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PROPOSTA METODOLÓGICA NA UTILIZAÇÃO DE CORANTES NATURAIS NO TINGIMENTO DE PRODUTOS 100% ALGODÃO COM AUXÍLIO DE ELETRÓLITO

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PROPOSTA METODOLÓGICA NA UTILIZAÇÃO DE CORANTES

NATURAIS NO TINGIMENTO DE PRODUTOS 100% ALGODÃO COM

AUXÍLIO DE ELETRÓLITO

Deise Amorim Dognini, Wallace Nóbrega Lopo, Rosana Paza.

Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE); 88352-400 Brusque/SC, Brasil; deise_lab@hotmail.com

Resumo

A indústria têxtil teve um papel importante no desenvolvimento das civilizações, desde antes da era cristã e continua tendo até os dias atuais. Com o aumento da população mundial, a de-manda por produtos industrializados também acompanhou esse crescimento na mesma pro-porção, trazendo consigo um consumo desenfreado de recursos naturais. Assim gerou-se a ne-cessidade de opções por produtos com impactos ambientais reduzidos e também de processos mais eficientes que possam extrair o máximo destes substratos com mínimo impacto ambien-tal. De encontro com essas novas propostas, essa pesquisa teve como objetivo de analisar di-ferentes processos para melhor absorção do corante natural extraído da planta urucum pelo substrato têxtil, com a utilização vários tipos e concentrações de eletrólitos como métodos mais eficazes no tingimento, no que se refere a absorção e fixação do corante no substrato têx-til composto de 100% algodão. Após os ensaios experimentais, foram feitas analises de cor através de espectrofotômetro, com o propósito de comparar o resultado da cor com um padrão pré-estabelecido. Os resultados apresentaram diferenças quanto ao rendimento da cor entre os processos propostos e executados.

Palavras-chave: Corante natural. Urucum. Eletrólito.

METHODOLOGICAL PROPOSAL FOR THE USE OF NATURAL DYES IN PRODUCT DENOMINATION 100% COTTON WITH ELECTROLYTE ASSISTANCE

Abstract:

The textile industry has played an important role in the development of civilizations since before the Christian era and continues to this day. With the increase of the world population, the demand for industrialized products also accompanied this growth in the same proportion, bringing with it an uncontrolled consumption of natural resources. This led to the need for options for products with reduced environmental impacts and also for more efficient processes that can extract the maximum of these substrates with minimal environmental impact. In agreement with these new proposals, this research had the objective of analyzing different processes for better absorption of the natural dye extracted from the plant urucum by the textile substrate, with the use of various types and concentrations of electrolytes as more effective methods in dyeing, the absorption and fixation of the dye in the textile substrate composed of 100% cotton. After the experimental tests, color analysis was performed through a spectrophotometer, in order to compare the color result with a pre-set standard. The results showed differences in the color yield between the proposed and executed processes.

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1-Introdução

Através das pinturas rupestres anteriores a 22.000 a.C. já foram encontradas pistas de especializações de diversos grupos. Essas pinturas, que representam animais ou cenas de caça, evidenciam a existência de pintores que dispunham de corantes muito apropriados para as suas obras e aos poucos os humanos foram conhecendo formulas práticas de uso comum referente ao tingimento que compõe uma química primitiva (CHASSOT, 1994).

Com o aumento da população mundial, aliado à globalização e à tendência humana pelo consumo desenfreado, a demanda pela produção industrial torna-se cada vez maior em todos os setores, sendo assim, a indústria têxtil não é diferente. O urucum é um dos pigmentos naturais mais utilizados mundialmente, pois além de o uso na indústria têxtil, é largamente utilizado na indústria alimentícia, dá cores a vernizes, produtos farmacológicos e cosméticos. Uma das principais vantagens dos corantes naturais é o fato de serem biodegradáveis, e de um modo geral, atóxicos, não carcinogênicos e biodegradáveis, além de alguns apresentarem, quando aplicados em têxteis, propriedades antimicrobianas (VIANA, 2013)

Assim, gerou-se necessidade de opções de produtos com impactos ambientais reduzidos. Olhando para o passado, vendo como nossos ancestrais davam cor aos seus utensílios, pode ser a porta de entrada para o desenvolvimento de novas técnicas para dar cor a produtos específicos. Produtos estes destinados a pessoas que tenham um olhar diferenciado para o meio ambiente. Também uma base para que essas ideias se difundam e cada vez mais.

