CYFLAMID
Fungicida penetrante com mobilidade
translaminar e acção de vapor.
Actividade preventiva e curativa
Controlo do oídio em videira.
Controlo do oídio em macieira.
ÍNDICE INTRODUÇÃO ...3 A SUBSTÂNCIA ACTIVA ...3 Modo de Acção ...3 Características Físico-Químicas ...4 Características Toxicológicas ...4
Toxicidade para mamíferos ...5
Toxicidade para a fauna e ambiente ...5
Selectividade para os insectos úteis ...6
Espectro de Acção ...6
O PRODUTO ...7
Propriedades Biológicas ...7
UTILIZAÇÕES ...8
Usos homologados em Portugal ...8
Modo de utilização ...8
Condições de aplicação ...8
Precauções biológicas ...8
Modo de aplicação ...9
CYFLAMID
INTRODUÇÃO
CYFLAMID é um fungicida, apresentado como emulsão óleo em água com 51,3 g/L ou 5% (p/p) de ciflufenamida, substância activa pertencente à família química das fenilacetamidas e descoberta pela empresa japonesa NIPPON SODA.
Em Portugal o CYFLAMID está, neste momento, aprovado para o controlo do oídio da videira e o oídio da macieira.
A ciflufenamida é uma substância activa com propriedades fungicidas para o controlo de largo espectro de oídios em diferentes culturas, como sejam, a videira e as pomóideas.
Pertence ao grupo químico das fenilacetamidas sendo o único representante deste grupo em comercialização. Possui um modo de acção totalmente novo pelo que não apresenta resistências cruzadas a estrobilurinas, triazóis, morfolinas, etc.
A ciflufenamida tem uma acção, preventiva e curativa de larga duração, em função da dose de aplicação utilizada.
1. A SUBSTÂNCIA ACTIVA
1.1. Modo de Acção
A ciflufenamida é absorvida pelas folhas, penetrando e distribuindo-se uniformemente pelos tecidos da planta. É dotada de mobilidade translaminar, permitindo a protecção de ambas as faces das folhas, e excelente acção de vapor. A grandeza destas actividades é função da espessura da folha, abertura de estômas e temperatura.
Nos testes laboratoriais e ensaios de campo realizados, a ciflufenamida demonstrou possuir uma excelente acção preventiva contra os oídios, uma boa acção curativa e uma longa persistência de acção.
Nos testes e observações microscópicas realizadas, observou-se que a ciflufenamida não afecta a germinação os esporos ou a formação dos apressórios. No entanto, inibe fortemente a formação dos haustórios, colónias e esporos (Blumeria graminis).
Não afecta a germinação dos esporos e o alongamento do tubo germinativo até 8 horas após o tratamento. Após 16 horas o alongamento do tubo germinativo pára e observa-se dilatação da sua extremidade, vacuolização e ruptura do citoplasma após 24 horas
Nas hifas tratadas com ciflufenamida observam-se alterações ultra-estruturais nos vacúolos (redução dos materiais internos), e septos (menor espessura e tamanho e poros maiores). Não se detectaram diferenças no número e forma das mitocôndrias e núcleo. Observaram-se frequentemente hifas com rupturas e formação de vesículas de vários tamanhos e hifas vacuoladas. (Monilia fructigena).
Todas estas alterações morfológicas são claramente distintas das provocadas por outros grupos de fungicidas (triazóis, estrobilurinas, etc.)
1.2. Características Físico-Químicas
Nome comum: ciflufenamida
Nome químico: (Z)-N-[α-(ciclopropilmetoxiimino)-2,3-difluoro-6-(trifluorometil)benzil]-2-fenilacetamida Fórmula empírica: C20H17F5N2O2 Fórmula de estrutura: F F CF3 N H N O O Nº CAS 180409-60-3
Peso molecular: 412,36 g/mole
Estado físico: Líquido viscoso
Cor: Esbranquiçada
Densidade específica: 1,028 kg/L (a 20ºC) Pressão de vapor: 3,54 x 10-5 Pa a 20ºC (s.a.) Coeficiente de partição: Log Pow = 4,68 a 20 ºC (s.a.)
Solubilidade em água: Insolúvel, mas facilmente emulsionável
Valor de pH: 5,7 (1%)
CYFLAMID
Toxicidade para mamíferos
Toxicidade aguda oral (DL50): > 5.000 mg/kg (rato) > 5.000 mg/kg (ratinho) Toxicidade aguda cutânea (DL50): > 2.000 mg/kg (rato) Toxicidade aguda por inalação (CL50): > 4,41 mg/L (rato)
Irritação ocular: Irritante
Irritação cutânea: Irritante
Sensibilização cutânea: Não sensibilizante
Toxicidade crónica/carcinogenia O NSEAO em estudos de longo prazo foi de 100 ppm (correspondente a 4,4 mg/kg/dia e 5,5 mg/kg/dia em machos e fêmeas, respectivamente).
