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WIRTON MACEDO COUTINHO 1 EGBERTO ARAÚJO 2 FLÁVIO HENRIQUE LINHARES MAGALHÃES 1

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EFEITOS DE EXTRATOS DE PLANTAS ANACARDIÁCEAS E DOS

FUNGICIDAS QUÍMICOS BENOMYL E CAPTAN SOBRE A

MICOFLORA E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE

FEIJOEIRO (Phaseolus vulgaris L.)

WIRTON MACEDO COUTINHO

1

EGBERTO ARAÚJO

2

FLÁVIO HENRIQUE LINHARES MAGALHÃES

1

RESUMO - O experimento objetivou avaliar os efeitos de extratos hidroalcoólicos de cascas secas e moídas de aroeira e cajueiro e dos fungicidas químicos benomyl e captan, aplicados isoladamente e misturados entre si, no tratamento de dois lotes de sementes de feijo-eiro cv. Carioca. A micoflora foi determinada pelo método de incubação em papel-de-filtro (“blotter test”) e quantificada pela percentagem de sementes com fungos. Os testes de avaliação da qualidade fi-siológica consistiram na determinação das percenta-gens de germinação, primeira contagem, emergência em campo e do índice de velocidade de emergência em campo (IVEC). Foi constatada uma micoflora formada por Aspergillus spp., A. niger, A. flavus,

Cladosporium spp., Fusarium spp., Penicillium spp.

e Rhizoctonia solani. A qualidade fisiológica foi nula nas sementes do lote 1 e melhorada em valores absolu-tos por alguns tratamenabsolu-tos no lote 2. Os fungicidas químicos, misturados entre si, promoveram as maiores reduções dos fungos assinalados. Quando avaliados isoladamente, o benomyl mostrou-se mais eficiente no controle dos fungos. Os extratos vegetais, quando apli-cados isoladamente, reduziram a ocorrência de alguns fungos, com destaque para Aspergillus flavus; po-rém, seus efeitos foram mais notáveis quando foram misturados aos fungicidas químicos. O captan, quando misturado aos extratos vegetais, teve sua ação melhorada com relação ao controle de fungos; entretanto, verificou-se uma redução da germinação e vigor das sementes.

TERMOS PARA INDEXAÇÃO: Tratamento de sementes, patologia de sementes, produtos naturais.

EFFECTS OF ANACARDIACEAS PLANTS EXTRACTS AND OF THE

CHEMICAL FUNGICIDES BENOMYL AND CAPTAN ON SEED

MYCOFLORA AND PHYSIOLOGICAL QUALITY OF COMMOM BEAN

(Phaseolus vulgaris L.)

ABSTRACT - An experiment was developed to

evaluate the effects of hidroalcoholic extracts of dry and milled peels of aroeira (Astronium urundeuva) and cajueiro (Anacardium occidentale) and the chemical fungicides benomyl and captan on the mycoflora and physiological quality of seeds of common bean (Phaseolus vulgaris). These products were applied isolated and mixed themselves in the treatment of two seed lots produced in the city Remígio, Paraíba State, Brazil. After the treatment, the seeds were tested in order to determine the seed mycoflora (‘blotter test”) and physiological quality (germination, first counting, field emergence and field emergence speed index). Seed mycoflora was formed by the fungi Aspergillus

spp., A. niger, A. flavus, Cladosporium spp., Fusarium spp., Penicillium spp. and Rhizoctonia solani. Phisiological seed quality was low in the seeds of lot number one and improved by some treatments, in absolute values, in lot number two. Chemical fungicides, applied isolated and mixed reduced the observed fungi. Benomyl showed to be the most efficient product in the control of fungi. Plant extracts when applied isolated decreased the occurrence of some fungi, especially A. flavus; however, their effects were most remarkable when mixed to chemical fungicides. The effectiveness of captan was improved when mixed to plant extracts, although the mixture caused physiological quality loss in the seeds.

INDEX TERMS: Seed treatment, seed pathology, natural products.

1. Engenheiro Agrônomo, Mestrando em Fitopatologia/UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA), Caixa Postal 37 – 37.200-000 – Lavras – MG

2. Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Professor do Departamento de Fitotecnia/Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Caixa Postal - 58.397-000 – Areia, PB

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Ciênc. e Agrotec., Lavras, v.23, n.3, p.560-568, jul./set., 1999 INTRODUÇÃO

O tratamento de sementes com produtos quími-cos tem sido eficiente no controle de patógenos (Ma-chado, 1988). No entanto, a utilização de substâncias extraídas de vegetais que podem atuar na inibição de fungos associados a sementes pode ser de grande utili-dade no controle de doenças no campo. Essas substân-cias são geralmente classificadas como compostos se-cundários, sendo que a maioria se origina de acetato ou aminoácidos da via bioquímica, havendo, entretanto, considerável diversidade química entre esses compos-tos, podendo ser ácidos fenólicos, cumarina, terpenói-des, alcalóiterpenói-des, flavonóiterpenói-des, etileno e várias outras sub-stâncias (Castro et al., 1983).