As técnicas utilizadas no uso do urucum na indústria têxtil ainda são muito arcaicas, assim, há muito desperdício de matéria-prima, pois o corante não vai devidamente para a fibra. Considerando as situações descritas, pergunta-se: existe alguma forma de aproveitar melhor o poder colorístico do urucum? Diante dessa dúvida, a pesquisa tem por objetivo analisar diferentes processos para melhor absorção do urucum pelo substrato têxtil, com a utilização vários tipos de eletrólitos como métodos mais eficazes no tingimento para isso, definem-se os seguintes objetivos específicos: i) aplicar diferentes tipos de eletrólitos; ii) utilizar diferentes concentrações de eletrólito;

Como metodologia de pesquisa se utilizou uma abordagem quantitativa e qualitativa, que se caracteriza por adotar várias posturas e métodos, estes incluindo o uso de observações e análises de documentos que, por sua vez, geram uma enorme quantidade de informações que precisam ser organizadas (APPOLINÁRIO, 2006).

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2-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1-Beneficiamento têxtil

O beneficiamento têxtil é uma das mais antigas tecnologias aplicadas pelo homem. De ciência antiga, complexa com imagem de inimiga da natureza, o setor têxtil vem passando por transformações que desafiam os setores mais modernos de ciências mais jovens. Trabalhando intensamente na reformulação de seus processos, caminha a passos largos para atender a critérios rígidos de sustentabilidade. Com a utilização de matérias-primas renováveis, da utilização da água restritamente como veículo e com o compromisso de ser reutilizado, o beneficiamento têxtil tende a voltar a fazer parte dos setores mais modernos na indústria (SALEM 2010).

Essas evoluções jamais teriam êxito, se a compreensão da ciência do tingimento não fizesse uso de seus conceitos básicos. É um conjunto de processos que o substrato é submetido, com a finalidade de mudar suas características visuais e agregar características específicas a ele é composto pelos processos de alvejamento, purga, desengomagem, tingimento, acabamento ou até processos especiais e segundo Lobo; Limeira e Marques (2014) nos processos de beneficiamento são dadas particularidades para cada produto.

2.2-Corantes naturais

O uso de corantes naturais começou há milhares de anos, havendo evidências entre os artigos egípcios, China e Índia. No Brasil, os corantes naturais têm importante relação com sua história, a começar pelo nome do país, proveniente da madeira de Pau-brasil, importante fonte de corante vermelho no século XVI. (CHASSOT, 1994). Ainda segundo (Salen, 2010), os corantes naturais para tingimento de tecidos é uma arte milenar que durante muitos anos foi a única alternativa usada para atribuir cores a tecidos, seu uso era feito de forma artesanal sem nenhum padrão de qualidade exigido.

Silva Filho (1994) e Costa (2008) relatam o fato do passar do tempo, o seu uso foi substituído pelos corantes sintéticos que inicialmente eram mais práticos, produziam um tingimento mais eficiente e uma cor mais uniforme. Nesse sentido, o urucum é um dos corantes naturais mais utilizados no mundo. Características raras como a obtenção de extratos hidrossolúveis ou hipossolúveis e a capacidade de se ligar a proteínas faz do urucum um corante único.

