Como posso apoiar a Maratona de Cartas?
Divulgação nas redes
sociais
• Partilhe o site da Maratona
na redes sociais:
www.amnistia-internacional.pt/liberdade
Peça aos seus colegas
que assinem as cartas
• Enviamos em anexo uma
proposta que poderá
enviar aos seus
funcionários para que
participem na Maratona
Donativo para a
Maratona
• Ajude-nos nos custos da
Maratona:
http://bit.ly/DonativoPont
ual
Maratona de Cartas
Posso organizar a minha própria Maratona de Cartas?
Sim, pode organizar uma Maratona no próprio
local de trabalho.
Para tal basta pedir os materiais à sede através
do email:
a.monteiro@amnistia-internacional.pt
e deixar as seguintes
informações:
- Nome da organização
- Morada e telemóvel da pessoa de contacto
- Evento que pretende organizar (com a
morada do evento, data e horas) ou local onde
recolherá as assinaturas de cartas
- Material do qual necessitará (temos cartas,
abaixo-assinados, posters, brochuras,
Maratona de Cartas 2015
Cartas em A5
para assinar
Explicações de
cada caso
Posters A3
Abaixo-assinados
de cada caso
Materiais disponíveis
Maratona de Cartas
Têm sugestões para organizar uma Maratona de Cartas?
-Depois de pedir os materiais poderá deixá-los em algum lugar visível da organização
(por exemplo no refeitório ou noutro local de convívio) juntamente com as brochuras
e pedir que os funcionários assinem as cartas.
- Pode também enviar um email aos funcionários pedindo-lhes que participem na
Maratona de Cartas usando a proposta de email que enviamos
- Outra alternativa é falar durante uma reunião com os funcionários sobre a Maratona
- Se precisar de mais ideias e orientação contacte-nos:
Maratona de Cartas 2015
Para os mais novos sugerimos:
- Redação de cartas da sua autoria, assim como desenhos, poemas, postais;
- Preparação de teatros, danças, etc (veja estes filmes para exemplo):
https://www.youtube.com/watch?v=coqyf3nxrdc
https://www.youtube.com/watch?v=U72zPNP2Tc4
- Outras atividades lúdicas adequadas à idade
Maratona de Cartas 2015
Costas
Grécia
Em agosto de 2014, Costas e o seu companheiro, que é um refugiado, foram brutalmente espancados por rufias no centro de Atenas, no que constituiu um ataque homofóbico e racista. “Penso que perceberam que eramos um casal e atacaram-nos por isso e pela cor de pele do meu companheiro,” afirmou Costas.
Como resultado das repetidas agressões, Costas ficou com a perna fraturada em três lados. O trauma mental ainda não desapareceu: “A perna agora está ok, mas quando vejo qualquer tipo de violência, volta o horror e o medo.”
As autoridades gregas não estão a tomar medidas para resolver o problema do aumento de violência
motivada pelo ódio. Estão a tratar os casais do mesmo sexo como cidadãos de segunda classe e não estão a investigar convenientemente todos os motivos por trás destes ataques nem estão a proteger todos os afetados.
“Quando chegou a polícia, fui tratado como se tivesse algo contagioso,” disse Costas. Mais de um ano depois, ainda não foi identificado qualquer suspeito, muito menos punido, e tanto Costas como o seu companheiro vivem em constante medo pela sua segurança. Em março de 2015, Costas e o companheiro foram atacados de novo.
A falta de reconhecimento dos relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo tornam a relação de Costas e a comunidade LGBTI sentir-se ainda mais vulnerável: “É como se o Governo fosse conivente com os ataques ao não os reconhecer como reais,” disseram-nos. “É como se não existíssemos.”
Yecenia Armenta
México
Em julho de 2012, Yecenia Armenta transportava uns familiares até ao aeroporto quando polícias à paisana a mandam encostar o carro. Tiraram-na à força do carro, vendaram-na e levaram-na. Acusaram-na de ordenar o assassinato do marido. E não se pouparam a nada para a fazer confessar.
Yecenia foi suspensa pelos tornozelos de pernas para o ar, sufocada e espancada. “Disseram que trariam os meus dois filhos, que os violariam e os cortariam em pedaços,” disse à Amnistia. “Após muitas horas de tortura e depois de me terem violado, assinei a confissão. Continuava vendada. Nunca li o que assinei.” A sua provação durou 15 horas.
Enquanto estava detida, médicos do mesmo escritório do Ministério Público que a deteve examinaram os ferimentos de Yecenia, mas não os documentaram. Meses mais tarde, uma equipa médica forense do Gabinete do Procurador-Geral Federal também a examinou e concluiu que não tinha sido torturada porque os anteriores examinadores não tinham encontrado sinais. Desde então, peritos médicos independentes examinaram-na duas vezes e concluíram que foi de facto torturada.
Yecenia passou os últimos três anos na prisão, acusada sem provas com base na sua “confissão” por um crime que ela diz não ter cometido. Yecenia merece ser libertada e ver os seus torturadores levados perante a justiça: “Não quero passar nem mais um dia aqui,” disse. “Quero que a minha história seja ouvida, e peço que me ajudem.”
Rafael Marques
Angola
Rafael Marques de Morais é um jornalista angolano que tem sido perseguido pelo Governo de Angola devido à denúncia de casos de alegada corrupção e injustiça social no país.
Recentemente, Rafael Marques publicou um livro em que descreve alegados abusos de direitos humanos por parte de militares angolanos e de empresas privadas, em minas de diamantes. Apresentou também uma queixa-crime contra os alegados responsáveis pelos abusos descritos no livro, procurando justiça para as alegadas vítimas da indústria de diamantes do país. Em consequência, foi formalmente acusado de denúncia caluniosa em julho de 2014.