Alguns trabalhos têm demonstrado a eficiência de extratos vegetais no tratamento de sementes. Em tri-go (Triticum aestivum L.), sementes tratadas com ex-tratos de fumo (Nicotiana rustica L.) (Khan, 1989) e de lírio-da-índia (Azadiracta indica Juss.) (Khan e Kumar, 1990) tiveram redução da micoflora e aumento do po-der germinativo. O tratamento de sementes de arroz (Oryza sativa L.) com um extrato aquoso obtido de noz-vômica (Strychnos nux-vomica L.) foi mais efetivo que o fungicida mancozeb 0,5% no controle do fungo

Tri-choconiella padwickii (Ganguly) Jain (Shetty, Prakash

e Shetty, 1989). Em outros estudos, o tratamento de se-mentes de arroz com extratos aquosos de sagu-do-japão (Cycas revoluta Thunb.) e retinóspora (Thuja orientalis L.), mantidas sob diferentes métodos de armazena-mento, permitiu o controle de alguns fungos; porém, as concentrações maiores dos extratos reduziram a germi-nação das sementes (Kumar, 1990).

Produtos extraídos de cascas de aroeira

(Astro-nium urundeuva Engl.) e cajueiro (Anacardium occi-dentale L.) são utilizados pela medicina popular no

tratamento de diversas enfermidades. O chá de cascas de cajueiro, segundo Albuquerque (1989), é utilizado para diarréia, inflamações na garganta e como anti-hemorrágico. De acordo com Braga (1986), as cascas balsâmicas e hemostáticas de aroeira são utilizadas contra afecções das vias respiratórias, do aparelho uri-nário, nas hemoptises e metrorragias. Partindo desse princípio, extratos obtidos das cascas desses vegetais podem também conter substâncias que podem atuar contra fitopatógenos associados a sementes.

A utilização de produtos naturais extraídos de vegetais poderá, eventualmente, constituir-se como uma alternativa para o controle de patógenos associados a sementes, com a vantagem de redução de gastos e au-sência de impacto ambiental causado pelos agroquími-cos. Alinhado a essa corrente, o presente trabalho teve por objetivo testar extratos naturais obtidos das anacar-diáceas aroeira e cajueiro no tratamento de sementes de

feijoeiro, comparando o desempenho desses produtos naturais com os fungicidas químicos benomyl e captan.

Os objetivos específicos deste trabalho foram: 1) verificar a eficiência de extratos obtidos de aroeira e cajueiro e dos fungicidas químicos benomyl e captan sobre a micoflora de sementes de feijoeiro; 2) verificar a influência dos produtos testados sobre qualidade fisio-lógica das sementes.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram empregadas, neste estudo, sementes de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L. cv. Carioca) de dois lotes adquiridos no município de Remígio – PB, microrregião do agreste paraibano, Estado da Paraíba, Brasil. Os produtos utilizados constituíram-se de extratos hidroalcoólicos de cascas de cajueiro (Anacardium occidentale L.) e aroeira (Astronium

urundeuva Engl.) e dos fungicidas químicos benomyl

(metil – n (1 – butilcarbamoil) – 2 benzimidazole carbamato) e captan (N – (triclorometiltro) – 4 ciclohexeno – 1, – dicarbomixida). Na preparação dos extratos, foram usados 100 g de cascas secas e moídas em 250 ml de água destilada e esterilizada e 250 ml de etanol, colocados em um recipiente de vidro e submetidos, por um período 96 horas, ao processo de extração por infusão. Posteriormente, os extratos obtidos foram filtrados e mantidos em recipiente aberto, durante 96 horas, para favorecer a evaporação do álcool. Os extratos assim obtidos foram coletados e armazenados

em refrigerador a 5 oC, até quando necessário para

instalação dos ensaios. Os produtos químicos, aplicados isoladamente, misturados entre si e aos extratos vegetais, foram utilizados de acordo com as dosagens indicadas pelos fabricantes: benomyl, 100 g/100 Kg de sementes e captan, 240 g/100 Kg de sementes. Nas sementes tratadas com os extratos naturais de aroeira e cajueiro, aplicados isoladamente, foram utilizados 5 ml de cada um desses para cada 100 g de sementes, e nos tratamentos em que foram aplicados conjuntamente, utilizaram-se 2,5 ml de cada um desses produtos. O tratamento consistiu na colocação das sementes em um copo de Becker de 250 ml e, em seguida, adicionaram-se o(s) produto(s) testado(s), sendo a homogeneização semente/produto(s) feita por meio de agitação com um bastão de vidro. As sementes tratadas com os extratos foram postas para secar à temperatura ambiente por 30 minutos, antes de serem submetidas às análises.