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O urucunzeiro é uma planta da família das Bixáceas, seu nome científico é Bixa orellana L. originário de países tropicais e pode atingir até 6 metros de altura. Possui grandes flores hermafroditas de cor azul na extremidade dos galhos, delas nascem cápsulas com dois ou três carpelos cobertos de espinhos flexíveis contendo sementes de cor vermelha que constituem o pigmento propriamente dito. (ALVES, 2005). A Figura 1 a seguir, mostra as cápsulas do urucunzeiro:

Figura 1 - Cápsulas do urucunzeiro in natura Fonte: Os autores (2018)

A quantidade de pigmento existente nas sementes do urucum varia de acordo com o solo e o modo de manejo, podendo encontrar sementes com menos de 1% e até com mais de 4% de bixina, substância de cor vermelha a castanho avermelhada lipossolúvel. A norbixina substância de coloração castanha avermelhada a castanho é hidrossolúvel, também originária da semente do urucum, possui poder tintorial similar a bixina, sendo o corante natural mais utilizado no Brasil. A conversão da bixina em norbixina é feita pela diluição da bixina em meio alcalino (ALVES, 2005).

A complexidade da estrutura molecular dos compostos dá o poder tintorial ao urucum. Ainda segundo o autor, o principal composto encontrado no corante do urucum é o carotenoide bixina e o monometiléster do ácido dicarboxílico. A maior quantidade de corante em extrato aquoso alcalino é encontrada na norbixina.

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Eletrólito é uma substância que quando dissolvida em um dado solvente, produz uma solução com condutividade elétrica maior que a condutividade do solvente, elas permitem a passagem de corrente elétrica. Considerando como solvente a água, servem de exemplo de eletrólito: sais ácidos e bases. (AGOSTINHO,2004)

Uma substância solúvel dissolve-se em grande quantidade em um determinado solvente. Quando falamos de solubilidade sem mencionar o solvente significa solúvel em água. Soluto pode existir como íon ou como molécula, podemos identificar a natureza do soluto descobrindo se a solução conduz corrente elétrica. Como a corrente é um fluxo de cargas, somente solução que contém íons, conduz eletricidade. Quando aplicamos uma diferença de potencial em um material, o polo positivo começa a atrair os elétrons que caminham pelo circuito até chegar ao polo negativo. O termo eletrólito pode ser usado para indicar um meio, tal como uma solução líquida ou um sólido poroso, capaz de conduzir eletricidade por migração de íons. (ATKINS, 2012)

No tingimento do algodão e demais fibras celulósicas, utilizam–se eletrólitos para aumentar a substantividade do corante assim o seu rendimento. Mediante a adição do eletrólito, o corante monta na fibra, ocorrendo dois fenômenos: adsorção e difusão, ou seja, ele faz com que o corante entre na fibra e depois faz a distribuição por todo o substrato.

Adições de eletrólitos em poucos espaços de tempo ou em quantidades excessivas podem causar tingimentos desiguais ou com má solidez, devido o aumento da afinidade do corante porque o corante atua sobre o estado de agregação do corante, ele penetra na fibra na forma de pequenos agregados. Segundo Salem (2010) a medida que as moléculas são retiradas do banho e se transferem para a fibra, o excesso de eletrólito do banho acelera o desequilíbrio causando tingimento desigual e má solidez a fricção. Então devido a esse fato, uma observação importante deve levada em consideração no qual a adição de eletrólito no tingimento de corante natural tem que ser feita de forma racional e extremamente cuidadosa.

2.4-Extração/cultivo

Os corantes naturais são, sem dúvida nenhuma, produtos mais seguros, em relação a quem utilizará produtos tingidos com eles, simplesmente porque não geram e nem contêm em sua composição produtos químicos nocivos à saúde humana, e a grande maioria deles apresentam propriedades fitoterápicas. Os corantes naturais são obtidos a partir de recursos

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renováveis, a grande maioria de origem vegetal e alguns poucos de origem animal, todos são biodegradáveis.

Quanto ao cultivo agrícola das plantas tintoriais, estas plantas vêm sendo cultivadas tradicionalmente em sistema de rotação de culturas, como o índigo, por exemplo, suas plantas são da família das leguminosas fixadoras do nitrogênio a partir do ar, nutrindo o solo para a próxima cultura. Além de que a grande maioria delas são perenes, permanecendo no solo por quatro a sete anos, sem a necessidade de uma agricultura intensiva e de constante movimentação do solo, evitando perdas significativas da “Vida do Solo” (FERREIRA, 2015).