A 19 de maio os generais angolanos retiraram as acusações contra Rafael Marques e o ativista prescindiu de apresentar as testemunhas e provas de defesa na sessão de 25 de maio, considerando que as
acusações haviam sido retiradas na totalidade. Foi, no entanto, surpreendido quando nesta sessão o Ministério Público pediu 30 dias de prisão. A sentença final foi proferida a 28 de maio, e condenava-o por denúncia caluniosa a seis meses de prisão com pena suspensa por dois anos. A 3 de junho foi interposto um recurso, em relação ao qual se aguarda uma decisão.
A Amnistia Internacional considera que Rafael Marques está a ser alvo de perseguição por exercer o seu direito à liberdade de expressão protegido pelo direito internacional.
Meninas e jovens obrigadas a casar
Burkina Fasso
Aos 13 anos, Maria* foi forçada a casar com um homem de 70 anos de idade e que já tinha cinco outras mulheres. Quando resistiu, o pai disse-lhe: “Se não vais para junto do teu marido, mato-te.”
No Burkina Faso, milhares de raparigas e adolescentes, como a Maria, são forçadas a casar precocemente. Uma em cada três raparigas é obrigada a casar antes de completar 18 anos. Algumas têm apenas 11 anos de idade.
É esperado que tenham tantos filhos quantos os maridos desejem, independentemente dos seus próprios desejos ou da ameaça que possa representar para a sua saúde a gravidez precoce.
Uma vez casadas, espera-se que cozinhem, limpem, que vão buscar água e que trabalhem nos campos de manhã à noite. Muito poucas têm a possibilidade de ir à escola.
Algumas raparigas fazem o que podem para escapar aos casamentos forçados, apesar da enorme pressão dos seus familiares e da sociedade mais alargada. Maria caminhou quase 170km durante três dias para procurar refúgio num abrigo para jovens raparigas.
Os casamentos forçados e precoces são proibidos pela Constituição do Burkina Faso e pela lei internacional as autoridades continuam a ignorar.
Maratona de Cartas 2015
Maratona de Cartas 2015
Aung San Suu Kyi
Myanmar (Birmânia)
A 13 de Novembro de 2010 foi libertada a
prisioneira política mais famosa do mundo: Aung
San Suu Kyi, do Myanmar (Birmânia). Nos últimos
21 anos, a ativista esteve presa mais de 15 anos
pelo “crime” de fundar a Liga Nacional para a
Democracia, que venceu as eleições de 1990. O
país é comandado desde 1962 por um regime
militar que não reconheceu os resultados eleitorais
e a vontade do povo por democracia.
A ativista esteve presa entre 1989 e 1995, foi
novamente detida de 2000 a 2002 e
encontrava-se em prisão domiciliária desde Maio de 2003.
Foi um dos casos da Maratona de Cartas de 2009.
Maratona de Cartas 2015
Ales Bialiatski
Bielorrússia
Girifna
Sudão
Ales Bialiatski, proeminente defensor de direitos humanos e presidente do Centro de Direitos Humanos Viasna, tinha sido condenado em 2011 a 4 anos e meio de prisão. A acusação foi de “evasão fiscal em larga escala” por ter usado contas pessoais para apoiar o seu trabalho em direitos humanos já que a sua organização estava impedida pelo governo de abrir contas bancárias. A AI considerou-o um prisioneiro de
consciência, condenado apenas pelo seu ativismo. Foi um dos casos da Maratona de Cartas em Portugal em 2012 e adotado pelos artistas do Live Freedom.
Foi libertado a 21 de junho de 2014
Girifna é um grupo de jovens sudaneses que, desde 2009, que resiste pacificamente ao regime do Presidente do Sudão.
Os seus membros eram perseguidos pelas autoridades, tendo sido arbitrariamente detidos, torturados e vítimas de agressões sexuais.
Integraram a Maratona de Cartas de 2012 e as cartas enviadas foram essenciais para providenciar maior apoio ao seu trabalho, conforme afirmaram: “A comunidade internacional mostrou-nos uma esperança imensa e isso não vem dos governos, vem das pessoas (…) teve um grande significado para nós saber que as pessoas conhecem o nosso grupo e que contactam connosco (…) as pessoas estão a ler sobre o que se passa no Sudão.”
Maratona de Cartas 2015
Yorm Bopha
Camboja
https://www.youtube.com/watch?v=7KThM3VyEQo&list=UU18zEnWeAduTx1DVFy3vS wA&noredirect=1
Esta ativista, que luta incansavelmente pelo direito à habitação dos residentes na comunidade do lago Boeung Kak, foi condenada em dezembro de 2012 a três anos de prisão pelo crime de “violência intencional com circunstâncias agravantes”, apesar de não terem sido apresentadas quaisquer provas contra ela e os testemunhos serem conflituosos. O verdadeiro motivo da sua condenação prende-se com o seu trabalho de ativismo pelos direitos humanos.
Fez parte da Maratona de Cartas de 2013 e, a 22 de novembro foi libertada condicionalmente.
Moses Akatugba
Nigéria
Moses Akatugba tinha apenas 16 anos quando foi detido e
barbaramente torturado em novembro de 2005, acusado de assalto à mão armada. Mais tarde, em 2013, foi condenado à pena de morte. Foi adotado como um dos casos da Maratona de Cartas de 2014 e, a 28 de maio de 2015, foi perdoado e libertado. Juntou-se à organização que, na Nigéria, lutou pela sua libertação e é hoje um ativista de direitos humanos.
Maratona de Cartas 2015