No presente estudo, foram definidos os seguintes tratamentos:

T1 = extrato de aroeira; T2 = extrato de cajueiro; T3 = extrato de aroeira + extrato de cajueiro; T4 = extrato de aroeira + benomyl; T5 = extrato de cajueiro + captan; T6 = captan; T7 = benomyl; T8 = extrato de aroeira +

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Ciênc. e Agrotec., Lavras, v.23, n.3, p.560-568, jul./set., 1999 benomyl + captan; T9 = extrato de cajueiro + benomyl + captan; T10 = benomyl + captan; T11 = extrato de cajueiro + benomyl; T12 = extrato de aroeira + captan; T13 = testemunha (sementes não tratadas).

O teste de avaliação da micoflora foi realizado no Laboratório de Fitopatologia do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universi-dade Federal da Paraíba, Campus III, através do méto-do de incubação em papel-de-filtro (“blotter test”) (Ne-ergaard, 1977). Foram utilizadas 400 semen-tes/tratamento (quatro repetições de 100 unidades). As sementes, em número de dez, foram colocadas no inte-rior de placas de Petri sobre uma camada constituída por três folhas de papel de filtro previamente esteriliza-das e umedeciesteriliza-das com água destilada e esterilizada. As placas foram levadas a uma câmara com temperatura

de 24 oC ±2 oC, onde permaneceram em incubação,

du-rante oito dias, sob regime luminoso de 12 horas de luz negra (comprimento de onda próximo a ultravioleta) alternado com 12 horas de escuro. A identificação e contagem dos fungos foram feitas examinando-se as colônias fúngicas desenvolvidas nas sementes com au-xílio de microscópio estereoscópio. Em alguns casos, a identificação foi complementada pela visualização das características morfológicas dos fungos em microscópio óptico e comparadas às descrições constantes na litera-tura (Barnett e Hunter, 1972).

No teste de germinação, foram utilizadas 200 sementes (quatro repetições de 50 sementes) para cada tratamento, distribuídas em rolos de papel germitest previamente esterilizado, e colocadas para germinar em câmara de germinação regulada à temperatura

cons-tante de 25 oC. O volume de água destilada utilizado

para embebição foi equivalente a 2,5 vezes o peso do substrato. As contagens foram realizadas no quinto e nono dia após a semeadura, e as avaliações efetuadas segundo os critérios estabelecidos pelas Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992).

Os testes de vigor consistiram de primeira con-tagem, emergência em campo e índice de velocidade de emergência em campo (IVEC). A primeira contagem foi avaliada através da percentagem de plântulas nor-mais determinadas no quinto dia, originadas das se-mentes submetidas ao teste de germinação. A emergên-cia em campo foi realizada conforme método descrito por Nakagawa (1994). Em canteiros preparados especi-almente para este fim, as sementes foram semeadas em sulcos de 2,5 m de comprimento e profundidade de 5 cm, empregando-se 50 sementes para cada repeti-ção/tratamento. Foram realizadas contagens diárias a partir da emergência da primeira plântula, até a data em que o estande permaneceu constante. O IVEC foi determinado pelo emprego da fórmula descrita por Nakagawa (1994): IVEC = E N E N E N n n 1 1 2 2 + + +... , sendo:

IVEC = índice de velocidade de emergência em campo

E1, E2 , En = números de plântulas emergidas na

primeira, segunda e última contagem

N1, N2, Nn = números de dias de semeadura

O delineamento experimental utilizado para os testes de sanidade, germinação e primeira contagem foi o inteiramente casualisado, enquanto que para a emer-gência em campo e IVEC adotou-se o de blocos ao aca-so. Em razão dos resíduos do teste de sanidade apre-sentarem distribuição binomial, a análise dos dados foi realizada comparando-se os valores médios de propor-ção por meio da sobreposipropor-ção ou ausência de sobreposi-ção de intervalos de 95% de confiança. Nos testes de primeira contagem, germinação, emergência em campo e IVEC, os dados foram submetidos à análise de vari-ância e as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Com exceção dos testes de sanidade e IVEC, todos os demais tiveram seus valores

transfor-mados em arc sen x / 100 .