Mutagenia Não foi encontrada evidência de
actividade genotóxica
Toxicidade para reprodução e desenvolvimento O NSEAO foi de 800 ppm (correspondente à ingestão média de 57.4-75.2 mg/kg/dia em machos e 65.7-124.6 mg/kg/dia em fêmeas). A sobrevivência, crescimento e desenvolvimento do feto não foram afectadas pela ingestão de até 1000 mg/kg/dia.
Neurotoxicidade Não foi encontrada evidência de
neurotoxicidade
Toxicidade para a fauna e ambiente
Aves DL 50 , em codorniz: >2.000 mg/kg
Peixes CL 50 (96 horas), em truta: 9,84 mg/L
Organismos aquáticos CL 50 (48 h), em Daphnia magna: 9,48 mg/L
Algas EbC50 (72 h) 1.628 mg/L
Abelhas CL 50 (contacto): > 15,5 µg s.a./abelha
Destino e comportamento na água
A ciflufenamida e os seus principais metabolitos demonstraram ter um potencial negligenciável de lixiviação para as águas subterrâneas mesmo em condições extremas resultantes de chuva e rega.
Selectividade para os insectos úteis
Typhlodromus pyri spp. (Acari, Phytoseiidae): DL50:> 50 g s.a./ha
Aphidius rhopalosiphi (Hymenoptera, Aphididae): DL50:> 25 g s.a./ha
Chrysoperla carnea DL50:> 50 g s.a./ha
Poecilius cupreus DL50:> 50 g s.a./ha
Em condições normais de aplicação no campo, não são de prever efeitos inaceitáveis sobre as abelhas e outros artrópodes não visados na sequência da aplicação de CYFLAMID nas condições previstas no rótulo.
1.4. Espectro de Acção
A ciflufenamida é uma substância activa com acção sobre várias espécies de fungos, sobretudo Ascomicetas e Deuteromicetas, em numerosas culturas, tais como, vinha, pomóideas.
Nas tabelas seguintes são indicados os alguns dos vários fungos testados e os resultados obtidos em cada caso.
Doença EC50
(ppm) Doença (ppm) EC50
Alternaria alternata > 100 Helicobasidium mompa > 100
Botrytis cinerea > 100 Monilinia fructigena 0.01
Botrytis squamosa 100 Penicillium italicum 7
Botryosphaeria sp. 0.07 Pestalotia longiseta > 100
Cercospora beticola 0.3 Phomopsis sp. > 100
Cercospora kikuchii 1 Phytophthora infestans > 100
Cercospora theae > 100 Pseudocercosporella herpotrichoides > 100
Cladosporium cucumerinum > 100 Pyricularia oryzae 3
Cochliobolus miyabeanus > 100 Pythium aphanidermatum > 100
Colletotrichum lagenarium > 100 Rhizoctonia solani > 100
Colletotrichum theae-sinensis > 100 Rosellinia necatrix 0.7
Diaporthe citri 6 Sclerotinia scleotiorum 1
Elsinoe ampelina 5 Septoria nodurum > 100
Fulvia fulva > 100 Taphrina deformans 3
Fusarium nivale 0.3 Trichoderma víride > 100
Fusarium oxysporum > 100 Valsa ceratosperma 8
Fusarium roseum > 100 Venturia inaequalis > 100
Gibberella zeae > 100 Verticilium dahliae > 100
CYFLAMID
Cultura Doença Concentração Mínima Inibidora (ppm)
Macieira Podosphaera leucotricha < 1.6
Videira Uncinula necator < 1.6
Roseira Sphaerotheca pannosa < 1.6
Os resultados demonstraram que vários géneros de fungos patogénicos, nomeadamente Erysiphe spp., Sphaerotheca spp., Podosphaera spp., Blumeria spp., Monilia spp., Cercospora spp.,
Fusarium nivale, Rosellinia necatrix apresentavam sensibilidade à ciflufenamida. Em contraste,
os fungos Basidiomicetas e Ficomicetas eram insensíveis à esta substância activa, mesmo em concentrações mais elevadas (100 ppm).
2. O PRODUTO
CYFLAMID é um fungicida penetrante com mobilidade translaminar e acção de vapor, que é apresentado sob a forma de emulsão óleo em água com 51,3 g/L ou 5% (p/p) de ciflufenamida. Esta formulação foi especialmente estudada para preservar as qualidades da substância activa e tornar a sua utilização mais fácil para o aplicador.
Propriedades Biológicas
O CYFLAMID é um fungicida penetrante com mobilidade translaminar e efeito de vapor que apresenta uma acção preventiva e curativa
.