Fato é que necessitam de uma extensa área a sua disposição a fim de obter-se uma produção anual em um volume aceitável, isto quando cultivado legalmente, pois em muitas situações são produzidos apenas através do extrativismo, onde ao esgotar a fonte em um determinado lote produtor partem para um novo local de extração. O maior problema desse tipo de produção é a destruição de outras espécies no momento da extração dessas matérias-primas, prejudicando a fauna e flora de onde são extraídos esses recursos.

Ainda assim, os corantes naturais oriundos de plantas tintoriais são fontes de emprego e renda para diversos setores rurais dos países pobres ou em desenvolvimento, populações tradicionais que dominam suas técnicas de cultivo e utilização transmitidas entre gerações.

3-Materiais e métodos

A fibra utilizada para a realização do trabalho foi a de 100% CO. O algodão é uma fibra celulósica unicelular proveniente da semente do algodoeiro Gosypium. Atualmente, é cultivado por mais de 60 países, nos cinco continentes. (LOBO; LIMEIRA e MARQUES 2014). O urucum utilizado no experimento foi colhido de um urucunzeiro localizado na cidade de Brusque – SC. As cápsulas foram abertas para a retirada das sementes. A quantidade de sementes utilizada foi de trinta gramas, estas foram divididas em quatro experimentos. Nas Figuras 2 e 3 são apresentadas algumas etapas da preparação das sementes para a retirada do pigmento.

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(a) (b)

Figura 2 – Sementes do urucum (a) Sementes já maceradas (b) Fonte: Os autores (2018).

As figuras, representam a preparação das sementes de urucum para a utilização no tingimento, mostram que cada porção foi devidamente macerada para o melhor aproveitamento do poder tintorial das sementes. Após a maceração, segue o processo de preparação da solução, conforme é apresentado na figura 2.

Figura 3 - Preparação da solução para o tingimento.

Fonte: Os autores (2018)

Conforme é possível observar, a diferença do banho neutro e o já alcalinizado, onde no banho neutro é visível a pouca transferência de pigmento para a fase líquida, já no banho alcalino, consegue-se observar de uma forma sutil a transferência de pigmento para o banho.

No primeiro experimento, foram pesadas 10g de sementes e transferidas para almoxariz para serem maceradas conforme figura 3. Em seguida, foram transferidas para um Becker de 2 litros conforme figura 4 e foi completado de água até um litro. Foi aquecido em bico de Bunsen e tela de amianto por 30 minutos. Após esse tempo, foi desligado o aquecimento e aguardado alguns instantes, a solução foi coada para a retirada

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das sementes e completada a quantidade de água para um litro que evaporou durante a fervura. Essa solução foi dividida em cinco porções, conforme é apresentado no tabela 1:

Tabela 1: Concentrações do primeiro experimento.

Corante Natural NaCl (cloreto de sódio) Na2CO3 (carbonato de sódio) Amostra Padrão 200mL ou 1% 40 g/L -Amostra 1 200mL ou 1% 40 g/L 2 g/L Amostra 2 200mL ou 1% 40 g/L 5 g/L Amostra 3 200mL ou 1% 40 g/L 10 g/L Amostra 4 200mL ou 1% 40 g/L 20 g/L

Fonte: Dados da Pesquisa (2017)

As cinco amostras foram fervidas em Becker de 500 mL em bico de Bunsen e tela de amianto por trinta minutos com amostra de tecido 100% CO de 5 gramas em uma relação de banho de 1:40. Depois desse procedimento, as amostras foram lavadas em água corrente, centrifugadas e secas em estufa, para depois serem comparadas com a amostra padrão. A Figura 4 apresenta tingimentos realizados em laboratório com as concentrações de cloreto de sódio e carbonato de sódio descritas na tabela 1.