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados referentes à composição da micoflora dos dois lotes de sementes de feijoeiro são apresentados nas Tabelas 1 e 2. Foram observados

Aspergillus spp., Aspergillus niger van Tiegh., Aspergillus flavus Link ex Fr., Cladosporium spp., Fusarium spp., Penicillium spp. e Rhizoctonia solani

Kühn, fungos esses já constatados em outros estudos com sementes de feijoeiro na Paraíba (Araújo, Alcântara e Souza et al., 1980; Beltrão, 1993; Souto, 1995).

Nos tratamentos constituídos pelos extratos de aroeira (T1) e cajueiro (T2), pela mistura dos dois extratos (T3) e pela testemunha (T13), constatou-se maior número de espécies fúngicas nas sementes. No entanto, os tratamentos T1, T2 e T3, com relação ao fungo Aspergillus flavus, em ambos os lotes de sementes, e Rhizoctonia solani no lote 1, apresentaram menores percentagens de sementes infectadas do que a testemunha. As sementes tratadas com extrato de cajueiro isoladamente e misturado ao extrato de aroeira (T2 e T3) comparadas às tratadas com extrato de aroeira (T1) apresentaram, em ambos os lotes, maior número de espécies fúngicas e as maiores percentagens de

A. flavus e Penicillium spp. As sementes tratadas com

extrato de aroeira isoladamente foram isentas de

Fusarium spp. no lote 1.

Os tratamentos constituídos por produtos quími-cos apresentaram menores ocorrências de fungos do que os tratamentos T1, T2, T3 e T13 referidos no parágrafo

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Ciênc. e Agrotec., Lavras, v.23, n.3, p.560-568, jul./set., 1999 anterior. Quando esses produtos foram aplicados

isola-damente, o benomyl (T7) proporcionou melhor contro-le, sendo as sementes isentas de fungos no lote 2 e com 1,75% de A. flavus no lote 1. Com a aplicação do cap-tan isoladamente (T6), verificou-se o desenvolvimento de Aspergillus spp. no lote 1 (1,25%), A. niger nos lo-tes 1 (1,00%) e 2 (0,50%), A. flavus nos lolo-tes 1 (27,00%) e 2 (0,50%) e Rhizoctonia solani nos lotes 1 (6,00%) e 2 (3,75%). Quando se usou a mistura be-nomyl + captan (T10), as sementes de ambos os lotes foram isentas de fungos. Nas misturas de benomyl mais os extratos vegetais (T4, T8, T9 e T11), a ocorrência de fungos foi mínima. O captan misturado aos extratos (T5, T8, T9 e T12) apresentou menor número de espé-cies e percentagens de sementes com fungos do que quando aplicado isoladamente.

Os resultados obtidos no presente estudo mos-tram que o produto químico benomyl, aplicado isola-damente ou misturado ao captan e aos extratos de aro-eira e cajueiro, foi eficiente no controle dos fungos, re-duzindo-os ou isentando-os nas sementes tratadas. O captan proporcionou maior controle quando foi mistu-rado ao benomyl e aos extratos de aroeira e cajueiro. O benomyl e o captan são amplamente usados no trata-mento de sementes, com sucesso no controle de patóge-nos transmitidos por essa via (Neergaard, 1977; Dhin-gra, Muchovej e Cruz Filho, 1980; Beltrão, 1993). O benomyl tem uma faixa de ação muito estreita em rela-ção aos não sistêmicos; por isso, recomenda-se que o mesmo deva ser usado misturado a outros produtos (Maude, 1983). Por outro lado, o captan é compatível com vários grupos de fungicidas, mesmo em soluções alcalinas (Dhingra, Muchovej e Cruz Filho, 1980). No presente estudo, nos tratamentos em que os produtos químicos foram aplicados isoladamente, foi constatada a superioridade do benomyl sobre o captan no controle dos fungos. A literatura relata estudos que, ora o be-nomyl, ora o captan foram os mais eficientes para al-guns fungos assinalados em sementes. Provavelmente, fatores como espécie de sementes, forma de aplicação, composição da micoflora, etc, afetam a eficiência des-ses produtos.

Nos tratamentos em que foram empregados os extratos vegetais isoladamente e misturados entre si, observaram-se, em ambos os lotes de sementes avalia-dos, aumentos na ocorrência de alguns fungos e dimi-nuição na incidência de outros. Na literatura consulta-da, constata-se que apenas poucos extratos vegetais têm sido eficientes na redução de fungos das se-mentes tratadas (Khan, 1989; Shetty, Prakash e Shetty, 1989; Khan e Kumar, 1990). A efetividade de um produto, eliminando ou reduzindo uma espé-cie fúngica, pode favorecer outra espéespé-cie devido à au-sência de competição.