É absorvido pelas folhas e distribuído uniformemente pelos tecidos das plantas.A sua aplicação deve ser efectuada preventivamente, ou seja, quando as condições climáticas e o estado fenológico das culturas façam prever o risco de infecções, mas estas ainda não tenham ocorrido. O CYFLAMID apresenta também acção curativa quando aplicado logo após a ocorrência de infecções, no caso de não ter sido possível fazer o tratamento preventivamente.
3. UTILIZAÇÕES
3.1. Usos homologados em Portugal
Culturas Doenças Concentração/Dose de aplicação Intervalo de Segurança
Videira Oídio
(
Erysiphe necator) 50 mL/hL – 500 mL/ha21 dias
Macieira (Podosphaera leucotricha) Oídio 50 mL/hL – 500 mL/ha 14 dias
3.2. Modo de utilização
3.2.1. Condições de aplicação Videira – Oídio (Erysiphe necator):
Os tratamentos devem ser efectuados de acordo com o Serviço de Avisos. Na falta deste, iniciar as aplicações a partir dos cachos visíveis.
A persistência biológica é de 12 a 14 dias, reduzindo-se para 10-12 dias no caso de castas mais susceptíveis ou forte pressão da doença. A partir do ‘bago de chumbo’ as aplicações devem dirigir-se especialmente aos cachos para melhor protecção.
Em caso de condições climáticas propícias à ocorrência de fortes ataques de oídio e na presença intensa da doença, poderá recorrer-se à mistura com fungicidas de diferente modo de acção (Ex. Agrikar Max, Domark, Fezan).
Efectuar no máximo 2 aplicações anuais com CYFLAMID ou outro que contenha ciflufenamida.
Macieira – Oídio (Podosphaera leucotricha):
Os tratamentos devem ser efectuados de acordo com o Serviço de Avisos. Na falta deste, tratar do abrolhamento até ao fim do crescimento dos rebentos.
A persistência biológica é de 7 a 10 dias. O intervalo mais curto deverá ser utilizado em condições mais favoráveis à doença.
Efectuar no máximo 2 aplicações anuais com CYFLAMID ou outro que contenha ciflufenamida.
3.2.2. Precauções biológicas
Todos os esforços no sentido de limitar o desenvolvimento de resistências são de grande importância, sobretudo, numa altura em que o número de substâncias activas disponíveis diminuiu consideravelmente.
O CYFLAMID deve, por isso, ser utilizado em programas que visem não só obter uma boa eficácia dos tratamentos mas também reduzir o aparecimento de resistências. Este objectivo
CYFLAMID
do momento de aplicação, a utilização das doses correctas e a alternância e/ou mistura de produtos com modos de acção diferentes.
Para evitar o desenvolvimento de resistências, efectuar no máximo 2 aplicações anuais com CYFLAMID ou outro que contenha ciflufenamida.
Se o tratamento for efectuado com as doenças já instaladas considerar a hipótese de misturar com outros produtos com modo de acção diferente.
3.2.3. Modo de aplicação
Calibrar correctamente o equipamento para o volume de calda gasto por ha, de acordo com o débito do pulverizador (L/min), da velocidade e largura de trabalho (distância entrelinhas) com especial cuidado na uniformidade da distribuição de calda. A quantidade de produto e o volume de calda devem ser adequados à área de aplicação, respeitando as concentrações/doses indicadas. Nas fases iniciais de desenvolvimento das culturas aplicar a calda com a concentração indicada. Em pleno desenvolvimento vegetativo, adicionar a quantidade de produto proporcionalmente ao volume de água distribuído por ha, pelo pulverizador, de forma a respeitar a dose.
3.2.4. Precauções toxicológicas, ecotoxicológicas e ambientais Ficha de segurança fornecida a pedido de utilizadores profissionais. Manter afastado dos alimentos e bebidas, incluindo os dos animais. Irritante para a pele.
Não respirar a nuvem de pulverização. Evitar o contacto com os olhos.
Usar luvas adequadas durante a preparação da calda e aplicação do produto. Não comer, beber ou fumar durante a utilização.
Não contaminar a água com este produto ou com a sua embalagem.
Tóxico para organismos aquáticos, podendo causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente aquático.
A embalagem vazia deverá ser lavada três vezes, fechada, inutilizada e colocada em sacos de recolha, devendo estes serem entregues num centro de recepção Valorfito; as águas de lavagem deverão ser usadas na preparação da calda.
Irritante Perigoso para o ambiente
Autorização de venda n.º 0327 concedida pela DGAV Um produto:
SIPCAM PORTUGAL
Rua da Logística, 1 | 2050-542 Vila Nova da Rainha