Figura 4 – Comparativo visual do primeiro experimento

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Como é possível observar na figura, ocorrem variações de cor nos tingimentos executados com o banho preparado com quantidades distintas de eletrólitos; a media que aumenta a concentração de barrilha, a cor fica mais intensa. No segundo experimento, foram pesadas 5g de sementes e transferidas para almoxariz para serem maceradas. Em seguida, foram transferidas para um Becker de 2 litros e foi completado de água até um litro. Foi aquecido em bico de Bunsen e tela de amianto por 30 minutos.

Após esse tempo, foi desligado o aquecimento aguardado alguns instantes, a solução foi coada para a retirada das sementes e completada a quantidade de água para um litro que evaporou durante a fervura. Esta solução foi dividida em três porções, conforme mostra o Tabela 2 a seguir.

Tabela 2: Concentrações do segundo experimento.

Corante Natural NaCl

(cloreto de sódio) Na2CO3 (carbonato de sódio) Amostra Padrão 200mL ou 0,5% 40 g/L -Amostra 1 200mL ou 0,5% 20 g/L 2 g/L Amostra 2 200mL ou 0,5% 40 g/L 2 g/L

Fonte: Dados da Pesquisa (2017)

As três soluções foram fervidas em Becker de 500 mL em bico de Bunsen e tela de amianto por trinta minutos com amostra de tecido 100% CO de 5 gramas em uma relação de banho de 1:40. Depois deste procedimento, as amostras foram lavadas em água corrente, centrifugadas e secas em estufa. A Figura 6 apresenta tingimentos realizados em laboratório com as concentrações de cloreto de sódio e carbonato de descritas no quadro 2. Nessa figura se demonstra a variação de cor nos tingimentos executados com o banho preparado com quantidades distintas de eletrólitos, foi reduzida a quantidade de corante a fim de tentar perceber a variação com quantidades maiores de eletrólitos. Neste caso além da variação de intensidade houve variação no matiz da cor.

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Figura 6 – Comparativo visual do segundo experimento

Fonte: Os autores (2018)

No terceiro experimento, foram pesadas 2,5g de sementes e transferidas para almofariz para serem maceradas. Em seguida, foram transferidas para um Becker de 1 litro e foi completado de água até 500 mL. Foi aquecido em bico de Bunsen e tela de amianto por 20 minutos. Após esse tempo, foi desligado o aquecimento aguardado alguns instantes, a solução foi coada para a retirada das sementes e completada a quantidade de água para 500 mL que evaporou durante a fervura. Esta solução foi dividida em cinco porções, conforme é apresentado na tabela 3 a seguir:

Tabela 3: Concentrações do terceiro experimento.

Corante Natural (cloreto de sódio)NaCl (sulfato de sódio)Na2SO4

Amostra Padrão 100mL ou 0,5% -

-Amostra 1 100mL ou 1% 10 g/L

-Amostra 2 200mL ou 1% 20 g/L

Amostra 3 200mL ou 1% - 10 g/L

Amostra 4 200mL ou 1% - 20 g/L

Fonte: Dados da Pesquisa (2017)

As cinco soluções foram fervidas em Becker de 500 mL em bico de Bunsen e tela de amianto por trinta minutos com amostra de tecido 100% CO de 2,5 gramas em uma relação de banho de 1:40. Depois desse procedimento, as amostras foram lavadas em água

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corrente, centrifugadas e secas em estufa. A Figura 7 apresenta tingimentos realizados em laboratório nas concentrações de cloreto de sódio e sulfato de sódio descritas na tabela 3.

Figura 7 – Comparativo visual do terceiro experimento

Fonte: Os autores (2018)

A figura apresenta a variação de cor nos tingimentos executados com o banho preparado com quantidades distintas de eletrólitos, desta vez, foi utilizado o sulfato de sódio, devido ser um sal de procedência diferente. Já no quarto experimento, foram pesadas 2,5g de sementes e transferidas para almofariz para serem maceradas. Em seguida, foram transferidas para um Becker de 1 litro foi completado de água até 500 mL e adicionado 2 g/ L de Na2CO3 (carbonato de sódio ou barrilha). Foi aquecido em bico de Bunsen e tela de amianto por 20 minutos. Após esse tempo, foi desligado o aquecimento aguardado alguns instantes, a solução foi coada para a retirada das sementes e completada a quantidade de água para 500 mL, que evaporou durante a fervura. Esta solução foi dividida em cinco porções, apresentadas no tabela 4 a seguir:

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Tabela 4: Concentrações do quarto experimento.