No presente estudo, quando avaliados isolada-mente nos dois lotes de seisolada-mentes estudados, verificou-se que o extrato de aroeira (T1) foi mais eficiente no controle de fungos, principalmente de Aspergillus

flavus, do que o extrato de cajueiro (T2) e do que o

tra-tamento em que se misturaram os dois extratos naturais (T3). A eficiência desses extratos vegetais pode estar relacionada com a presença de ácidos fenólicos, cumarina, terpenóides, alcalóides, flavonóides, etileno e várias outras substâncias que podem atuar no controle de alguns fungos. Nos tratamentos em que tanto o extrato de aroeira quanto o de cajueiro foram misturados ao captan (T5, T12), verifi-cou-se uma melhor eficiência do produto químico em rela-ção a Rhizoctonia solani do que o tratamento em que o mesmo foi empregado puro (T6).

As sementes do lote 1 apresentaram resultados apenas para o teste de germinação, não sendo encondas diferenças estatisticamente significativas entre tra-tamentos (Tabela 3). Os valores de germinação obtidos indicam que as sementes oriundas deste lote estão to-talmente fora dos padrões de certificação e comerciali-zação, que segundo a Comissão Estadual de Sementes e Mudas da Paraíba (CESM – PB) é de 70% de germina-ção (Brasil, 1989). Dessa forma, o que se pode conside-rar neste lote, para efeito de discussão, é que os trata-mentos não foram eficientes para melhorar a qualidade fisiológica das sementes nestas circunstâncias.

Com relação ao lote 2 (Tabela 4), no teste de primeira contagem, o tratamento testemunha (T13) foi estatisticamente igual aos tratamentos T4, T6, T9 e T10, enquanto que no teste de germinação, com exce-ção dos tratamentos T3, T5 e T8, que foram os que apresentaram os menores valores, todos os demais não diferiram estatisticamente da testemunha (T13). O captan aplicado isoladamente (T6) e a mistura extrato de aroeira + benomyl + captan (T8), foram os trata-mentos que apresentaram os maiores e menores valores de germinação e primeira contagem, respectivamente. Com relação à emergência em campo e IVEC (Tabela 4), os tratamentos T10 (benomyl + captan) e T11 (extrato de ca-jueiro + benomyl) apresentaram, respectivamente, os mai-ores e menmai-ores valmai-ores registrados, apesar de não terem diferido estatisticamente da testemunha (T13).

Os resultados dos testes realizados com relação à micoflora (Tabelas 1 e 2), germinação, primeira conta-gem, emergência em campo e IVEC (Tabela 4), mostra-ram que alguns tratamentos fomostra-ram eficientes no con-trole de fungos. Os extratos utilizados misturados ao captan, apesar de melhorarem o controle de fungos, não tiveram o mesmo efeito em relação à viabilidade e ao vigor (primeira contagem), pois esse fungicida foi mais eficiente aplicado isoladamente (T6) ou misturado ao benomyl (T10). Os resultados referentes à emer-gência em campo e IVEC mostraram que a mistura

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Ciênc. e Agrotec., Lavras, v.23, n.3, p.560-568, jul./set., 1999

T A B E L A 1 – O c o rr ên c ia ( p er c e n ta g e m m é d ia d e s e m en te s af e ta d a s) e i n te rv a lo d e c o n fi a n ç a ex a to p a ra o p a râ m e tr o b in o m ia l d e f u n g o s e m s e m en te s d e fe ij o e ir o , lo te 1 , tr a ta d a s c o m e x tr at o s d e a ro ei ra e c a ju e ir o e c o m o s fu n g ic id a s q u ím ic o s b e n o m y l e c a p ta n , a p li ca d o s is o la d a m en te e m is tu ra d o s e n tr e si . F u n g o s T r a ta m e n to s A sp e rg il lu s sp p . A sp e rg il lu s n ig e r A sp e rg il lu s fl a vu s F u sa ri u m sp p . P e n ic il li u m sp p . R h iz o ct o n ia so la n i T 1 – e x tr at o d e ar o ei ra 0 ,7 5 0 ,1 5 – 2 ,1 8 c 6 ,5 0 4 ,2 9 – 9 ,3 7 b 2 ,7 5 1 ,3 8 – 4 ,8 7 d e 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,7 5 0 ,1 5 – 2 ,1 8 ab 2 ,5 0 1 ,2 0 – 4 ,5 4 b c T 2 – e x tr at o d e ca ju ei ro 6 ,2 5 4 ,0 8 – 9 ,0 9 b 3 ,5 0 1 ,9 3 – 5 ,8 0 b c 3 0 ,0 2 5 ,5 5 – 3 4 ,7 5 c 2 ,5 0 1 ,2 0 – 4 ,5 4 a 4 ,0 0 1 ,5 6 – 5 ,1 8 a 4 ,5 0 2 ,6 9 – 7 ,0 2 b T 3 – e x tr at o d e ar o ei ra + e x tr at o d e ca ju ei ro 1 5 ,5 0 1 2 ,1 7 – 1 9 ,4 2 a 1 ,5 0 0 ,5 5 – 3 ,2 3 cd 5 1 ,7 5 4 6 ,7 3 – 5 6 ,7 4 b 0 ,7 5 0 ,1 5 – 2 ,1 8 ab 3 ,2 5 1 ,7 4 – 5 ,4 9 a 5 ,5 0 3 ,4 8 – 8 ,2 1 b T 4 – e x tr at o d e ar o ei ra + b en o m y l 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d 0 ,5 0 0 ,0 6 – 1 ,7 9 ef 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d T 5 – e x tr at o d e ca ju ei ro + c ap ta n 0 ,2 5 0 ,0 0 – 1 ,3 8 c 0 ,2 5 0 ,0 0 – 1 ,3 8 d 1 ,2 5 0 ,4 1 – 2 ,8 9 c 0 ,7 5 0 ,1 5 – 2 ,1 8 ab 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,5 0 0 ,0 6 – 1 ,7 9 cd T 6 – c ap ta n 1 ,2 5 0 ,4 0 – 2 ,8 9 c 1 ,0 0 0 ,2 7 – 2 ,5 4 cd 2 7 ,0 0 2 2 ,7 1 – 3 1 ,6 3 d e 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 6 ,0 0 3 ,8 8 – 8 ,8 0 b T 7 – b en o m y l 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d 1 ,7 5 1 ,0 3 – 4 ,3 8 d e 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d T 8 – e x tr at o d e ar o ei ra + b en o m y l + c ap ta n 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d 1 ,7 5 1 ,0 3 – 4 ,3 8 d e 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d T 9 – e x tr at o d e ca ju ei ro + b en o m y l + c ap ta n 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d 0 ,2 5 0 ,0 0 – 1 ,3 8 d ef 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d T 1 0 – b en o m y l + c ap ta n 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 f 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d T 11 – e x tr at o d e ca ju ei ro + b en o m y l 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 f 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d T 1 2 – e x tr at o d e ar o ei ra + c ap ta n 0 ,5 0 0 ,0 6 – 1 ,7 9 c 0 ,2 5 0 ,0 0 – 1 ,3 8 d 3 ,0 0 1 ,5 6 – 5 ,1 8 d 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 1 ,5 0 0 ,5 5 – 3 ,2 3 ab 1 4 ,7 5 1 1 ,4 2 – 1 8 ,6 1 a T 1 3 – t es te m u n h a 7 ,7 5 5 ,3 3 – 1 0 ,8 2 b 1 4 ,0 0 1 0 ,7 5 – 1 7 ,8 8 a 6 8 ,7 5 6 3 ,9 6 – 7 3 ,2 6 a 2 ,7 5 1 ,3 8 – 4 ,8 7 a 3 ,0 0 1 ,5 6 – 5 ,1 8 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 d O s tr a ta m en to s co m l e tr a s d if er e n te s n a s co lu n a s d if er e m e st a ti st ic a m en te a 9 5 % d e p ro b a b il id a d e .