Corante Natural NaCl

(cloreto de sódio) Na2SO4 (sulfato de sódio) Amostra Padrão 100mL ou 0,5% - -Amostra 1 100mL ou 0,5% 10 g/L -Amostra 2 100mL ou 0,5% 20 g/L -Amostra 3 100mL ou 0,5% - 10 g/L Amostra 4 100mL ou 0,5% - 20 g/L

Fonte: Dados da Pesquisa (2017)

As cinco soluções foram fervidas em Becker de 500 mL em bico de Bunsen e tela de amianto por trinta minutos com amostra de tecido 100% CO de 2,5 gramas em uma relação de banho de 1:40. Depois deste procedimento foi lavado em água corrente e neutralizado com 1g/L de CH3COOH (ácido acético), lavado novamente em água corrente, centrifugado e seco em estufa. A Figura 8 apresenta diversas quantidades de sal e sulfato em banho alcalino.

Figura 8 – Comparativo visual do quarto experimento

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A figura 8 demonstra a variação de cor nos tingimentos executados com o banho preparado com quantidades distintas de eletrólitos, elas representam a variação de concentração e de cor de cada tingimento em questão. Neste caso em específico o banho foi alcalinizado antes do início do tingimento e neutralizado ao fim.

4. Análises de dados

Após os tingimentos, realizaram-se análises comparativas nos diferentes métodos de tingimento e entre as várias quantidades de eletrólitos adicionadas. Para realizar a análise de cor, utilizou-se o aparelho de espectrofotômetro (modelo Datacolor®). A análise de cor apresenta dados sobre a composição da cor fixada no tecido. No primeiro experimento com a adição da barrilha e do sal, houve uma intensificação na cor considerável, mas a quantidade de carbonato de sódio está em excesso, tornando-se inviável economicamente e podendo haver problemas de má igualização devido a alta concentração de eletrólito.

Para o segundo experimento foi diminuída a quantidade de barrilha, pois no experimento anterior, foi visto que a quantidade seria inviável economicamente, e mesmo com essa diminuição, a diferença dos resultados não foi considerável em relação ao experimento um. Já no terceiro experimento foi alterado o tipo de eletrólito, na amostra 2 e 3 conforme indica a tabela 3 foi utilizado cloreto de sódio em concentrações diferentes e nas amostras 4 e 5 foi utilizado sulfato de sódio, onde, também não houve uma variação importante conforme relatório de análise de cor ilustrado no tabela 5. E finalmente no quarto experimento o banho foi alcalinizado no início do procedimento co 2 g/L de carbonato de sódio e depois disto foi realizada a neutralização onde foi revelada a cor.

Tabela 5 - Relatório de Análise de Cor

Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4

Força (%) DE Força (%) DE Força (%) DE Força (%) DE Experimento 1 123,06 4,52 146,89 5,78 147,61 4,96 175,09% 5,96 Experimento 2 98,22% 4,79 90,79 3,57 - - - -Experimento 3 103,78% 0,58 122,64 1,23 88,17% 1,04 108,66 0,59 Experimento 4 113,85% 1,55 128,32 1,81 126,72% 2,24 131,67 2,03

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O quadro apresenta os valores comparativos de todos os experimentos executados, foram realizadas leituras em espectrofotometro (modelo Datacolor®). Os dados obtidos mostram a variação entre eles tanto de concentração (%) como de tonalidade (DE). Onde % representa a força colorística, e DE representa a variação da cor.

A Figura 8, a seguir, é apresentado um comparativo entre as amostras feitas em banho neutro e banho alcalino.