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T A B E L A 2 – O c o rr ên c ia ( p er c e n ta g e m m é d ia d e s e m en te s af e ta d a s) e i n te rv a lo d e c o n fi a n ç a ex a to p a ra o p a râ m e tr o b in o m ia l d e f u n g o s e m s e m en te s d e fe ij o e ir o , lo te 2 , tr a ta d a s c o m e x tr at o s d e a ro ei ra e c a ju e ir o e c o m o s fu n g ic id a s q u ím ic o s b e n o m y l e c a p ta n , a p li ca d o s is o la d a m en te e m is tu ra d o s e n tr e si . F u n g o s T r a ta m e n to s A sp e rg il lu s sp p . A sp e rg il lu s n ig e r A sp e rg il lu s fl a vu s C la d o sp o ri u m sp p . P e n ic il li u m sp p . R h iz o ct o n ia so la n i T 1 – e x tr at o d e ar o ei ra 0 ,5 0 0 ,0 6 – 1 ,7 9 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,2 5 0 ,0 0 – 1 ,3 8 ab 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 4 ,2 5 2 ,4 9 – 6 ,7 2 ab T 2 – e x tr at o d e ca ju ei ro 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 1 ,7 5 0 ,7 0 – 3 ,5 7 a 2 ,7 5 1 ,3 8 – 4 ,8 7 b 1 ,7 5 1 ,0 3 – 4 ,3 8 a 9 ,0 0 6 ,3 8 – 1 2 ,2 4 a 6 ,5 0 4 ,2 9 – 9 ,3 8 ab T 3 – e x tr at o d e ar o ei ra + e x tr at o d e ca ju ei ro 1 ,0 0 0 ,2 7 – 2 ,5 4 a 1 ,5 0 0 ,5 5 – 3 ,2 3 a 2 ,0 0 0 ,8 7 – 3 ,9 0 b c 1 ,2 5 0 ,4 1 – 2 ,8 9 a 7 ,5 0 5 ,1 2 – 1 0 ,5 3 a 4 ,0 0 2 ,3 0 – 6 ,4 1 ab T 4 – e x tr at o d e ar o ei ra + b en o m y l 0 ,2 5 0 ,0 0 – 1 ,3 8 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c T 5 – e x tr at o d e ca ju ei ro + c ap ta n 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 1 ,7 5 1 ,0 3 – 4 ,3 8 b T 6 – c ap ta n 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,5 0 0 ,0 6 – 1 ,7 9 a 0 ,5 0 0 ,0 6 – 1 ,7 9 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 3 ,7 5 2 ,1 1 – 6 ,1 1 ab T 7 – b en o m y l 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c T 8 – e x tr at o d e ar o ei ra + b en o m y l + c ap ta n 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c T 9 – e x tr at o d e ca ju ei ro + b en o m y l + c ap ta n 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c T 1 0 – b en o m y l + c ap ta n 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c T 11 – e x tr at o d e ca ju ei ro + b en o m y l 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c T 1 2 – e x tr at o d e ar o ei ra + c ap ta n 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 a 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 c 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 0 ,0 0 0 ,0 0 – 0 ,9 2 b 1 ,0 0 0 ,2 7 – 2 ,5 4 b c T 1 3 – t es te m u n h a 0 ,5 0 0 ,0 6 – 1 ,7 9 a 0 ,5 0 0 ,0 6 – 1 ,7 9 a 8 ,0 0 5 ,5 4 – 1 1 ,1 1 a 0 ,2 5 0 ,0 0 – 1 ,3 8 b 0 ,7 5 0 ,1 5 – 2 ,1 8 b 7 ,7 5 5 ,3 3 – 1 0 ,8 2 a O s tr a ta m en to s co m l e tr a s d if er e n te s n a s co lu n a s d if er e m e st a ti st ic a m en te a 9 5 % d e p ro b a b il id a d e .

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TABELA 3 – Germinação de sementes de feijoeiro, lote 1, tratadas com extratos de aroeira e cajueiro e com os

fungicidas químicos benomyl e captan, aplicados isoladamente e misturados entre si 1.

Tratamentos Germinação (%)

T1 – extrato de aroeira 18,00 a

T2 – extrato de cajueiro 18,00 a

T3 – extrato de aroeira + extrato de cajueiro 14,50 a

T4 – extrato de aroeira + benomyl 17,00 a

T5 – extrato de cajueiro + captan 22,00 a

T6 – captan 17,00 a

T7 – benomyl 20,00 a

T8 – extrato de aroeira + benomyl + captan 21,00 a

T9 – extrato de cajueiro + benomyl + captan 17,50 a

T10 – benomyl + captan 18,50 a

T11 – extrato de cajueiro + benomyl 20,00 a

T12 – extrato de aroeira + captan 20,00 a

T13 – testemunha 22,00 a

CV (%) 23,77

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).

1

As sementes foram submetidas ao teste de vigor; porém, os resultados foram nulos (zero).

benomyl + captan (T10) proporcionou os maiores valo-res, embora não tenha diferido estatisticamente da tes-temunha (T13).

As situações descritas no parágrafo anterior in-dicam que deve haver uma compatibilidade entre pro-dutos para permitir o controle de patógenos e, ao mes-mo tempo, não prejudicar ou até melhorar o desempe-nho das sementes. Os produtos químicos usados no controle de patógenos podem ter também efeitos deleté-rios sobre as plantas (Dhingra, Muchovej e Cruz Filho, 1980). Portanto, o benefício observado no controle de patógenos pode ocorrer de modo inverso no processo de germinação e emergência.

Os dois fungicidas químicos usados no pre-sente estudo são bem conhecidos como produtos efici-entes e, portanto, já passaram por todas as provas perti-nentes quanto à proteção e persistência desses efeitos (Beltrão, 1993). Os extratos vegetais testados,

isolada-mente ou misturados, chegaram a ser eficientes no controle de fungos, mas podem ter sofrido alterações de composição e persistência nas sementes de acordo com o meio (germinador, solo) e, dessa forma, ter compro-metido a sua eficiência ou a dos produtos químicos aos quais estavam misturados. Ainda com relação a esses produtos naturais, os mesmos constituem-se em extra-tos etanólicos, ou seja, foram obtidos pela imersão de cascas das plantas secas e moídas com etanol mais água. O etanol foi testado por Purchio e Muchovej (1990) para verificar a ação desse solvente como veí-culo de fungicidas, inclusive benomyl e captan, no tra-tamento de sementes de trigo, tendo sido constatado seu efeito prejudicial à germinação. Sendo os extratos de aroeira e cajueiro soluções contendo esse produto, é possível, então, que o efeito prejudicial desse álcool à germinação tenha também se manifestado nas sementes de feijoeiro tratadas com esses extratos.