Figura 8 – Comparativo entre as amostras feitas em banho neutro e banho alcalino Fonte: Os autores (2018)

Comparando o experimento 4 com o experimento 3 foi detectada uma grande diferença tintorial, confirmando que com a adição de carbonato de sódio no início da extração, ou seja, alcalinizando como propõe Alves (2015), a uma intensificação da cor em de 383%, tornando, assim, viável economicamente, mas esta alcalinização tem que ser efetuada na preparação do corante antes do tingimento pois como visto nos experimentos 1 e 2 através da tabela 5 a diferença pode ser considerada insignificante quando comparada ao experimento 4.

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Analisando os resultados apresentados pode-se observar a complexidade referente ao assunto da utilização do urucum na indústria têxtil. De um lado existe o apelo cada vez maior por produtos menos poluentes e agressivos ao meio ambiente, e em contrapartida, temos a necessidade de uma produção industrial cada maior.

Diante dos fatos apresentados podemos concluir que com a adição de eletrólitos, o rendimento do corante extraído do urucum melhora consideravelmente, mas não de qualquer forma, ele necessita de aplicação de técnicas especificas.

A utilização de diversas concentrações, mostrou que antes de se variar as concentrações é preciso definir a técnica a ser utilizada. O eletrólito no tingimento do urucum pode ser de grande influência tendo em vista que uma maior parcela de corante deixa de ser descartada por não ter sido esgotada adequadamente pela fibra.

Como opção para futuras pesquisas é sugerido um estudo de viabilidade técnica e econômica, devido à tecnologia aplicada para a extração do corante do urucum ainda ser muito arcaica, seria importante a criação de uma metodologia para mesurar esta viabilidade econômica da utilização desse tipo de corante, que apesar se ser ecologicamente viável, precisa ser também ser favorável economicamente.

REFERÊNCIAS

AGOSTINHO, S. M. L. et al. O eletrólito suporte e suas múltiplas funções em processos de eletrodo. Química nova, p. 813-817, 2004. Disponível em: < https://repositorio.unesp.br/hand-le/11449/22112> Acesso em 05 dez.2017

ALVES, R. W. et al. Extração de corantes de urucum por processos adsortivos utilizando argi-las comerciais e colloidal gas aphrons. 2005. Disponível em < https://repositorio.ufsc.br/hand-le/123456789/102615> Acesso em 10 out.2017

APOLINÁRIO, F. "Introdução à análise qualitativa de dados." ____. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson Learning (2006): 159-169

ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de Química-: Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. Bookman Editora, 2009.

CHASSOT, A. A. Ciência através dos Tempos. 14ª. Diss. Ed., S. Paulo: Moderna, 1994. COSTA, A. F. S. Tingimento natural uma alternativa sustentável para a área têxtil. 2008 – De-sign, Universidade Federal de Pernambuco. Disponível em:

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242/Publico/dissertacao_andrea_costa.pdf>Acesso em: 9 set. 2017

FERREIRA, E. L. Uma breve comparação entre corantes. 2015 Disponível em

<http://www.etno-botanica.com/2015/04/uma-breve-comparacao-entre-corantes.>

Acesso em: 7 out.2017

LOBO, R. N.; LIMEIRA, E. T. N. P.; MARQUES, R. do N. Fundamentos da tecnologia têxtil: da concepção da fibra ao processo de estamparia. São Paulo: Érica, 2014.

SALEM, V. "Tingimento têxtil: fibras, conceitos e tecnologias." São Paulo: Blucher: Golden Tecnologia (2010).

SILVA FILHO, M. N. Produtos químicos utilizados na indústria têxtil e a questão ecológica. Química Têxtil, São Paulo: ABQCT, 3, 11-16, 1994.

VIANA, T. C. Corantes naturais na indústria têxtil como combinar experiências do passado com as demandas do futuro? 2013. Dissertação de Mestrado. Disponível em: <http:// www.ppgd.uemg.br/wp-content/uploads/2013/10/Teresa-Campos-Viana.pdf> Acesso

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