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Ciênc. e Agrotec., Lavras, v.23, n.3, p.560-568, jul./set., 1999

T A B E L A 4 P ri m e ir a co n ta g em , g e rm in a çã o , e m e rg ê n c ia e m c a m p o e í n d ic e d e v e lo ci d a d e d e em e rg ê n ci a e m c am p o ( IV E C ) d e s em e n te s d e fe ij ão , lo te 2 , tr a ta d a s co m e x tr at o s d e a ro ei ra e c a ju ei ro e c o m f u n g ic id a s q u ím ic o s b e n o m y l e c ap ta n , ap li ca d o s is o la d a m e n te e m is tu ra d o s e n tr e s i.

T

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P ri m ei r a

c

o n ta g e m G er m in a ç ã o E m e rg ê n c ia em c a m p o IV E C ---( % )- -T 1 – e x tr at o d e a ro e ir a 8 1 ,0 0 b c 9 0 ,0 0 a b c d 6 2 ,5 0 a b c 5 ,9 3 a b T 2 – e x tr at o d e c a ju e ir o 7 4 ,0 0 b c d 8 4 ,0 0 b c d e f 5 9 ,0 0 a b c 5 ,5 8 a b T 3 – e x tr at o d e a ro e ir a + e x tr a to d e c aj u e ir o 6 6 ,5 0 d e 7 6 ,5 0 e f 5 2 ,0 0 b c 4 ,8 7 a b T 4 – e x tr at o d e a ro e ir a + b en o m y l 8 3 ,0 0 a b 9 1 ,0 0 a b c 6 0 ,5 0 a b c 5 ,8 6 a b T 5 – e x tr at o d e c a ju e ir o + c a p ta n 6 7 ,0 0 d e 7 8 ,5 0 d e f 6 3 ,0 0 a b c 5 ,7 9 a b T 6 – c ap ta n 9 1 ,5 0 a 9 5 ,0 0 a 6 2 ,5 0 a b c 5 ,8 3 a b T 7 – b e n o m y l 7 7 ,5 0 b c d 9 0 ,0 0 a b c d 6 4 ,0 0 a b c 6 ,0 0 a b T 8 – e x tr at o d e a ro e ir a + b en o m y l + c a p ta n 5 7 ,5 0 e 7 0 ,5 0 f 6 0 ,0 0 a b c 5 ,3 4 a b T 9 – e x tr at o d e c a ju e ir o + b en o m y l + c ap ta n 8 3 ,0 0 a b 9 4 ,0 0 a b 7 1 ,5 0 a b 6 ,5 3 a T 1 0 – b e n o m y l + c ap ta n 8 2 ,0 0 a b 9 4 ,0 0 a b 7 9 ,0 0 a 7 ,2 6 a T 1 1 – e x tr a to d e c aj u e ir o + b e n o m y l 7 0 ,0 0 c d e 8 5 ,0 0 b c d e 4 4 ,5 0 c 4 ,0 7 b T 1 2 – e x tr at o d e a ro e ir a + c a p ta n 6 8 ,5 0 c d e 8 2 ,0 0 c d e f 5 7 ,5 0 a b c 5 ,1 6 a b T 1 3 – t e st em u n h a 8 5 ,0 0 a b 9 3 ,0 0 a b c 5 9 ,0 0 a b c 5 ,4 3 a b C V ( % ) 5 ,6 0 5 ,7 1 1 1 ,6 6 1 7 ,3 1 M é d ia s se g u id a s p e la m e sm a l e tr a n a c o lu n a n ã o d if er e m e st a ti st ic a m en te e n tr e si p el o t e st e d e T u k e y ( p < 0 ,0 5 ).

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Ciênc. e Agrotec., Lavras, v.23, n.3, p.560-568, jul./set., 1999 CONCLUSÕES

a) Os fungicidas químicos utilizados, isolados ou em mistura, proporcionaram maior eficiência no con-trole da micoflora associada às sementes de feijoeiro neste trabalho;

b) Os extratos vegetais utilizados exerceram um controle parcial dos fungos encontrados; todavia, in-terferiram no processo de germinação das sementes.

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